o papel da brincadeira no desenvolvimento da crianca na educacaol infantil
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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE
FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP
PEDAGOGIA
O PAPEL DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇ A NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
ADRIANA HITOME DE CASTRO
Capivari, SP 2011
CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE
FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP
PEDAGOGIA
O PAPEL DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇ A NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da FACECAP/CNEC Capivari, para obtenção do título de Pedagogo, sob a orientação da Prof.ª Ms Rita de Cássia Cristofoleti.
ADRIANA HITOME DE CASTRO
Capivari, SP 2011
FICHA CATALOGRÁFICA
Castro, Adriana Hitome de
O papel da brincadeira no desenvolvimento da criança/
Adriana Hitome de Castro. Capivari-SP: CNEC, 2011
34p.
Orientadora: Profª Ms. Rita de Cássia Cristofoleti
Monografia apresentada ao curso de Pedagogia.
1.Educação Infantil. 2. Brincadeiras de faz-de-conta. 3.
Aprendizagem e desenvolvimento. I. Título
CDD 372.1
Dedico este trabalho aos profissionais da área de educação e a todas as crianças.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre no meu caminho, iluminando e me
guiando.
Aos meus pais Emília e Geraldo (in memoriam), irmãos, minhas tias Helena e Samira,
e, principalmente, ao meu esposo Eduardo pela dedicação, compreensão, companheirismo e
carinho durante todos estes anos. Aos meus filhos Yuji e Koji, eternos amores e a toda minha
família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta
etapa de minha vida.
A minha orientadora Profª Ms. Rita de Cássia Cristofoleti pela sua grande dedicação,
paciência e disponibilidade para os encontros de orientação para que o trabalho fosse
elaborado e concretizado, aprendendo com sua sabedoria e simpatia.
À professora e coordenadora Teresa, pelo convívio, pelo apoio, pela compreensão e
pela amizade.
A todos os meus professores, que foram tão importantes na minha vida acadêmica,
que se mostraram extremamente atenciosos e comprometidos com o nosso processo de
aprendizado.
Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constantes, lembranças que serão
eternamente guardadas no coração. A todos muito obrigada.
CASTRO, Adriana Hitome de. O papel da brincadeira no desenvolvimento da criança na educação Infantil. Monografia de Conclusão de Curso. Curso de Pedagogia. Faculdade Cenecista de Capivari – CNEC. 34 p., 2011.
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo desenvolver um estudo acerca da importância das brincadeiras na educação infantil, visando a identificar as influências destas na formação da criança e no processo educativo. Nesse sentido, é por meio das brincadeiras que a criança passa a transformar os conhecimentos que já possuía anteriormente em conceitos mais aprimorados com os quais brinca. Por isso, na educação infantil, é importante organizar espaços que permitam à criança explorar diferentes tipos de brinquedos e brincadeiras como os jogos, os brinquedos de montar, brincadeiras de roda, brincadeiras de faz-de-conta, etc. Esses recursos, quando privilegiados no contexto da educação infantil, permitem acionar os processos de aprendizagem e desenvolvimento da criança. Para analisar a importância da brincadeira nos processos de aprendizado da criança, este estudo irá se referenciar na abordagem histórico-cultural de desenvolvimento humano elaborada por Vigotski (1998). Para concluir, este estudo irá relatar uma pesquisa de campo realizada em uma escola particular, cujo foco principal é promover o entrelaçamento teórico com a prática vivenciada. Palavras-chave: 1. Educação infantil. 2. Brincadeiras de faz-de-conta. 3. Aprendizagem e
desenvolvimento.
SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................................................08
1. O papel da brincadeira no desenvolvimento da criança: as contribuições da perspectiva
histórico-cultural.......................................................................................................................11
1.1. As brincadeiras no desenvolvimento real e potencial, segundo
Vigotski.........................................................................................................................13
2. O brincar e a Educação Infantil............................................................................................17
3. As brincadeiras das crianças na escola de Educação Infantil...............................................23
3.1 A Instituição............................................................................................................23
3.2. As brincadeiras na educação infantil – O espaço da brinquedoteca......................24
3.3. As brincadeiras realizadas no parque.....................................................................26
3.4. A hora da história...................................................................................................28
3.5. A hora do banho e a hora da troca..........................................................................29
Considerações Finais.................................................................................................................31
Referências ...............................................................................................................................33
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INTRODUÇÃO
Na idade pré-escolar, surgem necessidades que são importantes para o
desenvolvimento da criança. Uma das atividades que deve ser privilegiada no espaço da
Educação Infantil é a brincadeira, pois “ela se faz presente na escola nas mais variadas
situações e sob as mais diversas formas. Muitas também são as concepções sobre o seu lugar e
sua importância na prática pedagógica”. (FONTANA E CRUZ, 1997, p.119).
O brincar pode ser um recurso importante que possibilita o desenvolvimento da
criança, é uma das formas mais comuns do comportamento humano, principalmente durante a
infância, e é nessa fase que a criança passa a se descobrir e a se conhecer. Através de uma
brincadeira da criança, podemos compreender como ela se vê e constrói suas representações
sobre o mundo. Nesse processo, a criança brinca porque é prazeroso e faz bem para ela.
Para Oliveira (2007), o jogo simbólico ou faz-de-conta é uma ferramenta para a
criação da fantasia, ela atua sobre a capacidade da criança de imaginar e representar,
articulada com outras formas de expressão, abrindo caminho para a autonomia, a criatividade,
a exploração de significados e sentidos. Também são os jogos instrumentos para a
aprendizagem de regras sociais, além da brincadeira favorecer o equilíbrio afetivo da criança,
também contribui para o processo de apropriação de signos sociais e “cria condições para uma
transformação significativa da consciência infantil, por exigir das crianças formas mais
complexas de relacionamento com o mundo”. (OLIVEIRA, 2007, p.160).
A brincadeira permite a construção de novas possibilidades de ação e formas inéditas de arranjar os elementos do ambiente. Os objetos manipulados na brincadeira especialmente, são usados de modo simbólico, como um substituto para outros, por intermédio de gestos imitativos reprodutores das posturas, expressões e verbalizações que ocorrem no ambiente da criança. (OLIVEIRA, 2007, p.160).
Vigotski (apud REGO, 1995) ao discutir sobre o papel do brinquedo no
desenvolvimento infantil, atribui uma ênfase importante à brincadeira de “faz-de-conta”,
como brincar de casinha, brincar de escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se
fosse um cavalo.
Este tipo de brincadeira é característico nas crianças que aprendem a falar e que,
portanto, já são capazes de representar simbolicamente e de se envolver numa situação
imaginária.
