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Objetivos 1. Listar as principais categorias de testes, fornecendo pelo menos um exemplo de cada categoria. 2. Identificar aos principais usos e usuirios dos testes. 3. Resumir os principais pressupostos e as quest6es fundamenrais que a testageln envolve. 4. Esboqar as caracteristicas ~i~nificativas dos principais periodos da hist6ria da aplicaqio de testes. 5. Identificar as seis principais forqas que influenciaram o desenvolvimento da testagem. 6. Definir o que vem a ser um "teste". 0 prop6sito deste capitulo t dar urna vis2o geral do mundo da testagem. Naturalmente, todos sabem, pelo menos de modo aproximado, o que querem dizer as palavras "teste" ou "testagem". Todas as pessoas t@m ao menos alguma familiaridade corn diversos testes, conlo, por exemplo, os exames de admissio a universidades, as provas finais em escolas, os testes vocacionais e, ralvez, certas medidas de avaliaq2o da ~ersonalidade. No entanto, como agora estamos iniciando um escudo formal desse assunto, 6 importante desenvolver urna compreensCo desse campo que seja ao mesmo tempo mais abrangente e mais precisa. Tal cornpreens20 deve ser mais abrangente para nos permirir considerar todos os tipos de testes, bem como todos os assuntos relevantes que lhes siio pertinentes: 1150 queremos que nada de importante fique de fora de nosso estudo. E nossa compreensCo dos testes deve ser mais precisa porque, por meio dela, varnos comeqar a adquirir os conhecimentos rtcnicos necessirios k pritica profissional nos amplos dominios da psicologia e disciplinas afins, de modo que nio nos satisfaria urna passagem apenas superficial por esses t6picos. Trata-se de urn prop6sito ambicioso para um capitulo. No entanto, o objetivo deste capitulo inicial 6 apenas fornecer uma vis2o geral desses assuntos, sendo que os seus detalhes serSo vistos nos capitulos posteriores. Hi diversas maneiras de alcanqar nossa meta de dar ao mesmo tempo urna visio geral e uma preparaqio para este campo, e nSo

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Objetivos 1. Listar as principais categorias de testes, fornecendo pelo menos um exemplo de cada categoria.

2. Identificar aos principais usos e usuirios dos testes.

3. Resumir os principais pressupostos e as quest6es fundamenrais que a testageln envolve.

4. Esboqar as caracteristicas ~i~nif icat ivas dos principais periodos da hist6ria da aplicaqio de testes.

5. Identificar as seis principais forqas que influenciaram o desenvolvimento da testagem.

6. Definir o que vem a ser um "teste".

0 prop6sito deste capitulo t dar urna vis2o geral do mundo da testagem. Naturalmente, todos sabem, pelo menos de modo aproximado, o que querem dizer as palavras "teste" ou "testagem". Todas as pessoas t@m ao menos alguma familiaridade corn diversos testes, conlo, por exemplo, os exames de admissio a universidades, as provas finais em escolas, os testes vocacionais e, ralvez, certas medidas de avaliaq2o da ~ersonalidade. No entanto, como agora estamos iniciando um escudo formal desse assunto, 6 importante desenvolver urna compreensCo desse campo que seja ao mesmo tempo mais abrangente e mais precisa. Tal cornpreens20 deve ser mais abrangente para nos permirir considerar todos os tipos de testes, bem como todos os assuntos relevantes que lhes siio pertinentes: 1150 queremos que nada de importante fique de fora de nosso estudo. E nossa compreensCo dos testes deve ser mais precisa porque, por meio dela, varnos comeqar a adquirir os conhecimentos rtcnicos necessirios k pritica profissional nos amplos dominios da psicologia e disciplinas afins, de modo que n io nos satisfaria urna passagem apenas superficial por esses t6picos.

Trata-se de urn prop6sito ambicioso para um capitulo. No entanto, o objetivo deste capitulo inicial 6 apenas fornecer uma vis2o geral desses assuntos, sendo que os seus detalhes serSo vistos nos capitulos posteriores. H i diversas maneiras de alcanqar nossa meta de dar ao mesmo tempo urna visio geral e uma preparaqio para este campo, e nSo

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Resumo dos Pontos Principais I. I

Cinco Modos de Apresentar o Campo 1. Categorias de Testes 2. Usos e Usuirios dos Testes 3. T6picos: Pressupostos e Quesr6es 4. Periodos Hist6ricos e Forqas 5. Definiqiio

se podc dizer que uma linica delas seja a mclhor. Utilizaren~os cinco perspectivas ou abordagens na apresentaqso do nosso campo dc estudo,'como se o estiv6ssemos vendo sob cinco Sngulos ou prismas diferentes. Em primeiro lugar, farernos um esboqo das principais categorias de testes. A lnaioria dcssas categorias corresponde aos capitulos da metade final do livro. No process0 de descrever essas principais categorias, fol.necercmos exernplos de alguns dos testes rnais comumcnte usados. Em segundo lugar, identificaremos os principais uses e usuirios dos testes. Q ~ ~ e l n de fato os utiliza, e para quais prop6sitos? Em terceiro lugar, faremos um csboqo dos principais assuntos corn que devernos nos preocupar quando estivermos trabalhando com os testes. Observe que csse esboqo - a lista das principais preocupaq6es que 6 precis0 ter - corresponde aos capitulos da primeira metade do livro. Em quarto lugar, trataremos das raizes hist6ricas da testagem contempor9nea. Delimitaremos os principais periodos dcssa hist6ria, idcntificando algumas das principais forqas que moldaram esse campo. Em quinto lugar, examinaremos alg~rn~as das tentativas de definir os termos "teste", "testagem" e outras express6es correlatas. Ao encerrarmos essa visso geral da area por meio dessas cinco perspectivas, terelnos entso obtido ulna boa visso do calnpo da testagem.

