o princípio da intervenção sindical na normatização coletiva

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O Princípio da Intervenção Sindical na Normatização Coletiva Os princípios do Direito do Trabalho têm como objetivo principal a melhoria das condições de vida da classe trabalhadora. O Princípio da Intervenção Sindical na Normatização Coletiva, tal qual preceitua o art. 8º, VI da Constituição Federal, determina que o processo negocial coletivo só será legítimo se for submetido à intervenção do sindicato. A atuação sindical no exercício da negociação possui inúmeras finalidades, dentre elas a de tutelar e promover melhoria das condições de trabalho seja por meio de convenções ou acordos coletivos. E quando a negociação coletiva é bem sucedida, ela se transforma em um diploma normativo que se torna apto a reger as relações de trabalho no âmbito individual. A participação do sindicato evita a negociação informal entre empregador e empregados e, consequentemente, o enfraquecimento do poder de negociação. Isso porque qualquer ajuste feito informalmente entre empregador e empregado terá caráter de mera cláusula contratual, sem a prerrogativa de instituir norma jurídica coletiva negociada. Afinal, não pode a ordem jurídica conferir a particulares o poder de criação de normas jurídicas sem a garantia de que os interesses sociais mais amplos dos trabalhadores não sejam resguardados.

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Page 1: O Princípio da Intervenção Sindical na normatização coletiva

O Princípio da Intervenção Sindical na Normatização ColetivaOs princípios do Direito do Trabalho têm como objetivo principal a melhoria das condições de vida da classe trabalhadora. O Princípio da Intervenção Sindical na Normatização Coletiva, tal qual preceitua o art. 8º, VI da Constituição Federal, determina que o processo negocial coletivo só será legítimo se for submetido à intervenção do sindicato. A atuação sindical no exercício da negociação possui inúmeras finalidades, dentre elas a de tutelar e promover melhoria das condições de trabalho seja por meio de convenções ou acordos coletivos.E quando a negociação coletiva é bem sucedida, ela se transforma em um diploma normativo que se torna apto a reger as relações de trabalho no âmbito individual.A participação do sindicato evita a negociação informal entre empregador e empregados e, consequentemente, o enfraquecimento do poder de negociação.Isso porque qualquer ajuste feito informalmente entre empregador e empregado terá caráter de mera cláusula contratual, sem a prerrogativa de instituir norma jurídica coletiva negociada. Afinal, não pode a ordem jurídica conferir a particulares o poder de criação de normas jurídicas sem a garantia de que os interesses sociais mais amplos dos trabalhadores não sejam resguardados.