october doom magazine ed. 57

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MAGAZINE ANO II N º 57 LANÇAMENTOS + RESENHAS + SHOWS + MATÉRIAS + ENTREVISTAS ENTREVISTA + RESENHA ENTREVISTA RESENHA ZÂNDHIO ARANDU ARAKUAA EP II

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Revista Mensal com foco nas Artes Plasticas, Música e Entretenimento Underground. Download: https://goo.gl/0jTayq

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Page 1: October Doom Magazine Ed. 57

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MAGAZINEANO IINº57

L A N Ç A M E N T O S + R E S E N H A S + S H O W S + M A T É R I A S + E N T R E V I S T A S

ENTREVISTA+ RESENHA

ENTREVISTA RESENHAZÂNDHIOARANDU ARAKUAA

EP II

Page 3: October Doom Magazine Ed. 57

57ABR/2016Nº

COLABORADORES:

A October Doom Magazine é resultado da parceria e cooperação de alguns grupos e iniciativas independentes, que trabalham em função de um Underground Brasileiro mais forte e completo, além de vários individuos anônimos que contribuem compartilhando e disseminando este trabalho.

By October Doom Entertainemnt

issuu.com/octoberdoomzine/

octoberdoom.bandcamp.com/

Facebook.com/OctoberDoomOfficial

Facebook.com/FuneralWedding

EDITORIAL

CONTATO:[email protected]

Nossa Família está crescendo.O October Doom Magazine começou como uma ideia que parecia sem pá nem cabeça, afinal, não imagináva-mos que teríamos público e muito menos bandas para alimentar a publi-

cação durante muito tempo. Éramos somente eu e o Fabrico escrevendo e por muito tempo permaneceu assim, pelo menos até o início da nossa grande par-ceria com o blog Funeral Wedding e posteriormente, com o Movimento Underground Rock in Roll (MUR-RO), e isso nos ajudou a aumentar o conteúdo da revista sem perder a qualidade.Hoje, depois da nossa reformulação, somos uma equipe de 14 pessoas en-tre redação, diagrama-ção e revisão, e a maioria desses colaboradores terão sua estreia nesta edição.Rafael Sade, do HellLi-ght/Last Time/Last News; Leandro Vianna, do blog A Música Conti-nua a Mesma; Billy Goa-te, do Blog norte ameri-cano Doomed & Stoned; Raphael Arizo, da Black Legion Productions; Mai-con Leite, do blog “Tá no Sangue!” e Humberto Hell são nossos colaboradores mais recentes, e vocês poderão conferir suas colaborações já nesta edição.Além deles, temos nossos colaboradores mais “veteranos”, que têm nos ajudado a construir edição por edição até aqui.Com essa equipe esperamos trazer para nossos leitores, o máximo de informação e conteúdo de qualidade abrangido todos os gêneros compatíveis com a October Doom Magazine, e esperamos que vocês, que nos acompanhem, tornem-se ainda mais próximos desta iniciativa que surpreende a todos pela qualidade e continuidade.Venham, mergulhem nesta edição que preparamos especialmente pra vocês. Esperamos que gostem.

Boa leituraMORGAN GONÇALVES

Facebook.com/morgan.goncalves.1

EDITOR CHEFE

Mergulhem nesta edição que preparamos especialmente pra vocês.”

EDITOR CHEFE: Morgan Gonçalves

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO: Fabrício Campos | Cielinszka Wielewski | Bruno Braga | Fernando Martinez | Gustav Zombetero | Merlin Oliveira | Raphael Arizo | Leandro Vianna | Billy Goate | Rafael Sade

EDITOR DE ARTE:

Márcio Alvarenga [email protected]

Page 4: October Doom Magazine Ed. 57

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SUMÁRIO

44

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ESSENCIAISCORROSION OFCONFORMITY

36ESPECIAL:MUITO ALÉM DE GUERRAS E PROFETAS MATÉRIA:

O MOVIMENTO UNDER-GROUND NO NOROESTE NORTE AMERICANO

Page 5: October Doom Magazine Ed. 57

16SON OF A WITCH

50 RESENHACLÁSSICO

24ENTREVISTA

12ENTREVISTAGUILHERME CORVO

COM GILA MONSTER, GUITARRA

DEATH POEMS, DO THE FIFTH ALLIANCE

Page 6: October Doom Magazine Ed. 57

ENTREVISTA

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JOCKE WALLGRENFREDRIK NORRMANOCTOBER TIDE

Page 7: October Doom Magazine Ed. 57

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A inspiração está em todo lugar, basta observar e aplicar no tempo certo, com a banca certa.”

facebook.com/OctoberDoomOfficial

October Tide nasceu em 1994, a partir da tape que Jonas Renkse e Fred Norr-man gravaram para registrar

algumas canções que seguiam uma linha diferente da sua banda princi-pal, Katatonia, que havia acabado, porém, o rompimento do Katatonia acabou por ser apenas um hiato. O resultado dessa tape, gravado em 1994 só veio a público em 1997, sob o título de “Rain Without End”. De lá pra cá, mais de vinte anos se passaram, e hoje, o October Tide se prepara para lançar seu sexto álbum de estúdio, Winged Waltz, e é com o baterista Jocke Wallgren, que converso agora sobre a trajetória e os planos para o futuro do October Tide.

POR Moragan Gonçalves

OD | A

7facebook.com/OctoberDoomOfficial

Jocke Wallgren, BATERIA - OCTOBER TIDE

COM WINGED WALTZ, OCTOBER TIDE ASCENDE À UM NOVO PATAMAR

TRADUÇÃO Elyson Gums

UM NOVO EPISÓDIO PARA O OCTOBER TIDE

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1997Rain without end

MORGAN G: O KATATONIA FOR FORMADO EM 1991, E EU CREIO QUE PODERÍAMOS COLOCA-LA LADO A LADO DE ANATHEMA, MY DYING BRI-DE, MOURNING BELOVETH E PARADISE LOST NO HALL DE MAIORES NOMES DO DOOM METAL MUNDIAL. O OCTOBER TIDE NASCEU EM MEIO A TODO ESSE MOVIMENTO ASCENDENTE DO GÊNERO. COMO VOCÊ ACHA QUE ESSE “BERÇO” CONTRIBUIU PARA O OCTOBER TIDE?

FREDRIK NORRMAN: Não estou certo de ter ajudado tanto assim. Mais por causa da gente mesmo. Éramos muito reclusos naquele tempo, não demos entrevistas nessa época nem nada do tipo.

ANTES DO OCTOBER TIDE, VOCÊ JÁ TOCOU NO AMON AMARTH, EM PERFORMAN-CES AO VIVO, NO VITUPE-RATION DE DEATH/TRASH METAL, ASTROPHOBOS, DE BLACK METAL E MAIS RECEN-TEMENTE, NO MORITO ERGO SUM, DE DOOM METAL TAM-BÉM DA SUÉCIA, ALÉM DE VÁRIAS OUTRAS. COMO VOCÊ SENTE QUE ESSA “FORMAÇÃO

ENTREVISTA

MUSICAL” INFLUENCIOU SUA ENTRADA NO OCTOBER TIDE, E QUE INFLUENCIAS ESSAS EXPERIÊNCIAS TRAZEM PRA BANDA?

JOCKE WALLGREN: Não me afetou muito. Sempre toquei músicas alternativas, então o death, black e doom estiveram sempre perto, especialmente se era melódico. A inspiração está em todo lugar, basta observar e aplicar no tempo certo, com a banca certa.

APESAR DE TEREM COMPOS-TO A TAPE EM 1994, O PRI-MEIRO REGISTRO OFICIAL DA BANDA VEIO SOMENTE EM 1997, NA FORMA DO PRIMEI-RO ÁLBUM, RAIN WITHOUT END. O DISCO É INCRÍVEL, MAS LEVOU TRÊS ANOS PARA VIA À PÚBLICO. POR QUE O LANÇAMENTO VEIO SOMEN-TE EM 1997, SE ATÉ 1996 O KATATONIA AINDA ESTAVA SEPARADO?

FREDRIK NORRMAN: Gravamos “Rain Without End” em 1995 e foi lançado em 1997 e pra ser sincero eu não lembro o porquê do atraso. Eu acho que tinha a ver com a nossa grava-dora, Vic Records.

FICHA ORIGEMAvesta , Sweden

GÊNERODoom, Death Metal

DISCOGRAFIA

GREY DAWN FOI LANÇADO EM 1999, E MARCOU O FIM DA PRIMEIRA FAZE DO OC-TOBER TIDE, JÁ QUE A PAR-TIR DAÍ, FORAM 11 ANOS SEM NOVOS LANÇAMEN-TOS. OQUE FEZ COM QUE A BANDA FICASSE TANTO TEMPO SEM LANÇAR NO-VOS TRABALHOS?

FREDRIK NORRMAN: Nós só esco-lhemos focar no Katatonia. O OC-TOBER TIDE era mais death metal até então, mas tinha similaridades com o Katatonia. Então encerra-mos o capítulo October Tide.

O OCTOBER TIDE FICOU 11 ANOS OCULTO, ENTRE 1999 E 2010, QUANDO A BANDA LANÇOU “A THIN SHELL”. VOCÊS ACHAM QUE TODO ESSE TEMPO SERVIU PARA AMADURECER A BANDA E TRABALHAR INDA MAIS AS CANÇÕES OU A BANDA FI-COU REALMENTE DE LADO DURANTE ESSE TEMPO?

JOCKE WALLGREN: Acho que sim. “A Thin Shell” é mais maduro e melhor pensado, mas eu não sou a melhor pessoa para responder a esta pergunta. OD | A

JOCKE WALLGRENFREDRIK NORRMANOCTOBER TIDE

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99facebook.com/OctoberDoomOfficial

CURRENTMEMBERSAlexander HögbomVocals

Fredrik Norrman Guitars

Jocke Wallgren Drums

Emil Alstermark Guitars

Mattias Norrman Bass

1999Grey down

2010A thinshell

2013Tunnel of no light

2016Winged Waltz

Jocke Wallgren, BATERIA - OCTOBER TIDE

Pra ser honesto, este álbum é o meu favorito do OCTOBER TIDE, não só porque eu toquei aqui, mas também porque a música e arranjos são extraordinários.”

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ENTREVISTAJOCKE WALLGRENFREDRIK NORRMANOCTOBER TIDE

LINKShttps://www.facebook.com/octobertideband

http://octobertide.net/

DURANTE QUASE TODA A HIS-TÓRIA DA BANDA, O KATATO-NIA PERMANECEU PRESENTE COM UMA “BANDA IRMÔ DO OCTOBER TIDE, E EM ALGUNS MOMENTOS, ESTEVE RELA-CIONADA DIRETAMENTE COM A BANDA, COMO EM 2012, QUANDO O OCTOBER TIDE PASSOU POR MUDANÇAS NO LINE-UP E MATTIAS NORRMAN (EX-KATATONIA) PASSOU A FAZER PARTE DO GRUPO. COMO FUNCIONA ATUALMEN-TE ESSA RELAÇÃO ENTRE OC-TOBER TIDE E KATATONIA?

FREDRIK NORRMAN: É bom, por mais que não nos falemos tanto. Basica-mente só conversamos no telefone ou quando nos encontramos nos shows.

EM 2013, O QUARTO DISCO DA BANDA FOI LANÇADO, TUNNEL OF NO LIGHT, QUE RECEBEU EXCELENTES CRÍTICAS DAS MÍ-DIAS E DO PÚBLICO, FOI CON-SIDERADO O MAIS PESADO ÁLBUM DA BANDA ATÉ AQUI. COMO TUNNEL OF NO LIGHT MARCOU A HISTÓRIA DA BAN-DA NESSES TRÊS ANOS?

JOCKE WALLGREN: Eu acho que marcou um pouco os novos sons. Igualmente emocional, ainda com melodias agressivas, mas com sonoridades que marcaram o OC-TOBER TIDE.

O OCTOBER TIDE ESTÁ LAN-ÇANDO SEU NOVO ÁLBUM WINGED WALTZ, QUE VEM COM 8 FAIXAS QUE SOMAM 50 MINUTOS. OQUE PODE-MOS ESPERAR DESTE ÁLBUM, EM COMPARAÇÃO COM SEU ANTECESSOR, TUNNEL OF NO LIGHT?

JOCKE WALLGREN: Esse álbum é fruto de muito trabalho duro. Fred colo-cou seu coração nisso, e é evidente. A atmosfera é incrível, os vocais do Alex no topo de seu pOctober Tideen-cial destrutivo. Pra ser honesto, este álbum é o meu favorito do OCTOBER TIDE, não só porque eu toquei aqui, mas também porque a música e ar-ranjos são extraordinários.

O OCTOBER TIDE CERTAMEN-TE TEM UMA TURNÊ PRE-PARADA PARA DIVULGAR O NOVO TRABALHO, MAS

PODEMOS ESPERAR SHOWS FORA DA EUROPA, QUEM SABE, PELA AMÉRICA DO SUL?

JOCKE WALLGREN: Vamos ver. Espe-ramos que sim, porque queremos mesmo espalhar o Doom ainda mais. Qualquer interessado deve falar com a DreamTide Music Mana-gement & Agency.

RESERVAMOS ESTE ESPA-ÇO PARA A BANDA MAN-DAR AQUELA MENSAGEM PARA OS FÃS BRASILEIROS E LATINO-AMERICANOS DO OCTOBER TIDE. FIQUEM À VONTADE.

OCTOBER TIDE: Nós agradecemos o espaço e espetemos que o público brasileiro goste do novo trabalho. Winged Waltz é um novo capítulo na história do October Tide, e es-crevemos este com muita emoção e dedicação.

MORGAN GONÇALVES: Aqui, encer-ramos nossa entrevista, mas antes de nos despedirmos, quero dizer que somos todos grandes fãs do tra-balho do October Tide, e que seria ótimo, vê-los por aqui em breve. Muito Obrigado pela participação e parabéns pelo Winged Waltz.Stay Doom!

