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Web - Revista SOCIODIALETO www.sociodialeto.com.br Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras UEMS/Campo Grande Mestrado em Letras UEMS / Campo Grande ISSN: 2178-1486 Volume 1 Número 6 fevereiro 2012 Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho 1 O PROCESSO DE REFERENCIAÇÃO EM “UMA FESTA DE CULTURA”: UMA FORMA DE INTER-AÇÃO ENTRE LEITOR E PRODUTOR DO TEXTO. Flávia Aparecida Soares (UNIFRAN) [email protected] RESUMO: Este artigo é um recorte de nossa pesquisa de dissertação e visa à análise do processo de referenciação em textos publicados no blog do Folhateen: http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br/ . Esse blog compreende um espaço de interação entre os leitores e é publicado às segundas-feiras na Folha de São Paulo. Os textos publicados no blog, embora editados, apresentam características marcantes da construção textual adolescente. Especificamente, neste artigo faremos a análise do texto “Uma festa de cultura. A escolha desse texto se justifica pelo fato de ele apresentar uma escrita dinâmica e concisa o que possibilita que ele seja facilmente compreendido pelo leitor. O trabalho busca respaldo nas teorias da Linguística Textual e em autores que se dedicam à análise do processo de Referenciação na construção de textos. Observamos, a partir da perspectiva adotada e da análise do texto por nós escolhido, que a Referenciação deve ser entendida como escolhas dos sujeitos e revela as atitudes, crenças, ideias, opiniões, valores e etc.; que eles têm em relação às coisas mundanas e como eles se posicionam como sujeitos no mundo em que vivem. PALAVRAS-CHAVE: Blog do Folhateen; Linguística Textual; Referenciação; sujeitos. INTRODUÇÃO Neste artigo nos propomos à análise do processo de referenciação no texto “Uma festa de Cultura” 1 publicado no blog do Folhateen, e para isso, conforme Mondada e Dubois (2003), consideramos que a mudança da expressão referência por referenciação sugere muito mais que uma mudança de nomes. De acordo com Cavalcante (2011), o termo referenciação surgiu na Suíça, a partir dos estudos de Mondada (1994); que ao conceber a linguagem como atividade discursiva cria a expressão objetos de discurso, para designar que as coisas do/no mundo, etc., não estão prontas e nem são definidas a priori, mas são (re)construídas a partir da interação verbal. 1 Texto recortado de nossa dissertação de mestrado em andamento pela UNIFRAN (Universidade de Franca), intitulada: O Processo de referenciação em textos do blog do Folhateen

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Bacharelado em Linguística e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande

M e s t r a d o e m L e t r a s • U E M S / C a m p o G r a n d e

ISSN: 2178-1486 • Volume 1 • Número 6 • feverei ro 2012

Homenagem ao Prof. Dr. Ataliba Teixeira de Castilho

1

O PROCESSO DE REFERENCIAÇÃO EM “UMA FESTA DE

CULTURA”: UMA FORMA DE INTER-AÇÃO ENTRE LEITOR E

PRODUTOR DO TEXTO.

Flávia Aparecida Soares (UNIFRAN)

[email protected]

RESUMO: Este artigo é um recorte de nossa pesquisa de dissertação e visa à análise do processo de

referenciação em textos publicados no blog do Folhateen: http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br/.

Esse blog compreende um espaço de interação entre os leitores e é publicado às segundas-feiras na Folha

de São Paulo. Os textos publicados no blog, embora editados, apresentam características marcantes da

construção textual adolescente. Especificamente, neste artigo faremos a análise do texto “Uma festa de

cultura”. A escolha desse texto se justifica pelo fato de ele apresentar uma escrita dinâmica e concisa o

que possibilita que ele seja facilmente compreendido pelo leitor. O trabalho busca respaldo nas teorias da

Linguística Textual e em autores que se dedicam à análise do processo de Referenciação na construção de

textos. Observamos, a partir da perspectiva adotada e da análise do texto por nós escolhido, que a

Referenciação deve ser entendida como escolhas dos sujeitos e revela as atitudes, crenças, ideias,

opiniões, valores e etc.; que eles têm em relação às coisas mundanas e como eles se posicionam como

sujeitos no mundo em que vivem.

