o regime aduaneiro de drawback como … · monografia também possa auxiliar na solução: dadas as...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O REGIME ADUANEIRO DE DRAWBACK COMO INSTRUMENTO
DE COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Por: Uilber Peixoto Pereira
Orientador
Prof. Sérgio Majerowicz
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O REGIME ADUANEIRO DE DRAWBACK COMO INSTRUMENTO
DE COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Empresarial.
Por: . Uilber Peixoto Pereira
3
AGRADECIMENTOS
....aos professores que sempre me
incentivaram, aos colegas de turma e a
todos que direta ou indiretamente
colaboraram para a conclusão deste
trabalho...
4
DEDICATÓRIA
...dedico este trabalho especialmente a
Deus e a minha esposa e minha filha que
tanto me apoiaram...
5
RESUMO
O presente trabalho procura mostrar como o regime aduaneiro de
Drawback pode ser utilizado para à redução de custos logísticos, desonerando
os impostos e taxas que incidem sobre os insumos importados, e assim
proporcionar às empresas brasileiras uma maior competitividade nas
exportações, com a redução do custo final de seus produtos.
Este Regime traz vantagens que ratificam a relevância de seu papel nas
ações dirigidas ao crescimento do Brasil Exportador. São elas: proteção ao
emprego, a alavancagem da competitividade das empresas nacionais pelo
corte de custos, evitando assim que empresas estrangeiras se instalem no país
e tirem o mercado das empresas locais. Tem-se como consequência o
aumento das exportações e a entrada de mais dinheiro no país, quando
nacionalizamos os insumos.
O Drawback beneficia todos os setores da economia, desde o
manufatureiro e industrial ao agropecuário e ao cultivo de produtos agrícolas,
desde que sejam destinados à exportação. Atualmente, após perceber o
aumento na utilização do Regime o governo desenvolveu o Drawback
Eletrônico, que faz o controle por meio de um sistema informatizado e com a
atuação do DECEX, onde defere Atos Concessórios que os fabricantes
solicitam. O controle e fiscalização diária deste Regime foi possibilitado, bem
como a comprovação e efetivação das exportações efetuadas.
6
METODOLOGIA
O método utilizado para o desenvolvimento deste trabalho foram a
pesquisa em livros, leitura de paginas na internet e especialmente estudo de
caso. A medida que as informações eram enriquecidas o trabalho tomava mais
e mais forma.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8
1. O CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL E A PARTICIPAÇÃO DO
BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR...............................................................10
1.1. A importância do Comércio Internacional para a empresa ............ 10
1.2. Vantagem Competitiva na economia global ................................... 12
1.3. Inserção das empresas brasileiras no comércio
internacional.....................................................................................................16.
2. O DRAWBACK PROPORCIONANDO VANTAGEM COMPETITIVA PARA
AS EMPRESAS BRASILEIRAS ....................................................................... 19
2.1 Importação sob o regime aduaneiro especial de drawback ........... 19
2.2 A empresa identificando a necessidade do drawback ................... 21
3. REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK ............................... 22
3.1. Regimes aduaneiros especiais ...................................................... 22
3.2. Regime Aduaneiro Especial de Drawback ..................................... 25
3.3. Modalidades de Drawback ............................................................. 29
3.4. Produtos ......................................................................................... 34
3.5. Impedimento para a concessão ..................................................... 35
3.6. Pedido de Drawback ...................................................................... 35
3.7. Drawback Eletrônico ...................................................................... 37
CONCLUSÃO ........................................................................................... 40
ANEXOS ................................................................................................... 42
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 43
ÍNDICE ...................................................................................................... 45
8
INTRODUÇÃO
As tomadas de decisão são a principal função do gestor e são cada vez
mais importantes. A redução da carga tributária é um ponto muito importante e
relevante e exige do profissional atenção, atualização, competência, entre
outros atributos.
Este trabalho tem o objetivo de demonstrar que o bom planejamento,
inclusive o tributário, traz inúmeros benefícios para a organização, tornando-a
cada vez mais competitiva no mercado global. Através de uma análise de
como os benefícios de drawback podem trazer competitividade para as
empresas brasileiras no comércio exterior; mostrando como a implementação
deste mecanismo nas importações vem a influenciar positivamente no preço
final de seus produtos, proporcionando para as empresas uma vantagem
competitiva.
O comércio exterior é de grande importância para as nações, sendo
incentivado cada vez mais pelos governos. Estes incentivos buscam possibilitar
as empresas à redução de seus custos de produção, influenciando diretamente
no custo final do produto a ser exportado, tornando-o mais competitivo. O
aumento da competitividade busca criar condições para que às empresas
tenham o acesso a mercados novos. Porém no caso do Brasil, para atingir este
objetivo é necessário abolir as dificuldades enfrentadas pelas empresas
exportadoras que se deparam, ao exportar, com o alto “custo Brasil”, dentre
outros custos que oneram a produção, inibindo e mesmo impossibilitando a
pequena e média empresa de se inserirem no mercado internacional, e por
vezes, ao afetar a produção em escala, comprometendo a competitividade
dessas empresas também no mercado nacional.
A partir do momento em que as empresas brasileiras sejam
beneficiadas por uma redução de seus custos de importação, será possível
uma oportunidade maior de ampliação da produção dos bens exportáveis,
assim como a aquisição de equipamentos e tecnologias, possibilitando as
empresas domésticas a se inserirem em um patamar competitivo no contexto
9
internacional e, em muitos setores, com relevantes ganhos para o consumidor
brasileiro.
Entre os vários benefícios fiscais e financeiros concedidos aos
exportadores pelo governo brasileiro, o drawback ganha destaque, devido à
desoneração dos impostos e taxas que incidem sobre os insumos importados,
que tornam o custo de produção dos produtos a serem exportados muito
elevados.
Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica que têm por objetivo mostrar
de que maneira as empresas brasileiras podem se tornar mais competitivas se
fizerem uso de instrumentos como o drawback.
O objetivo do drawback é promover o incremento das exportações, pois
permite que as empresas, ao importarem mercadorias destinadas à fabricação,
beneficiamento ou acondicionamento, ou a complementação, possam se valer
da suspensão ou isenção dos impostos de importação; com isso, o custo do
produto final diminuirá, aumentando assim a possibilidade de colocação do
produto nacional no mercado externo, o que, evidentemente, provoca
desenvolvimento de determinados setores produtivos, um aumento do número
de empregos, gerando um aquecimento econômico que, conseqüentemente,
acarretará um saldo positivo na balança comercial brasileira. Além de
proporcionar benefícios para as empresas, o drawback também é importante
para o governo, devido à entrada de divisas que podem ser convertidas em
investimentos na melhoria da infra-estrutura do país, e também para os
consumidores, uma vez que os produtos apresentam preços mais acessíveis e
com boa qualidade, o que é essencial para o necessário posicionamento dos
produtos nacionais no mercado internacional.
O capítulo I irá abordar as principais características do cenário
econômico e a participação do Brasil no comércio exterior. O capítulo II
explicará como as empresas identificam a necessidade de instrumento como o
drawback. Sendo abordado no capítulo III os regimes aduaneiros especiais,
mas mantendo seu foco para o regime de drawback, suas modalidades e
benefícios.
10
CAPÍTULO I
CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL E A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR 1.1 A IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL PARA A EMPRESA
A crescente abertura econômica do mundo moderno vem ressaltando,
ainda mais, a importância do comércio internacional. A livre circulação de bens
e serviços proporciona ganhos mútuos, ou seja, seja para compradores, seja
para países. O que quer que seja que restrinja ou distorça a circulação de
mercadorias, atinge diretamente os benefícios oriundos do comércio
internacional.
