o projeto gai@prende+ · 2015. 5. 19. · no âmbito de um processo de consulta por inquérito em...
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O PROJETO Gai@Prende+ VISTO PELOS PAIS
No âmbito de um processo de consulta por inquérito em papel e online, que a FEDAPAGAIA fez aos Pais do Concelho de Gaia, este documento pretende evidenciar, exclusivamente, a perspetiva dos Pais acerca da forma como vivenciaram por via dos seus filhos/educandos, o projeto Gai@prende+, no primeiro ano de implementação.
Federação das Associações de Pais do Concelho de Vila Nova de Gaia
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“O principal objetivo da educação
é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir
o que outras gerações fizeram.” Jean Piaget
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Nota inicial
Decorrido que está o primeiro ano do Projeto Gai@prende+ e experimentado que foi este modelo à
escala do Município de Vila Nova de Gaia, é agora tempo de sobre ele ponderar, refletir e elencar os
pontos fracos e os pontos fortes que a prática, durante este ano, permitiu evidenciar.
Nesse sentido, e para melhor fundamentar a opinião sobre a matéria aqui em causa, a Federação de
Pais de Vila Nova de Gaia, com o conhecimento prévio do Exmo. Sr. Presidente da Câmara, Prof. Doutor
Eduardo Vítor Rodrigues, realizou um inquérito em todas as escolas do Município, para que os Pais, com
filhos integrados ou não no Projeto, pudessem dar nota das suas opiniões, de forma anónima, voluntária
e consciente, permitindo através delas formar conclusões que traduzam efetivamente as opiniões
maioritárias dos Pais e não apenas aquelas que emitam os seus dirigentes associativos.
Os resultados desse inquérito, adiante expostos, pretendem assim fornecer ferramentas que nos auxiliem
na tarefa de promover contributos sólidos e sempre direcionados ao objetivo de melhor conjugar os
pressupostos em que assenta este Projeto com as necessidades que os seus destinatários revelaram.
Estamos certos que nem todos os Pais terão ainda a perceção plena de que este Projeto pretende muito
mais do que a igualdade e a universalidade de respostas às necessidades que eles têm de encontrar um
espaço de acolhimento dos seus filhos entre as 7h30 e as 19h30.
Pretendemos também desta forma, realçar que este Projeto não visa apenas garantir a realização dos
trabalhos de casa e promover um reforço alimentar, mas também que permite com que as crianças das
escolas de Gaia possam ambicionar a novos horizontes, beneficiando de um espaço que lhes dê condições
para exponenciar os seus objetivos, conhecer novas realidades e aceder a atividades e experiências que
irão muito além do que a esmagadora maioria dos Pais imaginaria ver proporcionado num espaço que é
a escola pública.
Desejamos, pois, que este documento seja entendido como um positivo contributo dos Pais para facilitar
essa perceção e, pela mesma via, contribuir para a melhoria do Projeto.
Vila Nova de Gaia, 12 de maio de 2015
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I. A FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE PAIS DE GAIA
1. O INÍCIO DO PROCESSO;
Em primeiro lugar, importa aqui relembrar quais as preocupações e sugestões iniciais dos Pais para o
projeto Escola a Tempo Inteiro, elencadas num documento apresentado no início deste Projeto, ao
Município por parte da Federação de Pais.
Efetivamente, no âmbito do processo de consulta do Conselho Municipal de Educação aos Conselheiros, na
apresentação do projeto AEC/CAF, a FEDAPAGAIA, após ouvir as suas Associadas, apresentou alguns
contributos que, no seu entender, seriam potenciadores do sucesso do projeto Escola a Tempo Inteiro e que
gostaria de ver acolhidos pelo Município de Gaia.
Uma das principais preocupações plasmadas nesse documento e que continuamos a defender, prende-se
com a necessidade de um maior envolvimento dos Pais na vida da escola, entendendo-se este como sendo
um fator preponderante para o desenvolvimento e sucesso escolar das crianças.