Percebe-se, então, que na brincadeira qualquer coisa pode transformar-se em outra,
sem limitações, pois quando a criança brinca, ela elabora hipóteses para a resolução de seus
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problemas e toma atitudes além do comportamento habitual da sua idade, em que transforma
o significado dos objetos de acordo com seus desejos, sem se preocupar em adaptar-se à
realidade, enriquecendo a sua identidade, porque vivencia outras maneiras de ser e de pensar.
Para Rego (1995), a criança passa a criar uma situação ilusória e imaginária para poder
satisfazer seus desejos não realizáveis. Esta é uma característica que define o brinquedo de um
modo geral. “A criança brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo mais amplo dos
adultos e não apenas ao universo dos objetos a que ela tem acesso”. (REGO, 1995, p.82).
Mesmo no universo de faz-de-conta, há regras que devem ser seguidas, que são
aquelas que fazem com que a criança se comporte de forma mais avançada do que aquela
habitual para a sua idade.
Nesse sentido, este trabalho pretende analisar a importância do brincar, e das
brincadeiras de faz-de-conta no desenvolvimento infantil, não apenas como um passatempo,
mas como atividades que possibilitam a aprendizagem de várias habilidades, bem como a
utilização das brincadeiras como uma ferramenta pedagógica.
Para Kishimoto (2010, p. 01):
O brincar é uma ação livre, que surge a qualquer hora, iniciada e conduzida pela criança, dá prazer, não exige como condição, um produto final, relaxa, envolve, ensina regras, linguagens, desenvolve habilidades, e introduz no mundo imaginário. Para nosso estudo considera-se todo o período da educação infantil como importante para a introdução das brincadeiras. Pela diversidade de formas de conceber o brincar alguns tendem a focalizar o brincar como característico de processos imitativos da criança, dando maior destaque apenas ao período posterior aos dois anos de idade. O período anterior é visto como preparatório para o aparecimento do lúdico. No entanto, temos clareza de que a opção pelo brincar desde o início da educação infantil é o que garante a cidadania da criança e ações pedagógicas de maior qualidade.
Assim, no primeiro capítulo, esse trabalho irá discutir as contribuições da perspectiva
histórico-cultural desenvolvida por Vigotski no que diz respeito aos processos de
desenvolvimento da criança na educação infantil e sua relação com as brincadeiras de faz-de-
conta.
No segundo capítulo, o trabalho irá abordar alguns aspectos do brincar na educação
infantil, visando a identificar a importância e os benefícios que o brincar traz para o processo
de ensino aprendizagem da criança.
No terceiro capítulo o trabalho irá analisar, através de uma pesquisa de campo e de
observações do ambiente escolar, as brincadeiras de que a criança participa diariamente na
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escola de educação infantil e sua contribuição para os processos de aprendizado e
desenvolvimento da criança.
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CAPÍTULO 1 - O PAPEL DA BRINCADEIRA NO
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: AS CONTRIBUIÇÕES DA
PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL
Toda criança brinca. Se no início do século XX, havia discussões sobre a necessidade
dos objetos e dos brinquedos serem adaptados às necessidades de aprendizagem da criança
(MONTESSORI apud ANGOTTI, 2003), hoje também não é diferente, mas tratando-se das
brincadeiras de faz-de-conta, torna-se necessária uma busca em alguns estudos que mostram o
que a brincadeira provoca e/ou favorece em cada fase do desenvolvimento da criança.
Na perspectiva Histórico-Cultural elaborada por Vigotski (1998) e seus colaboradores,
a brincadeira assume uma tarefa central no desenvolvimento dos processos psicológicos da
criança. Ao discutir a relevância das brincadeiras no desenvolvimento da criança, o autor
atribui importância significativa à brincadeira de faz-de-conta. “[...] a brincadeira de faz-de-
conta é privilegiada em sua discussão sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento”.
(OLIVEIRA, 1997, p. 66).
Para ele, a brincadeira tem papel fundamental na formação da criança, pois valoriza o
meio social como forma de aprendizagem humana. Sendo assim, na brincadeira a criança
socializa seus pensamentos e cria situações imaginárias que incorporam elementos do
contexto cultural no qual está inserida.
Segundo Rego (1995, p. 81):
A imaginação é um modo de funcionamento psicológico especificamente humano que não está presente nos animais nem na criança muito pequena. É, portanto, impossível a participação da criança muito pequena numa situação imaginária. Ela tende a querer satisfazer seus desejos imediatamente.
Ao citar as contribuições de Vigotski no que diz respeito à brincadeira da criança
pequena, podemos analisar que: “ninguém jamais encontrou uma criança muito pequena, com
menos de três anos de idade, que quisesse fazer alguma coisa dali a alguns dias, no futuro”.
(VIGOTSKI, 1984, p. 106 apud REGO, 1995, p. 81). Porém, as crianças pequenas, também
interagem com diferentes tipos de brinquedos, que são necessários para a aprendizagem futura
da representação e da imaginação.
Entretanto, na idade em que a criança frequenta a educação infantil, surge uma grande
quantidade de tendências e desejos não possíveis de serem realizados de imediato. Percebe-se
que o brinquedo surge justamente, quando a criança começa a experimentar tendências
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irrealizáveis, onde a mesma “envolve-se num mundo ilusório e imaginário, onde os desejos
não realizáveis podem ser realizados, e esse mundo é o que chamamos de brinquedo”.
(VIGOTSKI, 1998, p.122).
O termo “brinquedo” empregado por Vigotski se refere, principalmente, ao ato de
brincar e sempre que uma criança brinca, ela cria uma situação imaginária.
Segundo OLIVEIRA (1997):
Numa situação imaginária como a brincadeira de ‘faz-de-conta’, ao contrário, a criança é levada a agir num mundo imaginário (o ônibus que ela está dirigindo na brincadeira, por exemplo), onde a situação é definida pelo significado estabelecido pela brincadeira (o ônibus, o motorista, os passageiros, etc.) e não pelos elementos reais concretamente presentes (as cadeiras da sala onde ela está brincando de ônibus, as bonecas, etc.). (OLIVEIRA, 1997, p. 66).
De acordo com Vigotski (apud FONTANA E CRUZ, 1997) a brincadeira é
fundamental para desenvolver o pensamento da criança porque trabalha diversos aspectos que
contribuem no desenvolvimento emocional e cognitivo da mesma. Afirma que, ao brincar, a
criança age sobre os objetos como adultos. Assim, as brincadeiras das crianças pequenas
caracterizam-se pela reprodução de ações humanas realizadas em torno de objetos.
