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O pré-sal e a geopolítica e hegemonia do petróleo
face às mudanças climáticas e à transição
EnergéticaIldo Luís Sauer Instituto de Energia e Ambiente, USP RESUMO
!! 1859 – Coronel Edwin Drake descobre petróleo em Titusville, Pennsylvania!!! 1870, a gasolina já entrava na competição que se estabelecia entre carvão, querosene e óleos
vegetais e animais como combustíveis para produzir luz artificial.!!! 1882 – Constituída a Standard Oil Trust!!! 1908 – Descoberto petróleo na Pérsia; cria-se a Anglo Persian (posteriormente, BP)!!! Até 1910, - a gasolina era obtida pela destilação do petróleo bruto.!!! 1911 – A divisão da Standard Oil Trust é ordenada pela Suprema Corte!!! 1915. I guerra. Na Alemanha milhares de motores foram rapidamente modificados e adaptados
para funcionar com álcool.!!! 1917 – União Soviética nacionaliza o petróleo;!!! 1922 – Criação da YPF Argentina (Mosconi); embate com Standard Oil e Royal Dutch Shell!!! 1928 – Tratado de Achnacarry entre as “sete irmãs”!!! 1935 - O consumo de álcool na Europa alcançou os 550 milhões de litros !!! 1937. Bélgica, outorgada patente a G. Chavanne : descrito o uso de ésteres etílicos de óleo de
palma como diesel combustível.!!! 1938 - México nacionaliza companhias estrangeiras de petróleo;!!! 1942 - Craqueamento Catalítico Fracionado (FCC), conduzido pela Standard Oil Company de
New Jersey.!!! 1950 – Aramco - Arábia Saudita!!! 1951 – Nacionalizada a Anglo Iranian Oil Company!!! 1956 – Descoberto petróleo na Argélia e Nigéria!!! 1960 - OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) é fundada em Bagdá!!! 1972 – Iraque nacionaliza a Iraq Petroleum Concession!!! 1973 – Irã nacionaliza a propriedade do petróleo!
2. A DISPUTA GEOPOLÍTICA E ESTRATÉGICA PELO CONTROLE DOS RECURSOS E PELO EXCEDENTE ECONÔMICO OU RENDA PETROLEIRA
4. A DESCOBERTA DOS RECURSOS DO PRÉ-SAL E O POTENCIAL DO BRASIL DIANTE DE ESTRATÉGIAS ALTERNATIVAS DE APROPRIAÇÃO E INSERÇÃO INTERNACIONAL
bilhões de barris de petróleo
Campos do Pré-Sal com reservas já estimadas Concessão Cessão
OnerosaPartilha de Produção
com fator de recupeção super conservador de 25%
com fator de recupeção mais realista de 50% (atual diretora de exploração e produção afirma que a empresa está objetivando alacançar uma média de 60% ¨nos campos do Pós-Sal da Bacia de Campos em campos de qualidade geralmente inferior ao Pré-Sal)
Reservas de petróleo "in situ"
Tupi e Iracema (campo de Lula) 8,3 - - 8,3 16,6 33,2Sul de Tupi (campo de Sul de Lula) - 0,128 - 0,128 0,256 0,512Nordeste de Tupi (campo de Sépia) - 0,428 0,6 1,028 2,056 4,112Florim (campo de Itapu) - 0,467 0,4 0,867 1,734 3,468Iara 3,5 - - 3,5 7 14Entorno de Iara - 0,6 3,25 3,85 7,7 15,4Sul de Sapinhoá - 0,319 - 0,319 0,638 1,276Sapinhoá 2,1 - - 2,1 4,2 8,4Franco (Búzios) - 3,056 8,25 11,306 22,612 45,224Libra - - 10 10 20 40Carioca (Lapa) 0,459 - - 0,459 0,918 1,836
Área de Moita Bonita* (não é pré-‐sal) 0,993 - - 0,993 1,986 3,972
Volumes recuperáveis por regime no Pré-Sal 15,352 4,998 22,5 42,9 85,7 171,4
19,9 19,9 19,9
62,8 105,6 191,3
Reservas anunciadas pela Petrobrás por regime e com fator de recuperação super-‐
conservador: 25%
Reservas nacionais anteriores ao Pré-‐Sal
Total já calculado (bilhões de barris)
Total por campo
A Degeneração da Polí0ca de Conteúdo Nacional Francisco Gonçalves e Souza – Delegado da AEPET para a Grande São Paulo
São Paulo – junho/2017
1. Histórico 1997 -‐ Lei n º 9.478 criou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e BiocombusXveis (ANP) e o Conselho Nacional de Polí\cas Energé\cas (CNPE). 1999 – Primeira Rodada de Licitações para concessão de blocos exploratórios. ANP estabeleceu requisitos mínimos de Conteúdo Local em seus contratos de concessão com as Operadoras vencedoras, para inves\mentos realizados nas fases de exploração e desenvolvimento da produção. 19/12/2003 -‐ Decreto 4.925 de 19/12/2003, ins\tuiu o Prominp -‐ Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural.
