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Armênio de Souza RangelFernando Garcia de FreitasAndrea Camara BandeiraSérgio Camara Bandeira

CapaAs fotos do relatório ilustram fábricas, empregados, produtos e algumas das principais aplicações do cloro e da soda: tratamento de piscina, tubos de PVC, equipamentos médicos e bolsas para sangue, tratamento de água, placas para circuitos eletrônicos, remédios, higiene pessoal, colchões e tecidos, corantes e pigmentos, acessórios para roupas, CD´s, autopeças e isolamento de cabos elétricos.

www.abiclor.com.br

Equipe

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Apresentação FIPE

Apresentação Abiclor

O Setor de Cloro-Álcalis- A cadeia produtiva de cloro-álcalis- Processo produtivo - Aplicações - Empresas do setor

Geração de Valor- Valor da produção- Destino da produção- Consumo de energia - Custos de produção- Geração de renda e emprego- Fornecedores

Sustentabilidade- Impostos e contribuições- Qualidade do emprego - Práticas do meio ambiente- Despesas sociais

Programas Sociais

4

6

8

15

24

31

Índice

Índi

ce

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4

Apresentação FIPEEste relatório tem por objetivo avaliar a contribuição socioeconômica das empresas de cloro-álcalis no Brasil. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas desenvolveu uma metodologia de pesquisa para mensurar a geração de renda e emprego nesse segmento industrial e as despesas sociais das empresas.Na sua primeira etapa, a pesquisa levantou informações junto às empresas associadas da Abiclor sobre sua produção, o destino setorial e regional de suas vendas, os indicadores econômico-financeiros de receitas, despesas e investimentos e as informações relativas aos projetos sociais das empresas. Essas informações foram complementadas e consolidadas com estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Ministério de Trabalho e Emprego para se ter um quadro consistente dessa atividade e sua contribuição para a economia brasileira.As informações e análises estão reportadas em três seções, que buscam apresentar ao público, de forma didática e direta, as principais características da cadeia produtiva do setor de cloro-álcalis. A primeira seção reúne um conjunto de informações acerca da cadeia do cloro e da soda cáustica no Brasil: sua estruturação, o processo produtivo, as tecnologias, as aplicações e seus usos e as empresas produtoras.

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Na sequência é analisada a geração de emprego e renda na indústria de cloro-álcalis, destacando o valor da produção, os custos, o valor adicionado e os empregos gerados. Os indicadores mostram uma indústria de produtividade elevada, mas que vem sofrendo com os aumentos de custos, principalmente o de energia elétrica.A terceira seção trás informações sociais e ambientais dessa indústria, indicando os níveis de impostos e contribuições pagos, a qualidade do emprego e renda gerados, as práticas do meio ambiente, as despesas sociais e os programas sociais patrocinados pelas empresas do setor. Os dados mostram uma indústria com arrecadação e despesas sociais elevadas, empregos de alta qualidade e sustentabilidade socioambiental.

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Apresentação AbiclorA Indústria Brasileira de Cloro, Álcalis e Derivados é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil por atender inúmeros segmentos da economia que se beneficiam dos produtos do nosso setor. Trata-se de um setor de alta tecnologia que vem incorporando ao longo do tempo avanços tecnológicos que garantem sua sustentabilidade, contribuindo de forma decisiva para operações com os mais elevados padrões de segurança, saúde, qualidade e respeito ao meio ambiente.As empresas são signatárias do Atuação Responsável®, um programa da indústria química mundial que promove o processo de melhoria contínua da indústria, gerenciado no Brasil pela Abiquim, Associação Brasileira da Indústria Química.Propiciamos geração de renda qualificada, dada à tecnologia envolvida em nossos processos. Geramos uma infinidade de empregos das mais variadas disciplinas, sejam estes direta ou indiretamente. Contribuímos de forma importante através dos impostos pagos pelo setor, em todos os níveis da administração pública, que fortalece e explicita também o caráter social de que gozamos. Esta publicação vem num momento oportuno para a nossa indústria, cujos desafios para o futuro são grandes. Se, de um lado, essa indústria passa por um momento delicado em função das incertezas da economia, de outro, há o desejo expresso da sociedade brasileira de universalização do saneamento básico. Esse é um desafio que exigirá muito da indústria de cloro álcalis e derivados, uma vez que maiores quantidades de cloro serão demandadas nesse contexto, seja para a eficaz desinfecção da água e esgoto, assim como para as tubulações de PVC (cuja resina consome aproximadamente 40% do total do cloro produzido), a serem empregadas nas redes de saneamento.

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Anibal do Vale Presidente

O Plano Nacional do Saneamento Básico (Plansab), aprovado e publicado em dezembro de 2013, propõe a universalização do saneamento básico brasileiro até 2033, ou seja, propõe investimentos nos próximos vinte anos suficientes para erradicar o déficit de saneamento, uma dívida histórica do país, e dar conta do crescimento do número de moradias nesses anos vindouros. Um ponto de preocupação crescente por parte do setor refere-se à escalada dos preços da energia elétrica no Brasil, nosso principal insumo, responsável por mais de 45% do custo total de produção, que vem reduzindo sobremaneira a competitividade dos produtores locais em relação aos mercados mundiais. Essa é uma questão que precisa ser endereçada e equacionada se quisermos manter o setor vivo e pujante, de forma a poder investir e crescer, atendendo a demanda de universalização do saneamento básico, por exemplo. Nosso setor segue investindo nas atualizações tecnológicas, visando a segurança de seus processos de produção, a preservação ambiental e a saúde de seus colaboradores. Ao editar este Balanço Socioeconômico, a Associação Brasileira da Indústria de Cloro, Álcalis e Derivados - Abiclor, fundada em agosto de 1968, tem como objetivo principal levar à sociedade brasileira informações que possibilitem uma melhor compreensão da dimensão, importância e contribuição do setor para o desenvolvimento sustentável brasileiro. Nas páginas que se seguem, os leitores encontrarão dados consolidados do setor, com informações econômicas e socioambientais, que proporcionarão uma visão integrada da responsabilidade social e do comprometimento das empresas associadas com o desenvolvimento sustentável.

