o que estudantes de ensino médio pensam sobre educação...
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VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental Rio de Janeiro, 19 a 22 de Julho de 2015
Realização: Unirio, UFRRJ e UFRJ
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O que estudantes de Ensino Médio pensam sobre Educação Ambiental
Marcelo Borges Rocha – CEFET/RJ
Carolina Pereira Barros – CEFET/RJ
Resumo: A natureza vem sofrendo impactos oriundos da mudança do tipo de relação
que o homem estabeleceu com o meio ambiente. Diante deste contexto, o estudo da
percepção ambiental se torna fundamental no sentido em que a consciência e o
comportamento humano, que são construídos durante a vida, proporcionam novas
mudanças. Na escola, é ainda mais importante que tal processo se estabeleça de forma
efetiva, pois os jovens podem se tornar atores principais em ações transformadoras.
Sendo assim, este estudo analisou como estudantes do ensino médio percebem a
Educação Ambiental. Para isso foram aplicados e analisados 52 questionários. Foi
possível observar que os estudantes possuem opiniões e percepções diversificadas e
contraditórias entre si, e apesar de reconheceram a importância da Educação Ambiental
não incorporam seus pressupostos em suas vidas. Concluiu-se assim, que é necessário
ampliar a discussão sobre como efetivamente desenvolver atividades de Educação
Ambiental no contexto escolar.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Percepção Ambiental, Meio ambiente.
Abstract: The nature has suffered impacts from the change in the type of relationship
that man has established with the environment. Thus, the study of environmental
perception becomes fundamental in the sense that consciousness and human behavior,
which are built during the life, provide new changes. At school, it is even more
important that this process be established effectively, because young people can become
key players in transforming actions. Thus, this study examined how high school
students perceive the Environmental Education. To this were applied and analyzed 52
questionnaires. It was observed that students have opinions and diverse and
contradictory perceptions among themselves, and although recognized the importance
of environmental education does not incorporate their assumptions in their lives. It was
thus concluded that it is necessary to broaden the discussion on how to effectively
develop environmental education activities in the school context.
Keywords: Environmental Education, Environmental Perception, Environment.
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1. Introdução
O número de estudos que abordam questões sobre a relação do homem com o
meio ambiente, além de muitos outros questionamentos que visam entender a realidade
sócio-ambiental, aumentou nas últimas décadas. A partir de relatos que analisam
historicamente esta interação e a mudança da visão humana e de suas respectivas ações
no meio, surgem questões que precisam ser discutidas e repensadas, tais como,
aquecimento global, racionamento de água e luz, entre outras. Somando todas estas
pesquisas e iniciativas, alguns esforços direcionam-se para entender a questão ambiental
por diversos olhares, interesses, reações e condutas. Neste contexto a percepção
ambiental aprofunda a compreensão das interrelações, sobretudo pelo entendimento do
que os indivíduos percebem a respeito, para em seguida promover a sensibilização.
Vilas Boas (2002, p.6) indaga, “Como conscientizar a humanidade para a
necessidade da mudança nos hábitos de produção e de consumo? A complexidade da
problemática ambiental poderá conduzir o ser humano a uma nova forma de ver e
compreender as relações estabelecidas entre sociedade e natureza?”. Neste contexto, a
Educação Ambiental pode contribuir para a formação de cidadãos conscientes e
engajados atuando na sociedade de maneira transformadora e crítica. No
desenvolvimento desta educação, com suas diversas conceituações, formas de trabalhar
e atores atuantes surgem alguns desafios dentre eles, elaborar estratégias eficientes para
promover a sensibilização ambiental.
O papel da escola reflete a necessidade da formação de cidadãos cujos valores
abrangem a integração da família, da sociedade e das instituições escolares. Santos
(2002) afirma que a ciência, o meio ambiente e a educação são fundamentais para a
construção de uma sociedade que seja capaz de assegurar a existência dos seres vivos no
futuro. Desse modo, o presente estudo objetivou analisar como estudantes do segundo
ano do ensino médio do Colégio Pedro II percebem a Educação Ambiental.
