(o que É o terce - v2)
TRANSCRIPT
Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo
RELATÓRIO
NACIONAL
2
3
O Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (TERCE) foi realizado pelo Laboratório Latino-americano de
Avaliação da Qualidade da Educação (LLECE), que aplicou testes padronizados em diferentes áreas da aprendizagem
a alunos do ensino fundamental.
O TERCE realiza um estudo sistemático de mapeamento de currículos dos países da América Latina e do Caribe nas
áreas de Matemática, Linguagem (Leitura e Escrita) e Ciências. Os testes consideram os elementos comuns dos
currículos dos países participantes e estão estruturados a partir do enfoque de habilidades para vida promovido pela
UNESCO, segundo o qual as escolas devem promover conhecimentos, habilidades, valores e atitudes que permitam
aos alunos participar ativamente na sociedade, como indivíduos e como cidadãos.
QUAL É SUA FINALIDADE?
• Avaliar o nível de aprendizado dos alunos da educação básica da América Latina e do Caribe.
• Obter informações sobre o contexto da aprendizagem dos alunos para identificar os fatores que influenciam
na aprendizagem.
• Fornecer informações válidas e confiáveis para contribuir com a tomada de decisões nas políticas educacionais
que ajudem a melhorar a qualidade da educação nos países da região.
QUEM É AVALIADO?
O TERCE avaliou em 2013 uma amostra representativa de alunos de 4º e 7º Ano do ensino fundamental de cada um
dos países participantes. Os testes de Leitura, Escrita e Matemática foram aplicados para os dois anos, exceto
Ciências Naturais, que foi apenas para o 7º Ano.
QUAIS OS INSTRUMENTOS UTILIZADOS?
O estudo utiliza instrumentos para medir cada uma das áreas do conhecimento em foco e instrumentos de coleta de
dados de contexto.
Área Instrumento cognitivo
Ciências Naturais Perguntas fechadas: múltipla escolha com apenas uma resposta correta.
Perguntas abertas: propõe a resolução de um problema com explicitação do procedimento realizado
para chegar à resposta.
Leitura
Matemática
Escrita Há dois instrumentos que exigem respostas escritas.
Nas questões abertas, os alunos devem desenvolver a sua própria resposta usando palavras, números e/ou
desenhos conforme o caso. Algumas perguntas abertas exigem que os alunos escrevam respostas curtas;
outras exigem explicações e justificativas que evidenciem o desenvolvimento realizado para a resolução
do problema.
4
PONTUAÇÕES MÉDIAS EM LEITURA, MATEMÁTICA E CIÊNCIAS NATURAIS
No TERCE, foi estabelecida uma escala para possibilitar o acompanhamento e a comparação do desempenho
dos participantes ao longo dos anos, definindo-se a média como 700 e desvio-padrão 100.
Nessa escala, o resultado médio dos alunos brasileiros foi significativamente mais alto que a média dos alunos dos
15 países participantes do Estudo em Matemática do 4º Ano e em Leitura do 7º Ano.
O teste mede os domínios da compreensão textual e o metalinguístico, os quais
compreendem os processos literal, inferencial e crítico intertextual..
Mede a compreensão de um texto e a capacidade de elaboração de texto final
seguindo as instruções dadas.
Conhecimento e uso de números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas é avaliada informação e estudo da mudança. Além disso,
mede o conhecimento matemático por meio de resolução de problemas..
São cinco domínios distintos: saúde; seres vivos; ambiente; a Terra e o Sistema Solar; e matéria e
energia. Mede-se o reconhecimento de informação e conceitos, a compreensão e
aplicação de conceitos, e o pensamento científico e resolução de problemas..
Leitura
Escrita
Matemática
Ciências Naturais
5
Ano Área Curricular Média Brasil Comparação com a média
dos países
4º Ano Leitura 712 ●
Matemática 727 ▲
7º Ano
Leitura 721 ▲
Matemática 709 ●
Ciências 700 ●
▲ Média significativamente superior à média dos países.
