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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS
O USO DE ARMADILHAS DE PEGADAS NA AMOSTRAGEM DA
MASTOFAUNA EM DUAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NOS
BIOMAS CERRADO E MATA ATLÂNTICA
Valeska Buchemi de Oliveira
Belo Horizonte, Junho de 2007
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS
O USO DE ARMADILHAS DE PEGADAS NA AMOSTRAGEM DA
MASTOFAUNA EM DUAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NOS
BIOMAS CERRADO E MATA ATLÂNTICA
Valeska Buchemi de Oliveira
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito à obtenção do título de Mestre em Zoologia de Vertebrados.
Área de Concentração: Métodos, Ecologia e Conservação.
Orientador: Prof. Dr. Adriano Garcia Chiarello
Belo Horizonte, Junho de 2007
FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Oliveira, Valeska Buchemi O48u O uso de armadilhas de pegadas na amostragem da mastofauna em duas unidades de conservação nos biomas Cerrado e Mata Atlântica / Valeska Buchemi de Oliveira. Belo Horizonte, 2007. 98 f. Orientador: Adriano Garcia Chiarello.
Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados.
Bibliografia. 1. Mamífero – Metodologia. 2. Armadilhas para animais – Minas Gerais.
I. Chiarello, Adriano Garcia. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós- Graduação em Zoologia de Vertebrados. III. Título.
CDU: 57.081
Bibliotecária – Valéria Mancini – CRB-1682
“O uso de armadilhas de pegadas na amostragem da mastofauna em duas unidades
de conservação nos biomas Cerrado e Mata Atlântica”
Valeska Buchemi de Oliveira
Defesa da Dissertação em: 28/06/2007
Banca examinadora:
___________________________________________________
Prof. Dr. José Eugênio Cortes Figueira (Examinador - UFMG)
___________________________________________________
Prof. Dr. André Hirsch (Examinador – UFMG)
__________________________________________________
Prof. Dr. Gilmar Bastos Santos (Suplente – PUC Minas)
__________________________________________________ Prof. Dr. Adriano Garcia Chiarello (Orientador – PUC Minas)
“A Terra é um dos lugares mais bonitos que já visitei.”
Antoine Saint-exupery, autor de “O Pequeno Príncipe”.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Antônio Meira Linares, meu “fiel escudeiro” e
companheiro de trabalho, por toda a ajuda em campo e por me acompanhar em todas as
minhas viagens, sendo paciente e atencioso. Sua ajuda e companhia foram fundamentais.
A Guilherme Leandro Castro Corrêa, o “Capita”, pela grande ajuda no Parque Estadual
da Serra do Brigadeiro. Por estar sempre disposto, por enfrentar as chuvas e ladeiras (que
não foram poucas) e por continuar sempre alegre.
Às meninas que me ajudaram neste e em outros trabalhos, Bia, Ciça e Fafá, e que me
fizeram crescer como profissional e como pessoa. Beijo enorme meninas.
À toda a equipe do Parque Estadual do Rio Preto, que tornou meu trabalho mais
apaixonante e fascinante: Júnior, Adilson, Sam, Preto, Darci, Seu Geraldo, Odair, Lúcia,
Deco, Cleuza, Ramon, Nem, Valdir, Cézar, Zé Rocha e Paulo. Estas pessoas são
especiais e são tão importantes quanto o Cerrado que elas protegem. Um abraço especial
para as “meninas da cozinha”, Camila e Renata, e para o Deco, guardião apaixonado e
conhecedor de seu meio. Outro agradecimento especial é direcionado para o Tonhão,
diretor da reserva, que sempre se mostrou disposto a ajudar e é um exemplo de pessoa e
de conservacionista. Tudo de bom para vocês!
À toda a equipe do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro: Geni, Rosilene, Romildo,
Pabolo, Wagner, Jair e Adriano, que também são tão fascinantes quanto a reserva que
ajudam a proteger. Agradecimentos especiais a Claudinei, Abel, Fernando, Branco e ao
Chico (grande pessoa...), também conhecedores de suas moradas, que nos mostraram
tantas belezas e animais e que também nos ajudaram bastante em campo. Tudo de bom
para vocês também! Agradecimentos especiais ao Zé Roberto, diretor desta reserva, à
Ana e ao André, por facilitarem nosso trabalho e por serem tão receptivos.
Ao Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG), pela licença concedida,
pela hospedagem disponibilizada, pela oportunidade de realizar este trabalho e por se
mostrarem sempre disponíveis e aptos a ajudar, tornando o nosso trabalho mais simples e
prazeroso.
Ao Fundo de Incentivo à Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(FIP – PUC Minas), pelo financiamento concedido e oportunidade de realizar este
trabalho.
Ao Programa de Pós-Graduação em Zoologia de Vertebrados da PUC-Minas, pela a
oportunidade de aprendizado. À toda a equipe desta instituição pelas ajudas cotidianas e
por alegrarem nosso dia-a-dia. Um grande abraço para Cledma e Rogério.
A algumas pessoas que de uma forma ou outra tornaram este trabalho, com certeza, mais
rico, sendo elas Leonardo Guimarães Lessa, Leonardo de Carvalho Oliveira, Gilmar
Basto Santos, Leandro Moreira, Gisele Lessa, Adriano Paglia, Carlos Eduardo de
Viveiros Grelle, Paula Eterovick, Fernando Lima, Leandro Scoss, Ana Maria Paschoal de
Oliveira, Rodrigo Massara e Pedro Amaral de Oliveira.
Ao Professor Adriano Garcia Chiarello, por tantas coisas. Por todas as ajudas, por todos
os conselhos e por todos os “puxões de orelha”, que ainda não se findaram. Por válidas
conversas que me acrescentaram pessoal e profissionalmente. Por ser um exemplo de
pesquisador e pela oportunidade de realizar este trabalho. Muito obrigada!
Aos professores José Eugênio Cortes Figueira e André Hirsch, pelas válidas
contribuições a este trabalho que, com certeza, também irão me engrandecer.
Agradecimentos especiais à minha mãe, Vera, por se acostumar com minha ausência, por
me esperar sempre pacientemente, por cuidar das minhas roupas de campo. Tudo que
tenho, material e espiritual, para que este trabalho pudesse acontecer, foi ela quem me
deu. Serei sempre grata, por tudo! Ao meu pai e aos meus irmãos, por respeitarem minhas
escolhas e me apoiarem.
Aos amigos que torcem por mim e que sempre acompanharam minhas escolhas.
Muito obrigada a TODOS! E segue um agradecimento especial ao Parque Estadual do
Rio Preto e ao Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, aos animais que pisaram em
minhas armadilhas e aos que não pisaram, também... Aos rios e corredeiras, às nascentes
de águas refrescantes na hora do cansaço, à sombra das árvores na hora do almoço, à
Mata Atlântica e ao Cerrado, e a tudo que vi nesta bela jornada. Muito obrigada por me
fazerem sentir tudo o que senti!
O uso de armadilhas de pegadas em duas Unidades de Conservação nos biomas
Cerrado e Mata Atlântica.
Resumo
A utilização de armadilhas de pegadas no estudo da mastofauna possibilita a realização
de inventários a estudos mais específicos como sobre o efeito de fragmentação, porém,
poucos estudos no Brasil usaram este método visando uma análise da eficiência e
viabilidade do mesmo. De Janeiro a Dezembro de 2006, esta técnica foi empregada em
uma área de Cerrado (Parque Estadual do Rio Preto) e outra de Mata Atlântica (Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro), ambas reservas sendo áreas prioritárias de conservação
no Estado de Minas Gerais. Foram usadas parcelas de 0,25 m2 posicionadas a cada 50 m
ao longo de transecções de 450 m de comprimento. Especificamente, verificou-se a
riqueza de espécies e a freqüência de registros obtidos nas parcelas dispostas em trilhas
pré-existentes (TPEs) e em transectos montados para este estudo (chamados de não-
trilhas ou NTs), a intensidade de remoção de iscas por diversos grupos zoológicos e o uso
de uma proteção contra chuvas sobre as parcelas. A riqueza de espécies foi a mesma em
TPEs e NTs no PESB e ligeiramente maior nas NTs no PERP e em ambas as reservas o
sucesso de captura de espécies foi maior na estação chuvosa do que na estação seca.
Apesar da distância adotada, as parcelas dispostas em TPEs não foram consideradas
como independentes umas das outras para algumas espécies de mamíferos, notadamente
canídeos silvestres (ex. Cerdocyon thous), que parecem usar trilhas e estradas
intensamente. Por outro lado espécies de pequeno porte como Didelphis parecem evitar
as TPEs, pois foram registrados exclusivamente em NTs. Diferenças significativas no
total de registros entre TPEs e NTs variaram de acordo com as estações do ano. A
proteção de iscas diminuiu significativamente a remoção por insetos (formigas e cupins),
mas não influenciou nas remoções por aves e pequenos mamíferos. O emprego da
cobertura sobre as parcelas possibilitou o registro de rastros em noites chuvosas, mas
diferentes espécies responderam diferentemente a esta estrutura. Discussões sobre
diferentes substratos, iscas e distâncias entre as parcelas também são apresentadas.
Palavras-chave: Mamíferos; Armadilhas de Pegadas; Cerrado; Mata Atlântica; Metodologia.
The use of track stations in two protected areas in Cerrado and Atlantic Forest
Biomes.
Abstract
The use of track stations in the study of mammals allows for inventories and more
specific studies such as the effects of fragmentation, however, few studies in Brazil have
used this method aiming at analyzing its efficiency and viability. From January to
December 2006, this method was used in an area of Cerrado (Parque Estadual do Rio
Preto - PERP) and in the Atlantic Forest (Parque Estadual da Serra do Brigadeiro -
PESB). Both reserves are considered areas of conservation priority in Minas Gerais.
Track stations of 0.25 m2 were positioned every 50 m along 450 m long transects. We
verify the species richness and the frequency of records obtained in track stations located
in existing trails (TPEs) and along trails build specifically for this study (NTs), the use of
bait protection against removal and the use of a protection against rain. In PESB the
species richness was the same in TPEs and NTs while in PERP it was slightly higher in
NTs. In both reserves the capture success was higher during the wet season than in dry
season. Although spaced, the track stations located in TPEs were not considered
independent one from another for some species notably wild canids such as Cerdocyon
thous, which seem to use man made trails and dirt roads regularly. On the other hand,
small bodied species such as Didelphis seem to avoid TPEs as they were solely recorded
in NTs. Significant differences in total number of records between TPEs and NTs varied
according to season. Protecting baits against removal significantly reduced removal by
ants but were not significant against birds and small mammals. Protecting track stations
against rains allowed recording mammal tracks during rainy nights but species responded
differently to the protection structure. Discussion on soil type, baits and distances
between track stations are also presented.
Keywords: Mammals; Track Stations; Cerrado; Atlantic Forest; Methods.
LISTA DE FIGURAS Figura 01: Localização do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. A região onde o estudo foi conduzido é indicada pela seta.
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Figura 02: Localização do Parque Estadual do Rio Preto. A região onde o estudo foi conduzido é indicada pela seta.
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Figura 03: Trilhas pré-existentes nas áreas de estudo, denominadas TPEs. A figura da esquerda apresenta uma TPE no Parque...
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Figura 04: Ambientes onde foram abertos transectos, denominados de não-trilhas ou NTs. A figura superior apresenta uma NT no Parque...
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Figura 05: A imagem superior apresenta uma armadilha de pegada disposta no PERP e a imagem inferior apresenta uma armadilha de pegada...
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Figura 06: A imagem superior apresenta uma armadilha de pegada contendo uma isca desprotegida (ID) e a imagem inferior apresenta...
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Figura 07: Cobertura plástica montada sobre as parcelas de areia de um determinado transecto no PESB.
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Figura 08: Cobertura plástica montada sobre as parcelas de areia de um determinado transecto no PERP.
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Figura 09: Sucesso de captura de espécies (em porcentagem) nas duas estações do ano em TPEs e NTs no PERP e no PESB.
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Figura 10: Curvas de acúmulo de espécies de mamíferos de médio e grande porte com o aumento do esforço de amostragem, totalizando 1.200 armadilhas/noites no PERP (gráfico superior) e...
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Figura 11: Total de registros obtidos em TPEs e NTs no PERP, nas estações seca e chuvosa. O gráfico superior apresenta os registros obtidos em parcelas/noites e o inferior, em transectos/noites.
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Figura 12: Total de registros obtidos em TPEs e NTs no PESB, nas estações seca e chuvosa. O gráfico superior apresenta os registros obtidos em parcelas/noites e o inferior, em transectos/noites.
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Figura 13: Frequência de remoção de iscas protegidas e desprotegidas, nas diferentes estações do ano, nas duas unidades de conservação.
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Figura 14: Frequência observada (OBS) e frequência esperada (ESP) de remoção de iscas por diferentes grupos zoológicos nas duas estações...
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Figura 15: Frequência observada (OBS) e frequência esperada (ESP) de remoção de iscas por diferentes grupos zoológicos nas diferentes estações do ano no PESB.
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Figura 16: Iscas protegidas atacadas por formigas.
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Figura 17: Frequência de remoção de iscas protegidas e desprotegidas pelos diferentes grupos zoológicos nas duas estações do ano no PERP.
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Figura 18: Frequência de remoção de iscas protegidas e desprotegidas pelos diferentes grupos zoológicos nas duas estações do ano no PESB.
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Figura 19: Armadilhas de pegadas inutilizadas pela água da chuva.
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Figura 20: Frequência observada e esperada de registros em parcelas cobertas e descobertas no PERP e no PESB.
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Figura 21: Freqüência de registros em noites com e sem chuva no PERP e no PESB.
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Figura 22: Diferença estrutural da vegetação nas duas estações do ano. A imagem da esquerda mostra uma determinada trilha na estação seca e a imagem da direita mostra esta mesma trilha, porém...
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Figura 23: Pegadas de roedor de pequeno porte, marcadas em areia úmida no PERP.