As Principais Categorias de Testes (com Alguns Exemplos) Corneqaremos nossa exploraqiio do mundo da testagem identificando as principais categorias de testes. Classificaq6es como essas si0 necessariamenre irnprecisas na fronteira entre duas categorias, pois estas tendem a se fundir umas nas outras, em vez de se diferenciarern marcadamente. N2o obstante, alguns esquemas organizacionais ajudam-nos a vislumbrar a amplitude do campo da testagem. 0 boxe Resumo dos Pontos Principais 1.2 fornece urn esquema de classificaqso que seri utilizado ao longo de todo o livro. E, com efeito, os Capitulos 8 a 13 acompanhado essa organizaqso. Este capitulo introdut6rio trata dessas principais categorias de testes de rnodo apenas superficial. Posteriormente, cada categoria seri vista de maneira rnais aprofundada.

A ~r imeira das gandes divis6es abrange os testes de ca~acidade mental. No mundo da testagem psico16gica, a expressso ca~acidade mental inclui uma grande variedade de funq6es copitivas, tais como membria, visualizaq50 espacial e pensamento criativo. Historicamenre, o objetivo central desta irea tem sido a inteligencia, em sua definiq~o ampla. Esta categoria subdivide-se em testes de intelig2ncia a~licados individualmente, a~licados em grupo e em uma grande diversidade de outros testes de habilidade, ou seja, de testes que avaliam outras caracteristicas que nio a inteligencia. Um exernplo de teste de inteligCncia aplicado individualmente 6 a Escala Wechsler de Intelig2nciapara Adultos,' abreviada como WAIS. Outro exemplo clbsico dessa categoria 6 a Escala de InteligCncia de Strmford-~inet. Nesses testes, os examinandos s2o avaliados individualmente, urn ap6s outro, por psic610gos treinados para calcular uma medida da capacidade mental geral de cada urn deles. Por outro lado, um teste de inteliggncia aplicado em grupo 6 a Otis-Lennon SchoolAbility Scale (OLSAT). Aplica-se esse teste a grupos de estudantes, geralmence em sala de aula, corn o objetivo de avaliar nos sujeitos a capacidade mental que lhes permita serern bem-suedidos em disciplinas escolares tipicas. Um outro exemplo de testes nesta caregoria 6 o ScholasticAssessment 7E.s~ (SAT2 utilizado para predixer o sucesso na faculdade.

'Neste capitulo incroduc6ci0, varnos nos referir somenre h prinleira ediqlo dos cesces. Nos sapiculos subseqiienres, cracarernos de ed i~bes mais recentes, corn suas iniciais correspondentes, como por exernplo, WAIS-111, MMPI-2 e assirn por diance. (N.A.) 'Durantc muicos anos, denorninou-se esse teste Schokz~ticAptitude kt. Em 1992, o citulo foi oficialmence rnodificado para S c h ~ k z s t i c ~ s s c s s m ~ ~ ~ zst, sendo posccriorrnence simplificado pelas iniciais SKT. 0 norne antigo ainda aparece em muitas publica~6es. Referimo-nos aqui especificamente, SAT I: Reasoning Test. 0 SAT 11: Subject Tests conscicui urna sirie de testes em carnpos especificos, tais como liceraturn. franc& e quimica. (N.A.)

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TENTE FAZER! ............................................................................................................................................... Para cornpreender o procedimento adotado neste livro, para a invcstiga~fio de cada caregoria voc@ pode, por exemplo, consultar rapidamence o Capitulo 8.

VocC. ent2o veri como os capitulos subseqiientes darso dernllles a respeito dos tcsres mencionados neste capitulo inicial. ................................................................................................................................................................................

Existe~n muitos outros tipos de testes dc capacidade mental - quase quc sc podcria dizer uma variedade infi nita deles -, incluindo os restes de membria, de raciocinio cluantitativo, de pcnsamento criarivo, de vocabulirio e dc habilidade espacial. AS vezes, essas funqdes siio incluidas nos tesres de capacidadc nlenral geral e, em oucras, s50 tesradas separadarnente.

A grande categoria seguinte inclui os testes de realizaqzo, quc tencam Inensurar o nivel de compreens50 ou de habilidade de urna pessoa em urn determinado assunto.?iataremos a q ~ ~ i apenas dos testes padronizados e dcsc~lvolvidos por profissionais da irca. Excluiremos, porcanto, o vasto conjunco de testes elahorados pelos professores e aplicados cotidianamente nas escolas. Mesmo excluindo-se as provas feitas pelos professores, os testes de realizaqio s5o folgadamente os tipos de testes que rnais'se empregam. A primeira subdivis50 desca irea inclui as batcrias de avaliaqio utilizadas nas escolas de ensino fundamental e de ensino mkdio. I'raticamente todos os leitores deste livro ji foram avaliados por uma dessas bate ria^,^ de que siio exemplos o StanfordAchievernen~ Test, o Metropolitnn Ac/yievement Test e os Iowa Ests of Bmic Skills. Todas essas baterias consistem em ulna sCric de cesres em ireas tais colno leirura, matemitica, linguas, ciencias e escudos sociais. A segunda subdivisiio inclui os testes de disciplinas especificas, que cobrem sornente urna determinada irea, tal como psicologia, francCs ou geometria, e dos quais um exemplo - que muitos leitores deste livro j i fizeram ou iriio fazer - C o Gvadz~ate Record Examination (GRE): Subject Tist in Psyc/7010gy.