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1. O Setor de Cloro-Álcalis 1.1 A cadeia produtiva de cloro-álcalis

A cadeia produtiva de cloro-álcalis está presente em todos os setores da economia, ao mesmo tempo em que seu processo de produção emprega uma gama pequena de matérias-primas – água, sal e energia elétrica. Os produtos derivados desta indústria são universalmente indispensáveis para as sociedades. O cloro é imprescindível à operação do setor de saneamento básico: é empregado para garantir a desinfecção e potabilidade da água e no tratamento de esgoto. Além disso, os produtos da indústria de cloro-álcalis são empregados na produção de defensivos agrícolas, de latas de alumínio para refrigerantes e cervejas, de celulose e papel e de tecidos. A soda cáustica também é imprescindível na elaboração de produtos de higiene, como sabões e detergentes. Vale lembrar que 90% dos componentes de medicamento levam cloro no seu processo de fabricação ou na sua formulação. Na construção civil, as aplicações mais importantes são os tubos de PVC e as tintas de revestimento das edificações, além da sua utilização como matéria-prima em boa parte dos materiais de construção. Outros bens de consumo do nosso dia-a-dia que empregam cloro são as espumas de colchões, móveis estofados, travesseiros e os painéis de automóveis.

Sal, água e energia elétrica transformados em produtos essenciais para

a sociedade

Água

EnergiaElétrica

Cloro

PotassaCáustica

Carbonatode Sódio

SodaCáustica

Hipocloritode Sódio

ÁcidoClorídrico

Hidrogênio

Alumínio

Química e Petroquímica

Metalurgia

Defensivos Agrícolas

Alimentos e Bebidas

Resinas Plásticas

Sabões e Detergentes

Indústria Têxtil

Tratamento de Água

Distribuição e Revenda

Papel e Celulose

Sal

Eletrólise

Figura 1. A Cadeia Produtiva da Indústria de Cloro-Álcalis

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1.2 Processo produtivo

A produção do cloro e da soda cáustica resulta da combinação de três insumos básicos: o sal e a água, que formam a salmoura, e a energia elétrica, responsável pela eletrólise. A eletrólise é o processo pelo qual as moléculas de sal e de água são quebradas e posteriormente reagrupadas em moléculas de soda cáustica, cloro e hidrogênio. A produção resulta numa proporção fixa de 1,12 tonelada de soda cáustica para cada 1 tonelada de cloro. O hidrogênio, também subproduto da eletrólise, é recuperado e depois utilizado como combustível ou insumo para fabricação do ácido clorídrico. Outros produtos dessa indústria são o carbonato de sódio (barrilha), o hidróxido de potássio (potassa cáustica), o ácido clorídrico e o hipoclorito de sódio.

Tecnologias

Atualmente três tecnologias por eletrólise são empregadas na produção industrial do cloro e álcalis no Brasil: células de mercúrio, de diafragma e de membrana. Em todos os casos os produtos são obtidos nos eletrodos (anodo e catado) por meio da passagem de uma corrente elétrica de alta intensidade através da salmoura que circula em uma cuba denominada célula eletrolítica.

Energia Elétrica

Célula Eletrolítica

Salmoura

Sal Água SodaCáustica

Cloro

Hidrogênio

2 NaCl + 2 H O2

Cl 2NaOH H2 2

Figura 2. A Transformação do Sal e da Água em Cloro e Soda

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Mercúrio

Nesta tecnologia, a produção se dá em dois compartimentos diferentes: a célula eletrolítica e o decompositor. São empregados um catodo de mercúrio, metal líquido que corre no fundo da célula eletrolítica, e um anodo de titânio situado acima do primeiro. A eletrólise ocorre na célula eletrolítica, sendo o cloro obtido no anodo e amalgama de mercúrio e sódio no catodo, a qual segue para o decompositor. Neste compartimento, que é um vaso hermético, dá-se a reação entre a amálgama e a água, obtendo-se como resultado a soda cáustica e o hidrogênio. O mercúrio retorna ao primeiro compartimento, em circuito fechado.

Diafragma

Nesta tecnologia, a célula é dividida em dois compartimentos: o anódico e o catódico. Eles são separados por uma tela metálica perfurada, impregnada a vácuo com amianto crisotila ou com resina polimérica.A salmoura entra no compartimento anódico e flui através do diafragma para o compartimento catódico. O cloro é produzido no compartimento anódico. Os íons de sódio passam para o compartimento catódico. A soda cáustica e o hidrogênio são produzidos neste compartimento. A soda cáustica produzida sai da célula com alta concentração de sal que é posteriormente removido por filtragem.

Membrana

Esta tecnologia é semelhante à anterior, com dois compartimentos (anódico e catódico) separados, neste caso, por uma membrana sintética seletiva, a qual permite a passagem apenas de íons de sódio e água. Tal como na tecnologia de células de diafragma, o cloro é obtido no compartimento anódico, com a soda cáustica e o hidrogênio sendo produzidos no compartimento catódico.