É importante ressaltar que a situação imaginária para Vigotski (1998) é pré- requisito
para que as crianças tornem-se conscientes da existência de regras nas brincadeiras.
Segundo Vigotski (1998):
O que restaria se o brinquedo fosse estruturado de tal maneira que não houvesse situações imaginárias? Restariam as regras. Sempre que há uma situação imaginária no brinquedo, há regras – não as regras previamente formuladas e que mudam durante o jogo, mas aquelas que têm sua origem na própria situação imaginária. Portanto, a noção de que uma criança pode se comportar em uma situação imaginária sem regras é simplesmente incorreta. Se a criança está representando papel de mãe, então ela obedece as regras de comportamento maternal. O papel que a criança representa e a relação dela com o objeto (se o objeto tem seu significado modificado) originar-se-ão sempre das regras. (VIGOTSKI, 1998, p.125).
Percebe-se que são as regras da brincadeira e o papel social que ela está representando
na situação imaginária que fazem com que a criança se comporte de forma mais avançada do
que aquela habitual para sua idade. Para Oliveira (1997, p.67), “o que na vida real é natural e
passa despercebido, na brincadeira torna-se regra e contribui para que a criança entenda o
universo particular dos diversos papéis que desempenha”.
Vigotski, citado por Fontana e Cruz (1997, p.126), nos diz:
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... é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos incentivos oferecidos pelos objetos externos.
Nota-se que na brincadeira os objetos perdem sua força determinadora e a criança
passa a operar com os significados das coisas. Só brincando é que ela vai começar a perceber
o objeto não da maneira que ele é, mas como desejaria que fosse.
Você já imaginou que um cabo de vassoura pudesse ser um cavalo de verdade? E que
valente cavaleiro! Na verdade o cavalinho de pau é um objeto tão simples que em algumas
épocas era utilizado pelas crianças como se fosse um meio de transformar o objeto em seu
mundo de faz–de-conta, de fantasia. Um príncipe em seu cavalo de pau chega feliz ao castelo,
ou até mesmo uma tropa, a fim de destruir o campo inimigo e seu herói montado em seu
cavalo de pau, são situações ilusórias e imaginárias que a criança cria para satisfazer seus
desejos irrealizáveis.
Complementando o que foi citado acima:
É através de seus brinquedos e brincadeiras que a criança tem oportunidade de desenvolver um canal de comunicação uma abertura para o diálogo com o mundo dos adultos, onde ela restabelece seu controle interior, sua auto-estima e desenvolve relações de confiança consigo mesma e com os outros. (GABARINO et al, 1992 apud BOMTEMPO, 2009, p.69).
Dessa forma, percebe-se que o brinquedo tem grande importância no desenvolvimento
psicológico da criança, pois cria novas relações entre situações imaginárias e situações da
vida real.
Segundo Vigotski (1998), é nas brincadeiras que a criança constrói suas necessidades
para aproximá-la do mundo adulto. O autor ainda explica que há mudanças em seu
desenvolvimento cognitivo e a criança torna-se capaz de aceitar novos componentes na
brincadeira, respeita as regras e dá significado a objetos que lhe permitem realizar a mesma
ação próxima do real.
1.1 – As brincadeiras e os níveis de desenvolvimento real e potencial,
segundo Vigotski
A teoria de Vigotski (apud REGO, 1995) destaca que é preciso considerar dois níveis
de desenvolvimento para se entender o processo pelo qual a criança passa durante seu
crescimento intelectual: o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento
potencial. Vejamos a seguir:
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Entende-se por nível de desenvolvimento real aquela aprendizagem de que já se tomou
conhecimento, aquilo que a pessoa já sabe fazer sozinha, sem ajuda de ninguém.
O nível de desenvolvimento potencial é referente ao que a criança ainda não consegue
fazer sozinha, porém com a mediação de outra pessoa ela pode executar a ação.
Entre esses dois níveis está aquilo que Vigotski chamou de “zona de desenvolvimento
proximal”.
A zona de desenvolvimento proximal (ZPD) pode ser definida da seguinte maneira:
Ela é distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de seu desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VIGOTSKI, 1998, p. 112).
Dentre as considerações do autor, a zona de desenvolvimento proximal seria o
caminho que a criança percorre para desenvolver funções que estão em processo de
amadurecimento, e serão consolidadas em um nível de desenvolvimento real.
É levando em consideração o conceito de zona de desenvolvimento proximal que
devemos pautar nossos esforços educativos, pois, como afirma Vigotski:
[...] aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje, será o nível de desenvolvimento real amanhã - ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com a assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã. (VIGOTSKI, 1998, p.113).
Vigotski, citado por Rego (1995), nos diz que:
O desenvolvimento da criança é visto de forma prospectiva, pois a zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentes em estado embrionário. Essas funções poderiam ser chamadas de brotos ou de flores do desenvolvimento, ao invés de frutos do desenvolvimento. (VYGOTSKY, 1984, p.94 apud REGO, 1995, p.73 e 74).
A zona de desenvolvimento proximal define caminhos que podem levar a criança à
aprendizagem, considerando que são os desafios que proporcionam um avanço no
desenvolvimento mental da criança.
Quando se refere ao desenvolvimento de uma criança, o que se espera é compreender
por qual caminho o desenvolvimento pode acontecer.
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Para Vigotski (1998), para se ter uma concepção plena de zona de desenvolvimento
proximal, deve-se levar em consideração o papel da imitação no desenvolvimento mental da
criança.
Para o autor (apud OLIVEIRA, 2010, p.65), “a imitação não é mera cópia de um
modelo, mas reconstrução individual daquilo que é observado nos outros”.
A discussão de Vigotski (apud OLIVEIRA, 2010), sobre a imitação nos remete à
questão da brincadeira, enfatizando a importância significativa que ela traz nos processos
iniciais de aprendizagem da criança, que também é responsável por criar uma zona de
desenvolvimento proximal. Leontiev (1988) diz que “[...] no brinquedo a criança sempre se
comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário;
no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade”. (LEONTIEV, 1988, p. 22
apud FONTANA E CRUZ, 1997, p. 129).
De acordo com Leontiev (1988, p. 122 apud FONTANA E CRUZ, 1997, p. 129),
assim a brincadeira é a atividade
[...] em conexão com a qual ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico da criança e dentro da qual se desenvolvem processos psíquicos que preparam o caminho da transição da criança para um novo e mais elevado nível de desenvolvimento.