Segundo Saumíneo, torna-se imperativo um esforço comum, entre os
parceiros comerciais, na busca da remoção dos entraves comerciais e na
elaboração de legislações e procedimentos comerciais transparentes.
Para atingir esse objetivo, o economista destaca:
Faz-se necessário, inicialmente, o conhecimento e a identificação
sistemática e atualizada das barreiras existentes. A exemplo do que já
vem sendo feito por alguns dos principais participantes do comércio
mundial, que elaboram levantamentos que visam identificar as barreiras
impostas às exportações. Este tipo de estudo mostra-se relevante não só
para melhor informar os exportadores, mas também como subsídio às
negociações internacionais que visem à eliminação dos obstáculos ao
livre comércio.
Por isso, imagino que precisamos de estudos atualizados e profundos
capazes de identificar as barreiras às exportações brasileiras de bens e
serviços que entravam, potencial ou efetivamente, o comércio com os
nossos principais parceiros internacionais, sem esquecer é claro, como
11
está a nossa situação com os países membros do Mercosul, destacando-
se a Argentina. (2009)
A Organização Mundial do Comércio - OMC, tem estabelecidas algumas
regras que definem o que é uma barreira comercial, pressupondo-se se existe
prática ilegal, o que entende-se como violação às regras acordadas em esfera
supranacional.
Existem três grupos comuns de entraves no que diz respeito às barreiras
relacionadas ao comercio de bens: Barreiras Tarifárias (tarifas no processo de
importação, valoração aduaneira, entre outras); Barreiras Não-Tarifárias
(medidas antidumping e compensatórias , restrições quantitativas, ,
procedimentos alfandegários, licenciamento de importações); e Barreiras
Técnicas (normas e/ou regulamentos técnicos, regulamentos sanitários,
fitossanitários e de saúde animal).
Vale salientar que os regulamentos e normas técnicas não compõem
barreiras comerciais. As barreiras técnicas podem ou não surgir devido à falta
de clareza dos regulamentos e normas ou à exigência de procedimentos
demorados ou dispendiosos para verificação de conformidade ou, ainda, em
consequência de regulamentos muito rigorosos, de discriminação com relação
ao item importado ou de inspeções caracterizadas pelo arbítrio ou excesso de
zelo (NASCIMENTO, 2005).
O desafio de participar crescentemente do mercado internacional via
exportações assume dimensão e complexidade enormes quando se trata das
pequenas e médias empresas, em que são típicas as dificuldades de
mobilização de recursos financeiros, o baixo nível tecnológico, a carência de
canais de acesso aos mercados internacionais, etc. Todos esses fatores
confluem para um baixo poder competitivo, que está intimamente associado à
pequena dimensão e à falta de articulação dessas empresas entre si, ou com
empresas de maior dimensão. Valeria a pena enfatizar que as transformações
requeridas pelas empresas de pequeno porte, para desempenharem um papel
mais importante nas exportações, têm a ver, na maioria das vezes, com sua
baixa eficiência produtiva, que somente pode ser compensada mediante a
12
superação de seu isolamento recíproco ou em relação às grandes empresas
(NASCIMENTO, 2005).
Dado o exposto, chegou-se ao seguinte problema sobre o qual esta
monografia também possa auxiliar na solução: Dadas as características do
mercado internacional e as dificuldades do empresário brasileiro em ingressar
no comércio externo, quais os principais elementos a serem considerados e
quais as linhas de ação que podem ser sugeridas para ajudá-lo a buscar o
sucesso na inserção dos seus produtos na economia internacional.
1.2 VANTAGEM COMPETITIVA NA ECONOMIA GLOBAL
As indústrias, como todos os setores, precisam de um bom ambiente para
poder crescer. Em nosso país, os juros muito altos, bem como a enorme carga
tributária, o cambio valorizado e a falta de investimentos configuram um quadro
macroeconômico absolutamente hostil e na contramão das experiências bem
sucedidas de desenvolvimento. É muito arriscado crer que é possível tentar
sobreviver sob tais condições. É como ignorar um crescimento saudável no
futuro.
É muito importante que seja criado um ambiente que aumente a
competitividade dos produtos internos em relação aos nossos principais
concorrentes nos mercados, sejam internos ou externos. Por isso existe o
empenho dos entes governamentais, pois os mesmos vislumbram alavancar as
exportações brasileiras, priorizando à desoneração tributária das exportações,
aumentando o crédito para exportação, e também facilitar o acesso ao crédito
e à simplificação dos procedimentos aduaneiros para que as empresas
passem a considerar a exportação como uma alternativa estratégica nos seus
negócios. Dessa forma, o país será cada vez mais capaz de competir, em
condições vantajosas, no mercado internacional.
13
A burocracia excessiva entrava o despacho aduaneiro e impõe custos
extras de armazenagem e atrasos na entrega das mercadorias. Os custos
portuários permanecem elevados e bem acima da média praticada no mercado
internacional. Mesmo considerando os instrumentos criados para desonerar as
exportações, a incidência de tributos permanece como um grave obstáculo. A
prioridade dada às questões fiscais na reforma tributária vem gerando impacto
na gestão das políticas de exportação e de importação, contribuindo para
manter o viés antiexportador que caracteriza a economia brasileira (Neto ,
2004)2.
O comércio exterior brasileiro tem sido o grande responsável por
importantes conquistas em termos de ajustes do balanço de pagamentos,
porém as exportações brasileiras tem de continuar crescendo a taxas elevadas
nos próximos anos, de forma que assegure a manutenção de superávits na
balança comercial, atendendo ao aumento das importações.
Para tanto, são necessárias ações que conduzam a mudanças estruturais
que levem à alteração do quadro de concentrações que caracteriza as
exportações brasileiras - mercados de destino, pauta de exportação em
produtos do grupo commodities e valor exportado em um pequeno número de
empresas -, mesma situação observada há três décadas. Mantêm-se hoje
problemas que foram enfrentados pelos exportadores pioneiros,
constrangimentos de várias origens que representam barreiras internas e
podem desestruturar uma classe de empresários que luta e crê neste país.
Tais fatores, além de todos os demais dificultadores, atrapalham o
desenvolvimento do comércio exterior brasileiro, não só por prejudicarem as
atividades dos grandes e tradicionais exportadores, mas por impedirem que se
agreguem novas empresas ao esforço de exportação, sobretudo de pequenos
e médios empresários, o que permitiria o crescimento das exportações, a
geração de novos empregos e a inclusão de novos produtos na pauta de
exportação. É fundamental que, além dos esforços já iniciados pelo governo,
as empresas exportadoras consigam visualizar onde efetivamente estão e em
que condições poderão competir nesse mercado, tanto em termos de
2 Armando Monteiro Neto, Presidente da Confederação Nacional da indústria (CNI).
14
competitividade efetiva para exportar quanto em capacidade organizacional e
administrativa no sentido de não perderem os que já conquistaram e conseguir
elevar sua produtividade individual aos mesmos patamares do crescimento das
exportações brasileiras.
O comércio internacional tem caminhado de um lado para a liberação
dos fluxos comerciais de bens e serviços e de outro, para a formação de zonas
integradas de comércio, denominadas blocos econômicos, os quais podem
apresentar formatos diferentes conforme acordos político-econômicos dos
integrantes. Há uma necessidade do empresário da pequena empresa ter
conhecimentos em como está o país no processo globalizado, e como o Brasil
se estruturou para formar uma política externa consistente.
