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1 UIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ESIO DE GRADUAÇÃO COORDEAÇÃO DO CURSO DE LICECIATURA EM FÍSICA O USO DE EXPERIMETOS DE BAIXO CUSTO COMO FORMA ALTERATIVA O ESIO DE FÍSICA MACAPÁ 2008

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U�IVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE E�SI�O DE GRADUAÇÃO

COORDE�AÇÃO DO CURSO DE LICE�CIATURA EM FÍSICA

O USO DE EXPERIME�TOS DE BAIXO CUSTO COMO FORMA

ALTER�ATIVA �O E�SI�O DE FÍSICA

MACAPÁ

2008

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U�IVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE E�SI�O DE GRADUAÇÃO

COORDE�AÇÃO DO CURSO DE LICE�CIATURA EM FÍSICA

A�DRÉ PIRES BITE�COURT

FÁBIO SARDI�HA QUARESMA

O USO DE EXPERIME�TOS DE BAIXO CUSTO COMO FORMA

ALTER�ATIVA �O E�SI�O DE FÍSICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Colegiado de Física da Universidade Federal do

Amapá, para a obtenção do grau de Licenciatura

Plena em Física, sob a orientação do Prof.

Emanuel Thiago de Souza.

MACAPÁ

2008

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A�DRÉ PIRES BITE�COURT

FÁBIO SARDI�HA QUARESMA

O USO DE EXPERIME�TOS DE BAIXO CUSTO COMO FORMA

ALTER�ATIVA �O E�SI�O DE FÍSICA

AVALIADORES

___________________________________________________

Orientador Prof. Emanuel Thiago de Souza

U�IVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

__________________________________________________

Prof. Dr.

Helyelson Paredes Moura

U�IVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

__________________________________________________

Prof. Dr. Maria Lúcia de Moraes Costa

U�IVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

Avaliado em: / /

MACAPÁ

2008

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DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a nossas famílias e amigos que nos apoiaram e nos deram ânimo

para continuar mesmo nos momentos mais complicados no decorrer destes quatro anos de

curso, em especial a Maria Lúcia de Fátima Pires Bitencourt e Manoel Quaresma e Cris

Quaresma, por serem exemplos de caráter dignidade e competência.

André Pires Bitencourt

Fábio Sardinha Quaresma

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AGRADECIME�TOS

À Universidade Federal do Amapá, em nome dos professores Emanuel Tiago de Souza,

Helyelson Paredes Moura, Maria Lúcia Costa e Wilson Rabelo por terem possibilitados

novos horizontes, oportunidades e anseios através da minha formação acadêmica e

profissional.

Aos amigos Kleison da Silva Batista, Marcio da Silva Guimarães, Daniele de Souza

Ramalho, Hilkias da Silva Penha e Fábio Sardinha Quaresma por estarmos juntos desde o

começo apoiando nossas idéias e ajudando no que fosse preciso.

À minha namorada Rafaela Souza Fonseca pelo amor, atenção e carinho mesmo nas horas

mais difíceis, por ter me acalmado e me reanimado quando eu estava cansado.

Danielle Borges pelo apoio fornecido na construção deste projeto e a Elayne Maria da

Silva Batista pelo apoio no começo da minha caminhada rumo ao ensino da física.

A Lana Cristina Pires Bitencourt e Dr. Sebastião Magalhães pelo apoio financeiro e

emocional durante estes quatro anos.

A minha mãe Maria Lucia de Fátima Pires Bitencourt por ser meu exemplo maior de força,

coragem, caráter, dignidade e persistência.

André Pires Bitencourt

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AGRADECIME�TO

Agradeço aos meus pais e irmãos que apesar da distância e saudade não faltaram estimulo

e apoio a não desistir. Amo vocês.

Sou grato à minha noiva, Danielle Borges, que ao longo dessa jornada esteve sempre ao

meu lado e nos momentos difíceis foi o meu refugio.

Aos amigos da turma de física 2005 que ao longo da graduação nos tornamos uma família,

e em especial, Márcio Guimarães, Kleison Batista, Hilkias Penha, André Pires e Daniele

Ramalho.

Não posso deixar de mencionar a Srª. Maria Lúcia de F. P. Bitencourt, que me acolheu

como membro da família e pude compartilhar momentos importantes que ficaram na

memória.

Aos professores do colegiado de física que apesar das limitações estruturais estão fazendo

um excelente trabalho, em especial aos professores, Maria Lúcia Costa, Wilson Rabelo,

Helyelson Paredes Moura, Emanuel Tiago de Souza.

Fábio Sardinha Quaresma

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SUMÁRIO

RESUMO.............................................................................................................................10

1.0 – INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11

2.0 – REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................14

2.1 – O Ensino de Física...........................................................................................14

2.2 – O Laboratório Tradicional...............................................................................16

2.3 – A Experimentação no Ensino de Física...........................................................18

2.4 – O Uso de Materiais de Baixo Custo................................................................20

3.0 – OBJETIVOS...............................................................................................................21

4.0 – METODOLOGIA.......................................................................................................22

4.1 – Áreas de Estudo...............................................................................................22

4.2 – Elaboração e Distribuição dos Questionários..................................................22

4.3 – Coleta e Análise da Utilização de Experiências de Física nas Escolas...........22

4.4 – Realizações das Atividades nas Escolas..........................................................23

4.4.1 – Aulas Teóricas..................................................................................23

4.4.2 – Aulas Práticas...................................................................................23

4.5 – Mostra Pedagógica e Mostra Científica...........................................................23

4.6 – Materiais Utilizados para a Confecção dos Experimentos...............................24

5. – RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................25

5.1 – Quanto ao Sexo dos Entrevistados..................................................................25

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5.2 – Relação-Idade Série dos Entrevistados............................................................25

5.3 – Coleta e Análise das Respostas dos Questionários Sobre a Utilização de

Experiências de Física nas Escolas......................................................................................27

5.3.1 – Quanto ao Uso de Experimentos em Sala de Aula..................................27

5.3.2 – Quanto ao Laboratório de Ciências.........................................................29

5.3.3 – Quanto da Abordagem da Física no Cotidiano........................................39

5.3.4 – Quanto à Experimentação com materiais de Baixo Custo........................30

5.3.5 – Quanto ao Uso de Experimentos Que Facilitam o Ensino.......................31

5.3.6 – Quanto à Construção de Experimentos Pelos Alunos Com o Auxílio do

Professor...............................................................................................................................32

5.4 – Realizações das Atividades nas Escolas..........................................................33

5.4.1 – Das Aulas Teóricas.......................................................................................33

5.4.2 – Das Aulas Práticas........................................................................................35

5.5 – Da mostra Pedagógica e Mostra Científica nas Escolas..................................39

5.6 – Materiais Utilizados.........................................................................................41

6.0 – CONCLUSÕES...........................................................................................................42

7.0 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................43

ANEXO 01...........................................................................................................................50

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LISTA DE FIGURAS Pág.

Figura 01 – Fachada da Escola Raimunda dos Passos e Escola Tiradentes........................22

Figura 02 – Distribuição por Sexo dos Entrevistados.........................................................25

Figura 03 – Representação da Relação Idade – Série dos alunos do 1˚Ano.......................26

Figura 04 – Representação da Relação Idade – Série dos Alunos do 2˚Ano......................26

Figura 05 – Representação da Relação Idade – Série dos Alunos do 3˚ Ano.....................27

Figura 06 – Representação do Uso de Experimentos em Sala de Aula..............................27

Figura 07 – Quanto ao Laboratório de Ciência...................................................................28

Figura 08 – Representação da Abordagem da Física no Cotidiano....................................29

Figura 09 – Representação quanto à experimentação com material de baixo custo...........30

Figura 10 – Representação do Uso de Experimentos que Facilitam o Ensino da Física....31

Figura 11 - Representação da Construção de Experimentos Pelos Alunos com o Auxilio do

Professor..........................................................................................................................32

Figura 12 – Etapas das Aulas Teóricas: (A) e (B) Escola Tiradentes; (C) e (D), Escola Raimunda dos

Passos...........................................................................................................33

Figura 13 – Alunos Executando as Experiências na Escola Raimunda dos Passos............37

Figura 14 – Alunos executando as Experiências na Escola Tiradentes..............................38

Figura 15: Demonstração dos trabalhos científicos realizados na mostra científica..........39

Figura 16 – Demonstração dos Trabalhos Científicos Realizados na Mostra Pedagógica.40

Figura 17 – Demonstração dos materiais para a construção dos experimentos..................41

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RESUMO

O trabalho a seguir traz consigo uma pesquisa realizada durante um ano onde relatamos a

realidade do ensino de física em duas escolas públicas, levando em conta que uma escola

fica na parte central da cidade de Macapá e a outra na periferia. Nossa fonte de pesquisa

para os dados observados neste trabalho foram os alunos destas escolas que, através de

questionários e conversações em sala de aula relataram suas dificuldades e seus anseios.