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OD | A

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ENTREVISTA

GUILHERME CORVOVOCALISTA/GUITARRISTA - DARK SLUMBER

DARK, MAS NEM POR ISSO, MENOS PESADO12

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A banda Dark Slum-ber vem sendo uma grande revelação no cenário Under-ground nacional. Seu disco “Dead Inside” vem obtendo grande destaque nos meios

especializados como um dos melhores discos de 2015. Vamos ver com o vocalista e guitarrista Guilherme “Corvo” o que a banda tem feito nesse ano e quais os planos para o futuro.Entrevista por Raphael Arízio OD | A

FICHA

GÊNERODark Metal

ORIGEMBarra Mansa, Rio de Janeiro

CURRENTMEMBERSGuilherme Corvo

Sandro Leite

Heyder Fonseca

Jorge Zamluti

RAPHAEL ARÍZIO: COMO TEM SIDO A REPERCUSSÃO PARA O DISCO “DEAD INSIDE”? ESTÁ DENTRO DAS EXPECTA-TIVAS DA BANDA? O QUE ES-PERAVAM ALCANÇAR COM O LANÇAMENTO DESSE DISCO?

GUILHERME CORVO: A repercussão do disco tem sido ótima. Rese-nhas bem positivas e boas notas em revistas como a Roadie Crew e Rock Meeting. Não poderíamos deixar de mencionar a consa-grada revista inglesa Terrorizer, onde também saímos na capa de uma coletânea, juntos com Tor-ture Squad. Nosso único objetivo era divulgar nosso trabalho e toda essa receptividade nos esti-mulou muito.

A BANDA FICOU MAIS OU MENOS UM ANO COM AS ATIVIDADES INTERROMPI-DAS DEVIDO A PROBLEMAS PESSOAIS DE ALGUNS IN-TEGRANTES. ESSA PAUSA BENEFICIOU A BANDA EM ALGUM PONTO?

GC: Infelizmente eu tive que me ausentar, não por problemas ne-cessariamente, mas para dar conti-nuidade a meu curso de engenharia na Europa. Essa pausa nos fez sen-tir o quanto a música é necessária em nossas vidas e, ao voltarmos, acelerou nosso processo de criação de composições.

Guilherme Corvo, VOCALISTA/GUITARRISTADARK SLUMBER

Essa pausa nos fez sentir o quanto a música é necessária em nossas vidas.”

POR Raphael Arízio

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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RECENTEMENTE A BANDA TOCOU NA PRIMEIRA EDIÇÃO DO “TORMENTO METAL” EM VOLTA REDONDA-RJ. COMO FOI ESSE SHOW? O QUE A BANDA ACHA DA INICIATIVA DA OVELHA NEGRA PRODU-ÇÕES DE TENTAR REANIMAR A CENA UNDERGROUND DA REGIÃO?

GC: O show foi muito bom e o públi-co muito presente, tanto na partici-pação no show quanto na aquisição de camisas e cds. Achamos a ini-ciativa nobre e damos total suporte para que o evento se consolide se tornando o primeiro fest ativo de metal extremo do sul fluminense. Isso é importante não só para as bandas, mas para o público que na falta de opção acaba sendo obriga-do a se sujeitar a eventos de estilos que nem gostam tanto.

A CAPA DO DISCO, CRIADA POR MARCEL BRIANI, PASSA UMA IDEIA DO QUE É O SOM BANDA. UM SOM OBSCURO, ATMOSFÉRICO, MAS BEM PE-SADO. O QUE A BANDA QUIS PASSAR COM A CAPA E COMO ELA FOI ELABORADA

GC: Eu tive um sonho certa vez, nesse sonho havia uma floresta onde pessoas costumam ir para cometer suicídio, e a natureza sim-plesmente absorvia essa energia, tornando-se lúgubre e melancólica. Essas arvores absorviam a essên-

cia orgânica e espiritual dos vivos e as manifestava através de formas de rostos em suas cascas. Dessa ideia partiu a concepção da forca e dos espíritos, o nome Dead inside (morto por dentro), ilustra isso. Fizemos um esboço e transmitimos para o Marcel, que habilmente e de forma flexível foi trabalhando a ideia.

O SOM DO DARK SLUMBER NÃO SE PRENDE SOMENTE EM UM ESTILO TENDO INFLU-ÊNCIAS QUE VÃO DE BLACK, DEATH E DOOM METAL POR EXEMPLO. COMO É A FORMA

DE COMPOR DA BANDA E COMO É DOSAR ESSES ESTI-LOS PARA CRIAR A IDENTIDA-DE SONORA DA BANDA

GC: Nossa forma de compor é bem orgânica, não existem predefini-ções de qual formato as músicas devem tomar. O resultado final é uma variação de como estamos nos sentindo, e cada musico adi-ciona – a partir de sua própria subjetividade – elementos que configuram essas variações es-tilísticas. Sempre apreciei o caos manifesto, e a não singularidade de escopo definido beneficia esse caos. Os resultados são músicas que vão de extremos de raiva íg-nea a introspecção e melancolia (as vezes na mesma melodia).

O DARK SLUMBER É UMA BANDA QUE DEMONSTRA DAR UMA GRANDE IM-PORTÂNCIA PARA AS SUAS LETRAS. O QUE A BANDA ESPERA PASSAR EM SUAS LETRAS? A BANDA ACHA QUE SE DEVA TER UMA FORTE IDEOLOGIA DENTRO DO ME-TAL EXTREMO?

GC: De fato, nosso intuito é que a música não se limite ao campo sonoro, mas transpasse esses limi-tes, entrando de forma imersiva no mundo das ideias. Toda a temática do som está relacionada a viagens mentais, que todos temos. Não pregamos ideologias, achamos que

ENTREVISTAGUILHERME CORVOVOCALISTA/GUITARRISTA - DARK SLUMBER

Nosso intuito é que a música não se limite ao campo sonoro, mas transpasse esses limites, entrando de forma imersiva no mundo das ideias.”

Guilherme Corvo, VOCALISTA/GUITARRISTADARK SLUMBER

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incutir nossos valores na música se transfigure em uma prisão ide-ológica, queremos justamente o oposto.

O DISCO “DEAD INSIDE” TEVE UMA ÓTIMA REPERCUSSÃO DENTRO DO CENÁRIO UN-DERGROUND, INCLUSIVE CHEGOU A FIGURAR EM LIS-TAS DE MELHORES DO ANO, COMO POR EXEMPLO NA RE-VISTA ROADIE CREW. COMO A BANDA RECEBEU ESSAS NOTÍCIAS?

GC: Esse tipo de notícia, os reviews que temos recebidos e todo o su-porte da cena nos alegra bastante e nos motiva a continuar. A arte só existe quando há alguém para re-conhece-la, seja na forma que for e a beleza de tudo está nos olhos de

quem observa. Se tratando de som extremo é necessário refino per-ceptivo para capturar dentro de um mundo grotesco a beleza.

O QUE A BANDA ESPERA DO ANO DE 2016? JÁ TEM PLANOS OU MÚSICAS PRONTAS PARA UM NOVO DISCO?

GC: Em 2016 pretendemos lançar um vídeo clipe oficial para divulgar o cd, estamos trabalhando nas ideias, sou fã de filmes de horror e bem crítico, então podem esperar algo bem louco haha. Já estamos com 4 músicas novas fechadas e vários arranjos e ideias para o próximo Cd, que esperamos que esteja pronto no segundo semestre de 2017. Esse disco será um refina-mento do que já temos produzido e que tem agradado ao público.

facebook.com/OctoberDoomOfficial

ESPAÇO PARA CONSIDERA-ÇÕES FINAIS E AGRADECI-MENTOS

GC: Gostaria de agradecer o Alex e o Raphael Arizio da Black Le-gion Productions, ao espaço ce-dido pela Doom magazine e aos irmãos do metal negro e fãs que representam a cena undergrou-nd no Brasil, vocês são o motivo de nossa existência, e sem vo-cês não estaríamos produzindo esse material, muito obrigado!!! Stay Dark!!!

LINKShttps://www.facebook.com/DarkSlumber

https://soundcloud.com/darkslumber

http://www.darkslumber.com/

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DEAD INSIDE

2015

OD | A

DARK SLUMBER Lançou o álbum DEAD INSIDE em 2015

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STONER/DOOM DO BRASIL PARA O MUNDO

ENTREVISTAGILAMONSTERGUITAR - SON OF A WITCH

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Surgido em 2008, o Son of a Witch vem desde então apresentando um som de qualidade inquestionável. Com um EP lançado em 2012,

finalmente chegam a seu debut e conversamos com o guitarrista Gila Monster para saber mais sobre a história, o atual momento e os planos futuros do grupo.

POR Leandro Teixeira

LEANDRO TEIXEIRA: PARA OS QUE NÃO CONHECEM O SON OF A WITCH, FALE-NOS SOBRE A TRAJETÓRIA DA BANDA.

GILA MONSTER: Primeiramente, queremos agradecer o contato e a oportunidade de estarmos aqui. Muito obrigado. Bem, há aproximadamente uns 8 anos a banda começa seus en-saios, motivada pela sonoridade que hoje chamam de stoner-doom de bandas clássicas como Penta-gram, Saint Vitus, Black Sabbath e algumas mais recentes (embora já tenham mais de 20 anos de vida) como Down, Sleep, Kyuss, Fu Man-chu e Electric Wizard.Após algumas mudanças de for-mação e alguns shows, em 2012 sai o nosso Ep com 3 músicas, o que nos rendeu o contato para gravar no Rio de Janeiro, através do Felipe Toscano da Produtora Abraxas, o full “Thrones in the sky” de 2016, cuja formação é a mesma do Ep de estréia. E com essa formação, a banda fez inúmeros shows (Ka-davar, Monster Coyote, Jupiterian, Munõz...) e participou de vários fes-tivais pelo Brasil (Exhale the Sou-

facebook.com/OctoberDoomOfficial

FICHA

GÊNEROStoner Heavy Groovy Doom

ORIGEMNatal, Rio Grande do Norte

CURRENTMEMBERSMurmur JVocal

Psychedelic MonkGuitarra

Gila MonsterGuitarra

Old GoatBaixo

Asteroid MammothBateria

EP2012Son of a witch

OD | A

nd, Abraxas Fest, Festival Dosol, Grito Rock…).Recentemente a banda assinou com o selo alemão Kozmik Artifctz e segue com a divulgação do full.

DESDE SEU SURGIMENTO EM 2008, O SON OF A WITCH SEMPRE CONTOU COM MEM-BROS DE OUTRAS BANDAS DO CENÁRIO POTIGUAR EM SUA FORMAÇÃO. ISSO OS AFETOU DE ALGUMA FORMA OU A BANDA POSSUI PARA VOCÊS O MESMO NÍVEL DE PRIORIDA-DE DAS DEMAIS?

GM: Nunca chegou a nos afetar. A atenção e o nível de prioridade são dados conforme a banda demande, e no momento a Son of a Witch é a banda que requer mais tempo e trabalho de nossa parte. Isso se dá naturalmente e sem problemas.

TODOS NA BANDA SE UTI-LIZAM DE PSEUDÔNIMOS. COMO ISSO SE ENCAIXA DEN-TRO DA PROPOSTA MUSICAL DA BANDA?

GM: Olha, esses pseudônimos apareceram quando nos juntá-vamos para tomar umas gelas e escutar som. Nada pretencioso, claro. risos. Mas, de repente encaixa sim nos temas aborda-dos nas letras e na estética do estilo. Acho que, inconscien-temente, nessas sessões de cerva e som doom-stoner-he-avy-groovy, estávamos sendo influenciados pelos elementos que compõem os estilos cita-dos. (Risos).

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EM 2012, SE DEU O LANÇA-MENTO DO EP DE ESTREIA (SON OF A WITCH). COMO O MESMO REPERCUTIU E QUE FRUTOS FORAM CO-LHIDOS DO MESMO?

GM: Como falei na primeira pergunta, nos rendeu a par-ceria com a Abraxas produto-ra (Felipe e Rodrigo Toscano), a qual nos levou para o Rio de Janeiro onde gravamos o nos-so full no Estudio Superfuzz do Gabriel Zander. Além, claro, de vários convites para tocarmos em shows e festivais por aí.

ENTRE SON OF A WITCH E THRONES IN THE SKY, SE PAS-SARAM QUASE 4 ANOS. EM QUAIS ASPECTOS A BANDA AMADURECEU NESSE PERÍO-DO?

GM: A evolução deu-se em vários aspectos, naturalmente. Desde alcançar timbres melhores nos nossos instrumentos a amadureci-mento nas composições, passando também por conflitos internos na banda e a superação destes. Tudo nos fazendo mais fortes, sem dúvi-das, no decorrer desses anos. Nos

sentimos melhores (sabendo que temos muito a evoluir sempre) e mais preparados para os desafios e oportunidades da estrada.

APÓS A GRAVAÇÃO DE THRO-NES IN THE SKY, O SON OF A WITCH PASSOU POR ALGU-MAS MUDANÇAS DE FOR-MAÇÃO. O QUE MOTIVOU

ENTREVISTAGILAMONSTERGUITAR - SON OF A WITCH

TAIS MUDANÇAS E O QUE AS MESMAS PODEM AGREGAR DE NOVO A SONORIDADE DA BANDA?

GM: O que motivou tais mudanças é que todos têm contas a pagar, o que fez com que os antigos integrantes não dispusessem mais do tempo que a banda exige.

{https://www.facebook.com/FuneralWedding http://www.funeralwedding.com/

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O que agrega é que os membros que entraram são parceiros nas nossas outras bandas. Músicos já calejados e bastante experientes, além de facilitar a comunicação pois já temos o convívio nas outras bandas. Quanto à sonoridade, vamos aguar-dar o resultado dessa nova soma. Só sei que nos ensaios, a banda tem mostrado uma energia que há tempos não sentíamos. Estamos mais vivos que nunca.

COMO O NOVO ÁLBUM TEM REPERCUTIDO ENTRE O PÚ-BLICO E A MÍDIA ESPECIALI-ZADA?

GM: A repercussão tem sido a me-lhor possível, ao meu ver. Quando liberamos o disco no bandcamp, deezer, itunes, spotify e outros, a resposta foi imediata e nos assus-tou tamanha a procura das pessoas. Ficamos eufóricos na semana de lançamento digital. Todos os dias chegavam, e ainda chegam, reviews sempre muito positivos de sites gringos e alguns nacionais sobre o Thrones in the sky. Muitas pessoas pedem todos os dias cópias físicas do nosso disco. Por sorte, assina-mos com o selo alemão Kozmik

Artifactz, que irá distribuir nosso full nos formatos vinil e cd. Espero que agora nosso disco circule ainda mais, já que os mesmos distribuem na Europa e Estados Unidos.

