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O perdãO de deus

Como podemos saber que não fomos longe demais? Como podemos estar

certos de que não nos tornamos imperdoáveis aos olhos de Deus? A resposta não se encontra em nossa capacidade de esquecermos ou em nossa capacidade de perdoarmos a nós mesmos, ou mesmo em nossa capacidade de nos sentirmos perdoados. A resposta se encontra no que Deus fez para carregar a dor e o castigo que nós merecemos. A nossa oração é que você e eu encontremos, por meio das páginas deste livreto, uma liberdade de consciência que nos compelirá a investir o resto de nossas vidas falando a outros sobre o maravilhoso perdão de Deus.

Martin R. De Haan II

Sumáriorio de Perdão ......................... 2

Fomos muito maus para merecer o perdão? ................ 5

O amor de Deus é igual à Sua ira ....................6

A misericórdia de Deus é igual à Sua justiça .............8

O perdão de Deus é igual à nossa culpa.........11

Diferentes tipos de perdão ...............................14

o que dizer do pecado imperdoável? .........................16

Três heresias a respeito do perdão ..............................19

Algumas perguntas comuns ...................................23

os efeitos da culpa ..............27

Exemplos bíblicos de pessoas perdoadas .........29

“Deus me perdoaria?” ........31

Título original: The Forgiveness of God iSBN: 978-1-58424-090-7ilustração da capa: © rBC ministries, Terry Bidgood PorTuGuESEAs citações bíblicas são extraídas da Ed. revista e Atualizada de J. F. de Almeida © 1993 Soc. Bíblica do Brasil. © 2003,2004,2009 rBC ministries, Grand rapids, michigan, uSA Printed in USA

G0591_OPerdaoDeDeus.indd 1 31.03.09 11:09:01

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riO de perdãO

A s cataratas do Iguaçu, localizadas na fronteira do Brasil

com a Argentina, tem uma queda média de 60 m, com enorme volume de água e forte correnteza. Entretanto, estas não são as maiores cataratas do mundo. As cataratas Vitória, na África, com altura de 108 m também não são. Embora estas últimas tenham quase o dobro que as cataratas do Iguaçu, comparadas com as cataratas do Anjo, na Venezuela, ainda são minúsculas. Com altura de 979 m, as cataratas do Anjo são cerca de 20 vezes mais altas que as do Iguaçu! Imagine uma pessoa sendo arrastada pela correnteza das cataratas do Anjo, Vitória ou Iguaçu. A diferença de tamanho que existe entre as cataratas, não teria a menor importância para ela. Haveria um ponto além do qual não se poderia regressar. Além deste ponto há apenas a…

necessidade da misericórdia do céu. A história do fracasso moral de cada ser humano é semelhante. Uma queda moral pode parecer maior que a outra. Mas, para alguém sendo arrastado pelas águas do fracasso, há pouca diferença. Tiago 2:10 diz, “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” Uma vez que deixamos a margem e somos arrastados pelas águas do pecado e da culpa, tudo o que nos resta é a necessidade de misericórdia. Tudo o que podemos esperar é o tipo de perdão que o rei Davi buscou depois de seu adultério com Bate-Seba (2 Samuel 11). Nas garras da culpa, que incluía o encobrimento do pecado e o assassinato, Davi gritou:

Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.


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Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim (Salmo 51:1-3).

O pecado de Davi era imperdoável? Segundo a Bíblia, não! A sua história permanece como uma eterna lembrança de que uma pessoa que se arrepende pode encontrar fontes inesgotáveis de misericórdia no perdão de Deus.

Há esperança para aqueles que não conseguem

perdoar-se?

Sem a certeza do perdão, a vida pode terminar em desespero. Este foi o caso de um jovem universitário. Durante uma viagem de caça ao Canadá, sob uma forte tempestade de neve, ele se separou de seus dois amigos.

Apesar de ter se refugiado em uma cabana solitária, ele morreu antes de chegar o socorro. Quando seu corpo foi encontrado, descobriram uma nota que dizia:

Querida mãe, estou com fome e frio. Temo que morrerei. A única pergunta que não consigo responder é esta: “Será que Deus me perdoará?”

Embora tivesse crescido num lar cristão, ele se tornara um agnóstico na universidade. Ele morreu, perguntando se Deus o perdoaria pelo caminho que havia tomado. Algumas vezes, a culpa faz com que as pessoas queiram morrer. Depois dos tiros fatais em uma cantora de música americana-texana, a mulher que puxou o gatilho e a matou, implorou a Deus que lhe perdoasse. Em uma conversa gravada que teve com a polícia, expressou angústia e disse: “Veja o que eu fiz… Eu nunca me perdoarei… Não mereço viver.”


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Muitos de nós vimos outro exemplo de esmagadora culpa na jovem mãe que suplicava em rede nacional de televisão, para que lhe devolvessem seus filhos desaparecidos. Vimos mais tarde ela confessar que havia matado os seus bebês.

Se Deus pode perdoar um

assassino serial, talvez haja

esperança para todos nós.

Existe esperança àqueles que odeiam a si mesmos pelo que fizeram? Até que ponto Deus demonstrará misericórdia? E o que podemos dizer dos assassinos seriais que afirmaram ter encontrado a paz espiritual, atrás das grades? Enquanto a sociedade lamentava a perda de suas vítimas, estes homens disseram antes da sua morte

que a recente fé em Cristo lhes dera a certeza do perdão de Deus. Deus pode perdoar um assassino serial? Seria moral Deus perdoar alguém assim? Este perdão não vitimaria novamente as famílias e amigos dos mortos? Ou a verdade mais importante é — se Deus pode perdoar assassinos seriais que se entregam à misericórdia de Seu Filho, então talvez haja esperança para todos nós? E nós? Não estamos tão preocupados em fazer justiça a um assassino serial, tanto quanto estamos por encontrar misericórdia para nós mesmos? E se não conseguirmos perdoar a nós mesmos? O que dizer da vergonha e do autodesprezo que está acabando com a nossa vida? Será que avançamos o limite? Deus pode nos perdoar de…• Profanidade• Perversãosexual• Violência• Ciúme


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•Mentira• Egoísmo• Negligênciacomopais• Divórcio• Embriaguez• Negligência• Promessanãocumprida• Ingratidão

FOmOs muitO maus para merecer O perdãO?