Os produtos brasileiros podem estar competitivos tanto pelo ponto de
vista do mercado interno quanto do externo. Esta competitividade deve ser
analisada sob os aspectos abaixo:
§ Empresarial ou Microeconômica – pontos de condição como
produtividade, marketing, inovação e qualidade - a capacidade
produtiva e sua relação com custos e preços (produtividade), a
capacidade para inovação e sua relação com qualidade e
diferenciação de produtos, a qualidade dos recursos humanos, a
capacidade de comercio e a gestão das empresas.
§ Estrutural ou Setorial - pontos de condição como mercado e à
tecnologia (acesso), à configuração da indústria e sua relação com
escala de produção e à dinâmica específica da concorrência.
§ Sistêmica ou Macroeconômica - pontos de condição como
macroeconômicos, internacionais (mercado internacional), avanço
do conhecimento, infra-estruturais, fiscais, financeiros e político-
institucionais, que mais diretamente influenciariam o desempenho
geral ou específico da cadeia em algumas das variáveis
econômicas analisadas: na mão-de-obra contratada, no comércio
exterior, nos custos da estrutura produtiva ou nos obstáculos que
essa mesma dimensão impõe à superação dos problemas
15
competitivos identificados no plano micro (empresarial) e setorial
(estrutural).
Para se ampliar a interpretação da competitividade, é necessário
combinar, dentro de uma construção lógica e consistente, esses
condicionantes de domínio das empresas aos condicionantes da
competitividade nos planos setorial e sistêmico, uma vez que os
condicionantes de domínio das empresas, como custo e preço, encontram
elementos esclarecedores nas três dimensões da competitividade, compondo,
por exemplo, o custo empresarial, custo estrutural e sistêmico.
A vantagem competitiva é um fator crucial do desempenho de uma
empresa em mercados globais e competitivos. Embora a atratividade da
indústria seja em parte reflexo de fatores sobre os quais uma empresa tem
pouca influência, a estratégia competitiva tem poder considerável para tornar
uma indústria mais ou menos lucrativa. Conhecer os fundamentos de toda
estratégia competitiva é uma etapa prévia à formulação da estratégia
internacional (MAIA, 2001).
Toda empresa deve tomar a seguinte decisão estratégica: qual o tipo de
vantagem competitiva que quer ter, se é em custos ou se é em diferenciação.
Junto com isso tem que se estruturar em três ambitos:
• Produto e/ou serviço: Se quer ser generalista ou especialista,
diversificada ou concentrada;
• Empresarial: O que pretende em suas operações, qual o nivel de
integração vertical;
• Geográfico: Qual sua pretensão, ser uma empresa mundial,
regional ou apenas local.
Estes pontos aplicam-se a toda e qualquer empresa, pois são fatores
cruciais quando a intenção é melhorar a competitividade nos mercados locais e
também migrar para o mercado internacional.
16
1.3 INSERÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO COMÉRCIO
INTERNACIONAL
O novo contexto de industria e comercio requer que os governos se
comportem de uma nova forma, com relação a política industrial e de comercio
internacional, definindo novas estratégias para desenvolver vantagens para
alavancar a competitividade das industrias nacionais.
A normatização, a regulamentação e a crescente preferencialização do
comércio mundial, estão induzindo decisões sobre investimentos, quanto à
forma, composição e localização geográfica; estimulando a busca de
vantagens competitivas, através da produção de escala; à incorporação de
tecnologia e a saltos na produtividade, necessários à competitividade;
promovendo a redução de custos e aumentando o mercado interno (
FONSECA, 2005).
Segundo Benedicto Fonseca:
Essa é a realidade que o governo precisa entender, visando a realizar os
investimentos necessários, para que os agentes produtores e
exportadores possam enfrentá-la e dominá-la, com capacidade
competitiva e eficiência. Em síntese, superar as deficiências internas,
compatibilizando-as com o objetivo de abertura plena da economia.
Os quatro segmentos abaixo definem essas deficiências segundo
Benedicto Fonseca:
§ externo, que diz respeito a nossa reduzida participação nos setores
mais dinâmicos, de maior valor agregado, no comércio mundial.
Em realidade, a exportação brasileira permanece concentrada em
termos de mercados, produtos e empresas;
§ estrutural, decorrente da frágil e descontinuada política de
investimentos, voltada para a maximização da oferta de bens e
serviços e insuficiente avanço na incorporação de tecnologias;
17
§ institucional, que é um dos mais graves obstáculos à
competitividade externa, e se define no excesso de legislação,
normas e regulamentos, e na pesada burocracia decorrente; e
§ formação de preços e competição, compreendendo políticas
integradas de câmbio, tributário, financiamento, seguro de crédito e
garantias, logística de transporte e facilitação da ação externa para
vendas DDP, entregando a mercadoria no território do importador.
É preciso muito profissionalismo para inserir uma empresa no comércio
internacional. O significativo aumento da competitividade internacional pelos
mercados exigiu novos padrões de desempenho produtivo e tecnológico às
empresas que querem um dado nível de competitividade global.
A falta de conhecimento e informação sobre comércio exterior é o que
vem a comprometer qualquer esforço para elaboração de planejamento
visando o mercado externo. O desconhecimento sobre o perfil do público-alvo,
os possíveis concorrentes, os preços praticados, as barreiras internas do país
comprador, são uma das dificuldades encontradas pelos exportadores. Ter
objetivos definidos é vital para o desenvolvimento de uma política de comércio
exterior e a chave fundamental para o sucesso (MAIA, 2001).
Ao abrir-se para o comércio internacional, a empresa aprimora seus
processos administrativos e organizacionais. E, conseqüentemente, com a
diversificação de mercados, conduzirá ao aperfeiçoamento da estratégia
mercadológica, ao conhecimento de novas técnicas de produção e à utilização
dos planos de marketing mais sofisticados. Todos esses fatores contribuem
para a maior competitividade da empresa, tanto na plano internacional quanto
dentro de seu próprio mercado. A preocupação constante com a adequação
do produto ao mercado consumidor vai produzindo na empresa uma mudança
de mentalidade que termina por propiciar um salto qualitativo, com reflexos
positivos também sobre a sua atuação no mercado interno (Romero e Gomes,
2002).
18
CAPÍTULO II
O DRAWBACK PROPORCIONANDO VANTAGEM COMPETITIVA PARA AS EMPRESAS BRASILEIRAS
Neste capítulo primeiramente serão abordadas as vantagens da importação
sob o regime de drawback. E, em seguida, como as empresas identificam a
necessidade de um instrumento que proporcione uma redução dos custos,
assim como uma melhor e maior inserção de seus produtos no mercado
externo, proporcionando uma saudável competição à nível internacional.
2.1 IMPORTAÇÃO SOB O REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE
DRAWBACK
O Drawback é um veiculo de estímulo às exportações que permite, às
empresas brasileiras, o melhoramento e a modernização de seus produtos;
permite aos industrializadores e importadores, importar insumos (matérias-
primas, matérias secundárias, embalagens, partes e peças) destinados à
fabricação, beneficiamento ou composição de um outro produto a exportar, ou
que já foram exportados, sem impostos e taxas.
O principal objetivo deste regime é promover o incremento das
exportações, possibilitando maior colocação dos produtos nacionais no
mercado mundial, o que, evidentemente, irá traduzir-se no desenvolvimento de
determinados setores produtivos do país.
Vale também mencionar que este regime tem como objetivo incentivar e
tornar mais competitivo o produto exportado.