OBSERVANDO O FACEBOOK E O BANDCAMP DA BANDA, NO-TEI QUE O NOVO TRABALHO VEM RECEBENDO UMA ÓTIMA RESPOSTA DE FÃS E DA MÍDIA NO EXTERIOR. PASSA PELA CABEÇA DE VOCÊS FOCAR MAIS A ATENÇÃO DA BANDA LÁ FORA, AINDA MAIS AGORA TENDO ACERTADO UM CON-TRATO DE DISTRIBUIÇÃO COM UMA GRAVADORA ALEMÃ?

GM: Bem, vamos continuar na mes-ma pegada por aqui. Com foco na música sempre. Marcando ensaios todas as semanas, compondo no-vos sons, lapidando as músicas em estúdio, mas sem deixar a parte de divulgação da banda, que é feita por nós mesmos na raça (risos). Acredito que com essa parceria as coisas aconteçam mais ainda na Europa e Estados Unidos. O selo vai nos dar esse suporte por lá, abrin-do algumas portas para a banda, como possíveis turnês etc, assim espero. Gila Monster, GUITARRA - SON OF A WITCH

A repercussão tem sido a melhor possível. Quando liberamos o disco a resposta foi imediata e nos assustou tamanha a procura das pessoas. Ficamos eufóricos na semana de lançamento digital.”

OD | A

A DOOMED BLOGFOR DOOMED PEOPLE {

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ENTREVISTA

alguma nos inspiraram e in-fluenciaram de alguma forma a fazer nosso som. Mas sempre procuramos não nos limitarmos às nossas influências. Isso é de suma importância e é um exer-cício constante para qualquer banda autoral. Além de que, todos os componentes da Son of a Witch tem bandas dos mais variados estilos, indo do post-ro-ck ao drone, passando pelo black metal e deathgrind, o que nos confere uma boa bagagem mu-sical e certa experiência na hora de compor, se policiando sempre para criar algo que tenha nossa

ALIÁS, SOBRE ESSA PARCE-RIA COM A KOZMIK ARTI-FACTZ, QUE PERMITIRÁ O LANÇAMENTO DE THRONES IN THE SKY TANTO EM VINIL QUANTO EM CD, COMO SE DEU O CONTATO E POSTE-RIOR ACORDO?

GM: O Contato foi feito pela gra-vadora através do facebook, exatamente no boom da semana do lançamento digital do disco. Recebemos mensagens e e-mails de muita gente, principalmente da Europa, e entre eles estava o Niels Barthold (Thank you very much.

We owe you lots of beers) que nos indicou à Kozmik Artifactz. Tratei com o Hannes Kroeger, responsá-vel pela gravadora na transação. De um dia para o outro já estávamos assinados com eles. Agora é aguar-dar o lançamento.

ALÉM DA CLARA INFLUÊNCIA DO BLACK SABBATH, QUE OU-TRAS BANDAS TIVERAM IM-PORTÂNCIA NA CONSTRUÇÃO DA SONORIDADE DO SON OF A WITCH?

GM: Os nomes que citei na pri-meira pergunta, sem dúvida

GILAMONSTERGUITAR - SON OF A WITCH

SON OF A WITCH no Abraxas fest 2015

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Gila Monster, GUITARRA - SON OF A WITCH

Sempre procuramos não nos limitarmos às nossas influências. Isso é de suma importância e é um exercício constante para qualquer banda autoral.

LINKShttps://www.facebook.com/sonofawitch666/

https://sonofawitch666.bandcamp.com/

identidade, mesclando nossas influências afim de chegar em algo que não soe como simples cópia sem inspiração das gran-des bandas estilo.

NOS ÚLTIMOS ANOS VOCÊS TIVERAM A OPORTUNIDADE DE TOCAR EM DIVERSOS FES-TIVAIS, COMO O DOSOL (RN), EXHALE THE SOUND (MG) E ABRAXAS (RJ/SP), AO LADO DE DIVERSOS NOMES, NÃO SÓ DO CENÁRIO NACIONAL COMO DO INTERNACIONAL. O QUE ESSAS PARTICIPAÇÕES TROUXERAM DE POSITIVO

PARA A CARREIRA DO SON OF A WITCH?

GM: Nos deu mais visibilidade e ex-periência, principalmente. Nos per-mitiu conhecer muita gente boa en-volvida na cena stoner-doom-heavy no Brasil todo. Nos deu muitas horas de palco, o que não preciso dizer que é importantíssimo para qualquer banda, além de nos mostrar mais como as coisas funcionam nesse meio em vários lugares, como o as-pecto da organização de um festival. Quando estamos dentro de algo temos uma melhor compreensão de como as coisas são feitas.

COMO VOCÊS ENXERGAM O ATUAL CENÁRIO STONER/DOOM NACIONAL? QUE BAN-DAS MAIS LHES DESPERTAM A ATENÇÃO?

GM: Seguindo a tendência mundial das gravadoras e festivais, assim como o público, o estilo está cres-cendo até rápido por aqui.Bem, algumas das bandas que vou citar não se encaixam exatamente 100% nesse rótulo, até porque noto que ele é muito abrangente, e pro-vavelmente vou esquecer de muita gente boa.rsrsr. Tem a Jupiterian, Witching Altar, Absent, Pesta, Sa-turndust, Necro, dentre outras...

QUAIS OS PLANOS PARA ESSE ANO DE 2016?

GM: Queremos primeiramente ver acontecer o lançamento do full em vinil e cd. Está na fila da gravadora. Seguimos fazendo músicas (já são duas novas) e quem sabe no final do segundo semestre lançamos outro single. Estamos na expectati-va de voltar aos palcos em abril, já que passamos aproximadamente 5 meses fora por causa da mudança

de formação. De olho nos festivais também. Existe a possibilidade de finalmente fazermos um clip. Enfim, muita coisa para fazer acon-tecer em uma banda. Cabe a nós, sairmos da inércia sempre.

GOSTARIA DE AGRADECER A ENTREVISTA E O ESPAÇO AGO-RA É DE VOCÊS PARA AS CON-SIDERAÇÕES FINAIS.

GM: Em nome da Son of a Witch, eu, Gila Monster agradeço nova-mente a abertura desse espaço para divulgação do nome da banda. Continuem com o ótimo trabalho e até uma próxima oportunidade. Es-taremos sempre à disposição.

THRONES IN THE SKYL

2016

CAPA

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facebook.com/OctoberDoomOfficial

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MUITO ALÉM DE GUERRAS E PROFETAS

UM MERGULHO NO UNIVERSO UNDERGROUND DO ORIENTE MÉDIO

T odos os dias, ao ligar as TVs ou acessar os canais de notícias da internet, somos bombardeados, se me permitem o trocadilho, por dezenas de aconteci-

mentos que apontam o Oriente Médio como um grande caos de grupos extremistas, milícias armadas, forças armadas governamentais residentes e estrangeiras em constante conflito en-tre si e ao mesmo tempo, contra aquilo que ficou conhecida como a maior ameaça terrorista do mundo, o Estado Islâmico do Iraque e da Síria, ou ISIS. Todo esse volume de informação é preocupante, triste e até assustador, mas o mais triste de tudo isso é ver o

mundo de experiências que esses paí-ses podem oferecer, e a guerra acaba sendo o único ponto de interesse da mídia internacional.A Síria é sem dúvidas o maior alvo e seu povo, as maiores vítimas de todo esse ódio e intolerância, mas esse país cheio de história, templos milenares e comidas exóticas, também possui uma resistente cultura de Metal Undergrou-nd, e, para contrapor todas essas man-chetes de terroristas, atentados, tiros e mortes, resolvi trazer pra vocês, uma lista de bandas dos nossos gêneros preferidos da Síria, Iraque, Afeganistão e outros países do Oriente Médio. Sim, há vida Underground no Oriente Médio!

MATÉRIAMORGANGONÇALVESESPECIAL

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A primeira banda que trago aqui é Despond Womb, que é na verdade uma one man

band de Damasco, capital Síria, onde Dani Dark, canta e toca todos os instrumentos do projeto que flerta entre Doom, Death e Black Metal. Despond Womb foi formado em 2008 e possui o registro Dark Agonies, lançado em 2010.

MATÉRIA

DESPOND WOMB

EULEN

LAXSID

Doom/Death Metal

Doom/Black/Post Metal

Black Metal

LINKS

LINKS

LINKSwww.facebook.com/DespondWomb/?fref=ts

https://www.facebook.com/EulenOfficial/?fref=ts

https://www.facebook.com/laxsid

https://www.youtube.com/watch?v=jRTR4WU0saY&list=PLOA0ZWW1-MbqybDaQJvalBZI3hL5aR6Om

https://www.youtube.com/watch?v=soGRWOFfqkM&index=5&list=PLG-UrgR6X-teT8H747XLULIfSLb7RXPij

http://laxsid.bandcamp.com/

Damasco - Síria

Damasco - Síria

Síria - Brasil

GÊNERO

GÊNERO

GÊNEROORIGEM

ORIGEM

ORIGEM

Eulen, também de Damasco, é o quarteto formado por Fadi Massamiri, Seth, Eva e Sam. O

grupo foi formado em 2009 e explo-ra sonoridades entre Doom, Black e principalmente Post Metal. Em 2011 o disco Mother Tree foi lançado contendo oito faixas e o álbum re-cebeu notas 8/10 de alguns críticos regionais. Em 2015 a banda passou por um dos momentos mais difíceis de sua carreira, quando quase todos os registros do novo álbum, que se chamaria “Names to the Sun” se perderam por problemas técnicos, entre eles, a falta de luz, resultado de ações militares em solo Sírio. A banda continua trabalhando na re-composição do disco, mas devido às condições financeiras e até mesmo a fragilidade da vida em meio à guerra, não há previsão para o lançamento do novo material. O One Man Band Laxsid tam-

bém é Sírio, e também com-partilha as experiências vivi-

das durante esses 5 anos de Guerra da Síria, porém, ele é também uma das pessoas que deixaram seu país em busca de condições melhores e vida, e após deixar a Síria, em direção à Arábia Saudita e posteriormente, ao Rio de Janeiro, aqui mesmo, no Brasil.Na discografia, além de dois EPs e duas singles, Laxsid possui o ál-bum Oriental Demolition, lançado em 2013.

MORGANGONÇALVESESPECIAL

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INNZMOUTH PYRAWEED

Dark Lovecraftian Music

Doom/Death Metal

Sludge/Stoner Metal

LINKS

LINKS

LINKS

https://www.facebook.com/innzmouth/

https://www.facebook.com/Grieving-Age-120530036797

https://www.facebook.com/pyraweedband

https://lecrepusculedusoir.bandcamp.com/album/lovecrafts-dreams

http://grievingage.bandcamp.com

http://pyraweed.bandcamp.comDamasco - Síria

Jeddah - Arábia Saudita

Baku - Azerbaijão

GÊNERO

GÊNERO

GÊNERO

ORIGEM

ORIGEM

ORIGEM

Já o Innzmouth é uma banda de Dark Lovecraftian Music, que po-deria perfeitamente ser rotulada

como Funeral Doom/Death Metal. A dupla é também de Damasco e foi formada em 2010 e em 2012 lançou seu único álbum até aqui, Lovecraft's Dreams, que possui cinco faixas com temas relacionados com as histórias de ficção e terror do escritor norte--americano H.P. Lovecraft.Além do full álbum, a banda lançou em 2013 o EP Crowned with Abnor-mality, contendo duas músicas, mas desde então, não lançou mais ne-nhum registro.

Indo para o Sludge/Stoner Metal, e também para o Azerbaijão, en-contramos o Pyraweed. O projeto

One Man Band de Nijat Hesenzade, que em apresentações ao vivo conta com a participação de Baboy, Ramin Sadikhov. Em março desse ano a banda lançou seu segundo álbum, Stuck in the Universal Swamp e o resultado do trabalho é bastante in-teressante aos fãs do gênero.

GRIEVING AGE

De Jeddah, na Arábia Saudita temos o Grieving Age, de Doom/Death Metal à moda

antiga, com influências em clássicos como My Dying Bride, Anathema, Mourning Beloveth e Candlemass. Seu álbum mais recente é Merely The Fleshless We And The Awed Ob-sequy, lançado em 2013, através da Solitude Prod.Infelizmente também não encon-tramos informações mais recentes, mas a discografia da banda sem dú-vidas merece atenção.

facebook.com/OctoberDoomOfficial 25

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Crescent Moon foi uma das ban-das mais incríveis que encon-trei enquanto fazia essa pesqui-

sa, e isso, tendo lançado apenas o EP The Wall of Light, em 2012. A banda foi entrevistada no docu-mentário Syrian Metal Is War, que contaria como as bandas e pessoas que compõem o Underground Sírio sobrevivem sob o estado de guerra que já dura cinco anos, porém, o Produtor do documentário também precisou deixar a Síria como refu-giado e hoje mora na Holanda. O do-cumentário ainda não tem data para ser lançado.

Também localizada na Capital Síria, Buried by the Last Trage-dy foi formada em 2011, com o

objetivo de compor sob as influências de bandas como Doom Vs, Novem-bers Doom, Mourning Beloveth e My Dying Bride, e o resultado disso foi a Demo The Burning Ship, lançada no mesmo ano. Em 2015 a banda divulgou uma nova música, porém, desde então, não se teve mais notícias sobre a continui-dade do projeto.

CRESCENT MOON

BURIED BY THE LAST TRAGEDY

Doom / Death / Black Metal

Doom / Death Metal

LINKS LINKShttps://www.facebook.com/Crescent.Moon.sy https://www.facebook.com/Buried-By-The-

Last-Tragedy-Official-317013075002270/

http://crescentmoon-sy.bandcamp.com/ https://www.reverbnation.com/buriedbythelbnasttragedy

https://www.facebook.com/SyrianMetalIsWar

Síria - Alepo Síria - Damasco

GÊNERO GÊNERO

ORIGEM ORIGEM

MINIMORUM

Funeral Doom Metal

LINKShttps://www.facebook.com/minimorumband

http://minimorum.bandcamp.com/

Azerbaijão - Sumgait

GÊNERO

ORIGEM

Essa banda já é uma velha co-nhecida nossa. Em 2015 nós en-trevistamos Adil Hacili, que é o

responsável por todos os instrumen-tos e vocal do Minimorum. O álbum mais recente da banda de Sumgait, no Azerbaijão é Autumn Tears, lan-çado em 2015, porém em outubro do mesmo ano uma nova single foi lan-çada, o que pode significar que um novo álbum pode estar a caminho.