Percebe-se que, na idade em que a criança frequenta a Educação Infantil, a atividade
imitativa que faz através dos brinquedos e brincadeiras, pode ser considerada uma atividade
condutora do desenvolvimento infantil, que cria oportunidades para ela realizar ações que
estão além de suas próprias capacidades, contribuindo para a sua aprendizagem e ampliando a
capacidade cognitiva da criança.
A zona de desenvolvimento proximal é o espaço que existe de aprendizagem através
da interação com outras pessoas e que colabora para a ampliação dos conhecimentos através
das relações com outros sujeitos mais experientes da cultura, ou seja, é a aprendizagem que
sem a ajuda externa seria impossível de ocorrer.
A criança traz para as brincadeiras a sua cultura, seu modo de ver o mundo que
favorece uma interação através das imitações, das ações cotidianas, contribuindo claramente
para o seu desenvolvimento. Dessa maneira, o brinquedo gera oportunidades para o
desenvolvimento intelectual, com ele a criança começa a adquirir motivação, as habilidades e
as atitudes necessárias para a sua participação social.
Nesse sentido, o ato de brincar é de extrema importância. Segundo Oliveira (2010):
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[...] a promoção de atividades que favoreçam o envolvimento da criança em brincadeiras, principalmente aquelas que promovem a criação de situações imaginárias, tem nítida função pedagógica. A escola, particularmente a educação infantil poderiam se utilizar deliberadamente desse tipo de situações para atuar no processo de desenvolvimento das crianças. (OLIVEIRA, 2010, p.69).
Ao considerarmos a relevância da brincadeira no desenvolvimento da criança, o
segundo capítulo irá destacar a relação entre a educação infantil e os espaços destinados à
brincadeira no ambiente escolar.
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CAPÍTULO 2 - O BRINCAR E A EDUCAÇÃO INFANTIL
Para compreender a importância do brincar na educação infantil faz-se necessário
retomar alguns pontos principais da história desse segmento de ensino no Brasil, a fim de que
se entenda o valor do espaço da brincadeira no desenvolvimento da criança pequena, assim
como, seu lugar na escola de educação infantil.
A Lei nº 4.024 de 1961, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seus artigos
23 e 24, nos diz que a educação infantil, ou seja, a educação pré-primária destina-se aos
menores de sete anos e seria ministrada em escolas maternais e jardins de infância.
(OLIVEIRA, 2007).
Em 1971, a Lei nº 5.692, determinou, em seu artigo 19, que os sistemas de ensino
velassem para que as crianças de idade inferior a sete anos recebessem educação escolar em
maternais, jardins de infância e instituições equivalentes.
A constituição de 1988 também estabelece os direitos da criança: à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à dignidade, à profissionalização, à cultura, à liberdade, ao
respeito, à convivência familiar e comunitária. Estabelece ainda, que a família, a sociedade e
o Estado sejam os responsáveis para que se faça cumprir a lei.
Em 1990, surge o Estatuto da Criança e do Adolescente, que concretizou as conquistas
dos direitos das crianças promulgados pela Constituição.
O grande avanço na Educação Infantil surge com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, Lei nº 9.394/96, que estabelece ser finalidade da educação o desenvolvimento
integral da criança de 0 a 6 anos de idade, observando seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social.
A partir da LDB de 1996, estudos e documentos são escritos a fim de se delimitar um
espaço educacional para as crianças pequenas, que articule a questão do cuidado com a
questão da educação, ou seja, do ensino dos conhecimentos produzidos pela humanidade.
Nesse contexto, a brincadeira se torna um dos recursos mais privilegiados na educação
das crianças que frequentam o ensino infantil.
Segundo Wajskop (2009):
Compreendida dessa forma, a brincadeira infantil passa a ter uma importância fundamental na perspectiva do trabalho pré-escolar, tendo em vista a criança como sujeito histórico e social. Se a brincadeira é, efetivamente, uma necessidade de organização infantil ao mesmo tempo em que é o espaço da interação das crianças, quando estas podem estar pensando/imaginando/ vivendo suas relações familiares, as relações de trabalho, a língua, a fala, o corpo, a escrita, para citar alguns dos
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temas mais importantes, então esta brincadeira se transforma em fator educativo se, no processo pedagógico, for utilizado pela criança para sua organização e trabalho. (WAJSKOP, 2009, p.37).
Aguiar (1998, p.36) diz que: “é na idade pré-escolar, mediante a brincadeira, a
fantasia, que a criança adquire maior parte de seus repertórios cognitivos, emocionais e
sociais”.
É fundamental saber que os brinquedos são de vital importância para o
desenvolvimento e educação da criança, por propiciar o desenvolvimento simbólico, estimular
a sua imaginação, a sua capacidade de raciocínio e a sua auto-estima.
Em relação às atividades escolares, toda escola de educação infantil precisa ter clareza
do que quer desenvolver na criança, pois é preciso preocupar-se se as crianças estão usando
brinquedos e materiais que realmente lhes possibilite um avanço em seu desenvolvimento,
tanto nas brincadeiras mais livres, como nas brincadeiras planejadas, dirigidas pelo professor.
Segundo Kishimoto (2009):
Hoje a imagem de infância é enriquecida, também com o auxílio de concepções psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o papel de brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil [...]. (KISHIMOTO, 2009, p.21).
Para Oliveira (2007), o professor deverá ser o incentivador no processo educativo da
criança, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou
seja, faz a mediação na elaboração do conhecimento.
Segundo Oliveira (2007):
Considerando a criança um agente ativo de seu processo de desenvolvimento, o professor infantil faz a mediação entre ela e seu meio, utilizando os diversos recursos básicos disponíveis: o próprio espaço físico da creche ou pré-escola com seu mobiliário, equipamentos e materiais, as tarefas e instruções propostas e, particularmente, sua maneira de se relacionar com a criança: como a observa, apóia, questiona, responde-lhe, explica-lhe, dá-lhe objetos e a consola. (OLIVEIRA, 2007, p.204).
Percebe-se a partir dos princípios aqui expostos, que o professor deverá contemplar a
brincadeira como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas possibilitando,
assim, que as manifestações corporais encontrem significado através da ludicidade presente
na relação que as crianças mantêm com o mundo.
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O educador deve ter consciência de que um trabalho interessante, de qualidade,
certamente terá grandes resultados no que diz respeito ao desenvolvimento psicomotor e
intelectual de seu aluno. Deve-se elaborar plano de aula adequado, com utilização de
atividade didática diferenciada capaz de motivar seu aluno a participar e desenvolver seus
conhecimentos.
