ocorrÊncia de parasitoses na populaÇÃo humana … · entre os helmintos o enterobius...
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UNIVERSIDADE FEDERAL CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CAMPUS DE PATOS
OCORRÊNCIA DE PARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANA DO
MUNICÍPIO DE JERICÓ, PARAIBA, BRASIL.
LORENA FERNANDES DA SILVA
PATOS-PB
2016
Lorena Fernandes da Silva
OCORRÊNCIA DE PARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANA DO
MUNICÍPIO DE JERICÓ, PARAIBA, BRASIL.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado á Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos-PB, como requisito básico para obtenção do grau de Licenciada em Ciências Biológicas. Orientador (a): Prof. Dr. Ednaldo Queiroga de Lima PATOS-PB
2016
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG
S586o
Silva, Lorena Fernandes da
Ocorrência de parasitoses na população humana no município de Jericó, Paraíba, Brasil. / Lorena Fernandes da Silva. – Patos, 2016. 26f.: il. color
Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) – Universidade
Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2016.
"Orientação: Prof. Dr. Ednaldo Queiroga de Lima”
Referências.
1. Parasitoses. 2. Frequência. 3. Saúde pública. I. Título.
CDU 576.8
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente á Deus por ter me guiado a todo instante mostrando que sempre
existe uma nova chance para recomeçar.
Agradeço a minha família que sempre torceram pela minha vitória em especial aos meus pais
Izabel e Ronaldo a minha avó Toinha, ao meu namorado Felicio e o meu tio Galvão (in
memoriam).
Ao meu orientador Ednaldo Queiroga por ter me orientado tão bem nessa reta final da minha
jornada acadêmica. Aos meus colegas em especial, Rubênia e Géssica por todo apoio e ajuda
que me deram.
Agradeço a equipe do posto de saúde que disponibilizaram todos os dados para a realização
do presente estudo.
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização do Município de Jericó-PB.................................................................11
Figura 2- Unidade Básica de Saúde de Jericó-PB...................................................................12
Figura 3 - Comparação entre as amostras parasitadas e não parasitadas.................................13
Figura 4- Comparação da presença de parasitoses quanto ao sexo..........................................14
Figura 5 - Comparação entre os casos de monoparasitose e poliparasitose.............................14
Figura 6 - Protozoários e associação com idade de maior ocorrência.....................................16
Figura 7- Helmintos e associação com idade de maior ocorrência..........................................16
Figura 8- Distribuição de protozooes e helmintoses e associação parasitária nos mesmos indivíduos..................................................................................................................................17 Figura 9- Distribuição dos indivíduos parasitos de acordo com o endereço...........................18
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Ocorrência de parasitos em resultados de exames parasitológico realizados no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015 no município de Jericó - PB, Brasil................................................................................................................................15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
2 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 11
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 13
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 19
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 20
6 ANEXOS ..................................................................................................................... 23
7 NORMAS DA REVISTA ........................................................................................... 26
OCORRÊNCIA DE PARASITOSES NA POPULAÇÃO HUMANA NO
MUNICÍPIO DE JERICÓ, PARAIBA, BRASIL.
LORENA FERNANDES DA SILVA¹, EDNALDO QUEIROGA DE LIMA²
1- Graduanda em ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Campina Grande campus Patos. ([email protected])
2- Professor da disciplina de biologia da Universidade Federal de Campina Grande campus Patos. Farmacêutico-bioquímico. ([email protected])
RESUMO
Mesmo diante de tantas mudanças benéficas a população, as parasitoses ainda são um
problema de saúde pública, apresentando um quadro de parasitoses endêmicas em diversas
partes do pais. O objetivo desse trabalho foi identificar e quantificar a ocorrência das
enteroparasitoses através dos prontuários médicos dos exames de fezes dos pacientes
atendidos no centro de saúde do município de Jericó-PB, Brasil. Foram analisados os
prontuários médicos de janeiro de 2013 a dezembro de 2015, os mesmo foram separados em
positivos e negativos, sendo então, analisados os principais parasitos encontrados, além de
demonstrar a frequência das parasitoses por sexo, idade e o endereço (Zona rural/Zona
urbana) dos pacientes parasitados. Dos 3.321 resultados analisados 283 (8,50%) foram
positivos, sendo a Giárdia lamblia o protozoário mais frequente com 129 casos (45,58%) e
entre os helmintos o Enterobius vermiculares com 15 casos (5,50%). O sexo feminino
apresentou maior numero de indivíduos parasitados (64,66%) dos casos, dentre os resultados
positivos para parasitoses 191 (67,49%) apresentaram quadro de monoparasitose e 97
(32,50%) de poliparasitose, (66,43%) dos indivíduos parasitados residem na zona urbana da
cidade e (34,27%) na zona rural. Conclui-se que percentual de parasitoses foi baixo, apenas
8,50% dos pacientes, se encontravam infectados com algum tipo de parasita.