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Figura 24: Rastros de Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) em estrada de terra. Na figura de cima à esquerda observa-se o rastro sem definição na areia alta e fofa. Na figura da direita...
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Figura 25: Macho adulto de Cebus nigritus (macaco-prego) morto por cachorros-domésticos no PESB.
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LISTA DE TABELAS Tabela 01: Esforço amostral em parcelas/noites e em transectos/noites, no Parque Estadual do Rio Preto e no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, entre Janeiro e Dezembro de 2006, em diferentes estações do ano e posicionamentos de parcelas de areia: trilhas pré-existentes (TPEs) e não-trilhas (NTs).
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Tabela 02: Registros obtidos no Parque Estadual do Rio Preto, MG, em armadilhas/noites e transectos/noites, nos diferentes posicionamentos de trilhas pré-existentes (TPEs) e não-trilhas (NTs), entre Janeiro e Dezembro de 2006 nas diferentes estações do ano
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Tabela 03: Registros obtidos no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG, em armadilhas/noites e transectos/noites, nos diferentes posicionamentos de trilhas pré-existentes (TPEs) e não-trilhas (NTs), entre Janeiro e Dezembro de 2006 nas diferentes estações do ano.
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Tabela 04: Esforço amostral (número de armadilhas/noites) referente a parcelas com iscas protegidas e desprotegidas, nas diferentes estações do ano e em diferentes posicionamentos (TPEs e NTs), no Parque Estadual do Rio Preto e no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG, de Janeiro a Dezembro de 2006.
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Tabela 05: Registros obtidos em parcelas com iscas protegidas e iscas desprotegidas, no Parque Estadual do Rio Preto e no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG, entre Janeiro e Dezembro de 2006. O resultado do Teste do Qui-quadrado (com correção de Yates) comparando iscas protegidas e desprotegidas é mostrado para espécies com maiores tamanhos amostrais e valores em negrito representam diferenças significativas.
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Tabela 06: Espécies registradas em parcelas cobertas (Cob) e descobertas (Des) no PERP e no PESB, na estação chuvosa de 2006. O resultado do Teste do Qui-quadrado comparando registros obtidos em parcelas cobertas e descobertas é mostrado para espécies com maiores tamanhos. Valores em negrito representam diferenças significativas.
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Tabela 07: Espécies registradas no Parque Estadual do Rio Preto, MG, entre Janeiro e Dezembro de 2006, com registros obtidos através de procura ativa de rastros (PA) e armadilhas de pegadas (AP) e com as categorias de ameaça para Minas Gerais, de acordo com Machado et al. (1998), e para o Brasil, de acordo com Machado et al. (2005). Vulnerável (VU), Em Perigo (EP), Criticamente em Perigo (CP).
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Tabela 08: Espécies registradas no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG, entre Janeiro e Dezembro de 2006, com registros obtidos através de procura ativa de rastros (PA) e armadilhas de pegadas (AP), com as categorias de ameaça para Minas Gerais, de acordo com Machado et al. (1998), e para o Brasil, de acordo com Machado et al. (2005). Vulnerável (VU), Em Perigo (EP), Criticamente em Perigo (CP).
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................
14
2 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 20 2.1 Áreas de estudo.............................................................................................. 20 2.2 Coleta de dados.............................................................................................. 22 2.3 Análise de dados............................................................................................
25
3 RESULTADOS................................................................................................. 27 3.1 Riqueza de espécies e registros obtidos em TPEs e NTs............................... 27 3.2 Proteção de iscas e cobertura das parcelas..................................................... 31 3.3 Influência da chuva na noite anterior e registros sem identificação.............. 34 3.4 Conjunto de espécies amostradas pelas parcelas e fora das parcelas.............
35
4 DISCUSSÃO.................................................................................................... 36 4.1 Riqueza de espécies e comparações entre TPEs e NTs.................................. 36 4.2 Proteção de iscas e cobertura das parcelas..................................................... 44 4.3 Influência da chuva na noite anterior e registros sem identificação.............. 47 4.4 Outras considerações sobre o método............................................................ 48 4.5 Importância das reservas para a fauna de mamíferos.....................................
51
5 CONCLUSÕES................................................................................................
55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 57
14
1 – INTRODUÇÃO
Mamíferos variam amplamente em tamanho corporal, hábitos alimentares,
comportamentos e uso de hábitats e diante desta heterogeneidade, diversos são os
métodos de campo empregados no estudo destes animais (Voss & Emmons, 1996;
Pardini et al., 2004). As espécies de maior porte, que tendem naturalmente a ocupar
grandes territórios e ocorrer em baixas densidades populacionais (McNab, 1963;
Bergallo, 1990; Redford, 1992) podem ser ainda mais difíceis de serem estudadas em
campo (Wilson & Delahay, 2001).
Dentre métodos comumente empregados para o estudo de mamíferos de médio e
grande porte, pode-se destacar o uso de rádios-transmissores, armadilhas fotográficas,
amostragem visual em transectos lineares e identificação de vestígios (Beck-King et al.,
1999; Chiarello, 1999; Wilson & Delahay, 2001; Silveira et al., 2003; Srbek-Araujo &
Chiarello, 2005). Os três últimos métodos se destacam por não necessitarem de captura e
contenção de espécimes, sendo considerados métodos não-invasivos (Chame, 2003;
Cullen & Rudran, 2004; Tomas & Miranda, 2004); enquanto os dois últimos se destacam
por representarem métodos de baixo custo financeiro (Wilson & Delahay, 2001). Estas
metodologias diferem em suas aplicações práticas e resultados obtidos, sendo que a
escolha do melhor método é determinada pelo objetivo do estudo e pela biologia da
espécie enfocada (ou grupo de espécies). Aspectos relacionados a custos financeiros e
logísticos e às características da área de estudo, também são fatores determinantes na
escolha do método (Mangini & Nicola, 2004).
15
A investigação de vestígios tais quais fezes, pegadas, pêlos, tocas e abrigos pode
trazer resultados tão eficazes no estudo de mamíferos de médio e grande porte quanto o
emprego de outras metodologias mais caras ou invasivas (Carter & Encarnação, 1983;
Conner et al., 1983; Quadros, 2002; Chame, 2003; Silveira et al., 2003). Trabalhos sobre
ocorrência e distribuição das espécies, uso de hábitat, dieta, reprodução, abundância
relativa e densidade, podem, por exemplo, ser conduzidos através da análise de vestígios
(Heske, 1995; Jewell et al., 2001; Chame, 2003; Oliveira, 2004; Ferreira, 2005). Dentre
os vestígios normalmente encontrados em campo, pegadas são os mais comuns e de mais
fácil identificação, sendo encontrados em locais propícios à sua marcação tais quais
bancos de areia e lama, margens de rios e lagos, estradas de terra ou em neve fofa
(Thompson et al., 1989; Becker & Dalponte, 1999).
A contagem de pegadas para estimativas de freqüência relativa das espécies de
mamíferos de médio e grande porte já é um método empregado há algum tempo (Pardini
et al., 2004). Esta freqüência pode ser transformada em índices de abundância relativa
das espécies (Thompson et al., 1989; Wilson & Delahay, 2001). Porém, estes dados
ficam restritos a locais onde estes vestígios possam ser encontrados naturalmente. Dirzo
& Miranda (1990) adaptaram o registro de rastros em florestas tropicais dispondo nestes
ambientes armadilhas de pegadas com substrato arenoso, permitindo assim o registro
destes vestígios em locais que antes não eram propícios à sua marcação. Conner et al.
(1983) já haviam empregado o método em áreas de clima temperado.
Pesquisas baseadas em armadilhas de pegadas, também denominadas de parcelas
de areia, permitem a realização de inventários, estudos de uso de hábitat, identificação de
indivíduos, estimativas de riqueza de espécies e de abundância e densidade populacionais
16
(Conner et al., 1983; Smallwood & Fitzhugh, 1993; Heske, 1995; Lizcano & Cavalier,
2000; Jewell et al., 2001; Lewison et al., 2001; Pardini, 2001; Wilson & Delahay, 2001;
Scoss, 2002; Bassi, 2003; Pardini et al., 2004). Muitos destes dados podem ser obtidos
através de rastros detectados em ambientes naturais, e não somente em armadilhas de
pegadas; porém, a padronização deste método possibilita um grande incremento em
dados ecológicos a serem obtidos (Wilson & Delahay, 2001). Por exemplo, estudos sobre
efeito da fragmentação de hábitats sobre comunidade de mamíferos de médio e grande
porte já foram conduzidos através desta metodologia (Heske, 1995; Scoss, 2002; Bassi,
2003). Pardini (2001) utilizou armadilhas de pegadas em transectos utilizados para
inventariar pequenos mamíferos, com o objetivo de verificar a ocorrência de possíveis
espécies predadoras e/ou competidoras. Uresk et al. (2003) e Pardini et al. (2004)
explicitam a vantagem do uso de armadilhas de pegadas sobre o método de censos: um
maior número de espécies registradas e de número total de registros em tempo
relativamente menor.
Apesar da ampla utilização do método, deve-se atentar para seu emprego em
trabalhos de comunidade onde espécies com diferentes abundâncias e distribuições
espaciais são amostradas simultaneamente (Conner et al., 1983; Scoss, 2002). Por
exemplo, a autocorrelação espacial de registros obtidos em parcelas dispostas
sequencialmente em trilhas pode superestimar índices de abundância relativa para
determinadas espécies (Scoss & De Marco, 2000; Scoss, 2002; Bassi, 2003). Novas
abordagens sobre registros obtidos em armadilhas de pegadas, principalmente quando
estas estiverem dispostas em trilhas e estradas, devem ser elaboradas a fim de evitar erros
na interpretação de dados de abundância e de uso de hábitat (Novaro et al., 2000; Uresk
17
et al., 2003). Sabe-se, por exemplo, que mamíferos de médio e grande porte podem usar
estradas e trilhas de origem antrópica (Van Dyke et al., 1986; Wilson & Delahay, 2001) e
até o momento um único trabalho verificou diferenças na freqüência de registros de
pegadas em armadilhas dispostas em trilhas pré-existentes e interior de mata (Pardini et
al., 2004).
Existem outras restrições ao método, sendo talvez uma das principais a
inviabilidade em períodos chuvosos (Pardini, 2001; Bassi, 2003; Oliveira, 2004). A alta
taxa de remoção de iscas por outros grupos zoológicos pode também representar um
problema. O estudo de Oliveira (2004), por exemplo, indicou que mais de 50% das iscas
usadas em experimento conduzido em área de Cerrado foram removidas por formigas e
pequenos roedores. Este mesmo trabalho ressaltou ainda, a alta freqüência de substrato
demasiadamente fofo e solto, o que impossibilitou em muitos casos a identificação dos
rastros. No ambiente de Cerrado, mesmo quando umedecido, o substrato utilizado, no
caso areia, rapidamente perdia água por evaporação e dificultava a marcação e
interpretação de rastros (Oliveira, 2004).
Pesquisas utilizando este método já foram conduzidas em áreas florestais (Heske,
1995; Pardini, 2001; Scoss, 2002; Bassi, 2003), áreas de estepes e gramíneas (Novaro et
al., 2000; Uresk et al., 2003) e em áreas de Cerrado (Oliveira, 2004; Pardini et al., 2004).
É provável que esta metodologia apresente resultados e praticidade diferenciados quando
usados em ambientes com características ambientais peculiares como, por exemplo, o
Cerrado e a Mata Atlântica, sendo que até o momento nenhum estudo comparativo
envolvendo estes dois biomas foi conduzido.
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O bioma Cerrado se caracteriza por apresentar um gradiente de fitofisionomias
com áreas que variam de formações vegetais mais densas e úmidas (matas ciliares,
capões de altitude, veredas e buritizais) passando por áreas com características
intermediárias (cerradão e cerrado stricto sensu) a áreas de menor cobertura vegetal
(campos rupestres, campos limpos e campos sujos) (Sick 1965; Costa et al., 1981). Este é
o segundo maior bioma brasileiro, restando atualmente apenas 34% de sua cobertura
original (Machado et al., 2004). Abriga cerca de 195 espécies de mamíferos, sendo 18
endêmicas, e devido ao seu alto grau de endemismo florístico e a grande perda de área
natural, este bioma é considerado um hotspot: área prioritária de conservação mundial
(Myers et al., 2000; Mittermeier et al., 2005; Reis et al., 2006).
A Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ricos em diversidade e endemismos
de espécies vegetais e animais no mundo (Fonseca, 1985; Mittermeier et al., 1992).
Aproximadamente 250 espécies de mamíferos ocorrem neste bioma, das quais 55 são
endêmicas (Reis et al., 2006). Atualmente restam cerca de 7% da sua cobertura original,
estando a área remanescente bastante fragmentada e com poucas áreas legalmente
protegidas (Fundação SOS Mata Atlântica & Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais,
2002). É uma formação florestal relativamente mais homogênea que o ambiente de
Cerrado (Rizzini, 1997). Devido ao grande número de endemismos e redução de sua
extensão original, este bioma é também considerado um hotspot (Mittermeier et al.,
2005).
Minas Gerais possui, além de boa representatividade do bioma da Caatinga,
extensas áreas de Cerrado e Mata Atlântica, mas aproximadamente 70% da área do
Estado está alterada por atividades antrópicas e apenas 2% da região mineira encontra-se
19
legalmente protegida (Machado et al., 1998). O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro
(PESB), incluído no bioma da Mata Atlântica, e o Parque Estadual do Rio Preto (PERP),
incluído no bioma Cerrado, são considerados Áreas Prioritárias de Conservação no
Estado de Minas Gerais, sendo reservas fundamentais na representatividade dos biomas
nos quais estão inseridas (Drummond et al., 2005).