Entre os incentivos fiscais de maior abrangência no seu acesso1, o
drawback desponta como a “preferência nacional”, visto constituir um forte
aliado para que as empresas possam competir em melhores condições no
1 O Regime Aduaneiro Especial de Controle Informatizado, mais conhecido por Recof,
traz mais vantagens a seus beneficiários, contudo, hoje é restrito a apenas alguns setores da economia, a empresas que tenham grande porte, além de haver bastante rigor para sua concessão.
19
mercado internacional, compreende suspensão ou isenção do recolhimento de
taxas e impostos, incidentes sobre a importação de mercadorias utilizadas na
industrialização, ou acondicionamento de produtos exportados ou a exportar
(SARTORI e CLARISSA, 2000).
Além dos incentivos na importação, na saída para o exterior do produto
final, mantêm-se os incentivos fiscais e financeiros inerentes à exportação,
como imunidade do IPI, imunidade do ICMS, isenção da Cofins, isenção do
PIS/Pasep. Portanto do ponto de vista fiscal, sua utilização é sempre positiva,
diante da possibilidade de importar mercadorias com desoneração de tributos,
permitindo a exportação do produto final em condições de igualdade com os
concorrentes internacionais, pois o custo da matéria prima seria similar ao
vigente no mercado internacional (SARTORI e CLARISSA, 2000).
Drawback gera muitos benefícios para os envolvidos no processo do
empresariado ao Governo. Esta movimentação aquece a economia interna,
fortalece o nome brasileiro no mercado internacional e há uma maior
movimentação de recursos e investimentos dentro das corporações, além da
redução de custos de produção devido a isenção de impostos oriundos da
importação. Todos esses itens ajudam no desenvolvimento e dão uma maior
competitividade dos bens nacionais no mercado internacional, com enorme
qualidade e preços acessíveis, consolidando nossa marca de maneira cada
vez mais positiva em todo o mundo.
O Drawback traz as seguintes vantagens:
• Custos de produção reduzidos;
• Melhor qualidade do seu produto;
• Aperfeiçoamento das tecnologias;
• Maior participação nos mercados;
• Conquista de novas frentes de trabalho, através da exportação;
Utilização mais eficiente da capacidade da produção;
• Aproveitamento dos incentivos concedidos pelo governo, como
financiamentos e amparo em todas as etapas do processo de produção
e comercialização.
20
• Alguns tributos de importação - Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI), e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de mercadorias
e Prestação de serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipais
e de Comunicação (ICMS) – na maioria das vezes podem ser
recuperáveis, através de crédito fiscal por meio de compensação com o
mesmo imposto devido nas saídas para mercado interno. A recuperação
do valor de um tributo e o fato de deixar de ser devido é o que faz uma
sensível diferença nos custos dos desembolsos financeiros das
empresas.
• A possibilidade de melhorar os resultados decorrentes das vendas ao
exterior. Este resultado será mais acentuado quanto maior for o grau de
participação dos insumos nos produtos que a empresa fabrica e exporta.
• Desenvolvimento de condições mais competitivas para produtos
exportados. Pois se a empresa em lugar de pagar, exemplo -
US$300.000,00 pelo insumo necessário, onera-se em apenas
US$100.000,00, esse fato irá permitir rebaixar o preço de venda ao
exterior, possibilitando a oferta do produto em mercados onde, até
determinado momento, não apresentava condições de preço. Este efeito
no resultado final irá depender do grau de participação que o insumo
representa no preço final do produto.
Da análise do emprego do regime em diversos países, a OMA identificou os
seguintes benefícios para as economias nacionais:
• Geração de atividades na economia doméstica;
• Proteção dos lucros sobre importação de mercadorias liberadas no
território aduaneiro;
• Oferecimento de opções quando outro regime aduaneiro especial, como
admissão temporária, não se aplica.
De acordo com as autoras, Ângela Sartori e Ana Clarissa Araújo, o processo
drawback é considerado uma importante ferramenta de incentivo à exportação
e um dos principais regimes aduaneiros especiais de incentivo à exportação e
que tem contribuído para o aquecimento da atividade econômica brasileira. “O
Drawback é o maior aliado das exportações do Brasil", conclui as autoras.
21
Os beneficios do Regime afirmam seu papel relevante nas ações dirigidas
ao crescimento do Brasil Exportador. São elas: a alavancagem da
competitividade das empresas nacionais devido ao corte de custos; proteção
ao emprego; saldo positivo na balança de comercial, entrada de mais dinheiro
no país devido as exportações e possibilidade de nacionalização de parte dos
insumos.
2.2 A EMPRESA IDENTIFICANDO A NECESSIDADE DO DRAWBACK
Para avaliar o significado da importação sob o regime de drawback, é
necessário conhecer, ainda que de forma superficial o processo de tributação a
que estão sujeitas as mercadorias importadas pelo país, e o peso que os
encargos representam no preço final desta mercadoria importada.
Em condições normais, um insumo importado está sujeito ao Imposto de
Importação (II) , Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre
Operações relativas à Circulação de mercadorias e Prestação de serviços de
Transportes Interestaduais e Intermunicipais e de Comunicação (ICMS) , o
Adicional ao frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), dentre
outros.
Entretanto, pode-se comprovar a elevação do preço da aquisição dos
insumos, por força dos tributos que oneram a entrada de mercadoria
estrangeira, portanto, esta forma de tributação influência forte e diretamente no
preço final dos produtos, e com isso inibe o empresariado doméstico para às
exportações pois estes vêem seus produtos perdendo competitividade perante
seus similares em outros mercados.
Diante da agressiva tributação que as empresas brasileiras se deparam,
pode-se concluir imediatamente que o produto brasileiro para a exportação
dependendo do grau de tributação dos insumos importados, o país deverá
sofrer significativa redução em seu poder de competição nos mercados
mundiais.
22
Devido a este cenário, as empresas necessitam estudar e analisar seus
planos de importação a fim de identificar insumos que se destina a integrar
mercadoria a ser exportada, pois os resultados de análise bem feita, poderão
induzir o exportador a pensar seriamente e decidir por recorrer à importação
sob o regime de drawback.
Esta análise vem a ser, como por exemplo, um levantamento de dados dos
insumos que estão presente em determinado produto, assim como a forma de
tributação, preço unitário, quantidade requerida, país de origem, o percentual
de participação do insumo no produto final, quantidade à exportar, dentre
outros.
Após análise dos planos e a obtenção de informações à respeito dos
benefícios que o drawback proporciona, a empresa ao se deparar com um
produto vinculado a uma exportação e outro estando enquadrado nas
condições de drawback, é evidente que o empresário optará imediatamente
pelo drawback, obtendo-se assim vantagens imediatas e condições mais
cômodas para exportar seu produto.
Ainda na visão de Leone Soares (1986), além da desoneração de tributos
que por si só seria suficiente para justificar o recurso do drawback, os produtos
importados sob esse regime ainda se beneficiam de outras formas de
tratamento. Formas estas que consistem nas importações cursadas ao amparo
do regime as quais não estão sujeitas ao exame de similaridade e a
obrigatoriedade de transporte em navio de bandeira brasileira. Estas formas
não necessariamente tributárias, precisam ser consideradas porque concorrem
para simplificar e agilizar as operações de importações.
Levando-se em consideração todos esses efeitos e mais os de ordem
econômica e financeira, comum às empresas, os recursos à importação sob
drawback deve constituir permanentemente desafios às empresas que
exportam ou que pretendem exportar.
Regimes Aduaneiros Especiais, como Drawback, foram os programas
governamentais responsáveis pelo aumento no volume de exportações
registrados a partir de 2002, oferecendo uma variedade de vantagens às
empresas inseridas no mercado internacional.