Palavra-chave: parasitoses, frequência, saúde pública
ABSTRACT
Even in the face of so many beneficial changes to population, the parasites are still a public
health problem, showing an endemic parasitosis in various parts of the country. The objective
of this work was to identify and quantify the occurrence of enteroparasitoses through the
medical records of examination of feces of the patients treated at the health center of the
municipality of Jericho-PB, Brazil. We analyzed the medical records of january 2013 to
december 2015, the same were separated into both positive and negative, and then analyzed
the main parasites found, in addition to demonstrating the frequency of parasitic infections by
gender, age and address (rural/urban) of patients parasitised. The results analyzed 283 3,321
(8.50%) were positive, and Giardia lamblia the most frequent Protozoan with 129 cases
(45.58%) and among the helminths the Enterobius vermiculares with 15 cases (5,50%). The
higher number of female parasited individuals (64.66%) of cases, among the positive results
for 191 parasitosis (67.49%) presented monoparasitose Board and 97 (32.50%) of
poliparasitose, (66.43%) of individuals living in urban area of parasited City (34.27%) and in
the countryside. It is concluded that percentage of parasitism was low, only 8.50% of patients
were infected with some kind of parasite.
Keyword: parasitosis, frequency, public health
9
1 INTRODUÇÃO
Parasitismo é a associação entre seres vivos, na qual existe uma unilateralidade de
benefícios, com um dos associados prejudicado nessa relação. Tem-se então, o parasito como
agente agressor e, o hospedeiro como agente que abriga o parasito (1).
As infecções parasitarias são causadas por helmintos e protozoários, eles apresentam
ciclos de vida que contam com períodos de parasitose humana, períodos de vida livre no
ambiente e períodos de parasitoses em outros animais (2).
As protozooses e helmitoses são endoparasitas que habitam diferentes partes do
intestino do hospedeiro. Eles podem ser encontrados em forma de ovos, larvas e cisto que são
liberados pelos seres humanos através das fezes, uma vez eliminadas no ambiente os parasitas
contaminam o solo e são levados pelo vento e água contaminando também os alimentos. A
infecção pode ocorrer pela ingestão dos ovos, larvas e cisto do parasita e pela penetração das
larvas de helmintos através da pele ou mucosa (3).
Embora apresentem baixa taxa de mortalidade, as enteroparasitoses são responsáveis
por altos índices de morbidade, especialmente nos países em desenvolvimento, onde são
utilizadas como indicadores do desenvolvimento socioeconômico (4). Ainda, a investigação
parasitológica tem sido amplamente negligenciada no país (5) e de acordo com (4), sua alta
prevalência se deve, principalmente, ao difícil acesso ao saneamento básico e à falta de
programas de educação sanitária para a população mais carente.
Em nosso pais as parasitoses possuem ampla distribuição, podem ser encontradas tanto
na zona urbana como na zona rural, e sua proporção pode variar segundo o ambiente e espécie
parasitaria (6).
Mesmo conhecendo as medidas de prevenção contra as parasitoses intestinais o
homem é o principal responsável pela contaminação do solo e da água, assim propagando a
cadeia de transmissão das parasitoses. A higiene pessoal e domestica feitas de formas
inadequadas e a falta de saneamento básico, juntas são as principais formas de transmissão
dos parasitas (7).