Segundo Teles (1997, p. 15):
A brincadeira, o jogo, o humor colocam o indivíduo em estado criativo. Entretanto, se a brincadeira que estimula a criatividade só pode florescer num ambiente de liberdade e flexibilidade psicológicas, de busca de prazer, de auto realização, devemos concluir que o desenvolvimento daquela encontra-se profundamente vinculado aos objetivos educacionais.
Como vimos antes, o desenvolvimento infantil acontece através das brincadeiras, e é
através dela, que a criança começa a separar a fantasia da realidade e a extravasar os mais
diversos sentimentos. Interagindo com os brinquedos e jogos, ela também desenvolve
importantes habilidades motoras e intelectuais com mais facilidade.
Segundo Kishimoto (2010), as práticas pedagógicas devem garantir experiências
diversas. Para a autora, primeiro a criança adquire o “conhecimento de si e do mundo por
meio das experiências sensoriais, expressivas e corporais para movimentação ampla,
expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança”. (KISHIMOTO,
2010, p. 03). Essa possibilidade de adquirir diferentes tipos de experiências e
autoconhecimento colabora para as futuras aprendizagens das crianças.
Nesse sentido, a criança utiliza objetos domésticos, de uso cotidiano para novas
descobertas, como entrar em caixas, descobrir texturas, puxar carrinhos, subir em almofadas,
que são experiências interativas e motoras, em que se pode aprender e brincar pela repetição
das ações.
São inúmeras as experiências expressivas, corporais e sensoriais das crianças pelo brincar. Não se podem planejar práticas pedagógicas sem conhecer a criança. Cada uma é diferente de outra e tem preferências conforme sua singularidade. Em qualquer agrupamento infantil, há crianças que estão mais avançadas, outras, em ritmos diferentes. Dispor de um tempo mais longo, em ambientes com variedade de brinquedos, atende os diferentes ritmos das crianças e respeita a diversidade de seus interesses. (KISHIMOTO, 2010, p. 04).
Na Educação Infantil, um brinquedo na visão da criança, pode ser qualquer objeto que
ela possa usar no ato de brincar. Alguns deles permitem as crianças divertirem-se, e ao mesmo
tempo, ajudam no desenvolvimento da sua vida social, especialmente aqueles usados em
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jogos cooperativos. Assim, o professor “ao observá-la em suas atividades individuais ou
grupais, pode constatar quando a criança é alguém plena de desejos, que aguarda serem
realizados”. (OLIVEIRA, 2007, p.208).
Como afirma Kishimoto (2010, p. 01):
O brincar é a atividade principal do dia a dia. É importante porque dá o poder à criança para tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si, os outros e o mundo, repetir ações prazerosas, partilhar brincadeiras com o outro, expressar sua individualidade e identidade, explorar o mundo dos objetos, das pessoas, da natureza e da cultura para compreendê-lo, usar o corpo, os sentidos, os movimentos, as várias linguagens para experimentar situações que lhe chamam a atenção, solucionar problemas e criar. Mas é no plano da imaginação que o brincar se destaca pela mobilização dos significados.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), o brincar
é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia da
criança. É a partir do brincar que ela aprende a observar e a interagir com outras pessoas
desenvolvendo assim sua imaginação. Já quando utiliza a linguagem do faz-de-conta, a
criança amplia sua concepção sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais
ou personagens, criando um cenário no qual a criança é capaz de imitar a vida como também
de transformá-la. “Brincar é, assim, um espaço no qual se pode observar a coordenação das
experiências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipulados sugerem ou provocam
no momento presente”. (BRASIL, Vol. I, 1998, p.23). Ainda, segundo o RCNEI,
No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando. O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos. (BRASIL, 1998, VOL. I, p.27).
Percebe-se que para a criança aprender maneiras diferentes de brincar, ela precisa ter
contato com outras crianças, e com pessoas mais velhas em espaços dentro e fora da
instituição infantil.
Segundo Kishimoto (2010, p.1):
A criança não nasce sabendo brincar, ela precisa aprender, por meio das interações com outras crianças e com os adultos. Ela descobre em contato com objetos e
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brinquedos certas formas de uso desses materiais. Observando outras crianças e as intervenções da professora ela aprende novas brincadeiras e suas regras. Depois que aprende, pode reproduzir ou recriar novas brincadeiras. Assim elas vão garantindo a circulação e preservação da cultura lúdica.
Nesse sentido, cabe ao educador na educação infantil intervir de maneira adequada,
para proporcionar à criança conhecimentos, visando sempre satisfazer as suas necessidades,
com atividades diversificadas, favorecendo sempre a interação e o desenvolvimento da
criança. Mas para que isso ocorra, é preciso enfatizar nas propostas pedagógicas a formulação
de um currículo ligado às práticas cotidianas das crianças.
Segundo Oliveira (2007):
Construir uma proposta pedagógica implica a opção por uma organização curricular que seja um elemento mediador fundamental da realidade cotidiana da criança – as concepções, os valores, e os desejos, as necessidades e os conflitos vividos em seu meio próximo - e a realidade social mais ampla, com outros conceitos, valores e visões de mundo. Envolve elaborar um discurso que potencialize mudanças, que oriente rotas. Em outras palavras, envolve concretizar um currículo para crianças. (OLIVEIRA, 2007, p.169).
Assim, o currículo precisa ser entendido como um projeto coletivo, apropriado para
toda situação educativa, com concepções e decisões de profissionais, e também garantir a
participação da família e da comunidade em todo o processo.
Os ambientes de aprendizagem como recursos pedagógicos também requerem atenção
e planejamento, pois “não basta organizar a sala em “cantinhos”, se nela persistir uma
pedagogia centrada nas instruções do professor”, (OLIVEIRA, 2007, p.193). O que importa é
um ambiente funcional e estruturado para que haja uma boa integração entre alunos,
professores e demais pessoas que trabalhem na instituição.
Para Oliveira (2007):
Além da existência de parceiros envolvidos afetivamente com a criança e disponíveis para interagir com ela, as condições para a constituição de um rico ambiente interacional na creche ou pré- escola dependem igualmente da presença de suportes ambientais – mobiliários, equipamentos – que criem oportunidades de trabalho em subgrupos, especialmente em áreas preparadas para o desenvolvimento de atividades diversificadas estruturadas na sala de aula e também nos espaços comuns (o solário, a sala do grupo, o pátio coberto, o parque, etc.). Nesses espaços, as crianças exploram o ambiente e constroem significações. (OLIVEIRA, 2007, p.195).