Se dermos crédito às nossas emoções, podemos pensar que

fomos longe demais. O nosso autodesprezo parece que é merecido. Mas há esperança. Deus quer que creiamos em Sua capacidade de perdoar os pecados, mesmo os pecados que não conseguimos esquecer. Mas o que sabemos a respeito deste perdão? O que a Bíblia nos diz? O perdão acontece automaticamente? Para todos? Sempre? Segundo

a Bíblia, não! A oferta do perdão de Deus vem com condições. Embora Ele esteja pronto para perdoar qualquer pecador arrependido, Ele não os perdoa automaticamente, e Ele não é obrigado a fazê-lo. O Seu perdão não significa que podemos ignorar as leis e suas consequências naturais ou legais (Gálatas 6:7). As Escrituras também nos mostram que há rios de água viva trazendo o perdão, que encobrem os nossos fracassos pessoais. Nas páginas a seguir, veremos como Deus sofreu pessoalmente para se tornar “justo e o justificador” (Romanos 3:26) daqueles que não merecem mais viver. Neste processo, veremos que:1. O amor de Deus

é igual à Sua ira.2. A misericórdia de Deus

é igual à Sua justiça.3. O perdão de Deus é

igual à nossa culpa. Por meio da sabedoria do Seu amor, Deus encontrou um caminho para satisfazer as exigências da Sua lei,


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enquanto continua a oferecer o perdão ao pior dos pecadores. Para que seja mais fácil comunicar aos outros as boas-novas desta misericórdia, trabalharemos com um simples diagrama para ilustrar os problemas e as soluções do perdão de Deus.

O amOr de deus é igual à sua ira

AMOR DEUS IRA

CRISTO

NÓS

Jonathan Edwards fez o seu famoso sermão no dia 8 de julho de 1741: “Pecadores sob a ira de Deus.” Edwards pregou a uma congregação tão traumatizada que alguns se agarravam aos bancos com medo de deslizarem para as chamas do inferno. Edwards

apelou: “Ó pecador, considera o temível perigo no qual estás. É um grande forno de ira, um abismo largo e sem fundo, cheio do fogo da ira que está sobre ti, na mão desse Deus cuja ira é provocada e está acesa contra ti, tanto quanto contra os condenados ao inferno. Estás pendurado num fio muito fino, com as chamas da ira divina ardendo ao teu redor e prontas para queimar-te a qualquer momento.” Edwards continuou dizendo: “A miséria à qual tu estás exposto é aquela que Deus te vai infligir, a ponto de te mostrar o que é a ira de Jeová.” Deus tem em mente mostrar aos anjos e aos homens, ambas as coisas — a excelência do Seu amor e também o quão terrível é a Sua ira. A nossa geração desconhece a ênfase que Edwards deu à ira de Deus. Não obstante, algo incrível aconteceu quando ele citou


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muitas passagens bíblicas, alertando sobre a ira de Deus. Homens e mulheres aterrorizados despertaram de seu pecado para ver a desesperada necessidade que tinham do perdão de Deus. A ira de Deus não é uma negação de Seu amor.

[…] temei, antes, aquele que pode fazer perecer no

inferno tanto a alma como o corpo. —mateus 10:28

A Sua ira significa que Ele nos ama tanto que não pode ignorar o dano que estamos fazendo a nós mesmos e aos outros. Entrelaçado na maior história de amor que o mundo já conheceu, está descrito o drama de um Deus que ama a ponto de odiar o mal. Ele ama tanto que chega a irar-se com os religiosos que minimizam o pecado em suas

próprias vidas, e se afastam daqueles que necessitam de misericórdia. Ele ama a ponto de irar-se com aqueles que reduzem o pecado a legalismos insignificantes, enquanto ignoramos as necessidades dos outros. Desde que Deus se revelou na imagem de Seu Filho (Colossenses 1:15), encontramos em Jesus uma figura perfeita do equilíbrio entre o amor e a ira celestial. Jesus amava tanto que chegou a se irar (Mateus 21:12). Ele amou tanto que nos advertiu sobre a ira de Deus (João 3:36), afirmando que o Seu amor é igual à Sua ira (João 3:16). Não podemos aceitar qualquer incompreensão entre o amor e a ira de Deus. Jesus não veio para nos condenar (João 3:17). Ele veio para nos salvar dos nossos pecados e da Sua própria ira. Muito antes do sermão de Jonathan Edwards, Jesus disse: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma;


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temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10:28). A verdade a respeito do amor e da ira de Deus não se encontra de forma isolada nem no Seu amor nem na Sua ira. A verdade é que o amor divino é igual à ira divina e devido ao Seu amor, Ele encontrou uma maneira de mostrar misericórdia.

a misericórdia de deus é igual à sua justiça

AMOR DEUS IRA

MISERICÓRDIA CRISTO JUSTIÇA

NÓS

A sociedade perturba-se quando um crime permanece impune. Queremos que o culpado pague pelo

assassinato de uma criança. Os costumes no Oriente Médio exigem que se pratique a vingança contra os atentados a bombas. A exigência por justiça está profundamente enraizada. Deus, no Antigo Testamento, estabeleceu o princípio de justiça olho por olho, vida por vida, em um contexto de testemunhas legais e processo adequado (Deuteronômio 19:21). Como pode esse mesmo Deus perdoar um pecador? Como exercer justiça, a não ser castigando a parte culpada? Quem pode aceitar a responsabilidade por nossos pecados? Existe somente outra possibilidade. Além de nós mesmos, o único que pode se responsabilizar é aquele que nos deu a liberdade para pecar. Assim como um pai que permite a seu filho não habilitado a dirigir, que use o carro da família, Deus nos deu a liberdade, o tempo e a capacidade para pecar. É possível que Ele mesmo