1.1. Crise Ambiental
Alheio a teorias e crenças quanto ao surgimento do planeta Terra, sabe-se que as
alterações no ambiente químico e físico proporcionadas pela própria evolução biológica
são naturais. Embora estudos comprovem que inúmeras formas de vida já passaram pelo
globo terrestre, das quais a espécie humana é uma das mais recentes, pode-se pensar que
o aparecimento do homem apresente potencial de influenciar o meio ambiente em geral,
dependendo de como esta relação é desenvolvida. Segundo Fernandes e Sampaio (2008,
p. 89), “É possível afirmar que a natureza não tem problemas e, se os tem, são inerentes
a sua dinâmica e resolvidos por ela. A definição da problemática ambiental, portanto, é
uma definição diretamente ligada às atividades sociais que incidem sobre a natureza”.
O entendimento de ambiente não é novo. A forma de sistematizar os
conhecimentos é que mudou. O reconhecimento da situação ambiental em estado de
alerta é o grande responsável por tal progresso – formulado por cientistas,
ambientalistas, governo e sociedade principalmente a partir dos anos 60. Ainda diante
desta mudança, torna-se interessante compreender como tais relações estabelecidas
entre homem e natureza foram se desenvolvendo. A capacidade em transformar o meio
ambiente, se analisados de maneira mais criteriosa, iniciou-se há milênios
(RODRIGUES, 1998). Pode-se dizer ainda que no princípio essas relações eram
envolvidas por mitos e magias de forma geral - singularmente por ser encarada por
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muitos como uma relação divina. Quem nunca se deparou com história de deuses
gregos quase humanos que representavam as forças da natureza?
Aos poucos a forma de perceber a natureza foi se transformando e relações de
posse sendo estabelecidas lado a lado com o desenvolvimento de tecnologias mais
sofisticadas. É importante ressaltar, porém, que as tecnologias são fundamentais para o
avanço da espécie humana e obviamente não podem ser consideradas como vilãs no
aspecto ambiental. O ponto chave, portanto, é a utilidade das mesmas (SANTOS, 1997).
Além disso, não se pode desconsiderar a especulação filosófica daqueles que buscavam
respostas mais concretas e racionais de tudo aquilo que os cercavam.
A Revolução Industrial é apontada por muitos estudiosos como o início de
transformações significativas em aspectos sociais, filosóficos, comportamentais,
econômicos e políticos. A natureza que já era vista como inferior ao homem assumiu o
papel pleno de subordinada a ele - graças principalmente, ao avanço da ciência aliado a
técnica (OLIVEIRA, 2011). A produção acelerada passa a ser valorizada associada ao
menor custo e altos lucros. O consumismo atinge níveis altos e para "alimentar" todo
este ciclo, as riquezas naturais são exploradas sem restrições. As condições precárias
das fábricas incluíam à utilização de fontes de energia, como o carvão, extremamente
poluidor ao meio ambiente.
O que isenta em parte a Revolução Industrial, conhecida por muitos como
"revolução da mortalidade", é que de fato o relevante nesta grande virada foi a
articulação entre ciência e tecnologia e o papel central que ambas assumiram na
sociedade (VEIGA, 2009). É inquestionável, portanto, que os impactos ao meio
ambiente pelo homem passaram a ser mais violentos desde então. O entendimento de
uma natureza - objeto exterior ao homem amplia a impressão de que tal relação
recíproca pode sim ser “via de mão única”.
1.2. Percepção Ambiental
A própria definição de percepção como ato de perceber já permite estabelecer
conexões para a formação de idéias imediatas e reflexões posteriores de tudo aquilo que
percebemos. Considerando que a “construção” de conhecimentos, experiências e
contatos adquiridos ao longo do tempo são únicos para cada ser, a percepção de
fenômenos será sempre interpretada de maneira diferente. Desta forma, portanto, as
percepções são singulares diante de realidades distintas. Ao mesmo tempo deve-se
considerar que a própria vivência tende a formar indivíduos com escolhas e
comportamentos padronizados e diversos (REGHIN, 2002). Ou seja, embora as
percepções sejam únicas deve ser levado em conta que membros de um mesmo grupo,
por estarem inseridos em um meio parecido em aspectos diversos tendem a compartilhar
percepções comuns (TUAN, 1980).