A terceira subdivisiio inclui uma incrivel variedade de testes utilizados para prop6sitos de fornecimento de certificados e de licenciatura em ireas como enferrnagem, docCncia, fisioterapia, pilotagem de avides e assim por diarlte. Ncnhum dos testes nesta categoria C um nome familiar, apesar de eles serern basrante importantes na vida das pessoas ~ L I C

trabalharn nessas ireas. A quarta subdivis~o inclui certos programas de restes de realizaq20 patrocinados por diversos

Tesces de Capacidade Mental Aplicados Individualmente Aplicados em Grupo Outras Habilidades

Testes de Conhecimento Baterias Disciplina Especifica Certificas'o, Licenciamento Programas Patrocinados pelo Governo Testes de Conhecimento Aplicados Individualmente

Testes de Personalidade Testes Objetivos TCcnicas Projetivas Outras Abordagens

Interesses, Atitudes e Valores Interesses Vocacionais Escalas de Atitudes Estruturas de Valor

Testes Neuropsicol6gicos -

'Naturalmente, o auror esri se referindo aos leirores dos Esrados Unidos. (N.T.)

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6rg5os governamentais nortc-amcricanos, cntrc os quais os mais importantcs s5o os programas estaduais d c testes de habilidadcs bisicas, tais conlo leitura, cscrita c matcmitica. Em alguns estados norte-anlericanos, a conclus?io d o ensino rntdio depcnde, em parte, do desempenho nesses testes. H i outros programas patrocinados pelo governo norte-anlcricano que, em todo o pais, forneccm informag6es sobre o desempenho de sujeitos em diversas ireas. 0 ~nais conhecido desses programas t o National Assessmc~lt of Educational Progress (NAEP) e o Trends in Inter~lational Mathematics and Scicnce Study (TIMSS), scndo que ambos frequentemente aparecern na midia.

Por f i ~ n , existem os testes de realizag50 quc s5o aplicados individualmente. 0 s quatro prirneiros tipos citados desscs testes s5o aplicados geral~nente em grupo. IVo entanto, alguns testes desse tip0 podern ser aplicados individualmente, mais OLI menos da rnesma rnaneira que os testes de capacidade mental. 0 s tcstcs d c rcalizagzo aplicados individualmente ajudam no diagn6stico de problcmas, tais colno dificuldades d c aprendizagem.

A grande catcgoria d c tcstes seguinte refere-se ao numeroso grupo daqucles cujo objetivo 6 fornccer i1lformag6cs sobre a personalidade humana. Sua primcira subdivisso inclui os testes objetivos de personalidade. N o jargso da testagern psicol6gica, "objetivo" significa simplcsmente que os testes s50 corrigidos dc uma maneira objetiva, baseando- se ern itcl~s que foram rcspondidos segundo um formato de verdadeiro ou falso, ou algo similar. Exc~nplos desses testes de personalidade objetivos s50 o Inventirio Multifisico d c Personalidade de Minnesota, abreviado como MMPI , o Inventirio de Depress50 Beck (BDI) e o Eating Disorder Inz~entorj~ (EDI). 0 MMPI fornece para cada examinando um perfil mostrando de que maneira as suas respostas se assemelham iquclas quc s50 pr6prias de diversos grupos clinicos. 0 BDI-I1 e o EDI, corno os pr6prios nornes sugerem, tentam mensurar, respectivamente, transtornos de depress50 e transtornos alimentares.

Para se tornar um profissional no campo da testagem, t preciso, entre outras coisas, conhecer os testes pelas iniciais. As iniciais dos testes s50 rotineiramente utilizadas em relat6rios psicol6gicos e em artigos peribdicos, frequentemente sem se fazer qualquer refersncia ao nome completo do tesce. E bom, portanto, ir se acostumando! Sem consultar o texto, tente lembrar o nome completo dos seguintes testes, a partir das iniciais:

SAT WAIS GRE MMPI

A segunda grande subdivis50 dos testes de personalidade inclui as ttcnicas projetivas. Em todas elas, o examinando tem que executar uma tarefa relativamente simples, porkm isolada de contextos mais significativos. Espera-se e n 6 0 que as respostas do examinando revelem algo a respeito da sua personalidade. A mais conhecida dessas ticnicas t o Este das Manchas de Tinta de Rorschach - i s vezes chamado simplesmente de teste de Rorschach, e outras vezes de teste das manchas de tinta. Outros exemplos s5o as ticnicas de desenhar figuras humanas, de completar sentengas e de reag6es a imagens. Nas medidas de personalidade, pode-se tambtm incluir uma terceira categoria, simplesmente classificada corno "outras abordagens", para cobrir a miriade de outras maneiras que os psic6logos t@m elaborado para satisfazer ao nosso fascinio ilimitado pela personalidade humana.

A pr6xima grande categoria de testes abrange as mensuragbes de interesses, de valores e de atitudes. A subdivis50 mais importante dessa categoria inclui as medidas de interesse vocational. Esses testes s5o amplamente utilizados nas escolas de nivel midio e nas faculdades, com o prop6sito de orientar os individuos a buscarem atividades que sejam pertinentes aos seus interesses. Exemplos desses testes s5o o Inventa'rio de Interesses Vocacionais Strong (SII) e o Inuentririo de Interesses Kuder (KOIS). Na verdade, existem vbrias vers6es tanto d o teste "Strong" quanto d o "Kuder". Essa categoria tambim inclui diversas medidas de atitudes em relag50 a t6picos, a grupos e a prbticas. Por exemplo, h i medidas de atitude em relag50 B pena de morte, em relag50 aos idosos, e assim por diante. Finalmente, dentro dessa categoria encontramos testes para sistemas de valores. Um dos mais famosos i o Allport-Vernon-Lindzey Study of Values, que tenta identificar a Enfase relativa que uma pessoa db a diferentes valores (por exemplo, em estitica, na ciCncia ou na religi50).

Uma categoria final i a dos testes neuropsicologicos. Esses testes s50 planejados para fornecer informag6es a respeito d o funcionamento d o sistema nervoso central, cspecialmente do cirebro. Sob certas perspectivas, essa categoria n i o deveria ser tratada separadamente, uma vez que diversos testes utilizados ern ne~~ropsicologia simplesmente pertencem a outras categorias. Boa parte da testagem neuropsicol6gica emprega testes de habilidade, tambtm se valendo frequentemente de testes de personalidade. Entretanto, preferimos adotar uma categoria distinta para tratar dos testes voltados especificamente para a avaliag5o das fungbes cerebrais. D e especial interesse s50 os testes de mem6ria para materiais verbais e pict6rios, os testes de coordenag50 motora e os testes de pensamento abstrato.