Porém o objetivo deste trabalho está muito além de só mostrar as dificuldades encontradas

pelos alunos no aprendizado da física, nosso objetivo maior é de mostrar aos professores,

alunos, escolas e poder publico, idéias e saídas que sejam acima de tudo viáveis para a

realidade de cada escola, como o enfoque principal da pesquisa foi à problemática da

experimentação nas escolas, onde evidenciamos uma carência absurda de aulas práticas, a

proposta deste trabalho é a da experimentação com materiais de baixo custo, pois apesar da

necessidade de aulas experimentais serem evidentes, precisa-se levar em conta a ausência

de recursos que dão suporte a tais atividades. Logo quando falamos em baixo custo e

materiais reciclados podemos ter uma saída viável para superar a falta de recursos. Os

experimentos de baixo custo e a construção destes causam dentro da escola uma

aproximação tanto do professor com aluno quanto do aluno com a física, já que estes

podem trabalhar juntos na aquisição e construção dos experimentos. Quando o aluno

participa diretamente do processo de ensino/aprendizagem ele ganha a confiança

necessária para adquirir o conhecimento científico abordado nos conteúdos. Precisa-se

levar em conta que o aluno possui um conhecimento empírico, pois ele está cotidianamente

em contato com vários conceitos e fenômenos físicos, logo ensinar física deveria ser

somente levar o aluno a comprovação científica dos fenômenos de seu cotidiano.

Palavra chaves: Experimentos de baixo custo/ material reciclado

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1. I�TRODUÇÃO

A educação escolar no Brasil, inaugurada em 1549 na Bahia, configurou-se durante

um longo período, desde a fase colonial até o golpe militar, em uma oportunidade

destinada a poucos. Com a Era Vargas (ROMANELLI, 1987), iniciou-se o processo de

consolidação capitalista industrial que acabou gerando uma grande concentração

populacional nas cidades. A educação necessitava se “popularizar” contrariamente ao que

ocorreu no longo período da economia predominantemente agrária, em que a educação era

privilégio absoluto das classes dominantes. A partir de então, com a “popularização” e

expansão do ensino público, as escolas particulares passaram a servir as elites e o ensino

público passou a servir a população menos favorecida (GOBARA & GARCIA, 2007).

À medida que o país foi passando por transformações políticas em um breve

período de eleições livres, houve uma série de mudanças na concepção do papel da escola

que passava a ser responsável pela formação de todos os cidadãos e não mais apenas de um

grupo privilegiado (KRASILCHIK, 2000).

Simultaneamente às transformações políticas sofridas no país ocorreu a expansão

do ensino público que não mais pretendia formar cientistas, mas também fornecer ao

cidadão elementos para viverem melhor e participar do breve processo de

redemocratização ocorrido no período. A admissão das conexões entre a ciência e a

sociedade implica que o ensino não se limite a aspectos internos à investigação científica,

mas à correlação destes com aspectos políticos, econômicos e culturais. Os alunos passam

a estudar conteúdos científicos relevantes para a sua vida, no sentido de identificar os

problemas e buscar soluções para os mesmos (KRASILCHIK, 2000).

Do ponto de vista oficial, as idéias educacionais que vinham sendo gestadas e

discutidas nas décadas anteriores foram explicitadas, pela primeira vez em um documento

legal na lei de diretrizes e bases para o ensino (LDB, 1996).

Os últimos anos têm sido marcados por mudanças significativas no discurso sobre

educação, o ensino, e, particularmente, sobre o ensino médio (KAWAMURA &

HOUSOUME, 1999).

O novo ensino médio, desde a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDB, 1996), é uma definição legal, mas não é ainda uma realidade

efetiva. Segundo essa lei, o novo ensino médio deve ser etapa conclusiva da Educação

Básica, cuja base nacional comum desenvolveria competências e habilidades para a

cidadania, para a continuidade do aprendizado e para o trabalho, sem pretender ser

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profissionalizante ou simplesmente preparatória para o ensino superior. Uma parte

diversificada poderá ampliar esses objetivos formativos, de acordo com características

específicas regionais, locais ou mesmo da clientela de cada escola (MENEZES, 2000).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996) aponta para a

necessidade de uma reforma em todos os níveis educacionais, que se inspira, em parte, nas

visíveis transformações por que passa a sociedade contemporânea. Isso é mais claramente

expresso nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), que

traduzem os pressupostos éticos, estéticos, políticos e pedagógicos daquela lei sendo,

portanto, obrigatórias.

Para o nível médio, foram elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN,s) e, mais recentemente, os PCNs+ (MEC, 2002), os quais procuram oferecer

subsídios aos professores para a implementação da reforma pretendida e são dividida por

áreas do conhecimento, a fim de facilitar, conforme a DCNEM, um trabalho

interdisciplinar.

Hoje, questões científicas e tecnológicas incrivelmente complexas desafiam nossa

sociedade. A qualidade de vida é, e continuará sendo, afetada por essas questões. No

entanto, o ensino científico, que tem sido oferecido em nossas escolas, mostra-se

inadequado para que as pessoas saibam lidar com essas questões (CASTRO, 2002). Esse

ensino não tem sido nem mesmo adequado para motivar os alunos a se interessarem por

ciências e as conseqüências têm sido desastrosas. Os alunos saem da escola com um

conhecimento trivial, com fracas conexões entre os conceitos mais importantes, com

concepções não científicas de como o mundo natural funciona, saem acríticos e sem

capacidade de aplicar o conhecimento em novos contextos (PISA, 2001).

Isso demonstra a necessidade de se buscar novas formas de ensinar ciências. Os

professores de ciências devem, portanto, adotar novas formas de ensinar que vão ao

encontro das novas demandas desse ensino (YAGER, 1991).

Quando se trata de abordar o modo como trabalhar adequadamente a Física nas

escolas, invariavelmente surge, entre outras, a questão do enfoque experimental, cuja

importância é reconhecida por professores e alunos (AXT et al, 1996).

De modo convergente a esse âmbito de preocupações, o uso de atividades

experimentais como estratégia de ensino de Física tem sido apontado por professores e

alunos como uma das maneiras mais frutíferas de se minimizar as dificuldades de aprender

e de ensinar a física de modo significativo e consistente. Nesse sentido, no campo das

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investigações nessa área, pesquisadores têm apontado em literatura nacional recente a

importância das atividades experimentais (MORAES, 2000).

Tendo como parâmetro o uso de experiências em sala de aula, realizou-se este

trabalho, em duas escolas públicas de Macapá que consiste na realização de experiências

de baixo custo como forma alternativa no ensino de física, para que os alunos adquiram a

capacidade de identificar e explicar os fenômenos físicos presentes nos experimentos de

acordo com a teoria vista na sala de aula.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 O Ensino de Física.