Para que haja maior controle das parasitoses algumas ações devem ser levadas em
conta, como o ciclo de vida do parasita, higiene pessoal e os hábitos alimentares do
hospedeiro, além disso, ver as condições econômicas, atendimento de saúde pública, educação
e a assistência médica da comunidade. Tanto os fatores biológicos e ecológicos juntamente
com as condições de saúde dos animais domésticos e silvestres que habitam o local, devem
estar igualmente em harmonia (8).
10
Estudos relacionados a esse problema são realizados de forma fragmentada, devido às
dificuldades encontradas em organizar amplas investigações epidemiológicas que
complementem todas as características regionais e sociais envolvidas. A carência de dados é
considerada um fator agravante, uma vez que não é possível saber a importância regional do
problema, seu perfil epidemiológico e a distribuição das parasitoses emergentes e
reemergentes (9).
Mesmo diante de tantas mudanças benéficas a população, as parasitoses ainda são um
problema de saúde pública, apresentando um quadro de parasitoses endêmicas em diversas
partes do pais (10).
Com base na literatura consultada o presente trabalho tem como objetivo traçar o
perfil epidemiológico da cidade de Jericó-PB, ressaltando a necessidade da pesquisa sobre as
parasitoses.
Considerando o respeito pela dignidade humana e pela especial proteção devida aos
participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos o presente estudo foi feito
dentro dos padrões da RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.
11
2 MATÉRIAS E MÉTODOS
2.1 Área de estudo
O município de Jericó situa-se na região oeste do Estado da Paraíba, Mesorregião
Sertão Paraibano e Microrregião de Catolé do Rocha (figura 1).
O município se estende por 179,3 km² e contava com 7 538 habitantes no ultimo
censo. A densidade demográfica é de 42 habitantes por Km² no território do município. A
sede municipal situa-se à uma altitude de 238 metros e possui coordenadas de 9.275.395NS e
631.777EW (11).
Conforme o censo 2010 a população de Jericó é distribuída entre homens e mulheres.
A população masculina representa 3.694, enquanto a população feminina é de 3.844
habitantes. O município possui 4.729 habitantes na zona urbana e 2809 habitantes na zona
rural, no município 82,39% da população possuem água encanada sendo 99,87% tem energia
elétrica em suas residências e 89,50% tem acesso a coleta de lixo que ocorre apenas na zona
urbana da cidade (11).
Figura 1. Localização do Município de Jericó - PB
Fonte: IBGE localização, 2010.
12
2.2 Coleta dos dados
O presente trabalho foi realizado através da coleta de dados de resultados de exames
de fezes a partir dos prontuários médicos do laboratório da Unidade Básica de Saúde do
município de Jericó-PB.
A referida pesquisa tem caráter descritivo com abordagem quantitativa, onde se
realizou a análise, buscando traçar um perfil epidemiológico parasitário da cidade.
Os resultados analisados foram os dos anos de 2013, 2014 e 2015, e através deles foi
coletadas as informações referentes ao sexo e faixa etária dos pacientes, a positividade e
negatividade dos exames, os parasitas encontrados e sua frequência em resultados positivos,
local onde reside o paciente e sendo observados também os índices de poliparasitismo e
monoparasitismo nos indivíduos. Os exames selecionados foram baseados no método de
Hoffman Pons e Janer (sedimentação espontânea).
Os dados coletados foram analisados através do programa Microsoft Excel e dispostos
em figuras e tabelas, sendo comparados com a literatura especifica.
Figura 2. Unidade Básica de Saúde do município de Jericó-PB
13
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre os anos de 2013, 2014 e 2015 foram registrados 3.321analises de exames de
fezes. Desse total, 283 (8,50%) foram positivos e 3.038 (91,31%) negativos (Figura 3).
Apesar do baixo resultado para parasitoses intestinais positivas contrastar com os
resultados de outros trabalhos, que indicam, por exemplo, norte e nordeste como
representantes de altos índices em comparação com outras regiões (12-13).
No trabalho realizado no município de Conde-PB, observaram uma percentagem de
42,07% de resultados positivos para pelos menos uma espécie de parasita intestinal (14).