Para Dorin (1984, p.163) percepção “[...] é um processo pelo qual tomamos
consciência imediata dos objetos e fatos e de suas relações num dado contexto
ambiental. Percepção é sempre uma interpretação pessoal de um evento externo”. Rio
(1999) estabelece um esquema da percepção baseado em mecanismos diversos.
Interligando linearmente diante da realidade: sensações, motivação, cognição, avaliação,
e formação de conduta. Ou seja, a interação dos seres com o ambiente envolveria
mecanismos perceptivos e cognitivos (SANTOS, 2010). Articulando o conceito de
percepção com a noção de meio ambiente, pode-se entender a valorização do estudo da
percepção ambiental condicionada a bagagem do próprio indivíduo e tendo em mente
que os problemas ambientais são também problemas humanos. Pode-se dizer assim, que
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os avanços ambientais dependem diretamente da consciência ambiental e
comportamento do ser humano construídos durante a vida e das experiências com o
ambiente. Desta forma, ratifica-se a importância da percepção ambiental em estudos
voltados para a Educação Ambiental.
Sauvé (1997) partindo do entendimento de que a Educação Ambiental se
encontra entre o ser humano e o meio ambiente estabelece três vertentes referentes às
perspectivas que norteiam as práticas pedagógicas: perspectiva ambiental, educativa e
pedagógica – que se centram respectivamente no ambiente biofísico, no indivíduo ou
grupo social e no processo educativo e podem ser sintetizadas de acordo com as suas
preocupações centrais através dos questionamentos: “Que planeta deixaremos as nossas
crianças?”, “Que crianças deixaremos ao nosso planeta?” e “Que educação deixaremos
para as crianças do nosso planeta?” Neste sentido, a maioria dos Educadores
Ambientais enxerga a percepção ambiental como um dos passos iniciais para qualquer
trabalho que tenha como objetivo entender melhor as visões, expectativas, interesses e
vivência do grupo envolvido para aí sim traçar os projetos mais eficazes (REIGOTA,
2002).
2. Metodologia da Pesquisa
Diante da importância do entendimento da percepção de estudantes sobre a
importância da Educação Ambiental foi realizada esta pesquisa com alunos do segundo
ano do ensino médio de uma das instituições de ensino público mais tradicionais do
Brasil: Colégio Pedro II – Unidade Centro. A coleta de dados foi realizada através da
aplicação de questionários.
A elaboração do conteúdo das perguntas incluiu o cuidado em não torná-las uma
atividade com potencial de pressionar os estudantes, desta forma a sinceridade dos
alunos ao responder as questões foi vista como fundamental para evitar erros de
medição e, portanto, evitou-se a interferência do pesquisador. Primeiramente quatro
questões fechadas que objetivavam traçar o perfil dos alunos quanto ao gênero, faixa
etária, renda familiar e bairro em que moram. Além destas, outras questões fechadas e
abertas foram aplicadas para 52 alunos. Para analisar as questões fechadas as respostas
foram tabuladas a fim de aplicá-las em percentuais e apresentá-las em forma de
gráficos. Para as questões fechadas com mais de uma resposta, utilizou-se a contagem
por incidência, método que foi expresso através de gráficos que apresentam o número
de vezes que a opção foi assinalada.
As questões abertas foram analisadas por meio da análise de conteúdo utilizando
da teoria da ação social, que trás a proposta da possibilidade de analisar o que as
pessoas pensam a respeito de algo, de acordo com a sua concepção sobre aquele objeto
em seu contexto (SILVA et al., 2005). De posse do material, identificamos e
interpretamos as categorias e temas mais frequentemente abordados nos textos, através
da análise de conteúdo categorial-temática (BARDIN, 1977).