A Lei de Diretrizes e Bases propôs profundas modificações no Ensino Médio,

tornando-o um direito de todos os cidadãos e conferindo lhe uma nova identidade como a

finalização da Educação Básica que anteriormente terminava na última (oitava) série do

Ensino Fundamental. Essa mudança é radical, não só na forma, mas também no conteúdo,

posto que as posturas tradicionais dos processos de ensino e aprendizagem foram

confrontadas com novas orientações teóricas e metodológicas, que vão desde uma

reestruturação dos conteúdos até as metodologias didáticas- pedagógicas (SALVADOR &

OLIVIERI, 2003).

A Lei de Diretrizes e Bases da educação afirma que há uma distância entre o que

está proposto nesses documentos e a prática escolar, cuja superação tem se mostrado

difícil. As dificuldades vão desde problemas com a formação inicial e continuada a pouca

disponibilidade de material didático-pedagógicos; desde a estrutura verticalizada dos

sistemas de ensino à incompreensão dos fundamentos da lei, das Diretrizes e Parâmetros

(LDB, 1996).

As dificuldades e problemas que afetam o sistema de ensino em geral e

particularmente o ensino de Física não são recentes e tem sido diagnosticado há muitos

anos, levando diferentes grupos de estudiosos e pesquisadores a refletirem sobre suas

causas e conseqüências. As propostas que tem sido formulada para o encaminhamento de

possíveis soluções indicam a orientação de se desenvolver uma educação voltada para a

participação plena dos indivíduos, que devem estar capacitados a compreender os avanços

tecnológicos atuais e a atuar de modo fundamentado, consciente e responsável diante de

suas possibilidades de interferência nos grupos sociais em que convivem (TOMAZ, 2000).

Nessa direção, o entendimento da natureza da Ciência de um modo geral e da Física

em especial constitui um elemento fundamental a formação da cidadania (ARAÚJO &

ABIBE, 2003).

O que leva as pessoas, de um modo geral, a não gostarem da Física? Como explicar

as deficiências no seu aprendizado, se estamos diante de uma ciência cujo objeto de

investigação é dos mais atrativos? O fato de a Física tratar das coisas e dos fenômenos da

natureza, da tecnologia e de situações da vivência do aluno não deveria ser motivo

suficiente para despertar o interesse do estudante para seu estudo? Essa falta de motivação

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do aluno para o estudo da Física e os conseqüentes problemas de aprendizagem não

estariam associados ao tipo de ensino de Física praticado nas escolas? O que se pode fazer

para que mais estudantes passem a gostar da Física e, conseqüentemente, melhorem seu

aprendizado? (BONADIMAN & NONENMACHER, 2003).

As causas que costumam ser apontadas para explicar as dificuldades na

aprendizagem da Física são múltiplas e as mais variadas. Destacamos a pouca valorização

do profissional do ensino, as precárias condições de trabalho do professor, a qualidade dos

conteúdos desenvolvidos em sala de aula, a ênfase excessiva na Física clássica e o quase

total esquecimento da Física moderna, o enfoque demasiado na chamada Física matemática

em detrimento de uma Física mais conceitual, o distanciamento entre o formalismo escolar

e o cotidiano dos alunos, a falta de contextualização dos conteúdos desenvolvidos com as

questões tecnológicas, a fragmentação dos conteúdos e a forma linear como são

desenvolvidos em sala de aula, sem a necessária abertura para as questões

interdisciplinares, a pouca valorização da atividade experimental e dos saberes do aluno, a

própria visão da ciência, e da Física em particular, geralmente entendida e repassada para o

aluno como um produto acabado, (BONADIMAN & NONENMACHER, 2003).

O ensino de Física tem-se realizado freqüentemente mediante a apresentação de

conceitos, leis e fórmulas, de forma desarticulada, distanciados do mundo vivido pelos

alunos e professores e não só, mas também por isso, vazios de significado. Privilegia a

teoria e a abstração, desde o primeiro momento, em detrimento de um desenvolvimento

gradual da abstração que, pelo menos, parta da prática e de exemplos concretos (BRASIL,

1999).

Um dos aspectos fundamentais no ensino da Física, que é de cunho teórico-

metodológico capaz de motivar o aluno para o estudo e, deste modo, propiciar a ele

condições favoráveis para o gostar, e para o aprender, está relacionado com a percepção

que o estudante tem da importância, para a sua formação e para a sua vida, dos conteúdos

desenvolvidos em sala de aula. Essa importância fica evidenciada para o aluno se o

professor atribuir significado à Física por ele ensinada na escola, satisfazendo, dessa

forma, parte da curiosidade do estudante, que comumente é explicitada pela conhecida

pergunta: para que serve isso, professor? (BONADIMAN & NONENMACHER, 2003).

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2.2 O Laboratório tradicional.

Para um país onde uma fração considerável dos estudantes nunca teve a

oportunidade de entrar em um laboratório de ciências, pode parecer um contra-senso

questionar a validade de aulas práticas, especialmente porque na maioria das escolas elas

simplesmente não existem. De fato, há uma corrente de opinião que defende a idéia de que

muitos dos problemas do ensino de ciências se devem à ausência de aulas de laboratório.

Para os que compartilham desta opinião, uma condição necessária para a melhoria da

qualidade de ensino consiste em equipar as escolas com laboratórios e treinar os

professores para utilizá-los. Entretanto, mesmo nos países onde a tradição de ensino

experimental está bem sedimentada, a função que o laboratório pode, e deve ter, bem como

a sua eficácia em promover as aprendizagens desejadas, têm sido objeto de

questionamentos, o que contribui para manter a discussão sobre a questão há alguns anos

(WHITE, 1996).

Esse assunto é bastante relevante no que tange à experimentação no Ensino de

Física, se for levado em conta que em muitos casos professores incentivam seus alunos a

obterem “resultados corretos”, previamente determinados. Irregularidades ou resultados

inesperados são desprezados. Experiências são repetidas até que “produzam” resultados

desejáveis. Com esse tipo de abordagem, promovem uma atitude contrária à desejável na

prática científica, bem como no ensino. São deixadas de lado irregularidades que poderiam

ser objeto de novas pesquisas e possibilitariam o desenvolvimento de hipóteses, estratégias

de investigação e, portanto, novas habilidades por parte dos estudantes (FERREIRA,

2008).

Já há bastante tempo as propostas de renovações curriculares no Brasil enfatizavam

a necessidade de intensificar a experimentação no ensino de ciências e de física. Na

prática, no entanto, pouco se notou de significativo em termos de mudanças ao longo dos

anos (MOREIRA & AXT, 1986). O ensino científico, que tem sido oferecido em nossas

escolas nas séries iniciais, mostra-se inadequado para que nossos alunos possam

compreender que a física está presente em grande parte nas tecnologias que são utilizadas

no nosso dia a dia. Isso demonstra a necessidade de se buscar novas formas de ensinar

ciências e abandonar esse modelo pedagógico tradicional e estático, que não estimulam os

alunos a gostarem de ciência e física. (SCHROEDER 2007).

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Na verdade, o que se observa, em um sentido mais amplo, é que qualquer proposta

metodológica de ensino que apresente certo cunho inovador em relação ao modelo

tradicional, dificilmente é implementada de forma integral na escola, nem mesmo quando o

professor dispõe de boas condições pedagógicas, de recursos, materiais didáticos razoáveis

e de um relativo compromisso em relação a tal modelo de ensino (SCHROEDER, 2007).

Ainda no início da década de 1990, variados argumentos procuravam justificar o

uso do laboratório na escola: motivação, possibilidade de superar dificuldades de

aprendizagem e aproximar o ensino das características do trabalho científico,

desenvolvimento de habilidades e estratégias com efeitos generalizáveis, oportunidades de

identificar e suprir as concepções alternativas dos alunos (MARANDINO, 2003).

Mesmo tendo uma participação ativa, a liberdade de ação do aluno é bastante

limitada, assim como seu poder de decisão. Isto porque ele fica tolhido, seja pelo tempo de

permanência no laboratório, seja pelas restrições estabelecidas no roteiro, seja pela

impossibilidade de modificar a montagem experimental (FILHO, 2000).