Tecnologias utilizadas:Mercúrio, Diafragma e

Membrana

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CaracterísticasTecnologias

Mercúrio Diafragma Membrana

Emprego da tecnologia Há mais de 100 anos Há mais de 100 anos A partir do final de 1970

Qualidade dos insumos

Requer tratamento do sal Requer tratamento do sal Requer alta pureza do sal supe-

rior as outras duas tecnologias

Concentração da soda cáustica 50%

12%Necessitando de energia

térmica para concentrar a 50%

33%Necessitando de energia

térmica para concentrar a 50%

Energia elétrica maior consumomenor consumo, mas exi-ge uso de energia térmica

adicional

menor consumo mas exige uso de energia térmica adicional

menor do que diafragma

Qualidade dos produtos

Alta. Menor do que 30 ppm de cloreto de

sódio

1% a 1,5% de cloreto de sódio. Não apropriado para

algumas aplicações

Alta.Menor do que 50 ppm de clore-

to de sódio

Meio ambiente Controle do mercúrio Controle do amianto --

Fonte: Abiclor e European Commission – Integrated Pollution Prevention and Control (IPPC), 2001

Fonte: Clorosur

Mercúrio Diafragma Membrana

Mundo 12% 21% 67%

América Latina e Caribe 20% 49% 31%

Brasil 14% 63% 23%

Quadro 1. Comparativo das Principais Características das Tecnologias

Tabela 1. Uso das Tecnologias em Diferentes Regiões - 2012

Participação da Capacidade Instalada de Cloro

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1.3 Aplicações

A maior parte da produção de soda cáustica é destinada aos setores de química e petroquímica, papel e celulose, metalurgia (especialmente do alumínio), e sabões e detergentes. Por suas propriedades alcalinas, ela também é muito utilizada na neutralização de poluentes ácidos.O cloro é um elemento químico que se destaca por sua elevada importância para a saúde. Em primeiro lugar porque ele é fundamental no tratamento e manutenção da qualidade da água. Além disso, o hipoclorito de sódio é um dos mais eficazes e econômicos exterminadores de germes, sendo empregado em hospitais, residências e na indústria de alimentos para a desinfecção.O cloro também é utilizado como insumo de diversos outros produtos. A maior parcela vai para a produção de dicloroetano (DCE), o qual é empregado na produção de derivados vinílicos, notadamente na fabricação de resina de PVC. Outra parcela é destinada à produção de óxido de propeno (OP), que é utilizado na fabricação de espumas. O cloro também é consumido na forma de ácido clorídrico e de hipoclorito de sódio como insumo pelas indústrias metalúrgica, química e petroquímica, de papel e celulose e pelas manufaturas de produtos de higiene ou alimentos.

Cloro, Soda eDerivados são produtos

fundamentais em todos os setores de atividade

econômica

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Setor de atividadeSoda cáustica

Líquida e escamas

Cloro Ácido clorídrico Hipoclorito de sódio

Minerais não-metálicos 29.498 0 0 0

Metalurgia 72.118 23 27.924 811

Alumínio 114.357 0 0 585

Papel e Celulose 326.465 5.880 5.789 2.353

Química e Petroquímica 200.458 98.633 96.271 22.097

Sabões e Detergentes 74.837 0 600 8.273

Indústria têxtil 43.297 0 378 373

Alimentos 62.692 0 35.579 1.814

Bebidas 21.161 0 0 0

Tratamento de água 16.845 33.511 1.039 3.332

Distribuição (Revenda) 186.214 19.962 53.896 30.672

Exportação 17.353 0 0 0

Outros 19.972 0 2.177 319

Integrados (uso cativo) 238.883 1.089.915 70.044 2.895

Total 1.424.151 1.247.924 293.697 73.523

Tabela 2. Destino da Produção de Cloro e Soda CáusticaEm Toneladas - 2013

Fonte: Abiclor e empresas do setor

Cloro, Soda eDerivados são produtos

fundamentais em todos os setores de atividade

econômica

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1.4 Empresas do setor

As principais empresas produtoras de cloro-álcalis no Brasil são a Braskem, a Dow Brasil, a Unipar Carbocloro e a Solvay Indupa: juntas, representaram 91% da capacidade instalada no país em 2013. As demais empresas que operam nesse mercado são: a Canexus, a Pan-Americana(*), a Produquímica Igarassu e a CMPC Celulose Riograndense. A produção é desenvolvida em nove plantas industriais, localizadas em Pernambuco (Produquímica Igarassu), Alagoas (Braskem), Bahia (Braskem e Dow Brasil), Espírito Santo (Canexus), Rio de Janeiro (Pan-Americana), São Paulo (Unipar Carbocloro e Solvay Indupa) e Rio Grande do Sul (CMPC Celulose Riograndense).

(*) A partir de dezembro de 2014 a razão social da Pan-Americana passa a ser Katrium Indústrias Químicas SA.

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2. Geração de Valor2.1 Valor da produção

A produção de soda cáustica (líquida e em escamas) foi de 1,42 milhão de tonelada e a de cloro, de 1,25 milhão de tonelada em 2013. Além disso, a indústria brasileira produziu, 293,7 mil toneladas de ácido clorídrico (concentração de cloro a 100%) e 73,5 mil toneladas de hipoclorito de sódio (concentração de cloro a 100%).O valor dessa produção atingiu R$ 4,45 bilhões em 2013, sendo que os dois principais produtos, a soda cáustica (líquida e em escamas) e o cloro, alcançaram valores de R$ 2,29 bilhões e R$ 1,58 bilhão, respectivamente. Com esse resultado, o valor da produção da indústria de cloro-álcalis alcançou crescimento de 9,6% ao ano entre 2010 e 2013, um resultado bom considerando que o desempenho da indústria brasileira não foi favorável no período – segundo o IBGE, o valor da produção da indústria de transformação cresceu ao ritmo de 5,0% ao ano, abaixo da inflação, portanto.