19/12/2003 -‐ Decreto 4.925 de 19/12/2003, ins\tuiu o Prominp -‐ Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural. 2004 – Criada a Car\lha de Conteúdo Local do Prominp com metodologia de cálculo do Conteúdo Local de bens, sistemas, subsistemas e serviços relacionados ao setor e busca iden\ficar a origem de fabricação dos componentes que compõem cada equipamento, pondera o valor dos insumos importados em comparação ao valor do bem e os consolidam no Índice de Conteúdo Local. 2005 -‐ Sé\ma Rodada de Licitação de blocos exploratórios da ANP -‐ Car\lha tornou-‐se metodologia oficial para a aferição do Conteúdo Local – anexo do Contrato de Concessão.
31/11/2007 -‐ Car\lha incorporada à Resolução ANP n° 36. Uso pelas cer\ficadoras credenciadas pela ANP para emi\r os cer\ficados de Conteúdo Local. Regulamentado o Sistema de Cer\ficação de Conteúdo Local, que estabeleceu, entre outros procedimentos, a metodologia para a cer\ficação e as regras para o credenciamento de en\dades cer\ficadoras junto à ANP. (Lógica cartorial) 24/6/2013 -‐ Resolução CNPE nº5/2013. 1ª. Rodada de Leilão (modelo par\lha) para o Pré-‐Sal. 11/4/2017 -‐ Resolução CNPE nº5/2013. 2ª. e 3ª. Rodadas de Leilão (modelo par\lha) e 14ª. Rodada de leilão no modelo concessão.
CL de Bens e Serviços Nacionais (2013-‐2017)
Legislação Área Afetada exploração TLD desenvolvimento da produção
Resolução nº5 de 24/6/2013 (1a. Rodada par0lha). Pré-‐Sal em geral 37%
Quando não fizer parte da exploração 15%
1o. óleo até 2021 55%
1o. óleo a par0r de 2022 59%
Resolução 07 de 11/4/2017 (2a. Rodada par0lha)
áreas adjacentes a Carcará e Sapinhoá (BS Santos)
35% 30%
áreas adjacentes a Gato do Mato (BS Santos) 38% 65%
Tartaruga Verde (BS Campos) 55% 65%
Resolução 07 de 11/4/2017 (3a. Rodada par0lha) Pré-‐Sal 18% Const. Poço
25%
Coleta e Escoamento
40%
UEP 25%
Resolução 07 de 11/4/2017 (14a. Rodada Concessão)
Em Terra 50% 50%
No Mar 18% Const. Poço 25%
Coleta e Escoamento
40%
UEP 25%
PROJETO : CESSÃO ONEROSA
Plataforma Conversão TS & Integração
prev real prev real
P-‐74 Cons. Enseada Inhaúma -‐ Rio/RJ/BRA
Cons. Enseada Inhaúma -‐ Rio/RJ/BRA
EBR São José do Norte/RS/BRA
EBR São José do Norte/RS/BRA
P-‐75 Cons. Enseada Inhaúma -‐ Rio/RJ/BRA
Cosco Dailian/CHI
Honório Bicalho Rio Grande/RS/BRA (1)
Cosco Dailian/CHI
P-‐76 Cons. Enseada Inhaúma -‐ Rio/RJ/BRA Dailian/CHI TTP76
Pontal Paraná/BRA TTP76 Pontal Paraná/BRA
P-‐77 Cons. Enseada Inhaúma -‐ Rio/RJ/BRA Dailian/CHI Honório Bicalho
Rio Grande/RS/BRA (1) Cosco Dailian/CHI
Notas: (1) 6 módulos de 42 previstos estão sendo construídos no Brasil.