Os experimentos, devido ao seu grau de estruturação, reduzem o tempo de reflexão

do aluno, assim como a decisão a ser tomada sobre a próxima ação ou passo experimental.

Variáveis a serem observadas e o que medir e como medir foge totalmente da esfera de

decisão dos alunos, pois tudo está receitado no guia ou roteiro experimental. Outra

característica comum é que o relatório experimental é o ápice do processo. Tudo é dirigido

para a tomada dos dados, elaboração de gráficos, análise dos resultados e comentários

sobre erros experimentais (FILHO, 2000).

O laboratório com matérias de baixo custo e reciclado é uma proposta que vem de

encontro ao laboratório tradicional, pois não apresenta a rigidez organizacional deste. A

ênfase não é a verificação ou a simples comprovação de leis ou conceitos explorados com

exaustão no laboratório tradicional. Sua dinâmica de trabalho possibilita ao estudante

trabalhar com sistemas físicos, verificar a importância de alguns materiais reciclados,

oportunizando a resolução de problemas cujas respostas não são pré-concebidas,

adicionado ao fato de poder decidirem quanto ao esquema e ao procedimento experimental

a ser adotado, como forma de compreender que a física está presente em seu cotidiano.

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2.3 A experimentação no ensino de Física.

Desde a década de 60 várias tentativas foram feitas para estimular e desenvolver o

ensino de ciências e de física nas escolas. A preocupação de desenvolver atividades

práticas começou a ter presenças marcantes nos projetos de ensino e nos cursos de

formação de professores, tendo sido produzidos vários materiais didáticos desta tendência

(MELO, 2000). O objetivo fundamental no ensino de ciências naturais passou a ser dar

condições para o aluno vivenciar o que se denominava método científico, bem como a

técnica de observação e a construção de hipóteses, trabalhando de forma a redescobrir

conhecimentos (BRASIL, 1998)

Nessa direção, o entendimento da natureza da ciência de modo geral e da física em

especial constitui um elemento fundamental à formação do cidadão. As Propostas que tem

sido formulada para o encaminhamento de possíveis soluções indicam a orientação de se

desenvolver uma educação voltada para a participação plena dos indivíduos, que devem

estar capacitados a compreender os avanços tecnológicos atuais e atuar de modo

fundamentado, consciente e responsável diante de suas possibilidades de interferência nos

grupos sociais em que convivem (TOMAZ, 2000).

As dificuldades e problemas que afetam o sistema de ensino em geral e

particularmente o ensino de Física não são recentes e tem sido diagnosticado ha muitos

anos, levando diferentes grupos de estudiosos e pesquisadores a refletirem sobre suas

causas e conseqüências (ARAÚJO & ABIBE, 2003).

Em outras palavras, interessa sim que o aluno aprenda física, mas interessa também

que, juntamente, aprenda os instrumentos gerais que acompanham o aprendizado da física.

Em certa medida isto sempre poderia ter sido recomendado, mas trata-se de explicitar e

reforçar tal fato. O mesmo vale dizer de elementos históricos, éticos e estéticos,

indiscutivelmente presentes na física, mas cujo aprendizado nem sempre foi tomado como

objetivo, senão como elemento de motivação, como adorno ou complemento cultural, já

que o sentido central do aprendizado de outra natureza era geralmente propedêutico, ou

seja, só vinha a fazer sentido em etapas posteriores à escolarização (MENEZES, 2000).

De modo convergente a esse âmbito de preocupações, o uso de atividades

experimentais como estratégia de ensino de física tem sido apontado por professores e

alunos como uma das maneiras mais frutíferas de minimizar as dificuldades de se aprender

e de ensinar física de modo significativo e consistente. Nesse sentido, no campo das

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19

investigações nessa área pesquisadores têm apontado em literatura nacional recente a

importância das atividades experimentais (MORAES & MORAES, 2000). Embora seja

praticamente consensual seu potencial para uma aprendizagem significativa, observa-se

que a experimentação é proposta e discutida na literatura de maneira bastante diversa

quanto ao significado que essas atividades podem assumir em diferentes contextos e em

diferentes aspectos (LABURÚ & ARRUDA, 1996).

Assim, apesar da pesquisa sobre essa temática revelar diferentes tendências e

modalidades para o uso da experimentação, essa diversidade, ainda pouco analisada e

discutida, não se explicita nos materiais de apoio aos professores. Ao contrário do

desejável, a maioria dos manuais de apoio ou livros didáticos disponíveis para auxílio do

trabalho dos professores consiste ainda de orientações do tipo “livro de receitas”,

associadas fortemente a uma abordagem tradicional de ensino, restritas a demonstrações

fechadas e a laboratórios de verificação e confirmação da teoria previamente definida, o

que sem dúvida, está muito distante das propostas atuais para um ensino de Física

significativo e consistente com as finalidades do ensino no nível médio (ARAÚJO &

ABIBE, 2003).

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20

2.4 O Uso de Materiais de Baixo Custo.

O lixo é definido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como o

“resto de atividade humana considerada pelos geradores como inútil, indesejável ou

descartável, podendo se apresentar como sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja

passível de tratamento”. Mas na verdade, muito do suposto lixo gerado é perfeitamente

reciclável, mas por falta de sua correta destinação, diariamente milhões de quilos são

desperdiçados e ainda comprometem os mananciais e a vida útil dos aterros sanitários

espalhados em todo país (FERREIRA & RABELO, 2004).

A necessidade de despertar a população para a importância da coleta seletiva e da

reciclagem é urgente para que o lixo deixe de ser um problema tão oneroso para os cofres

públicos e principalmente para o meio ambiente e se torne um aliado, inclusive servindo de

matéria-prima e evitando o desgaste da natureza (GROSSI & VALENTE, 2001).

Os materiais de baixo custo são aqueles que constituem um tipo de recursos que

apresentam as seguintes características: são simples, baratos e de fácil aquisição. São

materiais que facilitam o processo de ensino-aprendizagem, pois são utilizados, para a

realização dos trabalhos experimentais, que são indispensáveis no ensino de física.

As escolas não podem ficar esperando, de braços cruzados, que sejam implantados

amplos laboratórios com todo material do qual necessitam para ter aluas práticas. Isso não

acontecerá. É preciso então, buscar formas alternativas: experimentar na sala de aula

mesmo ou fora dela, juntar material aqui e acolá que possam ser reaproveitados e

reciclados, envolver os alunos na confecção dos experimentos, para que se consiga

melhorar o ensino das atividades práticas em física (ARRIBAS, 1998).

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21

3. OBJETIVOS:

a. Objetivo Geral

• Mostrar aos alunos a importância da experimentação em sala de aula, de forma que

ele consiga explicar os fenômenos físicos que ocorrem em sua volta possibilitando-

o discutir as relações de ciência, tecnologia, sociedade e ambiente, para que ele

tenha uma melhor compreensão dos conteúdos abordados pelo professor.

b. Objetivos Específicos:

• Instigar o aluno ao conhecimento científico, tendo como base a experimentação

(aula prática).

• Melhorar o ensino de física, tirando o estereótipo de que é uma matéria somente de

fórmulas e cálculos matemáticos (aula teórica).

• Estimular, dentro da escola, a realização de feiras de ciências e mostras

pedagógicas para que a escola interaja entre si e com a comunidade.

• Estabelecer uma relação direta entre o conhecimento empírico e o conhecimento

científico relativo à experimentação.

• Evidenciar a viabilidade da utilização de materiais de baixo custo na construção dos

experimentos.

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22

4. METODOLOGIA

4.1 Áreas de estudo.

O presente trabalho teve como área de estudo as Escola Tiradentes e Raimunda

dos Passos dos Santos, localizadas nos bairros Centro e Novo Horizonte respectivamente,

na cidade de Macapá-AP (FIGURA 01).

Figura 01- Fachada das Escolas - (A) Escola Tiradentes; (B) Escola Raimunda dos Passos.