23
CAPÍTULO III
REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK
Este capítulo irá abordar o que vêm a ser, e quais são os Regimes
Aduaneiros Especiais, sendo o assunto principal desta monografia e foco deste
capítulo o Regime Aduaneiro especial de drawback, suas modalidades e
benefícios e de que forma este instrumento proporciona às empresas maior
capacidade competitiva. A base de informação para este capítulo na maior
parte foi o Regulamento Aduaneiro2, este que consolida as legislações
vigentes e faz todos os ajustes necessários para a utilização dos serviços de
aduana adaptados à estrutura então operante.
3.1 REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS
No regime comum de importação e de exportação de mercadorias ocorre,
via de regra, o pagamento de tributos. Entretanto, devido à dinâmica do
comércio exterior, o governo criou mecanismos que permitem a entrada ou a
saída de mercadorias do território aduaneiro3 com suspensão ou isenção de
tributos. Esses mecanismos são denominados Regimes Aduaneiros Especiais.
2 Regulamento Aduaneiro 31ºed. Decreto nº91.030 de 05 de março de 1985. 3 Território aduaneiro: compreende o território nacional, ou seja, águas territoriais, o espaço aéreo
e a parte terrestre.
24
Abaixo relaciona-se como exemplo de regimes aduaneiros especiais, e logo
após, seguem os exemplos de regimes aplicados em áreas especiais:
• Admissão Temporária
• Depósito Alfandegado Certificado - DAC
• Depósito Aduaneiro de Distribuição - DAD
• Depósito Afiançado - DAF
• Depósito Especial - DE
• Drawback
• Depósito Franco
• Entreposto Aduaneiro
• Regime aduaneiro especial de importação de insumos destinados a
industrialização por encomenda de produtos classificados nas posições
8701 a 8705 da Nomenclatura Comum do Mercosul - RECOM
• Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle
Informatizado - RECOF
• Regime aduaneiro especial de exportação e de importação de bens
destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo
e de gás natural - REPETRO
• Regime aduaneiro especial de importação de petróleo bruto e seus
derivados - REPEX
• Exportação Temporária
• Loja Franca
• Trânsito Aduaneiro
Abaixo são exemplos de regimes aduaneiros especiais aplicados em áreas
especiais, estes foram criados com o propósito de atender a determinadas
situações econômicas peculiares de pólos regionais:
• Áreas de Livre Comércio - ALC
• Zona Franca de Manaus - ZFM
• Entreposto Internacional da ZFM - EIZOF
• Zona de Processamento de Exportação – ZPE
25
3.2 REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK
Mas o que significa drawback ? Baseado em Leoni Soares de Rezende4, o
drawback é uma palavra inglesa de uso internacional e seu significado
genérico é reembolso de direitos alfandegários, representando, em
conseqüência, benefício fiscal.
O benefício de drawback vem a ser o retorno, no todo ou em parte, dos
impostos e taxas cobrados sobre a entrada de produtos estrangeiros no país,
que sejam objeto de beneficiamento e exportação, ou sobre a importação de
matéria-prima ou produtos semi manufaturados nacionais a serem exportados.
O drawback é um grande aliado para a política econômica, pois pode
aumentar a competitividade aos produtos brasileiros no mercado internacional,
estimular as exportações, além de contribuir para o crescimento econômico e o
cumprimento de compromissos relacionados à dívida externa do país.
O regime aduaneiro especial de drawback é um incentivo à exportação que
permite ao fabricante ou produtor importar insumos desonerados de impostos
utilizadas na industrialização, ou acondicionamento de produtos exportados ou
a exportar.
A operação que modifica a natureza, o funcionamento, o acabamento, a
apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo é
chamada de industrialização e se apresenta nas seguintes formas de
classificação:
• Transformação: exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário e
que resulte na obtenção de espécie nova;
• Beneficiamento: importa em modificar, aperfeiçoar ou alterar o
funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto;
4 SOARES, Leoni de Rezende. Exportação e “Drawback”. 2º ed. , São Paulo: Aduaneiras,
1986
26
• Montagem: consiste na reunião de produtos, peças ou partes que resulte
em um novo produto ou unidades autônoma, ainda que sob a mesma
classificação fiscal;
• Acondicionamento ou Reacondicionamento: importa em alterar a
apresentação do produto, através da colocação de embalagem, quando
propicia agregação de valor ao produto final;
• Renovação ou Recondicionamento: é exercida sobre produto usado ou
parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado.
O objetivo do drawback consiste em proporcionar uma redução nos
custos dos produtos vendidos ao exterior, para que possam competir com seus
similares de outros países, pois a importação livre de tributos e taxas influirá na
redução do custo final dos produtos.
Este benefício poderá ser concedido a empresas industriais ou
empresas comerciais habilitadas a operar em comércio exterior.
A legislação brasileira prevê a suspensão, isenção e restituição como
modalidades de aplicação do drawback, havendo no entanto, dentro dessas
modalidades, algumas operações especiais.
Ficando a concessão dos benefícios previstos a suspensão, e isenção
sob atribuição da Secex - Secretaria de Comércio Exterior, e restituição
(praticamente não é mais utilizado; o instrumento de incentivo à exportação em
exame compreende, basicamente, as modalidades de isenção e suspensão)
cabendo a SRF- Secretaria da Receita Federal.
A base legal deste incentivo está contida no Regulamento Aduaneiro,
porém, a Portaria nº14, de 17/11/2004 (com as alterações promovidas até a
portaria Secex nº 23/2006),da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), intitula
o Regulamento Aduaneiro de Regime Aduaneiro Especial de drawback. A
citada portaria atribui ao Departamento de Operações de Comércio Exterior -
Decex, a autonomia para a concessão, acompanhamento e verificação do
cumprimento do compromisso de exportar.
O regime compreende a Suspensão ou Isenção de:
• Impostos de Importação (II);
• Imposto sobre produto Industrializados (IPI);
27
• Imposto sobre operações relativas à Circulação de mercadorias e sobre
prestação de serviços e de transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS), este na forma definida pelos Estados e Distrito
Federal;
• Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM);
• Outras taxas que não correspondam à efetiva contraprestação de
serviços realizados;
• As importações cursadas ao amparo do regime não estão sujeitas ao
exame de similaridade e a obrigatoriedade de transporte em navio de
bandeira brasileira.
A seguir, de acordo com o livro “Drawback - Legislação Básica”5, serão
demonstradas as modalidades e os casos especiais de drawback.
3.3 Modalidades de Drawback
A modalidade suspensão é a mais utilizada. Contempla a suspensão dos
tributos incidentes na importação de insumos a serem utilizados na fabricação
do produto a ser exportado. O pedido de drawback deve ser feito antes da
exportação se realizar e o não- recolhimento dos tributos se efetivará com a
comprovação da exportação realizada.
A empresa interessada em operar no regime deve solicitar a emissão do
Ato Concessório de drawback em módulo específico no Sistema Integrado de
Comércio Exterior - SISCOMEX6. O prazo máximo para a permanência da
mercadoria importada para a industrialização no país, com suspensão de
tributos, será de 2 (dois) anos, exceto nos casos de importação de
5 Drawback - Legislação Básica. 4º ed. Rio de Janeiro: Aduaneiras, 2002 6 Sixcomex - Sist. Integrado de Comércio Exterior, instituído pelo Decreto nº660, de
25/09/92, como um instrumento de controle informatizado de sistemática administrativa de acompanhamento e controle das diferentes etapas do comércio exterior brasileiro.
28
mercadorias destinadas à bens de capital de longo ciclo de produção, quando
o limite máximo será de 5 (cinco) anos.