No presente estudo, realizado no PESB e no PERP, objetivou-se avaliar a
eficiência do método de parcelas de areia na amostragem da mastofauna de médio e
grande porte em uma área de Cerrado e uma de Mata Atlântica, além de verificar
diferenças na freqüência de registros de pegadas em parcelas posicionadas em trilhas pré-
existentes e em transectos montados para este estudo, através da abordagem de diferentes
unidades amostrais (parcelas e transectos). Buscou-se ainda testar uma proteção de iscas
contra remoção por insetos (formigas e cupins) e o uso de coberturas sobre as parcelas
contra a incidência de chuvas. Secundariamente, este estudo contribui para um melhor
conhecimento da mastofauna destas duas importantes unidades de conservação do Estado
de Minas Gerais.
20
2 – MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 – Áreas de estudo
O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB) foi criado em 1996 e está
inserido na Serra da Mantiqueira, na Zona da Mata de Minas Gerais (Figura 01), entre os
vales dos Rios Carangola, Glória e Doce, abrangendo áreas dos municípios de Araponga,
Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Muriaé, Pedra Bonita e Divino (20°33’e
21°00’S; 42°40’ e 40°20’W). Possui área de 13.210 hectares e é divisor das bacias
hidrográficas do Rio Doce e do Rio Paraíba do Sul (Júnior et al., 1998; Lessa et al.,
2006). O parque apresenta altitudes que variam entre 1000 e 1985 metros (Fontes et al.,
2003), sendo que durante todo o ano é freqüente a ocorrência de nevoeiros e neblina
sobre a reserva. O clima apresenta duas estações bem definidas, sendo
predominantemente do tipo mesotérmico, com temperatura média de 15°C, podendo
ocorrer temperaturas mínimas inferiores a 0°C. A precipitação média anual é de 1.500
mm, com período seco de Junho a Agosto (Carvalho et al., 2003).
Os tipos básicos de vegetação presentes são campos de altitude, floresta atlântica
de encosta (floresta estacional semidecidual submontana) e áreas de transição (Cosenza,
1994), dentro do Domínio Morfoclimático Tropical Atlântico (Ab`Saber, 1977), sendo
alta a diversidade botânica encontrada na reserva (Lessa et al., 2006). Na década de 60 a
região foi amplamente explorada pela Companhia Belgo-Mineira, que extraía madeira em
extensas áreas onde hoje se localiza a reserva. Somente 10% da área são de mata
primária, estando restritos a grotões úmidos e porções mais íngremes desta unidade de
21
conservação. A maior parte da reserva apresenta vegetação constituída de florestas
secundárias em diferentes estágios de regeneração (Melo et al., 1998).
O PESB representa uma das últimas áreas de floresta atlântica de encosta no
Estado e de acordo com o Atlas de Áreas Prioritárias de Conservação no Estado de Minas
Gerais, é considerado área de “importância biológica extrema” para pesquisas e
conservação de mamíferos (Drummond et al., 2005). Ainda são poucos os estudos
realizados com a mastofauna da região (Lessa et al., 2006). Trabalhos com primatas,
especialmente com o mono-carvoeiro Brachyteles hypoxanthus, já foram e ainda são
realizados (Melo et al., 1998; Moreira et al., 2005). Existem alguns trabalhos com
pequenos mamíferos (Costa et al., 1994; Pereira et al., 1998; Gonçalves, 1999), porém
são escassas pesquisas realizadas com a mastofauna de médio e grande porte (Cosenza,
1994; Lessa et al., 2006).
O Parque Estadual do Rio Preto (PERP) foi criado em 1994 e possui área de
10.755 hectares. Está inserido na vertente oriental da Serra do Espinhaço, Minas Gerais
(Figura 02), nos municípios de São Gonçalo do Rio Preto, Felício dos Santos e Couto
Magalhães de Minas, no Alto Jequitinhonha (18º09`S e 43º23`W). A reserva abrange as
cabeceiras do Rio Preto, integrante da bacia do Rio Jequitinhonha (Plano de Manejo do
Parque Estadual do Rio Preto, 2004; Lessa, 2005).
O PERP apresenta áreas de cerrado stricto sensu, cerradões, matas de altitude
(capões de mata), matas ciliares, campos rupestres e campos de altitude. O clima da
região é do tipo tropical de altitude e apresenta temperatura média de 18°C. As estações
do ano são bem definidas, com período seco se estendendo de Maio a Setembro e período
chuvoso de Outubro a Abril. O relevo é do tipo montanhoso com altitudes que variam
22
entre 800 e 1600 metros, sendo comum a presença de afloramentos rochosos (Plano de
Manejo do Parque Estadual do Rio Preto, 2004).
O parque abriga espécies ameaçadas da flora e da fauna do bioma Cerrado e
possui inúmeros atrativos de grande beleza cênica (Plano de Manejo do Parque Estadual
do Rio Preto, 2004). O PERP possui a fauna de mamíferos de pequeno porte bem
estudada (Lessa et al., 2005), enquanto os mamíferos de médio e grande porte foram
inventariados através de avaliações ecológicas rápidas (Lessa, 2005), sendo muitos dos
dados baseados apenas em entrevistas (Plano de Manejo do Parque Estadual do Rio
Preto, 2004). De acordo com o Atlas de Áreas Prioritárias de Conservação no Estado de
Minas Gerais, a área é considerada de “importância biológica muito alta” para o estudo
de mamíferos (Drummond et al., 2005).
2.2 – Coleta de dados
As campanhas foram realizadas mensalmente de Janeiro a Dezembro de 2006
alternando-se os parques, de modo que em cada reserva foram totalizadas seis excursões
realizadas bimestralmente. Nas duas unidades de conservação foram montados seis
transectos, sendo três dispostos em trilhas pré-existentes, denominadas “TPEs” (Figura
03) e três em ambientes denominados de não-trilhas ou “NTs” (Figura 04) onde as
parcelas foram dispostas linearmente, mas sem se abrir uma trilha entre as mesmas.
No PESB estes transectos foram dispostos em áreas de mata de encosta (floresta
estacional semidecidual submontana) na região central do parque próximo à sede da
reserva (20º43`S e 42º29`W). Antigamente esta região era denominada de Fazenda da
23
Neblina e apresenta altitudes entre 1000 e 1700 metros, sendo um dos pontos mais altos
da reserva (Lessa et al., 2006). No PERP, as trilhas foram montadas em áreas de cerrado
stricto sensu, também próximas à sede do parque. Em ambas as reservas, estes transectos
foram distribuídos de acordo com a disponibilidade de trilhas pré-existentes e a
viabilidade de percorrê-los em um mesmo dia, havendo o cuidado de mantê-los a uma
distância mínima de 500 metros (a distância máxima foi de seis quilômetros).
Em cada transecção foram dispostas dez armadilhas de pegadas com dimensões
de 50 x 50 centímetros (Figura 05), distanciadas 50 metros entre si, totalizando 450
metros por transecção e 60 armadilhas por parque. Na primeira campanha realizada nas
reservas, o ponto de cada parcela teve sua cobertura vegetal retirada, sendo que o
substrato utilizado nas parcelas foi o substrato do próprio local: areia no PERP e terra no
PESB. Nas campanhas posteriores o substrato era remexido, peneirado e redimensionado.
Todas as parcelas foram iscadas com mistura preparada de aveia, canjiquinha,
banana, amendocrem e óleo de sardinha. Em metade das parcelas de cada reserva (n=30)
as iscas foram colocadas diretamente sobre o substrato no centro de cada parcela. Na
outra metade as iscas foram colocadas também no centro da parcela, mas dentro de uma
pequena vasilha plástica de fundo chato contendo uma fina camada de óleo comestível
(óleo de soja) no seu interior, a fim de dificultar o acesso de formigas e cupins (Figura
06). A disposição de iscas protegidas (IP) e de iscas desprotegidas (ID) foi alternada ao
longo das parcelas nas transecções, de modo que o esforço amostral foi igualmente
dividido entre as mesmas.
Adicionalmente, em ambas as reservas, foi montada uma transecção extra nos
meses de Janeiro a Março e Outubro a Dezembro para a realização de um teste de
24
proteções contra chuva. Em metade das parcelas foi montada uma proteção sobre as
mesmas, constituída de uma lona plástica transparente de 2 x 2 metros (4m2), segura por
uma armação de bambu em duas de suas extremidades e por amarrações feitas à
vegetação nas outras duas extremidades, de modo que esta ficasse inclinada (Figuras 07 e
08). A outra metade das parcelas não foi protegida contra chuvas. Esta transecção foi
montada em uma trilha pré-existente em ambas as reservas, sendo que as armadilhas
foram também distanciadas 50 metros entre si. No PERP foram dispostas 20 parcelas na
transecção, totalizando 950 metros e no PESB foram montadas 16 parcelas, totalizando
750 metros. As coberturas foram dispostas alternadamente nas armadilhas e nesta
transecção todas as iscas foram protegidas.
No início de cada campanha, as parcelas foram montadas e iscadas, sendo
vistoriadas todas as manhãs nos quatro dias consecutivos. Em cada vistoria as pegadas
existentes foram fotografadas e identificadas a partir de conhecimento prévio dos
pesquisadores e da consulta de guias de identificação de rastros (Becker & Dalponte,
1999; Borges & Tomás, 2004). Uma vez tomados estes registros, as pegadas foram
apagadas e as iscas renovadas, de maneira a permitir uma amostragem homogênea nas
quatro noites.
Adicionalmente foram registradas pegadas observadas através de procura ativa
em margens de riachos e ao longo de estradas e trilhas internas, permitindo uma
comparação com os dados obtidos nas armadilhas, além de contribuir para o
inventariamento mais completo da mastofauna presente nas reservas.
25
2.3 – Análise de dados
Foram considerados mamíferos de médio e grande porte as espécies que
apresentam mais de um quilo de peso corporal (exceto Sylvilagus brasiliensis) de acordo
com Fonseca et al. (1996) e que pudessem ser diagnosticadas por seus rastros ou que
usualmente não são amostradas através de armadilhas de captura viva (live traps).
Armadilhas de pegadas podem apresentar uma elevada autocorrelação espacial
quando dispostas em transectos ou linhas (Scoss & De Marco, 2000; Scoss, 2002; Bassi,
2003; Uresk et al., 2003). Em função disto, os registros foram analisados de duas
maneiras. Numa primeira abordagem, cada armadilha de pegada foi considerada uma
unidade amostral independente. Neste caso, a presença de rastros de uma determinada
espécie em uma dada parcela foi considerada um registro (caso houvesse mais de uma
pegada da mesma espécie numa dada parcela, apenas um registro por espécie era
considerado). Na segunda abordagem, as parcelas foram consideradas amostras
dependentes dentro de cada transecto e, portanto, estes foram tratados como a unidade
amostral. Neste segundo caso, a presença de pegadas de uma determinada espécie em
uma ou mais parcelas da transecção foi considerada como um único registro desta
espécie.
O sucesso de captura de espécies nos diferentes tratamentos de TPEs e NTs, nas
diferentes estações do ano (sendo considerado período seco os meses de Abril a
Setembro), em ambas as reservas, foi calculado dividindo-se o número de espécies
registradas em cada tratamento pelo esforço amostral correspondente, sendo este
resultado multiplicado por 100.
26
Todas as remoções de iscas foram contabilizadas e embora o teste de proteção de
iscas tenha sido feito contra insetos (especificamente formigas e secundariamente
cupins), remoções feitas por outros grupos zoológicos, tais como aves e pequenos
mamíferos, também foram quantificadas e analisadas.
Todas as comparações foram analisadas com o Teste do Qui-quadrado, sendo que
nos casos de grau de liberdade igual a um, foi aplicada a correção de Yates (Zar, 1996).
Para testar a significância da correlação do número de registros de cada espécie entre os
diferentes tratamentos (TPEs e NTs) foi utilizada a Correlação de Spearman (Zar, 1996),
utilizando o programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences).
Foram geradas curvas de acúmulo de espécies baseadas no aumento das diferentes
unidades amostrais (parcelas e transectos), pelo método não-paramétrico de estimativa de
riqueza total, Jacknife, de primeira ordem (Colwell & Coddington, 1994). Estas análises
foram feitas utilizando-se o programa EstimateS, versão 7.5.2 (Colwell, 2005).
Para todas as espécies registradas verificou-se a categoria de ameaça de acordo
com o Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna de Minas Gerais -
deliberação do COPAM 041/95 (Machado et al., 1998), e de acordo com a Lista da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção - Instrução Normativa n° 3, de 27 de Maio de 2003
(Machado et al., 2005). A nomenclatura das espécies segue Wilson & Reeder (2005).
27
3 – RESULTADOS
3.1 - Riqueza em espécies e registros obtidos em TPEs e NTs
Devido às dificuldades encontradas em campo nas diferentes estações do ano, o
esforço amostral diferiu entre o período seco e o período chuvoso em ambas as reservas.
No PERP houve um maior esforço amostral na estação chuvosa (720 armadilhas/noites
contra 480 armadilhas/noites na seca). Isto ocorreu porque esta reserva foi amostrada
quatro vezes na estação chuvosa e apenas duas vezes na estação seca. No PESB um maior
esforço amostral ocorreu no período da seca (720 armadilhas/noites contra 280
armadilhas/noites na estação chuvosa). No período chuvoso, devido à grande quantidade
de chuvas fortes, era impraticável remexer e peneirar o substrato, de modo que nesta
época o esforço amostral ficou bastante prejudicado. Entretanto, o esforço amostral entre
TPEs e NTs não diferiu dentro de cada reserva, sendo totalizadas 600 armadilhas/noites
em cada tratamento no PERP e 500 armadilhas/noites em cada tratamento no PESB;
totalizando 1.200 armadilhas/noites no PERP e 1.000 armadilhas/noites no PESB.
Considerando-se a transecção como unidade amostral, os esforços resultantes foram dez
vezes menores (Tabela 01).