Para a autora, o importante é a criança ser “acolhida e estimulada, ser inserida em
ambientes aconchegantes, cheios de diferentes materiais e com decoração estética bem
cuidada” (OLIVEIRA, 2010, p. 198), para assim perceber a riqueza das atividades elaboradas
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por ela, além de ampliar o mundo de sensações e percepções, como recurso para o seu próprio
desenvolvimento.
Sendo assim, no próximo capítulo analisaremos as situações de brincadeiras
organizadas pelas crianças e também situações propostas pela professora em uma escola de
educação infantil situada no interior do estado de São Paulo.
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CAPÍTULO 3 – AS BRINCADEIRAS DAS CRIANÇAS NA ESCOLA DE
EDUCAÇÃO INFANTIL
Para compreender a importância da brincadeira no desenvolvimento da criança que
estuda na escola de Educação Infantil, esse capítulo irá apresentar uma pesquisa de campo
realizada nas salas dos Maternais (crianças de 02 a 03 anos de idade) no segundo semestre do
ano de 2011 entre os meses de agosto e setembro em uma escola particular de uma cidade
localizada no interior do estado de São Paulo, procurando apreender nas relações de ensino
produzidas na escola, as situações de brincadeiras que envolvem as crianças em espaços livres
e situações organizadas pela professora, entrelaçando os dizeres dos autores estudados com a
observação feita ao longo da pesquisa.
3.1- A instituição
A escola onde foi realizada a pesquisa se localiza na área central de uma cidade no
interior do estado de São Paulo, sendo esta uma instituição particular que atende a uma
clientela sócio-cultural de classe média alta, porém a escola também oferece bolsas de estudos
para os alunos de famílias com menor poder aquisitivo. A maioria dos pais são funcionários
públicos, gerentes e funcionário de bancos, estudantes, vendedores do comércio,
administradores de empresas, donas de casa etc.
Com relação à educação básica, a escola atende em média 325 alunos, com idade
entre 2 a 16 anos, do Maternal ao Ensino médio, no período da manhã e tarde.1
Com relação à estrutura física da escola, o espaço é amplo, possui 1 biblioteca, 1
laboratório de Ciências, sala dos professores, 12 salas de aulas, 1 sala de artes, 1 cozinha, 1
cantina, 1 papelaria, 1 elevador, 6 banheiros sendo 1 reservado somente para a Educação
Infantil e o parque. Também há lugares destinados para secretaria e lavanderia.
As salas são de tamanho médio com exceção da sala da brinquedoteca que é pequena.
Os maternais exploram bastante o espaço físico externo da instituição, com exceção dos dias
chuvosos que por ser um espaço físico aberto ao tempo, nãohá possibilidade de utilizá-lo.
Todas as salas da Educação Infantil possuem lousas e varais com saquinhos com nome para
identificação de cada criança. 1 A escola onde a pesquisa foi realizada também oferece cursos técnicos, de graduação e pós graduação. Neste estudo, descreveremos apenas a organização da escola destinada ao atendimento da educação básica, mais precisamente com relação à Educação Infantil.
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A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 6h45 às 18h00, tendo alunos no
período da manhã e tarde. O período da manhã é destinado ao atendimento dos alunos do
Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, e à tarde a escola atende a Educação
Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).
Os momentos de entrada e saída dos alunos da Educação Infantil são flexíveis, mas a
instituição pede que os alunos cheguem e saiam num determinado horário para melhor
funcionamento e atendimento das crianças.
A pesquisa que ora é apresentada foi realizada nas salas dos maternais com crianças de
02 a 03 anos de idade, no período da tarde.
Algumas crianças chegam à escola acompanhadas pelos pais, outras pelas avós e
algumas são trazidas pelas vans. O horário de entrada da Educação Infantil é às 13h00 e os
alunos são recebidos pelas estagiárias da escola2 que ficam auxiliando a entrada e a saída, que
acontece a partir das 17h00.
Ao chegar à sala de aula as crianças organizam a mochila no lugar destinado, e depois
brincam com os brinquedos da sala até os demais alunos chegarem.
A rotina das salas onde foi feita a pesquisa envolve a oração do dia, atividades como
leitura de história, atividades de recortes, atividades com massinha ou em folha,
brinquedoteca, hora do lanche, hora de escovar os dentes, banho e troca de fraldas. A área
externa (parque) é usada em horários determinados para cada turma, a professora usa o espaço
externo conforme a necessidade e a disponibilidade do local.
O sono é algo que depende da necessidade da criança, e é respeitado na instituição.
Nas observações feitas sobre a rotina da sala de aula, considera-se que é bem tranquila,
a direção confia em seus funcionários e os pais que deixam as crianças na escola também
estão cientes de que elas serão bem cuidadas e educadas.
3.2 – As brincadeiras na educação infantil – O espaço da brinquedoteca
Durante a pesquisa realizada, nota-se que o brincar na educação infantil é de vital
importância no cotidiano das crianças, é como fórmula mágica, pois além de ajudar no
desenvolvimento da criança, é o caminho para a sua descoberta como sujeito singular.
Na instituição onde foi realizada a pesquisa, as crianças vão todos os dias ao parque e
também à brinquedoteca da escola e nota-se que é a hora preferida delas.
2 As estagiárias são alunas do curso de Pedagogia, oferecido pela própria instituição.
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Para o RCNEI:
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. (BRASIL, Vol. 2, 1998, p.22).
Durante a observação feita na brinquedoteca, percebe-se que os brinquedos, livros de
fantoches, os jogos e vídeos educativos são recursos que fazem com que as crianças viagem
em seu mundo imaginário, criem situações, pois é brincando que a criança estabelece uma
relação entre o mundo infantil e o mundo real do adulto.
Para Santos (2000, p.58):
Falar sobre brinquedoteca é, portanto, falar sobre os mais diferentes espaços que se destinam à ludicidade, ao prazer, às emoções, às vivências corporais, ao desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da auto-estima, do autoconceito positivo, da resiliência, do desenvolvimento do pensamento, da ação, da sensibilidade, da construção do conhecimento e das habilidades.
O brincar na escola é organizado pelo professor de forma diferente do brincar em casa
e em outro lugar, pois o professor associa tudo o que a criança faz ou fala em novos
conhecimentos, habilidades, e faz com que as crianças entendam as suas possibilidades e
limitações do momento, desenvolvendo o conhecimento de normas e valores. Trabalhar
também com os conflitos e frustrações originárias das situações de disputa de papéis, próprias
das brincadeiras.