Relatório Unificado de drawback será utilizado para comprovação das
exportações, identificando os documentos eletrônicos registrados no Siscomex,
relativos às operações de importação e de exportação.
Para o desembaraço aduaneiro dos insumos constantes no Ato
Concessório, a empresa firmará, junto à Inspetoria da Receita Federal, Termo
de Responsabilidade -TR, em razão da suspensão dos encargos incidentes
sobre a importação que se concretiza, como:
Imposto de Importação (II) , Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
além destes impostos, destacados no Termo de Responsabilidade - TR , o
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de mercadorias e Prestação
de serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipais e de Comunicação
(ICMS) , e o Adicional ao frete para Renovação da Marinha Mercante
(AFRMM), também deixam de onerar a importação. Além disso, existe também
dispensa de exame de similaridade7 e do transporte internacional obrigatório
em bandeira nacional. A concessão é feita pela Secex - Secretaria de
Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, mediante Ato Concessório.
A empresa interessada em operar no regime deve solicitar a emissão do
Ato Concessório de drawback em módulo específico no Sistema Integrado de
Comércio Exterior - SISCOMEX. O prazo máximo para a permanência da
mercadoria importada para a industrialização no país, com suspensão de
tributos, será de 2 (dois) anos, exceto nos casos de importação de
mercadorias destinadas à bens de capital de longo ciclo de produção, quando
o limite máximo será de 5 (cinco) anos.
7 Exame de similaridade- estão sujeitas ao exame as importações amparadas por
benefícios fiscais (isenção ou redução do imposto de importação). Este exame será realizado pelo Decex, sendo assim, considerado similar ao estrangeiro o produto nacional em condições de substituir o importado.
29
Modalidade Isenção
O regime de drawback modalidade Isenção será concedido pela Secretaria de
Comércio Exterior - Secex. Essa concessão se efetivará com a emissão de Ato
Concessório de drawback. A empresa recorre a esta modalidade quando já
tenha comprovado a exportação de produtos nos quais a indústria utilizou
partes, peças, componentes ou matérias-primas importadas com pagamento
de tributos, mercadoria equivalente, para reposição daquelas importadas
anteriormente.
Para a reposição de mercadorias equivalentes será utilizada esta
modalidade, com a mesma finalidade das originalmente importadas,
adequadas à realidade tecnológica, porem o valor total dos produtos a importar
deverá ser limitado às mercadorias a substituir. Este benefício deve ser
solicitado após a realização de exportação. Nesta modalidade, a empresa não
assumirá qualquer compromisso condicionado à futura exportação, visto que a
mesma se realizou antecipadamente.
A importação para reposição do estoque será feita com a isenção do
recolhimento do Imposto de Importação (II), do Imposto sobre produtos
Industrializados (IPI) e do Adicional ao frete para Renovação da Marinha
Mercante (AFRMM), incidentes na importação, em quantidade e qualidade
equivalentes destinadas à reposição de mercadoria anteriormente importada
utilizada na industrialização do produto exportado.
O limite máximo para a importação de insumos para reposição do
estoque, com isenção de tributos, será de 2 (dois) anos da data da emissão,
podendo ser solicitado prorrogação do prazo de validade de Ato Concessório
de drawback, mas para isto ele deverá ser justificado e examinadas as
peculiaridades de cada caso.
Para a modalidade isenção - as empresas deverão utilizar o Relatório
Unificado de drawback e identificar os documentos eletrônicos registrados no
Siscomex, relativos às operações de importação e de exportação. Feita a
reposição dos estoques, os insumos assim importados poderão ser utilizados
livremente pela empresa e, no caso de nova exportação, o benefício poderá
ser novamente pleiteado.
30
Modalidade Restituição
Esta modalidade é de competência da Receita Federal. Assemelha-se à
modalidade isenção, por ser requerida após a ocorrência da importação, da
produção e da exportação. Porém, nesta modalidade a concessão do regime
dar-se-á com a emissão de Certificado de Crédito Fiscal à importação.
A empresa ao optar por esta alternativa, apesar de ter exportado produto
no qual foram empregados insumos importados, não tem interesse em repor
seus estoques através da isenção, razão pela qual decida-se pela restituição
total ou parcial do Imposto de Importação (II) e do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI).
Atualmente o drawback de restituição quase não é mais utilizado. São
somente as modalidades de isenção e suspensão.
Operações especiais
O regime de drawback brasileiro opera com três categorias ou
modalidades básicas:8 suspensão, isenção e restituição. Além dessas três
modalidades previstas no Decreto Lei nº 37/66, a consolidação das normas
prevê a existência de operações especiais, que são chamadas de
“submodalidades”, uma vez que poderão ser aplicadas apenas no âmbito das
três modalidades existentes, devendo submeter-se às suas normas jurídicas
subsidiariamente, ou seja, são espécies do gênero “modalidade”.
Essas submodalidades não se encontram vinculadas a todas as
modalidades de drawback concomitantemente, podendo ser espécies de
apenas uma ou mais delas. São as seguintes.
Drawback Interno
O drawback interno, ou verde - amarelo, é um regime especial para
compra, no mercado interno de matérias-primas, produtos intermediários e
8 Na prática, a modalidade pode ser alterada até antes do despacho aduaneiro de
importação.
31
materiais de embalagem, de fabricação nacional, com suspensão do IPI,
quando destinados à industrialização de produtos para exportação.
Drawback Genérico
Sua utilização é exclusivamente na modalidade suspensão quando as
empresas não possuem condições de definir quantidade e discriminação exata
dos produtos a serem importados, devido a grande quantidade e diversificação
dos mesmos. Caracteriza-se pela discriminação genérica da mercadoria a
importar e o seu respectivo valor.
Drawback Intermediário
Aplicável nas modalidades suspensão e isenção. Caracteriza-se pela
importação de mercadoria, por empresas denominadas fabricantes -
intermediários, destinada a processo de industrialização de produto
intermediário a ser fornecido a empresas industriais - exportadoras, para
emprego na industrialização do produto final destinado à exportação.
Drawback Solidário
Concedido exclusivamente na modalidade suspensão, quando participam
duas ou mais empresas industriais. Cada empresa ficará responsável pela
industrialização de sua parcela nos produtos a exportar; vinculadas a um único
contrato de exportação.
Drawback para Embarcação
Ocorre nas modalidades suspensão e/ou isenção. Caracteriza-se pela
importação de mercadoria destinada a processo de industrialização de
embarcação para fins de venda no mercado interno.
Drawback Sem Cobertura Cambial
Somente será concedido na modalidade suspensão. Caracteriza-se pela
não cobertura cambial, parcial ou total, da importação.
32
Drawback para Fornecimento no Mercado Interno
Somente será concedido na modalidade suspensão. Se dará pela
importação de matéria-prima, produto intermediário e componente destinados
a processo de industrialização, no País, de máquinas e equipamentos a serem
fornecidos no mercado interno, em decorrência de licitação internacional.
Drawback para Reposição de Matéria-Prima Nacional
Somente será concedido na modalidade isenção. Se dará pela importação
de mercadoria para reposição de matéria-prima nacional utilizada em processo
de industrialização de produto exportado, visando beneficiar a indústria
exportadora ou o fornecedor nacional e para atender a situações conjunturais
de mercado.