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se ofereça para pagar nossos danos? Conforme as Escrituras é exatamente isso o que Deus fez. Com alto custo pessoal, Deus pagou o preço pelo nosso pecado. Retrospectivamente, podemos ver que Deus planejava pagá-lo, quando disse: “Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma” (Levítico 17:11). Acaso temos aqui um reconhecimento oculto da culpa divina? Será que Deus admitia a possibilidade de ter cometido um erro ao nos dar capacidade moral e liberdade de escolha? Será por isso que Ele consentiu um sistema de rituais de sacrifícios que acabariam lhe causando dor inexplicável? Não! O último livro da Bíblia mostra que os coros do céu declararão por toda a eternidade que Deus é santo em tudo o que Ele é e faz (Apocalipse 4:8). Por toda a eternidade, o céu

mostrará que Deus estava certo dando-nos a liberdade para pecar. A eternidade mostrará a Sua sabedoria em deixar-nos descobrir o preço do pecado e as terríveis consequências da nossa deliberada desobediência. Por toda a eternidade, o céu também honrará a justiça e a misericórdia do criador, o qual escolheu, amorosamente, levar a carga da nossa rebeldia.

“Quanto você me ama?” Perguntei. “Tanto assim,” Ele respondeu. Daí abriu Seus

braços e morreu.

O pagamento pelo nosso pecado teve custos eternos. Num ato de autossacrifício sem igual, Deus construiu uma ponte de duas vias, de misericórdia e justiça, sobre o abismo do pecado que


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nos separava dele. Na terra, executores romanos cravaram pregos nas mãos e nos pés do único Filho de Deus. No céu, um Pai sofreu como nenhum pai humano jamais sofreu. Quando tudo havia terminado, Deus aceitou o sacrifício como pagamento suficiente pelo nosso pecado. A justiça estava feita. Nos momentos eternos e na agonia infinita do Filho, que clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46), o próprio criador se fez pecado por nós (2 Coríntios 5:21). Três dias mais tarde, Cristo ressuscitou corporalmente dos mortos. Com o milagre da Ressurreição, Ele mostrou que o céu aceitara o Seu sacrifício. Um rio de infinitas misericórdias começou a jorrar da cruz, sobre a qual Ele morrera. Um fundamento legal fora colocado para a doutrina da justificação por fé. Segundo o apóstolo Paulo, Deus é justo para justificar (declarar justo) a todos os

que vêm a Cristo por fé. Em Romanos 3, ele escreveu:

Ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus (vv.20-26).


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O perdãO de deus é igual à nOssa culpa

AMOR DEUS IRA

MISERICÓRDIA CRISTO JUSTIÇA

PECADOSPERDOADOS NÓS CULPA

REMOVIDA

Neste ponto, para completar o diagrama, podemos escrever pecados perdoados e culpa removida nos espaços livres. A morte de Cristo na cruz teve alcance ilimitado e por isso, recebemos o perdão não somente pelos pecados do passado, mas por todos os pecados — passados, presentes e futuros. de uma vez por todas. No momento em que confiamos em Cristo como Salvador, recebemos a imunidade do castigo. O assunto está encerrado. Nosso caso está liquidado e

Deus não abrirá novamente os arquivos da nossa culpa. Assim como na terra os tribunais honram o princípio de que uma pessoa não pode ser condenada duas vezes pelo mesmo crime, assim o céu não julgará duas vezes aqueles cujos pecados foram punidos em Cristo. Não seremos julgados novamente pelos pecados que Ele carregou em nosso lugar. A maravilhosa verdade da justificação é que Deus por Sua própria autoridade nos absolve. Embora não nos “faça” justos, Ele “declara” justo todos os que apelaram à morte de Cristo como pagamento por seus pecados. Porque “aquele (Cristo) que não conheceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós” (2 Coríntios 5:21), Deus pode ser “justo” e o “justificador” daqueles que aceitam o Seu próprio pagamento pelos seus pecados (Romanos 3:26). Isto significa que não precisamos prestar contas


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pelas coisas más que fizemos? Não. Ainda estamos sujeitos às consequências naturais e legais. Ainda podemos arriscar nossa reputação, saúde, e relacionamentos se formos inconsequentes. Mas não perderemos o céu. Ainda poderemos perder recompensas e não escutar um “muito bem” diante do tribunal de Cristo, onde o Senhor nos fará prestar contas como Seus filhos. Mas aqueles que estão em Cristo, nunca serão condenados pelos seus pecados. Por isso o apóstolo Paulo pôde escrever:

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus (Romanos 5:1,2).

É importante lembrar que a palavra justificados

neste versículo, é um termo legal. Era usado nos antigos tribunais para descrever a condição de uma pessoa que pagara a pena completa pelo seu delito e era restaurada ao seu lugar na sociedade. Basicamente, Deus diz à pessoa que confia em Cristo: “Os teus pecados já foram pagos. Meu Filho morreu por ti. Portanto, tu és justo diante de mim por meio dele. Tu foste perdoado de todos os teus pecados de uma vez por todas!” completo. O perdão que Deus oferece é abrangente. É completo e definitivo, não só até o próximo pecado inevitável. Por isso, Paulo pôde citar numa outra carta o Salmo 32:1-2 quando escreveu:

Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado (Romanos 4:7,8).