4.2 Elaboração e distribuição dos questionários.

Foi aplicado um questionário aos alunos, referente ao uso de experimentos de física

nas escolas com objetivo de obter informações na concepção dos alunos da importância da

experimentação no ensino de física (Anexo I)

Participaram como colaboradores do estudo 129 alunos do Ensino Médio das duas

escolas objeto de estudo. O levantamento do questionário realizado nas escolas

compreendeu-se no período de outubro e novembro de 2008.

4.3 Coleta e análise da utilização de experiências de física nas escolas.

A partir das respostas obtidas através dos questionários, os dados foram tabulados,

com a finalidade de identificar o grau de conhecimento dos alunos em relação ao tema em

estudo.

Os dados referentes aos questionários sobre a importância do uso de experimentos

em sala de aula foram tabulados e analisados utilizando-se o programa Excel do Office

D

B

A B

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23

2007. Utilizou-se a estatística descritiva (gráficos) para a demonstração das análises

realizadas.

4.4 Realizações das atividades nas Escolas.

Após o levantamento das informações referentes aos questionários aplicados, foram

realizadas aulas teóricas e aulas práticas (Realização de experimentos), como forma de

capacitar os alunos a adquirirem o conhecimento cientifico e compreenderem os processos

e métodos da ciência, relacionando a física no dia-a-dia.

4.4.1 Aulas teóricas.

As aulas teóricas foram realizadas em turmas de 1°, 2° e 3° anos do ensino médio

das duas escolas de forma expositiva e argumentativa, com o objetivo de preparar o aluno

para as atividades experimentais. Durante as aulas foram abordados os seguintes tópicos e

seus conceitos: Tensão superficial, Força de atrito, Pressão Atmosférica e

Eletromagnetismo.

4.4.2 Aulas práticas

As aulas práticas foram realizadas em sala de aula, falando da importância do uso

de materiais reciclados e de baixo custo na construção dos experimentos, como forma de

instigar o aluno ao hábito de desenvolver experimentos a partir dos conceitos físicos

aprendidos em sala de aula. Nas aulas práticas foram utilizados os seguintes experimentos:

Leite psicodélico, Submarino na garrafa, ventoinha que levita, eletroímã, levitação

magnética, helicóptero de plástico, câmera escura, motor elétrico, o poder do atrito.

4.5– Mostra pedagógica e mostra científica.

A mostra científica da Escola Raimunda dos Passos foi realizada no primeiro

semestre de 2008, com o objetivo de enfatizar a importância da experimentação entres os

alunos e professos da escola, tendo em vista que alguns professores levaram as suas turmas

ao refeitório da escola onde estava acontecendo o evento

Os experimentos mostrados em sala durante as aulas teóricas e práticas foram

expostos pelos alunos da turma de 2° ano do ensino médio na mostra pedagógica anual da

escola Tiradentes.

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4.6 – Materiais utilizados para a confecção dos experimentos.

Foram utilizados materiais de baixo custo e reciclados para a construção dos

experimentos, como: garrafas pets, taxinha, cartolina, papelão, estilete, tesoura, balões,

caixa de sapato, imãs, régua, canudinhos, isopor, ferramentas, fita adesiva, fios de cobre

(diametros variados), lente de lupa, tubos de PVC entre outros.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Quanto ao sexo dos entrevistados

Quanto ao sexo dos entrevistados foi observado que na Escola Tiradentes dos

entrevistados, 57 eram do sexo

Passos dos 54 entrevistados, 31 eram do sexo feminino e 23

129 entrevistados (FIGURA

Figura 02 – Distribuição por sexo dos

Fonte: Dados da pesquisa

5.2 Relações idade-

Quanto à relação idade

disparidade evidente nas turmas de 1°, 2° e 3° ano do ensino médio entre a Escola

Tiradentes e Raimunda dos Passos

das escolas. Percebemos que na

começam a estudar bem mais tarde já

para ajudar no sustento da família.

Pode-se observar também que o fato citado an

grande nível de reprovação nas series iniciais do ens

atrasa também seu ingresso no ensino médi

perspectiva de ingressar no ensino superior.

0

10

20

30

40

50

60

Escola Raimunda dos

Passos

23

31

RESULTADOS E DISCUSSÃO.

Quanto ao sexo dos entrevistados

Quanto ao sexo dos entrevistados foi observado que na Escola Tiradentes dos

eram do sexo feminino e 18 do sexo masculino. Na Escola

entrevistados, 31 eram do sexo feminino e 23 do sexo masculino

entrevistados (FIGURA 02).

Distribuição por sexo dos entrevistados.

Dados da pesquisa.

-série dos entrevistados.

relação idade – série dos entrevistados pôde se observar que há

nas turmas de 1°, 2° e 3° ano do ensino médio entre a Escola

Tiradentes e Raimunda dos Passos (FIGURAS 03, 04 e 05), tal diferença deve

ercebemos que na maioria das escolas que ficam nas periferias os alu

começam a estudar bem mais tarde já que há entre eles um grande número

para ajudar no sustento da família.

se observar também que o fato citado anteriormente leva esses alunos a

grande nível de reprovação nas series iniciais do ensino fundamental, o que por sua vez

atrasa também seu ingresso no ensino médio e dificilmente estes alunos tê

perspectiva de ingressar no ensino superior.

Escola Raimunda dos Escola Tiradentes

18

31

57

Homens

Mulheres

25

Quanto ao sexo dos entrevistados foi observado que na Escola Tiradentes dos 75

. Na Escola Raimunda dos

do sexo masculino, totalizando

vistados pôde se observar que há uma

nas turmas de 1°, 2° e 3° ano do ensino médio entre a Escola

tal diferença deve-se à localização

maioria das escolas que ficam nas periferias os alunos

um grande número que trabalha

teriormente leva esses alunos a um

ino fundamental, o que por sua vez,

o e dificilmente estes alunos têm alguma

Mulheres

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O fato mais grave é que muitos alu

diversos fatores o que mais chama atenção é a falta de estrutura do prédio onde

a escola Raimunda dos P

insuportável, já na escola Tiradentes, localizada

o colégio tem uma infra-estrutura adequada para receber os alunos

diretamente na motivação e no rendimento dos

Relacionando os resultados dos gráficos podemos ver q

está entre 14 e 15 na Escola Tiradentes e entre 17 e 18 na Raimunda dos Passos, no 2° ano

entre 14 e 16 no Tiradentes e 16 e 19 no Raimunda dos Passos e no 3° ano entre 15 e 17 no

Tiradentes e entre 19 e 23 no Raimunda dos Passos. Estes dados obtidos através da

aplicação do questionário confirmam as informações citadas anteriormente.

Figura 03: Representação da relação idade

Fonte: Dados da pesquisa

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

14 15

1

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

14 15

1

14

O fato mais grave é que muitos alunos nem terminam o ensino médio. E

diversos fatores o que mais chama atenção é a falta de estrutura do prédio onde

Raimunda dos Passos. As salas são superlotadas e durante o dia

, já na escola Tiradentes, localizada no centro, todas as salas são c

estrutura adequada para receber os alunos. Tais

na motivação e no rendimento dos alunos.

Relacionando os resultados dos gráficos podemos ver que no 1° ano a faixa etária

na Escola Tiradentes e entre 17 e 18 na Raimunda dos Passos, no 2° ano

entre 14 e 16 no Tiradentes e 16 e 19 no Raimunda dos Passos e no 3° ano entre 15 e 17 no

Tiradentes e entre 19 e 23 no Raimunda dos Passos. Estes dados obtidos através da

questionário confirmam as informações citadas anteriormente.

Representação da relação idade – série dos alunos do 1˚Ano.

Dados da pesquisa.