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Eis um teste simples utilizado pclos neuropsic6logos, denominado cruz grega. Obscrve a figura por alguns instantes. Em seguida, tire-a do seu campo de vis5o e tente desenhi-la de mem6ria. Que tipos de comportamento c de processos mentais voce pensa quc estso envolvidos nesse teste?

lhlgumas Outras Maneiras d e Categorizar os Testes Att aqui, categorizamos os testes de acordo com o seu principal tip0 de contelido. Na verdade, esta t a maneira mais comum e, sob certos aspectos, a mais litil de fazC-lo. No entanto, existem diversos outros modos de classificar os testes. Vamos listi-10s brevemente no boxe Resumos dos Pontos Principais 1.3.

Testes em Papel e Lhpis verszcs Testes de Desempenho Em um teste de desempenho, o examinando tern que completar uma determinada aqSo, tal como montar um certo objeto, fazer um discurso, realizar urn experiment0 ou liderar um grupo de pessoas. J i em um teste em papel e lipis, como o pr6prio nome sugere, o examinando geralmente utiliza esses recursos para responder a um conjunto de quest6es. H i muitos testes de papel e Iipis que s5o de mliltipla escolha, de verdadeiro ou falso, ou de tip0 similar.

Testes de Velocidade versus Testes de Capacidade f

0 prop6sito essencial de um teste de velocidade i verificar a rapidez do desempenho do examinando. Em geral, a tarefa a ser desempenhada 6 bastante simples. 0 escore da pessoa baseia-se em quantos itens ou tarefas o individuo consegue completar em um determinado tempo, ou ent5o em quanto tempo (medido, por exemplo, em minutos ou segundos) t necessirio para se completar uma atividade. Por exemplo, em quanto tempo voc& seria capaz de riscar todas as letras "en que aparecem nesta pigina? O u em quanto tempo voc& conseguiria fazer 50 contas simples, tais como 42 + 19, 24 x 8 e assim por diante? Por outro lado, um teste de capacidade geralmente trata de assuntos mais desafiadores, sendo aplicado sem que haja qualquer limite de tempo, ou entso corn um limite bastante generoso para se realizar a tarefa. 0 prop6sito essencial do teste de capacidade 6 testar os limites do conhecimento ou da habilidade (e n50 da sua velocidade) de uma pessoa. Essa distinqso n50 6 necessariamente radical: n50 se pode dizer que exista um teste s6 de velocidade, ou urn teste s6 de capacidade. Alguns testes de capacidade podern conter um certo elemento de velocidade. Por exemplo, vocC n50 pode gastar um tempo infinitamente longo para fazer o SAT. Entretanto, os principais determinantes de um teste de capacidade continuam sendo a capacidade mental e o conhecimento. Por sua vez, alguns testes de velocidade podem conter um elemento de capacidade. Por exemplo, para riscar todas as letras " >, e desta pigina, t precis0 raciocinar um pouco, ou mesmo planejar as aq6es que voce empreenderi. No entanto, essa atividade esti mais para um caso de velocidade do que para um assunto hermttico de ciCncia.

Testes Individuais versus Testes em Grupo Esta distinqzo refere-se simplesmente ao modo de aplicaqiio do teste. Um teste individual s6 pode ser administrado a um individuo de cada vez. Exemplos clissicos sCo os testes de inteligencia, nos quais o examinador apresenta cada quest50 ou tarefa ao individuo e registra sua resposta. J i um teste em grupo pode ser administrado a diversos individuos

ALgumas Ozctras Maneiras de Categorizar os Testes * Papel e Lipis versus Desempenho * Velocidade versus Capacidade * IndividuaI versus em Grupo * Desempenho M h i m o versus Desempenho Tipico * Referenciado pela Norma versus Referenciado pelo Criterio

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ao mesmo tempo, OLI seja, a urn grupo. Naturalmente, em um teste administrado a urn grupo os individ~~os recebem seus pr6prios escores. Em geral, qualquer teste administrado em grupo pode tambin1 ser aplicado a urn individuo de cada vez, desde que as circunst9ncias o permitam; j i os testes administrados individualmente, porPm, 1150 podem ser aplicados a todo um grupo de Lima vez.

Desempenho M%mo verszis Desempenho Tipico Eis ulna outra distinqio entre os tipos dc testes. Alguns testes estiio interessados no desernpenho rnkirno do individuo. Qua1 seria o resultado se o desempenho do examinando fosse o seu melhor possivel? 6 isso que geralmente desejam avaliar os testes de conhecimento e os testes de habilidade. Por outro lado, i s vezes o que desejamos conhecer i o desernpenho tipico de ulna pessoa. Este i geralmente o caso con1 0s testes de personalidade, os testes de interesse e os testes de atitude. Por exemplo, em um teste de personalidade em que se deseja saber quiio extrovertida uma pessoa costuma ser, nzo se vai investigar o comportamento de alguim que esteja se esforqando por parecer o mais extrovertido possivel.

Testes Referenciados pela Norma verszls Testes Referenciados pel0 CritCrio Muitos testes tern suas normas baseadas no desempenho dos casos utilizados em urn prograrna de padronizaqzo. Por exemplo, voc? pode ser informado de que o seu escore no SAT correspondeu ao 84" percentil, o que significa que o seu desempenho foi superior ao de 84% das pessoas que participaram do grupo nacional de referencia. Isso constitui uma interpretaygo referenciada pela norrna d o seu desernpenho no teste. Por outro lado, h i testes cuja interpretaqso depende da refersncia a algum critirio claramente definido, e n i 0 de urn conjunto de normas. Um professor pode dizer por exemplo: desejo que voces saibam todos os pontos mais importantes at6 o final do capitulo. Segundo esse critirio, se voce conseguir definir corretamente somcnte 60% desses ternlos, seu desempenho seri considerado inadquado - independentemente do resultado que as demais pessoas alcanqarem no mesmo teste. Esta 6 a chamada interpretaygo referenciada pelo critkrio. Entretanto, dcve-se dizer que n i o t o teste em si, mas sim o mitodo de interpreti-lo que e referenciado pela norma OLI pelo critirio. Tratiremos dessa disting5o de maneira mais completa no Capitulo 3.