Fonte: Abiclor

ProdutosEm toneladas

2010 2011 2012 2013

Soda cáustica (líquida e escamas) 1.464.635 1.393.838 1.418.581 1.424.151

Cloro 1.288.584 1.228.478 1.250.122 1.247.924

Ácido clorídrico 257.626 271.040 300.707 293.697

Hipoclorito de sódio 66.017 67.573 70.932 73.523

Tabela 3. Produção por Produto - Empresas Associadas à Abiclor

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Tabela 4. Valor da Produção por Produto Empresas Associadas à Abiclor

ProdutosEm R$ milhões

2010 2011 2012 2013

Soda cáustica (líquida e escamas) 1.498,769 1.753,802 2.044,999 2.286,193

Cloro 1.428,490 1.463,077 1.502,420 1.578,292

Ácido clorídrico 209,443 218,838 224,702 268,734

Hipoclorito de sódio 247,020 261,278 268,764 321,699

Total 3.383,722 3.696,995 4.040,885 4.454,918

Fonte: Abiclor e FIPE, com base em levantamento junto às empresas

2.2 Destino da produção

O mercado brasileiro consumiu praticamente toda a produção da indústria de cloro-álcalis no valor de R$ 4,45 bilhões em 2013. Por se tratar de um bem intermediário de produção, tanto o cloro quanto a soda cáustica são empregados integralmente por outros 16 setores de atividade econômica, além da própria indústria de cloro-álcalis, cujas empresas integradas reservam parte da produção para uso cativo. Este setor absorveu uma produção no valor de R$ 1,83 bilhão.Além da própria indústria de cloro-álcalis (produtores integrados/uso cativo), os três setores que mais consumiram esses produtos em 2013 foram: a indústria química e petroquímica, responsável por 14,2% do consumo total, o setor de papel e celulose (12,3%) e a revenda (11,4%). Considerando que o cloro e a soda cáustica são intermediários na produção em praticamente todos os setores de atividade da economia brasileira, pode-se afirmar que, indiretamente, todas as mercadorias e serviços produzidos no país têm alguma participação de produtos do cloro e/ou da soda cáustica em sua produção.

Entre 2010 e 2013, o valor da produção da indústria

cresceu 9,6% ao ano

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Gráfico 1. Destino da Produção de Cloro-ÁlcalisEm R$ Milhões - 2013

Fonte: Abiclor e Fipe, com base em levantamento feito junto às empresas do setor.

0 400,00200,00 600,00 800,00 1.000,00 1.200,00 1.400,00 1.600,00 1.800,00 2.000,00

Exportação

Bebidas

Outros

Minerais não-metálicos

Indústria têxtil

Tratamento de água

Alimentos

Metalurgia/Siderurgia

Sabões/Detergentes

Alumínio

Distribuição (Revenda)

Papel/Celulose

Química/Petroquímica

Integrados

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2.3 Consumo de energia

Em 2013, o consumo total de energia elétrica atingiu 4,4 milhões de MWh, sendo que o consumo na eletrólise foi de 4 milhões de MWh (3,21 MWh por tonelada de cloro), um montante praticamente igual ao consumido no ano anterior. Além de produzir uma tonelada de cloro, essa energia gera 1,12 toneladas de soda cáustica e 30 quilos de hidrogênio (H2) de acordo com a relação química descrita na figura 2 (página 9). Esse valor foi 10% inferior ao consumo específico de energia elétrica observado em 2000 (3,57 MWh por tonelada de cloro), indicando o esforço do setor na busca de maior eficiência energética. O índice registrado em 2013 está dentro do intervalo médio observado internacionalmente, visto que o consumo pode variar entre 2,97 e 3,58 MWh por tonelada de cloro.

20003,00

3,10

3,20

3,30

3,40

3,50

3,60 3,57

3,38

3,28

3,33

3,43

3,263,22 3,24 3,21

3,19

3,233,19

3,20

3,21

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Gráfico 2. Consumo Específico de Energia ElétricaMWh por Tonelada de Cloro

Fonte: Abiclor e Fipe, com base em levantamento feito junto às empresas do setor.

O setor reduziu em 10% o consumo específico de

energia elétrica de 2000 à 2013

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Conforme ilustram os dados do Gráfico 3, o custo médio com energia elétrica cresceu 8,6% ao ano entre 2007 e 2013, superando em 3,1 pontos percentuais ao ano a taxa média de inflação de 5,5% conforme a variação do IPCA.

Gráfico3. Custo da Energia Elétrica das Empresas Associadas à Abiclor*

Número Índice 2007 = 100

Fonte: Abiclor e Fipe, com base em levantamento feito junto às empresas do setor. (*) média de 5 empresas.

200790

100

110

120

130

140

150

160

170

2008 2009 2010 2011 2012 2013

O setor reduziu em 10% o consumo específico de

energia elétrica de 2000 à 2013

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2.4 Custos da produção

Em 2013, a produção nacional de cloro e soda cáustica consumiu R$ 3,36 bilhões em matérias-primas, serviços e autoconsumo. O custo direto de produção, incluindo mão de obra, alcançou R$ 1,73 bilhão. Desse total, 67,3% deveu-se à compra de matérias-primas da produção, 21,5%, a outras despesas operacionais e 11,2%, a despesas com pessoal. Nesses valores estão incluídos os impostos sobre mercadorias e serviços adquiridos.Além das despesas com energia elétrica, a principal componente de custo direto com matéria-prima foi o sal, cuja despesa somou R$ 136,5 milhões. Essas duas despesas totalizaram quase 2/3 do custo direto com matéria-prima. O consumo de água, vapor e gás natural somou R$ 238,1 milhões no ano passado. O consumo intermediário do setor soma aos custos operacionais e não-operacionais, o valor da produção que é destinado ao autoconsumo das empresas integradas. Em 2013, esse valor atingiu R$ 1,84 bilhões. Com isso o consumo intermediário da indústria de cloro-álcalis atingiu R$ 3,36 bilhões, o que equivale a pouco mais de ¾ do valor de sua produção.