● Média não difere significativamente da média dos países.
DISTRIBUIÇÃO DE ALUNOS POR NÍVEIS
Para cada área/ano foram definidos os pontos de corte por especialistas dessas áreas. Os níveis de desempenho
permitem conhecer o que sabem e são capazes de fazer os alunos que estão em cada um destes.
Em Matemática e Ciências do 7º Ano, o maior percentual de estudantes está no Nível II, seguido do grupo no Nível I.
Em Leitura do 4º Ano, o maior percentual é visto no Nível I, seguido pelos estudantes do Nível III. Interessante notar
que Leitura concentra as maiores proporções de estudantes no Nível IV em comparação com a Matemática e as
Ciências Naturais.
Área/Ano Nível I Nível II Nível III Nível IV
Leitura /4º 33,7 21,6 32,0 12,7
Leitura /7º 11,0 52,2 20,2 16,6
Matemática /4º 37,5 23,8 26,8 12,0
Matemática / 7º 39,8 43,5 12,6 4,0
Ciências /7º 37,2 42,9 15,3 4,6
OS RESULTADOS DE ESCRITA
Os alunos produziram um texto, que foi posteriormente analisado por pelo menos dois especialistas diferentes que
identificaram quatro níveis de desempenho em um conjunto de indicadores discursivos (adequação ao gênero e tipo
textual), textuais (coerência, concordância oracional e coesão), e de convenções de legibilidade (segmentação de
palavras, ortografia e pontuação).
A pontuação nos testes de Escrita é expressa numa escala de 1 a 4 pontos, atribuídos por indicadores em uma tabela
de correção.
A pontuação nos testes de Escrita é expressa numa escala de 1 a 4 pontos, atribuídos por indicadores em uma tabela
de correção.
6
Ano Domínio Média Brasil Comparação com a média
dos países
4º Ano
Discursivo 2,44 ▼
Textual 3,14 ●
Convenções de legibilidade 3,31 ▲
Total teste 2,90 ●
7º Ano
Discursivo 2,75 ▼
Textual 3,37 ●
Convenções de legibilidade 3,53 ▲
Total teste 3,15 ●
▲ Média significativamente superior à média dos países.
▼ Média significativamente inferior à média dos países.
● Média não difere significativamente à média dos países.
Nos dois anos avaliados e em quase todos os domínios avaliados (exceto o domínio discursivo no 4º ano) o maior percentual de estudantes se
encontra no Nível IV, seguido do Nível III. A exceção é o domínio discursivo no 7º ano, que mostra uma porcentagem quase igual de estudantes nos
níveis I, II e III.
QUESTIONÁRIOS SOCIOECONÔMICOS
Levantam variáveis associadas aos resultados de desempenhos dos estudantes por meio de questionários de
contexto aplicados aos alunos, pais, professores e diretores, a fim de entender as circunstâncias em que a
aprendizagem ocorre.
4º Ano Nível I Nível II Nível III Nível IV
Domínio discursivo
32,8 19,2 19,0 29,1
Domínio textual
6,1 19,4 29,0 45,6
Convenções de legibilidade
10,4 5,0 27,4 57,2
7º Ano Nível I Nível II Nível III Nível IV
Domínio discursivo
20,8 20,9 20,7 37,6
Domínio textual
4,0 13,0 25,2 57,8
Convenções de legibilidade
4,3 5,7 22,4 67,6
7
QUAL É A AMOSTRA BRASILEIRA?
O TERCE no Brasil foi aplicado em 25 das 27 UFs, tendo ficado de fora somente o Acre e o Amapá. Nenhuma escola
de 4º Ano foi sorteada no estado de Roraima. Também não houve escola de 7º Ano sorteada para Santa Catarina.
Rio de Janeiro com 26 escolas (11,8%) e São Paulo com 25 (11,4%) foram os estados com maior participação.