E, sendo essa igualmente uma ideia defendida pelas escolas e respetivas Direções, a FEDAPAGAIA
entende que deverá continuar a pugnar pelo maior envolvimento dos Pais, criando as condições
necessárias para que essa seja, cada vez mais, uma realidade em todas as Unidades Educativas.
Para além desta preocupação, o documento entregue pela Federação elencava ainda uma série de
sugestões, que então entendemos e sugerimos que deveriam ficar sob a responsabilidade da Autarquia:
� A gestão do projeto em todas as escolas do concelho;
� O recebimento e gestão dos pagamentos dos Pais, através da Plataforma Gaia.edu;
� O envolvimento no processo de solução das AP’s que estavam no terreno com sucesso e
manifestassem esse interesse, assim como outras entidades;
� Acesso dos Encarregados de Educação à planificação das AEC’s nas escolas e via web, por
exemplo no site gaia.edu e nos sites dos Agrupamentos;
� Flexibilização dos horários letivos, como forma de estabilização do corpo docente das AEC’s,
permitindo um maior número de horas/docente e evitando a substituição e o absentismo dos
professores ao longo do ano. Como alternativa à não flexibilização de horário, considerar a
possibilidade de haver turmas de AEC das 16h30 às 17h30 e outras das 17h30 às 18h30;
� Prever a planificação das Atividades com a coordenação dos professores das respetivas áreas,
de acordo com a proposta do Município e o Agrupamento de Escolas;
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� Promover a participação dos professores AEC na reunião nos Conselhos de Docentes para garantir
a ligação e continuidade dos projetos educativos dos Agrupamentos;
� Garantir a coordenação e supervisão conjunta dos projetos, com a realização de uma reunião
trimestral;
� Inglês como primeira língua e com possibilidade de certificação por parte de empresa acreditada
em Portugal;
� Planear a necessidade de recursos e materiais atempadamente de forma a garantir a
disponibilidade de acordo com a planificação;
� Possibilidade de utilização de todas as infraestruturas das escolas do 1º ciclo e Jardim-de-
infância;
� À semelhança do reforço alimentar da tarde, considerar a possibilidade de fornecer o pequeno-
almoço no acolhimento – algumas crianças entram na escola às 7h30;
� Refazer as turmas para o período AEC/CAF em grupos privilegiando as preferências de
atividades;
� Incluir atividades desportivas de grupo que fomentem o espirito de equipa, privilegiando a
parceria com entidades desportivas locais, onde seja possível a utilização de instalações e
equipamentos públicos de proximidade;
� Na contratualização desta componente do projeto, privilegiar a prestação do serviço, em algumas
atividades dos professores de AEC da unidade educativa – maior estabilidade do quadro de
professores de AEC e melhor apoio nos TPC pela possibilidade de interação com os professores
titulares de turma;
� Na contratualização desta componente a entidades parceiras (Associações, Coletividades, IPSS’s;
Clubes, etc), privilegiar a escolha das atividades tendo por base o conhecimento das realidades
das escolas, a faixa etária e a planificação dos conteúdos;
� Quando contratualizada esta componente às Associações de Pais, o pagamento da Câmara
Municipal de Gaia deve, considerando a experiência de protocolos anteriores, passar pela
Fedapagaia;
� Desafiar as famílias a participar no processo educativo, abrindo as portas da CAF para que
possam conhecer o trabalho realizado e envolverem-se de forma ativa e cooperante;
� Permitir verdadeiramente a conciliação com os horários de trabalho dos encarregados de
educação, entendemos que deveriam manter o horário disponibilizado pela CAF entre as 7h30 e
as 19h30. Em caso de impossibilidade, pelo menos, garantir a possibilidade das crianças poderem
ficar antes das 9h00;
� Relativamente ao valor de inscrição, por semana de atividades, contemplar para além do almoço
os lanches da manhã e tarde;
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� Minimizar o impacto da elevada rotatividade de monitores, utilizando localmente um coordenador
de projeto responsável pela planificação e gestão dos recursos - cada professor faz normalmente
uma manhã ou uma tarde, em muitos casos não conhecem os locais, as crianças não tem atividades
planeadas e não tem recursos materiais;
� Considerando a prática de escolha de uma unidade educativa por agrupamento, para as
interrupções letivas, selecionar considerando as condições do espaço, nomeadamente a cantina,
as infra estruturas desportivas e os espaços lúdicos;
� A definição clara de um responsável operacional do Projeto, com conhecimento concreto do
desenvolvimento do Projeto no terreno e que possa ser um interlocutor de proximidade com
Direções dos Agrupamentos, os Professores e as Associações de Pais;
� O acompanhamento da execução das planificações AEC/CAF;
� A deteção e intervenção em situações anómalas (faltas excessivas de profs ou alunos, indisciplina,
etc.);
� Elaborar um relatório síntese de final ano com o envolvimento das 3 partes interessadas, Município,
Escola e Pais.