2. Conjuntura – Produção
PROJETO REPLICANTES
Plataforma Casco TS & Integração
prev real prev real
P-‐66
ERG -‐ Ecovix Rio Grande/BRA
ERG -‐ Ecovix Rio Grande/BRA
Lindel (grupo KeppelFELS) Brasfels Angra dos Reis/BRA
Lindel (grupo KeppelFELS) Brasfels Angra dos Reis/BRA
P-‐67 ERG -‐ Ecovix Rio Grande/BRA
INTEGRA (Mendes Jr.-‐OSX) Estaleiro Açu S. J. da Barra/RJ/BRA
INTEGRA (Mendes Jr-‐OSX) Estaleiro Açu (COOEC -‐ China)
P-‐68 ERG -‐ Ecovix Rio Grande/BRA (Cosco -‐ CHI)
JURONG-‐ARACRUZ Vitória/ES/BRA
JURONG-‐ARACRUZ Vitória/ES/BRA
P-‐69 ERG -‐ Ecovix Rio Grande/BRA
Lindel (grupo KeppelFELS) Brasfels Angra dos Reis/BRA
Lindel (grupo KeppelFELS) Brasfels Angra dos Reis/BRA
P-‐70 ERG -‐ Ecovix Rio Grande/BRA (Cosco -‐ CHI)
INTEGRA (Mendes Jr.-‐OSX) Estaleiro Açu S. J. da Barra/RJ/BRA
INTEGRA (Mendes Jr-‐OSX) Estaleiro Açu (Cosco -‐ China)
P-‐71 ERG -‐ Ecovix Rio Grande/BRA
JURONG-‐ARACRUZ Vitória/ES/BRA
JURONG-‐ARACRUZ Vitória/ES/BRA
P-‐72 ERG -‐ Ecovix Rio Grande/BRA INTEGRA (Mendes Jr-‐OSX) SUSPENSO
P-‐73 ERG -‐ Ecovix Rio Grande/BRA Suspensa
Lindel (grupo KeppelFELS) Brasfels Angra dos Reis/BRA
SUSPENSO
LEGENDA PREVISTO/ EM ANDAMENTO -‐ BRA CHINA / ANDAMENTO / SUSPENSO SUSPENSO -‐ BRA OPCIONAL / SUSPENSO-‐BRA CONCLUÍDO/EM OPERAÇÃO -‐ BRA
PROJETO REPLICANTES
Plataforma Pacotes de Módulos
Pacote I Pacote II Pacote III Pacote IV Pacote V
P-‐66 Lindel (grupo KeppelFELS) Brasfels Angra dos Reis/RJ/BRA
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
IESA Charqueadas/RS/BRA Cosco -‐ Bomesc (THAI)
Tomé -‐ Ferrostal (CTF) Maceió/BRA
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
P-‐67 INTEGRA (Mendes Jr.-‐OSX) Estaleiro Açu S. J. da Barra/RJ/BRA
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
IESA Charqueadas/RS/BRA Cosco -‐ Bomesc (THAI)
Tomé -‐ Ferrostal (CTF) Maceió/BRA
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
P-‐68 JURONG-‐ARACRUZ Vitória/ES/BRA
IESA Charqueadas/RS/BRA (COSCO)
P-‐69 Lindel (grupo KeppelFELS) Brasfels Angra dos Reis/BRA
IESA Charqueadas/RS/BRA Cosco -‐ Bomesc (THAI)
P-‐70 INTEGRA (Mendes Jr.-‐OSX) Estaleiro Açu S. J. da Barra/RJ/BRA
IESA Charqueadas/RS/BRA Cosco -‐ Bomesc (THAI)
P-‐71 JURONG-‐ARACRUZ Vitória/ES/BRA SUSPENSA
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
IESA Charqueadas/RS/BRA (COSCO-‐BJC THAI -‐ ???)
Tomé -‐ Ferrostal (CTF) Maceió/BRA
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
P-‐72 INTEGRA (Mendes Jr.-‐OSX) OPCIONAL
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
IESA Charqueadas/RS/BRA Cosco -‐ Bomesc (THAI) SUSPENSA
Tomé -‐ Ferrostal (CTF) Maceió/BRA
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
P-‐73 Lindel (grupo KeppelFELS) Brasfels OPCIONAL
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
IESA Charqueadas/RS/BRA Cosco -‐ Bomesc (THAI) SUSPENSA
Tomé -‐ Ferrostal (CTF) Maceió/BRA
MGT (DM-‐TKK) Teport Itajaí/SC/BRA
LEGENDA PREVISTO/ EM ANDAMENTO -‐ BRA CHINA / ANDAMENTO / SUSPENSO SUSPENSO -‐ BRA OPCIONAL / SUSPENSO-‐BRA CONCLUÍDO/EM OPERAÇÃO -‐ BRA
Contratos mal elaborados
Ciclo de Improdu\vidade: Projetos Básicos Mal produzidos
Obras mal planejadas
Aumento de custos, atrasos, comp. prazo 1º. óleo, etc
Solução Salvadora?
Desculpas: projeto, contrato, improdu0vidade da mão-‐de-‐obra, legislação, SMS, sindicatos, etc
Levar o contrato para o exterior
3. Conclusões
a) A lógica do Conteúdo Local foi desvirtuada; b) A legislação retrocede criando ambiente desfavorável; c) Engenharia nacional destruída; d) Desemprego se agrava – a\nge a ordem de 400.000 diretos; e) Contratos de grande porte licitados com empresas estrangeiras.
f) Conteúdo Local não é o ÚNICO PROBLEMA; g) O processo está “corrompido” (7 eixos):
EVTE – projeto -‐ contrato-‐qualidade -‐ planejamento&controle ambiente -‐ suprimento/conteúdo nacional.
4. Proposições a) Aglu\nar forças em torno de um “Manifesto pela Reestruturação da
Engenharia Nacional”; b) Criar um foro nacional integrando as ins\tuições envolvidas com
engenharia; c) Par\cipação mais efe\va das ins\tuições de engenharia nos
processos; d) Rediscu\r cada CL e demais processos e propor alterna\vas; e) Contratos menores de modo a permi\r a contratação do “andar de
baixo” (empresas de médio porte); f) Trocar a lógica “cartorial” por “processo produ\vo” atrelado à
evolução temporal; g) Estabelecer prazo para a “reabertura de mercado”.