3. Resultados e Discussão
3.1. Perfil sócio-econômico
Na pesquisa realizada pôde-se perceber que mais da metade dos estudantes é do
sexo feminino, sendo 30 meninas e 22 meninos. Em relação à faixa etária, 70%
possuem 15, 13% com 16 anos, 11% possui 17 anos e 6% esta com 14 anos. Quanto ao
local onde residem há predomínio de bairros da zona norte e zona oeste do Rio de
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Janeiro. Finalizando esta primeira etapa da pesquisa, quanto a faixa salarial dos
aprendizes, 44,3 % têm renda familiar de mais de 7 salários mínimos, 34,6% entre 4 a 7
salários e somente 21,1% afirmaram que vivem com 1 a 3 salários mínimos.
3.2. Percepção sobre Educação Ambiental
Este tópico apresenta os resultados das questões fechadas em que só podia ser
marcada uma opção. Através das respostas dos alunos, foi possível perceber que a
maioria sinalizou que raramente percebem a preocupação por parte das pessoas de seu
convívio em relação às questões ambientais (Fig. 1).
Figura 1: Questão sobre a preocupação com o meio ambiente das pessoas que convivem com
os alunos
Fonte: A pesquisa
Analisando esta pergunta, pode-se salientar o entendimento de aprendizado
flexível do ser humano de Bandura (2008, p. 21) (Teoria da Aprendizagem Social), que
enfatiza a existência do aprendizado observacional: “Todos os fenômenos que ocorrem
por meio de experiência direta também podem ocorrer de forma vicariante – com a
observação de outras pessoas e das consequências para elas”. Neste sentido, a
aprendizagem se dá por meio da observação de outras pessoas e ocorre quando a
observação de fato, é seguida do processo cognitivo. Logo, não se trata de imitação
automática, já que necessita de representações simbólicas peculiares a cada indivíduo e
situação.
Relacionando esta teoria com os resultados da pesquisa, a tendência é que a
maioria destes estudantes desenvolva ao longo do tempo, ações que reflitam raramente
preocupações com o meio ambiente. Destaca-se assim, a importância das intervenções
educativas como forma de incentivá-los a repensar suas posturas em relação ao meio em
que vivem e ainda, se tornarem disseminadores de informações que contribuam para a
sensibilização ambiental em seus contextos sociais.
Na questão seguinte, observa-se que a maioria (38,46%) percebe a Educação
Ambiental somente nos espaços de educação formal, ou seja, a escola. Entretanto, esse
trabalho ainda é desenvolvido de maneira aleatória e com uma tentativa de apresentar
um caráter multidisciplinar (Fig. 2).
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Figura 2: Gráfico referente à questão de como a Educação Ambiental é explorada no ambiente
escolar
Fonte: A pesquisa
Os resultados encontrados corroboram o estudo de Almeida (2008), que cita a
dificuldade dos professores no âmbito escolar em desenvolver práticas em espaços e
momentos interligados que permitem novos olhares e reflexões do cotidiano. Tendendo
a se limitarem a desenvolver atividades ambientais restritas ao espaço escolar. Outra
opção de bastante destaque nas respostas dos alunos diz respeito que entendem que a
Educação Ambiental é amplamente desenvolvida em ambas as esferas, formal e não
formal. E esta aparentemente seria a opção ideal, visto que como qualquer temática,
quanto maior o contato mais fácil à compreensão e a construção de determinadas
posturas, construídas de acordo com o processo participativo de vários agentes.
Atingindo assim os objetivos da Educação Ambiental.
Na outras duas opções apontadas, em igual proporção, surgem alertas: 17,30%
de alunos ao responderem que a Educação Ambiental é explorada somente na educação
não formal contradizem a maioria, aqueles que entendem que a temática é abordada
seguindo a legislação (não incorporando, por exemplo, a transversalidade na abordagem
da temática conforme previsto nos PCN). Por fim aqueles que afirmam nunca terem
vivenciado a Educação Ambiental representam o percentual mais preocupante diante da
relevância da inserção das questões ambientais na realidade de qualquer ser humano,
sobretudo os jovens.
Na terceira questão visou-se caracterizar a importância que os estudantes
atribuem a Educação Ambiental diante da problemática ambiental. Os dados mostraram
que a maioria, cerca de 70%, considera a Educação Ambiental indispensável na
discussão e reflexão sobre meio ambiente (Fig. 3). Apenas 3,84% não atribuíram
importância as práticas educativas como forma de resolver os problemas ambientais.