Energia Elétrica46,0%

Sal 7,8%

Despesas compessoal 11,2%

Outras despesasoperacionais 21,5%

Água, vapor egás natural

13,5%

Gráfico 4. Composição do Custo Direto da Indústria de Cloro-álcalis - 2013

Fonte: Abiclor e Fipe, com base em levantamento feito junto às empresas do setor.

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2.5 Geração de renda e emprego

A contribuição da indústria de cloro-álcalis para a economia brasileira atingiu R$ 1,094 bilhão em 2013. Em termos contábeis, esse valor corresponde à diferença entre o valor da produção nacional, que foi de R$ 4,45 bilhões, e o consumo intermediário de matérias-primas, estimado em R$ 3,36 bilhões. A renda gerada, ou PIB do setor cloro-álcalis, foi obtida por 1.083 empregados diretos, na média do ano de 2013. Isso indica que cada trabalhador adicionou um valor de R$ 1,010 milhão. Em 2003, cada trabalhador dessa indústria adicionava R$ 635,5 mil, o que indica que houve um aumento de 4,8% ao ano do valor adicionado por trabalhador nesses dez anos.Conforme a tabela 5 a seguir, a indústria de cloro-álcalis registrou crescimento de 7,0% ao ano no valor adicionado pelo setor, o que equivale a uma expansão de 1,5 ponto percentual acima da inflação medida pelo IPCA no período. O crescimento foi relativamente pequeno, a despeito da expansão de 10,6% ao ano do valor da produção, porque o consumo intermediário cresceu num ritmo muito forte (12,0% ao ano) em razão do aumento de custos, sobretudo da energia elétrica. O emprego cresceu 2,2% e o salário por trabalhador aumentou 4,7% ao ano.

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Tabela 5. Valor Adicionado pela Indústria de Cloro-Álcalis

ContasEm R$ milhão Crescimento

(%a.a)2013 2003

Valor Adicionado 1.094,301 554,830 7,0%

Remunerações 204,554 118,211 5,6%

Salários 122,852 77,937 4,7%

Contribuições Sociais 81,703 40,274 7,3%

Previdência Social e FGTS 34,398 23,030 4,1%

Previdência Privada 9,227 3,865 9,1%

Outras despesas com pessoal* 38,078 13,379 11,0%

Excedente operacional bruto 889,746 436,619 7,4%

Tributo sobre renda e capital** 241,309 121,464 7,1%

Excedente operacional líquido e impostos 648,437 315,155 7,5%

Consumo Intermediário 3.360,617 1.077,539 12,0%

Valor da Produção 4.454,918 1.632,368 10,6%

Pessoal Ocupado (pessoas) 1.083 873 2,2%

Ativo Permanente 1.786,105 802,560 8,3%

2.6 Fornecedores

As empresas a montante na cadeia produtiva, que vendem produtos e serviços diretamente à indústria de cloro-álcalis, também pagam salários, impostos e obtêm lucros. É o caso, por exemplo, das empresas do setor de energia elétrica, que fornecem energia às plantas de cloro-álcalis instaladas no país. Da mesma forma, as empresas de distribuição de energia elétrica criam renda indireta, ao adquirir energia das empresas geradoras de eletricidade. E assim, sucessivamente, os fornecedores dos fornecedores geram renda por toda a economia brasileira.

Fonte: IBGE. Abiclor e FIPE, com base em levantamento junto às empresas. (*) Alimentação, saúde, transportes, outros benefícios e outras contribuições em folha. (**) IRPJ, PIS/Cofins, CSLL, IPTU e IPVA.

Cada trabalhador da indústria de cloro-álcalis

adicionou à economia R$ 1,010 milhão em 2013

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Figura 3. Emprego e Renda Indiretos

Com base nos dados da Matriz Insumo-Produto do IBGE, Figura 3, a FIPE estima que, em 2013, para cada real de valor adicionado pela indústria do cloro-álcalis, tenham sido gerados outros R$ 2,24 nos outros setores da economia brasileira. Isso significa que foram criados R$ 2,45 bilhões a mais de renda no país, da indústria extrativa até os serviços, passando por diversas atividades laterais da cadeia de cloro-álcalis. Desse valor, R$ 528,1 milhões foram pagos como salários e contribuições das empresas fornecedoras de insumos para a indústria de cloro-álcalis.Essa renda, somada à renda que a própria indústria gerou (R$ 1,09 bilhão), atingiu R$ 3,54 bilhões em 2013, o que correspondeu a 0,7% do PIB industrial brasileiro. Os setores econômicos que mais se beneficiaram das atividades da indústria de cloro-álcalis foram os serviços industriais de utilidade pública (42,8%), o setor de serviços prestados às empresas (12,3%), as instituições financeiras (8,9%), a indústria extrativa mineral (7,9%) e o setor de máquinas e equipamentos (4,9%).Seguindo esse raciocínio, além dos 1.083 empregos diretos gerados nas plantas de produção, suas atividades sustentam mais 6,2 mil postos de trabalho nos demais setores da economia brasileira, totalizando 7,3 mil empregos no Brasil, aproximadamente, com base em dados da Matriz Insumo-Produto do IBGE. Esses postos de trabalho são gerados, em sua maioria, em quatro setores de atividade econômica: serviços prestados às empresas, comércio, extrativa mineral e serviços industriais de utilidade pública, onde estão as empresas de distribuição de energia elétrica.