MATÉRIA

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MORGANGONÇALVESESPECIAL

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DISTRICT UNKNOWN

Psychedelic Metal, Psy-chedelic Rock, Ambient

LINKShttps://www.facebook.com/districtunknown

https://soundcloud.com/district-unknown-kabul

Kabul - Afeganistão

GÊNERO

ORIGEM

Considerada a primeira banda de Metal do Afeganistão, District Unknown foi formada em 2008,

em Kabul, capitão Afegã. No início da banda, os músicos tocavam com mascaras, já que o Afeganistão é um dos países com ideologia mais con-servadora do Oriente Médio.A banda tem somente um álbum lan-çado, Anatomy of a 24 Hour Lifetime, de 2014, mas esta trabalhando em um novo álbum que pode ser lançado no início de 2017.

Assim deixamos nossa contribuição para as bandas e pessoas tão resis-tentes que movimentam o Under-ground da Síria, Iraque, Arábia Sau-dita, Afeganistão, Azerbaijão e tantos outros países do Oriente Médio, lutando contra o preconceito, fana-tismo religioso, violência e principal-mente os dogmas atribuídos pelos canais de mídia do resto do mundo.Parabéns a todos que resistemDoom On! OD | A

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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POR Rodrigo Bueno

Dia 30 de Outu-bro foi a data escolhida por este quinte-to holandês para liberar ao mundo seu

mais recente trabalho, intitulado Death Poems.

Confesso que desconhecia por completo a banda e que me foi uma grata surpresa a primeira audição deste material. As guitarras viajan-tes, os vocais agonizantes, o baixo

e bateria precisos, mostram que a cena holandesa do Doom/Sludge também tem seus representantes de peso.

Este disco contém apenas 4 sons em aproximadamente 36 minutos e após ouvi-lo todo, certamente o moribundo sentirá um vazio em seu interior e é quase que certo a sua nova audição em seguida.

“Your Abyss” abre este petardo e as guitarras viajantes em sua introdução numa levada Post-Me-

tal, para tão logo se fazer ouvir os primeiros sussurros dos vocais de Silvia e que depois parece encarnar o demônio ao urrar daquela forma. A música flui de forma intensa apresentando algumas mudanças de andamento bem interessantes.

Dando sequência temos “Fall of Tara” vem em seguida hipnotizando o ouvinte com seus riffs lentos e andamento moroso, numa levada mais cadenciada do que a faixa de abertura, mas mesmo assim mantendo a intensidade da canção,

COLUNA

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https://www.facebook.com/FuneralWedding

http://www.funeralwedding.com/

POESIA E MELANCOLIA VIVA

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DEATH POEMS

ANO 2015

29facebook.com/OctoberDoomOfficial

FICHA

GÊNERODoom / Sludge

ORIGEMBreda, Netherlands

CURRENTMEMBERSSilviaVocals

NielsGuitar

MatthijsGuitar

AshwinDrums

RuudBass guitar

LINKShttps://www.facebook.com/thefifthalliance/

https://thefifthalliance.bandcamp.com/

TRACKLIST1. Your Abyss 11’05’’

2. Fall Of Taira 05’43’’

3. Death Poems 08’52’’

4. Dissension 09’53’’

sendo uma das minhas favoritas do disco.

“Death Poems” vem em segui-da e geralmente as faixas que dão nome ao material são aquelas que merecem mais atenção. Esta faixa é cativante, envolvente e sofre de bipolaridade (no bom sentido). Pois os vocais são sofridos e ao mesmo tempo em que você está envolvido com a música, aqueles gritos es-ganiçados vem lhe transmitir uma dose de agonia e uma inquietude que muitas vezes dá vontade de sair correndo sem destino.

“Dissenssion” vem para encer-rar este disco de forma ímpar. A música começa numa levada Post--Metal e logo vai ganhando corpo e flertando com o Sludge caracterís-tico deles.

Fica aqui a recomendação deste disco, para ouvirem sem modera-ção principalmente para fãs de Cult of Luna, Grown Below, Neurosis e afins. OD | A

[email protected]

PROJETO GRÁFICO DESIGN

THE FIFTH ALLIANCE

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Arandu Arakuaa nasceu em 2008 no Brasília, Distrito Federal, seu gênero aliando heavy metal, música indígena e a música regional brasileira. Mas as origens das suas músicas remetem ao tempo do tupi-antigo. A banda carrega o estigma de trazer o peso do metal

em seus acordes e o desafio de cantar em tupi a língua nativa das tribos: tupinambás, tupiniquins, caetés, tamoios, poti-guaras, temiminós, tabajaras. Algumas músicas da banda são cantadas em akuwen, língua utilizada pelos índios Xeren-tes. Sobre a discografia da banda:

POR Fabrício Campos

ENTREVISTA

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ZÂNDHIO

ARANDU ARAKUAA

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NÃO HÁ LIMITES PARA O METAL

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FICHA

GÊNEROFolk Metal

ORIGEMDistrito Federal

CURRENTMEMBERSNáJila CristinaVocais / Maracá

Zândhio AquinoGuitarra / Viola Caipira / Vocais / Instrumentos Indígenas / Teclado

Saulo LucenaContrabaixo / Vocais de Apoio / Maracá

Adriano FerreiraBateria / Percussão

facebook.com/OctoberDoomOfficial

Zândhio - ARANDU ARAKUAA

As pessoas que se identificam gostam pra valer e sentem orgulho do nosso trabalho, as que não se identificam geralmente respeitam.”

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FABRÍCIO CAMPOS: É UM GRANDE PRAZER ESTAR RE-ALIZANDO ESTA ENTREVISTA E POSSO DIZER QUE O ARAN-DU ARAKUAA E A PRIMEIRA BANDA DE FOLK METAL A CONCEDER ENTREVISTA PARA A NOSSA REVISTA. QUAL É A HISTÓRIA ARANDU ARAKUAA QUE EM TRADUÇÃO LIVRE SIGNIFICA "SABER DOS CI-CLOS DOS CÉUS" OU "SABE-DORIA DO COSMOS". E QUAIS FORAM AS INFLUENCIAS DEN-TRO DO FOLCLORE INDÍGENA E NA MÚSICA QUE INFLUEN-CIARAM A BANDA?

ZÂNDHIO: O prazer é nosso, agra-decemos imensamente pelo con-vite. Em primeiro lugar não nos rotulamos de Folk Metal ou temos qualquer influência de bandas as-sim rotuladas, mas também não nos importamos quando dizem que somos Folk Metal, tá tudo lindo rs. A intenção da banda sempre foi exaltar e divulgar a cultura dos povos originários. Na parte musi-cal tem toda essa diversidade de diferentes subgêneros de Rock/

ENTREVISTA

Metal, Música Tradicional Brasi-leira e Música Indígena Brasileira.

FABRÍCIO CAMPOS: QUANDO FALAMOS EM FOLK LOGO IMA-GINAMOS E NÓS FAMILIARI-ZAMOS COM A CULTURA CEL-TA E NÓRDICA BANDAS QUE FALAM DE DUENDES COMO O TUATAH DE DANANN E BAN-DAS QUE FALAM DE ODIN COMO O HAGBARD. PORQUE A BANDA OPTOU POR RESGA-TAR A MITOLOGIA DO TUPI ANTIGO? E QUAL FOI À RECEP-TIVIDADE DOS FÃS? E QUAIS SÃO FORAM É QUAIS SÃO AS MAIORES DIFICULDADES EN-CONTRADA PELA BANDA?

ZÂNDHIO: Importante mencionar que eu e Rodrigo Berne (guitarrista do Tuatah De Danann), temos uma relação de camaradagem e respei-to mútuo, ele inclusive tem nossos discos e gentilmente recomendou o Arandu Arakuaa a seus fãs. Tam-bém tocamos com a Hagbard em um festival em São Paulo – SP. São ótimas bandas como tantas outras que falam sobre nativos de outras terras.

A motivação em escrever sobre cultura indígena é uma questão bem pessoal considerando de onde vim e também o compromisso que sempre tive com os povos indígenas. Não falamos apenas sobre mitologia tupi e sim sobre temas diversos re-lacionados à cultura indígena brasi-leira. Nossas letras são escritas nos idiomas Tupi, Xerente e Xavante e tem também uma em Português. Se o rock é liberdade porque não fazer uso disso? As pessoas que se identificam gos-tam pra valer e sentem orgulho do nosso trabalho, as que não se identificam geralmente respeitam. Claro, existem alguns que tentam desmerecer nosso trabalho e/ou agem de forma desrespeitosa e preconceituosa. Mas quem se importa com eles? Se dependesse desses bundas moles nem existia rock, nem existia arte e o homem nem tinha tido a ideia de procurar cavernas pra se abrigar. Sobre as dificuldades creio que se-jam as mesmas de qualquer artista independente, em especial o con-servadorismo de grande parte dos produtores de eventos e a falta de estrutura pra esse tipo de música.

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ZÂNDHIOARANDU ARAKUAA

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ENTREVISTA

A BANDA LANÇOU EM 2013 O SEU PRIMEIRO FULL-LENGTH INTITULADO “KÓ YBY ORÉ” (QUE SIGNIFICA ESTA TERRA É NOSSA). O ÁLBUM CONTEM 13 FAIXAS. AS LETRAS “E-ÎO-RI E-ÎORI ÎASY” (VEM VEM LUA), “ÎA-ÎU NDE O-MO-E-TÉ” (VIEMOS LOUVA-TE) E “ORO-Î-MO-ENDY T-ATÁ” (VEM ACENDEMOS O FOGO) RETRATAM O AMOR IMPRES-CINDÍVEL PELA A NATUREZA E DO PANTEÃO DOS DEUSES INDÍGENAS COMO TUPÃ E TUMÉ ARANDÚ. COMO FOI O PROCESSO DE GRAVAÇÃO? E QUAL FOI RECEPÇÃO DO ÁL-BUM PELO O PUBLICO?

ZÂNDHIO: Em 2012 havíamos grava-do o EP de estreia, mas Kó Yby Oré foi realmente a primeira oportuni-dade de materializarmos o que tí-nhamos em mente. Na verdade, ele foi muito além de nossa expectativa

tanto na parte musical quanto da divulgação e aceitação por parte do público e crítica. É um disco com material composto em diferentes épocas, mas mostra bem como a banda soava naquele momento, o produtor Caio Duarte soube tirar o melhor de cada um de nós. Creio que Kó Yby Oré seja o típico pri-meiro álbum, onde são mostrados os elementos básicos da proposta da banda para serem aperfeiçoado nos trabalhos futuros.

EM 2015 A BANDA LANÇOU SEU SEGUNDO INTITULADO FULL-LENGHT WDÊ NNÃKRDA LETRAS COMO POVO VERME-LHO FALA SOBRE A DEGRA-DAÇÃO DA FAUNA E DA FLORA PELO O HOMEM. RETRATAN-DO O CENÁRIO QUASE GENO-CIDA QUE OCORREU COM AS POPULAÇÕES INDÍGENAS NO BRASIL E SOBRE A LUTA QUE OS INDÍGENAS LUTAM PARA

MANTER SUAS TRADIÇÕES VIVAS. QUAL FOI A RECEPTI-VIDADE DO WDÊ NNÃKRDA ABRIU MUITAS PORTAS PARA O ARANDU ARAKUAA? E QUAL SUA OPINIÃO SOBRE O QUE OCORREU COM OS GUARA-NI-KAIOWÁ NO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL? A BANDA LANÇOU RECENTE-MENTE O CLIPE ĨPREDU (QUE SIGNIFICA ANCIÃO) LANÇADO NO DIA INTERNACIONAL DA ÁGUA E GRAVADO NO MEMO-RIAL DOS POVOS INDÍGENAS. COMO SURGIU A IDEIA DE GRAVAR O CLIPE NO MEMO-RIA DOS POVOS INDÍGENAS E LANÇA-LO NO DIA INTERNA-CIONAL DA AGUA FOI INTEN-CIONAL?

ZÂNDHIO: A meu ver em Wdê Nnãkrda conseguimos consolidar e explorar bem todos os elementos da nossa proposta musical e ao

Os planos é sempre irmos melhorando musicalmente a cada dia e tentando abrir portas com a divulgação do Wdê Nnãkrda.”Zândhio - ARANDU ARAKUAA

ZÂNDHIOARANDU ARAKUAA

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ARANDU ARAKUAA

2015

CONTRACAPA

https://www.facebook.com/aranduarakuaa

https://soundcloud.com/aranduarakuaa

youtube.com/aranduarakuaa

LINKS

facebook.com/OctoberDoomOfficial

que parece quem teve oportuni-dade de ouvi-lo também pensa o mesmo, pois o feedback não pode-ria ser melhor. Nesse disco tam-bém ampliamos mais nosso públi-co fora do Metal, tendo inclusive indígenas e acadêmicos passando acompanhar nosso trabalho mais de perto.O caso dos Guarani-Kaiowá chega a ser extremo, vai muito além do desrespeito com os povos origi-nários, já é caso de afronta aos direitos humanos. Nós do Arandu Arakuaa repudiamos esse geno-cídio e qualquer outra forma de desrespeito aos direitos dos povos indígenas. Sim a intenção de usar algumas imagens feitas durante Vigília Guarani – Kaiowá, da qual participei, foi justamente pra tentar despertar o interesse das pessoas sobre a questão.Sobre o Dia Internacional da Água foi uma bela e agradável coinci-dência

E SOBRE O FUTURO DA BAN-DA? EXISTE PREVISÃO PARA O LANÇAMENTO DO PRÓXIMO ÁLBUM?

ZÂNDHIO: Os planos é sempre irmos melhorando musicalmen-te a cada dia e tentando abrir portas com a divulgação do Wdê Nnãkrda. Ainda não temos previsão de quan-do iremos gravar o próximo disco, esperamos que aconteça em 2017.

NOVAMENTE QUERIA AGRA-DECER PELA PARTICIPAÇÃO DA BANDA DESEJO SUCESSO E GOSTARIA DE DEIXAR ALGUM RECADO PARA OS FÃS DO ARANDU ARAKUAA?

ZÂNDHIO: Só temos a agradecer ao October Doom Magazine e todos que nos apoiam. Sigam nossos canais oficias e fiquem atentos às novidades.