Área Ano Brasil Total dos Países
Leitura 4º 3.254 56.036
7º 2.900 56.779
Matemática 4º 3.343 57.561
7º 2.983 57.476
Ciências Naturais 7º 2.986 57.714
Escrita 4º 3.908 56.500
7º 3.583 57.478
IMPORTÂNCIA DO TERCE
A participação do Brasil em estudos internacionais sobre a qualidade da educação permite por um lado o
aperfeiçoamento técnico e, por outro, análise de resultados em uma perspectiva comparada, fornecendo
informações importantes para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a melhoria da educação básica
no Brasil.
Alguns resultados para o Brasil são semelhantes aos de outros países da América Latina e Caribe, tais como o baixo desempenho em Matemática, em particular nas escolas rurais e multisseriadas.
OS FATORES ASSOCIADOS AO RENDIMENTO ESCOLAR
A seguir são apresentados os fatores que foram significativamente associados aos desempenhos de aprendizagem
no país de acordo com uma análise estatística que considera todas as variáveis juntas e a amaneira como elas se
relacionam com esses desempenhos. Para isso, foi aplicada a metodologia de modelos de regressão multinível,
aplicada na escola e por aluno, por série e disciplina avaliada. Os resultados são apresentados separando-se as
características dos alunos e suas famílias, professores e também da sala de aula ou da escola. A Tabela 2 mostra as
variáveis que estão relacionadas com o desempenho dos alunos de forma positiva (+) ou negativa (-).
A Figura 1 fornece informações mais específicas sobre a associação entre a aprendizagem e os fatores estudados,
mostra a magnitude da associação entre cada fator de desempenho e escolar (dado pelo comprimento da barra),
podendo ver se essa relação é negativa (quando a barra está localizada à esquerda do zero) ou positiva (quando a
barra está localizada à direita do zero). Os fatores que não têm uma barra são aqueles que não mantêm uma relação
significativa com a aprendizagem.
Quanto aos fatores relacionados aos alunos e suas famílias que influenciam a aprendizagem, o gênero é um
elemento importante a considerar. No 4º ano, as meninas chegam significativamente melhores do que os meninos
em Leitura, Matemática, enquanto ambos obtêm resultados semelhantes. No 7º ano, a vantagem das meninas em
8
Leitura desaparece e os meninos as superam na área de Matemática.
A história escolar dos estudantes tem um forte impacto sobre os resultados dos testes. Aqueles que tiveram
educação pré-escolar formal entre os quatro e seis anos de idade mostram desempenho maiores do que aqueles
que não tiveram essa oportunidade. Paralelamente, as crianças que tiveram pelo menos uma série repetida
mostram uma desvantagem significativa em comparação com seus pares em todas as séries e disciplinas avaliadas.
Crianças da 4º, que além de frequentar a escola também trabalham, alcançaram resultados substancialmente mais
baixos do que seus colegas em Leitura e Matemática.
Por outro lado, os estudantes que vêm de locais econômica e socialmente desfavorecidos obtêm, em média,
desempenho escolar significativamente menor. Independentemente das condições socioeconômicas da casa,
quando os pais do estudante têm grandes expectativas sobre o nível de aprendizagem que esse estudante será
capaz de alcançar no futuro, este obtém melhores resultados de aprendizagem.
O envolvimento dos pais no desenvolvimento escolar de seus filhos tem uma relação significativa com os resultados
em Matemática de 7º ano. Uma supervisão e ajuda frequente dos pais com trabalhos de casa é associada a baixos
resultados. Em contrapartida, a utilização, por parte dos pais, das informações dadas pela escola sobre o progresso
escolar do aluno, para apoiá-lo, ou chamando a atenção quando for o caso.
Os alunos que faltaram à escola algumas vezes por semana no último ano da escola, obtiveram um desempenho
significativamente inferior a seus colegas na área da Leitura no 4º ano. O Brasil está entre os países com maior
percentual de estudantes cujos responsáveis reconhecem faltas repetido à escola.