15 16 17 18

8

13

18

Escola Raimunda dos

Passos

Escola Tiradentes

16 17 18 19

5

12

3

1

14

18

Escola Raimunda dos

Passos

Escola Tiradentes

26

nos nem terminam o ensino médio. Entre

diversos fatores o que mais chama atenção é a falta de estrutura do prédio onde se localiza

superlotadas e durante o dia o calor é

todas as salas são climatizadas e

ais fatos influenciam

ue no 1° ano a faixa etária

na Escola Tiradentes e entre 17 e 18 na Raimunda dos Passos, no 2° ano

entre 14 e 16 no Tiradentes e 16 e 19 no Raimunda dos Passos e no 3° ano entre 15 e 17 no

Tiradentes e entre 19 e 23 no Raimunda dos Passos. Estes dados obtidos através da

questionário confirmam as informações citadas anteriormente.

Escola Raimunda dos

Escola Tiradentes

Escola Raimunda dos

Escola Tiradentes

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Figura 04: Representação da relação idade

Fonte: Dados da pesquisa

Figura 05: Representação da relação idade

Fonte: Dados da pesquisa

5.3 Coleta e análise da

experiências de física nas escolas.

5.3.1 Quanto ao

Figura 06: Representação

Fonte: Dados da pesquisa

Foi indagado aos alunos se o professor

dar suporte ao ensino de física,

Escola Tiradentes e Escola Raimunda dos passos, respectivamente

professor não utiliza experimento em sala de aula (FIGURA 06).

A importância do trabal

lugar central no seu ensino

0

2

4

6

8

10

12

14

15 16 17

1

14

8

Representação da relação idade – série dos alunos do 2˚Ano.

Dados da pesquisa.

Representação da relação idade – série dos alunos do 3˚Ano.

Dados da pesquisa.

Coleta e análise das respostas dos questionários sobre a

experiências de física nas escolas.

Quanto ao uso de experimentos em sala de aula.

Representação do uso de experimentos em sala de aula.

Dados da pesquisa

aos alunos se o professor utilizava experimentos em sala de aula para

de física, pode se observar que 90,33% e 90,74% dos alunos da

Escola Tiradentes e Escola Raimunda dos passos, respectivamente, responderam que o

iza experimento em sala de aula (FIGURA 06).

A importância do trabalho prático é inquestionável na ciência e deveria ocupar

(SMITH, 1998). No entanto, o aspecto formativo das atividades

17 18 19 20 21 22 23

1

3

4

3

1

8

Escola Raimunda dos

Passos

Escola Tiradentes

27

s respostas dos questionários sobre a utilização de

experimentos em sala de aula para

e 90,74% dos alunos da

responderam que o

cia e deveria ocupar

). No entanto, o aspecto formativo das atividades

Escola Raimunda dos

Escola Tiradentes

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28

práticas experimentais tem sido negligenciado, muitas vezes, ao caráter superficial,

mecânico e repetitivo em detrimentos aos aprendizados teórico-práticos que se mostrem

dinâmicos, processuais e significativos (SILVA & ZANON, 2000). De acordo com Borges

(1997), os estudantes não são desafiados a explorar, desenvolver e avaliar as suas próprias

idéias e que os currículos de ciências não oferecem oportunidades para abordagem de

questões acerca da natureza e propósitos da ciência e da investigação científica.

5.3.2 Quanto ao laboratório de ciências.

Figura 07: Quanto ao laboratório de ciências.

Fonte: Dados da pesquisa

Foi perguntado aos alunos se sua escola possui laboratório de experimentação, pode-se

observar que 96% e 81,48% dos alunos da Escola Tiradentes e Escola Raimunda dos

passos, respectivamente, responderam que a escola não possui laboratório de prática

experimental, no entanto pode se observar que 4% e 18,52% dos alunos da Escola

Tiradentes e Escola Raimunda, respectivamente responderam que tem laboratório de

experimentação (FIGURA 07).

Na realidade o que existe na escola Tiradentes é o espaço físico sem nenhum

equipamento de experimentação, e na Raimunda dos Passos existe um kit móvel de

experiências, mas que durante o ano letivo o professor não utilizou junto aos alunos.

Várias escolas dispõem de alguns equipamentos e laboratórios que, no entanto, por

várias razões nunca são utilizados, dentre as quais cabe mencionar o fato de não existirem

atividades já preparadas para o uso do professor; falta de recursos para compra de

componentes e materiais de reposição; falta de tempo do professor para planejar a

realização de atividades como parte de seu programa de ensino; laboratório fechado e sem

manutenção (BORGES 2002).

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5.3.3 Quanto da abordagem da física no cotidiano

Figura 08: Representação da abordagem da física no cotidiano.

Fonte: Dados da pesquisa

Foi perguntado aos alunos se eles conseguem perceber e/ou explicar os fenômenos

físicos a sua volta, pode se observar que 56% dos alunos da Escola Estadual Tiradentes são

capazes de explicar os fenômenos físicos a sua volta, porém o mesmo questionamento

aplicado na outra escola (Raimunda dos Passos), mostra que 68,52% dos alunos não têm a

mesma facilidade de identificar e explicar tais fenômenos (FIGURA 08).

Esta disparidade nos resultados esta ligada a inúmeros fatores, principalmente:

• A localização das escolas;

• Motivação dos professores;

• Acesso a materias didáticos (livros, revistas científicas, internet, etc.)

É importante verificar que apesar de 56% dos alunos da escola Tiradentes, serem

capazes de identificar e/ou explicarem os fenômenos a sua volta, 44% deles não têm a

mesma facilidade, o que nos leva a perceber que não se pode deixar levar pela maioria e

desconsiderar os alunos que apresentam tais dificuldades. Da mesma forma, 31,48% dos

alunos da Raimunda dos Passos conseguem verificar os fenômenos.

Segundo Utges (2003), “o professor deve fazer com que o aluno veja os fenômenos

do seu dia-a-dia com outros olhos, com um embasamento teórico.” Isto quer dizer que a

física, neste enfoque, deve explicar o que acontece fenomenologicamente na natureza.

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5.3.4 Quanto à experimentação com materiais de baixo custo.

Figura 09: Representação quanto a experimentação com material de baixo custo

Fonte: Dados da pesquisa

Nota-se que nas duas escolas a experimentação com material de baixo custo atingiu

níveis muito baixos não chegando sequer a 50% (FIGURA 09).

Entre professores de ciências, é senso comum que atividades experimentais

geralmente carreguem grande expectativa para os alunos. Ademais, comenta White (1996,

p. 766) que eventos vívidos e raros não são esquecidos. Servindo-nos dessas constatações,

torna-se de interesse evocar, dentro de uma idéia mais geral de estratégia de ensino, o uso

de apropriados experimentos que estimulem o aluno na sala de aula, a engajar-se no

conteúdo.

A figura 09 nos mostra que na escola Tiradentes apenas 36% dos alunos relataram

já ter feito algum tipo de experiência e na escola Raimunda dos Passos apenas 40,74%.

Dado que reforça ainda mais a carência da experimentação em sala de aula.

É um equivoco corriqueiro confundir atividades práticas com a necessidade de um

ambiente com equipamentos especiais para a realização de trabalhos experimentais, uma

vez que podem ser desenvolvidas em qualquer sala de aula, sem a necessidade de

instrumentos ou aparelhos sofisticados (BORGES, 2002).

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5.3.5 Quanto ao uso de experimentos que facilitam o ensino da física.

Figura 10: Representação do uso de experimentos que facilitam o ensino da física.

Fonte: Dados da pesquisa

É praticamente unânime a necessidade que os alunos sentem de ter aulas práticas, com

experimentos, para dar suporte à aula teórica, deixando-a mais interessante e mais fácil de

ser assimilada, isso pode ser comprovado analisando a (FIGURA 10), pois, 96% e 100%

dos alunos da Escola Tiradentes e Escola Raimunda dos Passos respectivamente,

responderam que a experimentação facilita o ensino de física.

Graças às atividades experimentais, o aluno é incitado a não permanecer no mundo dos

conceitos e no mundo das “linguagens”, tendo a oportunidade de relacionar esses dois

mundos com o mundo empírico. Compreendem-se, então, como as atividades

experimentais são enriquecedoras para o aluno, uma vez que elas dão um verdadeiro

sentido ao mundo abstrato e formal das linguagens (SÉRÉ; COELHO; NUNES, 2003).