[email protected] Tel: +55 (61) 8237-8742OD | A

WDÊ NNÃKRDA

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MATÉRIABILLY GOATECORRESPONDENTE - USA

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Venha. Deixe-me levá-lo em uma viagem para o meu mundo. Eu vivo em área verde e exuberante, à duas horas de carro do frio e cinzento ocea-no. Duas horas de montanhas

cobertas de neve e cercada por pinheiros altos e árvores de cedro. Três horas a partir do deserto estéril. Chamamos este estranho e belo lugar de Noroeste Pacífico. Ao lon-go das décadas, ele tem inspirado muitos músicos a pegarem uma guitarra e tocar. Não é só o esplendor da natureza que recebe compositores, mas também os longos dias de nebulosidade e chuva que bloqueiam a luz do sol durante os meses de outono e inver-no. É essa justaposição do belo e do feio que traz um tom sombrio e melancólico à música daqui, especialmente ao nosso metal.

Na década de 90, o Noroeste Pacífico se tornou o ponto focal da música popular, com todos ouvindo os sons crus de Nirvana, Alice in Chains, Soundgarden, Tad, e toda a enor-me quantidade de outras pessoas ligadas

com o que a imprensa musical denominava grunge. Eu me mudei com minha família para Portland, Oregon, apenas quatro horas ao sul de Seattle, onde o grunge começou, em 1993. Apenas alguns anos depois, Kurt Cobain explodiu seu cérebro (ou outra pessoa o fez - dificilmente importa agora), Chris Cornel se separou do Soundgarden, e Layne Staley morreu de overdose. O grunge estava morto e o mundo rapidamente se esqueceu do talento musical do Noroeste Pacífico. Ninguém sabia que Portland estava para dar à luz a um dos próximos grandes momentos da música pesada, depois de Seattle.

POR Billy Goate, do Doomed & Stoned

facebook.com/OctoberDoomOfficial 37

NORTHWEST HEAVY!

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YOB

Yob foi minha porta de entrada para esse mundo

novo e aterrorizante do Undergrou-nd. O seu som era tão monstruoso que eu perdi minha audição por uma semana inteira depois de ouvi-los tocar no Wow Wall. em uma noite de sexta-feira úmida em setembro, na cidade natal da banda de Eugene, Oregon. Claro, não ajuda eu ter esquecido tampões de ouvido e ter ficado parado em frente aos enormes amplificadores Emperor, os preferidos do vocalista Mike Scheidt. O riff master explodiu "Burning The Altar", acompanhado pelos companheiros de longa data Aaron Rieseberg, no baixo e Travis Foster, na bateria. Mesmo que aquela nova música soasse estra-nha, eu estava absolutamente vicia-do. Eu esperava o fim de semana seguinte para procurar por mais.

DISENCHANTER

Quando eu comecei a documentar a cena do No-

roeste Pacífico, eu por acaso conheci uma banda chamada Disenchan-ter e filmei sua apresentação em um evento chamado The Portland Metal Winter Olympics (Os Jogos Olímpicos de Metal de Inverno em Portland). Sabine Stangenberg, Joey DiMartini e Jay Erbe não são apenas artistas incrivelmente talentosos, eles são seres humanos maravilho-sos. Graças a Joey, eu fui capaz de descobrir o "quem é quem" da cena rapidamente. Eles estão entre as bandas mais firmes, trabalhadoras intransigentes da região. Sabine é uma verdadeira beleza, mas você nunca vai vê-la usando sexualidade para chegar às revistas de música. Em vez disso, ela e o resto da banda rotineiramente tocam com jeans azuis, camisetas e tênis. Sem fres-cura, com muita emoção. O poder reside nas suas composições, que tratam do mundo do oculto (Dunge-ons & Dragons, em particular). Sa-bine canta com a alma de e os riffs realmente dão vida a essas peças de fantasia em seu mais recente álbum, “Strange Creations".

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Embora eu amasse o grun-ge, eu cresci cansado de ouvir “Smells Like Teen Spirit”, “ Would” e “Fell on Black days” na emissora de rádio de rock local. Certamente havia mais coisas acontecendo no cenário musical, pensei. Minha curiosi-dade levou-me a pubs, festivais de estacionamento e lojas, em busca de peso no underground. O que eu encontrei inspirou a criação do Doomed & Stoned e uma compilação de 70 faixas, documentando minhas desco-bertas. Um desenvolvimento notável no som Pacifico Noro-este, depois dos dias grunge de Seattle, foi a mistura artística do rock retrô e de gêneros tradicionais do metal. Você en-contra doom metal lado a lado com dark blues, occult rock, e black metal, complementados por vozes limpas ou de vocais enlamaçados ou gritados. Eu apelidei esse novo som “metal transcendental.”

Nos últimos 10 ou 15 anos, várias bandas, em particu-lar, têm vindo a encarnar o espírito profundo e duradou-ro da música do Noroeste Pacífico e eu gostaria de lhes apresentar uma meia dúzia que deixaram uma impressão poderosa em mim.

MATÉRIABILLY GOATE

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LINKS

facebook.com/OctoberDoomOfficial 39

www.facebook.com/DoomedStoned

http://doomedandstoned.com/

WITCH MOUNTAIN

Outra banda incrível e original do Noroes-

te Pafício (que tocou lado a lado com Yob por muitos anos) é Witch Mountain. Fundada pelo guitarrista Rob Wrong e pelo baterista Nathan Carson, a banda realmente deco-lou quando o carismático bluseiro Uta Plotkin se juntou à tripulação. Depois de sua partida em 2014, Witch Mountain prometeu seguir em frente. Eles fizeram um teste com Kayla Dixon de 21 anos, que não só tinha jeito para tocar as canções de Uta, mas demonstrou potencial para escrever material novo. Estamos atualmente espe-rando para ouvir o próximo registro de Witch Mountain e ver como vão soar, completados pelo baixista Justin Brown.

MAMMOTH SALMON

Tem música pesada e música PESADA. Mam-

moth Salmon é elevadamente feroz, especialmente em seus shows ao vivo. Estou orgulhoso de ter documentar uma meia dúzia ou mais de suas performances ao longo dos anos. As canções são simples, mas bem trabalhadas. A banda é formada por Paul Dudziak (guitarra / vocal), Matt Howl (baixo) e Chad Walter (bateria).

Billy Goate, DOOMED & STONED

Você encontra doom metal lado a lado com dark blues, occult rock, e black metal, complementados por vozes limpas ou de vocais enlamaçados ou gritados.”

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LORD DYING

Às vezes você apenas tem raiva! Na longa e

orgulhosa tradição de headbanging, vem Lord Dying. Tem sido um pra-zer filmar Erik Olson (guitarra / vo-cal), Chris Evans (guitarra), e Nick Kasten (bateria) várias vezes agora. Há certas coisas que se destacam quando você vê uma apresentação do Lord Dying, particularmente, como o vocalista canta letras como:You grasp for precious air All wounds become so clear You scream and fall apart And lose all your support

Você agarrar para o ar preciosoTodas as feridas se tornam tão clarasVocê grita e desmoronaE perde todo o seu apoio

USNEA

Um estilo de metal que tem crescido bastante no

Noroeste é Funeral Doom. Nenhu-ma banda do gênero é melhor do que Usnea, de Portland. A equipe de quatro membros é formada por Justin Cory - (guitarra / vo-cal), Joel Williams (baixo / vocal), Johnny Lovingood (guitarra), e Zeke Rogers (bateria). Eles têm compos-to algumas das mais engenhosas canções longas, cada um tocando em um nervo exposto visceral de emoção - furor contra o problema do sofrimento e da eventual morte do homem.

MATÉRIA

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BILLY GOATE

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Isto, meus amigos, é o Noroeste pesado! Estou ansioso para apresentá-los mais profundamente à cena, em próximos artigos. Fiquem ligados!

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Toda semana um novo vídeo

Acesse o canal e confira

ApresentaçãoRafael Sade

ProduçãoLast Time Produções

LastNews

/LastTimeProduções/LastTimeProduções

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OLÁ PÚBLICO LEITOR!

PERFIL

SOU O RAFAEL SADE, ATUALMENTE TECLADISTA DA BANDA DE FUNERAL DOOM METAL HELLLIGHT, PRODUTOR MUSICAL DA LAST

TIME PRODUÇÕES E APRESENTADOR DO WEB PROGRAMA LAST NEWS

RAFAEL SADEPRODUTOR

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O Last News é destina-do aos apreciadores de Doom Metal e suas variantes prin-cipalmente no Brasil, produzido semanal-

mente e acessível pelo YouTube. Essa é a minha estreia na Oc-

tober Doom Magazine, e nada mais justo do que fazer um resumo da minha trajetória nesse estilo musi-cal, para justificar minha presença e interesse a vocês.

Eu fui mais um jovem que passou por várias transformações musicais diferentes. Mas, nenhum outro estilo musical me deixou tão fascinado, nem deixou cicatrizes em meu coração até hoje, quanto o Doom Metal.

Meu primeiro contato foi entre os 13/14 anos (1997 para ser mais exato), após ouvir daquelas cole-tâneas que se vendiam em Bancas de jornal. Foi então que conheci na mesma edição:

Imago Mortis e Eternal Sorrow. E em outra tiragem conheci: Silent Cry. Isso era algo muito novo para mim, confesso que me impressio-nou, já que nunca tinha sido fã de algo, por assim dizer, extremo. Para ser sincero, o álbum Remembrance do Silent Cry abriu novas perspecti-vas em meu gosto musical, e assis-tir ao show do Imago Mortis em 1999 só me comprovou que eu estava no caminho certo.

Bandas "gringas", como o álbum The Angel and the Dark River do My Dying Bride e Memorandum do Lacrimas Profundere me deram novas perspectivas musicais, numa mistura de beleza e estranheza, afi-nal as melodias eram muito bonitas; mas a depressão nas músicas era muito forte.

Isso tudo foi também foi o impul-so e incentivo inicial para que eu co-meçasse a me interessar em tocar teclado. Então formei minha primei-ra banda aos 19 anos: Soulsad era death/doom, e eu fazia os teclados e vocais. Durou 5 anos entre covers de nossas principais influências e umas três músicas inéditas, que em breve pretendo tirar do Limbo.

Nessa mesma época aconteceu a minha estreia no HellLight, aos 20 anos. Gravei o primeiro disco Memory of the Old Spirits. Fiquei durante três anos na banda, saí em 2007 por diferenças pessoais.

Nesse período ainda teve um curto espaço para o Katatonia Tribu-te, antes de me ausentar por cinco anos da música, devido a problemas familiares.

Meu retorno à música ocorreu em março de 2013, quando meu irmão incentivou que eu realizasse um evento no meu bairro. Montei a Last Time Produções e chamei o HellLight e a extinta Lúgubres, que fizeram a ideia ter valido muito à pena. A reaproximação com o

HellLight foi inevitável, foi por pouco que não consegui gravar os teclados de No God Above, No Devil Below, mas o trabalho já havia sido feito.

E assim continua até hoje: al-guns ótimos (ou regulares) eventos promovendo o Doom nacional em São Paulo, e a gravação do meu se-gundo álbum e quinto do HellLight: Journey Through Endless Storms.

Após tudo isso aproveitei o que foi me ensinado na faculdade de Rádio/TV e criei o programa Last News, para divulgar as bandas e os eventos que a Last Time Produções proporciona.

Deixo aqui meus agradecimentos ao Morgan Gonçalves pelo convite e espero que nas próximas edições eu entretenha vocês com os momentos que já vivi e continuo experimen-tando, e que isto possa somar ao crescimento da Revista.

Stay Doom! OD | A

facebook.com/OctoberDoomOfficial

LINKhttps://www.youtube.com/user/lasttimeprod

RAFAEL SADE durante a gravação do programa Last News

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ESSENCIAIS

O ÁLBUM QUE ME COLOCOU NO MEIO DISSO TUDO

Há poucos anos atrás, quase não se falava de stoner e doom no país e acredito que quem começou a escutar as bandas

desses estilos por volta de 2011 e 2012, ou antes, teve o privilégio de um bom acidente. Comigo não foi muito diferente disso.Por volta do final de 2011 eu ainda tocava numas bandas nada a ver, daquelas que fazem covers e to-cam em festas dos amigos, mas já queria montar a minha própria banda, tocar o meu próprio som. Eu ainda não fazia ideia do que eu

queria tocar, de qual seria o en-caminhamento que definiria pra minha vida nos próximos anos, eu só sabia que queria alguma coisa mais pesada. Por algum acaso que já não me lembro, acabei me reaproximando de um brother que não via há anos e foi justamente ele quem acabou me dando essa resposta. Eu me lembro perfeita-mente da conversa em que decidi-mos montar uma banda de stoner, assim como me lembro que eu não fazia ideia do que era isso. Ele me citou exemplos: Queens of the Stone Age, Kyuss, Red Fang, Fu Manchu, Electric Wizard, Mas-

POR Merlin Oliveira

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DELIVERANCE

ANO 1994

CORROSION OF CONFORMITY

PEPPER KEENAN: vocal/guitarra | Woodroe Weatherman: guitarra | Mike Dean: baixo, vocal | Reed Mullin: bateria/vocal

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facebook.com/OctoberDoomOfficial 45

todon, Corrosion of Conformity. Dentre todas elas o nome Corro-sion of Conformity foi o que mais me chamou a atenção, foi a que eu realmente quis escutar. E como escutei.Poucos dias depois eu já tinha de-vorado toda a discografia do Cor-rosion, já sabia grande parte das letras de cor e já tava sonhando em ter uma banda com músicas com aquele peso. Pra quem não conhece bem a discografia dos caras, o Corrosion começou com uma veia muito mais Crossover e Hardcore e aos poucos foi dimi-nuindo a velocidade e aumentando

TRACKLIST1 - Heaven’s Not Overflowing2 - Albatross3 - Clean My Wounds4 - Without Wings5 - Broken Man6 - Señor Limpio7 - Mano de Mono8 - Seven Days9 - #212131310 - My Grain11 - Deliverance12 - Shake Like You13 - Shelter14 - Pearls Before Swine

o peso. O quarto álbum dos caras é o Deliverance, o melhor na minha opinião e de certa forma um dos álbums que salvou a minha vida. Esse trampo é cheio de influências diversas, com muito de Stoner, muito de Hard Rock e um pouco de psicodelia e Doom. Falar do álbum sem falar de cada uma das suas músicas seria um pecado, então é claro que isso vai rolar aqui, mas antes vamos a uma ficha técnica do Corrosion of Conformity e seu maravilhoso disco.Em 1994, o Corrosion of Confor-mity era composto por Pepper Keenan nas guitarras e vocais,

Woody Weatherman nas guitar-ras, Mike Dean no baixo e Reed Mullin na bateria. Todas as mú-sicas foram criadas por Pepper Keenan, exceto Mano de Mono e Deliverance, ambas de Woody Weatherman. Deliverance foi também o primeiro disco com Pepper Keenan como vocalista, assumindo o lugar deixado por Karl Agell, que montou o Lead-foot depois de deixar a banda. O disco foi lançado em 1994 pela Columbia Records e teve boas críticas da mídia especializada na época. Hoje é considerado um dos clássicos dos anos 90. OD | A

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ESSENCIAIS

não serve de introdução para outra música. A segunda começa com um ar psicodélico em um riff no baixo e logo se desenvolve pra uma música que lembra muito o Grunge e qual-quer coisa que foi feita em Seattle nos anos 90, fechando o disco com um maravilhoso solo de guitarra e uma melodia que chega a soar tris-te. Bem no finalzinho rola alguém assobiando Smoke on the Water e o disco se encerra. É difícil dizer exatamente a impor-tância que um disco tem pra história ou até para o seu estilo, as vezes é difícil dizer até sobre qual é a importância de um disco para a própria banda. Eu posso dizer que sem o Deliverance, pouco pro-vavelmente teria entrado tão de cabeça no stoner e doom e talvez nunca tivesse escutado as outras bandas que escutei e me apaixo-nei, sendo assim, esse foi um dos álbums que mudou a minha vida e com certeza o que me fez estar aqui escrevendo hoje.