Estes resultados se igualam aos de Costa e Schwanke (2010), em que os alunos
participantes do respectivo estudo afirmaram que a Educação Ambiental é um
instrumento fundamental para o entendimento da relação com o meio ambiente e
questões ambientais em geral. Assim como no trabalho de Santos (2007) em que os
estudantes também marcaram a opção que atribuía maior importância às discussões da
Educação Ambiental neste contexto de crise ambiental.
Surge então a reflexão: reconhecer a importância não significa se interessar e
muito menos agir de acordo com tal compreensão, mas já sinaliza um movimento de
abertura para propostas e/ou atividades voltadas para a Educação Ambiental.
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Figura 3: A relevância da Educação Ambiental
Fonte: A pesquisa
Complementando a questão anterior, nesta pergunta os extremos são minoria (a
opção “nada” representaria o descaso total e a opção “muito”, o engajamento máximo).
O que tende a representar um equilíbrio em relação ao interesse com as questões
ambientais (Fig 4). Já no trabalho de Silva e Melo (2007), os resultados indicaram
equilíbrio justamente entre os extremos: aproximadamente metade dos estudantes
assumiu muito interesse e a outra maioria declarou pouco interesse; e apenas 3%
apontou não ter interesse nenhum.
Na comparação deste resultado com o estudo de Bezerra (2010) quando o autor
fez um levantamento do grau de interesse por questões ambientais com seus respectivos
entrevistados, não há compatibilidade: Constatou-se no mesmo que o percentual de
partícipes muito interessados e interessados foi muito superior aos demais (mais ou
menos e pouco). Além isso, enquanto 7% dos alunos questionados nesta pesquisa
afirmaram não ter interesse nenhum pelo tema, apenas 1 estudante manifestou-se como
nada interessado no trabalho de Bezerra.
Figura 4: Interesse por questões ambientais
Fonte: A pesquisa
Na questão cinco, o objetivo era perceber se os alunos se sentem estimulados
quanto à participação em ações ambientais e se as mesmas já fazem parte de sua
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realidade, haja vista que ações tende a proporcionar novas descobertas de interesses
quanto à temática (RAU, 2011). Os resultados indicam que as atividades relacionadas
ao aspecto ambiental integram o cotidiano da minoria destes alunos, uma vez que
apenas 13,46% disseram participar de ações ambientais (Fig. 5). Esta pequena parcela
mais ativista das causas apontou como exemplo:
“Ajudo meu pai em visitas a ONGs sustentáveis” (ALUNO A)
“Participo de conferências e seminários gratuitos ou com desconto
para estudantes” (ALUNO B)
Uma parcela considerável dos estudantes, 40,58%, disseram que se sentem
estimulados, mas ainda não participam deste tipo de ações, relatando:
“Qualquer coisa que envolva animais, mas nunca participei de nada”.
(ALUNO C)
“Me interesso por projetos relacionados à preservação do ambiente aquático e ao
desenvolvimento de tecnologias que reduzam a produção do lixo eletrônico”. (ALUNO D)
Figura 5: Questão de participação e estímulo em ações ambientais
Fonte: A pesquisa
A partir destes resultados, torna-se relevante refletir sobre a possível barreira que
afasta esses jovens das ações propriamente ditas. Nesse sentido, Braga (2009) afirma
que o desinteresse em aprender é uma hipótese, já que este inconveniente é apontado
como realidade dos jovens hoje em dia.
Por fim, chama-nos a atenção que 46,13% não participa e não se sente
estimulado em participar de ações concretas em defesa do meio ambiente. Infere-se
assim, que deva existir alguma lacuna na maneira como essas ações chegam a estes
estudantes, que pode ser tanto pelos meios de comunicação como pelos próprios
dirigentes de ONGs, associações de moradores, entre outros. Para Kupfer (1995) os
alunos precisam ser provocados, para que sintam a necessidade de aprender.