3.4 Produtos
I - Mercadorias, matérias - primas, produto semi-acabado, utilizados na
industrialização de produtos;
II - Peças, partes, utensílios, dispositivos, aparelhos e máquinas, quando
complementares de aparelhos, máquinas, veículos ou equipamentos;
III - Mercadorias utilizadas na embalagem acondicionamento ou apresentação
de produto industrializado, se propiciar uma agregação de valor ao produto
final;
IV - Animais destinados ao abate e posterior exportação;
V - Matérias-primas e outros produtos que, embora não integrando o produto a
exportar ou já exportado, a exemplo daqueles empregados em alvejamento,
purificação ou operações semelhantes, sejam consumidos no processamento
industrial;
VI - Matérias-primas, produtos intermediários e componentes destinados à
industrialização no País, de máquinas e equipamentos a serem fornecidos, no
mercado interno, em decorrência de licitação internacional;
33
VII - Insumos para construção de embarcações, para venda no mercado
interno;
VIII - Mercadoria para reposição de matéria-prima nacional, exclusivamente na
modalidade de isenção.
3.5 Impedimento para a concessão
I - Importação de mercadoria cujo valor do imposto de importação, em casa
pedido, for inferior ao limite mínimo fixado pela Câmara de Comércio Exterior;
II - Importação de mercadorias utilizada na industrialização de produtos
destinados ao consumo na Zona Franca de Manaus e em áreas de livre
comércio;
III - Exportação ou importação de mercadorias suspensa ou proibida;
IV - Importação de petróleo e seus derivados, com exceção da importação de
coque calcinado de petróleo;
V - Exportações vinculadas à comprovação de outros regimes aduaneiros ou
incentivos à exportação.
3.6 Pedido de Drawback
Para adquirir o Regime de drawback, a empresa deverá apresentar o
formulário Pedido de Drawback, com o NCM9 - Nomenclatura Comum do
Mercosul, a descrição, a quantidade e o valor da mercadoria a importar e do
produto a exportar.
Para a liberação do pedido de drawback será levado em consideração o
resultado cambial da operação. A relação básica a ser observada é de 40%
(quarenta por cento), estabelecida pela comparação do total das
importações,onde são incluídos o preço da mercadoria no local de embarque
no exterior e todas as parcelas estimadas de seguro, frete e demais despesas
9 NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul - O processo de integração para a
consolidação do Mercosul e a necessidade de uma nova nomenclatura unificada para atender ao fluxo de comércio, estatísticas e tarifas para o comércio intra e extra - Mercosul levou a
34
incidentes com o valor líquido das exportações, assim entendido o valor de
embarque deduzido das parcelas de comissão de agente, eventuais descontos
e outras deduções. A empresa deverá fornecer os todos os valores estimados
para frete, seguro e demais despesas incidentes na importação pretendida.
Precisa-se de formulário próprio para se montar um processo de drawback,
nas agências de comércio exterior do Banco do Brasil, que é o único
encarregado de analisar tais pedidos em nome do Decex. Com todos estes
formulários preenchidos e a anexação dos documentos necessários, o Banco
do Brasil/Decex irá estudar, fazer as exigências necessárias e emitir um Ato
Concessório de drawback, em nome da empresa industrial ou comercial, cujo
número deverá estar aposto em todos os documentos da operação.
A empresa apresentando documentação que comprove a efetiva
importação e exportação nas condições constantes do Ato Concessório de
drawback, será considerado cumprido o compromisso de exportação vinculado
ao Regime.
A liquidação do compromisso de exportação se dará mediante a exportação
efetiva do produto previsto no Ato Concessório, na quantidade, valor e prazo
nele fixados, a comprovação do recolhimento dos tributos e adicionais exigidos
na importação, e a liquidação ou impugnação de débito eventualmente lançado
contra a beneficiária. Caso vencido o Ato Concessório e não cumprido o
compromisso de exportar, em razão da não utilização ou utilização parcial da
mercadoria importada, a beneficiária deverá tomar como providência, dentro
do prazo de 30 (trinta) dias contados a partir da data limite para exportação,
estabelecida no Ato Concessório de drawback os seguintes critérios:
Providenciar a devolução ao exterior da mercadoria não utilizada; requerer
a destruição da mercadoria imprestável ou da sobra, sob controle aduaneiro,
às suas expensas; ou destinar a mercadoria remanescente para consumo
interno, com o devido recolhimento dos tributos e adicionais exigidos na
importação, com os acréscimos legais previstos na legislação.
criação da NCM, tendo como base o Sistema Harmonizado de codificação e designação da mercadorias.
35
A empresa deve utilizar o Relatório Unificado de drawback para informar os
documentos registrados no Siscomex, tais como o RE10 - Registro de
Exportação, a DI11 - Declaração de Importação, o RES12 - Registro de
Exportação Simplificado, tanto na modalidade de isenção como na de
suspensão de tributos, bem como manter em seu poder as notas fiscais de
venda no mercado interno.
Esses documentos comprovam as operações de importação e exportação
vinculadas ao regime especial de tributação e devem estar vinculados ao Ato
Concessório para o processamento de sua baixa no sistema e devem estar
identificados no Relatório Unificado de drawback,.
As exportações relacionadas ao Regime de drawback estão sujeitas às
normas gerais em vigor para o produto, inclusive quanto ao tratamento
administrativo aplicável. Um mesmo Registro de Exportação - RE não pode ser
utilizado para comprovação de Atos Concessórios de drawback distintos de
uma mesma beneficiária - é obrigatória a vinculação do Registro de Exportação
- RE ao Ato Concessório de drawback.
As importações relacionadas ao Ato Concessório de drawback estão
sujeitas a licenciamento não automático previamente ao despacho aduaneiro,
isto é, deverá ser registrada antes do embarque no exterior, podendo em
alguns casos, ser registrada depois do embarque, mas antes do registro da DI
- Declaração de Importação.
3.7 Drawback Eletrônico
O regime drawback, na modalidade suspensão, teve suas operações
simplificadas através da Portaria da Secex nº 14, de 17 de outubro de 2001. A
10 RE - Registro de Exportação - é o conjunto de informações de natureza comercial,
financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e definem o seu enquadramento. O processo de exportação inicia-se com a solicitação no Siscomex deste registro.
11 DI - Declaração de Importação- documento formulado pelo importador no Siscomex, sendo este o documento base do despacho de importação.
36
Secex - (Secretaria de Comércio Exterior ), desenvolveu com o SERPRO -
Serviço Federal de Processamento de Dados, um sistema de controle para tais
operações denominado Sistema Drawback Eletrônico, implantado desde
novembro de 2001 em módulo específico do Siscomex.
A versão eletrônica caracteriza-se por vincular a importação dos insumos
ao compromisso futuro de exportação, devendo ser pleiteado antes de se
efetivar a importação da mercadoria, pelo Registro de Drawback, o registro de
todas as etapas do processo de concessão do drawback em documento
eletrônico, (solicitação, autorização, consultas, alterações, baixa); tratamento
administrativo automático nas operações parametrizadas; e o
acompanhamento das importações e exportações vinculadas ao vinculadas ao
registro, integrado ao Siscomex.
Após a aprovação do RD (Registro Drawback), a empresa poderá solicitar a
LI (Licença de Importação) cujo controle e utilização do saldo de importação
aprovado são feitos automática e simultaneamente no próprio RD.
Este novo Sistema constitui notável avanço na operacionalização do
regime, integrando-se ao SISCOMEX nas vertentes de importação e
exportação.
Esta nova sistemática facilita o acesso ao regime, conferindo maior
segurança ao controle dessas operações, além de agilizar e modernizar o
sistema.
O drawback eletrônico também oferece uma maior transparência ao usuário
que, através da apresentação do saldo da operação, pode visualizar o quanto
ainda tem por importar e o que já foi exportado, facilitando seus controles, com
o saldo de importação automático.