As armadilhas de pegadas registraram 16 espécies de mamíferos de médio e
grande porte nas duas reservas, sendo sete no PERP e dez no PESB (Tabelas 02 e 03,
respectivamente). As espécies registradas com maior freqüência no PERP foram
Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) e Didelphis
albiventris (gambá), enquanto no PESB apenas Canis lupus familiaris (cachorro-
28
doméstico) foi registrada com freqûencia muito maior que as demais espécies. Com
exceção de Eira barbara (irara), não houve nehuma espécie em comum amostrada nas
duas unidades de conservação. O sucesso de captura de espécies foi ligeiramente maior
no PESB do que no PERP e em ambas as reservas, o sucesso foi maior na estação
chuvosa (Figura 09).
As curvas de acúmulo de espécies foram geradas apenas em armadilhas/noites,
visto que seu crescimento se mantém o mesmo quando se muda a unidade amostral para
transectos. Estas curvas diferiram bastante entre as reservas (Figura 10). No PESB, além
do número de espécies não chegar a se estabilizar, os desvios padrões associados à curva
foram maiores. No PERP, a curva mostra tendência a estabilização a partir de 400
armadilhas/noites e os desvios padrões associados são menores. A riqueza estimada pelo
programa EstimateS para o PESB foi de 14 espécies (DP=1,99 espécies), enquanto para o
PERP foi de oito espécies (DP=1 espécie), de acordo com os respectivos esforços
amostrais.
No PERP o sucesso de captura de espécies foi ligeiramente maior em NTs (Figura
09), registrando-se duas espécies a mais do que em TPEs (n=7 e n=5, respectivamente).
Nesta reserva a riqueza encontrada na estação chuvosa foi duas vezes maior do que na
estação seca (n=7 e n=3, respectivamente) (Tabela 02). No PESB, o sucesso de captura
de espécies em TPEs e NTs foi o mesmo (Figura 09), sendo registradas sete espécies em
cada tratamento. Na estação seca obteve-se o dobro do número de espécies do que na
estação chuvosa (n=8 e n=4, respectivamente) (Tabela 03), porém, devido ao menor
esforço amostral neste período, o sucesso de captura de espécies foi proporcionalmente
maior do que no período seco (Figura 09). Em ambas as reservas não houve correlação
29
significativa no número de registros de cada espécie entre TPEs e NTs (PESB: rS=-0,067,
n=10, p=0,855; PERP: rS=0,267, n=7, p=0,563).
De maneira geral, as espécies que apresentaram elevado número de registros
(Cerdocyon thous, Chrysocyon brachyurus e Didelphis albiventris no PERP e Canis
lupus familiaris no PESB) tiveram muitos registros em um mesmo transecto em um
mesmo dia. Assim, quando o transecto passa a ser a unidade amostral abordada, o
número de registros destas espécies é reduzido expressivamente. Por outro lado, para as
espécies que apresentaram pequeno número de registros, a diferença de abordagem da
unidade amostral não representa uma expressiva diminuição no número total de registros
(Tabelas 02 e 03).
No PERP, apenas Cerdocyon thous, Chrysocyon brachyurus, Didelphis
albiventris e Myrmecophaga tridactyla (tamanduá-bandeira) apresentaram número
suficiente de registros para uma comparação estatística entre TPEs e NTs. Para
Cerdocyon thous, um número significativamente maior de registros foi obtido nas TPEs,
tanto na abordagem da parcela como unidade amostral (Teste do Qui-quadrado com
correção de Yates; χ2=122,69; g.l.=1; p<0,001), quanto na abordagem do transecto como
unidade amostral (χ2=12,478; g.l.=1; p<0,001). De maneira semelhante, Chrysocyon
brachyurus apresentou maior número de registros em TPEs, mas somente na abordagem
de parcelas como unidades amostrais esta diferença foi significativa (parcela: χ2=6,454;
g.l.=1; p<0,025; transecto: χ2=0,777; g.l.=1; p>0,100). Por outro lado, Didelphis
albiventris apresentou número significativamente maior de registros em NTs, nas duas
abordagens (parcela: χ2=11,833; g.l.=1; p<0,001; transecto: χ2=4,600; g.l.=1; p<0,050).
Embora Myrmecophaga tridactyla tenha apresentado um maior número de registros em
30
NTs, esta diferença não foi estatisticamente significativa em nenhuma das unidades
amostrais (parcela: χ2=0,333; g.l.=1; p>0,500; transecto: χ2=0,333; g.l.=1; p>0,500).
No PESB, apenas Canis lupus familiaris apresentou tamanho amostral suficiente
para comparação estatística entre TPEs e NTs. Os registros desta espécie foram mais
abundantes em TPEs, mas esta diferença é significativa apenas quando as parcelas são
consideradas como unidades amostrais (parcelas: χ2=4,054; g.l.=1; p<0,05; transecto: χ2=
-0,066; g.l.=1; p>0,500).
No Parque Estadual do Rio Preto, considerando-se as parcelas como unidades
amostrais, o número total de registros foi significativamente maior em parcelas dispostas
em TPEs do que em parcelas dispostas em NTs, tanto na estação seca (χ2=55,857; g.l.=1;
p<0,001) quanto na estação chuvosa (χ2=33,966; g.l.=1; p<0,001). Porém, quando os
registros são considerados por transecção, esta diferença deixa de ser significativa
(estação seca: χ2=3,444; g.l.= 1; p>0,050; estação chuvosa: χ2=0,466; g.l.= 1; p>0,100)
(Figura 11).
No Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, considerando-se os registros por
parcela, o número total de registros foi significativamente maior em TPEs somente na
estação seca (χ2=6,552; g.l.=1; p<0,025) e quando se considera registros por transecções,
esta diferença significativa deixa de existir (χ2=0,071; g.l.=1; p>0,500). Na estação
chuvosa não houve diferença significativa no número de registros obtidos entre TPEs e
NTs, tanto em parcelas/noites (χ2=1,66; g.l.=1; p>0,100) quanto em transectos/noites
(χ2=1,400; g.l.=1; p>0,100) (Figura 12).
31
3.2 – Proteção de iscas e cobertura das parcelas
Para a contabilização dos resultados de remoção de iscas, o esforço foi totalizado
apenas em armadilhas/noites. Como pode ser observado na Tabela 04, o esforço amostral
diferiu entre as duas estações do ano e foi ligeiramente maior no PERP do que no PESB,
por motivos já explicados no tópico anterior.
Primeiramente foi verificado se houve associação nos totais de remoções entre os
tipos de isca (protegidas ou desprotegidas) e posicionamentos das parcelas (TPEs e NTs)
através de um Teste do Qui-quadrado. Este teste se mostrou não-significativo tanto para o
PERP (estação seca; χ2=0,164; g.l.=1; p>0,500; estação chuvosa; χ2=0,019; g.l.=1;
p>0,500) quanto para o PESB (estação seca; χ2=2,472; g.l.=1; p>0,100; estação chuvosa;
χ2=0,371; g.l.=1; p>0,500). Deste modo, nas análises seguintes as comparações do total
de iscas removidas pelos diversos grupos zoológicos e entre iscas protegidas e
desprotegidas foram feitas somando-se os valores de TPEs e NTs. Além disso, as análises
foram separadas por estações, pois houve associação significativa entre a estação do ano
e as remoções pelos diferentes grupos zoológicos (PERP: χ2=155,301; g.l.=3; p<0,001;
PESB: χ2=83,963; g.l.=3; p<0,001).
No geral, 63,6% (n=1399) das iscas foram removidas nos dois parques, sendo
70,1% de remoção no PESB (n=701) e 58,2% de remoção no PERP (n=698). Do total de
iscas removidas, 67,4% (n=943) puderam ter o agente removedor identificado (insetos,
aves, pequenos mamíferos e mamíferos de médio e grande porte), enquanto que em
32,6% das iscas (n=456) o agente removedor não pôde ser identificado, seja devido a
substrato demasiadamente fofo ou devido a parcelas encharcadas pela chuva.
32
Excetuando-se as remoções por mamíferos de médio e grande porte, 45,9% das iscas
(n=642) foram removidas por insetos, aves e pequenos mamíferos.
A freqüência total de remoção de iscas protegidas e desprotegidas não diferiu
significativamente na estação seca, tanto no PERP (χ2=0,164; g.l.=1; p>0,500) quanto no
PESB (χ2=0,525; g.l.=1; p>0,500). Porém, na estação chuvosa a remoção de iscas
desprotegidas foi significativamente maior do que a de iscas protegidas, nos dois parques
(PERP: χ2=25,960; g.l.=1; p<0,001; PESB: χ2=16,890; g.l.=1; p<0,001) (Figura 13).
No PERP o número total de remoções de iscas diferiu significativamente entre os
grupos zoológicos nas duas estações do ano (estação seca: χ2=65,809; g.l.=3; p<0,001;
estação chuvosa: χ2=56,373; g.l.=3; p<0,001). Na estação seca, pequenos mamíferos e
mamíferos de médio e grande porte removeram mais iscas do que esperado, enquanto na
estação chuvosa insetos e mamíferos de médio e grande porte removeram mais iscas que
o esperado (Figura 14). No PESB as remoções de iscas também diferiram
significativamente entre os grupos zoológicos nas duas estações do ano (estação seca:
χ2=70,145; g.l.=3; p<0,001; estação chuvosa: χ2=34,222; g.l.=3; p<0,001). Na estação
seca, aves removeram mais iscas do que o esperado e assim como no PERP, insetos e
mamíferos de médio e grande porte removeram mais iscas que o esperado na estação
chuvosa (Figura 15).
Nas duas unidades de conservação a proteção das iscas foi efetiva apenas contra
insetos (Figuras 16, 17 e 18). O número de iscas removidas por este grupo foi
significativamente menor para iscas protegidas do que para iscas desprotegidas, tanto na
estação seca (PERP: χ2=5,222; g.l.=1; p<0,025; PESB: χ2=40,653; g.l.=1; p<0,001),
quanto na estação chuvosa (PERP: χ2=71,026; g.l.=1; p<0,001; PESB: χ2=8,818; g.l.=1;
33
p<0,005). Para os demais grupos, o uso da proteção não representou diferença
significativa no total de iscas removidas (Teste do Qui-quadrado, p> 0,05 em todos os
casos; Figuras 17 e 18).
Dentre as espécies que apresentaram número suficiente de registros (n≥5) para
que fosse possível verificar diferenças significativas no número de registros entre iscas
protegidas e desprotegidas, apenas Chrysocyon brachyurus apresentou número
significativamente maior de registros em parcelas com iscas protegidas (χ2=4,454; g.l.=1;
p<0,05) (Tabela 05).
O esforço amostral de parcelas que receberam uma proteção contra chuva
(parcelas cobertas) e de parcelas que não receberam esta proteção (parcelas descobertas)
foi maior no PERP devido ao maior tamanho do transecto nesta reserva e ao fato de
algumas armadilhas terem sido levadas pela água da chuva no PESB (Figura 19). Foram
totalizadas 330 armadilhas/noites no PERP (165 cobertas e 165 descobertas), e 168
armadilhas/noites no PESB (87 cobertas e 81 descobertas).
A proteção sobre parcelas contra a chuva apresentou resultados contrastantes nos
dois parques. No PERP o número de registros foi significativamente maior nas parcelas
descobertas (χ2=12,612; g.l.=1; p<0,001), enquanto no PESB um maior número de
registros foi observado nas parcelas cobertas (χ2=8,656; g.l.=1; p<0,005) (Figura 20).
Apenas três espécies foram registradas em cada uma das reservas nos transectos abertos
para a realização deste teste, sendo Cerdocyon thous, Chrysocyon brachyurus e Didelphis
albiventris no PERP e Canis lupus familiaris, Didelphis aurita (gambá) e Galictis cuja
(furão) no PESB (Tabela 06). Em ambas as reservas as parcelas cobertas registraram
todas as espécies registradas pelas parcelas descobertas e estas, por sua vez, não
34
registraram D. albiventris, D. aurita e G. cuja. Testes estatísticos foram possíveis apenas
para Cerdocyon thous e para Chrysocyon brachyurus; a primeira apresentou um número
significativamente maior de registros nas parcelas descobertas (χ2=33,34; g.l.=1;
p<0,001), enquanto a segunda apresentou mais registros associados a parcelas cobertas,
porém esta diferença não se mostrou significativa (χ2=3,10; g.l.=1; p>0,100) (Tabela 06).
3.3 – Influência da chuva na noite anterior e registros sem identificação
Durante as amostragens realizadas nas reservas, não ocorreram noites com chuva
na estação seca no PERP, ou noites sem chuva na estação chuvosa no PESB. Portanto, os
resultados a seguir são referentes à estação chuvosa no PERP e à estação seca no PESB.
No PERP, o número de registros obtidos após noites sem chuva foi significativamente
maior do que após noites com chuva (χ2=6,854; g.l.=1; p<0,01). Já no PESB estas
diferenças não foram significativas (χ2=0,372; g.l.=1; p>0,500) (Figura 21).
Independentemente de ter chovido ou não na noite anterior, em ambas as reservas
ocorreram alguns registros de mamíferos de médio e grande porte que não puderam ser
identificados. No PERP houve nove visitas que não foram identificadas, sendo uma na
estação seca e oito na estação chuvosa, enquanto no PESB, foram 26 visitas sem
identificação, sendo 23 na estação seca e três na estação chuvosa. Durante o período seco
os registros não identificados foram associados a substrato demasiadamente fofo e na
estação chuvosa foram associados à impossibilidade de identificação dos rastros devido à
incidência de chuva sobre as parcelas.