Paralelamente, a assiduidade e pontualidade do corpo docente têm uma importante influência positiva no
desempenho dos alunos em todas as áreas avaliadas. Na área de Leitura no 4º ano, os resultados dos alunos são
altos quando os alunos percebem um clima de ordem e respeito dentro da sala de aula1.
Recursos de aula também estão associados com a realização de aprendizagem. Os alunos que têm um caderno ou
bloco para tomar notas na classe mostram melhor desempenho nos testes de Ciências Naturais, no 7º ano. O acesso
a livros escolares está associado a realizações de ensino superiores em Leitura.
Os alunos da 7º ano2 que usam computadores na escola com frequência, muitas vezes tendem a obter
desempenhos significativamente inferiores no teste de Matemática. Por outro lado, a utilização habitual do
computador fora do contexto da escola está associada com melhores resultados em todos os testes aplicados.
Por último, é possível afirmar que características da escola, como local ou a composição dos alunos que a frequenta,
podem estar relacionadas com seus resultados.
No Brasil, as escolas de 4º ano inseridas em comunidades com altos níveis de violência recebem menos
aprendizagem. A composição socioeconômica das escolas também está relacionada com os resultados. À medida
que diminui o nível socioeconômico médio dos estudantes, se reduzem também os resultados de aprendizagem em
Matemática nos dois anos avaliados bem como em Leitura do 4º ano.
Não foi observadas diferenças de desempenho entre escolas urbanas públicas, urbanas privadas, nem em rurais,
depois de considerar todos os fatores de contexto social, das turmas e das escolas. O mesmo se aplica para a
infraestrutura que não apresenta associação significativa com o desempenho.
Tabela 2. Fatores associados ao desempenho acadêmico dos alunos no Brasil, para todas as disciplinas e anos avaliados no TERCE.
1 Variável medida somente no 4ª Ano.
2 Variáveis relacionadas com o uso do computador por parte dos estudantes foram medidas somente no 7º Ano.
9
BRASIL 4ª ANO
LEITURA MATEMÁTICA
Car
acte
ríst
icas
do
s Es
tud
ante
e F
amíli
as
Repetência de ano - -
Faltas dos alunos às aulas -
Frequência à educação infantil +
Expectativas dos pais + +
Envolvimento dos pais
Supervisão dos estudos em casa
Tempo de estudo em casa
Hábitos de leitura do estudante
Uso recreativo do computador
Nível socioeconômico da família + +
Subvenção condicionada
Trabalho infantil - -
meninas +
População indígena
População imigrante
BRASIL 4ª ANO
LEITURA MATEMÁTICA
Fato
res
do
Do
cen
te e
Prá
tica
s d
e A
ula
Frequência e puntualidade do docente + +
Disponibilidade de caderno escolar
Disponibilidade de livro +
Uso do computador na escola 1 dia por semana
Uso do computador na escola 2 dias por semana
Uso do computador fora da escola 3 dias ou mais por semana
Uso do computador fora da escola 1 dia por semana
Uso do computador fora da escola 2 dias por semana
Uso do computador fora da escola 3 dias ou mais por semana
Clima de aula segundo o docente
Clima de aula segundo os estudantes +
Práticas docentes para o desenvolvimento da aprendizagem
BRASIL 4ª ANO
LEITURA MATEMÁTICA
Fato
res
da
Esco
la
Nivel socioeconómico de la escuela + +
Escola rural
Escola privada
Violência no entorno da escola - -
Infraestrutura da escola
Variáveis significativas ao nível de 5% na relação bivariada com a aprendizagem, controlando pelo nível socioeconômico e cultural dos
alunos e da escola.
Variável não existe para o ano, não incluída no modelo.
Não existen casos válidos suficientes para calcular o modelo.