Embora o regime de drawback possa ser praticado nas modalidades
suspensão, isenção e restituição, a versão eletrônica só está disponibilizada na
modalidade suspensão, o que é de grande abrangência, por se tratar da
modalidade mais utilizada neste regime.
12 RES - Registro de Exportação Simplificado - as operações de exp. que se enquadrem
com cobertura cambial até o limite deUS$10.000,00, ou o equivalente em outras moedas, mercadoria não sujeita ao imposto de exportação
37
Para o acesso ao Sistema Drawback Eletrônico, a habilitação será
concedida aos representantes legais das empresas, autorizados a operar na
exportação.
Drawback Web
O Drawback Web é a versão para Internet do Drawback Eletrônico,
possibilitando aos beneficiários do regime o acesso ao sistema on line .
O Drawback Web possibilita o registro da operação em documento
eletrônico, com todas as etapas informatizadas: solicitação, consulta, alteração
e baixa.
As informações prestadas pelo usuário estão sujeitas à validação, desde
o momento do registro da solicitação do Ato Concessório, em eventuais
alterações, até o da comprovação dos compromissos assumidos, em
conformidade com o tratamento administrativo previsto na legislação e
observados os parâmetros estabelecidos pela SECEX para os bens a serem
exportados.
Da mesma maneira que o Sistema Drawback Eletrônico, o Drawback
Web permite o acompanhamento do Ato Concessório, das Declarações de
Importação (DI) e dos Registros de Exportação (RE) a ele vinculados.
38
CONCLUSÃO
A participação do Brasil no comércio exterior mundial ainda é muito
pequena. Porém, se o país aumentar as exportações sua participação no
contexto internacional crescerá, com isso haverá maior geração de renda e
emprego que é o principal motor de equilíbrio dos países.
As exportações aumentando favorece a entrada de divisas estrangeiras
e o cenário se torna mais atrativo para os investimentos diretos no país, sendo
estes importantes fatores para o aquecimento da economia.
As empresas brasileiras enfrentam dificuldades em suas vendas
externas, uma vez que importam insumos com altos tributos, o que reflete em
maior custo de produção, impossibilitando a colocação do produto a nível
competitivo no mercado internacional.
O objetivo do presente trabalho foi demonstrar como o regime de
drawback é importante, uma vez que incentiva às exportações e permite às
empresas a importarem insumos com a desoneração dos impostos e taxas.
Houve um impulso do Governo no desenvolvimento do Drawback
Eletrônico, que controla os processos por meio de um sistema informatizado e
da atuação do Decex, deferindo os Atos Concessórios solicitados pelos
fabricantes. Com isso o gerenciamento da utilização diária do regime
possibilitou e facilitou a comprovação das exportações efetuadas, agilizando
todo o processo e reduzindo a burocracia, mas a falta de informação à respeito
do regime ainda é comum por parte de algumas empresas, porém, nota-se que
com o passar do tempo este número não só aumenta, como as que já se
beneficiam do drawback se mantém usuárias. O regime de drawback é
oferecido para toda e qualquer empresa habilitada em atuar no comércio
39
exterior, seja de qualquer atividade, localidade e tamanho, com a finalidade de
estimular as exportações brasileiras tornando o produto doméstico mais
competitivo frente aos estrangeiros.
O regime aduaneiro especial de drawback merece cada vez mais a
atenção do governo para que este proporcione facilidade no acesso e
manuseio dos processos, e também requer atenção dos empresários para se
faça o uso deste regime de maneira correta, pois uma vez não comprovada as
exportações dentro dos prazos estabelecidos para o cumprimento do regime
as empresas arcam com todos os tributos pertinentes mais os juros, vale
ressaltar que, este regime especial é reconhecido como uma prática leal e
comum de comércio, permitido pela OMC - Organização Mundial do Comércio.
Pelo que foi apresentado neste trabalho, pode-se concluir que é de
extrema necessidade maiores incentivos para as exportações brasileiras,
sendo relevante cada vez mais a divulgação dos benefícios e das modalidades
proporcionados pelo drawback.
40
ANEXOS
MODELO DO RELATÓRIO UNIFICADO DE DRAWBACK
( ) IMPORTAÇÃO ( ) EXPORTAÇÃO/FORNECIMENTO MERCADO INTERNO***RELATÓRIO UNIFICADO DE DRAWBACK
Empresa: CNPJ: Ato Concessório nº *
DI/RE/RES Data NF Data NCM Descrição da Mercadoria Peso(indicarunidade)
Quantidade(indicarunidade)
Valor no Local deEmbarque
(indicar moeda)
Valor TotalUS$ **
TOTAL
As informações contidas no presente Relatório Unificado de Drawback são de inteira responsabilidade da empresa beneficiária do Regime de Drawback.* Preencher apenas na modalidade suspensão**Converter para US$ com base nas datas indicadas neste Relatório.
***Cancelar o item não utilizado ________________________ _________________________
Data:
41
BIBLIOGRAFIA
1. ABE – Associação de Comércio Exterior do Brasil acessado em
03/11/2005 (http://www.enaex.com.br/arquivos/tema.pdf)
2. Drawback - Legislação Básica. 4º ed. Rio de Janeiro: Aduaneiras,
2002.
3. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo acessado em
03/11/2005.
( http://www.fiesp.org.br )
4. GONÇALVES, Reinaldo. O Brasil e o comércio internacional.
Transformações e Perspectivas. São Paulo: Contexto, 2000.
5. KELLER, Daniel de Almeida. O Comércio Exterior Brasileiro em
2004: IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
6. MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior.
São Paulo : Atlas, 2001.
7. MONTEIRO Mônica Romero & PIRES, Jovelino de Gomes.
Comércio Exterior. Teoria X Prática no Brasil. São Paulo:
Aduaneiras, 2003.
8. MOURA, Geraldo. Direito de Navegação em Comércio Exterior, São
Paulo: Aduaneiras, 2000.
9. NASCIMENTO, Saumíneo da Silva - Barreiras Externas às
Exportações Brasileira, artigo publico no site Export News acesssado
em 03/11/2005. (http://www.exportnews.com.br/artigos/aa38.htm).
42
10. Neto, Armando Monteiro –
11. SARTORI, Ângela, ARAÚJO, Ana Clarissa. Drawback e o Comércio
Exterior – Visão Jurídica e Operacional –. Edição 2000.
Pennsylvania: PMI, 2001. 216 p.
12. VAZQUEZ, J. L. Comércio exterior brasileiro. São Paulo: Atlas,
1995p.
43
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8
1. O CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL E A PARTICIPAÇÃO DO
BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR...............................................................10
1.1. A importância do Comércio Internacional para a empresa ............ 10
1.2. Vantagem Competitiva na economia global ................................... 12
1.3. Inserção das empresas brasileiras no comércio
internacional.....................................................................................................16.
2. O DRAWBACK PROPORCIONANDO VANTAGEM COMPETITIVA PARA
AS EMPRESAS BRASILEIRAS ....................................................................... 18
2.1 Importação sob o regime aduaneiro especial de drawback ........... 18
2.2 A empresa identificando a necessidade do drawback ................... 21
3. REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK ............................... 23
3.1. Regimes aduaneiros especiais ...................................................... 23
3.2. Regime Aduaneiro Especial de Drawback ..................................... 25
3.3. Modalidades de Drawback ............................................................. 27
3.4. Produtos ......................................................................................... 32
3.5. Impedimento para a concessão ..................................................... 32
3.6. Pedido de Drawback ...................................................................... 33
3.7. Drawback Eletrônico ...................................................................... 35
CONCLUSÃO ........................................................................................... 37
ANEXOS ................................................................................................... 39
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 40
ÍNDICE ...................................................................................................... 42