PALAVRAS-CHAVE: Blog do Folhateen; Linguística Textual; Referenciação; sujeitos.

INTRODUÇÃO

Neste artigo nos propomos à análise do processo de referenciação no texto “Uma

festa de Cultura”1 publicado no blog do Folhateen, e para isso, conforme Mondada e

Dubois (2003), consideramos que a mudança da expressão referência por referenciação

sugere muito mais que uma mudança de nomes.

De acordo com Cavalcante (2011), o termo referenciação surgiu na Suíça, a

partir dos estudos de Mondada (1994); que ao conceber a linguagem como atividade

discursiva cria a expressão objetos de discurso, para designar que as coisas do/no

mundo, etc., não estão prontas e nem são definidas a priori, mas são (re)construídas a

partir da interação verbal.

1 Texto recortado de nossa dissertação de mestrado em andamento pela UNIFRAN (Universidade de

Franca), intitulada: O Processo de referenciação em textos do blog do Folhateen

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Nesse sentido, neste breve artigo pretendemos demonstrar como o autor do texto

em questão, utilizou/utiliza os referentes textuais e como os referentes utilizados por ele

representam a maneira que ele tem de se posicionar sobre determinado assunto; pois a

referenciação se relaciona às escolhas e à intencionalidade dos indivíduos/sujeitos ao

(re)construírem os objetos de discurso e consequentemente, ao (re)elaborarem seus

textos, haja vista que os indivíduos não são apenas seres de carne e osso, mas,

principalmente sujeitos sócio cognitivos.

LINGUAGEM: DA REFERÊNCIA À REFERENCIAÇÃO

A preocupação no que tange aos usos da linguagem é muito antiga, e, por muito

tempo ocupou a mente dos filósofos, bem antes de interessar aos linguistas. De acordo

com Araújo (2004), já os estoicos, no século I antes A.C. e antes deles, Platão2 e

Aristóteles3, ao refletirem sobre as questões relacionadas à linguagem distinguiam entre

expressão, conteúdo e referente.

Araújo (2004) ressalta que, segundo Santo Agostinho (354-430) não poderia

existir significado se não existisse referente, de modo que o conhecimento não era

consequência das palavras e expressões, e sim, do fato de elas remeterem a alguma

coisa. “A palavra, que, antes do aprendizado, era som, torna-se sinal, não pelo fato de se

aprender o seu significado, e sim pelo fato de se aprender a que ela se refere, sua

denotação”. (ARAÚJO, 2004, p. 22).

Tendo em vista essa questão, Cavalcante (2011) postula que a referência se

relacionava à capacidade dos indivíduos de atribuir às palavras o sentido que elas

podiam denotar, ou seja, elas eram consideradas uma forma de representar o mundo

real.

2 “Para Platão a linguagem exige-se que se pense o (real) como tendo existência própria, independente”

(Cavalcante, 2011, p. 14).

3 “Para Aristóteles eram as próprias coisas da realidade, as quais afetavam o espírito de modo semelhante

(universal) para todas as pessoas” (Cavalcante, 2011, p. 15).

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Em consonância com a autora postulamos que a linguagem não é um espelho da

realidade, as escolhas linguísticas realizadas pelos indivíduos enquanto sujeitos sociais,

tanto em uma instância discursiva oral quanto escrita representam as atitudes, crenças,

ideias, pontos de vista, valores, etc.; que esses sujeitos têm de pensar e ser no mundo.

Nesse sentido consideramos de fundamental importância distinguir entre referência e

referenciação:

A questão da referência é um termo clássico da filosofia da linguagem, da

lógica e nestes quadros, ela foi historicamente posta como um problema da

representação do mundo, de verbalização do referente4, em que a forma

linguística selecionada é avaliada em termos de verdade e de correspondência

com ele (o mundo). A questão da referenciação opera um deslizamento em

relação a este primeiro quadro: ela não privilegia a relação entre as palavras e

as coisas, mas a relação intersubjetiva e social no seio da qual as versões do

mundo são publicamente elaboradas, avaliadas em termos de adequação às

finalidades práticas e às ações em curso dos enunciadores. (MONDADA,

2001, apud KOCH, 2005, p. 34).