Fonte: Fipe, com base em dados da Matriz Insumo-Produto do IBGE.

O valor adicionado pelo setor e seus

fornecedores totalizou R$ 2,448 bilhões

em 2013

Demais setores

5,7

R$ 2,24

Cloro Soda

Total da Economia

Emprego

Renda

1

R$ 1,00

6,7

R$ 3,24

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3.Sustentabilidade3.1 Impostos e contribuições

Dos R$ 1,09 bilhão de renda gerada pela indústria de cloro-álcalis em 2013, parte expressiva foi transferida ao governo na forma de impostos e contribuições sociais. Nesse ano, as empresas do setor coletaram impostos e contribuições sociais no valor de aproximadamente R$ 368 milhões. Desse total, aproximadamente 70% referiu-se a impostos sobre a produção e circulação de mercadorias. Os demais 30% do total foram constituídos de impostos sobre renda e propriedade, especialmente o imposto de renda (R$ 60,8 milhões), e as contribuições patronais ao sistema previdenciário (INSS) e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (R$ 34,4 milhões). Em termos relativos, a arrecadação dessa indústria representou pouco mais de 1/3 do valor adicionado pelas empresas do setor em 2013.Considerando-se todos os impostos diretos e indiretos que estão presentes nos produtos da indústria de cloro-álcalis, independentemente de terem sido arrecadados pela empresa ou por algum de seus fornecedores, estima-se que tenham sido coletados R$ 1,073 bilhão aos cofres municipais, estaduais e federal. Isto é, aos R$ 368 milhões arrecadados pelas empresas do setor, somaram-se R$ 705 milhões de impostos e contribuições coletados de seus fornecedores – por exemplo, os impostos embutidos no preço da energia elétrica.

Em 2013, foram arrecadados pelo setor

R$ 1,073 bilhão em impostos

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ImpostosCadeia do Cloro-Álcalis

Fornecedores Cloro-Álcalis Total

Impostos sobre a produção 374,941 258,473 633,414

ICMS 120,270 38,205 158,474

IPI/ISS 16,252 6,632 22,884

Imposto de importação 5,559 12,318 17,877

Outros específicos 8,600 150,484 159,084

Outros impostos sobre a produção 224,260 50,834 275,094

Impostos sobre a renda e a propriedade 330,212 109,287 439,499

IPTU 8,490 6,975 15,465

IPVA 8,413 7,128 15,542

Previdência oficial e FGTS 181,128 34,398 215,527

Imposto de renda 132,180 60,785 192,965

Carga tributária total 705,153 367,760 1.072,913

Carga tributária (%) do VA 28,8% 33,6% 30,3%

Tabela 6. Carga Tributária da Indústria de Cloro-ÁlcalisR$ Milhões - 2013

Fonte: IBGE. Abiclor e FIPE, com base em levantamento junto às empresas.

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3.2 Qualidade do emprego

Apesar da indústria de cloro-álcalis não empregar um contingente de mão de obra grande, o emprego direto que gera é de elevada qualidade. Os indicadores do Relatório Anual de Indicadores Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego permitem o estabelecimento de algumas comparações. Em 2012, último ano para o qual há estatísticas, os empregados da indústria de cloro-álcalis tinham em média 12,6 anos de educação formal. Esse nível educacional foi maior que o da média dos trabalhadores com carteira assinada no país (de 11,4 anos de educação) e, também, superior ao dos empregados da indústria de transformação (de 10,7 anos de educação).Na indústria de cloro-álcalis, os empregados permaneciam em média pouco mais de 11 anos na mesma empresa, enquanto a média nacional era menor que 5 anos. Na indústria de transformação, o tempo de permanência era ainda menor, de 4 anos, em média. A jornada semanal de trabalho, em média, era menor na indústria de cloro-álcalis: 40 horas na semana contra 43 horas na semana da indústria de transformação. A diferença de participação de empregados com mais de 50 anos de idade também era notória. Na indústria de transformação, a frequência de trabalhadores com mais de 50 anos de idade foi de 10%, enquanto que no setor de cloro-álcalis, 25% da mão de obra já ultrapassavam 50 anos em 2012.As consequências da maior escolaridade e experiência da mão de obra são maiores salários e maior produtividade. Na indústria de cloro-álcalis, os empregados receberam em média R$ 5.876,05 por mês em 2012. Esse valor é 3 vezes o salário médio (R$ 1.903,09) das pessoas empregadas nos demais setores da economia brasileira.

Page 27: O valor adicionado pelo setor e seus fornecedores totalizou R

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Práticas do meio ambiente

Pela natureza das tecnologias hoje empregadas no processo produtivo do setor de cloro-álcalis, questões ligadas direta e indiretamente ao meio ambiente são parte do cotidiano das empresas. A seguir são apresentadas as questões mais relevantes.

Indicadores Total da Economia

Indústria de Transformação

Indústria do Cloro-Álcalis

Participação das mulheres na força de trabalho (%) 42,3% 29,5% 13,8%

Tempo de permanência no emprego (anos) 4,9 4,0 11,1

Jornada semanal de trabalho (horas) 41,0 43,0 40,0

Escolaridade média da mão de obra (anos) 11,4 10,7 12,6

Participação de menores na força de trabalho (%) 1,1% 1,2% 1,0%

Participação das pessoas com 50 anos ou mais (%) 15,1% 10,5% 24,9%

Salário médio (R$/mês) 1.903,09 1.885,43 5.876,05

Tabela 7. Indicadores de Qualidade do Emprego - 2012

Fonte: RAIS, Ministério do Trabalho e Emprego. Empregados com carteira.

