o ser humano É trans. por que nÃo o profissional? fmept/2009 brasÍlia – df sheila da costa...

15
O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

Upload: francisco-lage-macedo

Post on 07-Apr-2016

221 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL?

FMEPT/2009

BRASÍLIA – DF

Sheila da Costa Oliveira

Page 2: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

  Período colonial

Predomínio das práticas educativas informais de qualificação no e para o trabalho na plantação, na mineração e no meio urbano.

Os colégios e residências dos jesuítas – os colégios oficinas - primeiros núcleos de formação profissional.  

A herança escravocrata no Brasil deixa a noção de que qualquer trabalho que exija esforço físico e manual é desqualificado.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

2

Page 3: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

Período Imperial e Início da República

D. João VI cria o Colégio de Fábricas;

Atuação das Academias Militares (Exército e Marinha), das Casas de Educandos Artífices (1840-1856) e dos Liceus de Artes e Ofícios (1858-1886);

D. Pedro II cria o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos;

Criação de redes de escolas profissionais em setores populares urbanos para formar trabalhadores assalariados que precisavam de qualificação e disciplina.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

3

Page 4: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

Educação Profissional estatal compensatória e assistencialista, destinada aos pobres e desvalidos, com o intuito de dignificar a pobreza;

A Educação Profissional das Associações Civis objetivou a formação para o trabalho artesanal, qualificado e socialmente útil;

Dois mecanismos de disciplinamento dos pobres;

No início da República, outras concepções somaram-se:

A católica-humanista: compreensão do trabalho enquanto antídoto à preguiça, à vadiagem e às idéias revolucionárias;

A sindicalista: educação integral e privada, destinada à formação para o mercado de trabalho.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

4

Page 5: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

1909: governo de Nilo Peçanha cria 19 escolas técnicas profissionais denominadas Escolas de Aprendizes Artífices (Decreto 7. 566, de 23 de setembro), com cursos noturnos para trabalhadores. Um primário, para analfabetos, e outro de desenho.

Em São Paulo, grande desenvolvimento desta modalidade de educação em função do processo de industrialização. Cursos mais voltados para a manufatura que para o artesanato.

Nas primeiras décadas do século XX, atuação dos salesianos e sindicatos.

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

quinta-feira, 27 de abril de 2023

5

Page 6: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

Leis orgânicas de 1942 e 1946:

Ensino Secundário e Normal:

formar as elites condutoras do país;

domínio do saber intelectual.

Ensino Profissionalizante:

formar adequadamente os filhos dos operários, desvalidos da sorte e menos afortunados, que precisam ingressar precocemente na força de trabalho;

domínio das tarefas manuais.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

6

Page 7: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

 Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da

Educação Profissional no Brasil

Consolidação do Estado Nacional e Capitalista;

Implementação da Reforma Capanema (1942);

Criação de um sistema paralelo de Educação Profissional: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI, 1942);

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC, 1943); Serviço Nacional de Agricultura (SENAR);Serviço Nacional de Transporte (SENAT);Serviço social da Indústria ( SESI).

Em 1942, transformação das Escolas de Aprendizes Artífices em Escolas Técnicas Federais e, em 1959, criação da Rede Federal de Ensino Técnico, com estatuto de autarquia.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

7

Page 8: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

Com a promulgação da LDB de 1961, estabeleceu-se a equivalência dos cursos técnicos ao secundário para efeito de ingresso nos cursos superiores e abriu-se a possibilidade de cursos pré-técnicos, com duração de um ano e disciplinas de caráter geral, obrigatórias para todo o curso técnico.

Estabelecimento do estágio obrigatório por um período não inferior a um ano.

Criação de cursos para capacitar, de forma rápida, a força de trabalho para atender às novas demandas do mercado. Programa de Preparação de Mão-de-Obra (PIPMO, 1963) e Centro de Aperfeiçoamento para o Ensino Profissional (CENAFOR).

Em 1971, Lei 5.692, que criou a profissionalização compulsória.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

8

Page 9: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

A partir da década de 1980

Novas formas de gestão

Teoria do Capital Humano

Pedagogia das Competências

Mais qualificação

Inovação

Criatividade

Capacidade para o trabalho em equipe

Autonomia na tomada de decisões

Uso de novas tecnologiasquinta-feira, 27 de abril de 2023

9

Page 10: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

Em 1982, o Estado extinguiu a profissionalização compulsória;

Em 1988, com a promulgação da Constituição, elaborou-se anteprojeto visando à construção da nova LDB que teve como base conceitual a tradição crítica e dialética e, para o Ensino Médio, as orientações do Ensino Politécnico.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

10

Page 11: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

 Década de 1990:

Grande interferência dos organismos internacionais (UNICEF, FMI, BM) e no âmbito da Educação Profissional;

Instituição do Decreto 2.208/97, que efetiva a separação, no interior da Rede Federal, do conhecimento geral e conhecimento profissional.

Atual governo federal:

Possibilidade de retomada da formação profissional integral com os Decretos 5.154/04 e 5.840/06 (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Jovens e Adultos)

Discussão em torno da formação para o mercado e formação integral.quinta-feira, 27 de abril de 202

311

Page 12: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

O trabalho como dimensão ontológica

Ação consciente que cria e recria a existência humana, em todas as suas dimensões;

Trabalho como princípio educativo;

Unidade indissolúvel entre os aspectos manuais e intelectuais do processo de trabalho.

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

quinta-feira, 27 de abril de 2023

12

Page 13: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

•Ampliação do direito à educação básica pela universalização do Ensino Médio;

• Trabalho como princípio educativo;

• Pesquisa como fundamento da formação;

• Consideração das condições geracionais, de gênero, de relações étnico-raciais como fundantes da formação humana e dos modos de produção das identidades sociais.

Trabalho e Educação na Trajetória Histórica da Educação Profissional no Brasil

quinta-feira, 27 de abril de 2023

13

Page 14: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

quinta-feira, 27 de abril de 2023

14

Page 15: O SER HUMANO É TRANS. POR QUE NÃO O PROFISSIONAL? FMEPT/2009 BRASÍLIA – DF Sheila da Costa Oliveira

quinta-feira, 27 de abril de 2023

15

A grande pergunta:

Depois de tantas mudanças, a educação profissional pode ser também multi, inter e transdisciplinar?