46

DELIVERANCE1994

LINKShttps://www.facebook.com/corrosionofconformity

http://coc.com/

Logo na abertura do álbum vem HEAVEN’S NOT OVERFLOWING, música mais rápida e agressiva, que ainda soa muito com o Corrosion of Conformity de antes do Deliverance, mas que ainda está dentro da pro-posta do trampo como um todo. Em sequência estão dois dos pontos al-tos do disco, ALBATROSS, um stoner arrastado e cheio de contratempos deliciosos e CLEAN MY WOUNDS, música que tem um dos melhores solos de todo o álbum, além de um riff que vai grudar na sua cabeça pra sempre. Dessas duas, devo destacar a importância de Albatross, que foi a música que me deu certeza de que era isso que eu queria tocar, era isso que eu queria fazer, foi também um dos primeiros covers que tocamos na Governator Insane. Depois desse auge da porrada inicial no disco, a quarta música é WITHOUT WINGS, uma baladinha instrumental, que lembra muito as ideias do Black Sa-bbath no Master of Reality. BROKEN MAN vem logo depois, com um riff maligno e arrastado, que dá uma sensação de Doom Metal. A sexta música é SEÑOR LIMPIO, uma das minhas preferidas no disco, muito por causa da voz do Pepper Keenan que vai do vazio e inexpressivo até

um grito carregado de overdrive no refrão. MANO DE MONO faz a intro-dução para SEVEN DAYS, agora sim a minha preferida em todo o disco, um stoner mega marcante, com o melhor riff de todo o trabalho, na minha humilde opinião, além de uma letra incrível, essa música é daque-las que as primeiras notas já cau-sam um arrepio. Em sequência vem um pequeno experimentalismo com a música #2121313 e logo depois MY GRAIN, uma música um pouco mais rápida, mas que não tem nada demais. A décima primeira música do disco é a que intitula o álbum, DELIVERANCE, é uma porrada, tal-vez seja a música mais diferente de todo o trabalho, com uma melodia vocal que emprega um certo groo-ve combinada com uma passagem de bateria e baixo apenas. SHAKE LIKE YOU é um stoner carregado de experimentalismos e efeitos vocais, que eu pessoalmente nunca vi muita graça, mas tem belos riffs, que já valem a audição por si só. SHELTER e PEARLS BEFORE SWINE fecham o disco. A primeira é uma balada bem bonita no violão com várias intervenções de guitarra e uma le-tra maravilhosa, vale destacar que essa é a única balada do disco que

OD | A

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Dirty Grave foi funda-do em no interior

paulista em 2013 por Mark (b/v) e Victor (g). No fim de 2013 o duo lan-çou sua 1ª Demo com 4 faixas, as linhas de bateria foram gravadas de forma eletrônica, mesmo assim, o que importa é que foi possível ter uma ideia de qual era a intenção dos caras. A sonoridade beira uma trinca Sabbath, Pentagram e Saint Vitus, a partir daí é possível afirmar que os caras nunca estiveram pra brincadeira. Ainda em 2013 Arthur se une a eles ocupando o lugar de baterista, o time está formado e solidificado.

Vol. II é uma amostra da rápida evolução dos caras e do entrosa-mento agora como um trio, tudo feito na raça, por puro amor e de-

RESENHAS

POR Gustav Zombetero

IIANO 2014

1 1 - Evil Heart 04’52’’

2 - Madman’s Revenge 06’32’’

3 - Live Today (DEMO bonus track) 05’15’’

dicação ao Doom Metal. “Evil He-art” abre o Ep, a trinca continua saliente carre-gada com toque deles ao som, um peso típico e

clássico sem inventar nada, a mais pura expressão do tradicional - “We’re not here to innovate, we’re here to celebrate the Doom” - a mensagem foi dada!

Com uma levada mais sabba-thica aliada duma marretação absurda, “Madman’s Revenge” se destaca entre as 3 faixas que com-põe o Ep. Cadenciada, obscura, o vocal saliente de Mark, uma ode à demência humana e a danação por completo, os distúrbios e o surto duma sociedade doente e caótica, Doom Metal trata da realidade co-tidiana e do fado da existência, isso é regra e ponto final! “Live Today” é uma faixa bônus, parece uma ho-

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DIRTY GRAVE FOI DORMADO EM ORLANDIA, SP, EM 2013

VOL II: A EVOLUÇÃO DE UMA BANDA QUE JA NASCEU GRANDE

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menagem ao início dos Saint Vitus, uma pegada retorna e burrona, tí-pica dos californianos. A voz dobra-da de Mark chama a atenção, os riffs cortantes de Victor, também. É nítido o uso de bateria eletrôni-ca, porém, com uma sonoridade dessas, você toca o foda-se. É uma faixa muito bem estruturada as-sim como tudo que nesses 2 anos os caras já fizeram. Assim como acontece com os Pesta, os DG

têm uma aceitação melhor fora do Brasil, isso não é novidade alguma. Doom Metal tradicional aqui é len-da, ou nem existe pros estagnados que renegam a história. Ainda bem que isso não os impede de continu-ar batalhando e nos brindando com música de qualidade!

LINKhttps://dirtygrave.bandcamp.com/

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facebook.com/OctoberDoomOfficial 49

Page 50: October Doom Magazine Ed. 57

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Primeira-mente é preciso retor-

nar ao ano de 1982, neste ano foi criado o embrião do que viria a ser os Candlemass. Leif Edling monta a sua primeira banda e a batiza de Nemesis, ele fora o responsável pelo baixo, voz e letras, acompa-nhado de: Anders Wallin - guitar-ra, Christian Weberyd - guitarra, Anders Waltersson - bateria. Esta formação foi responsável pela gra-vação da primeira demo da banda: “Tales of Creation”, em 1984, um material lançado de forma inde-pendente que deve ser tão raro de encontrar quanto um unicórnio. No mesmo ano, os Nemesis lançaram um EP intitulado “The Day of Retri-bution” contendo 5 faixas, nessas alturas já era possível compreender a proposta dos caras, uma música

POR Gustav Zombetero

EPICUS DOOMICUS METALLICUSANO 1986BLACK DRAGON RECORDS

pesada, car-regada de riffs soturnos e so-los melodiosos, a voz um tanto sofrida de Leif,

naquela época talvez fosse bem difícil absorver a proposta da banda, hoje, esse material reluz como ouro atravessando o tempo! Dificuldade era uma palavra constante na vida daqueles caras, pois ainda em 1984, Nemesis deixa de existir, complica-ções com outras bandas de mesmo nome e sabe-se lá mais o que, fize-ram com que o Leif fundasse uma nova banda, sim meus caros, foi as-sim que nasceu o Candlemass. Ain-da em 1984, os agora Candlemass lançaram duas demos. “Witchcraft” com quatro faixas - Crystal Ball, A Sorcerer’s Pledge, Forever Lost e Witchcraft é a primeira. A gravina foi feita como um duo, Leif na voz/bai-xo e Johnny Reinholm na guitarra/bateria. Alguma boa alma disponi-

1 - Solitude 05’37’’

2 - Demons Gate 09’12’’

3 - Crystal Ball 05’21’’

4 - Black Stone Wielder 07’36’’

5 - Under the Oak 06’55’’

6 - A Sorcerer’s Pledge 08’20’’

RESENHAS

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UM CLÁSSICO DE 30 ANOS

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51facebook.com/OctoberDoomOfficial

bilizou esse material raríssimo no youtube, o que me fez constatar a péssima qualidade do material em vista do que foi feito com os Neme-sis, porém, todo mundo sabe das dificuldades que as bandas enfren-tam nos seus caminhos. “Second 1984 Demo” contendo as faixas: Warchild, Crystal Ball, A Sorcerer’s Pledge, Into the Unfathomable, De-mon’s Gate e Black Stone Wielder é a segunda. Este material contou com um segundo guitarrista; Chris-tian Weberyd que já havia tocado nos Nemesis. A qualidade é supe-rior a primeira demo e me arrisco a dizer que todo o escopo musical que marcaria a sonoridade dos Candlemass começou nesta demo, riffs cortantes, um peso aterrador, nessas alturas, o caminho era só de ida... Em 1985 é a vez da terceira demo dos caras, intitulada “Tales of Creation”, que fixação, não?! A formação é a mesma que a da demo anterior, o material é composto por 6 faixas, uma faixa chamada Guar-dian Angel é a única que não está presente no disco lançado em 1989, a partir deste momento a banda começa a enviar o seu material para gravadoras do mundo todo, sem obter alguma resposta positiva, Leif começa a trabalhar em músicas novas, para isso, ele recruta Mats “Mappe” Björkman para assumir a guitarra base e Mats Ekström (que chegou a tocar no fim dos Nemesis) na bateria. Uma luz acaba apare-cendo no fim do túnel, ela vinha da França, duma gravadora chamada Black Dragon Records, Leif assina o contrato e dá-se início as grava-ções dum marco da Música Pesada mundial. Não posso afirmar que Leif estava insatisfeito com o seu vocal, ou se tinha problemas em cantar e tocar ao mesmo tempo, o fato é

que, quando ele ouviu uma demo da banda que Johan Längquist canta-va, se interessou pela voz dele e o convidou para fazer alguns ensaios, Johan era voltado à música pop e ao Hard Rock melódico há época. Outro guitarrista também foi convidado para participar do álbum - Klas Ber-gwall como guitarrista solo. Reza a lenda que o cachê para a produção do Debut era de 2000 dólares, isso fez com que a banda se virasse nos trinta, tendo que travar uma batalha com o frio brutal da Suécia, num estúdio feito em um porão sem calefação, sem banheiro, com uma acústica precária... passo a crer que se não fosse assim, não seria este disco o que é hoje! “Epicus Doomi-cus Metalicus” é lançado no dia 10 de Junho de 1986, sem causar ne-nhum dano, sem chamar a atenção de ninguém, fez com que no mesmo ano a Black Dragon Rec. rompesse o contrato que tinham, os membros convidados já haviam dito que só iriam gravar o disco e dar o fora da banda, o nível de confiança foi mais pisado depois dessa. O play conta com 6 faixas e entre elas, apenas uma era inédita (em se tratando das demos), ela se chama “Solitude”, a faixa que abre o disco e é indiscuti-velmente um Hino do Doom Metal mundial, a letra teria sido escrito às pressas por Leif, a música já havia sido composta. “Epicus Doomi-

cus Metallicus” é considerado um divisor de águas do Doom Metal, as bandas que vieram antes, como Pentagram, Trouble e Saint Vitus, cultivavam uma veia mais Sabba-thica, com um pé nos anos 70, algo mais rústico e visceral, já os Candle-mass aliaram a isso uma dose a mais de lentidão, uma aura quase medieval, uma obscuridade que é só deles, talvez por isso receberam o rótulo de pioneiros do Epic Doom Metal. Em 1990 a Black Dragon Rec. relança o “Epicus Doomicus Metallicus” no formato CD, após isso, foram vários relançamentos, inclusive por gravadoras renomadas como Metal Hammer, Candlelight Rec., Peaceville Rec.. A Peaceville Rec. irá relançar este disco em 2016, no formato vinil 12”.

Epicus Doomicus Metallicus é simplesmente uma obra essen-cial aos apreciadores da Música Pesada, uma obra que atravessou o tempo, que criou vida própria, que venceu a desesperança e alcançou o seu lugar, é uma aula para quem se aventura a tocar esse tipo de música, é um confor-to, um anestésico para quem ama esse tipo de música!

LINKhttps://www.youtube.com/watch?v=Z33VWOaCImQ

facebook.com/OctoberDoomOfficial 51

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Page 52: October Doom Magazine Ed. 57

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ENTREVISTARODRIGO DUARTE / BRUNO CASSONI SONGS OF OBLIVION

[...] O beijo, amigo, é a véspera do escarro,52

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CIELINSZKA WIELEWSKI: OLÁ, TUDO BEM? VOCÊS PODEM CONTAR EM DETALHES AO NOSSO PÚBLICO LEITOR, COMO SURGIU A "SONGS OF OBLIVION"?