Você participa ou se sente estimulado a participar de ações ambientais?
Não participo e não mesinto estimulado
Sim, me sintoestimulado porémainda não participei
Sim, participoregularmente/sempreque possível
46,15%
13,46%
40,58%
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3.3. Percepção Ambiental com foco em Educação Ambiental: Caixas de seleção
Este tópico objetiva apresentar os resultados das questões fechadas em que o
aluno pôde assinalar mais de uma opção. Quando questionados sobre que atividades
gostariam de vivenciar como práticas de Educação Ambiental, a opção mais assinalada
foram os passeios, gincanas e movimentos que explorem o tema meio ambiente. Além
destas, aparecem também atividades desenvolvidas na escola, programas na mídia e
palestras (Fig. 6).
Figura 6: Atividades que interessam aos alunos
Fonte: A pesquisa
A importância da abordagem da Educação Ambiental além da pura transmissão
de conceitos e definições já foi citada, e nesta questão buscou-se complementá-la com a
preferência dos alunos entre alternativas mais práticas de vivenciar a temática. Diante
do resultado percebe-se que as atividades mais dinâmicas são as favoritas. Liderada pela
opção que incluía passeios, gincanas e passeatas, e seguida pela opção que abrangia
plantio de mudas, visitas a escola e coleta seletiva - a construção do conhecimento, caso
dependesse dos alunos, seria estruturada por métodos ativos e não tradicionais. Tais
apontamentos coincidem com diversos trabalhos, como os de Hoernig (2004) e
Drosdoski (2014), em que os alunos também se mostraram majoritariamente a favor das
atividades práticas. E estes registros retratam afirmações como a de Ludke e André
(2005) que entendem que a experiência é a melhor maneira de averiguar a ocorrência de
determinado fenômeno.
De acordo com Ferreira (2001), a vivência e observação concreta permitem o
estabelecimento de conceitos no lugar de imaginá-los, podendo ser comparados
posteriormente com a teoria dos livros, por exemplo. Finalizando esta corrente, Moreno
(1999) afirma que vivenciar o concreto proporciona a compreensão de conhecimento e
aperfeiçoamento do raciocínio.
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3.4: Percepção Ambiental com foco em Educação Ambiental: Questões Abertas
As respostas nesta parte do questionário foram analisadas através da criação de
categorias elaboradas a partir da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977).
Como visto, muitas são as definições de Educação Ambiental que variaram ao
longo dos anos nos eventos internacionais e instituições e que são percebidas de formas
diversas até hoje. Nesta questão, procurou-se investigar como os alunos definem
Educação Ambiental (Fig. 7). Para tal foram criadas categorias para agrupar os
elementos constituintes que apareceram em comum nas respostas para posteriormente
serem analisadas.
Figura 7: Educação ambiental para os alunos
Fonte: A pesquisa
Categoria I: Corrente teórica: 31 alunos (59,61%)
“Educação que ensina a importância do meio ambiente”.
“É uma forma de ensinar a tratar um ambiente de forma sustentável”.
“É um modo de passar as informações sobre o que está acontecendo atualmente no meio
ambiente”.
Categoria II – Corrente reflexiva e prática: 20 alunos (38,46%)
“Respeitar o meio ambiente no sentido de não jogar lixo no chão, poluição sonora, na
atmosfera, queimadas, desmatamento e etc”.
“Educação Ambiental deve ser uma maneira correta de lidar com o ecossistema levando
em consideração meios de não poluir, não agredir o meio ambiente”.
Categoria III – Não sei
Apenas um estudante não soube responder.
Através destas categorias, percebe-se que duas perspectivas predominaram: a
Educação Ambiental com cunho teórico- com foco no estudo e transmissão de
conhecimento e Educação Ambiental como processo reflexivo, crítico e com potencial
de suscitar ações que reflitam o caráter prático. Assumindo os grupos apontados por
Para você o que é EducaçãoAmbiental?