É no interior dessas operações, que os interlocutores elaboram os objetos de

discurso, ou seja, as entidades não devem ser vistas como expressões referenciais que

denotem os objetos do mundo e sim como entidades produzidas pelos participantes

numa interação verbal. Dessa forma, a (re)elaboração de textos e de referentes ou

objetos de discurso é uma forma de inter-ação entre os interlocutores, haja vista que ao

ler ou interpretar textos, o leitor pode manifestar concordância ou não com as ideias

defendidas pelo autor.

O sentido entre as palavras e as entidades do mundo não está elaborado/pronto,

ele é (re)construído no instante da interação verbal em que os sujeitos-sociais partilham

de seus conhecimentos e valores. Dessa forma, postulamos que a linguagem seja vista

como um fator constitutivo, produzida e articulada mediante a relação entre as pessoas,

coisas, objetos, etc.; e sua relação com o/no mundo.

OS PROCESSOS DE REFERENCIAÇÃO

4 Consideramos em nossas análises a expressão referente e objetos de discurso como sinônimas, o que

confirma que o nosso pensamento está em consonância com a noção de objeto de discurso proposta por

Mondada (2005) e, ao mesmo tempo, nos afasta da noção de referente como sendo um objeto da

realidade.

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Por questões de espaço, neste artigo discorreremos sobre a classificação

tipológica dos processos de referenciação textual, apenas pretendemos demonstrar como

a (re)construção de referentes ou objetos de discurso é importante, pois representa a

forma que os indivíduos se postulam como sujeitos e como eles se (re)escrevem como

pessoas no mundo em que vivem e inter-agem com outros indivíduos/sujeitos.

Para compreendermos melhor os processos de referenciação, tomaremos como

relevante a concepção adotada por Mondada e Dubois (2003), de que a relação entre

linguagem e realidade pressupõe uma relação estreita com a exterioridade em que a

língua deva ser vista como um mecanismo da interação verbal.

Mondada (2001) postula que os objetos de discurso não devem ser confundidos

com a realidade extralinguística, visto que são (re)construídos no processo de interação.

Em concordância com a autora as coisas não estão prontas no mundo, elas são

(re)nomeadas constantemente, de modo que a realidade é (re)construída na medida em

que os sujeitos sociocognitivamente interagem com (no) mundo.

Ao analisarmos os fenômenos relacionados à referenciação, não podemos deixar

de considerar os aspectos cognitivos e linguísticos, visto referirem-se a práticas

discursivas em que o papel dos sujeitos é o de expressar por meio da linguagem uma

elaboração de eventos sociais. Analisada em meio a práticas sociais e a situações de

interação, a língua não é mais considerada um produto, tendo em vista que ela não

representa fielmente a realidade, mas sim, colabora para a (re)elaboração dessa

realidade. Os eventos ocorridos no mundo são (re)elaborados constantemente e têm

como finalidade atingir determinados objetivos e não outros.

NOÇÕES PERTINENTES DE TEXTO

Koch (2009), em uma primeira tentativa de definição de texto, considera que os

“textos são resultados da atividade verbal de indivíduos socialmente atuantes, na qual

estes coordenam suas ações a fim de alcançar um fim social, de conformidade com as

condições sob as quais a atividade verbal se realiza”. (KOCH, 2009, p. 26).

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Para a autora o texto deve ser compreendido como parte dos processos mais

globais de comunicação, ou seja, mediante sua construção, elaboração e verbalização.

a. a produção textual é uma atividade verbal, a serviço de fins sociais e,

portanto, inserida em contextos mais complexos de atividades.

b. trata-se de uma atividade consciente, criativa, que compreende o

desenvolvimento de estratégias concretas de ação e a escolha de meios

adequados à realização dos objetivos; isto é, trata-se de uma atividade

intencional que o falante, de conformidade com as condições sob as quais o

texto é produzido, empreende, tentando dar a entender seus propósitos ao

destinatário através da manifestação verbal.

c. é uma atividade interacional, visto que os interactantes, de maneiras

diversas, se acham envolvidos na atividade de produção verbal. (KOCH,

2009, p. 26).