0 s Usos e os Usuirios dos Testes Uma segunda maneira de apresentar o universo da testagem 6 identificar quais s i0 os principais usos e usuirios dos testes. Para as diversas categorias de testes enunciadas na seqio anterior, quem de fato faz uso desses testes! E em que context0 esses testes s io aplicados! Considere os exemplos a seguir.

Joio t psic6logo clinic0 e trata de muitos pacientes que sofrem de ansiedade e depressSo. Alguns casos podem ser brandos, exigindo pouco tempo de terapia comportamental e cognitivo-comportamental. Entretanto, outros pacientes podem apresentar quadros muito mais cranicos, nos quais os sintomas apresentados j i se sobrep6ern aos sintomas de uma esquizofrenia potential. Na fase inicial de avaliaqso dos pacientes, Joio rotineiramente emprega o MMPI e, para casos particularmente graves, o Teste das Manchas de Tinta de Rorschach. Cristina 6 psicdloga escolar. Quando um aluno Ihe t enviado por urn professor, ela regularmente analisa os resultados que o cstudante obteve no Otis-Lennon SchoolAbility Teste no StanfordAchieuernent Test, disponiveis em seus registros escolares. Altm disso, aplica ao aluno a Escala de Inteliggncia Wechsler para Crianqas (WISC) e situa-o em uma escala comportamental. Francisco 6 supervisor de uma escola de ensino mtdio. Cabe a ele dirigir a aplicaqso anual d o Inuenta'rio de Interesses Ihcacionais Strong (SII), cujos resultados s io distribuidos por grupos de salas. N5o h i condiq6es de Francisco '

conversar individualmente corn cada estudante sobre os seus resultados no SII, de forma que ele prepara materiais para os professores dessas salas, para que estes auxiliem seus respectivos alunos a interpretarem 0s relat6rios. Carolina t psic610ga do desenvolvirnento e estuda o estresse em crianqas ao passarem da puberdade para a adolescGncia. Nesse estudo longitudinal, ela utilizou uma medida de autoconceito (a Piers-Harris Children? Self-concept Scale) para acompanhar as variaq6es da idtia que os ~articipantes fazem de si mesmos. Ela tambtm disp6e de resultados de testes de inteligsncia que foram a~l icados aos estudantes e que constam em seus registros escolares, informaq~es que ela usari simplesmente para descrever melhor a natureza da sua amostra. Bruna t neuropsic6loga. Coube a ela defender uma montadora de veiculos em uma aqio judicial movida por um individuo que alegava haver sofrido lesio cerebral permanente em urn acidente. Corn base em virios testes, Bruna apresentou evidsncias de que n50 teria ocorrido lesio cerebral alguma. Guilherme t diretor assistente de recursos humanos da MicroHard, uma empresa que todo ano contrata aproximadamente 100 novas secretirias para suas quatro filiais. Cabe a ele supemisionar a aplica550 anual de testes a 500 candidatas, e seu objetivo 6 assegurar que as candidatas tenham as habilidades, tanto ttcnicas quanto interpessoais, necessirias para torni-las membros produtivos "da equipe da MicroHard".

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Jose trabalha para o Ministtrio da Educagso. 0 Congresso ac;~ba de aprovar unl projeto de lei exigindo que, para receber o diploma de segundo grau, todos os estudanrcs t@ni que ser aprovados en1 exanles de leitura, matenlicica e escrita. C o ~ l b e ent lo a JosC a grandc sorte de ser o escolhido park1 organizar a preparaqso desses testcs.

Todos esses exelnplos ilustram os ~rsos e os ~lsuririos tipicos dos testes. Vamos agora fornecer uma catalogaqso mais sistemitica desses usos e usuirios. Como esti listado no boxe liesumo dos I'onl-os Principais 1.4, podem-se identificar quatro principais grupos de uswirios. Existe Lima diversidade considerivel dentro de cada um dcsses grupos, e ao mesnlo tempo cada um dos grupos distingue-se bastante dos delnais quanro ao uso que faz dos testes. Tambim observamos que cada grupo utiliza aproximadanlente todos os tipos de tesrc, ral con10 definidos na seqlo anterior, elnbora certos tipos de testes possam ser predominances, dependendo d o grupo.

A pvi7)reiva categoria abrange os campos da psicologia clinica, d o aconselhamento, da psicologia escolar c da neuropsicologia. Denominaremos essas aplicaq6cs uso clitzico. Nessas aplicaq6es profissionais, o psic6logo tenta ajudar um individuo que ten1 (ou que possa ter) algum tipo de problema. Esse problema pode ser grave (par exemplo, esquizofrenia) ou brando (por exemplo, a escolha de ulna faculdade). 0 s testes aj~rdam a identificar a nacureza e a gravidade do problema, podendo tambem, talvez, ajudar a fornecer algumas sugcst6es sohre como lidar corn o problema. A restagem pode ranlbiln ajudar a mensurar o progress0 fcito enquanto se lida com o problema.

Um grande nlimero de Ievantamos tem investigado a cxtenslo do uso clinico que sc faz dos testes. Fornecemos aqui alguns aspecros mais notiveis retirados de uma alnostra dcsses levanramentos. Nos capitulos posteriores, descreverernos a utilizaqlo de determinados testes.