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Vejamos três termos importantes neste versículo, que demonstram a totalidade da misericórdia de Deus. Perdoadas. Pense num jovem alpinista lutando penosamente para subir por um caminho íngreme, com uma mochila pesada em suas costas. O fardo lhe é pesado. Ele enfraquece, fica para trás e cai ao chão. Então um alpinista mais velho retrocede, tira a mochila do jovem e a coloca em suas próprias costas. O jovem alpinista se sente revitalizado, livre, e recomeça a subir com alegria em seu coração. A palavra traduzida perdoadas significa “tirar ou levar embora.” Quando Deus nos perdoa é isto o que acontece à nossa culpa. Cobertos. Quando confiamos em Cristo, os nossos pecados são removidos para sempre. A palavra grega traduzida por “cobertos” em Romanos 4:7 significa “cobrir completamente, apagar.” Isto significa que desaparecem para sempre.

Portanto, não precisamos nos preocupar em sermos novamente confrontados por esses pecados. Não serão relembrados no juízo. São removidos completamente. Esta promessa feita a Israel, se aplica a todos os que confiam em Cristo:

Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro (Isaías 43:25).

Jamais imputará. A palavra imputar significa “transferir para uma conta.” Deus transfere para Cristo os nossos pecados e transfere para a nossa conta a justiça de Cristo. Ele não irá considerar os nossos pecados. Eles não afetarão a nossa posição no céu. A prestação de contas que se fará diante do tribunal de Cristo envolverá apenas as recompensas que ganharemos ou perderemos. A questão a ser tratada naquele julgamento não será o castigo.


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Se você nunca experimentou o perdão de Deus, ele poderá ser seu agora mesmo. Tudo o que você tem que fazer é optar pessoalmente em confiar naquele que fez tanto por você. Leia estes versículos no Novo Testamento para se assegurar do que Deus prometeu: • João3:16;5:24;6:47;

7:38; 11:25; 20:31• Atos13:48;16:31• Romanos1:16;4:3;

5:1; 10:11

Porque Deus amou ao mundo

de tal maneira que deu o seu Filho

unigênito, para que todo o que nele crê

não pereça, mas tenha a vida eterna.

—João 3:16

diFerentes tipOs de perdãO

Uma vez que fazemos parte da família de Deus, há mais coisas

a aprender sobre o perdão do Pai. Aprendemos, por exemplo, que as Escrituras mencionam mais do que um tipo de perdão. Embora perdão signifique sempre “soltar” ou “remover” uma barreira que bloqueia um relacionamento, pode haver diferentes classes de barreiras e relacionamentos. 1. O perdão legal de deus. Esta é a remoção definitiva que Deus faz de todas as barreiras legais que poderiam impedir alguém de chegar ao céu. Ao conceder o Seu perdão, Deus age como Juiz, ao declarar que todos os pecados estão “pagos completamente.” Deste momento em diante, Cristo é o nosso advogado (1 João 2:1). Junto com o Seu Pai,


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Ele nos dá imunidade legal contra qualquer acusação que poderia nos separar do amor de Deus (Romanos 8:28-39). Entretanto, precisamos lembrar que este perdão não se aplica de forma universal. Ele é dado somente àqueles que aceitam pessoalmente a misericórdia de Deus. Assim como os remédios, o perdão não tem efeito a não ser que façamos uso pessoal dele. 2. O perdão da família de deus. Este perdão ocorre depois de termos sido legalmente perdoados e nascermos na família do céu. Por esta misericórdia, Deus remove as barreiras de relacionamentos que impedem nossa aproximação dele. Neste perdão, Ele atua não como juiz, mas como nosso Pai celestial. Quando lhe desobedecemos e não nos corrigimos (1 Coríntios 11:31), Ele chama a nossa atenção por meio de circunstâncias dolorosas (veja Hebreus 12:4-11). O desconforto é para o nosso

bem. Vem de um Pai que tem prazer em “esquecer” os nossos pecados quando os confessamos honestamente e concordamos em colocar-nos sob o controle do Seu Espírito. Este tipo de perdão é semelhante ao que experimentamos em nossas próprias famílias. Se um filho usa o carro dos pais sem permissão e depois mente a respeito, os pais não lhe fazem um favor se agirem como se nada tivesse acontecido. Antes de restaurar os privilégios de poder dirigir, o filho deve confessar o seu erro e ser perdoado. A sua condição de filho dentro da família nunca estará em perigo (perdão legal) mas a base de confiança foi afetada e será necessário o perdão da família. Este é o perdão que João mencionava aos membros da família de Deus:

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 João 1:9).


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3. O perdão de pessoa a pessoa. O perdão que outorgamos uns aos outros deve seguir o modelo de como Deus nos perdoa. Aprendemos com Seu exemplo que, embora o nosso amor pelos outros deve ser incondicional, há lugar para o perdão condicional.

O amor cristão, às vezes, torna necessário reter

o perdão até que o ofensor, admita sua responsabilidade

pelo erro.

Considerar uma ofensa como um “assunto morto” ou não, depende do ofensor estar disposto a confessar seu erro. O amor cristão, às vezes, torna necessário reter o perdão até que o ofensor, admita sua responsabilidade pelo erro (Lucas 17:1-10).

O que dizer dO pecadO imperdOável?

A Bíblia fala de um pecado imperdoável. Jesus mencionou

que a blasfêmia contra o Espírito Santo nunca pode ser perdoada (Mateus 12:31-32; Marcos 3:28-29). Além disso, o apóstolo João menciona um “pecado para morte” (1 João 5:16,17). Que pecados são estes? Será que poderíamos tê-los cometido? Como podemos saber se passamos do limite? a blasfêmia contra o espírito santo. Jesus disse: “Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. […] se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir” (Mateus 12:31-32). Antes de identificar o princípio, notemos alguns


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fatos. Do lado positivo, somente a blasfêmia contra o Espírito é chamada de imperdoável. Todos os outros pecados podem ser perdoados. Estas são boas-novas.