35
3.4 – Conjunto de espécies amostradas pelas parcelas e fora das parcelas
No PERP, as pegadas registradas através de procura ativa foram encontradas, em
sua maioria, em beiras de rio, onde o substrato mais abundante era areia. Já no PESB, os
rastros foram obtidos na estrada que corta a reserva, na beira de um pequeno lago
artificial próximo à sede e, com menor freqüência, em alguns poucos trechos das trilhas
percorridas onde o folhiço era mais escasso ou ausente, propiciando a marcação de
rastros. Com estes registros foram totalizadas 21 espécies no PERP distribuídas em sete
ordens (Tabela 07), e 14 espécies no PESB distribuídas em cinco ordens (Tabela 08). As
armadilhas de pegadas amostraram 71,46% do total de espécies registradas por pegadas
no PESB e apenas 33,33% do total de espécies registradas por pegadas no PERP. Em
todo o estudo foram catalogadas 28 espécies, das quais nove se encontram ameaçadas de
extinção para Minas Gerais e sete se encontram ameaçadas para o Brasil (Tabelas 07 e
08).
36
4 – DISCUSSÃO
4.1 – Riqueza em espécies e comparações entre TPEs e NTs
Um maior sucesso de captura nas armadilhas de pegada foi associado ao PESB,
porém foi no PERP onde se registrou maior riqueza total de espécies de mamíferos de
médio e grande porte fora das parcelas. Isso demonstra dois aspectos bastante relevantes:
a importância da amostragem fora das armadilhas de pegadas e da montagem das mesmas
em locais não ideais à marcação de rastros. No PERP, o pequeno número de espécies
registradas nas parcelas de areia pode estar relacionado ao fato das mesmas terem sido
distribuídas apenas em áreas de cerrado stricto sensu. Os registros através de procura
ativa foram obtidos em beiras de rios, onde era comum a presença de extensos bancos de
areia e de matas ciliares. Sabe-se que estes locais frequentemente apresentam maior
riqueza e abundância de espécies que outros ambientes do Cerrado, fornecendo abrigo,
alimento, temperaturas amenas e recursos hídricos, sendo diversos os estudos que já
demonstraram a importância destes ambientes para as espécies de mamíferos no mosaico
da paisagem do Cerrado (Fonseca & Redford, 1984; Redford & Fonseca, 1986; Johnson
et al., 1999; Marinho-Filho et al., 2002; Santos-Filho & Silva, 2002). É bastante provável
que se a amostragem tivesse sido conduzida em áreas de mata nesta reserva, uma maior
riqueza pudesse ser encontrada. Porém, a disposição das armadilhas em áreas de cerrado
stricto sensu foi fundamental para entender as dificuldades operacionais do método em
áreas quentes, menos úmidas e de maior incidência solar, ou seja, em forte contraste ao
que é tipicamente observado no bioma Mata Atlântica.
37
Tanto no PERP quanto no PESB as curvas de acúmulo de espécies não atingiram
a estabilização, porém no PESB, a curva ainda tende a um forte crescimento, enquanto no
PERP a curva apresenta um menor crescimento. O fato de a amostragem ter sido
realizada em um ambiente de menor riqueza em espécies de mamíferos pode ter sido um
fator determinante no baixo crescimento desta curva para o PERP, ressaltando mais uma
vez a importância da amostragem fora das parcelas; caso contrário esta reserva teria
apresentado uma riqueza bem menor.
Embora a curva de acúmulo de espécies seja uma ferramenta fundamental para a
comparação de resultados entre diferentes estudos (Santos, 2004), são poucos os
trabalhos de armadilhas de pegadas que apresentam estimativas de riqueza em espécies
baseadas no aumento do esforço amostral (Scoss, 2002; Bassi, 2003; Pardini et al., 2004).
Bassi (2003) objetivou estimar a riqueza de espécies em fragmentos de Mata Atlântica na
região oeste do Estado de São Paulo, utilizando armadilhas de pegadas distantes dez
metros entre si e dispostas em trilhas pré-existentes nas áreas de estudo. Para algumas
áreas por ela amostradas, a curva de acúmulo de espécies atingiu uma assíntota com o
esforço amostral de 500 armadilhas/noites (Bassi, 2003). No presente estudo, no PESB, a
curva não tende a estabilização mesmo com o esforço de 1.000 armadilhas/noites. Isto
pode estar relacionado a características da própria comunidade presente na reserva. De
acordo com funcionários e moradores da região, estes animais não são tão abundantes na
área da reserva quanto nas áreas de baixada, onde o relevo é menos íngreme e
montanhoso e as temperaturas são mais quentes. Adicionalmente, é também bastante
provável que a comunidade de mamíferos na área de estudo seja pobre em relação a
outras áreas da reserva. A região denominada de Fazenda Brigadeiro, localizada na
38
porção norte do parque, onde existem áreas de mata de maior extensão e de mata primária
é, de acordo com funcionários, uma região mais rica na composição e abundância das
espécies. Além disso, avaliações ecológicas rápidas conduzidas nestas duas áreas, com o
mesmo esforço amostral, apontam uma riqueza total de 19 espécies para a região norte e
de dez espécies para a região onde o presente estudo foi situado, a Fazenda da Neblina
(Lessa et al., 2006). Deste modo, é provável que a curva de acúmulo de espécies não
tenha se estabilizado mais pelo fato das espécies serem menos abundantes do que por
pequeno esforço amostral.
Em ambas as reservas as armadilhas de pegadas não registraram toda a
comunidade potencialmente amostrável pelo método (mamíferos de médio e grande porte
de hábitos terrícolas). De acordo com relatório para a elaboração do Plano de Manejo do
PESB (Lessa et al., 2006), ocorrem 15 espécies de mamíferos de médio e grande porte de
hábitos terrícolas na reserva, das quais nove foram amostradas pelo método de parcelas
de areia, representando 60% das espécies já registradas. Com os resultados aqui obtidos,
soma-se à esta lista, Didelphis aurita. Costa et al. (1994) já haviam registrado a espécie
para a reserva, embora a mesma não tenha sido citada no Plano de Manejo. Esta espécie
foi bastante registrada em parcelas de areia e Pardini (2001) também explicita maior
facilidade de registros desta espécie em armadilhas de pegadas do que em armadilhas de
captura viva (live traps). Mesmo amostrando boa parte da mastofauna de médio e grande
porte, a curva de acúmulo de espécies não tende à estabilização indicando que mais
espécies podem ainda ser registradas para a reserva. Ressalta-se que a riqueza estimada
(n=14 espécies; D.P.=1,99 espécies) apresentou valor igual ao da riqueza já confirmada
na reserva. De acordo com o Plano de Manejo disponível para o PERP, 27 espécies de
39
mamíferos de médio e grande porte de hábitos terrícolas ocorrem na reserva (Plano de
Manejo do Parque Estadual do Rio Preto, 2004), das quais apenas 25,9% (n=7) foram
amostradas pelas parcelas, provavelmente pelo fato das mesmas serem distribuídas
apenas em áreas de cerrado stricto sensu. À lista de espécies desta reserva soma-se a
ocorrência de Dasypus septemcinctus (tatu-galinha).
Em ambas as reservas nota-se uma maior riqueza de espécies na estação chuvosa.
Embora no PESB um maior número de espécies tenha sido registrado no período da seca
(oito espécies contra quatro na estação chuvosa), o esforço amostral foi bastante
diferenciado entre estes períodos, sendo que proporcionalmente, o sucesso de captura de
espécies foi maior na estação chuvosa. No PERP, foram registradas sete espécies neste
período e três espécies na estação seca, sendo que no mês de Julho, apenas Cerdocyon
thous foi registrada nas parcelas de areia. Sabe-se que em períodos chuvosos a oferta de
alimentos tende a aumentar, pois também aumenta a abundância de insetos, frutos,
sementes e de recursos de uma maneira geral (Lemos-Espinal et al., 1997; Dalponte &
Lima, 1999; Henry, 1999). Uma maior riqueza obtida nas parcelas pode estar refletindo
este aspecto biológico das comunidades, sendo isso especialmente verdadeiro para o
PERP, onde a diferença entre as estações seca e chuvosa parece ser mais marcante
(Figura 22).
Como já explicitado anteriormente, para as espécies que apresentaram alto
número de registros (muitos deles associados a um mesmo transecto em um mesmo dia),
a análise dos transectos como unidades amostrais faz com que os registros destas espécies
diminuam expressivamente, enquanto que para algumas espécies esta diferença na
definição da unidade amostral representou apenas uma pequena diminuição e para outras
40
não houve diferença. Ressalta-se também que diferenças significativas nos registros das
espécies entre TPEs e NTs deixam de existir quando se muda a unidade amostral. Por
exemplo, para Chrysocyon brachyurus há diferença significativa de registros entre TPEs
e NTs somente na abordagem de parcelas como unidades amostrais.
Para a comparação de registros entre TPEs e NTs a abordagem através dos
transectos como unidades amostrais é mais adequada, pois as parcelas em TPEs, para
algumas espécies, possivelmente apresentaram autocorrelação espacial de registros,
sendo que o mesmo não aconteceu em NTs. Porém, para uma comparação apenas da
intensidade do uso de trilhas pré-existentes entre as diferentes espécies, a abordagem feita
através das parcelas como unidades amostrais pode ser mais adequada, pois espécies que
usam trilhas pré-existentes têm maior probabilidade de marcar mais parcelas do que
espécies que apenas cruzam ou evitam estes locais. Se esta análise for feita usando-se as
transecções como unidades amostrais, espécies que usam estes ambientes de maneira
diferenciada podem ser igualadas.
No presente estudo optou-se por não inferir a abundância relativa das espécies,
embora muito provavelmente as espécies que apresentaram maior número de registros
sejam abundantes nas áreas de estudo. Caso o objetivo fosse investigar a freqüência dos
registros apresentados por cada espécie para formular índices de abundância relativa das
mesmas, as espécies que apresentassem vários registros em um mesmo transecto em um
mesmo dia teriam sua abundância superestimada, pois a chance de um mesmo indivíduo
marcar várias parcelas de um mesmo transecto é grande. Quando a abordagem é feita por
transecção, as espécies que pisaram seguidamente em várias parcelas são “igualadas” às
espécies que pisaram em uma única parcela e assim não teriam sua abundância super
41
estimada e relação às outras espécies. Deste modo, seria mais recomendado usar a
transecção como unidade amostral quando o objetivo do estudo envolver comparações
interespecíficas da abundância relativa. Para uma abordagem como esta, a autocorrelação
espacial das parcelas de areia pode superestimar a abundância de algumas espécies
(Roughton & Sweeny, 1982; Scoss & De Marco, 2000; Scoss, 2002). Em trabalho
realizado no Parque Estadual do Rio Doce com enfoque sobre efeito da fragmentação,
mais especificamente sobre o feito de borda, Scoss (2002) ressaltou a dificuldade de se
trabalhar a abundância relativa das espécies através de armadilhas de pegadas localizadas
muito próximas umas das outras.
Ressalta-se que a disposição das parcelas nestes dois ambientes (TPEs e NTs) traz
resultados interessantes quando o foco da pergunta é a riqueza em espécies, pois embora
o número de espécies registradas tenha sido semelhante entre estes dois tipos de
tratamento, a composição de espécies pode ser distinta entre elas (ver Tabelas 02 e 03),
aumentando a complementaridade da amostra. De fato, a amostragem mais completa
possível da riqueza deve incluir ainda, observações não sistematizadas obtidas em todo e
qualquer tipo de ambiente existente, já que nos dois parques as parcelas em TPEs e em
NTs registraram apenas uma parcela da fauna potencialmente amostrável (Tabelas 07 e
08).
No presente estudo a distância de 50 m adotada entre parcelas parece não ser
suficiente para que cada parcela localizada nas TPEs seja considerada como unidade
independente, pelo menos para as espécies de canídeos silvestres (Cerdocyon thous e
Chrysocyon brachyurus). A distância entre as parcelas é um importante aspecto da
metodologia de armadilhas de pegadas. Não há uma distância única a ser recomendada e
42
a mesma depende do objetivo do estudo e da espécie ou da comunidade a serem
analisadas. Existem trabalhos onde as armadilhas foram distanciadas a dez metros (Scoss,
2002), quinze metros (Pardini, 2001), 60 metros (Oliveira, 2004), 200 metros (Loretto,
2006), até 320 metros entre si (Conner et al., 1983). Uresk et al. (2003), em um trabalho
realizado com enfoque na raposa Vulpes velox, testaram diferentes distâncias entre as
parcelas, de acordo com os dados que obtiveram em campo. As parcelas por eles
utilizadas se encontravam distanciadas 160 metros umas das outras. Através de
simulações por sistema de substituição de uma dada parcela por suas outras vizinhas,
chegaram a uma distância ideal de 500 metros para estimar tendências populacionais da
espécie, sem necessitar de montar parcelas entre estes intervalos, visto que estas não
fariam diferença nos resultados. É importante ressaltar que essa distância ideal foi
estabelecida para uma espécie e hábitat em particular, e portanto valores diversos podem
ser encontrados para outras espécies. Scoss (2002) ressalta que a independência ou não
das amostras pode tornar a metodologia inadequada para algumas espécies,
principalmente em estudos de comunidade, onde diferentes espécies apresentam
diferentes abundâncias e distribuições espaciais.
É muito provável que as espécies de mamíferos de médio e grande porte usem de
maneira diferenciada trilhas e rotas pré-existentes (Trolle & Kery, 2005). No presente
estudo as espécies silvestres de canídeos que usaram estas rotas com bastante freqüência
(Cerdocyon thous e Chrysocyon brachyurus) são espécies relativamente comuns em suas
áreas de ocorrência, possuem hábitos generalistas e oportunistas (Emmons & Feer, 1997);
são predadoras de espécies de menor porte e pode-se esperar que elas não evitem a
exposição nesses ambientes (Trolle & Kery, 2006). Em diversas ocasiões pôde-se
43
perceber que estas espécies usam estas rotas rotineiramente em seus deslocamentos,
sendo freqüente obter registros em seguidas noites nestas trilhas. Didelphis albiventris foi
a única espécie a apresentar número significativamente maior de registros fora da trilha
(em NTs). Esta espécie também apresenta hábitos generalistas, porém é uma espécie de
menor porte (Emmons & Feer, 1997) e por isso pode estar evitando áreas abertas. Pardini
et al., (2004) encontraram resultado semelhante para uma outra espécie do gênero,
Didelphis aurita (gambá), em um experimento conduzido em uma área de Mata Atlântica
(os registros desta espécie foram também mais freqüentes em áreas de interior de mata) e
é bastante provável que ambas as espécies possam estar evitando áreas mais abertas.
