o que é a arte (1)

Prof. Sandra Dinis 1

O QUE É A ARTE?

CRITÉRIOS DEFINIDORES DE OBRA DE ARTE

TEORIAS SOBRE A ARTE

BREVE DESCRIÇÃO HISTÓRICA DA EVOLUÇÃO DA ARTE PLÁSTICA

CLASSIFICAÇÃO DAS ARTES

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Existem diversas formas de expressar o belo, de proporcionar prazer e contemplação, mas serão todas essas formas artísticas? Olhamos , por exemplo, para: - Um vestido; um edifício; um carro; um objecto decorativo e consideramo-los belos; -Tratamos da nossa imagem para parecermos mais belos; - Reconhecemos a beleza do trabalho de uma florista...

Mas será que em todos estes casos estaremos perante objectos ou actividades artísticas?

Será que tudo é arte? 3

A palavra arte tem origem na palavra latina “ars”, que significa técnica, habilidade.

A arte estaria associada ao conjunto de competências que levam o seu criador à produção de algo na perfeição, fruto da sua experiência e do conhecimento.

Por isso, para se ser artista seria necessário possuir conhecimento e dominar a técnica.

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Em 1735 Alexander Baumgarten usou pela primeira vez o termo estética, revolucionando por completo o conceito de arte, passando esta a ficar ligada à Filosofia enquanto teoria da sensibilidade.

A arte é tudo aquilo que dá origem a emoções estéticas, tais como o sentimento de belo e de prazer.

A arte passa a não estar directamente ligada à técnica, mas à criação e à capacidade de expressar o belo e provocar prazer naqueles que desfrutam da sua contemplação.

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O artista é mais do que aquele que é capaz de dominar a técnica Ele é aquele que tem o poder de criar e trazer algo de novo e original, capaz de mover paixões, seduzir e deslumbrar o público, através das suas obras. Coração Independente, Joana Vasconcelos

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Contudo, por vezes encontramos obras que nos dizem muito pouco por serem demasiado simples ou desprovidas de sentido, que nos levam necessariamente à pergunta:

Será isto arte?

Por vezes até dizemos: “Isto também eu fazia!”

Levanta-se então o problema: o que é afinal arte e que critérios definem uma obra de arte?

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Analisa as seguintes imagens e procura determinar critérios que definem uma obra de arte.

“Os Amantes”, Magritte, 1928 “A Fonte”, Marcel Duchamp, 1917 8

1) Quando uma pessoa ama outra procura-a, gosta de estar com ela e de vê-la. Os amantes representados por René Magritte têm os rostos cobertos e certamente que não se conseguem ver um ao outro. Porque terá Magritte escolhido representá-los assim? O que queria ele dizer-nos?

2) E o que é poderá tornar um urinol um objecto artístico? Qual a mensagem que M. Duchamp quis passar ao espectador?

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O que distingue o pote de feijão da obra de arte?

O que distingue uma obra de arte de um mero artefacto? O que distingue o vaso grego, como realização artística , do pote de feijão feito à mão, ou do balde de madeira, que não podem ser classificados como obras de arte? O vaso grego também é um artefacto; foi moldado de acordo com um padrão tradicional; foi feito para guardar cereais ou óleo ou outro item doméstico, não para ficar num museu. Possui no entanto um valor artístico para todas as gerações. O que lhe dá esta proeminência? Responder que é a sua “beleza”, é simplesmente incorrer em petição de princípio, uma vez que o valor artístico é a beleza no sentido mais amplo. Os potes de feijão e os baldes de madeira com frequência têm aquilo que os artistas chamam “boa forma”, isto é, não são de maneira nenhuma ofensivos à vista. Todavia sem serem abolutamente feios, são insignificantes, banais, não artísticos mais do que inartísticos. O que lhes falta, que uma obra de arte – mesmo um vaso grego humilde e doméstico – possui?

S. Lenger, Filosofia em Nova Chave, p. 205 10

Obras de arte que não são belas

Há obras de arte que não gostamos

Urinol, Duchamp Natureza morta , Cézanne

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“Cinderela”, Joana Vasconcelos

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1) Ser produzida pelo ser humano – a criação artística diz apenas respeito às criações humanas, excluindo as obras e os objectos da natureza como artísticos;

2) Provocar uma emoção estética – ser capaz de

despertar sentimentos de prazer ou gozo tanto a quem a cria como a quem a contempla, a fim de não lhe ser indiferente e produzir um juízo de gosto;

3) Ser original e única – ter a capacidade de mostrar

algo de novo, irrepetível, que a torne distinta de todas as outras, seja através da forma ou do conteúdo;

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4) Comunicar de forma aberta – apresentar um carácter polissémico que possibilite ao fruidor várias interpretações para além daquilo que “vê”, enriquecendo o seu espírito;

5) Obter reconhecimento – exigir que um determinado

número de pessoas reconheçam o objecto como artístico (público) e não somente o criador;

6) Apresentar um carácter de inutilidade – a única

finalidade da arte é a contemplação e a fruição. Ao atribuir-lhe utilidade, o objecto perde o seu valor enquanto obra de arte.

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1ª - Teoria da arte como imitação

2ª - Teoria da arte como expressão

3ª - Teoria da arte como pura forma

4ª - Teoria da arte como transfiguração

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Uma obra é arte se, e só se, é

produzida pelo homem e imita algo.

A obra de arte é aquela que imita, reproduz ou

copia de forma fiel (mimesis) a realidade ou a

natureza. Esta concepção durou até ao séc.

XVIII.