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5.3.6 – Quanto à construção de experimentos pelos alunos com o auxílio do

professor.

Figura 11: Representação da construção de experimentos pelos alunos com o auxilio do professor.

Fonte: Dados da pesquisa

Pode-se observar que 96% e 92,59% dos alunos da Escola Tiradentes e Raimunda

dos Passos, respectivamente, conseguiriam montar experimentos e explicá-los com o

auxilio do professor, 4% e 7,41% dos alunos da Escola Tiradentes e Raimunda dos Passos,

respectivamente não conseguiriam montar os experimentos (FIGURA 11).

A construção de experimentos realizados pelos alunos levará a uma melhor

compreensão dos assuntos abordados em sala de aula, já que o aluno participará

diretamente da construção do ensino, tendo contato com a montagem do experimento e

seguindo os passos que serão indicados pelo professor.

A experimentação deve ser vista como um contexto importante na obtenção de

informações (observações e medidas) e na produção de idéias que constituem uma das

bases de apoio no processo de formação do saber. A construção do conhecimento pelo

aluno, mediada pelo professor, deve ser feita através da inter-relação experimento- teoria -

cotidiano para que o aluno seja capaz de auto-construir seu conhecimento científico

(BONADIMAN & NONENMACHER, 2003).

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5.4 – Realizações das atividades nas escolas.

5.4.1 – Das aulas teóricas.

Em relação às aulas teóricas realizadas com os alunos, pôde-se observar que os

assuntos abordados foram em grande parte absorvidos pelos alunos, já que após a aula foi

reservado um tempo onde os alunos tiveram a liberdade de perguntar e também de serem

questionados sobre os conteúdos que foram abordados.

Os alunos tiveram bastante autonomia para participar das aulas. Pois como afirma

Oliveira, (1996), “normalmente há poucas oportunidades do aluno falar. Este só fala

quando o professor pergunta e não se cria um clima de confronto cognitivo”, onde

conseqüentemente a participação dos alunos nas aulas fica muito limitada. No entanto, no

decorrer de todas as atividades desenvolvidas os alunos foram sempre participativos e

ativos, mostrando-se mais interessados e entusiasmados a entender os assuntos abordados.

Durante as aulas evidenciou-se a problemática da carência da experimentação no

ensino de física relacionada a fenômenos vividos cotidianamente pelos alunos e o

conhecimento científico existente sobre os mesmos.

Figura 12: Etapas das aulas teóricas: (A) e (B) Escola Tiradentes; (C) e (D), Escola Raimunda dos

Passos.

A

C D

A B

C D

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Durante as aulas foram abordados os seguintes tópicos e seus conceitos:

� Tensão superficial: é um efeito que ocorre na camada superficial de um líquido

que leva a sua superfície a se comportar como uma membrana elástica, de modo

que dependendo da densidade de um objeto colocado no líquido ele pode ou

não afundar.

� Força de atrito: é uma força de resistência que atua entre dois corpos ou entre

o corpo e a superfície em que ele se encontra, tal força é sempre contrária ao

movimento e depende da força normal (N). Quanto maior a força normal (força

de contato), maior o atrito.

� Pressão Atmosférica: o conceito de pressão atmosférica foi associado tanto

com a hidrostática quanto com a temperatura e o volume utilizando as leis da

mecânica e termodinâmica.

� Eletromagnetismo: dentro deste conteúdo foram abordados diversos assuntos

que estão intimamente relacionados. A corrente elétrica que gera um campo

magnético, o próprio campo magnético e o estudo das linhas de campo, a

atração ou repulsão dependendo dos pólos do imã.

A educação em Ciências deve proporcionar aos estudantes a oportunidade de

desenvolver capacidades que neles despertem a inquietação diante do desconhecido,

buscando explicações lógicas e razoáveis, levando os alunos a desenvolverem posturas

críticas, realizar julgamentos e tomar decisões fundamentadas em critérios objetivos,

baseados em conhecimentos compartilhados por uma comunidade escolarizada (BIZZO,

1998).

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5.4.2 - Das aulas práticas.

Quanto aos resultados obtidos das atividades práticas, verificou-se que os alunos

mostraram-se mais dispostos a participarem das experiências, já que foram instigados

durante as aulas teóricas a comprovarem a veracidade dos conteúdos. Durante as aulas

práticas os alunos participaram diretamente, manuseando os experimentos o que lhes deu a

oportunidade de ter uma relação íntima com cada experimento e seu respectivo conceito

físico, deste modo, o aluno é levado a perceber que é capaz de construir experimentos de

acordo com a base teórica dada em sala de aula, e isso com certeza levará a turma a uma

mudança de postura diante do ensino da física.

As atividades experimentais na perspectiva construtivista são organizadas levando em

consideração o conhecimento prévio dos alunos. Adotar esta postura construtivista

significa aceitar que nenhum conhecimento é assimilado do nada, mas deve ser construído

ou reconstruído pela estrutura de conceitos já existentes. Deste modo, a discussão e o

diálogo assumem um papel importante e as atividades experimentais combinam,

intensamente, ação e reflexão (ROSITO, 2003).

Nas aulas práticas foram utilizados os seguintes experimentos:

� Leite psicodélico – tal experimento trata da tensão superficial do leite e

funciona da seguinte forma: é colocado leite liquido dentro de um prato fundo,

em seguida pingam-se corantes (anilina), de diferentes cores, em diferentes

pontos da superfície do leite, observa-se então que os corantes não se misturam

entre si e nem no leite, após todos os alunos terem observados pingamos na

superfície do leite o detergente liquido que além de quebrar a tensão superficial

quebra também a gordura do leite fazendo com que os corantes se misturem no

leite e entre si, causando uma “dança de cores” muito interessante.

� Submarino na garrafa – enche-se com água uma garrafa pet de 2 litros e uma

ampola, a garrafa pet deve ficar completamente cheia e a ampola até pela

metade, coloca-se a ampola, com a abertura pra baixo, dentro da garrafa pet, é

importante que a densidade da ampola nesse momento seja menor que a da

água. Feito isso se tampa a garrafa e nota-se que a ampola está na parte de cima

da garrafa, após pedimos pra que o aluno aperte a garrafa, percebemos que a

ampola submerge rapidamente, diante deste fato explicamos ao aluno que ao

apertar a garrafa ele faz com que um volume de água dentro da ampola aumente

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o que torna sua densidade maior que da água, fazendo com que a ampola

afunde.

� Ventoinha que levita – este experimento é feito baseando-se no conceito da

diferença de pressão. Primeiramente recortamos um quadrado de lado igual a

nove centímetros feito de cartolina, nesse quadrado serão feitas quatro dobras

nas bordas medindo cinco centímetros cada dobra e por fim é fixada uma

taxinha bem no centro. O próximo passo é recortar um círculo de papelão com

dois centímetros de raio e fazer no centro deste círculo um orifício do diâmetro

de um canudo, coloca-se o canudo dentro do orifício de forma que ele não fique

com nenhuma folga. Então se coloca uma taxinha dentro do canudo e pedimos

que os alunos soprassem para ver os resultados.

� Levitação magnética – este experimento baseia-se no conceito de campo

magnético, onde um lápis com dois imãs nas pontas levita no meio de outros

dois imãs maiores.

� Eletroímã – experimento que tem com base teórica a indução magnética

através de um campo elétrico, já que enrolamos em um prego um fio de cobre,

formando no prego uma espira, depois conectamos as pontas do fio em uma

pilha, a corrente que passara pelo fio transformará o prego em um imã.

� Motor elétrico – são associados os conceitos de campo magnético e campo

elétrico e o conceito da indução eletromagnético onde uma espira de cobre gira

(Força mecânica) quando sujeitada a uma corrente elétrica proveniente de uma

pilha e também sujeita ao campo magnético de um imã.

� Câmera escura – baseia-se no princípio fundamental da propagação retilínea

da luz onde a lente acoplada a uma caixa reflete a imagem de forma invertida.

