o que é resistência de plantas daninhas a herbicidas? · herbicidas prof. dr. saul carvalho...
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Resistência de Plantas Daninhas a
Herbicidas
Prof. Dr. Saul Carvalho
Instituto Federal do Sul de Minas
Campus Machado
O que é resistência de plantas
daninhas a herbicidas?
“Capacidade natural e herdável de alguns biótipos, dentro de
determinada população, de sobreviver e se reproduzir após à
exposição a dose de herbicida normalmente considerada letal
à população normal (suscetível) da mesma espécie
(Christoffoleti & López-Ovejero, 2008)”
RESISTÊNCIA
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Comparação entre o número de casos de resistência no Brasil e no mundo (Heap, 2018)
www.weedscience.org
RESISTÊNCIA
Mecanismos de Ação
N. de espécies resistentes
No Brasil No mundo
Inibidores da ALS 16 160
Inibidores da ACCase 5 48
Fotossistema II 6 74
Inibidores da Protox 3 13
Inibidores da EPSPs 8 41
Registro de casos de resistência de plantas daninhas no Brasil (Heap, 2018)
www.weedscience.org
0
10
20
30
40
50
60
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3
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7
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0
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6
201
7
Cas
os
Acu
mu
lad
os
Ano de Identificação
3
Os biótipos resistentes em cada
espécie de planta daninha já
se encontram na área, porém em
quantidade muito menor que os
biótipos suscetíveis
O herbicida não cria resistência, seleciona!
RESISTÊNCIA
Ano 1 Ano 2 Ano 3
População de plantas
daninhas antes da
aplicação de herbicida
População de plantasdaninhas depois da
aplicação de herbicida
Aumento da freqüência do biótipo resistente devido à aplicações
repetidas e anuais do mesmo herbicida
Planta suscetível Planta resistente
4
Azevem - Lolium multiflorum - Rio Grande do Sul
Buva - Conyza spp - Paraná
(Buva nos EUA = 30,46 US$/ha/ano) MUELLER et al. 2005
5
RESISTÊNCIA
População suscetível após a aplicação de um
herbicida inibidor da ALS
Bidens pilosa L.
100 % dos
Indivíduos
suscetíveis
6
Bidens pilosa L.
População resistente após a aplicação de um
herbicida inibidor da ALS
Indivíduo
resistente
Indivíduo
suscetível
População resistente após a aplicação de um
herbicida inibidor da ALS
100% dos
Indivíduos
resistentesBidens pilosa L.
7
RESISTÊNCIA
RESISTÊNCIA
Resistência cruzada:
resistência a diferentes grupos químicos que
têm o mesmo sítio de ação e/ou mecanismo de
ação
Geralmente o mecanismo de resistência é
resultante de uma alteração no sítio de ação do
herbicida
Resistência múltipla:
Resistência a dois ou mais mecanismos de ação
distintos.
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QA
e-
QBCytocromo
Plastoquinona
Planta
suscetível
H
QA
e-
QB Cytocromo
Plastoquinona
Planta resistente H
e-
e-
e-
Confirmação da Resistência?
• Presença de escapes
• Sempre a mesma espécie
• Reboleiras que evoluem para área total
• Bom senso
Testes laboratoriais com parâmetros
pré-definidos por pesquisas
RESISTÊNCIA
9
Distribuição contagiosa das plantas daninhas
RESISTÊNCIA
Coletar as sementes das plantas escapes
Colocar no mínimo 1000 sementes por amostra
Registrar as informações
Coletar sementes de área adjacente sem resistência
Etiquetar devidamente as amostras coletadas
Enviar as amostras para testes
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RESISTÊNCIA
Falha por resistência:manchas com alta densidade no centro diminuindo para foraescapes em diferentes direções sem padrão definido na glebasempre se tratando da mesma planta daninha.
Picão-preto - Bidens subalaternans - Itapeva, SP
Capim-amargoso - Digitaria insularis - Campo Florido, MG
Lavoura de sorgo, que sucedeu área de soja infestada com amargoso
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RESISTÊNCIA
Testes preliminares no campo para excluir as outras possibilidades de falha
Glyphosate 3,0 Lp.c./haGlyphosate 3,0 Lp.c./ha +
Clethodin 0,3 Lp.c./ha
RESISTÊNCIA
0
20
40
60
80
100
0,01 0,1 1 10 100 1000
imazethapyr (g ha-1
)
Contr
ol (
%)
1 2 4 5 6
Curvas de dose-resposta
de biótipos resistentes (R)
e suscetível (S) de picão-
preto (Bidens pilosa e B.
subalternans) quando
submetidos ao herbicida
imazathepyr, aos 28 DAA.
López-Ovejero et al., 2006
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RESISTÊNCIA
S R
Dose do herbicida (g/ha) escala logarítmica
0,1 1,0 10,0 100,0
Bio
massa (
g/p
lanta
)
0,0
5,0
10,0
Fator de Resistência
(R/S)
=GR50 (res.)
GR50 (sus.)=
10
1= 10
RESISTÊNCIA
Resistência de
buva ao herbicida
glyphosate
Moreira et al., 2007
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Figura 1. Avaliação visual resultante da aplicação de diferentes doses de fluazifop-
p-butil sobre biótipo suscetível (A) e resistente (B) de capim-colchão (Digitaria
ciliaris). Sendo D = 187 g ha-1, as doses múltiplas aplicadas foram: testemunha,
1/16D, 1/4D, D, 4D e 16D (esq.→ dir.). Piracicaba, 2005.
(A) (B)
RESISTÊNCIA
RESISTÊNCIA
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Capim-amargoso - Digitaria insularis - São Paulo
Testemunha
3,0 L 6,0 L
9,0 L 12,0 L
Nicolai et al., 2009
RESISTÊNCIA
Massa seca de biótipos de Conyza canadensis resistente (CCR1) e suscetível
(CCS) ao herbicida glyphosate. Piracicaba (SP), 2007 (Moreira et al., 2010)
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Como CONTROLAR o
surgimento da resistência ?
• DIVERSIDADE
• Rotação de culturas
• Não permitir produção de sementes
• Mudança de herbicida (Mecanismo de ação)
• Associação entre diferentes herbicidas
• Diferentes estratégias de controle químico
RESISTÊNCIA
Como prevenir resistência?
• “SISTEMA DE PRODUÇÃO”
• Integração de sistemas
• Integração lavoura-pecuária
• Sistemas agro-florestais
• Culturas de inverno
• Adubação Verde
RESISTÊNCIA
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RESISTÊNCIA
Resistência de buva ao herbicida
glyphosate (Moreira et al., 2010)
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Resistência de buva ao herbicida
glyphosate (Moreira et al., 2010)
Resistência de buva ao herbicida
glyphosate (Moreira et al., 2010)