As boas-novas são — todos os outros pecados podem ser perdoados.

Também é importante ver o contexto no qual Jesus fez a Sua afirmação. Ele fez esta advertência aos líderes religiosos que o rejeitavam publicamente. Os fariseus ouviram-no falar, viram Seus milagres e observaram Sua vida sem mácula. Ainda assim, atribuíram os Seus atos sobrenaturais ao poder de Satanás. Foi assim que blasfemaram contra o Espírito. Tecnicamente, este pecado não pode ser repetido hoje da mesma maneira que fora cometido na época de Jesus.

Jesus não está conosco fisicamente fazendo milagres que possam ser atribuídos a Satanás. Mas em princípio, é possível cometer este pecado? E se tivermos feito comentários irreverentes acerca do Espírito Santo? É possível que tenhamos cometido este pecado e ultrapassado o ponto além do qual não há regresso? Não, se estivermos preocupados com nosso relacionamento com Cristo. A pessoa que cometeu a blasfêmia da qual Jesus estava falando, não desejará reconciliar-se com Ele. Alguém em estado imperdoável, não ansiaria pela aceitação e perdão do Filho de Deus. Tal pessoa seria como os líderes judeus que devido à sua inveja e orgulho obstinado, continuaram a rejeitar a Jesus até à Sua morte. Pessoas imperdoáveis são aquelas às quais Deus as endureceu em suas próprias escolhas. O Espírito Santo já não os impulsiona


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a crer. Estas pessoas nunca desejarão crer em Jesus como seu salvador pessoal. Nunca se preocuparão com o perdão de seus pecados.

Pessoas imperdoáveis

estão enraizadas em suas descrenças.

Se estamos preocupados se Deus aceitou ou não nossa fé em Cristo, não somos imperdoáveis. Nossa preocupação demonstra que nosso coração ainda está brando e que ainda não extrapolamos o ponto de regresso. Alguns podem perguntar: “E Esaú? Ele mostrou o seu arrependimento com lágrimas, sem receber misericórdia” (Hebreus 12:16-17). Veja o contexto. Esaú não estava implorando pelo perdão eterno de seus pecados. Ele estava chorando porque havia trocado a herança da sua

família por um prato de sopa. Quando compreendeu o que fizera viu que era tarde demais para conseguir de volta a sua primogenitura. O pecado que leva à morte. Este é diferente do pecado imperdoável. O próprio povo de Deus pode cometer este pecado. O apóstolo Paulo disse aos crentes de Corinto que como resultado do seu desrespeito pela “Ceia do Senhor”, alguns deles estavam debilitados, outros estavam enfermos e alguns até haviam morrido (1 Coríntios 11:30).

Um pecado de morte leva uma pessoa perdoada prematuramente

ao céu.

O apóstolo João também mencionou a possibilidade de um pecado que resultaria em morte. Sem identificar


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nenhuma conduta fatal específica, reconheceu em 1 João 5:16-17 o tipo de pecado cometido por Ananias e Safira em Atos 5:1-11. Segundo 1 Coríntios 11:30 e 1 João 5:16-17: (1) Os pecadores que experimentaram morte prematura, pertenciam a Deus. (2) A sua “morte” foi física, não eterna. 1 Coríntios 11:31-32 segue dizendo: “Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.”

três heresias a respeitO dO perdãO

Nem todos os cristãos estão de acordo com o ensinamento

de que o perdão de Deus vem somente por meio da fé em Cristo. Alguns dizem que o perdão não pode ser

encontrado se não há um arrependimento emocional. Outros dizem que o batismo é uma condição necessária. E outros ainda dizem que as boas obras são uma exigência. Vejamos o que a Bíblia diz sobre tais condições. arrependimento. Alguns sugerem que não preenchemos os requisitos para o perdão até passarmos por um período de lágrimas, oração fervorosa e profunda tristeza pelo nosso pecado. Sim, o Novo Testamento conclama ao arrependimento (Mateus 3:2; Atos 2:38; 20:21), mas não é um arrependimento que possa ser medido pelas lágrimas ou emoções. Ao contrário, é algo que já ocorreu quando depositamos nossa fé em Cristo. A palavra grega para “arrependimento” é o mesmo que “uma mudança de mente”. Arrependemo-nos quando mudamos nossas crenças acerca de Deus e de nós mesmos. Em vez de


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continuarmos a nos vermos como aceitáveis a Deus por méritos próprios, começamos a compreender o quanto necessitamos do perdão de Deus.

O arrependimento que Deus exige

ocorreu ao colocarmos nossa

fé em Cristo.

Se temos uma profunda convicção da santidade de Deus, podemos sentir profunda tristeza pelas coisas más que fizemos contra Deus e outros. Quando pensamos na maneira como Cristo sofreu, podemos acabar em lágrimas. Mas a essência do arrependimento é a mudança da mente e das crenças com relação ao pecado e à nossa necessidade de Cristo — não os sentimentos associados com o mesmo.

Se reconhecermos que o nosso pecado é contra Deus e nos voltarmos em fé a Jesus Cristo, teremos feito tudo que é necessário para obter o perdão. Isto pode ser ou não acompanhado de uma profunda explosão emocional. A transformação da mente é essencial; as lágrimas amargas e a profunda tristeza, não. Batismo. Alguns dizem que não podemos ser perdoados por Deus a não ser que sejamos batizados da maneira certa pelas pessoas certas. Mas a Bíblia deixa claro que o batismo é uma evidência da salvação, não um requisito para a mesma. Aqueles que insistem no batismo como parte da salvação, geralmente citam Atos 2:38: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados.” E dizem que se não somos “batizados […] para remissão dos pecados” nós não podemos ser perdoados.