� Helicóptero de plástico – baseia-se na aerodinâmica encontrada em aviões e

helicópteros que usam princípios básicos da pressão atmosférica para conseguir

voar.

� O poder do atrito – coloca-se uma entre a outra as páginas de duas revistas e

pede-se ao aluno que ele tente separar as revistas, ele percebe que o atrito entre

cada página dificulta a separação das revistas.

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� Aulas práticas na Raimunda dos Passos.

Figura 13: Alunos executando as experiências nas aulas práticas.

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� Aulas práticas no Tiradentes.

Figura 14: Alunos executando as experiências nas aulas práticas

As pesquisas sobre ensino-aprendizagem de Ciências produziram evidências de que as

crianças trazem para a escola um conjunto de concepções sobre vários aspectos do mundo,

mesmo antes de qualquer introdução à ciência escolar. Essas concepções alternativas são

adquiridas a partir de sua inserção na cultura comum e da experiência cotidiana com

fenômenos e eventos, e, freqüentemente, interferem com a aprendizagem das idéias

científicas. A psicologia cognitiva tem contribuído, junto com a pesquisa em ensino e

aprendizagem de Ciências, para a análise da prática educacional. Entretanto, pela própria

complexidade da questão, o que tem sido possível fazer é a obtenção de diretrizes muito

genéricas sobre como ensinar e como contribuir para a aprendizagem escolar, o que é ainda

muito distante das expectativas excessivamente otimistas da década de 50. Uma dessas

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recomendações, a qual exprime a idéia básica das concepções construtivistas de que o

aluno constrói seu próprio conhecimento através da ação é a de que os processos

educacionais devem respeitar e favorecer a atividade do estudante, e que esta deve ser o

centro do processo de aprendizagem. (COLL, 1987)

5.5 – Da Mostra Pedagógica e Mostra científica nas escolas.

Os experimentos mostrados em sala durante as aulas práticas foram expostos nas

duas escolas através de uma mostra cientifica (Escola Raimunda dos Passos) e de uma

mostra pedagógica (Escola Estadual Tiradentes). Segundo Valadares (2001), o objetivo da

construção de experimentos é criar um verdadeiro ateliê científico e tecnológico, um

ambiente instigante onde os alunos se sintam estimulados a trabalhar em equipe e a

desenvolver novas idéias, associando conceitos básicos da física a projetos práticos. Um

dos desafios é a realização de projetos inovadores utilizando materiais reciclados e de

baixo custo, o que torna a nossa a proposta acessível a todas as escolas.

� Escola Estadual Raimunda dos Passos

A mostra científica da Escola Raimunda dos Passos foi realizada no primeiro semestre

de 2008, organizada pelo professor Emanuel Thiago com a colaboração dos acadêmicos:

Fábio Sardinha, André Pires, Márcio Guimarães, Kleison Batista, Hilkias Penha e Daniele

Ramalho, com o objetivo de enfatizar a importância da experimentação entres os alunos e

professores da escola, tendo em vista que alguns professores levaram as suas turmas ao

refeitório da escola onde estava acontecendo o evento.

Figura 15: Alunos executando as experiências na mostra científica.

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� Escola Estadual Tiradentes:

Na Escola Tiradentes os experimentos foram expostos pelos alunos da turma de 2° ano do

ensino médio na mostra pedagógica anual da escola. Nesta mostra foi possível confirmar

que os alunos assimilaram melhor o conhecimento, pois tiveram a oportunidade de

manusear os experimentos identificando as leis da física encontradas nos mesmos, ou seja,

o professor precisa colocar o aluno na forma de participante ativo no desenvolvimento do

ensino, para que possa explorar toda a capacidade e criatividade que os alunos trazem

consigo. Pois, deve-se levar em consideração que o conhecimento científico que o aluno

precisa adquirir depende diretamente da experimentação do conhecimento empírico que ele

possui.

Figura 16: Demonstração dos trabalhos científicos realizados na mostra pedagógica.

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5.6 – Materiais Utilizados.

Foram utilizados diversos materias de fácil acesso, recicláveis e de baixo custo como

garrafas Pets, canudinho, tesoura, cola fita adesiva, imãs, entre outros (FIGURA 17).

FIGURA 17: Demonstração dos materiais para a construção dos experimentos.

A aplicação destes materiais se deu de forma que o aluno pudesse evidenciar que

dentro da sua casa ele pode ter um laboratório de física, basta que o mesmo seja

incentivado a pensar deste jeito. Durante a aplicação das aulas práticas fizemos questão de

mostrar ao aluno o material utilizado para que ele assuma uma nova postura diante do

ensino da física.

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6. CO�CLUSÕES

� O aluno deve ser o objeto principal do processo de aprendizagem. É imprescindível

que o aluno participe diretamente do processo de ensino/aprendizagem. Quando o aluno

torna-se o foco principal do ensino sente-se à vontade para expor sua opinião e seus

conhecimentos acerca de fenômenos físicos que ele percebe à sua volta, nesse momento é

preciso que o professor cumpra seu papel e instigue o aluno explorando tais

conhecimentos, conciliando o empírico que vem do aluno com o conhecimento científico

abordado nos conteúdos da matéria. Conseguindo expor suas idéias, automaticamente, o

aluno ganha confiança e muda sua postura diante das aulas de física. Pode-se verificar que

com o auxílio de atividades experimentais o processo de ensino e aprendizagem pode se

tornar mais fácil, eficiente e prazeroso. Com a visualização do fenômeno, o aluno assimila

melhor o conceito explorado.

� Ter um laboratório equipado dentro das escolas públicas é muito caro, segundo o

poder público, este é maior impasse para a implantação de salas preparadas para aulas

práticas. Uma saída viável e satisfatória é a utilização de materiais reciclados e de baixo

custo na construção de experimentos, esta viabilidade está na facilidade com que se

puderam conseguir estes materiais, já que a maioria deles pode ser encontrada em casa ou

adquiridos a baixos preços. Neste processo de aquisição há uma união entre os professores

e os alunos já que tanto um quanto o outro irão participar de forma ativa na obtenção

destes materiais e depois na construção dos experimentos.

� Após participarmos diretamente do ensino da física durante um ano de pesquisa e um

ano e meio de estágio, tornou-se mais evidente que as dificuldades do ensino de física

estão em um nível muito elevado, o desinteresse dos alunos e a desmotivação dos

professores aumentam os índices de reprovação e conseqüentemente elevam também os

índices da evasão escolar. Os alunos adquirem certo preconceito sobre a matéria, fato que

os impede de percebê-la ao seu redor. É preciso quebrar a desmotivação dos professores

através de uma mudança de postura no ato de lecionar a física que nada mais é do que a

comprovação dos fenômenos que ocorrem em nosso cotidiano. É necessário que o

professor passe por uma reciclagem, pois se ele se sente produtivo o aluno melhora,

assimila o conteúdo fazendo com que diminua os índices de reprovação e desistência

escolar. A mudança de postura do professor e o interesse do aluno são, matematicamente

falando, diretamente proporcional.

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ANEXOS

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ANEXO 01

(Questionário)

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Universidade Federal do Amapá

Questionário

Local de execução: ____________________________________ Turma:______

Nome: ____________________________________

1º Idade_____________ Sexo: ____________

2º) Sua escola/professor utiliza experimentos para dar suporte ao ensino da física?

Sim ( ) não ( )

3º) Sua escola possui um laboratório de ciências?

Sim ( ) não ( )

4º) Você consegue perceber e/ou explicar os fenômenos físicos a sua volta?

Sim ( ) não ( )

5º) Você já montou ou fez algum tipo de experiência com materiais de baixo custo durante

as aulas?

Sim ( ) não ( )

6º) Você acha que a utilização de experimentos facilitaria o ensino da física?

Sim ( ) não ( )

7º) Você acha que, com o auxilio do professor, conseguiria montar experimentos e explicá-

los

Sim ( ) não ( )