Ensinar/Estudo/Educar(visãoteórica)
Consciência e ações
Não sei:1
20
31
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Tozoni-Reis (2007) que resumem as diferentes abordagens da Educação Ambiental,
como comparativo com tais concepções dos alunos, as mesmas se mostram presentes
entre eles. Sem poder direcionar, no entanto, uma resposta com somente um grupo,
justamente pelo caráter amplo das categorias:
Educação Ambiental como promotora de mudanças de
comportamentos (disciplinatória e moralista); educação ambiental
para a sensibilização ambiental (ingênua e imobilista); educação
ambiental centrada na ação para a diminuição dos efeitos
predatórios dos sujeitos (ativista e imediatista); educação ambiental
centrada na transmissão de conhecimentos técnico-científicos
(racionalista e instrumental) e educação ambiental como processo
político de apropriação crítica e reflexiva de conhecimentos, atitudes,
valores e comportamentos que tem por objetivo a construção de uma
sociedade sustentável do ponto de vista ambiental e social, sendo
transformadora e emancipatória (TOZONI-REIS, 2007, p 177).
Os resultados apontados em nossa pesquisa divergem dos preceitos da Educação
Ambiental, já que sua essência crítica e transformadora na construção de um sujeito-
cidadão se limitaria a campos teóricos e, portanto, não atingiria a totalidade exigida.
Quando questionados sobre a definição de meio ambiente, a maioria dos
estudantes associa ao local onde vivemos e os fatores vivos e não vivos estão
interagindo conforme figura 8. Nesta questão foi possível estabelecer cinco categorias
de análise.
Figura 8: Meio ambiente para os alunos
Fonte: A pesquisa
Categoria I: Meio em que vivemos/ Espaço que nos rodeia (sem considerar inter-
relações) percentual – 25 alunos (48,07%)
“É tudo que esta ao nosso redor, o ambiente no qual a gente vive”.
“Meio ambiente é tudo que nos rodeia”.
“Meio natural que o homem vive”.
Categoria II: Totalidade (levando em consideração a interação com do homem
com o meio ambiente) – 12 alunos (23,07%)
Para você, o que é meio ambiente?
Local que vivemos/ União detodas as coisas/ seres vivos enão vivosTotalidade - aspectos naturaise resultantes da interaçãocom o homemVida Saudável
Aspectos físicos em geral/Fauna, flora, água/ Natureza
Não sei: 1
25
12
11
3
12
“Meio ambiente é tudo que esta ao nosso redor, é o lugar onde eu vivo e interajo com
ele e com as pessoas”.
“A natureza, os homens e todas as relações entre os seres e o meio ambiente.”
“É o nosso planeta em conjunto com a atmosfera. Uma relação de tudo, mas que a gente
modifica sempre”.
Categoria III: Aspectos físicos (sinônimo de natureza) – 11 alunos (21,15%)
“Rios, cachoeiras, lagos, árvores... A natureza em si”.
“Tudo aquilo que esta a nossa volta, que não teve interferência do homem – aquilo que
é natural”.
“Para mim, o meio ambiente é tudo aquilo ligado ao ar livre, a natureza, algo oposto ao
mundo urbano”.
Categoria IV: Vida saudável percentual: 3 alunos(5,76%)
“Sinônimo de vida saudável”.
“É a proteção da saúde e bem estar do homem e principalmente do meio ambiente”.
Categoria V: Não sei
Apenas um aluno não soube definir meio ambiente.
Existem várias concepções sobre meio ambiente, descritas por diferentes
autores. Segundo Reigota (2002) as visões de meio ambiente são de três tipos:
naturalista (sinônimo de natureza intocada, priorizada basicamente pelos aspectos
naturais), antropocêntrica (meio como fonte dos recursos naturais para a sobrevivência
do homem) e globalizante (meio integrado pela natureza e homem – em que não se
pressupõe poder sobre a mesma).
Analisando os resultados de nosso estudo, a diferença das categorias I e II está
justamente ao perceber na primeira divisão a ausência de referências (na ideia de meio
ambiente) sobre a interação dos homens entre si e dele com a natureza, dando a entender
que estes alunos caracterizam basicamente o mesmo como local para se viver. O ponto
positivo é que esta ideia aponta de certa forma, uma responsabilidade ambiental - por
serem guardiões e utilizadores deste local (SAUVÉ, 2005). Porém esta generalização
pode indicar ainda certa incapacidade de se situar no tema e compreendê-lo de fato.