Figura 03. Comparação entre as amostras parasitadas e não parasitadas (N= 3.321).
Analisando os dados da figura 4, observa-se que dos 283 casos positivos de parasitoses
a maior concentração foi apresentada no sexo feminino com 64,66% dos casos e o masculino
com 35,33%. Esses dados são semelhantes se comparamos os resultados com o trabalho
desenvolvido na cidade de Água Branca, Paraíba, onde a prevalência de parasitose intestinal
na população humana foi de 65,71% no sexo feminino e 34,29% no sexo masculino (15).
O estudo realizado na região de Cascalheira no município de Barreiras-BA mostra
números compatíveis com o presente trabalho, onde 65,4% das amostras examinadas foram
positivas para o sexo feminino e 34,6% para o masculino (16).
Um dos fatores que explicam tal resultado advém do fato de que as mulheres procuram
mais os serviços médicos do que os homens (17).
8,50%
91,31%
Positivos Negativos
14
Figura 4. Comparação de presença de parasitoses quanto ao sexo (N= 283)
Dos 283 casos positivos de parasitoses 191 (67,49%) apresentaram quadro de
monoparasitose e 97 (32,50%) de poliparasitose como mostra a figura 5.
Comparando os dados da figura 5 com o trabalho realizado entre usuários do centro de
saúde do distrito de Sousas, Campinas, SP, onde a analise em770 prontuários, 62,2% foram
casos de monoparasitose (18).
No Estudo das parasitoses gastrointestinais feito pelo laboratório central do município
de Anápolis-GO verificaram também maior numero de monoparasitose com 51% dos casos e
49% de poliparasitismo (19).
O predomínio do monoparasitismo pode estar relacionado aos parasitas que competem
pelo mesmo nicho, levando à exclusão de uma das espécies, ou pode estar associado à baixa
frequência com que o hospedeiro entra em contato com o meio contaminado com diferentes
espécies ou pode estar ainda relacionada com o grau de imunocompetência do hospedeiro.
Figura 5. Comparação entre os casos de monoparasitose e poliparasitose (N=283)
35,33%
64,66%
Masculino Feminino
67,49%
32,50%
Monoparasitose Poliparasitoses
15
Analisando os resultados dos exames individualmente foram encontrados 369
parasitos, dispostos em sete espécies, cinco do grupo dos protozoários e dois compondo o
grupo dos helmintos. Os protozoários de maior ocorrência foram Giardia lamblia, Entamoeba
histolytica, E. coli, Endolimax nana, conforme representa a Tabela 1.
Estes parasitas também foram os que tiveram maior frequência nas pesquisas
realizadas envolvendo usuários do SUS (10, 20, 21, 22).
Os protozoários Giárdia lamblia, Entamoeba histolytica, E. colli e o helminto
Enterobius vermiculares apresentaram maior ocorrência entre a faixa etária de 0 a 15 anos.
O fato dos casos positivos estarem relacionados a protozoários como Entamoeba
histolytica e Giardia lamblia, sugere que a comunidade pesquisada apresente algum problema
relacionado ao manuseio da água, além da ausência de cuidados higiênicos com as mãos,
principalmente dos manipuladores de alimentos, indicando dessa forma que cuidados básicos
como o lavar das mãos por parte tanto dos alunos quanto das responsáveis pela merenda das
crianças ajudariam a reduzir esses índices (23).
Dos 20 aos 30 ano foi registrado 39 casos do protozoários Endolimax nana e dos 20
aos 35 anos houve 11 casos Iodamoeba butschlii. O helminto Ascaris lumbricoides teve
presente em apenas três casos e os indivíduos parasitados estavam entre a faixa etária dos 40
aos 47 anos.
Tabela 1. Ocorrência de parasitos em resultados de exames parasitológico realizados no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015 no município de Jericó - PB, Brasil.