A brinquedoteca onde foi realizada a pesquisa é pequena, mas o acervo é bastante
explorado pelos alunos. Os brinquedos e jogos ficam organizados em prateleiras de fácil
acesso para crianças
Para Santos (2010, p. 32):
É importante valorizar o acervo em uma proposta lúdica, pois quando os brinquedos e jogos são selecionados, analisados, classificados e dispostos de maneira prática, pressupõe-se que há qualidade nesse processo. Mas a clareza de uma proposta lúdica não está na quantidade ou na qualidade dos brinquedos e dos jogos, e sim na postura do educador e na dinâmica das atividades.
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Para podermos visualizar as interações entre as crianças e entre as crianças e a
professora no espaço da brinquedoteca, iremos relatar um episódio em que a brincadeira passa
a ser mediada por uma história de um conto clássico infantil.
Em um dos dias visitados pelas crianças na brinquedoteca, acompanhadas pela
professora, os alunos interagiam uns com os outros montando quebra cabeças, cantando,
pulando, brincando livremente, brincadeiras que despertavam a imaginação. A professora
sempre auxiliava quando necessário, mas sem interferir na criação das brincadeiras das
crianças.
Nesse dia, um dos alunos do Maternal fez que estava lendo uma historinha.
_ O lobo mau apareceu e mordeu a Bi3, disse o Re.
_ E comeu o Pe e a Ga... rsrsrs e depois gormiu.
Todos riram juntos.
Uma das alunas imaginou que estava regando as flores, com um regador de brinquedo.
Percebe-se que a criança cria uma situação imaginária e é nessa situação que ela
constrói um conhecimento físico e social sobre o mundo que a cerca. Assim, é na brincadeira,
que a criança passa a reconhecer o mundo através das suas representações, ampliando o seu
desenvolvimento.
Para Oliveira (2007):
[...] a criança pequena exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas, possibilitadas especialmente pelos jogos de faz- de-conta e os de alternância, respectivamente. Ao brincar a criança passa a compreender as características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o papel de outro na brincadeira, começa a perceber as diferentes perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característico de seu pensamento verbal. (OLIVEIRA, 2007, p.160).
Nesse sentido, ter espaços na escola que possibilitem a criação e o uso da imaginação
nas brincadeiras é de fundamental importância para o desenvolvimento da linguagem e dos
processos psicológicos superiores, como nos diz Vigotski (1998).
3.3 – As brincadeiras realizadas no parque
O parquinho desta instituição é amplo e possui gangorra, gira-gira, casinha de boneca
onde se guardam os brinquedos pequenos e bancos para se sentar. 3 Os nomes dos alunos serão representados na pesquisa por suas letras iniciais.
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Como a hora do parque é bastante esperada pelas crianças, quando chega o momento
da ida a esse local, os alunos ficam inquietos e pulando. Na hora que a professora pede para
formar o trenzinho (fila), os alunos o fazem cantando até chegar ao parque.
Nota-se que a professora intervém com as crianças, criando oportunidades para que
elas aprendam a participar das brincadeiras, esperar a sua vez para brincar e valorizar os seus
sentimentos.
Segundo o RCNEI:
A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de educação infantil, as crianças possam, em situações de interação social ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de perguntas e respostas, da construção de objetos e brinquedos etc. Para isso, o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. (BRASIL, Vol. 1, 1998, p.30).
Nas interações e nas brincadeiras realizadas no parque as crianças brincam de variadas
situações. São super heróis, fadas, mamãe, papai, filhinha, dirigem trem, ônibus, assistem à
televisão e imaginam todo o mundo que está à sua volta.
Na situação apresentada a seguir, uma das alunas aproximou-se da professora e disse:
-Oi, eu sou a Re, você faz um doce de banana?
- Faço sim, disse a professora.
Ao ouvir o dizer da professora, a Re correu na casinha de brinquedo e pegou algumas
bolinhas de plástico. Quando voltou disse:
-Qué sorvete de uva e morango? Disse Re.
-Não mexa aquiii (disse Re para a Be).
Enquanto isso as crianças que estavam no gira-gira, imaginavam que estavam dentro
de um carro ou talvez um ônibus, e diziam que estavam indo para o shopping, andar de
trenzinho.
Com os pés eles aumentavam e diminuíam a velocidade do gira-gira.
Re continuava brincando de fazer sorvete.
-Eu quero de chocolate, disse Be.
-Ainda não tá pronto, falou Re.
- O meu é de palito, gritou He.
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Re não deixava ninguém mexer em seu brinquedo que imaginava ser um sorvete (era
um cone e uma bolinha) e se alguém tentasse brincar com as bolinhas, ela começava a gritar.
-Nãoooo mexa lá, dizia Re.
Dois meninos brincavam que estavam jogando vídeo game, com duas peças de
encaixes, corriam de um lado para outro como se estivem correndo com carrinhos.
-Vummmm, vumm... bibi... bibi..., diziam eles.
Podemos observar que nessas situações, as crianças vão trazendo para a brincadeira,
situações vivenciadas em seu cotidiano, pois possuindo experiências sobre alimentação,
cozinha, transportes, as crianças conseguem transpor para a brincadeira, momentos e
situações que só os adultos podem realizar.
Na brincadeira vivenciada por Re e suas amigas, Re tem dificuldades de compartilhar
seus brinquedos com as demais. Intervindo e fazendo as mediações, a professora vai
organizando as situações de brincadeira para que as crianças aprendam a dividir, compartilhar
e colaborar com as invenções que o grupo realiza.
3.4 – A hora da história
A hora da história é bastante esperada pelas crianças. A professora pede para os alunos
irem até o cantinho da leitura e fala para que se sentem em círculo. Conforme ela vai lendo,
vai interagindo com as crianças e, assim, elas vão imaginando, fazendo caretas, dando risadas.
Dessa maneira faz com que desenvolvam emoções prazerosas e de forma significativa.
Depois que a professora contou a história, alguns alunos também quiseram contar,
então Isa foi a primeira.
A ovelhinha rosa.
Era uma vez a ovelha rosa que era rosa, a ovelha rosa pintava tudodinho, tudo de
rosa, até a casa do cavalo, aí bagunçou tudo de lama, tudo, e daí, e os outros riram dela
porque só ela era rosa, e daí ela ficou triste, e aí um dia ela falou porque só eu sou rosa,
daí a galinha disse: porque você não pinta tudo de rosa, e pintou tudinho de rosa, pintou
a cabritinha, o pintinho, a galinha tudo de rosa, e daí ficou tudo rosa, e daí deu chuvão e
tirou tudo a tinta, menos da ovelha, e um dia eles ficaram felizes para sempre.