+ = Relação positiva com a aprendizagem
- = Relação negativa com a aprendizagem
10
BRASIL 7ª ANO
LEITURA MATEMÁTICA CIÊNCIAS NATURAIS
Car
acte
ríst
icas
do
s Es
tud
ante
e F
amíli
as
Repetência de ano - - -
Faltas dos alunos às aulas
Frequência à educação infantil + + +
Expectativas dos pais + +
Envolvimento dos pais +
Supervisão dos estudos em casa -
Tempo de estudo em casa
Hábitos de leitura do estudante
Uso recreativo do computador
Nível socioeconômico da família + + +
Subvenção condicionada
Trabalho infantil
meninas -
População indígena
População imigrante
BRASIL 7ª ANO
LEITURA MATEMÁTICA CIÊNCIAS NATURAIS
Fact
ore
s d
e D
oce
nte
y P
ráct
icas
de
Au
la
Frequência e puntualidade do docente + + +
Disponibilidade de caderno escolar +
Disponibilidade de livro +
Uso do computador na escola 1 dia por semana
Uso do computador na escola 2 dias por semana
Uso do computador fora da escola 3 dias ou mais por semana - - -
Uso do computador fora da escola 1 dia por semana
Uso do computador fora da escola 2 dias por semana
Uso do computador fora da escola 3 dias ou mais por semana +
Clima de aula segundo o docente
Clima de aula segundo os estudantes
Práticas docentes para o desenvolvimento da aprendizagem
BRASIL 7ª ANO
LEITURA MATEMÁTICA CIÊNCIAS NATURAIS
Fato
res
da
Esco
la
Nivel socioeconómico de la escuela +
Escola rural
Escola privada
Violência no entorno da escola
Infraestrutura da escola
Variáveis significativas ao nível de 5% na relação bivariada com a aprendizagem, controlando pelo nível socioeconômico e cultural dos alunos e da
escola. Variável não existe para o ano, não incluída no modelo.
Não existen casos válidos suficientes para calcular o modelo.
+ = Relação positiva com a aprendizagem
- = Relação negativa com a aprendizagem
11
Gráfico 1. Magnitude dos fatores associados ao desempenho acadêmico dos estudantes do Brasil, para todas as disciplinas e anos avaliados no TERCE3
3 Nota: As barras indicam a associação entre o desempenho académico e os fatores associados à aprendizagem nas diferentes disciplinas e anos no Brasil,
segundo o Modelo Multinível. A ausência de barras indica que a relação não foi estatisticamente significativa ao nível de 5%.
12
PERFIS DAS ESCOLAS
O estudo profundo da relação entre o nível socioeconômico da escola e o desempenho acadêmico fornece
informação valiosa para a tomada de decisões. Os perfis das escolas analisam a relação entre o nível socioeconômico
e o desempenho médio das escolas, e fornecer informações sobre a magnitude dessa relação e o porcentual da
variância no desempenho escolar que é explicada pelo índice social. A inclinação indica o quanto aumentaria o
desempenho médio da escola se seu nível socioeconômico aumentasse em uma unidade. A força do perfil indica que
porcentagem da variância no desempenho médio das escolas é explicada por diferenças nos níveis socioeconômicos
médios escolas dessas escolas. Explicando de forma intuitiva, o percentual de variância explicada indica a
probabilidade de que a informação dada pela inclinação é cumprida em todas as escolas4.
A associação da composição socioeconômica do corpo discente geralmente é maior na área de Leitura do que em
Matemática e Ciências Naturais, porque enquanto as características socioculturais da família têm um forte impacto
no desenvolvimento da linguagem das crianças, o conhecimento da Matemática e Ciências tende a vir
principalmente da escola.
Os perfis das escolas do Brasil, expressas nos gráficos de dispersão (Figura 2) mostram a relação entre o
desempenho escolar médio de cada área avaliada e os níveis socioeconômicos médios das escolas (cada escola é
representada por uma cruz) 5. Por sua vez, indicam a localização de escolas avaliadas com respeito aos níveis de
desempenho alcançados em cada teste do TERCE.