A autora ressalta que, a partir os textos são provenientes do processo de

interação verbal e que são elaborados a fim de atingirem determinadas práticas sociais.

Os textos não podem ser designados como produtos, mas sim como um processo visto

que é através do processo de (re)construção textual que o texto se cria, ou seja, que ele

se constitui de fato um texto.

OS TEXTOS DO BLOG DO FOLHATEEN

O blog do Folhateen, atualmente conta com a colaboração de vinte e nove jovens

que têm entre 13 e 19 anos e publicam diversos comentários sobre o caderno, além de

textos de própria autoria. De acordo com os editores do blog, os textos escritos e

postados pelos jovens, embora editados não são modificados, ou seja, eles apenas

passam por algumas correções ortográficas o que garante a originalidade dos textos.

Consideramos o http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br/ um site interativo

que, ao reproduzir os textos escritos pelos jovens que compõem a Folha, colabora para a

expansão do pensamento consequentemente para a forma como esses adolescentes inter-

agem com (no) mundo e como se posicionam como sujeitos.

Gostaríamos de esclarecer que no blog do Folhateen os jovens postam desde

comentários sobre filmes, músicas, etc., vídeos e entrevistas com pessoas famosas e

também, textos de própria autoria que abordam temas diversificados nos quais os

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adolescentes visam expor suas atitudes, crenças, opiniões, pontos de vista, valores, etc;

(re)construindo dessa forma novos/outros referentes textuais. Por isso demos prioridade

à análise do processo de referenciação nesses textos.

Em concordância com Koch (2001), salientamos que os textos não devem ser

considerados apenas um modo de armazenar e representar informações: eles não são

apenas transcrições linguísticas de elaborações, estruturas e processos cognitivos, mas

sim, as mais diversas formas de cognição textual.

Incluem-se aí todos os modos de uso comunicativo de formas coletivas do

conhecimento, que necessitam ser considerados como formas de distribuição

comunicativa do conhecimento: somente assim, nas sociedades modernas, o

conhecimento coletivo complexo pode reivindicar validade e relevância

social. Isto é, os textos são, por um lado, formas de elaboração, diferenciação

e estruturação de conhecimento e, por outro, formas de controle, crítica e

transformação, bem como de constituição e apresentação ("retoricamente"

orientada) do conhecimento, visando ao que, em termos bakhtinianos, se

denominaria uma comunicação responsiva ativa. Todo o conhecimento

declarativo de nossa sociedade é (com exclusão daquele que se traduz em

números ou fórmulas, primariamente lingüístico, ou melhor, conhecimento

textualmente fundado). (KOCH, 2001, p.6).

A (re)construção de referentes e objetos de discurso está enraizada nos

conhecimentos e valores que o autor/produtor adquire ao longo de sua vida, e que

embora haja textos semelhantes e sujeitos que compartilhem alguns pontos de vista.

Acreditamos que um texto jamais se repete, pois os indivíduos não são máquinas

responsáveis pela reprodução de conhecimentos, mas sim, sujeitos que buscam através

de seus textos expor sua maneira de agir, manifestar, representar e ser no mundo em que

vivem.

A (RE)CONSTRUÇÃO DE REFERENTES OU OBJETOS DE DISCURSO NO

CORPUS SELECIONADO:

De acordo com Koch (2001), um texto deve ser entendido como um processo

que se (re)constrói mediante a relação estabelecida entre os indivíduos numa situação de

interação Tendo em vista essa questão, consideramos que a língua somente se efetiva de

fato, pela capacidade que os indivíduos/sujeitos têm de relacionarem-se uns com os

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outros e relacionarem-se com/no entorno social a fim (re)elaborarem o conceito das

coisas e o próprio conceito de mundo.

Ao escolhermos o texto “Uma festa de cultura” para a análise temos o intuito de

demonstrar como o adolescente/produtor desse texto se posicionou/posiciona em

relação ao evento ocorrido e como ele utilizou/utiliza os referentes textuais a fim de

cooperar com a leitura do texto.

TEXTO DE ANÁLISE

Uma festa de cultura

Na última quarta [1], fiz [2] a viagem de formatura [3] com o colégio [4] para a cidade de Paraty [5].