Intensidade das parasitoses
Parasito Quantitativo de casos Frequência Idade
Giárdia lamblia 129 45,58% 0 á 15 anos Entamoeba histolytica 112 39,57% 0 á 15 anos Entamoeba coli 65 22,96% 0 á 15 anos Endolimax nana 39 13,78% 20 á 30 anos Iodamoeba butschlii 11 3,88% 20 á 35 anos Enterobius vermiculares 15 5,50% 0 á 15 anos Ascaris lumbricoides 3 1,06% 40 á 47 anos
16
Figura 6. Protozoários e associação com idade de maior ocorrência
Fonte: Atlas Eletrônico de Parasitologia da UFRGS
Figura 7. Helmintos e associação com idade de maior ocorrência
Fonte: Atlas Eletrônico de Parasitologia da UFRG
Giárdia lamblia
Entamoeba histolytica
E. coli
Endolimax nana
Iodamoeba butschlii
Enterobius vermiculares
Ascaris lumbricoides
17
Separando os parasitos em protozooses e helmintoses, encontramos uma grande
quantidade de protozooses com 97,17% casos e um pequeno quantitativo 2,28% para
helmintoses, e apenas 1,76% encontra-se com associação dos dois tipos de parasitas, como
mostra a figura 8.
A alta prevalência de protozoários (97,17%) foi similar ao encontrado em usuários
SUS em Bom Jesus dos Perdões, SP e Ibiassucê, BA, onde as taxas de presença de
protozoários estavam acima de 93% em ambos os casos (20-21).
Figura 8. Distribuição de protozooes e helmintoses e associação parasitária nos mesmos indivíduos
De acordo com as informações das fichas dos pacientes 66,43% dos indivíduos
parasitados residiam na zona urbana da cidade e 34,27% na zona rural (Figura 9).
O resultado do presente estudo mostra-se contrario a outros trabalhos que mostram
maior numero de indivíduos parasitados na zona rural, como no estudo realizado em Itambé
do Mato Dentro (MG), com usuários do SUS, onde a área rural apresentou (39,5%) dos casos
de parasitoses e (24,3%) na área urbana (24).
É possível que indivíduos residentes na zona urbana, com melhores condições de
serviços de saneamento, estão passíveis a acometimento igual ou superior aos residentes em
áreas rurais, pois existem outros fatores intervenientes, como: aglomeração populacional,
consumo de alimentos infectados e sem a devida higienização (25).
1,76% 2,82%
97,17%
Helmintos e Protozoarios
Helmintos
Protozoários
18
Figura 9. Distribuição dos indivíduos parasitados de acordo com o endereço.
66,43%
34,27%
Zona Urbana Zona Rural
19
4 CONCLUSÃO
A partir dos dados obtidos no presente estudo pode-se descrever que, o agente
etiológico das parasitoses que tiveram maior ocorrência na população humana do município
de Jericó-PB, Brasil foi a Giárdia lamblia para os protozoários e Enterobius vermiculares
para os helmintos, o índice de parasitoses foi maior entre o sexo feminino e em pacientes com
faixa etária de 0 a 15 anos, os casos de monoparasitismo foram superiores aos de
poliparasitismo e a ocorrência de indivíduos infectados foi maior na zona urbana.
Os resultados dessa pesquisa mostra que o percentual de parasitoses foi baixo quando
comparado á outros estudos, apresentando apenas 8,50% de casos positivos para parasitoses.