A maioria das escolas brasileiras avaliados tiveram resultados médios que as colocam primeiro no primeiro e no
segundo níveis de desempenho, exceto na Leitura do 7ª Ano onde estão localizadas principalmente no segundo e
terceiro níveis de desempenho. No 4º Ano aparecem mais escolas primeiro nível de desempenho, que se inverte no
7º Ano. Isso pode ser devido ao abandono escolar por parte dos alunos mais desfavorecidos, que não mais
conseguem atingem o 7ª Ano.
A maioria das escolas brasileiras avaliadas obtiveram resultados médios que as colocam nos primeiro e segundo
níveis de desempenho, exceto em Leitura do 7º Ano, na qual se localizam majoritariamente no segundo e terceiros
níveis de desempenho. Na terceira série mais escolas aparecem no primeiro nível de desempenho, que é revertida
no 7ª Ano. Isto pode ser devido ao abandono por parte dos alunos mais desfavorecidos que não alcançam o 7ª Ano.
Por sua vez, os perfis das escolas mostram uma alta desigualdade educacional no país. As inclinações são
marcadamente superiores às da região em todos os testes aplicados, indicando uma alta influência do nível
socioeconômico das escolas nos resultados dos estudantes brasileiros. Além disso, a força dos perfis também é
elevada, o que sugere uma aguda incidência do nível socioeconômico sobre o desempenho ocorre com uma alta
probabilidade. Como mostrado nos gráficos, as escolas que atingem níveis elevados de desempenho tendem a ser
aqueles cujos alunos possuem, em média, um nível socioeconômico mais elevado.
Esses resultados sugerem que a melhoria da educação básica no Brasil é possível à medida que sejam dirigidas mais
recursos e intervenções efetivas à população vulnerável e às escolas que recebem tal população.
4 WILLMS, D. 2006. Las brechas de aprendizaje: Diez preguntas de la política educativa a seguir en relación con el desempeño y la
equidad en las escuelas y los sistemas educativos. Instituto de Estadística de la UNESCO, Montreal. 5 Para maiores detalhes sobre o valor dos componentes dos perfis das escolas do Brasil e sua comparação com a média dos
países examinados ver Anexo X.
13
y = -9,04x2 + 90,48x + 687,41R² = 0,67
300
400
500
600
700
800
900
1000
-3 -1 1 3
Níve
is de
De
sem
pe
nh
o
De
sem
pe
nh
o L
eit
ura
4º
Índice socioeconômico y = -9,04x2 + 90,48x + 687,41R² = 0,67
300
400
500
600
700
800
900
1000
-3 -1 1 3
Níve
is de
De
sem
pe
nh
o
De
sem
pe
nh
o M
ate
mát
ica
4º
Índice socioeconômico
y = -9,04x2 + 90,48x + 687,41R² = 0,67
300
400
500
600
700
800
900
1000
-3 -1 1 3
Níve
is de
De
sem
pe
nh
o
De
sem
pe
nh
o M
ate
mát
ica
7º
Índice socioeconômicoy = -9,04x2 + 90,48x + 687,41R² = 0,67
300
400
500
600
700
800
900
1000
-3 -1 1 3
Níve
is de
De
sem
pe
nh
o
De
sem
pe
nh
o L
eit
ura
7º
Índice socioeconômico
y = -9,04x2 + 90,48x + 687,41R² = 0,67
300
400
500
600
700
800
900
1000
-3 -1 1 3
Níve
is de
De
sem
pe
nh
oD
ese
mp
en
ho
Ciê
nci
as 7
º
Índice socioeconômico
Gráfico 2. Perfis das escolas do Brasil que apresentam a relação entre o desempenho médio das escolas e seu nível socioeconômico médio6.
6 Nota: Os perfis das escolas mostram a relação entre o índice socioeconômico médio de cada escola avaliada no Brasil e o
desempenho médio obtida nos testes do TERCE.