Muitas das sugestões atrás citadas, foram acolhidas e consequentemente integradas no Projeto, o que
permite, mais do que reconhecer a sua pertinência, evidenciar, isso sim, a recetividade da Autarquia em
as incorporar no mesmo.
De igual forma, as nossas expetativas são de que também as conclusões deste documento, possam merecer
o mesmo acolhimento que mereceram as aqui já retratadas.
Para a difusão e divulgação do referido Inquérito, cujas respostas aqui damos nota, a Federação contatou
com todos os Exmos. Srs. Diretores e Diretoras dos Agrupamentos de Escolas onde o Projeto Gai@prende+
está implementado.
Recebemos da generalidade a disponibilidade para o divulgar quer na sua versão online, quer mesmo
em alguns casos, pela sua divulgação e distribuição em papel, tendo para o efeito, a Federação
disponibilizado os respetivos impressos.
Para todos eles, fica, desde já, aqui expresso o nosso mais profundo agradecimento, pois entendemos que
esta terá sido uma forma de reforçar parcerias de informação, apenas possíveis devido ao conceito de
rede que desejamos continuar a fomentar.
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2. RESPOSTAS AOS INQUÉRITOS
Passamos a apresentar os resultados dos Inquéritos apurados nos Agrupamentos, onde foi possível,
agilizar a difusão, o levantamento e respetivo tratamento de dados até ao presente momento,
excetuando-se assim os Agrupamentos Sofia de Mello Breyner; Oliveira do Douro; Madalena e
Vila D´Este, nos quais terá também a FEDAPAGAIA, que reforçar a sua ação para que futuramente
seja melhorada a desejada articulação.
Ant. Sergio
4%Canelas
13%
Carvalhos
15%
Costa Matos
6%
D. Pedro I
18%
Diogo Macedo
16%
Gaia Nascente
9%
Júlio Dinis
6%
Soares dos Reis
9%
Valadares
4%
DISTRIBUIÇÃO DAS RESPOSTAS POR AGRUPAMENTO
1º ano
25%
2º ano
29%
3º ano
24%
4º ano
22%
Que ano de escolaridade frequenta?
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
A
26%
B
19%
S/ escalão
55%
Beneficia de escalão?
A B S/ escalão
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
NAS FÉRIAS DE VERÃO?
NO PRÓXIMO ANO LETIVO?
Pretende inscrever o seu educando no Gai@prende+:
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0 500 1000 1500 2000 2500
SIM
NÃO
Manhã (7H30-9H)
AEC (16H30-17H30)
Tarde (17H30-19H30)
Grau de interesse
… frequentou o Gai@prende+ nas férias
de Natal ?
… já esteve inscrito e abandonou o
Gai@prende+?
… foi inscrito logo no inicio do
Gai@prende+?
… participa todos os dias no
Gai@prende+?
… está inscrito no projeto
Gai@prende+?
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
… o funcionamento durante o período letivo?
… durante as férias de Natal ?
… as atividades promovidas pelo projeto?
… os monitores que desenvolvem as atividades do projeto?
… o coordenador do projeto na Escola?
… a relação do coordenador consigo?
… o monitor que faz o acolhimento do seu educando?
… o monitor que lhe entrega o seu educando?
… a comparticipação paga pelo acolhimento?
… a comparticipação paga pelo CAF? (17,30h às 19,30h)
… a comparticipação paga nas interrupções letivas?