RODRIGO/BRUNO: Em 2004, nós Rodrigo Duarte, Bruno Cassoni e o Thiago Medeiros, estudávamos na mesma escola e na mesma turma, e por gostarmos de rock fizemos amizade. Bruno, Rodrigo e Thiago tocavam violão e Thiago cantava, en-tão veio a ideia de fazer uma banda cover seguindo mais a linha grunge.Na época Rodrigo já estava fazen-do algumas composições e então surgiu a banda Ferália. Após algum tempo em atividade, Thiago veio a falecer devido a um trágico aciden-te. Fabiana Oliveira, na época era backingvocal e Fernando Turi já era o baterista. Fabiana então assumiu o vocal por um tempo, mas devido a morte de Thiago a banda ficou de-primida demais e decidiu encerrar suas atividades.Mantendo o contato mesmo com o passar dos anos, foi só em 2013 que por acaso Rodrigo e Fernando se encontraram no terminal de inte-gração de Araraquara (São Paulo), e depois de "colocar a conversa em

dia", Rodrigo e Fernando viram que ambos estavam escutando a mes-ma vertente, o Post black metal, e então surgiu a ideia de voltar a tocar seguindo essa nova linha. Depois de se encontrarem algumas vezes e conversarem mais a respeito, de-cidiram chamar Bruno para a nova formação, e Bruno após conhecer este novo estilo e aprová-lo, decidiu inserir nas composições o post rock e shoegaze que Fernando e Rodrigo também gostavam.Bruno Cassoni também estava com-pondo em casa algumas músicas por conta própria, e com Rodrigo, juntaram todas as composições e ideias. E surgiu a Songs of Oblivion depois de alguns meses. No início e 2014 começamos a en-saiar e testamos alguns baxistas, e por fim chamamos a Brenda Almei-da, que é prima do Rodrigo e acom-panhava nossas músicas e composi-ções desde pequena. Brenda tem só 18 anos mas tem muita habilidade, então fechamos a formação da Son-gs of Oblivion.A banda surgiu da vontade dos in-tegrantes de tocar aquilo que nós queriamos ouvir, por isso aposta-mos em um estilo que não é tao fa-miliar para o público brasileiro, mas é o que estávamos com vontade de fazer e sempre apostamos no que acreditávamos em relação a música.

A mão que afaga é a mesma que apedreja.facebook.com/OctoberDoomOfficial

POR Cielinszka Wielwski

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54

QUAIS AS PRINCIPAIS INFLU-ÊNCIAS EM TERMOS DE SOM NA VIDA DOS INTEGRANTES?

R/B: Nós somos uma banda que prezamos bastante a liberdade in-dividual de cada integrante. Cada um tem suas preferências e com-partilhamos interesses em comum, estamos sempre conhecendo e absorvendo influências novas, e sempre que os membros da banda se encontram, dividem entre si no-vas descobertas, estilos e vertentes. E assim a Songs of Oblivion tem um pouco da personalidade de cada um. Em comum podemos citar o black metal, death metal, grind core, post rock, post black metal, shoegaze, rock progressivo, música clássica, música instrumental e follk.

QUAIS AS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS POR VOCÊS NA MÚ-SICA? JÁ PASSARAM POR

OUTRAS BANDAS? COMENTE SOBRE A TRAJETÓRIA DOS MEMBROS.

R/B: Conforme comentamos ante-riormente, Bruno Cassoni, Rodrigo Duarte e Fernando Turi formavam a antiga banda Feralia; o Fernando Turi já tocou em bandas de black metal e em outras bandas de me-tal. Ou seja, entre os membros, Fernando Turi é o que tem maior experiência de carreira, e foi o único integrante que continuou a tocar mesmo sem nossa antiga banda.Após o término da Feralia, nós Ro-drigo e Bruno, continuamos a tocar e compor em casa e agora enfim retornamos; e essa é a primeira banda de Brenda Almeida.Inseridos em um cotidiano caótico buscamos nas aflições da alma humana, em seu individualismo, a riqueza poética expressada em acordes e ritmos ora ressonantes e

harmoniosos, ora dissonantes e de-sesperadores, como o contexto em que nossas aflições afloram.

O EP DE VOCÊS, INTITULADO "NIHILISM", FICOU ENTRE OS MELHORES DE 2015, ELEITO PELA OCTOBER DOOM MAGA-ZINE. QUAL A SENSAÇÃO? CO-MENTE SOBRE A PRODUÇÃO DO MESMO.

R/B: Foi uma grata surpresa, o EP foi lançado bem no fim do ano de 2015 e não esperávamos que seria tão bem aceito, por se tratar de uma mistura de vertentes não "popula-res". Para nós da banda, foi uma grande honra ter entrado em uma lista de bandas tão sensacionais, além de algumas das bandas da lis-ta fazerem parte de nossas próprias influências.A produção foi independente; pa-gamos do próprio bolso a captação,

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

ENTREVISTARODRIGO DUARTE / BRUNO CASSONI SONGS OF OBLIVION

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Apedreja essa mão vil que te afaga,

mixagem & masterização, e as co-pias físicas, que foram feitas à mão por nós (Bruno e Rodrigo), desde artes gráficas até a gravação das mídias.Para gravação do EP, fizemos prati-camente em um fim de semana no Matuck Estúdio (em São Carlos/SP), sobrando apenas a captação de voz e solos para o decorrer da semana posterior. Isso foi no meio de se-tembro de 2015, sendo finalizado em dezembro de 2015.A nossa experiência no estúdio foi bem legal; Rodrigo, Bruno e Brenda nunca tinham gravado nada profis-sionalmente antes, apenas Fernan-do sabia como seria. Deu um certo trabalho por sermos inexperientes, mas demos o melhor de nós e o re-sultado final foi bem gratificante, o Luciano Matuck foi bem profissional e gravamos com equipamentos de alta qualidade, realmente ficamos realizados! SONGS OF OBLIVION

Somos uma banda que prezamos bastante a liberdade individual de cada integrante. Cada um tem suas preferências e compartilhamos interesses em comum.”

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FICHA

GÊNEROShoegaze Black Metal

ORIGEMAraraquara, São Paulo

CURRENTMEMBERSRodrigo DuarteVocals and guitar

Brenda AlmeidaBass

Bruno CassoniGuitar

Fernando TuriDrums

OD | A

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COMO TEM SIDO A RECEPTI-VIDADE DAS PESSOAS DIAN-TE DO LANÇAMENTO DO EP? E EM TERMOS DE PÚBLICO, COMO TEM SIDO A REPER-CUSSÃO?

R/B: Estamos muito felizes com o resultado e aceitação do público com as músicas que estão no disco, tanto o público metal, como os que de fora tem nos dado um feedback bastante positivo. Sabemos que existem alguns detalhes que podem ser melhorados e aceitamos bem as críticas, que em sua maioria foram construtivas e estamos usando isso para trabalhar alguns pontos nas composições do novo disco, que ain-da não tem previsão de lançamento.Ao vivo, é curioso, pois num primei-ro momento a nossa música causa certa estranheza, mas depois que vem o primeiro gutural a coisa tor-na-se mais natural e então vemos o pessoal bater cabeça mesmo nas passagens mais suaves das músi-cas, isso é extremamente gratifi-cante para nós, e temos um profun-do respeito por quem está ouvindo e comparecendo aos shows.No momento estamos compondo

Escarra nessa boca que te beija!

as músicas do novo disco, buscando parcerias e tentado alguns contatos para agendarmos shows, princi-palmente, porque queremos levar nossa música ao maior número de pessoas possíveis e achamos que o palco é a melhor forma.

"NIHILISM" É UM TÍTULO ES-COLHIDO POR QUAL MOTIVO? PODEMOS RELACIONAR AS MÚSICAS COM A QUESTÃO DE CONFLITOS INTERNOS/EXTERNOS DAS PESSOAS, EM MEIO AO COTIDIANO CAÓTI-CO?

R/B: O nome Nihilism num primeiro ponto deu-se pelo fato de tocarmos um estilo que necessita de uma ca-pacidade técnica e aparato bastante complexo, porém somos uma banda com quatro integrantes e tentamos fazer com todas as limitações que uma banda brasileira iniciante está sujeita, o máximo e o melhor pos-sível, priorizando a criatividade e o sentimento para tentar superar as dificuldades com relação a instru-mentos e equipamentos que gostarí-amos de ter em mãos, para criamos atmosferas sonoras mais intensas.

ENTREVISTARODRIGO DUARTE / BRUNO CASSONI SONGS OF OBLIVION

O segundo ponto é a questão filosó-fica de identificação com o termo, pois as letras e a atmosfera do disco e da banda vão de encontro com esta filosofia. Somos convictos da descrença total em fé às religiões ou deuses, -valores morais impos-tos que tornam a vida das pessoas mais complicadas- e uma certa dose de desesperança crônica na alma humana. Na verdade, valoriza-mos muito a essência do ser indivi-dual e livre.Sim, esse disco ainda é bastante pessoal, o que há ali realmente re-flete o que sentimos: conflitos, afli-ções, esperança, o que o ambiente e nossas mente experimentavam, tudo isso envolto num turbilhão de pensamentos que todo mundo tem.

QUAIS AS BANDAS DO "CIR-CUITO SHOEGAZE" QUE VO-CÊS MAIS GOSTAM E ADMI-RAM? POR QUÊ?

R/B: No shoegaze nossa principal influência é Slowdive, mas gosta-mos de muitas outras coisas como Dead Can Dance, My Bloody Valen-tine,The Jesus & Mary Chain, entre

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TRECHO DE AUGUSTO DOS ANJOS - Versos íntimos - citado na música "Ressonance"- EP Nihilism 2015

várias outras. Gostamos muito des-sas bandas, porque são os precur-sores, o início de tudo e mesmo hoje ainda o som é muito atual, os caras influenciaram o post punk e muitas outras coisas fenomenais.Na cena brasileira, gostamos bas-tante do Bullet Course de Curitiba/PR., e a galera do Wry que está a um bom tempo por aí e são de Soro-caba/SP.Gostamos muito dessas bandas e nos desculpem aquelas que não lembrei aqui, porque são os caras que fazem isso aqui na nossa terra e fazem muito bem feito, sabemos o quanto é difícil seguir essas verten-tes no pais.Além disso, gostamos e ouvimos demais Post Rock, o famigerado Depressive Suicidal Black Metal, o congelante Black Metal e o Doom, que sempre vai bem. OD | A SONGS OF OBLIVION

Ao vivo, é curioso, pois num primeiro momento a nossa música causa certa estranheza, mas depois que vem o primeiro gutural a coisa torna-se mais natural.”

SONGS OF OBLIVION

2015

Nihilism

CONTRACAPA

https://www.facebook.com/songsofoblivion/?fref=ts

https://www.youtube.com/watch?v=PqtUQ8TXvOQ

LINKS

facebook.com/OctoberDoomOfficial 57

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58

AGENDA

CASSANDRA COMEMORA 2 ANOS

CANDLEMASS + HELLLIGHT

SHOW

SHOW

20/04

21/04

21H

18H

92 GRAUS - CURITIBA

CLASH CLUB – SÃO PAULO

A GIG COMEÇA COM O DVISEX, DE ELECTRO-INDUSTRIAL E COM DJS TOCANDO UM POUCO DE TUDO QUE INFLUENCIA O CASSANDRA. ENQUANTO ISSO, ROLA A EXPOSIÇÃO DE FOTOGRÁFICA “MITOLOGIA” DE ALBERTO KRAWCZYK E CLARO, FINALIZANDO A NOITE, CASSANDRA.

UMA DAS MAIORES BANDAS DE METAL DO MUNDO DESEMBARCA PARA SUA TURNÊ DE COMEMORAÇÃO DO 30º ANIVERSÁRIO DO ÁLBUM EPICUS DOOMICUS METALLICUS, E EM SUPORTE, O HELLLIGHT, TOCANDO MÚSICAS DA CARREIRA E DO RECENTE ÁLBUM JOURNEY THROUGH ENDLESS STORMS.

ACESSE

ACESSE

https://www.facebook.com/events/1580873148898321/

https://www.facebook.com/events/439109869627005/

AGENDA OCTOBER DOOMUMA SELEÇÃO DOS MELHORES EVENTOS, FESTIVAIS E SHOWS QUE ACONTECEM DURANTE OS PRÓXIMOS DIAS.

DIVULGUE SEU EVENTO

Envie para nossa redação, as informações e links.

Não nos responsabilizamos por mudanças ocorridas na programação

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Page 59: October Doom Magazine Ed. 57

59octoberdoom.com.br 13

BLACK SEA + HUEY

ESTÚDIO FITACREPE CONVIDA

BULLET BANE + MUÑOZ + PANTANUM

BLACK EMBERS FEST III

SHOW SHOW

SHOW

FESTIVAL

22/04 23/04

24/0422-23/04

20H

19H

17H22/04 16H - 23/04 19H

74CLUB - SANTO ANDRÉ - BRAZIL

DISSENSO LOUNGE -SP

JOHN BULL - CURITIBA

MORFEUS CLUB & TRACKERSTOWER

A BANDA CURITIBANA BLACK SEA VOLTA AOS PALCOS ENQUANTO SE PREPARA PARA LANÇAR SEU TERCEIRO ÁLBUM MERCURIAL. JÁ O HUEY SE APRESENTA COM MAIS DO SEU STONER INSTRUMENTAL PESADO COM MAIS DE 6 ANOS DE CARREIRA.

A BELO-HORIZONTINA CONSTANTINA RETORNA AOS PALCOS PAULISTANO DEPOIS DE UM LONGO PERÍODO, DESTA VEZ ACOMPANHADA DO PROJETO BODE HOLOFONICO, COMPOSTO POR GUILHERME GRANADO E LEANDRO ARCHELA, QUE IMPROVISAM ENTRE INSTRUMENTOS, EFEITOS E SINTETIZADORES

EM UM SUPER EVENTO, O BLACK EMBERS FEST REÚNE 16 BANDAS QUE SE REVEZAM EM DOIS DIAS DE APRESENTAÇÕES E FEIRAS DE PUBLICAÇÕES INDEPENDENTES

ACESSE

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https://www.facebook.com/events/967143193321862/

https://www.facebook.com/events/1011635175560208/

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https://www.facebook.com/events/1666915186907237/

https://www.facebook.com/events/487133074808874/

VUVE, PROJETO PRODUÇÃO, APRESENTA NA CASA JOHN BULL AS BANDAS BULLET BANE (SP), MUÑOZ (MG) E PANTANUM (PR), COM INGRESSOS ANTECIPADOS ENTRE R$15 E R$30 E NA PORTARIA, A R$40,00.