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Nota-se que na hora em que ela conta a história, mesmo não sabendo ler, ela imagina,
elabora fantasias e constrói um repertório de ideias para expor aos demais alunos. Mediada
pela leitura da professora em sala de aula, Isa cria sua própria história e mostra um mundo
cheio de criatividade e linguagem. Ao entrar em contato com as histórias, inicialmente através
da leitura da professora, a criança amplia o seu vocabulário e aprende a usar novas palavras
em novos contextos de uso social.
Segundo Fontana e Cruz (1997), a relação entre pensamento e palavra analisada por
Vigotski,
[...] não é uma coisa, mas um processo, um movimento contínuo de vaivém do pensamento para a palavra, e vice versa. Nesse processo, a relação entre o pensamento e a palavra passa por transformações [...]. (VYGOTSKY, 1987 apud FONTANA e CRUZ, 1997, p.86).
Com base nesses aspectos, percebe-se que a leitura é uma forma de acesso ao universo
simbólico, importante para o desenvolvimento da criança. Quanto mais cedo a criança tiver
acesso aos livros e perceber o prazer que a leitura produz, maior será a probabilidade de ela
tornar-se um adulto leitor. Da mesma forma, através da leitura a criança adquire uma postura
crítico-reflexiva, extremamente relevante à sua formação cognitiva.
3.5 – A hora do banho e a hora da troca
Após o lanche, as crianças escovam os dentes e aquelas que ainda usam fraldas tomam
banho uma de cada vez. A professora transforma essa hora em uma atividade lúdica e de
aprendizagem, onde a mesma canta com eles, havendo interação entre ambos, tornando-se,
assim, um momento de descontração e relaxamento.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Vol. 2, 1998,
p.58):
Os procedimentos com a higiene e proteção da pele, proporcionam bem-estar às crianças e permitem que elas percebam a sensação de estar seca e molhada. A observação, pelo professor, da freqüência das eliminações, do aspecto do cocô e do xixi e do estado da pele da criança fornece dados sobre a saúde e o conforto de cada criança e aponta para outros cuidados que forem necessários.
Nesse sentido, a escola de Educação Infantil precisa organizar os espaços e os
ambientes, onde a criança se sinta segura e que venha satisfazer as necessidades dela, e ainda
possibilite sua socialização com o mundo e com as pessoas que a cercam.
Para Oliveira (2007, p. 193):
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[...] o ambiente das creches e pré-escolas pode ser considerado como um campo de vivências e exploração, zona de múltiplos recursos e possibilidades para a criança reconhecer objetos, experiências, significados de palavras e expressões, além de ampliar o mundo de sensações e percepções. Funciona esse ambiente como recurso de desenvolvimento, e, para isso, ele deve ser planejado pelo educador, parceiro privilegiado de que a criança dispõe.
Com base nesses aspectos, podemos perceber que as crianças precisam de tempo e
espaços para brincar, pois além de incorporar valores morais e culturais, é a forma mais
completa que elas têm de se comunicar consigo mesma e com o mundo.
Na escola onde a pesquisa foi realizada pudemos perceber que a brincadeira ocupa a
maior parte dos espaços das atividades organizadas pela professora, seja através de momentos
criados pelas brincadeiras livres em que a imaginação e o faz-de-conta prevalecem, seja
através de momentos criados pela professora numa roda de história, brincadeira de roda etc. A
brincadeira, nesse sentido, passa a ser parte constitutiva da aprendizagem e do
desenvolvimento intelectual da criança.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que a brincadeira e o brinquedo fazem parte da infância e que toda
criança tem direito de brincar, o trabalho apresentado buscou entender a relação do brinquedo
e das brincadeiras de faz-de-conta na educação infantil.
Compreendemos que o mais importante nas brincadeiras de faz-de-conta é a satisfação
em brincar, e que, favorece a aprendizagem e o desenvolvimento de um modo prazeroso.
Através das contribuições da perspectiva histórico-cultural estudadas nesse trabalho,
foi possível compreender que a brincadeira de faz-de-conta e as demais brincadeiras
desenvolvidas pela criança são capazes de produzir efeitos significativos no seu
desenvolvimento afetivo, motor, social e cultural.
É evidente que cada criança busca realizar no seu mundo imaginário o que não é
possível na vida real, mostrando também seus desejos mediante as elaborações de seus
conflitos.
Os brinquedos e objetos utilizados pelas crianças para brincar tormam-se importantes
e muitas vezes deixam o sentido real, transformando-se em personagens imaginários capazes
de transmitir segurança à brincadeira realizada pela criança. Para ela um objeto pode ser seu
super herói, outro pode ser o inimigo derrotado, pois é na brincadeira que o desenvolvimento
cognitivo aparece criando soluções para a situação de maneira confortável.
Na idade pré-escolar a criança, na interação com outras crianças e com a professora,
apreende experiências próprias de seu grupo social e vai se constituindo enquanto sujeito
singular. Nesse sentido, como afirma Vigotski (1998) na brincadeira através da aproximação
com as situações de vida real, a elaboração do desenvolvimento mental da criança vai se
ampliando e se modificando.
Ao imitar um adulto, a criança busca na brincadeira as características do seu
personagem e transforma os pequenos objetos em seres que completam o quadro de sua
fantasia. É interessante observar a forma de brincar da criança e as imitações que faz com seu
mundo real e a organização de sua imaginação.
Durante a pesquisa de campo, observou-se a linguagem, o repertório de palavras e
como se dá a brincadeira entre alunos da mesma faixa etária. Um ponto comum entre as
brincadeiras que as crianças realizavam foi a satisfação e o desejo de estar brincando com
outras crianças e as soluções encontradas para a elaboração de seus conflitos.
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Nas brincadeiras realizadas pelas crianças, havia sempre a criação de personagens
representando um comandante, o vilão da história, a mocinha etc. revelando o mundo de
compreensão, de leitura e de criação de papéis.
Nesse sentido, este estudo pretendeu contribuir com o profissional da Educação
Infantil, sobre a importância de valorizar as brincadeiras de faz-de-conta e os jogos para o
desenvolvimento da criança. Seguindo a perspectiva teórica de Vigotski (1998), concluímos
que é de extrema relevância que as crianças tenham espaços na escola que proporcionem o
desenvolvimento de brincadeiras, pois compreendemos que é através dos jogos e das
brincadeiras que a criança desenvolve sua curiosidade, a atenção, a autonomia, sua capacidade
de resolver problemas e todos esses fatores fazem parte da aprendizagem e são constitutivas
do desenvolvimento da subjetividade da criança.
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REFERÊNCIAS
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34
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