0 s psicologos que trabalharn com salide mental e em hospitais federais gasram 15 a 18% d o seu tempo de trabalho em arrvidades de avaliaqzo (Corrigan, Hess & Garman, 1998; Fra~lenhoffer, Ross, Gfeller, Searight & I'iotrowski, 1998). Mais de 80% dos ne~rropsic6logos gasLani por semana 5 ou mais horas em avaliaglo, e Lrm rerqo deles despende nessa atividade mais de 20 horas semanais (Camara, Na~l-ran & I'uen~e, 2000). 0 s psic6logos escolares consomem cerca de metade do seu tempo profissional em arividades de avaliaqlo (Hutton, Dubes & Muir, 1992; Reschly, 2000). Em uma amostra de 100 laudos neuropsicol6gicos judiciais que rratavarn de certos casos de les6es pessoais, houve uma media de 12 diferenres testes por laudo, e em urn laudo fordrn cirados nada menos que 32 testes (Less-Haley et al., 1995). E m urn escudo de psic6logos de aconselhamento, dois terqos disseraln que usam testes objetivos, e pouco nienos de um tergo declarou utilizar testes projerivos (Watkins, Campbell & McGregor, 1998).

Todos esses grupos urilizam testes de inteligencia (principalmente os aplicados individualmente), testes objetivos de personalidade e ricnicas projerivas. A rnaioria dos grupos tambim emprega testes neuropsicol6gicos. 0 s psic610gos de aconselhamento freqiienremenre urilizarn medidas de interesse vocacional.

Uma vislo geral dos levanramentos rnosrra que os testes desempenham papel proeminente na pritica profissional da psicologia. Devemos tambim acrescenrar que, para atuar em todos esses campos, i necessirio passar por urn avanqado treinamento na aplicaqlo e na inrerpreraqlo dos testes. A pritica profissional em ireas corno clinica, aconselhamento e psicologia escolar geralmente exige que o profissional faqa urn grande nlimero de cursos completes, alirn d o escudo introdut6rio apresentado neste livro.

Urna segunda importante utilizaqlo dos testes i a sua aplicaqlo a contextos educacionais, al im d o uso clinico de que se ocupam o psic6logo escolar ou o supervisor. Referimo-nos aqui principalmente ao uso dos testes de habilidade e de conhecimenros aplicados a grupos. Quem de faro se vale das informaq6es desses testes szo os professores, os dirigences escolares, os pais e o pliblico em geral, no qua1 desracam-se autoridades de 6rglos legisladores e de delegacias de ensino. A urilizaqlo de testes padronizados em situag6es educacionais divide-se em duas grandes parces. Em primeiro lugar,

o dos Pontos Principais 1.4 0 s Principais Contextos de Utilizag&o de Testes 1. Clinica 2. Educational 3. SeleqSo de Pessoal 4. Pesquisa

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h i os testes de conhecimento utilizados para a dcterminaqjo do grau de aprendizagem do aluno. Restringindo-nos aqui aos testes padronizados de conhecimento (ou seja, excluindo-se a imensa qi~antidade de provas preparadas pelos professores), constata-se que dezcnas dc 1nilh6es desscs testes sio administrados ~ o d o s os anos. Como seri descrito en1 mais detalhes no Capitulo 11, a maioria dos sisternas escolares disp6e de programas de testagem que inclucm ulna bateria padronizada de testes de conhecimento aplicados a diferentes series escolares. Altm disso, com exceqso de um caso, todos os estndos norte-americanos disp6em de programas estaduais de testagem, que em geral cobrenl tr6s ou quatro stries. 0 s testes dc habilidade e de conheciniento tambtm s50 utilizados para se medir a compet@ncia necessiria para a obtenqiio de um certificado ou de ulna licenqa para a pritica de ulna grande variedade de profiss6es.

0 segundo uso principal dos testes em contextos educacionais teln colno objetivo predizer o sucesso do aluno em sua vida acadhica. 0 s principais exemplos desta categoria s50 os testes de admisszo nas faculdades e nas escolas de profiss6cs libcsais. Por exenlplo, cerca de 2 milh6es de estudantes fazem o SAT-I todos os anos, enqtlanto que aproximadamente 1 mil hio de estudantes presta o Americari College Program Testing (ACT). Todo ano, qilase 300.000 estudantes fazem o Graduate Record Examination (GRE): General, e 100.000 fazern os Law School Ad~nissior1 Tests (LSAT). E um ni~mero ainda maior de estudantes do ensino fundame~ltal e do ensino mtdio fazem testes de capacidade mental administrados em grupo, como parte dos seus programas regulares de avaliaqgo escolar.

A terceira mais importance categoria de uso de testes envolve os testes para sele@o depessoale de caizdidatosa ewlprego. 0 s principais usuirios dessa categoria s50 as elnpresas e as Forqas Armadas. Para esscs casos, h i duas tarefas especiais. A primeira tarefa t selccionar os individuos mais qualificados para ocupar uma determinada posiqiio. Por "mais qualifi cados" geralmente se entende aqueles que t&m a maior probabilidade de ser bem-sucedidos. Por exemplo, podemos desejar selecionar um grupo de candidatos que apresente a maior probabilidade possivel de terem sucesso corno vendedores, gerentes, secretirias ou operadores de telemarketing. H i testes que podem nos ajudar nesse process0 de seleqSo. 0 s testes tambtm podem incluir medidas de capacidade mental geral, de habilidades especificas ao emprego postulado e outras caracteristicas de personalidade. Naturalmente, sedo tambtm utilizadas informaq6es n50 fornecidas pelos testes, como, por excmplo, carcas de recomendaqiio e refertncias de elnpregos anteriores.