20
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- NEVES, D. P et al. Parasitologia humana. 12. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2011. 2- BELO, V.S.; OLIVEIRA, R.B.; FERNANDES, P.C.; NASCIMENTO, B.W.L.;FERNANDES, F.V.; CASTRO, C.L.F.; SANTOS, W.B.; SILVA, E.S. Fatores associados à ocorrência de parasitoses intestinais em uma população de crianças e adolescentes. Rev. Paul Pediatria, v.30, n.2, p.195-201, 2012. 3- SÁ-SILVA, J. R.; PORTO, M. J. F.; SOUSA, C. E. B.; ALMEIDA, F. V. P. Escola,Educação em Saúde e Representações Sociais: problematizando as parasitoses intestinais. Pesquisa em Foco, v. 18, n. 1, p. 82-95, 2010. 4 - Oro, D.; KOPROSKI, G. K.; Oro, N. A.; SBARDELOTTO, C.; SEGER, J. (2010). Prevalência de parasitas intestinais em crianças de Descanso – Santa Catarina – Brasil. Unoesc & Ciência – ACBS. 5-BASSO, R. M. C; SILVA-RIBEIRO, R. T.; SOLIGO, D. S.; RIBACKI, S. I.; CALLEGARI-JACQUES, S. M.; ZOPPAS, B. C. de A. (2008). Evolução da prevalência de parasitoses intestinais em escolares em Caxias do Sul, RS. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 6-OLIVEIRA, V.F.; AMOR A.L.M. Associação entre a ocorrência de parasitos intestinais e diferentes variáveis clínicas e epidemiológicas em moradores da comunidade Ribeira I, Araci, Bahia, Brasil. RBAC. 2012; 44(1): 15-25. 7-SILVA, J. C.; FURTADO, L. F. V.; FERRO, T. C.; BEZERRA, K. C.; BORGES, E. P.; MELO, A. C. F. L. Parasitismo por Ascaris Lumbricoides e seus aspectos epidemiológicos em crianças do Estado do Maranhão. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol 44. no 1. Uberaba Jan./Feb. 2011. 8-LEVENTHAL, R. Parasitologia Médica. 4. ed. São Paulo: Editorial Premier, 2009. 159 p. 9-FERRAZ, R. R. N.; BARNABÉ, A. S.; PORCY, C.; JÚNIOR, A. D.; FEITOSA, T.; FIGUEIREDO, P. M. Parasitoses intestinais e baixo índices de Gini em Macapá (AP) e Timon (MA), Brasil. Cadernos de Saúde Coletiva. Vol 22. N 2. Rio de Janeiro, 2014. 10-BELLIN, M.; GRAZZIOTIN, N, A.; Prevalência de parasitos intestinais no município de Sananduva – RS. Newslab, v. 104, p. 116 – 122, 2011.
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24
Método de concentração por sedimentação espontânea (Hoffmann, Pons & Janer ou lutz 1934).
A técnica de sedimentação é um teste qualitativo para a detecção de ovos e larvas de
helmintos. A sedimentação espontânea, conhecida como método de Lutz ou Hoffman, Pons &
Janer, foi desenvolvida para o diagnóstico das enteroparasitoses. É uma técnica útil para
ensaios preliminares visando identificar que grupos de parasitas estão presentes em uma
amostra.
O principal objetivo da técnica é o aumento da concentração de ovos (operculados e
não-operculados), larvas, cistos e o isolamento de óleos e gorduras da maior parte dos
detritos. Por serem pesados, ovos e larvas são sedimentados espontaneamente, lavados e
concentrados e em seguida examinados.
A sedimentação apresenta uma ação contrária quando comparada com a flutuação. Os
cistos, oocistos, ovos e larvas são retidos no fundo do recipiente, enquanto os detritos são
suspensos para a superfície, não interferindo no diagnóstico final. Esta tem sido indicada
como uma técnica mais eficiente na pesquisa de ovos de helmintos do que na detecção de
cistos de protozoários.
Material 2 a 5g de fezes
Copo de plástico ou becker
Copo cônico (Cálice de decantação)
Parasito filtro para copo cônico
Bastão de vidro ou espátula de madeira (tipo abaixador de língua)
Pipetas Pasteur
1 litro de água
Lâmina e lamínula
Lugol
Técnica
Misture no copo plástico (ou becker) uma pequena quantidade de fezes (2 a 5
gramas) com 50 ml de água e homogeneíze bem com um bastão de vidro (ou palito).Transfira
a suspensão para o copo cônico, filtrando-a com o parasito filtro.
Despreze o material presente no parasitofiltro, e em seguida adicione água até
preencher ¾ do copo cônico, onde ocorrerá a sedimentação espontânea dos ovos e larvas
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Após 1-2 horas, colete a matéria do fundo (sedimento) com auxílio de uma pipeta
Pasteur e transfira para a lâmina (uma gota).
Adicione 1 gota de lugol, misture e cubra com a lamínula.
Observe a lâmina ao microscópio com uma objetiva de 10x e, posteriormente, mude
para a objetiva de 40X.
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