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Observe a palavra-chave arrepender. Para nós a condição básica é concordar com Deus que o nosso pecado é uma violação da Sua lei moral e nos voltarmos em fé a Jesus Cristo. Além disso, a preposição “para” na frase “para remissão dos vossos pecados” não significa “a fim de [serdes perdoados].” O seu significado fundamental é “em vista de” ou “em relação à”. Quando Jesus disse que as pessoas de Nínive “se arrependeram com a pregação de Jonas” (Lucas 11:32), Ele estava dizendo que elas se arrependeram “em vista de” ou “em relação à” mensagem de Jonas. Portanto, em Atos 2, Pedro estava dizendo aos homens de Jerusalém para se arrependerem e se batizarem “em vista à” remissão dos pecados. O batismo deles seria uma evidência de seu arrependimento e perdão, não uma condição para obtê-los.

Além disso, os seguintes fatores mostram que o batismo em água não é essencial à salvação:

O batismo é um ato externo,

por meio do qual, publicamente nos identificamos com Cristo e Sua igreja.

• Abraãofoiperdoado antes de ser circuncidado, à parte de qualquer rito ou cerimônia (Romanos 4:9-10).

• Jesusdeclarouqueas pessoas estavam perdoadas, antes de serem batizadas (Mateus 9:1-7; Lucas 7:36-50; 18:9-14; 19:1-9; João 8:1-12).

• Cornélioesuafamíliareceberam o Espírito Santo antes do batismo (Atos 10:44-48).

• ABíbliamostraqueoperdão e a salvação são


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recebidos por fé (João 3:16; Romanos 5:1; 10:1-13; Efésios 2:10).

À luz destes fatores, o batismo deve ser visto como um ato externo, por meio do qual nos identificamos publicamente com Cristo e Sua igreja. Não é um requisito para a salvação. Boas obras. “E quanto às obras?” alguns perguntam. “Não seria injusto Deus perdoar somente com base na fé? Tiago não afirmou que a fé sem obras é morta?” Sem dúvida, as boas obras são importantes para todo cristão. A Bíblia diz que devemos praticar boas obras. Mas as boas ações não são uma condição essencial para receber o perdão (veja Romanos 3:27-28). Efésios 2:8-10 mostra que ao invés de ser uma condição para o perdão, as boas obras são o fruto e a evidência de uma vida já perdoada. Aqueles que são salvos pela fé, tornaram-se “feitura dele, criados em

Cristo Jesus para boas obras” (v.10). Mas o que pensar da afirmação de Tiago de que “a fé, se não tiver obras, por si só está morta”? Tiago estava dizendo que a fé genuína produz boas obras. Atitudes cristãs, nos permitem ser justificados ou declarados justos, aos olhos daqueles que nos rodeiam. É a maneira de provarmos que nossa fé é verdadeira (Tiago 2:14-26). Nossas boas obras não são o fundamento do nosso perdão, mas sua consequência natural. Para resumir: esta é a maravilhosa mensagem da Bíblia — o perdão vem somente por meio da fé. Não é a fé mais arrependimento, nem fé mais batismo, fé mais boas obras, nem fé mais qualquer outra coisa!


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algumas perguntas cOmuns

Não devemos nos surpreender se continuamos a nos

questionar sobre o perdão de Deus. Não podemos nos afastar facilmente das questões emocionais e relacionais que obstinadamente recusam-se a calar.

pergunta 1: “e se eu não me sentir perdoado por deus?” A maioria de nós luta com os sentimentos de culpa e vergonha. Muito depois de termos confessado nossos pecados a Deus, ainda não nos sentimos perdoados. Podemos temer a rejeição de Deus. Quando os sentimentos de culpa nos perseguem — eles nos perseguirão — precisamos nos lembrar que o nosso perdão não depende de como nos sentimos.

Pessoas perdoadas podem sentir-se como se estivessem penduradas num fio balançando sobre as chamas do inferno. Pessoas perdoadas podem ser oprimidas pelo acusador de nossas almas (Satanás), e ele pode despertar velhas emoções da mesma maneira como reacendemos as brasas de um fogo que está se apagando. Repentinamente, somos inflamados por emoções de ansiedade e desespero. Mas tais emoções não nos dizem a verdade sobre o perdão de Deus. O perdão é algo que Deus faz. Independentemente de nossas emoções. Não depende de nos perdoarmos ou não. Perdão é o que Deus faz quando nos livros do céu Ele assinala “cancelado” sobre o registro da nossa dívida do pecado. Somos perdoados quando Ele nos declara legalmente absolvidos, independente de como possamos nos sentir naquele momento.


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Como é tão importante compreender que o perdão de Deus é algo que Ele faz, vejamos oito ilustrações do perdão de Deus que encontramos no Antigo Testamento. O autor David B. Kennedy mostra:1. Deus sela os nossos

pecados para jogá-los fora. “A minha transgressão estaria selada num saco” (Jó 14:17).

2. Deus dissipa a barreira do pecado. “Desfaço as tuas transgressões como a névoa e os teus pecados, como a nuvem” (Isaías 44:22).

3. Deus retira nossos pecados. “Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões” (Salmo 103:12).

4. Deus trata os nossos pecados como se fossem um inimigo vencido. “Pisará aos pés as nossas iniquidades” (Miquéias 7:19).

5. Deus coloca os nossos pecados fora do alcance

da Sua vista. “Lançaste para trás de ti todos os meus pecados” (Isaías 38:17).

6. Deus apaga da Sua memória os nossos pecados. “[…] e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jeremias 31:34).

