o rei nos contos de fadas e a imagem do self (bva)
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O REI NOS CONTOS DE FADAS E A IMAGEM DO SELF
Hellen Reis Mouro
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O REI NOS CONTOS DE FADAS E A IMAGEM
DO SELF30 DE NOVEMBRO DE 2015 | ADMIN | DEIXE UM COMENTRIO
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Nos contos de fadas o rei geralmente est velho, ou muito doente e precisa ser substitudo.
Ou seja, ele incompleto. Associando-o a um smbolo do Self, como pode envelhecer e preci-
sar ser renovado? Quando nos tornamos conscientes de algo, aquilo nos enche de vida e traz
sentido a ela. No entanto quando algo fica consciente muito tempo e no nos renovamos, esse
contedo se petrifica e a vida se torna enfadonha. Podemos ento concluir que esse centro da
psique no esttico e se renova constantemente e precisa ser compreendido e assimilado
para que nossa vida coletiva e individual no se torne uma formula morta e sem sentido.
Os contos de fadas so recheados de figuras da realeza como reis, rainhas, princesas e prncipes.
Os reis nos contos so geralmente annimos mostrando que se trata de um material da psique su-
prapessoal.
Como se trata de uma figura de grande destaque na sociedade, sua figura pode ser associada ma-
nifestao de Deus na Terra, ou seja, eles representam a imagem do Self, aquele centro regulador
da psique que se torna uma representao da atitude coletiva nos contos de fadas.
Von Franz (2005) diz que o rei incorpora um princpio divino, do qual depende o bem-estar fsico e
psquico de toda a nao. o princpio divino na sua forma mais visvel, sua encarnao e sua mo-
radia.
Dessa forma observando a figura do rei podemos tirar alguns aprendizados sobre o Self e como a
conscincia coletiva (e individual) funciona mediante esse centro regulador.
Associar o rei ao Self faz sentido, pois no nvel individual desse centro regulador que depende to-
do o bem estar psquico do individuo.
Nos contos de fadas o rei geralmente est velho, ou muito doente e precisa ser substitudo. Ou se-
ja, ele incompleto.
Ora mas como um smbolo do Self pode envelhecer e precisar ser renovado?
Se transportarmos isso para o estudo das religies a tendncia dos rituais ou dogmas religiosos a
tornarem-se superados depois de um tempo, a perderem seu impacto emotivo original, tornan-
do-se frmulas mortas. Embora adquiram qualidades positivas da conscincia, como a continuida-
de, eles perdem o contato com a corrente irracional da vida e tendem a tornar-se mecnicos (Von
Franz, 2005).
Isso vale para doutrinas religiosas e sistemas polticos que com o tempo se tornam obsoletos. Mas
tambm para tudo em nossa vida. Quando nos tornamos conscientes de algo aquilo nos enche de
vida e traz sentido a ela, no entanto quando algo fica consciente muito tempo e no nos renova-
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mos esse contedo se petrifica e a vida se torna enfadonha.
Podemos ento concluir que esse centro da psique no esttico e se renova constantemente e
precisa ser compreendido e assimilado para que nossa vida coletiva e individual no se torne uma
formula morta e sem sentido.
Entretanto em alguns contos de fadas o rei se nega a ser substitudos. Por exemplo, no conto de fa-
das O velho Rinkrank, dos irmos Grimm, o rei manda construir uma armadilha contra os preten-
dentes a mo de sua filha, tentando evitar que o futuro genro assuma seu lugar.
No nvel pessoal possvel observar que o ego, centro da conscincia, possui uma estrutura em se
tornar unilateral. A conscincia adora ter o poder e sair desse estado muito difcil e doloroso,
mesmo que isso cause uma neurose no individuo.
Por esse motivo muitas pessoas relutam em fazer psicoterapia, ou desistem no meio do caminho,
pois o ego deve abrir mo do controle e deixar que novas possibilidades surjam.
Muitas preferem se manter na unilateralidade e na neurose. uma zona de conforto! Realmente
fazer analise um ato herico.
Em termos coletivos vemos o quo difcil a aceitao de algo novo por parte da conscincia cole-
tiva. No mito de Cristo vemos que ele foi humilhado e morto por trazer uma nova concepo da di-
vindade.
Mas se quisermos evoluir e no nos tornarmos doentes precisamos lembrar que aquilo que um dia
foi um bom remdio e algo excelente acaba se tornando destrutivo com o tempo. Perseverar em
um curso de ao bom at um determinado momento, por isso precisamos desenvolver uma fle-
xibilidade e aceitar que possivelmente, em algum momento teremos que rever esse curso de ao
e buscar um novo.
Leia tambm:
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