Myrmecophaga tridactyla apresentou poucos registros (apenas seis), porém destes, quatro
foram obtidos em interior de cerrado stricto sensu e apenas dois em trilhas pré-existentes,
sendo que estes foram obtidos em apenas uma parcela da transecção em diferentes
ocasiões, o que pode estar demonstrando o uso limitado destas rotas por parte desta
espécie. No mês de Março foi possível confirmar, através dos registros obtidos em
parcelas, a presença de ao menos dois indivíduos na reserva. Foram obtidos rastros desta
espécie em uma mesma noite nos dois transectos mais distantes entre si. Somado a isto,
estava o fato do Rio Preto, que se localiza entre estas suas trilhas, estar extremamente
cheio (este fato se deu em período chuvoso) sendo praticamente impossível atravessá-lo.
Abordagens de quantificação de indivíduos de uma determinada espécie podem ser
conduzidas quando estas trilhas se encontram suficientemente distanciadas para isto
(Wilson & Delahay, 2001).
44
4.2 – Proteção de iscas e cobertura das parcelas
A remoção de iscas por formigas, aves e pequenos mamíferos é um fator
preocupante já que quase metade das iscas foram removidas por estes animais no
presente estudo. A freqüência de remoção de iscas por aves foi muito maior no PESB, um
ambiente de Mata Atlântica que provavelmente deve apresentar maior diversidade e
abundância de espécies do que áreas de cerrado stricto sensu (Sick, 1997). Por outro lado,
pequenos mamíferos removeram mais iscas no PERP. Nesta reserva, um maior número
de registros de pequenos mamíferos pode estar associada ao fato do substrato utilizado no
PERP (areia) ser menos granuloso do que o utilizado no PESB (terra). O rastro destes
animais é bem pequeno e proporcionalmente rico em detalhes (Figura 23). O substrato
mais fino marca melhor estes rastros, enquanto que no substrato granuloso do PESB estes
rastros podem não ter sido bem registrados; logo, um maior número de remoção de iscas
por estes animais pode estar relacionado ao melhor substrato no PERP, e não a uma
maior diversidade e abundância destas espécies neste local.
O fato das iscas serem removidas pode ser prejudicial ao estudo que está sendo
conduzido, pois parcelas sem iscas podem ter menor poder de atração de espécies.
Pardini et al. (2004), por exemplo, testaram o sucesso de captura de três iscas: banana,
bacon e sal, e em um outro grupo de parcelas, os autores não utilizaram iscas. A maior
riqueza e o maior número de registros foram associados a parcelas iscadas com banana,
enquanto uma menor riqueza foi associada a parcelas sem isca e a parcelas com sal e o
menor número de registros foi associado a parcelas sem isca. Como mostrado neste
trabalho, a ausência de isca em uma determinada parcela pode ser um fator determinante
45
no sucesso de amostragem. As altas taxas de remoção de iscas por insetos, aves e
pequenos mamíferos podem acarretar uma expressiva diferença no esforço amostral
realizado, e consequentemente, no sucesso de obtenção de rastros.
A proteção usada pode ser considerada como bem sucedida já que diminuiu
significativamente a remoção por insetos (formigas e cupins), que foram os principais
agentes removedores na estação chuvosa. Além disso, as remoções por mamíferos de
médio e grande porte não diferiram entre iscas protegidas e desprotegidas, sendo ideal
este resultado, de modo que a proteção não funcionou como repelente ou atrativo; exceto
para Chrysocyon brachyurus que teve mais registros associados a iscas protegidas. A
utilização desta proteção não deve influenciar na atração das espécies e caso ela seja
empregada em outros estudos, deve-se investigar quais espécies podem estar sendo
especialmente atraídas ou repelidas. Outra alternativa para evitar a remoção de iscas pode
ser o uso de iscas de cheiro sintéticas, que podem ser menos removidas, porém estas iscas
são frequentemente caras e de forma geral atraem um grupo específico de espécies
(Conner et al., 1983; Uresk et al., 2003).
Os resultados em relação a proteção das parcelas contra chuva se mostraram
bastante interessantes, entre as reservas e entre as espécies. No PERP o fato de um maior
número de registros serem relacionadas a parcelas descobertas está associado aos
registros de Cerdocyon thous nestas parcelas. Em certas ocasiões foi possível perceber
nitidamente que esta espécie evitava parcelas cobertas, chegando ao ponto de seus
registros serem intercalados juntamente com as parcelas descobertas. Por outro lado,
Chrysocyon brachyurus apresentou maior número de registros em parcelas cobertas, mas
esta diferença não foi significativa. Métodos usados em plantações para afastar “animais-
46
problema” mostram que para algumas espécies estas estruturas de fato são repelentes, e
que para outras, depois de um determinado período, a presença desta estrutura não inibe
as visitas destes animais (Harris & Knwolton, 2001; Gilsdorf et al., 2002). Isto pode ser
aplicado aos resultados deste estudo. A lona dá um aspecto bastante artficial à armadilha
de pegada, que somado ao barulho produzido com o vento, pode ter contribuído para
repelir Cerdocyon thous. Deve-se ressaltar que diferentes indivíduos de uma mesma
espécie podem apresentar diferentes respostas e que este teste deve ser repetido em outras
áreas naturais.
No entanto, com relação à riqueza de espécies, esta foi maior nas parcelas
cobertas do que descobertas. Uma maior riqueza associada ao tratamento das parcelas
cobertas provavelmente esteve relacionada ao fato deste experimento ter sido conduzido
no período chuvoso, quando algumas informações nas parcelas descobertas foram
apagadas em noites de chuva. Portanto, embora os resultados indiquem que a proteção
tenha propiciado aumento da riqueza amostrada, estudos futuros devem examinar se a
eficiência do método é maior também fora do período chuvoso. A estrutura de bambu é
viável de ser montada e de ser mantida em campo. Gasta-se aproximadamante 30 minutos
para se montar a estrutura na primeira campanha, e nas campanhas seguintes cerca de
cinco minutos são necessários para se recolocar a lona. O bambu é um material barato, o
que não encarece demasiadamente o projeto, e a armação dura bastante em campo (um
ano inteiro ou mais).
47
4.3 – Influência da chuva na noite anterior e registros sem identificação
É comum em trabalhos que usam armadilhas de pegadas os autores descartarem
os dados obtidos em dias de chuva ou não amostrarem nestes períodos (Pardini, 2001;
Scoss, 2002; Bassi, 2003). Amostragens em estações chuvosas podem ficar desfalcadas
se não forem bem conduzidas, ou ainda, toda uma equipe pode ser deslocada para o
campo sem que seja possível se trabalhar (Pardini, 2001). Neste estudo preferimos manter
as atividades normais e checarmos as armadilhas após noites com chuva, tanto no período
seco quanto no período chuvoso.
No PERP obteve-se um número significativamente maior de registros em noites
sem chuva, mas o mesmo não aconteceu no PESB, onde a diferença no número de
registros entre noites com e sem chuva não foi significativa. Este aspecto provavelmente
está relacionado ao fato da análise ter sido feita somente na estação chuvosa para o PERP
e somente na estação seca para o PESB. A intensidade das chuvas nas noites anteriores
pode ter sido o fator determinante deste resultado, visto que no período chuvoso a
intensidade das chuvas foi bem maior que no período seco. Loretto (2006) também
explicita que chuvas de pouca intensidade não atrapalham a obtenção de registros em
parcelas de areia.
Um outro problema associado ao período chuvoso é a falta de substrato adequado
para a montagem das parcelas, sendo que o mesmo fica muito compactado, difícil de ser
peneirado e remexido, sendo muitas vezes impraticável montar a parcela, e mesmo que
possa marcar rastros de espécies mais pesadas, espécies mais leves podem não ser
48
registradas. Bassi (2003) também expressa a dificuldade de se montar as parcelas em
períodos chuvosos devido a falta de substrato adequado.
Um maior número de registros sem identificação foi associado ao PESB, onde o
substrato empregado foi terra, mais granulosa que a areia. Esta maior granulometria pode
ter sido um fator determinante na não-identificação de diversos registros, pois diversos
deles não tiveram seus limites bem definidos ou impressões bem feitas. Nesta reserva, o
terreno é bastante íngreme, e por isso optamos por não carregar areia e utilizar o substrato
local. Scoss (2002) explicita a escolha de áreas planas para a aplicação deste método,
porém na área de estudo não havia trilhas ou terrenos planos, como é corriqueiro na mata
atlântica de encosta de maneira geral.
4.4 – Outras considerações sobre o método
No PERP, o substrato quando umedecido, rapidamente perdia água por
evaporação, e em ocasiões de muito calor e forte incidência solar, o mesmo ficava
compactado em sua superfície. No PESB o mesmo não acontecia e as parcelas se
mantinham úmidas devido à menor incidência solar e a temperaturas mais amenas.
Em uma determinada campanha realizada no PERP no mês de Julho, as parcelas
foram umedecidas de duas maneiras: apenas jogando-se água com um regador sem
remexer o substrato e umedecendo e homogeneizando as mesmas. Das duas maneiras a
areia ficou rígida e compactada em sua superfície e fofa abaixo, porém, homogeneizando
a areia demorou-se mais em cada ponto de amostragem.
49
Muitos autores explicitam que a altura das parcelas de areia deve ficar entre dois e
quatro centímetros de altura (Scoss, 2002; Bassi, 2003; Pardini et al., 2004). Essa altura
ideal deve ser analisada e empregada com cuidado em ambientes mais secos e de maior
incidência solar, como por exemplo, o Cerrado. Na areia alta e fofa, muitos rastros
perdiam a definição de seus limites, isto foi mais fortemente evidenciado em diversas
ocasiões nas quais se puderam observar trilhas de animais ao longo de estradas no PERP.
Nestas trilhas havia rastros em areia com maior altura que tinham seus limites bastante
indefinidos e havia rastros em areia batida de baixa altura, que tinham seus limites muito
mais próximos ao tamanho real da pegada do animal. A Figura 24 apresenta um desses
exemplos. Isto pode ser especialmente prejudicial para espécies que apresentem rastros
pequenos, como por exemplo, pequenos felinos. Trabalhos que diferenciam indivíduos
por suas pegadas podem ser prejudicados por essa falta de definição do limite dos rastros,
visto que este limite é fator determinante para a identificação correta dos indivíduos
(Smallwood & Fitzhugh, 1993; Lewison et al., 2001). O ideal é que primeiramente seja
verificado se o ato de umedecer as parcelas resulta no aumento da eficácia nestes
ambientes quentes, se o substrato se manterá úmido ou se o solo simplesmente será
compactado, gastando-se tempo desnecessariamente. Caso isso ocorra e o substrato
empregado nestes ambientes mais secos seja areia, é ideal que a textura da mesma seja
fina, que apresente pequena granulometria e seja montada nas parcelas com uma pequena
altura, cerca de um centímetro ou menos. Desta maneira, os limites originais dos rastros
irão se manter e rastros de mamíferos de menor porte poderão ser identificados e, caso
seja o objetivo, indivíduos poderão ser mais facilmente diferenciados.
50
Além de areia, existem diferentes substratos empregados em trabalhos com
armadilhas de pegadas que poderiam substituir a mesma, que muitas vezes é impraticável
de ser transportada (Olifiers, 2001; Uresk et al., 2003). Estes substratos alternativos
podem ser mais fáceis de serem transportados, porém podem ser difíceis de serem
montados em campo ou podem ainda encarecer o projeto (Loretto, 2006). Diferentes
trabalhos já testaram diferentes substratos, dentre fuligem em placas de alumínio e
cartolinas (Conner et al., 1983; Carey & Witt, 1991; Loretto, 2006) e plásticos
fluorescentes que quando pressionados marcam rastros (Olifiers, 2001; Olifiers et al.,
2007). O plástico fluorescente é leve, porém é necessário que este seja tampado devido à
sua forte coloração (rosa) e é possível que em noites de chuva forte os rastros sejam
apagados com a pressão das gotas sobre sua superfície (Olifiers et al., 2007). Trabalhos
que utilizam fuligem impregnada em placas de alumínio ou em papéis grossos,
conseguem bons resultados, facilitando tentativas de diferenciações de indivíduos através
de seus rastros e sendo viável até mesmo para a coleta de rastros de pequenos roedores e
marsupiais (Marten, 1972; Carey & Witt, 1991; Ratz, 1997). Taylor & Raphael (1988) e
Uresk et al. (2003) explicitam uma definição morfométrica melhor e mais fidedigna das
pegadas em armadilhas impregnadas com fuligem, porém, Loretto (2006) apresenta a
dificuldade operacional do método. No presente trabalho, como explicitado
anteriormente, é provável que um maior número de registros não-identificados no PESB
e de visitas de roedores no PERP possa ter ocorrido devido à diferença de substrato
utilizado nas reservas. A escolha do substrato utilizado deve ser, portanto, considerada de
acordo com características da área de estudo (acesso aos pontos de amostragem, solo,
51
umidade, temperatura e incidência solar), com o enfoque do estudo (inventários ou
estudos populacionais que visem diferenciar indivíduos) e com o custo de cada método.
No presente trabalho foi possível verificar as diferenças operacionais relativas ao
método em ambientes tão diferenciados como uma área de mata atlântica de encosta e
uma área de cerrado stricto sensu. O substrato disponível e características ambientais
como incidência solar sobre as parcelas foram aspectos determinantes nas diferentes
dificuldades percebidas. Os diferentes resultados encontrados através da análise de duas
abordagens de unidades amostrais indicam que inferências a respeito da abundância das
espécies e distribuição espacial das mesmas podem ser altamente dependentes de uma
abordagem adequada ao foco da investigação a ser conduzida. Apesar da ampla utilização
deste método por parte dos pesquisadores e da eficácia do mesmo para diversos objetivos,
é necessário que mais trabalhos como este sejam realizados, testando e comparando
diferentes ferramentas intrínsecas ao método a fim de possibilitar uma melhor aplicação
do mesmo.