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TRUCKFIGHTERS STONED JESUSTURNÊ TURNÊ

DATAS

DATAS

10/05 – SÃO PAULO/SP (INFERNO CLUB)11/05 – BELO HORIZONTE/BH (A AUTÊNTICA)12/05 – FLORIANÓPOLIS/SC – (CÉLULA)13/05 – CURITIBA/PR – (JOHN BULL PUB)14/05 – BRASÍLIA/DF (AMSTERDAM STREET)17/05 – RIO DE JANEIRO/RJ (TEATRO ODISSEIA)18/05 – PORTO ALEGRE/RS (OBRA CLUB)

13/05 – RIO DE JANEIRO/RJ (TEATRO ODISSEIA)14/05 – SÃO PAULO/SP (INFERNO CLUBE)15/05 – FLORIANÓPOLIS (CÉLULA SHOWCASE)

A BANDA SUECA DE STONER ROCK TRUCKFIGHTERS, QUE JÁ ESTEVE NO BRASIL, EM 2012, VOLTA AO PAÍS, EM MAIO, PARA UMA SÉRIE DE SHOWS QUE PASSARÃO PELAS CAPITAIS DE SÃO PAULO, MINAS GERAIS, CURITIBA, FLORIANÓPOLIS, BRASÍLIA, RIO DE JANEIRO E PORTO ALEGRE. DEPOIS SEGUEM PARA APRESENTAÇÕES NO URUGUAI E NA ARGENTINA. A ABERTURA DO SHOW EM SÃO PAULO SERÁ FEITA PELA MACACO BONG E, NAS DEMAIS PRAÇAS, PELA BANDA MONTE RESINA.

PELA PRIMEIRA VEZ NAS AMÉRICAS, UMA DAS PRINCIPAIS BANDAS DA NOVA SAFRA DO ROCK PESADO E ARRASTADO, STONED JESUS!DEPOIS DE TOCAR NO CHILE E ARGENTINA A BANDA UCRANIANA DESEMBARCA NO BRASIL PARA APRESENTAR MÚSICAS DA CARREIRA, INCLUINDO DO ÚLTIMO ÁLBUM THE HARVEST, LANÇADO EM 2015.

ACESSEREALIZAÇÃO

REALIZAÇÃOACESSE

https://www.facebook.com/rockcitygravadora

https://www.facebook.com/abraxasevents

ROCK CITY

ABRAXAS

AGENDA

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/DoomedStoned /DoomedandStoned

INTERVIEWS | REVIEWS

Sharing the music and the stories of the heavy underground, reported by the underground, for the

underground.

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A BANDA QUE SURPREENDEU A CENA

ENTREVISTADIMIGARCEZGUITARRA/VOCAL/ORGAN - BLACK MANTRA

POR Gustav Zombetero

Black Mantra é um trio oriundo de Vitória da Conquista - BA, a banda executa um Stoner/Doom psicodéli-co, com nuances de música gótica e do que era feito nos anos 70. A banda acabou de lançar o seu primeiro

registro, o EP intitulado “From The Graves Of Madness”. Acompanhem o que o Dimi Garcez tem a dizer sobre a banda.

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GUSTAV ZOMBETERO: SALVE DIMI. INICIE ESTÁ APRESEN-TANDO OS BLACK MANTRA AOS LEITORES DA ODM.

DIMI GARCEZ: Olá leitores da Oc-tober Doom Magazine! Sou Dimi Garcez, vocalista, guitarrista e um dos fundadores e compositores principais da Black Mantra. Agrade-ço pela oportunidade de estar aqui.

A BANDA ACABOU DE LAN-ÇAR O SEU 1º MATERIAL, O EP “FROM THE GRAVES OF MADNESS”, COMENTE SOBRE O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO MESMO.

DG: O processo de criação foi meio curioso. Lá pra 2013 eu estava depri-mido e com vários problemas para resolver. Eu sabia que eu precisava de um escape, senão eu descontaria minha frustração em vícios. Foi aí que eu peguei minha guitarra para expressar tudo isso que eu estava sentindo por meio de melodias. Por conta disso eu percebi que na maio-ria das vezes o instrumental que um músico compõe está intimamente

FICHA

GÊNEROStoner / Doom

ORIGEMVitória da Conquista, Bahia

CURRENTMEMBERSDimi GarcezGuitarra / Vocal /Organ

Felipe LimaBaixo / Guitarra

Jeferson SousaBateria

ligado às emoções e ao estado de espírito do mesmo. Ao todo foram cinco músicas compostas.Em uma manhã eu estava conver-sando com meus amigos Felipe Lima Ribeiro e Filipe Brito e mostrei um dos meus riffs para eles, en-tão Filipe tirou um caderno de sua mochila e escreveu uma letra rapi-damente. Gravamos três músicas e resolvemos postar no YouTube com o nome Frozen Vittus. Obviamente o nome não era dos melhores e não tinha sentido algum, então pouco tempo depois sugeri para que mu-dássemos o nome para algo que re-fletisse a mensagem que queríamos passar. Ele sugeriu Black Mantra, que caiu como uma luva. Em pouco tempo já estávamos gra-vando as músicas que eu tinha feito para usar com as letras de Filipe, então eu percebi que as melodias não estavam encaixando com o som dos nossos equipamentos de home-studio. Reformulei a parte instrumental e deixei um pouco mais lento e com riffs mais sólidos e fluídos que não necessitavam de equipamentos caros e todas aquelas frescuras. A timbragem ficou exce-lente aos nossos ouvidos e resolve-mos manter essa linha. No começo de 2015 Jeferson deu sua força na banda e já tínhamos tudo gravado, exceto os vocais. A ideia era gravar com gutural, mas Filipe foi chamado para servir o exército. Com o tempo apertado ele não tinha como continuar nessa área da banda. Algum tempo depois eu comecei a ensaiar usando meu vocal e decidi gravar com a voz lim-pa mesmo. A aceitação foi boa. Uma curiosidade sobre o ep é que a introdução veio de um sonho que eu tive. No sonho eu podia escutar o som da sitar perfeitamente, aí eu acordei e fui compor o resto.

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COMO VOCÊ JÁ CANSOU DE OUVIR DE MIM É IMPOSSÍVEL NÃO COMPARAR A MÚSICA DOS BLACK MANTRA COM A VELHA ESCOLA OBSCURA ITALIANA, ALÉM DISSO, É NOTÁVEL CERTOS NUANCES DE MÚSICA GÓTICA. AONDE VOCÊS FORAM BUSCAR ESSAS INSPIRAÇÕES MUSICAIS?

DG: Minhas influências principais são: Electric Wizard, High Priest Of Saturn e Acid King. Além deles eu acabei pegando muita influência na solidez dos riffs de uma banda chamada Saturnalia Temple, porque Filipe ouvia muito nos rolês. Nos vocais eu tenho bastante influência de Peter Steele, falecido vocalista do Type O Negative. É o único timbre que consigo cantar bem.

AS LETRAS PARECEM NÃO SE-GUIR UMA LINHA RETA, INDO DE SADISMO SEXUAL A FILME DE TERROR, COMO É FEITA E QUEM FICA COM A PARTE LÍ-RICA DA BANDA?

DG: Eu sou o principal letrista da Black Mantra atualmente. Gosto de escrever sobre assuntos variados, por isso não seguimos uma linha. Uma das coisas que mais gosto de fazer é usar metáforas, muitas me-táforas. Normalmente eu me dou tempo para imaginar e compor instrumen-tais e letras, pois acho que cada um tem um fluxo de criatividade que deve ser respeitado e não forçado. Nestes períodos bons só me resta

contar com ânimo e clareza para reduzir o pensamento em poucas palavras. Essa questão de reduzir as palavras é o principal motivo pelo qual escrevo em inglês.

COMO ESTÁ SENDO A DIVUL-GAÇÃO DO EP? O PÚBLICO ESTÁ REAGINDO DA FORMA ESPERADA POR VOCÊS?

DG: Nós estamos divulgando o EP pelo Youtube, Bandcamp e Face-book, até porque só lançamos digi-talmente. Eu fiquei surpreso porque nosso som chamou a atenção de muitas pessoas e tem até fãs que pagaram pelo nosso som. Isso é algo que eu não esperava de forma alguma.Acho que minha reação se deu ao

fato de que a experiência de compor e gravar foi divertida e prazerosa, então é como uma criança ganhar dinheiro por brincar, eu acho.

VI COMENTÁRIOS SEUS DI-ZENDO QUE O MATERIAL FOI GRAVADO NUM HOME ESTÚ-DIO, VOCÊ ACHA QUE ISSO PODE COMPROMETER D’AL-GUMA FORMA O RESULTADO FINAL DA OBRA? ACREDITA QUE TALVEZ SEJA MELHOR ASSIM, PARA NÃO CORRER O RISCO DE CAIR NAS MÃOS DUM PRODUTOR SEM NE-NHUM CONHECIMENTO DESSE TIPO DE SOM TÃO RARO POR AQUI?

DG: Em minha opinião o fato de gravar num home-studio pode com-prometer a obra de pessoas que não tem o conhecimento apropriado nessa área para fazer uma gravação boa. Antes eu queria gravar em um es-túdio, mas aqui eles são tão caros que desisti da ideia e resolvi apren-der como gravar em casa. Minhas primeiras gravações ficaram um lixo total, mas graças à internet você aprende a editar, comprimir, equalizar, etc. Você consegue fazer música profissional com um pouco de esforço sem problemas.Quanto à questão de não existir muitos produtores especializados em stoner/doom por aqui é um fato e um dos motivos pelo qual não paguei pela produção do EP. Preferi editar até que soasse bem aos meus ouvidos.

ENTREVISTA

Dimi Garcez, GUITARRA/VOCAL/ORGAN BLACK MANTRA

Graças à internet você consegue fazer música profissional com um pouco de esforço sem problemas.”

DIMIGARCEZGUITARRA/VOCAL/ORGAN - BLACK MANTRA

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TAMBÉM VI QUE NÃO TAR-DARÁ E A BANDA LANÇARÁ O SEU DEBUT, PODEMOS ES-PERAR UMA SEQUÊNCIA DO “FROM THE GRAVES OF MAD-NESS”? DIGO EM SEMELHAN-ÇA SONORA.

DG: Sim, podem esperar algo bem se-melhante na sonoridade, pelo menos no primeiro álbum que está por vir.

PREVISÕES PARA APRESENTA-ÇÕES AO VIVO?

DG: Por enquanto não temos alguma previsão de shows por aqui. Acho que pra isso seria melhor termos mais músicas lançadas para o público ter uma noção melhor do nosso som.

É ISSO MANO, OBRIGADO PELA PRESENÇA E POR FAZER ESSE SOM FODA, USE ESSE ESPAÇO PARA DIZER O QUE TI-VER AFIM.

DG: Obrigado pela oportunidade. Fico feliz por ver que a cena Doom está se fortalecendo e ganhando firmeza aqui no Brasil. Parabéns para a galera da October Doom Magazine! Vocês são fodas. Por último eu queria dizer que se você tem uma banda e não tem di-nheiro pra gravar num estúdio, não desanime. Busque a perfeição usan-do o que você tem a seu favor, no estilo “faça você mesmo”. Sei que tem muitas pessoas aí com ideias geniais que estão paradas por conta desse empecilho. É só isso mesmo galera. Valeu!

https://www.facebook.com/BlackMantraDoom

http://black-mantra.bandcamp.com/

LINKS

Minhas influências principais são: Electric Wizard, High Priest Of Saturn e Acid King, e acabei pegando muita influência na solidez dos riffs de uma banda chamada Saturnalia Temple.”Dimi Garcez, GUITARRA/VOCAL/ORGANBLACK MANTRA

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Confesso que quando ouvi pela primeira vez este EP fiquei to-talmente anestesiado, pois até

então eu nunca havia ouvido nada parecido feito em terras tupiniquins. Logo de início fui transportado para as sonoridades das bandas da escola italiana, como Paul Chain e Abys-mal Grief, apenas ouvindo a intro “Devil's Whorehouse”, com um sitar feito em sintetizador, ou seria uma harpa? Não faço ideia! Um órgão de fundo, um acompanhamento sútil da guitarra e da cozinha. O EP começa assim, pegando o ouvinte de surpre-sa, num clima psicodélico e obscuro, aquele mistério no ar até que a 2ª faixa entra em cena “Your Red In My White”, o vocal de Dimi em contraste com o órgão acabam por me fazer lembrar dos Type O Negative, nesse ponto, eu fico embasbacado com a genialidade desse trio de Vitória da Conquista - BA, é um absurdo a sonoridade deste EP, que já vem colhendo seus frutos, alcançando

RESENHA

reconhecimento no underground mundial, a musicalidade dos caras é bem a cara dos gringo, clássica e reta, correndo com a maré do atual revival. Neste material você não irá encontrar riffs cortantes, a parte mais trabalhada fica por conta da presença constante do sintetizador emulando vários instrumentos, a cozinha é totalmente reta afim de suportar os desvarios cometidos por Dimi, Felipe - baixo e Jefferson - bateria, seguraram a bronca com maestria, tudo bem encaixado, tudo no andamento. A 3ª faixa é a “Still-born”, mais lenta que a antecessora e mais melancólica também, atordo-ante do começo ao fim, em seguida vem a “The Left-Handed”, um pouco mais acelerada, quando a ouço, ima-gino uma galera dançando no clipe Black No. 1 dos TON, sei lá porquê, mas no EP inteiro viajo numa vibe gótica dos anos 90, além disso, de certa forma ela tem um andamen-to mais próximo do Doom Metal tradicional. Quase no fim da faixa os caras usam dum artifício que já virou marca registrada no estilo, um trecho de algum filme de terror dos anos 60/70. Encerrando a obra, a fai-xa título, com uma outra atmosfera, parece ter sido gravada na garagem da casa de algum deles, ainda bem que essa garagem tinha uma acústi-ca boa, porque ficou foda essa faixa, mais anos 70 eu diria. Enfim, Black Mantra tem uma sonoridade distinta, bem-feita e honesta, só nos resta esperar mais materiais come este ou ainda melhor, eu acredito que os caras não vão decepcionar.

BLACK MANTRA

ANO 2016EP - INDEPENDENTE

THE GRAVES OF MADNESS

1 - Devil’s Whorehouse 2 - Your Red In My White 3.Stillborn 3 - The Left-Handed 4 - From The Graves Of Madness (Live, 2011)

UMA VIAGEM PELOS ANOS 90

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Black Mantra - From The Graves Of Madness - EP digital - 2016 - Inde-pendente

Black Mantra - From The Graves Of Madness - EP digital - 2016 - Inde-pendente

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