Nesse mesmo período [6] em que ficamos [7] lá [8] a cidade [9] organizou a Flip [10] (Feira Literária

Internacional de Paraty) [11]. Com hotéis e pousadas lotados [12], até o camping [13] em que ficamos

[14] --distante do centro [15]-- estava bem movimentado [16].

Paraty [17] tem um clima [18] muito gostoso e aconchegante [19], seja pelas pracinhas [20] e feirinhas

[21], seja pelo povo hospitaleiro [22] e praias lindas [23] --principalmente a Paraty-Mirim [24]. A viagem

de escuna [25] pelo litoral [26] é maravilhosa [27], pois podemos mergulhar em alto mar [28] próximas a

praias desertas [29].

À noite [30], os barzinhos são ótimos[31] para curtir com os amigos [32], mas é necessário uma boa

espera [33], já que por causa da Flip [34] estavam lotados [35]. As baladas são excelentes [36] e variam

no preço [37]. Dinhos’ Bar [38] é um lugar simples, mas aconchegante [39], com boas músicas [40] para

dançar. Já o Paraty [41] é mais caro [42], com bandas ao vivo [43], que atraem várias pessoas bonitas

[44].

O festival é bem organizado [45], espalhando cultura [46] pela cidade toda [47] e para todas as faixas

etárias [48]. As crianças [49] se divertiram com histórias contadas [50] em um teatro improvisado [51]

próximo à praça central [52] da cidade [53], em que ao anoitecer [54] ficava lotada [55] com dançantes

casais [56] ao som de música ao vivo [57].

Os preços dos ingressos da Flip [58] variam de R$ 10 a R$ 40 [59]. Infelizmente, eu [60] não tinha

ingresso [61] para a Flip [62] --estava louco [63] para ir na tenda do João Ubaldo Ribeiro [64]-- e os que

restavam [65] não me interessavam [66]. Mas por sorte, descobri em uma área [67] que chamavam de

Flipzona [68], um festival de curtas muito interessante [69] em que os jovens da cidade [70] atuaram nos

filmes [71] e o próprio diretor [72] comentava sobre os curtas [73].

Como ponto negativo do festival [74], vejo apenas a falta de policiamento [75], principalmente de

madrugada [76], no horário de saída[77] das baladas e barzinhos [78]. Por recomendação dos professores

[79], andávamos todos juntos [80]. Por sorte, não aconteceu nada de mal [81].

Fica a dica [82] para quem gosta de cultura [83] e quer conhecer uma cidade maravilhosa e aconchegante

[84]. Ano que vem [85] retornarei [86] para a Flip [87], e, se tudo der certo, com ingresso em mãos [88] e

maioridade no RG [89].

Por Rodolfo P. Vicentini

Visite o site do Folhateen

Escrito por Mayra Maldjian às 17h26

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A (RE)CONSTRUÇÃO DE REFERENTES EM “UMA FESTA DE CULTURA”

Conforme mencionamos, não tínhamos/temos a pretensão de fazer uma

classificação tipológica dos referentes utilizados em “Uma festa de cultura”, porém,

para que o leitor não se sinta perdido em meio às informações por nós tecidas, optamos

por sinalizar com [ ], no texto todos os referentes (re)elaborados pelo autor. Dessa forma

nosso leitor entende(rá) que as expressões assinaladas entre colchetes consistem em

escolhas realizada realizadas pelo produtor do texto e são formas de referenciação

textual.

A escolha do texto “Uma festa de cultura” como sugestão de análise neste artigo,

se deve ao fato de o considerarmos dinâmico, conciso e de fácil interpretação por

qualquer tipo de leitor, principalmente pela maior parte dos leitores que se interessam

pelos textos publicados no Folhateen, ou seja, por leitores adolescentes.

No texto em questão, o autor desejou/deseja demonstrar o que ele achou da Flip,

como se sentiu na cidade de Paraty, como ele considerou/considera a postura dos

policiais que estavam trabalhando no evento, como é a cidade em geral, o

funcionamento dos barzinhos, os conselhos dos professores e etc.