A segunda tarefa concernente a empregos [em urn diferente cenirio inicial. No primeiro caso, tinhamos um grupo de candidatos e selecionamos alguns individuos desse grupo. Na segunda situaqso, h i urn grupo de individuos que serso empregados e para os quais necessitamos destinar diferentes tarefas a fim de otimizar a efciencia geral da organizaqso. Esse 6 um objetivo comum nas Forqas Armadas, que t@m que distribuir um grande nlimero de individuos para diferentes postos. Uma vez aceitos nas Forqas Armadas, nenhum deles t e d sua seleqiio cancelada - todos ser5o aproveitados, de uma maneira ou de outra. 0 s testes podem fornecer informaq6es liteis sobre a alocaqiio 6tima dos recursos humanos nesse contexto. A Armed Services Vocational Aptitude Battery (ASVAB) foi criada corn esse prop6sito. Em meio a 1.000 novos recrutas, alguns podem ter uma habilidade especial em atividades mecinicas, outros em trabalhos de secretaria, e outros ainda em atividades de comunicaqSo, que exigem bastante habilidade verbal. De certa maneira, as prefersncias - individuais podem tambim influir na alocaqzo de pessoal. E, naturalmente, n50 se pode esquecer o importante aspecto das qualificaq6es anteriores dos candidatos.

A quarta principal categoria de uso dos testes t a pesquisa. Esta t nicidamente a categoria mais diversa. Utilizam- se testes em praticamente todas as ireas concebiveis de pesquisa em psicologia, em educaq50 e em outras ciencias sociais/comportamentais. Por conveniencia, podemos identifcar trts subcategorias para esse emprego. Primeiro, os testes freqiientemente s5o a variivel dependente em uma pesquisa, funcionando, mais especifcamente, como a pr6pria definiqzo operacional de varirivel dependente. Por exemplo, em um estudo dos efeitos da cafeina sobre a mem6ria de curto prazo, a Wechsler Memory Scale pode ser a defi ni@o operacional de "mem6ria". Em um estudo de diferenqas por g&nero quanro ao "autoconceito", a Piers-Harris Children? Self-concept Scale pode fornecer a definiqSo de autoconceito. Em urn estudo longitudinal dos efeitos de urn programa de melhoramento nutritional sobre o desernpenho escolar, o StanfordAchievement Test, aplicado a todas as stries entre a 2% a 6%, pode servir como uma medida de desempenho escolar. Em estudos como esses, h i uma strie de importances vantagens em utilizar um teste j6 existente como uma def niq5o operacional de uma variivel dependente. Em primeiro lugar, o pequisador n5o tem que se preocupar em desenvolver uma nova medida. Em segundo, o teste existente deve ter propriedades conhecidas, como as informaq6es normativas e de fidedignidade. Em terceiro lugar, e o que t mais importante, o uso de um teste j i existence facilita a sua possivel replicaq50 por outros pesquisadores.

A segunda grande categoria de utilizaqiio de testes em pesquisas t para prop6sitos de descrever as amostms. Em uma pesquisa, t precis0 delinear a s mais importantes caracteristicas das amostras utilizadas. No artigo de uma pesquisa, a seqlo Metodologia freqiientemente fornece informaq6es sobre idade e g@nero dos participanres. Algumas caracteristicas sS0 descritas por meio de informaq6es obtidas com testes - por exemplo, as mtdias e os desvios padr6es de um teste de inteligencia, de conhecimento ou de ~ersonalidade. Em um estudo sobre universitirios, pode ser litil conhecer 0s seus escores mtdios no SAT ou no ACT, por exemplo. E em um estudo de idosos em um hospital federal, ode ser htil conhecer os escores dos pacientes no MMPI. Observe que, nesses exemplos, os escores dos testes 1150 s50 mais usados como variiveis dependences, e sim apenas para descrever as amostras utilizadas na pesquisa.

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A terceira grande caregoria de utilizaq50 de testes em pesquisa k quando os pesquisadores it~uestiganz os prdprios testes. Como veremos no pr6ximo capitulo, existem jornais inteiros dedicados a esse ripo de estudo. AlCm do mais, o desenvolvimento de novos testes C, por si s6, uma arividade extrernamente importanre de pesquisa. Ulna vez que os testes desempenham papel relevante nas cisncins sociais/comportan~entais, a pesq~lisa continua dos testes represents ulna imporranre contribui~50 para essa irea.

T6picos Principais: Pressupostos e Quest6es Urn terceiro mod0 importance dc apresentar o calnpo da tcstagenl C examinar os principais t6picos, clue s2o os pressuposros c as quest6es acerca dessa irea. Quando os psic6logos pcnsam cuidadosnmence sobre os testes, independentenlente de que ripo forem, quais os assunros que ~na is os preocupam e quais s2o as pressupostos que eles estabelecem! A d e s c r i ~ ~ o desses assuntos e pressupostos bisicos ajuda-nos a ter uma vis2o melhor de todo o campo.

Pressupostos BAsicos Comecemos a exploraqSo deste carnpo identificando os pressupostos aparentemente adotados por 116s. H i provavelmente quatro pressuposros que em parte se sobrep6em, mas que, por outro lado, ern parte tambkm s2o razoavelrnente distinros. Primeiro, supomos que os seres hurnanos tsm tragos orr crzracteristicas reconheciveis. Exemplos disso s2o a habilidade verbal, a membria, a extroversZo, a afabilidade, a capacidade de raciocinio quantitativo, a auto-estima, o conhecimento de hist6ria da Irlanda e a depressSo. Alkm disso, supomos que essas caracteristicas descrevam aspectos potencialmente importantes das pessoas. Mais especificarnente, supomos que as difereizgas enrre os individuos sejam potencialmente importantes. Exisrem muitos maneiras pelas quais as pessoas s2o iguais. Todos n6s, por exemplo, necessitalnos de oxighio, pois sem ele rapidamenre morreriarnos. Quanto a esse aspecto, n5o diferimos uns dos outros. Praticamente rodas as pessoas valem-se da linguagem em uma .cerca extens20, o que k uma caracteristica distintamente humana. Por outro lado, tambim diferimos uns dos ourros quanto a certas caracteristicas. Algumas pessoas s50 mais altas que outras; algumas sofrem mais de depress20; e h i tambkm as que s20 rnais inteligentes. Estamos a q ~ ~ i supondo que esses rraqos, em vez de triviais, sejam imporrantes.