7. Deus cancela a dívida do nosso pecado. “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões” (Isaías 43:25).

8. Deus remove as manchas do pecado e restaura a pureza. “Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve” (Isaías 1:18).

pergunta 2: “O perdão não é algo somente entre nós e deus?” Sim. Biblicamente, o perdão é muito pessoal. Ninguém pode decidir por nós se vamos crer em Cristo para o perdão dos nossos pecados. Mas pessoal não significa particular. Aqueles que


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não tem mais o peso do pecado, tem todas as razões para tornar público como encontraram a libertação. Embora alguém que encontre ouro em sua terra tenha razões para não falar da sua descoberta, alguém que encontre a cura para Aids, o câncer ou o resfriado comum, seria um criminoso moral se guardasse estas informações somente para si. Segundo o Novo Testamento, nós que já encontramos algo mais valioso do que ouro, devemos nossa descoberta àqueles que ainda estão lutando (Romanos 1:14-16). A culpa do pecado e a condenação eterna são muito mais perigosos do que Aids.

pergunta 3: “por que a Bíblia diz que deus não nos perdoará, se não perdoarmos uns aos outros?” Jesus disse:

Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,

também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas (Mateus 6:14-15).

A resposta está no contexto. Com esta afirmação, Jesus não estava ensinando aos perdidos como serem salvos. Ele ensinava Seus próprios discípulos como poderiam manter um bom relacionamento familiar com o Pai.

pergunta 4: “isto significa que devemos sempre perdoar incondicionalmente?” Não. Como muitos outros princípios das Escrituras, existe um tempo para perdoar e um tempo para não perdoar. Embora devemos sempre amar os outros incondicionalmente (buscando o seu bem e não o seu mal), o próprio Jesus nos ensina a perdoar pessoas quando elas reconhecem seus


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erros (Lucas 17:1-10; Mateus 18:15-17). Não estamos amando de forma correta ao permitirmos que nossos irmãos ou irmãs na fé conscientemente nos façam algum mal, sem que prestem contas de seus atos.

pergunta 5: “mas o que dizer do ensino de jesus de que se não perdoarmos aos outros, ele não nos perdoará?” Ao comparar esta passagem com outras, temos que concluir que Jesus referia-se à nossa indisposição em amar aqueles que nos feriram e à indisposição em perdoar os que se arrependeram de seus atos (Lucas 17:3-4). O que Ele condena (em sentido familiar) é a nossa determinação em não mostrar aos outros a bondade e o perdão que demonstrou a nós. Esta é uma “questão familiar interna,” não um fator que poderia determinar nosso destino eterno.

pergunta 6: “mas deus não nos perdoa incondicionalmente? não devemos perdoar aos outros como ele nos perdoou?” Quando o apóstolo escreveu, “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Efésios 4:32), Ele deixou claro que devemos perdoar como Deus nos perdoou. Deus não perdoa incondicionalmente. Primeiro Ele concede o perdão legal àqueles que reconhecem o seu pecado e creem em Seu Filho. Em seguida, Ele estende o perdão familiar àqueles filhos e filhas que confessam seu pecado e procuram reconciliar- -se com o Pai (1 João 1:9).

pergunta 7: “se somos perdoados por deus, por que não nos deixam esquecer o passado?” Sermos perdoados


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por Deus não nos libera das consequências naturais de nossos pecados. Os delitos contra a sociedade devem ser submetidos aos devidos processos legais. Os atos praticados contra indivíduos merecem restituição. O perdão de Deus não qualifica antigos enganadores a receber sob seu cuidado o dinheiro de outras pessoas, assim como não confiamos nossos filhos a alguém que tenha anteriormente cometido abuso sexual. Isto é sabedoria.

Os eFeitOs da culpa

Quando pecamos e recusamos vir a Cristo para obter

perdão, nossa culpa pode se manifestar de várias maneiras. Por exemplo, antes de Davi se arrepender de seus terríveis pecados de adultério e assassinato, ele experimentou angústia física, emocional e espiritual. No Salmo 32:3-4,

relatando como a culpa o afetou, ele escreveu estas palavras:

Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia (emocional). Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim (espiritual), e o meu vigor se tornou em sequidão de estio (física).

A culpa pode nos afetar destas maneiras: 1. Física. Culpa não resolvida pode nos afetar fisicamente. Em geral, ela se manifesta em uma destas formas:• Indiferença,apatia• Doençarealouimaginária• Doresdecabeça,

desordens estomacais, dores vagas

• Exaustão Se tentarmos fugir da nossa culpa, imergindo-nos em trabalho ou entregando-nos totalmente ao pecado, pagaremos um preço. Nossos corpos eventualmente nos forçarão a diminuir o passo.


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2. emocional. Psicólogos e conselheiros enumeram os efeitos emocionais da culpa:• Depressão• Ira• Autocompaixão• Sentimentosde

inadaptação• Negaçãode

responsabilidade 3. espiritual. Culpas não resolvidas podem ter os seguintes efeitos em nós:• Umasensaçãode

alienação de Deus • Incapacidadeparaorar• Poucacomunhão

com os crentes • Faltadealegria,gozo• Incapacidadepara

ler a Bíblia 4. relacionamento. A falta de perdão afetará nossos relacionamentos com os outros das seguintes formas:• irritabilidade• culparosoutros• retraimento• desculpasabundantes• incapacidadederelaxar• autojustificação• recusaemaceitarelogios

• explosõesdetemperamento.

A vida inteira de Davi foi afetada por sua culpa. Ela o afetou física, emocional, espiritual e relacionalmente. Mas ele clamou a Deus, encontrou a certeza do perdão e foi capaz de desfrutar da vida novamente, com danos, é verdade, mas com esperança. Será que Davi teria sido mais honroso se não tivesse procurado o perdão de Deus? Será que ele teria respeitado mais os sobreviventes de suas vítimas se tivesse recusado qualquer misericórdia? Será que a autocondenação e o suicídio teriam sido um caminho mais nobre? Somente se não existir vida após a morte. Somente se o restante de nós não formos pecadores. Somente se uma pessoa perdoada não tiver nada a oferecer. Somente se Deus não nos amar o suficiente a ponto de desejar nossa restauração. Mas como as Escrituras demonstram, Deus ama os pecadores.