Gostaríamos, entretanto de esclarecer que os referentes ou objetos de discurso

utilizados pelo autor do texto não representam uma realidade absoluta/única de

(re)elaborar os acontecimentos da Flip e a cidade em gera, eles apenas confirmam a

instabilidade dos objetos de discurso e o pressuposto de que: em um texto o

autor/produtor deseja alcançar determinados objetivos ou pontos de vista específicos e

por isso, (re)constrói em seu texto determinados referentes textuais e não outros.

O texto ora apresentado desperta/despertará um interesse maior e terá seus

sentidos apreendidos com mais facilidade por leitores/adolescentes que têm interesses

em comum com os do autor do texto. Porém, salientamos que, outros leitores que, no

mínimo partilhem dos conhecimentos do autor/produtor também são capazes de

(re)elaborar a partir do texto sugerido outros/novos textos e utilizar adequadamente os

referentes ou objetos de discurso em seus textos.

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CONSIDERAÇÕES (QUASE FINAIS)

Buscamos neste breve artigo, embasados na Linguística Textual e em alguns

autores que têm como foco pesquisas acerca da teoria da Referenciação, refletir a

relação entre os sujeitos, linguagem emundo e as diversas formas que os

indivíduos/sujeitos utilizam para defender suas atitudes, crenças, ideias, opiniões,

pontos de vista, valores e etc.

Contudo, gostaríamos de salientar que o trabalho é apenas mais uma tentativa de

demonstrar que a Linguística Textual e a teoria da Referenciação são imprescindíveis

para a (re)construção dos objetos de discurso, e que os textos disponíveis no

http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br podem representam a maneira como os

adolescentes/produtores de textos (re)elaboram os referentes ou objetos de discurso.

Ressaltamos também que, por questões de espaço, muitos aspectos no que diz

respeito aos processos de (re)elaboração dos objetos de discurso não foram discutidos

e/ou problematizados aqui. Porém, isso não impede que o nosso leitor se interesse em

aprofundar sobre o assunto.

REFERÊNCIAS UTILIZADAS NO TEXTO

ARAÚJO, I. L. Do signo ao discurso: introdução à filosofia da linguagem. São Paulo:

Parábola, 2004.

BLOG DO FOLHATEEN. Disponível em

<http://blogdofolhateen.folha.blog.uol.com.br/>. Acesso em 17 de julho de 2011.

CAVALCANTE, M. M. Referenciação sobre coisas ditas e não ditas. Fortaleza.

Edição UFC, 2011. [No prelo].

KOCH, I. G. V. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2009.

______. Referenciação e orientação argumentativa. In: ______; MORATO, E. M.;

BENTES, A. C. (Orgs). Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, 2005. p. 33-52.

______. Linguística Textual: Quo Vadis? DELTA [ONLINE], v. 17, special issue, São

Paulo. 2001. Disponível em

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-. 10.1590/S0102-

44502001000300002. Acesso em 1º junho 2011.

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MONDADA, L. A referência como trabalho interativo: a construção da visibilidade do

detalhe anatômico durante uma operação cirúrgica. In: KOCH, I. G. V.; MORATO, E.

M.; BENTES, A. C. (Orgs). Referenciação e discurso. São Paulo: Contexto, 2005. p.

11-31.

______. DUBOIS, D. Construção dos objetos do discurso e categorização: uma

abordagem dos processos de referenciação. In: CAVALCANTE, M. M.; RODRIGUES,

B. B.; CIULLA, A. (Orgs). Referenciação. São Paulo: Contexto, 2003. p. 17-52.

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

APOTHÉLOZ, D. Papel e funcionamento da anáfora na dinâmica textual. In:

CAVALCANTE, M. M.; RODRIGUES, B. B.; CIULA, A. (Orgs). Referenciação. São

Paulo: Contexto, 2003. p. 53-84.

______; CHANET, C. Definido e demonstrativo nas nomeações. In: CAVALCANTE,

M. M.; RODRIGUES, B. B.; CIULA, A. (orgs). Referenciação. São Paulo: Contexto,

2003. p. 131-176.

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Recebido Para Publicação em 30 de dezembro de 2011. Aprovado Para Publicação em 23 de janeiro de 2012.