TENTE FAZER! ........... ......... . .............. ........................... . ... ................................. .. .... ................. ..................... Mencionamos h i pouco uma variedade de traGos humanos (habilidade verbal, depress20 etc.). F o r n e ~ a mais alguns traGos, tanto no dominio da habilidade quanto no dominio da personalidade.

T r a ~ o s de habilidade: T r a ~ o s de personalidade:

Em segundo lugar, supomos ser capazes de qua~ztzjcar esses traGos. Por quantificar queremos dizer que ~ o d e m o s dispor objeros (neste caso, pessoas) ao Iongo de um continuum. Pense em um continuum como algo se estendendo de um nivel mais baixo para um mais alto, ou do menor para o maior. Esse continuum corresponde i s caracteristicas que estamos esrudando. Em seu nivel mais primitivo, quantificar envolve criar distinq6es entre os objetos nesse continuum. A distinq50 pode simplesmente ser feita entre duas categorias, que podem ser denominadas 0 e 1. No pr6ximo nivel de sofistica~50, aplicamos ao continzrtrm o conceito de "mais ou menos", como mosrra a Figura 1.1. As pessoas ent5o se disp6em ao longo d o continuum em f u n q ~ o de um determinado traGo. Examinaremos esse conceito em mais detalhes

o dos Pontos Principais 1.5 0 s Quatro Prmpostos Cruciais 1. As pessoas diferem entre si quanto a rraGos importantes. 2. fi possivel quantificar esses traGos. 3. Esses traqos s5o razoavelmente estiveis. 4. A quantifica@o desses traqos apresenta alguma rela520 corn o

comportamento real das pessoas.

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Menos Mais

Figura 1 . 1 0 coiiti~iilum quc se prcssup6e para urn rrago

no Capitulo 3. Por ora, estamos simplesmerlte mcncionando o pressuposto de que essa codificaqso de urn t r a p 6 uma idCia fundamental para o nosso rrabalho. fi esse pressuposto de "quantificaq50n que nos permite utilizar o terrno "niedida" no campo da testagem. De fato, em muitos contextos, "medida" 6 usada conio um sin6ninio de "teste". Por exeniplo, a pergunta "como mensurar a inteligencia da crianqa?" significa o niesrno que "de que rnodo testar a inteligencia da crianqa?".

Em terceiro lugar, suponios que os traqos tern alguni grau de estabilidade ou perinnnCncia. Eles 1150 precisarn ser perfeitamente estiveis, mas tamb6m 1150 podeni flutuar dernasiadamente de um momento para outro. Se o traqo em si n50 for suficientemenre esrivel, nPo rerernos muito o que fazer com ele, nso importando quso apurado seja o nosso teste.

Em quarto lugar, supornos que os traqos razoavelmente estiveis que estarnos quantificando corn nossos testes tenhnm importantes rela@es corn o comportamento que dejzto se observn em situaq6es da vida real. De urn ponto de vista te6ric0, esce quarto pressuposto i de todos o menos importante. O u seja, como tebricos, poderiamos nos contentar ern rnoscrar que sonios capazes de quantificar um determinado traqo psicol6gic0, independenternenre de ele ter ou 1150 relaqio corn qualquer outra coisa. Entretanto, do ponto de vista pririco, este quarto pressuposto C de exrrerna irnporr2ncia. Corno pragniiricos, poderia~nos dizer que, por rnais elegance que seja a maneira corno um teste quanrifica urn traqo psic016~ic0, se o reste n50 se relaciona corn niais nada, ele n50 nos interessa.

Quest6es Fundamentais Vamos agora considerar as quest6es f~lndamentais acerca dos testes. De muitas rnaneiras, essas quest6es relacionam-se OLI

s2o conseqii2ncias dos pressupostos rnencionados anteriormenre. Podernos nos antecipar e dizer que esses pressupostos fundamentais sCo precisamente os c6picos coberros pelos Capitulos 3 , 4 e 5 , nos quais aprenderemos o modo corno os psic6logos tenram responder a essas indagaq6es fundamentais.

Em primeiro lugar, pergunramo-nos sobre a fidedignidade do reste, que se refere H estabilidade dos seus escores. Por exemplo, se fazemos o teste hoje e tornarnos a faz?-lo amanh5, seri que obteremos aproximadarnente o rnesrno resultado? Examinaremos este t6pico detalhadamente no Capitulo 4. Observe que esta quest20 ngo i exatamente a rnesrna de que cratarnos em nosso terceiro pressuposto, que se referia i esrabilidade do traqo em si. Aqui a quest50 da fidedignidade diz respeito i estabilidade da medida que fazernos desse traqo.

Em segundo lugar, pergunramo-nos sobre a validade do teste, que se refere ao que o teste esri de fato mensurando. Por exemplo, se urn teste se prop6e a rnensurar inteligencia, corno podemos saber que ele de fato esri fazendo isro? E quanto a um teste cujo objetivo C rnensurar a depresszo, seri que ele de faro esri rnensurando esse problerna? Trataremos em detalhes desse t6pico no Capitulo 5.

Em terceiro lugar, desejamos saber como interpretar os escores de urn teste. Por exemplo, Sheila acertou 13 das 20 quest6es de urn reste de aritmitica. Esse resultado i born ou ruim? Paulo respondeu "Concordo" em 45 de 60 itens de uma escala que rnensura depress50. S e d que isto quer dizer que ele esti deprimido ou verdadeiramente eufbrico? A interpretaqio dos escores dos testes geralmente depende da utilizaqiio de normas, que se baseiam nos escores de

esumo dos Pontos Principais 1.6 Questo'es Fundamentais Concernentes h Testagem

Fidedignidade Validade Normas Desenvolvimenro do Teste T6picos Priticos

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