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exemplOs bíblicOs de pessOas perdOadasadão e eva. Os primeiros seres humanos a pecar também foram os primeiros a experimentar o perdão de Deus (Gênesis 3). arão. Embora estivesse envolvido em fazer um bezerro de ouro, ele foi designado posteriormente como líder do sacerdócio (Êxodo 32; Levítico 8). arão e miriã. Quando eles se opuseram à autoridade que Deus deu a Moisés, Miriã ficou leprosa. Mas eles confessaram seu erro e foram perdoados e purificados (Números 12). elifaz, Bildade e Zofar. Apesar desses homens terem acusado Jó falsamente e apresentado uma imagem errada de Deus, eles foram perdoados (Jó 42). raabe. Esta prostituta de Jericó voltou-se ao Senhor

de Israel e fez parte da árvore genealógica de Jesus (Josué 2; Mateus 1:5). davi. Embora culpado de adultério e assassinato, Davi se arrependeu e confessou seu pecado. Ele foi considerado um homem segundo o coração de Deus (2 Samuel 11,12; Salmo 51). um paralítico. Para demonstrar Sua autoridade, Cristo perdoou e curou o homem paralítico (Mateus 9:28). mateus. Este publicano, cobrador de impostos, com má reputação, tornou-se um discípulo de Cristo (Mateus 9:9-13). um criminoso arrependido. Quando clamou a Jesus na cruz, este ladrão recebeu as boas-vindas ao Paraíso (Lucas 23:40-43). pedro. Ainda que tenha negado a Cristo três vezes, Pedro tornou-se um pilar na igreja (Marcos 14:66-72; João 21:15-19).


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uma mulher apanhada em adultério. Os seus acusadores se retiraram e Cristo perdoou os seus pecados (João 8:1-11). Zaqueu. Este avarento cobrador de impostos, subiu em uma árvore para ver Jesus e desceu para receber o perdão (Lucas 19:1-10). nicodemos. Mesmo, oficialmente, fazendo parte do grupo dos fariseus que provocou as maiores condenações a Jesus, Nicodemos reconheceu Jesus como Salvador e Messias (João 3:1-21; 19:39). paulo. Assassino dos cristãos e conforme ele mesmo confessou, “o principal dos pecadores,” Paulo é um exemplo fundamental da graça de Deus (Atos 9; 1 Timóteo 1:15). Os crentes de corinto. Antes eles eram idólatras, adúlteros, homossexuais, ladrões, avarentos, caluniadores e defraudadores, mas agora eles haviam experimentado

o perdão de Deus (1 Coríntios 6:9-11). Quando a pecadora lavou os pés de Jesus com suas lágrimas, um fariseu religioso confrontou Jesus por ter permitido que tal mulher o tocasse, Ele respondeu:

Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários,e o outro, cinquenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem […] Então disse (Jesus) à mulher: Perdoados são os teus pecados (Lucas 7:41-48).


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“deus me perdOaria?”A história a seguir é um testemunho pessoal de uma cristã anônima, que lutou por não se sentir perdoada por Deus.

Eu fui cristã por vários anos, mas durante esse tempo sofri

ocasionais e perturbadores ataques de ansiedade. Não podia simplesmente crer que Deus havia me perdoado. Às vezes, até duvidava de que fosse capaz de perdoar uma mulher cujos pecados eram tão maus quanto os meus. Lembro-me claramente de uma noite, na qual estava olhando meu álbum de fotografias. Ao olhar para trás, as fotografias pareciam condenar-me novamente. Trouxeram-me à mente o tipo de vida que eu vivera antes de confessar minha fé em Cristo. Ao virar as páginas, uma fotografia após outra me apontava

diretamente com um dedo acusador. Tudo voltou em enormes, esmagadoras ondas de condenação. A bebida (eu costumava orgulhar-me de que podia embriagar a qualquer um); o fumo; os amigos que trocavam de esposas entre si; o ressentimento por não saber quem era o meu pai biológico. Um divórcio desastroso seguido de um envolvimento físico com um homem que eu sabia que não amava. Cerrei os meus olhos para escapar daquelas imagens. Mas tudo que podia ver eram os cravos sendo colocados nas mãos de Cristo. Senti muita angústia. O álbum de fotografias trouxe-me todos os pecados, a minha memória. Toda minha alegria por ser cristã se dissipou. Conseguia ver somente minha indignidade, a escuridão do meu pecado e minha terrível culpa. A vergonha me consumiu.


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Senti-me totalmente indigna e condenada. Implorei ao Pai que me ajudasse. A Bíblia havia se tornado uma fonte de vida para mim e a ela me voltei em desespero. Será que eu, realmente, havia sido perdoada de todos os meus pecados? Deus me mostrou estes versículos:

Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo. Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro (Isaías 43:18,19,25).

O meu coração se encheu de alegria. O meu sorriso voltou, porque sabia que havia sido perdoada e que não precisava recordar meu passado. Percebi que pertenço ao Senhor — para a Sua glória e louvor.

Agora sei que Satanás, o acusador dos irmãos, usou aquelas lembranças para me oprimir. Ele queria me inutilizar, tornar-me ineficaz no serviço de Deus. Mas a verdade bíblica mais uma vez triunfou.

No qual temos a redenção,

pelo seu sangue, a remissão

dos pecados, segundo a riqueza

da sua graça. —Efésios 1:7

Agora quando olho o meu álbum de fotografias, eu vejo o “novo eu” — não a mesma pessoa subjugada pelos pecados do passado. Estou revestida com o manto da justiça de Cristo para sempre!

o texto inclui o acordo ortográfico conforme Decreto n.º 6.583/08.


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