4.5 – Importância das reservas para a fauna de mamíferos
Das 14 espécies amostradas no PESB, três se encontram ameaçadas de extinção
de acordo com a Lista Nacional (Machado et al., 2005) e quatro de acordo com a Lista
Estadual (Machado et al., 1998), e das 21 espécies registradas no PERP, seis se
encontram ameaçadas de acordo com a Lista Nacional e sete de acordo com a Lista
Estadual. As duas reservas somam, portanto, nove espécies ameaçadas para o Estado, o
que representa mais de 20% das espécies de mamíferos ameaçadas em Minas Gerais.
52
Estes resultados demonstram a importância destas reservas como áreas legalmente
protegidas, tanto para a fauna ameaçada como para a não ameaçada. Destaca-se a
ocorrência de Priodontes maximus (tatu-canastra) e de Myrmecophaga tridactyla no
PERP; estas espécies se encontram bastante ameaçadas e estudos que verifiquem o status
das mesmas nesta unidade de conservação devem ser conduzidos.
De acordo com o relatório para a elaboração do Plano de Manejo do PESB, 15
espécies de mamíferos de médio e grande porte de hábitos terrícolas ocorrem na reserva,
dos quais 13 foram registradas (86,6%). Com os resultados aqui obtidos, soma-se à lista
das espécies de mamíferos do PESB, Leopardus wiedii, sendo necessária sua
confirmação através de captura ou registros fotográficos, e reafirma-se o registro de
Didelphis aurita, não citado no relatório, mas já citado por Costa et al. (1994). A espécie
de pequeno felino não identificada no presente estudo (Leopardus sp) pode ser Leopardus
tigrinus, que é citada no relatório. Já no PERP a riqueza total de espécies silvestres obtida
no presente estudo (20 espécies) representa 74% das espécies de mamíferos de médio e
grande porte de hábitos terrícolas já registradas no Plano de Manejo (27 espécies), e
como já citado anteriormente, soma-se à lista da reserva a ocorrência de Dasypus
septemcinctus.
A fauna de mamíferos amostrada nestas reservas pode ser considerada
representativa dos biomas estudados. Embora estas comparações não levem em
consideração as áreas de ocorrência de cada espécie, ela pode servir como base para
avaliarmos a representatividade das reservas para a fauna de determinado bioma, sendo
que comparações deste tipo já foram empregadas em outros estudos (Schneider et al.,
2000). De acordo com a Lista Anotada dos Mamíferos do Brasil (Fonseca et al., 1996)
53
ocorrem 41 espécies de mamíferos de médio e grande porte (peso corporal acima de 1 kg)
de hábitos terrícolas na Mata Atlântica e 43 no Cerrado. As espécies silvestres
amostradas no PESB representam 31,7% das espécies que ocorrem no bioma Mata
Atlântica, enquanto as espécies silvestres registradas no PERP representam 46,5% deste
grupo que ocorre no bioma Cerrado. Estes resultados reforçam a importância destas
reservas para a conservação da diversidade dos biomas nos quais estão inseridas.
A presença de Canis lupus familiaris no PESB deve ser monitorada e impedida.
Esta espécie doméstica é potencial competidora, predadora e transmissora de zoonoses
(Butler & Tojt, 2002). A presença desta espécie pode estar sendo especialmente
impactante nesta reserva, visto que seus rastros foram freqüentes e isto pode estar
refletindo uma alta abundância da mesma. Em mais de uma ocasião foi nitidamente
possível registrar ao menos dois indivíduos nas parcelas devido à diferenciação
morfométrica de rastros. No mês de Agosto evidenciou-se o impacto direto desta espécie
sobre a fauna silvestre da reserva: dois funcionários do parque surpreenderam dois
indivíduos de cachorro-doméstico atacando um indivíduo de Cebus nigritus (macaco-
prego) em uma área próximo à sede. O grupo de primatas ainda estava presente,
vocalizando bastante, e o animal, um macho adulto (Figura 25), ainda estava vivo, mas
faleceu alguns minutos depois. Este fato comprova a ação impactante que esta espécie
exótica pode estar exercendo e que ações de manejo devem ser adotadas com urgência.
Embora Canis lupus familiaris também tenha sido registrado no PERP, este
registro se deu apenas uma única vez. Através de pegadas foi possível confirmar a
presença de apenas dois animais, mas de acordo com testemunhos de funcionários, havia
um grupo formado por quatro indivíduos. Nesta ocasião, a equipe de pesquisadores
54
percorreu a trilha de rastros dos animais e foi constatado um grande deslocamento dentro
da reserva. No PERP a presença destes animais já é combatida há bastante tempo,
segundo informações de funcionários.
55
5 – CONCLUSÕES
A riqueza em espécies amostradas nas parcelas de areia foi apenas uma fração das
espécies presentes potencialmente amostráveis pelo método, tanto no Cerrado quanto na
Mata Atlântica. Deste modo, quando rastros são utilizados para levantamento de riqueza,
observações oportunísticas também devem ser conduzidas em locais não amostrados
pelas parcelas;
No PESB, a metodologia apresentou um maior sucesso de captura de espécies e
amostrou uma maior parte da mastofauna de médio e grande porte de hábitos terrícolas
presente, demonstrando que o método foi mais eficaz nesta área;
No PERP, o método amostrou uma fração menor das espécies que ocorrem no
parque, muito provavelmente pelo fato do mesmo ter sido empregado somente em áreas
de cerrado stricto sensu;
As parcelas colocadas em trilhas pré-existentes amostram número de espécies
semelhante ao de parcelas localizadas fora das trilhas, mas a composição das espécies não
é a mesma nestes dois ambientes, indicando complementaridade;
O uso de transecções como unidades amostrais deve ser preferido quando se
pretende comparar a freqüência de registros em diferentes ambientes ou discutir
diferenças interespecíficas na abundância relativa, particularmente quando parcelas são
colocadas em trilhas pré-existentes, pois certas espécies (notadamente canídeos neste
estudo) demonstram preferência por estes ambientes;
A alta porcentagem de iscas removidas indica que experimentos que não incluam
mecanismos de proteção contra a remoção podem ter eficiência de captura
56
significativamente prejudicada, já que parcelas iscadas exercem maior poder de atração
do que parcelas sem iscas;
Para insetos a proteção de iscas teve efeito significativo, tanto no Cerrado quanto
na Mata Atlântica, indicando que a proteção das mesmas deve ser adotada;
A proteção de parcelas contra a ação de chuva propiciou aumento no número de
registros de pegadas na Mata Atlântica. No Cerrado parcelas protegidas tiveram menor
número de registro do que parcelas descobertas, sendo que este resultado foi fortemente
influenciado por uma única espécie de canídeo silvestre (Cerdocyon thous), que parece
ter evitado parcelas cobertas.
As UCs amostradas são importantes para a conservação da fauna de mamíferos
visto que detêm várias espécies ameaçadas de extinção no Estado e no Brasil e são
representativas dos biomas nas quais estão inseridas.
57
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65
TABELAS
Tabela 01: Esforço amostral em parcelas/noites e em transectos/noites, no Parque Estadual do Rio Preto e no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, entre Janeiro e Dezembro de 2006, em diferentes estações do ano e posicionamentos de parcelas de areia: trilhas pré-existentes (TPEs) e não-trilhas (NTs). Parcelas/noites Transectos/noites
Local Estação TPE NT Total TPE NT Total
Chuvosa 360 360 720 36 36 72
Seca 240 240 480 24 24 48 PERP
Total 600 600 1200 60 60 120
Chuvosa 140 140 280 14 14 28
Seca 360 360 720 36 36 72 PESB
Total 500 500 1000 50 50 100
Total geral 1100 1100 2200 110 110 220
66
Tabela 02: Registros obtidos no Parque Estadual do Rio Preto, MG, em armadilhas/noites e transectos/noites, nos diferentes posicionamentos de trilhas pré-existentes (TPEs) e não-trilhas (NTs), entre Janeiro e Dezembro de 2006 nas diferentes estações do ano.
Armadilhas/noites Seca Chuva Total
Espécie Nome popular TPE NT TOT TPE NT TOT TPE NT Tot Cerdocyon thous cachorro-do-mato 83 4 87 54 1 55 137 5 142 Chrysocyon brachyurus lobo-guará 3 0 3 14 5 19 17 5 22 Didelphis albiventris gambá 0 8 8 0 4 4 0 12 12 Myrmecophaga tridactyla tamanduá-bandeira 0 0 0 2 4 6 2 4 6 Conepatus semistriatus jaratataca 0 0 0 1 1 2 1 1 2 Eira barbara irara 0 0 0 1 1 2 1 1 2 Dasypus septemcinctus* tatu-galinha 0 0 0 0 1 1 0 1 1 Total de registros 86 12 98 72 17 89 158 29 187 Transectos/noites Cerdocyon thous cachorro-do-mato 12 2 14 8 1 9 20 3 23 Chrysocyon brachyurus lobo-guará 1 0 1 5 3 8 6 3 9 Didelphis albiventris gambá 0 3 3 0 2 2 0 5 5 Myrmecophaga tridactyla tamanduá-bandeira 0 0 0 2 4 6 2 4 6 Conepatus semistriatus jaratataca 0 0 0 1 1 2 1 1 2 Eira barbara irara 0 0 0 1 1 2 1 1 2 Dasypus septemcinctus* tatu-galinha 0 0 0 0 1 1 0 1 1 Total de registros 13 5 18 17 13 30 30 18 48 Total de espécies 2 2 3 5 7 7 5 7 7 *As espécies deste gênero dificilmente são diferenciadas pelos seus rastros, porém um indivíduo desta espécie foi visualizado próximo à armadilha de pegadas momentos antes da obtenção do registro, e de fato, os rastros eram menores do que de Dasypus novemcinctus.
67
Tabela 03: Registros obtidos no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG, em armadilhas/noites e transectos/noites, nos diferentes posicionamentos de trilhas pré-existentes (TPEs) e não-trilhas (NTs), entre Janeiro e Dezembro de 2006 nas diferentes estações do ano. Armadilhas/noites Seca Chuva Total Espécie Nome-popular TPE NT TOT TPE NT TOT TPE NT Tot Canis lupus familiaris cachorro-doméstico 35 16 51 0 4 4 35 20 55 Procyon cancrivorus mão-pelada 0 0 0 5 0 5 5 0 5 Didelphis aurita gambá 3 1 4 0 0 0 3 1 4 Dasypus novemcinctus tatu-galinha 2 0 2 2 0 2 4 0 4 Nasua nasua quati 3 1 4 0 0 0 3 1 4 Eira barbara irara 1 2 3 0 0 0 1 2 3 Leopardus pardalis jaguatirica 0 0 0 1 0 1 1 0 1 Leopardus sp gato-do-mato 0 1 1 0 0 0 0 1 1 Puma concolor onca-parda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 Galictis sp furão 0 1 1 0 0 0 0 1 1 Total de registros 44 23 67 8 4 12 52 27 79 Transectos/noites Canis lupus familiaris cachorro-doméstico 8 6 14 0 1 1 8 7 15 Procyon cancrivorus mão-pelada 0 0 0 1 0 1 1 0 1 Didelphis aurita gambá 2 1 3 0 0 0 2 1 3 Dasypus novemcinctus tatu-galinha 2 0 2 2 0 2 4 0 4 Nasua nasua quati 2 1 3 0 0 0 2 1 3 Eira barbara irara 1 2 3 0 0 0 1 2 3 Leopardus pardalis jaguatirica 0 0 0 1 0 1 1 0 1 Leopardus sp gato-do-mato 0 1 1 0 0 0 0 1 1 Puma concolor onca-parda 0 1 1 0 0 0 0 1 1 Galictis sp furão 0 1 1 0 0 0 0 1 1 Total de registros 15 13 28 4 1 5 19 14 33 Total de espécies 5 7 8 3 1 4 7 7 10
68
Tabela 04: Esforço amostral (número de armadilhas/noites) referente a parcelas com iscas protegidas e desprotegidas, nas diferentes estações do ano e em diferentes posicionamentos (TPEs e NTs), no Parque Estadual do Rio Preto e no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG, de Janeiro a Dezembro de 2006. PERP PESB Isca Estação TPE NT Total TPE NT Total Protegida Seca 120 120 240 180 180 360 Desprotegida Seca 120 120 240 180 180 360 Total Seca 240 240 480 360 360 720 Protegida Chuvosa 180 180 360 70 70 140 Desprotegida Chuvosa 180 180 360 70 70 140 Total Chuvosa 360 360 720 140 140 280 Total geral 600 600 1200 500 500 1000
69
Tabela 05: Registros obtidos em parcelas com iscas protegidas e iscas desprotegidas, no Parque Estadual do Rio Preto e no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG, entre Janeiro e Dezembro de 2006. O resultado do Teste do Qui-quadrado (com correção de Yates) comparando iscas protegidas e desprotegidas é mostrado para espécies com maiores tamanhos amostrais e valores em negrito representam diferenças significativas. Parque Espécies Protegidas Desprotegidas χ2 p
Cerdocyon thous 77 65 1,000 >0,100 Chrysocyon brachyurus 16 6 4,454 <0,050 Didelphis albiventris 5 7 0,166 >0,500 Myrmecophaga tridactyla 1 5 2,333 >0,100 Conepatus semistriatus 2 0 - - Eira barbara 1 1 - -
PERP
Dasypus septemcinctus 0 1 - - Total PERP 102 85
Canis lupus familiaris 27 28 -0,018 >0,500 Procyon cancrivorus 3 2 -0,200 >0,500 Didelphis aurita 3 1 - - Dasypus novemcinctus 1 3 - - Nasua nasua 3 1 - - Eira barbara 2 1 - - Leopardus pardalis 1 0 - - Leopardus sp 0 1 - - Puma concolor 0 1 - -
PESB
Galictis cuja 0 1 - - Total PESB 40 39
70
Tabela 06: Espécies registradas em parcelas cobertas (Cob) e descobertas (Des) no PERP e no PESB, na estação chuvosa de 2006. O resultado do Teste do Qui-quadrado comparando registros obtidos em parcelas cobertas e descobertas é mostrado para espécies com maiores tamanhos. Valores em negrito representam diferenças significativas. PERP PESB Parcelas Qui-quadrado Parcelas Qui-quadrado Espécie Cob Des χ2 p Cob Des χ2 p Cerdocyon thous 2 39 33,34 <0,001 - - - - Chrysocyon brachyurus 14 6 3,10 >0,100 - - - - Didelphis albiventris 1 0 - - - - - - Canis lupus familiaris - - - - 7 4 - - Didelphis aurita - - - - 11 0 - - Galictis cuja - - - - 1 0 - - Total de registros 17 45 19 4 Total de espécies 3 2 3 1
71
Tabela 07: Espécies registradas no Parque Estadual do Rio Preto, MG, entre Janeiro e Dezembro de 2006, com registros obtidos através de procura ativa de rastros (PA) e armadilhas de pegadas (AP) e com as categorias de ameaça para Minas Gerais, de acordo com Machado et al. (1998), e para o Brasil, de acordo com Machado et al. (2005). Vulnerável (VU), Em Perigo (EP), Criticamente em Perigo (CP).