Já na segunda categoria este contato é citado de alguma forma e transparece que
os estudantes compreendem que no meio ambiente se estabelecem relações de mútua
interação (natureza e humanos, sociedade e ambiente) (CARVALHO, 2008).
Mesclando as categorias obtidas nos resultados desta questão com as concepções
definidas por estes autores percebe-se a que categoria III, que associa o meio ambiente a
natureza, enquadra-se na visão naturalista de Reigota (2002), e meio ambiente como
natureza de Sauvé (2005).
A categoria IV acrescenta o pensamento minoritário de alunos que entendem a
preservação da natureza e o desenvolvimento de hábitos ecologicamente corretos como
sinônimo de meio ambiente, relacionando o mesmo claramente com qualidade de vida e
expondo ideias atuais de sustentabilidade. Esta categoria carrega ainda um
entendimento legal: “todos têm o direito a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida” (CF,
artigo 225).
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Na última questão, os alunos tiveram que apontar numericamente, por ordem de
importância, assuntos relacionados à temática ambiental que eles têm interesse em
discutir. A partir das respostas dos alunos, foi possível observar que o tema com maior
interesse foi poluição da água, seguido por desenvolvimento sustentável e mudanças
climáticas. Além destes, apareceu também, porém com menor recorrência, poluição
atmosférica. Interessante destacar que temas como reciclagem e coleta seletiva não
apresentam destaque em nosso estudo.
Curiosidade justamente por estes dois últimos assuntos serem temas bastante
abordados nas mídias. Tais preferências não são compatíveis com o de Silva e Medeiros
(2012) cujos alunos entrevistados apontaram temas relacionados aos animais como
maior interesse. Já no trabalho de Mizutani (2010) aquecimento global e mudanças
climáticas foram os temas mais apontados e as relações entre animais e plantas as
menos assinaladas. Considerando estes resultados pode-se dizer que estes trabalhos
sugerem diversidade considerável quanto aos temas que interessam mais e menos os
estudantes.
4. Conclusão
Pela análise dos resultados apresentados pode-se inferir que os alunos do
segundo ano do Ensino Médio do Colégio Pedro II- Centro possuem opiniões e
percepções diversificadas e muitas vezes contraditórias, por exemplo, quando uma
parcela aponta a Educação Ambiental explorada somente em aspecto formal, e outra
indica o tema amplamente explorado no aspecto formal e não formal e somente no não
formal. Quando questionados sobre os impactos ambientais mais perceptíveis na escola,
a maioria aponta o lixo gerado como mais inconveniente, fixando a segunda opção mais
assinalada a inexistência de atividades em escala capazes de gerar impacto ambiental. O
entendimento da Educação Ambiental propriamente dita também pode ser dividido de
forma equilibrada entre uma visão teórica e a corrente prática.
Pode-se concluir que os estudantes embora reconheçam a importância da
Educação Ambiental, não incorporam a temática integralmente em suas vidas. Poucos
disseram já ter participado de ações ambientais e muitos assumiram ter bem pouco
interesse pelas questões do meio ambiente, e esta característica pode ser reflexo da
ausência de pessoas engajadas nos seus cotidianos. Toda esta tendência se refletiu mais
explicitamente quando perguntados sobre a pretensão de seguir carreira na área
ambiental, em que quase a totalidade respondeu que não. Este dado surpreende diante
de previsões positivas para o setor e a relevância da formação de profissionais diante do
cenário de degradação e crise já citado.
Os estudantes em geral mostraram ainda, preferência pelas atividades práticas
ligadas à temática ambiental, pelas questões de poluição da água, preocupação e
incômodo com o lixo e adeptos ao uso de transportes coletivos e alternativos. Em todas
estas questões os jovens se assemelham a grandes correntes com tais concepções
parecidas. Por fim, retrataram entendimentos de Meio Ambiente que se misturam
bastante em concepções já assumidas anteriormente por alguns autores.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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