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O que é sílaba? De um ponto de vista fonético e fonológico

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Page 1: O que é sílaba? De um ponto de vista fonético e fonológico

O que é sílaba?De um ponto de vista fonético e fonológico

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O que é sílaba?Conceituar o que é sílaba é muito difícil, é o que já dizia Cagliari (2007) “segmentar a fala formando uma seqüência de sons com características individuais bem distintas e delimitadas, é tão difícil”.

Jakobson, apresenta a seguinte definição “traços distintivos se reúnem em feixes simultâneos chamados fonemas; os fonemas se concatenam em seqüência; o padrão elementar sotoposto a um dado grupo de fonemas é a sílaba” (JAKOBSON, 1985, p. 68).

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O que é sílaba?Para Selkirk (The structure of phonological representations, 1982), é uma unidade lingüística significativa na teoria fonológica que organiza segmentos e prosódias dos enunciados.

1. modo em que os elementos se combinam com outros elementos (restrição fonotática);

2. regras fonológicas que só podem ser explicadas fazendo remissão à sílaba;

3. ao fazer referência à prosódia, ao acento e ao tom fala-se em sílaba;

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Classificação

Podemos classificar a sílaba em duas perspectivas:

Fonética: são as características físicas da silaba,

Fonológica: são características simbólicas, estruturais e cognitivas da sílaba.

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Perspectiva fonética

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FonéticaA sílaba seria um jato de ar expelido para cima através do canal vocal por meio de uma compreensão dos músculos intercostais (Stetson apud Jakobson, 1978).Cagliari se baseia em Stetson e define a sílaba como resultados de movimentos musculares, quando os músculos da respiração modificam o processo respiratório adaptando-o ao processo de fala (2007 [1982], p. 109).

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Fonética

Em outras palavras, durante a saída de ar (corrente expiratória) os músculos se contraem e relaxam, fazendo o ar sair em pequenos jatos. Cada um dos jatos corresponde a base motora de uma sílaba.

O esforço muscular não é idêntico, ou seja, há diferença de intensidade e duração.

Sílabas acentuadas e não acentuadas.

Estruturação do ritmo na Linguagem.

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Fonética

Para Cagliari o esforço muscular que gera as sílabas pode ser caracterizado como um movimento de força que se intensifica e se reduz em cada sílaba. (2007, p 110).Há 3 partes de movimentação:

Intensificação de forçaLimite máximo de forçaRedução

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Fonética

De acordo com esse movimento, o autor interpreta a sílaba com três partes:

Duas periferias: intensif. redução

Central: limite max. de força vogais

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Fonética

Caso haja mais de uma consoante ou a combinação de consoante com semivogal no primeiro ou no terceiro momento, eles são organizadas de acordo com a escala ascendente e descendente de sonoridade.

Intensif.: obstruíntes, sonorantes e semivgLimite max.: vogaisRedução: semivg, sonorantes e obstruíntes

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Perspectiva fonológica

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Perspectiva fonológica

Nesta perspectiva há duas teorias sobre a sílaba:

1. uma teoria tradicional chamada por Câmara Jr.(1970) de organização linear;

2. uma proposta por Selkirk (1982) chamada de teoria hierarquizada.

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Teoria Linear

De acordo com esse modelo, a estrutura da sílaba apresenta um ponto central de onde partem três posições:

S

aclive ápice declive

e que correspondem, respectivamente, aos momentos de intensificação, força máxima e redução, na perspectiva fonético-motora.

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Teoria Linear

No Português Brasileiro, de acordo com Camara Jr. (1970):

o ápice é preenchido por qualquer vogal;

o aclive, por qualquer uma das 19 consoantes

o declive por vibrante, lateral, arquifonema fricativo, arquifonema nasal e semivogais (no caso de ditongos).

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Teoria Linear

Nesta teoria, é como se todos os elementos da sílaba não tivessem vínculos, ou seja, partem de mesmo nó e independente do elemento que preencher o aclive, pode-se preencher o ápice e, consequentemente, o declive com qualquer outro elemento.Não há restrições!Descreve as diferentes estruturas silábicas da língua.

CV; CVC; CCV;CCVCC..PA; COS;PRA;TRANS..

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Teoria Hierárquica

O modelo hierárquico, tal como proposto por Selkirk (1982), orienta-se pelo pensamento gerativista.Busca explicar a organização da sílaba de um ponto de vista universalizante – já que supõe que haveria características comuns (e universais) no modo como as diferentes línguas do mundo definem seus moldes silábicos.

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Teoria Hierárquica

Nesse modelo, a sílaba seria um constituinte da estrutura fonológica da língua do qual partem, de sua raiz, dois constituintes imediatos: o ataque e a rima. Esta última se ramifica em núcleo e coda.

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Teoria Hierárquica

Declive e coda não são sinônimos da mesma forma que núcleo e ápice também não são, pois declive e ápice são uma parte ligada diretamente a sílaba, já núcleo e coda são ligados à posição rima, a qual esta é diretamente ligada a sílaba.

Já aclive se diferencia de ataque pelo fato de que quando se fala em aclive, parte-se de um mesmo nó a posição ápice e declive e no caso do ataque, parte-se a rima.

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Linear X Hierárquico

LinearHierárquico

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Linear X Hierárquico

Ataque não tem vinculo direto com o núcleo, portanto não poderia sair do mesmo nó.

Já coda depende do núcleo e vice-versa, pois tem relação intrínseca.

Regras fonológicas: (-) conson. (+) vocalic.

Restrições fonotáticas:não há 2 liq, 2 nasais..

Escala ascend. e descend. de sonoridade.

Ex: Danrlei

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Teoria Hierárquica

Há padronizações especificas:

de quais e quantos segmentos podem ocorrer em cada silaba;

quais elementos podem se combinar, obedecendo aos princípios universais da estruturação da silaba.

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Teoria Hierárquica

Adaptando-se a estrutura fonológica da sílaba no Português ao modelo de Selkirk (1982):

Núcleo: obrigatoriamente preenchido por uma vogal;

Elemento com maior energia acústica durante a produção da silaba.

Consequentemente, é o primeiro elemento que a criança começa a escrever durante a aquisição da escrita.

Por exemplo: OA – para a palavra BOLA

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Teoria Hierárquica

Ataque: pode ser preenchido por uma ou duas consoantes, por uma semivogal, em casos bem específicos, por uma consoante mais semivogal, ou pode ainda não ser preenchido por nenhum segmento;

Por exemplos: Pa (pato) pra (prato)

Ia (Iara) qua (quatro) o (ovo).

No PB esta posição é muitas vezes preenchida. Porém como há várias possibilidades de preenchimento, no momento da alfabetização podem ocorrer frequentes substituições.

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Teoria HierárquicaCoda: pode ser preenchida por uma ou duas consoantes, por uma semivogal, por uma semivogal seguida de uma ou duas consoantes, ou pode ainda não ser preenchida por nenhum segmento.Por exemplos: por (porta),trans (transferir), mau (Mauro), pais, bens (parabéns), ta (carta).Lembrando que a coda é o momento de redução de força (foneticamente), essa posição torna-se menos perceptível auditivamente do que a posição de ataque e núcleo. Consequentemente, as crianças apresentariam maiores dificuldades ortográficas.