Espécies Nome comum Registro MG BR Ordem Didelphimorphia Família Didelphidae Didelphis albiventris
gambá
PA/AP
Ordem Cingulata Família Dasypodidae Dasypus septemcinctus
tatu-galinha
PA/AP
Euphractus sexcinctus tatu-peba PA Priodontes maximus tatu-canastra PA CP VU Ordem Pilosa Família Myrmecophagidae
Myrmecophaga tridactyla
tamanduá-bandeira
PA/AP
EP
VU
Ordem Carnivora Família Canidae Cerdocyon thous
cachorro-do-mato
PA/AP
Chrysocyon brachyurus lobo-guará PA/AP VU VU Canis lupus familiaris cachorro-doméstico PA Família Felidae Leopardus pardalis
jaguatirica
PA
CP
VU
Leopardus tigrinus gato-do-mato-pequeno PA CP VU Leopardus sp gato-do-mato PA Puma concolor onça-parda PA CP VU Família Mephitidae Conepatus semistriatus
jaratataca
AP
Família Mustelidae Eira barbara
irara
PA/AP
Lontra longicaudis lontra PA VU Família Procyonidae Procyon cancrivorus
mão-pelada
PA
Ordem Artiodactyla Família Cervidae Mazama sp
veado
PA
Ordem Rodentia Família Cuniculidae Cuniculus paca
paca
PA
Família Caviidae Hydrochoerus hydrochaeris
capivara
PA
Kerodon rupestris mocó PA Ordem Lagomorpha Família Leporidae Sylvilagus brasiliensis
tapeti
PA
72
Tabela 08: Espécies registradas no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG, entre Janeiro e Dezembro de 2006, com registros obtidos através de procura ativa de rastros (PA) e armadilhas de pegadas (AP), com as categorias de ameaça para Minas Gerais, de acordo com Machado et al. (1998), e para o Brasil, de acordo com Machado et al. (2005). Vulnerável (VU), Em Perigo (EP), Criticamente em Perigo (CP).
Espécies Nome comum Registro MG BR Ordem Didelphimorphia Família Didelphidae
Didelphis aurita
gambá
PA/AP
Ordem Cingulata Família Dasypodidae Dasypus novemcinctus
tatu-galinha
PA/AP
Ordem Carnivora Família Canidae Cerdocyon thous
cachorro-do-mato
PA
Canis lupus familiaris cachorro-doméstico PA/AP Família Felidae Leopardus pardalis
jaguatirica
AP
CP
VU
Leopardus wiedii* gato-maracajá PA EP VU Leopardus sp gato-do-mato AP Puma concolor onça-parda PA/AP CP VU Família Mustelidae Eira barbara
irara
AP
Galictis sp furão AP Família Procyonidae Procyon cancrivorus
mão-pelada
PA/AP
Nasua nasua quati PA/AP Ordem Artiodactyla Família Tayassuidae Pecari tajacu
caititu/porco-do-mato
PA
EP
Ordem Rodentia Família Cuniculidae
Cuniculus paca
paca
PA
*Rastro identificado de acordo com conhecimento prévio da equipe e com auxílio do Guia de Campo dos Felinos do Brasil (Oliveira & Cassaro, 2005).
73
740000 750000 760000 770000 780000 790000
740000 750000 760000 770000 780000 790000
Localização no Estado
48°0’0’’W 42°0’0’’W
48°0’0’’W 42°0’0’’W
18°0’0
’’S
18°0’0
’’S
76
90
00
0
7
70
00
00
771
00
00
7
72
00
00
7
73
00
00
Figura 01: Localização do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. A região onde o estudo foi conduzido é indicada pela seta.
Pedra do Anta
São Miguel do Anta
Canaã
Ervália
Araponga
Pedra Bonita
Fervedouro
Miradouro
74
664000 668000 672000 676000 680000 684000 688000
Localização no Estado
Execução: Coordenadoria de Controle e
Monitoramento Edição: Dezembro de 2004
Fontes: Limite da Unidade de Conservação –
IEF 2004Regionalização – IGA 2001
Hidrografia – ANASistema UTM / Fuso 23
Datum Horizontal: SAD 69
664000 668000 672000 676000 680000 684000 688000
798
000
0
798
4000
7
988
000
799
200
0
7996
000
80
000
00
80
040
00
48°0’0’’W 42°0’0’’W
48°0’0’’W 42°0’0’’W
18°0’0
’’S
18°0’0
’’S
Figura 02: Localização do Parque Estadual do Rio Preto. A região onde o estudo foi conduzido é indicada pela seta.
Couto de Magalhães de MinasFelício dos Santos
.
75
Figura 03: Trilhas pré-existentes nas áreas de estudo, denominadas TPEs. A figura da esquerda apresenta uma TPE no Parque Estadual do Rio Preto (MG) e a figura da direita apresenta uma TPE no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (MG).
76
Figura 04: Ambientes onde foram abertos transectos, denominados de não-trilhas ou NTs. A figura superior apresenta uma NT no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (MG), enquanto a figura inferior apresenta uma NT no Parque Estadual do Rio Preto (MG).
77
Figura 05: A imagem superior apresenta uma armadilha de pegada disposta no PERP e a imagem inferior apresenta uma armadilha de pegada disposta no PESB.
78
Figura 06: A imagem superior apresenta uma armadilha de pegada contendo uma isca desprotegida (ID) e a imagem inferior apresenta uma armadilha com isca protegida (IP).
79
Figura 07: Cobertura plástica montada sobre as parcelas de areia de um determinado transecto no PESB.
80
Figura 08: Cobertura plástica montada sobre as parcelas de areia de um determinado transecto no PERP.
81
E s taç ão S ec a
0
0.5
1
1.5
2
2.5
P E R P P E S B
Su
ce
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tura
de
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pé
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TPE
NT
TPE+NT
E s ta ç ã o C h u v os a
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P E R P P E S B
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TPE
NT
TPE+NT
E s taç ão S ec a + C hu v os a
0
0.5
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2
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P E R P P E S B
Su
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cie
s
TPE
NT
TPE+NT
Figura 09: Sucesso de captura de espécies (em porcentagem: No. de espécies / esforço amostral de cada tratamento X 100) nas duas estações do ano em TPEs e NTs no PERP e no PESB.
82
PERP
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Armadilhas/noite
Riq
ue
za
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pé
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PESB
0
2
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6
8
10
12
14
16
18
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Armadilhas/noite
Riq
ue
za
de
es
pé
cie
s
Figura 10: Curvas de acúmulo de espécies de mamíferos de médio e grande porte com o aumento do esforço de amostragem, totalizando 1.200 armadilhas/noites no PERP (gráfico superior) e 1.000 armadilhas/noites no PESB (gráfico inferior). Os valores foram gerados pelo programa EstimateS 7.5.2, sendo que as barras indicam os desvios padrões.
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P E R P - P arc elas
0
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p< 0,001
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P E R P - T ran s ec ç õ es
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5
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S eca C huva
Re
gis
tro
s TP E
NT
p> 0,05
p> 0,100
Figura 11: Total de registros obtidos em TPEs e NTs no PERP, nas estações seca e chuvosa. O gráfico superior apresenta os registros obtidos em parcelas/noites e o inferior, em transectos/noites. O valor de significância do Teste do Qui-quadrado é mostrado sobre cada par de barras. Valores significativos são destacados em negrito.
84
P E S B - P arc elas
0
20
40
60
80
100
S eca C huva
Re
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s TP E
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p<0,025
p> 0,100
P E S B - T rans ec ç ões
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5
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15
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S eca C huva
Re
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s
TP E
NT
p> 0,500
p>0,100
Figura 12: Total de registros obtidos em TPEs e NTs no PESB, nas estações seca e chuvosa. O gráfico superior apresenta os registros obtidos em parcelas/noites e o inferior, em transectos/noites. O valor de significância do Teste do Qui-quadrado é mostrado sobre cada par de barras. Valores significativos são destacados em negrito.
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P E R P
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S eca C huva
Isc
as
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mo
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Is ca proteg ida
Is ca des proteg ida
p< 0,001
P E S B
0
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100
150
200
250
300
S eca C huva
Isc
as
re
mo
vid
as
Is ca proteg ida
Is ca desprotegida
p< 0,001
p> 0,500
Figura 13: Frequência de remoção de iscas protegidas e desprotegidas, nas diferentes estações do ano, nas duas unidades de conservação. O valor de significância do Teste do Qui-quadrado é mostrado sobre cada par de barras. Valores significativos são destacados em negrito.
p>0,500
86
P E R P - E s taç ão S ec a
0
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40
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ins etos aves peq. mam. mmgp
Isc
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P E R P - E s ta ç ão C h uv o s a
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ins etos a ves peq. mam. mmgp
Isc
as
re
mo
vid
as
O B S
E S P
p<0,001
Figura 14: Frequência observada (OBS) e frequência esperada (ESP) de remoção de iscas por diferentes grupos zoológicos nas duas estações do ano no PERP. O valor de significância do Teste do Qui-quadrado é mostrado no gráfico.
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P E S B - E s taç ão S ec a
0
20
40
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ins etos a ves peq. mam. mmgp
Isc
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O B S
E S P
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P E S B - E s ta ç ã o C h u v o s a
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60
80
100
120
140
160
ins etos a ves peq. mam. mmg p
Isc
as
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mo
vid
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OB S
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p<0,001
Figura 15: Frequência observada (OBS) e frequência esperada (ESP) de remoção de iscas por diferentes grupos zoológicos nas diferentes estações do ano no PESB. O valor de significância do Teste do Qui-quadrado é mostrado no gráfico.
88
Figura 16: Iscas protegidas atacadas por formigas. Observa-se que a isca continua intacta.
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p> 0,500
p> 0,100
p> 0,500
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Is ca proteg ida
Is ca desproteg ida
p< 0,001
p> 0,050
p> 0,050
p> 0,500
Figura 17: Frequência de remoção de iscas protegidas e desprotegidas pelos diferentes grupos zoológicos nas duas estações do ano no PERP. O valor de significância do Teste do Qui-quadrado é mostrado sobre cada par de barras. Valores significativos são destacados em negrito.
90
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ins etos aves peq. ma m. mmgp
Isc
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mo
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as
p<0,001
p> 0,100
p> 0,100
p>0,500
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ins etos aves peq. mam. mmg p
Isc
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as
Is ca proteg ida
Is ca des protegidap<0,005
p> 0,500
Figura 18: Frequência de remoção de iscas protegidas e desprotegidas pelos diferentes grupos zoológicos nas duas estações do ano no PESB. O valor de significância do Teste do Qui-quadrado é mostrado sobre cada par de barras. Valores significativos são destacados em negrito.
91
Figura 19: Armadilhas de pegadas inutilizadas pela água da chuva.
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P E R P
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C oberta D es coberta
Re
gis
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C oberta D es coberta
Re
gis
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Figura 20: Frequência observada e esperada de registros em parcelas cobertas e descobertas no PERP e no PESB. O valor de significância do Teste do Qui-quadrado é mostrado no gráfico.
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S / chuva noite
anterior
C / chuva noite
anterior
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gis
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sO bs ervado
E s perado
P E S B - E s taç ão s ec a
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S / chuva noite
anterior
C / chuva noite
anterior
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gis
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s
Obs ervado
E s perado
p> 0,500
Figura 21: Freqüência de registros em noites com e sem chuva no PERP e no PESB. O valor de significância do Teste do Qui-quadrado é mostrado no gráfico. Valores significativos são destacados em negrito.
p<0,010
94
Figura 22: Diferença estrutural da vegetação nas duas estações do ano. A imagem da esquerda mostra uma determinada trilha na estação seca e a imagem da direita mostra esta mesma trilha, porém em outro ponto, na estação chuvosa.
95
Figura 23: Pegadas de roedor de pequeno porte, marcadas em areia úmida no PERP.
96
Figura 24: Rastros de Chrysocyon brachyurus (lobo-guará) em estrada de terra. Na figura de cima à esquerda observa-se o rastro sem definição na areia alta e fofa. Na figura da direita observa-se o rastro em areia batida de menor altura, apresentando maior definição. A imagem inferior mostra a trilha do animal, onde a morfometria do rastro varia de acordo com a altura do substrato.
97
Figura 25: Macho adulto de Cebus nigritus (macaco-prego) morto por cachorros-domésticos no PESB.
98