Satisfação
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3. O ARRANQUE DO Gai@prende+
Apesar das dificuldades iniciais registadas, que na sua maior expressão se centraram em deficiências na
comunicação e de dificuldades na perceção pelos Pais do conceito inovador deste Projeto, estas foram
sendo ultrapassadas a ritmos diferentes mas sempre progressivas em todas Freguesias e em todas as
Unidades Educativas.
Damos como certo que, neste momento, o Projeto está totalmente implementado e é reconhecido como
uma mais-valia no processo educativo do Município, assumindo papel primordial no estatuto de cidade
educadora a que Vila Nova de Gaia ambiciona legitimamente alcançar.
Porém, este, como qualquer outro projeto, deu início a um caminho e, portanto, comporta um espaço para
introdução de melhorias que, em alguns casos serão pontuais e noutros serão certamente mais abrangentes.
Procuramos fazer esse caminho e, em face do número de respostas obtidas e da diversidade de opiniões
relatadas, faremos delas um resumo que reflete as que revelaram maior expressão e representatividade
e ainda aquelas que, de acordo com os princípios orientadores deste Projeto, nos parece que se
enquadrem no espirito do mesmo. Assim, passamos a apresentar as seguintes conclusões.
3.1. PONTOS FORTES DO PROJETO;
� Cobertura do território de Vila Nova de Gaia, com uma oferta universal e
padronizada;
� Disponibilização de reforço alimentar;
� Melhoria da qualidade no “ Apoio ao Estudo “ onde esse serviço, prestado por
Professores, se revelou de grande qualidade;
� Opinião muito positiva revelada pelos Pais;
� Fortes perspetivas de crescimento do número de inscrições.
3.2. PONTOS FRACOS DO PROJECTO;
� Preço elevado (durante período letivo);
� Preço elevado (nas interrupções letivas - férias);
� Deficiência na comunicação com os Pais;
� Insuficiência de atividades físicas/desportivas e/ou atividades desenvolvidas fora da
escola (piscina, pavilhão, etc.);
� Diminutas atividades de grupo;
� Falta de opção de adesão "parcial" (só de tarde), com custo ajustado.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É inquestionável a mais-valia que o Projeto Gai@prende+, trouxe para os alunos do 1º ciclo das
escolas do Município de Vila Nova de Gaia.
Este Projeto oferece, a um sem número de alunos, novas oportunidades de aprendizagem e
privilegia o apoio ao estudo de uma forma qualificada.
Tal relevância implica que o acesso ao mesmo deverá ser possível, independentemente das
capacidades financeiras que os Pais possam apresentar, devendo para tal se equacionada uma
solução que permita aos mais carenciados, não serem excluídos com base nesse fator.
Assim:
Sugerimos uma maior participação e integração dos Agrupamentos de Escolas, no Projeto;
Sugerimos a aproximação e a interação com os Pais, na vida da escola, devolvendo-lhe uma maior
humanização, fator que consideramos essencial no desenvolvimento de uma Comunidade
educativa mais forte e potenciadora de um maior sucesso escolar dos alunos.
Sugerimos uma maior agilidade e eficácia ao nível da comunicação com os diferentes interlocutores
do Projeto;
Sugerimos um maior investimento no recrutamento e formação dos Assistentes Operacionais para
cuidar das crianças;
Sugerimos que o Projeto seja tendencialmente gratuito para os mais desfavorecidos, para permitir
a inclusão de um maior número de alunos;
Tendo, a FEDAPAGAIA, adotado a insígnia “Aprender para Ensinar a Ser”, realçando a importância
da preparação e da capacitação para o saber, sugerimos também que o Know-how e as boas
práticas evidenciadas pelas Instituições Locais que demonstraram maior apetência na
implementação do Projeto, no relacionamento com os Pais, no agilizar de soluções e respostas nos
obstáculos encontrados, devam ser chamadas partilhar com as demais, por via de uma eventual
entidade de coordenação, para enriquecer a qualidade do Projeto e o serviço prestado às
Famílias mas sobretudo possa contribuir para a felicidade e valorização das crianças que nele
participam.
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Anexo:
- Inquérito utilizado