Cada empregado do setor recebe em média 3 vezes o salário médio dos demais

setores da economia

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Controle gerencial do mercúrio

O mercúrio é um metal líquido que pode ser encontrado livremente na natureza. Do ponto de vista econômico, tem diversas aplicações, tanto como insumo em processos industriais (como na extração em pequena escala de ouro), ou como parte de bens finais (baterias e lâmpadas fluorescentes). Devido aos seus usos diversos e ao fato do metal ser também subproduto de outras tantas atividades industriais (queima de carvão, mineração e refino de petróleo, entre outras), o mercúrio pode vir a ser liberado na atmosfera, no solo ou na água.O setor de cloro-álcalis exerce um estrito controle gerencial sobre o metal nas unidades fabris que empregam as células de mercúrio. Esse controle envolve: (i) o manuseio seguro do excedente de mercúrio das plantas fechadas ou convertidas; e (ii) o uso das melhores práticas e técnicas disponíveis no tratamento dos resíduos dos processos industriais que contém o metal.Do ponto de vista legal, a produção de cloro pelo processo de eletrólise obedece à Lei nº 9.976, de 3 de julho de 2000, a qual estabelece parâmetros para o controle gerencial do mercúrio e para programas de prevenção da sua exposição. Outro ponto importante é a proibição da instalação de novas fábricas que empregam a tecnologia de mercúrio. Nessa linha, a indústria brasileira se comprometeu a converter até 2025 as plantas que empregam o processo baseado na célula de mercúrio para outras tecnologias. Esse prazo, ainda que contemple algumas exceções, foi estabelecido na Convenção de Minamata sobre o Mercúrio, acordo estabelecido mundialmente em 2013, o qual teve por objetivo proteger a saúde humana e o meio ambiente dos efeitos adversos do mercúrio. Vale notar que a Convenção, por sua abrangência, incluiu medidas que buscam reduzir as emissões antropogênicas de mercúrio em geral (emissões decorrentes de atividades humanas, como queima de carvão, extração artesanal de ouro e geração térmica de energia a óleo e gás) e aumentar o controle sobre o uso do metal nas demais atividades produtivas.Em 2013, da capacidade instalada de produção do setor no Brasil, somente 14% correspondia à tecnologia de mercúrio.

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Controle gerencial do amianto

O setor de cloro-álcalis também exerce um controle estrito sobre o uso do amianto-crisotila nas plantas industriais que empregam a tecnologia de células de diafragma, cujas linhas gerais são igualmente definidas pela Lei nº 9.976/2000. Entre tantos controles, vale destacar:

I. A utilização de ambiente fechado, com pressão negativa em relação ao ambiente exterior, com filtração de ar para o manuseio do amianto-crisotila, que é sempre feito em ambiente umidificado;

II. O uso de locais controlados nas operações de preparação e remoção de diafragmas de amianto-crisotila;

III. A segregação segura dos resíduos de amianto-crisotila; e

IV. A vigilância da saúde na prevenção de exposição ocupacional ao amianto-crisotila.

Em 2013, da capacidade instalada de produção do setor no Brasil, 63% correspondia à tecnologia de diafragma, sendo 54% com amianto-crisotila e 9% com diafragma de resina polimérica quimicamente inerte.

Investimento em segurança no transporte dos produtos

Pela própria natureza de seus produtos e derivados, o setor de cloro-álcalis empreende um esforço constante, particularmente junto aos transportadores, no sentido de garantir a segurança do transporte de seus produtos e evitar acidentes. A trajetória recente do indicador de frequência de acidentes por 10.000 viagens, que passou de 1,31 em 2005 para 0,17 em 2013, segundo dados da Abiclor, mostra o resultado de tal esforço.Outra preocupação do setor é o Plano de Auxílio Mútuo (PAM), do qual fazem parte as empresas signatárias do acordo de cooperação sob a coordenação da Abiclor. Colocado em ação em caso de acidentes ou situações de risco grave ou iminente, o PAM é um plano de atendimento de emergência em que a empresa mais próxima do local do acidente envia um efetivo para auxiliar o produtor ou distribuidor do produto, seguindo procedimentos de segurança pré-estabelecidos. Não só incidentes envolvendo operações de transporte rodoviário são cobertos pelo PAM. Acidentes ou situações de risco que envolva manuseio, utilização ou armazenamento em estabelecimentos de usuários, bem como situações especiais de anormalidade, tais como carga roubada ou abandonada, fazem igualmente parte do espaço de aplicação do PAM.

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Índice de aproveitamento do hidrogênio

Subproduto do processo de eletrólise, o gás hidrogênio pode ser utilizado como matéria-prima ou como combustível na geração de vapor de processo. O grau de aproveitamento do gás é uma importante medida de eficiência. Em 2013, segundo a Abiclor, o aproveitamento por parte da indústria brasileira foi de 88,4%, em linha com o padrão internacional.