Platão: A arte é a reprodução de algo que se toma como modelo. A

própria realidade e natureza sensíveis são cópias de uma realidade inteligível (diferença aparência/ realidade)

Aristóteles: Todas as artes imitam a realidade.

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Disponibiliza um critério de classificação das obras de arte bastante rigoroso, o que nos permite distinguir com facilidade uma obra de arte.

Disponibiliza um critério de valoração das obras de arte. Uma obra de arte seria tão boa quanto mais se conseguisse aproximar do objecto imitado.

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Uma obra é arte se, e só se, exprime sentimentos e

emoções do artista.

Uma obra é arte quando expressa e comunica intencionalmente sentimentos vividos pelo artista.

O Beijo, Gustave Klimt, 1907-1908 18

Uma obra é arte se, e

só se, for esvaziada do seu conteúdo e revelar-se como

pura forma.

A arte não deve ter qualquer preocupação temática ou em transmitir uma mensagem. A arte abstracta é o expoente máximo desta perspectiva (autonomia da arte)

Komposition VIII, 1923 - Kandinsky

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Uma obra é arte se, e só se, expressa uma visão do mundo de um modo original

O universo artístico é o real transfigurado, recriado, nunca algo de absolutamente irreal

Guernica, Pablo Picasso (1937)

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Nesta obra vemos objectos fragmentados, sem qualquer coerência entre si, o desenho é simples e quase infantil, os tons negros e cinzentos. Todos estes elementos compõem uma imagem dilacerante do bombardeamento da aldeia basca Guernica na altura da Guerra Civil Espanhola.

Esta obra converteu-se em símbolo universal do horror da

guerra e das atrocidades humanas 21

ÉPOCA ASPECTOS RELEVANTES E CARACTERÍSTICAS

IMAGENS

Arte Pré- Histórica (25 000 a.C. – 5000 a. C.)

Apresenta um carácter prático representando situações específicas, como a caça. Teve maior representatividade a arte Rupestre – pinturas ou gravuras no interor das cavernas (dimensão mágico-religiosa de comunicação com o divino).

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IMAGENS

Arte Antiga (5000 a. C. – séc. IV d. C.)

Predominância na manifestação do divino enquanto entidade perfeita e reguladora do mundo; na arte grega o conceito de belo era sinónimo de verdadeiro, bom e justo. A melhor pintura ou escultura era aquela que mais se aproximava da natureza, atingindo uma elevada “perfeição técnica”. A estética é uma cópia de um mundo pré-fixado, dado, imutável e fixo (a arte é assumida como imitação do real).

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IMAGENS

Arte Medieval (séc. IV - séc. XV.)

A arte encontra-se ao serviço da religião enquanto manifestação do divino e dos textos bíblicos; pintura, escultura, arquitectura e outras manifestações artísticas são utilizadas para ensinar os princípios da religião católica. O conceito de beleza é um atributo de um ser absoluto, Deus, o criador supremo (beleza transcendental).

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IMAGENS

Arte Renascentista (séc XV - XIX)

A ordem divina das coisas, é substituída por uma ordem racional e científica, passando o espaço a ser considerado uma criação da inteligência do artista geómetra –visão racional e sistemática do espaço. O objecto de inspiração artística volta a ser a natureza e o humano; predominância da pintura sobre as outras artes.

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IMAGENS

Arte Moderna e Contemporânea (finais do séc. XIX - XXI)

A representação do mundo deixa de ter correspondência com a aparência real das coisas. No caso do cubismo, por exemplo, Picasso representa as formas da natureza através de figuras geométricas; caminha-se para o abstraccionismo e constante busca do novo, procurando incessantemente criar novos estilos artísticos. O dadaísmo surge como movimento de ruptura com todas as formas culturais do passado (M. Duchamp pintou bigodes na Mona Lisa para simbolizar o desprezo pela arte tradicional;

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IMAGENS

Cont. Arte Moderna e Contemporânea

defende que a arte não pode ser separada da vida – eleva os objectos da realidade quotidiana a obras de arte. A arte passa a utilizar, em simultâneo, todos os elementos conhecidos, tanto novos como antigos. O objecto de inspiração artística passa a ser a sociedade. O belo perde importância em detrimento do choque. A arte realiza uma verdadeira fusão de linguagens, materiais e tecnologias. Surgem novas artes como o design e novas designações de arte.

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Pintura

“O Beijo” Gustav Klimt

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Escultura

“Danaide” Auguste Rodin

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Música

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4

Poesia

Florbela Espanca 31

5

Dança

Pedro e Inês, Olga Roriz 32

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Arquitetura

“Casa Batllô” Antoni Gaudi 33

7

Cinema

“O Senhor dos Anéis” Peter Jackson

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Trabalho Individual •A partir de uma das Teorias de Arte, dentro do tema “O que é a Arte”

(ver diapositivo 15), deverá atender:

Explicação da teoria (definição de arte dentro dos pressupostos da cada conceção). Relação entre artista, obra de arte e espectador dentro da teoria; Localização espacio-temporal. Principais exemplos históricos (e outras referências/exemplos, dependendo da criatividade de cada um…). Críticas/objeções à teoria apresentada.

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•Avaliação:

- Cada aluno deverá fazer uma apresentação uma apresentação oral. O trabalho deverá ter: índice. introdução, desenvolvimento, conclusão e referências .

- Na apresentação oral serão valorizado os seguintes 4 itens:

o domínio dos conteúdos; a organização/estrutura dos conteúdos; o caráter apelativo da apresentação/criatividade; a comunicação/relação com a turma, e o apreendido

pela turma).

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