Despesas sociais

A contribuição social das empresas da indústria de cloro-álcalis vai além da arrecadação de impostos. Incluem as despesas com salários e encargos trabalhistas, no valor de R$ 157,3 milhões em 2013, e os benefícios concedidos aos funcionários, que somaram R$ 40,2 milhões. Adicionados os impostos e contribuições pagos pelas empresas ou pelos consumidores de produtos da indústria do cloro-álcalis – no valor de R$ 367,8 milhões naquele ano – chega-se a um total de despesas sociais de R$ 565,2 milhões. Esse montante representou 51,6% do valor adicionado pela indústria em 2013. Ou seja, de tudo o que a indústria do cloro-álcalis adiciona de valor à economia brasileira, quase a metade retorna diretamente para a sociedade, seja na forma de impostos e contribuições, seja como pagamento de salários e encargos trabalhistas ou em benefícios concedidos aos funcionários.

Do valor que a indústria de cloro-álcalis adiciona à economia, quase a metade

retorna diretamente para a sociedade

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4. Programas sociaisAs empresas da indústria de cloro-álcalis contribuem para o desenvolvimento social não só por meio dos impostos arrecadados pelas suas atividades, mas também por meio de suas ações e programas sociais. Tais empreendimentos, no entanto, não se limitam apenas a aspectos sociais. No seu conjunto, esses programas envolvem as mais diversas áreas, com destaque para as seguintes:

Despesas sociais R$ milhões

Remunerações 157,250

Salários 122,852

Encargos sociais 34,398

Benefícios com funcionários 40,179

Alimentação 3,923

Transporte 7,207

Previdência privada 9,227

Plano de saúde e seguro de vida 12,128

Segurança e medicina no trabalho 2,283

Desenvolvimento profissional 1,099

Outros (benefícios adicionais) 4,311

Impostos sobre renda e propriedade 74,888

Total 272,317

(%) no Valor Adicionado 24,9Fonte: IBGE. Abiclor e FIPE, com base em levantamento junto às empresas.

Tabela 8. Despesas Sociais da Indústria de Cloro-ÁlcalisR$ Milhões - 2013

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• Apoio à comunidade por meio de programas e conselhos comunitários• Educação ambiental• Desenvolvimento sustentável• Saúde• Segurança do entorno às plantas industriais• Promoção de práticas esportivas• Programa Fábrica Aberta

Em 2013, as empresas do setor destinaram a esses programas quase R$ 14 milhões, beneficiando ou atingindo diretamente mais de 300 mil pessoas. A evolução dos recursos desses programas nos últimos três anos é apresentada no gráfico a seguir.

O quadro a seguir traz uma lista dos principais programas e ações de cada empresa em 2013.

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

8,5

11,9

13,8

2011 2012 2013

Gráfico 5. Recursos Destinados a Programas SocioambientaisR$ milhões

Fonte: Fipe, com base em levantamento feito junto às empresas do setor.

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Nota: para mais informações visite os sites das empresas relacionadas

Empresa Programas

Braskemwww.braskem.com.br Ser + Realizador Fábrica de

Florestas

Programa de Educação

Ambiental Lagoa Viva (AL)

Programa de Desenvolvimento

Integrado e Sustentável do

Mosaico de APAs do Baixo Sul da Bahia

Estação Ambiental

Cinturão Verde (AL)

Ativando o Conhecimento

(BA)

Edukatu Rede de

aprendizagem para consumo

consciente

Canexuswww.canexus.com.br Projeto Anzol (ES)

Treinamento Coletivo de

Segurança com a comunidade

Doação de Hipoclorito de

Sódio

Doacao de equipamento para

bombeiro

Unipar Carboclorowww.uniparcarbocloro.com.br Fábrica Aberta (SP) Gincana

Ecológica (SP)

Conselho Comunitário Consultivo

Treinamento Coletivo de Segurança com a

comunidade

Programa Voluntários

do Rio

Dow Brasilwww.dow.com/brasil SolidariDow Conexão Jovem

(Candeias-BA)

Dutovia Conselhos Comunitários

Consultivos de Candeias e

Matarandiba

Ecosmar Economia Solidária de Matarandiba

Vera Cruz (BA)

Ecopolis(Guarujá-SP)

Jovens Embaixadores

(SP)

Pan-Americanawww.panamericana.com.br

Programas junto às associações de

moradores (RJ)Fábrica Aberta

Produquímica Igarassuwww.produquimica.com.br

Programa de Conscientização

Ambiental

Reinventando Máquinas e Esperanças

Fábrica Aberta Doação de Hipoclorito de Sódio

Solvay Indupawww.solvay.com

Programa Química e Natureza/Curta

Química e Natureza

Reciclagem Solidária

Jovem cidadão/Mãos à obra/

SkatescolaPortas Abertas

Doação de Hipoclorito de

Sódio (SP)

Fibras da Serra

Projeto Água e Cidadania

Abiclorwww.abiclor.com.br Cloro evita cólera

Revista Turma da Mônica

Água boa de beber

Olimpíadas de Química Projeto Piscina Limpa

Saúde começa em

casa

Principais programas socioambientais da indústria de cloro-álcalis

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INFORMAÇÕES CORPORATIVASAssociação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados – AbiclorAvenida Chedid Jafet, 222 – 4º andar – Bloco C – Vila OlímpiaSão Paulo – SP / CEP 04551-065Tel.: (11) 2148-4780E-mail: [email protected]: www.abiclor.com.br

CRÉDITOS – AGRADECIMENTOSAgradecemos a colaboração dos funcionários das empresas associadas que ao longo do processo de discussão e elaboração deste Balanço Socioeconômico, se empenharam em fornecer à FIPE dados adequados para a consolidação setorial, zelando pela qualidade e confiabilidade das informações disponibilizadas. A Abiclor é grata a todos que contribuíram neste processo.

COORDENAÇÃO Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados – Abiclor

CONTEÚDOEquipe da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE

PROJETO GRÁFICOFábrica C - Comunicação e Propaganda

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