odonto 2 - dezembro 1993
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Odonto 2 - Dezembro 1993TRANSCRIPT
CLINICA BELMONTE GAVIRA
Desejamos que em 94 todos
ganhem 365 vezes na loteria da
alegria, saúde e sucesso.
Feliz Natal aos amigos da Clínica Belmonte Gavira.
Th- TfUU, Th. Auú fantoá,, Th. ômeufi,
s4tt$eta e Th. rfdmOi Aníete, J4IUI, /ttu$eia<,
Tleide e Henê
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Editorial
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Agradecemos as manifestações de carinho e de incentivo pelo lançamento do jornal Odonto-News. Isso dá-nos força para prosseguir com o intuito de melhorar tanto os nossos conhecimentos técnicos e científicos, bem como a nossa comunicação com vocês.
Nesta edição falaremos sobre a pior doença deste fim de século - a Aids - e os cuidados no consultório, tanto na assepsia como na esterilização. São cuidados que temos para com vocês e para conosco.
O tema em questão não está sendo levantado para criar um terrorismo junto aos pacientes, mas apenas para esclarecer a importância da conscientização para os riscos desta doença, inclusive e, principalmente, dentro dos consultórios.
Acompanhem, também, as outras matérias desta edição. Elas trazem muitos recados importantes.
Aproveitamos para enviar a todos os nossos votos de um Natal com muita paz no convívio com os entes queridos e consigo próprio. Desejamos que no ano de 1994 todos tenham a felicidade de ganhar 365 vezes na loteria; não na loteria do "anão orelhudo", e sim na loteria da alegria, da prosperidade, da saúde e do sucesso.
A nossa loteria é diferente. Vamos ganhar com integridade. E só jogar. E lembrem-se: onde a aranha suga o veneno a abelha suga o mel.
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A cidentes acontecem e são imprevisíveis. A calma deve estar presente mesmo na hora do susto, para que as
consequências não sejam piores. O ideal mesmo é saber aplicar os primeiros socorros até que seja feito o atendimento médico necessário.
Saiba, abaixo, como agir no caso de ser o sorriso o maior prejudicado:
e no acidente o dente sair do alvéolo (a cavidade onde se aloja a raiz do dente), pegue-o pela coroa e nunca pela
raiz. Se estiver sujo, lave-o em água fria e recoloque-o imediatamente no seu lugar, isto é, dentro da cavidade que ficou na gengiva»
e o acidentado for criança, não dê chupeta ou mamadeira após o reimplante •
e não der para recolocar o dente no lugar, coloqueo num i r recipiente imerso em soro fisiológico frio ou numa mistura
de água filtrada e leite, também frios •
MJ! m último caso, você também poderá colocar o dente JBLV embaixo da língua do acidentado e levá-lo imediatamente
ao dentista. (Este procedimento só não é recomendável para crianças de pouca idade) •
eja qual for o procedimento adotado, você deve ter em mente o seguinte: não raspe e nem coloque qualquer
medicação na raiz •
E vite tomar aspirina ou outros medicamentos que contenham ácido acetil salicílico •
MjP rocure um dentista imediatamente (se possível com menos ^ M . de trinta minutos após o acidente) para que ele veja se o dente está bem colocado ou para colocá-lo no lugar e ferulizar (prender aos outros dentes) temporariamente sem pressão •
Destaque
Cuidados afastam perigo a AIDS - terrível doença deste
século - vem impondo à sociedade mudanças de compor
tamento e maior conscientização para os cuidados que devem ser tomados para evitar contrair e transmitir o vírus HIV. Os consultórios dentários não ficam fora desta batalha. Como profissionais de saúde, os cirurgiões dentistas têm papel fundamental
Peças descartáveis garantem a segurança dos clientes na prevenção e diagnóstico precoce da AIDS.
Como se sabe, a transmissão do vírus só é possível se existir penetração do líquido contaminado no organismo sadio. E, para tanto, deve existir considerável quantidade de vírus no líquido contaminado e este vírus ainda precisa encontrar uma porta de entrada para penetrar no organismo. Como todos os vírus, o da AIDS não se reproduz fora do corpo e é facilmente morto pelo calor e por produtos como o hipoclorito.
Esterilização dos materiais é uma obrigação O vírus HIV está presente em líquidos
secretados pelo organismo de pessoas contaminadas, mas somente através d o sangue, esperma e secreções vaginais é que pode
ocorrer a transmissão. O vírus também está presente na saliva, lágrima, urina e suor, mas a quantidade é tão pequena que não há registro de transmissão por estas vias.
C o m l impeza, esterilização, materiais descartáveis e o uso de equipamentos de proteção pessoal, o risco de contaminação pela AIDS, hepatite B e outras doenças fica reduzido a praticamente zero dentro dos consultórios. Estes cuidados não são luxo, são obrigação. Um grande erro é utilizar precauções especiais .somente quando já se sabe que determinada pessoa é HIV positivo. Isto seria um falso senso de segurança muito perigoso. Por isso, todo o cu idado é pouco, com todos e para o bem de todos.
O CAMINHO DO VÍRUS
O vírus HIV - Human Immunodeficiency Vírus - é um
núcleo de ácido ríbonucleico (RNA) com uma casca composta de várias
proteínas. Uma delas se encaixa exatamente numa outra proteína que fica na superfície do linfócito
auxiliar T, chamado de receptor T4, como se fosse uma chave e uma
fechadura. Uma se adapta perfeitamente à outra. O vírus gruda lá, depois entra na célula e faz sua
cópia, agora em DNA (ácido desoxiribonucléico) dentro do núcleo da célula. Como se sabe, as funções do linfócito T são a de matar células estranhas ao organismo e ensinar as
células linfócitos B a produzirem anticorpos. Assim que o linfócito T, agora modificado pela presença do HIV, recebe um sinal para funcionar,
ele ativa a síntese, com código já alterado, e mais vírus HIV se
proliferam e destroem a célula hospedeira. Em seguida, vão invadir novas células até destruir todas as
células auxiliares linfócitos (T), levando à falência de quase todo
sistema imunológico.
Luvas protegem profissionais dentro dos consultórios Estudos realizados em Los Angeles,
São Francisco e N o v a York, nos Estados Unidos, mostraram que somente 5 3 % dos contaminados pelo HIV pesquisado comunicaram aos seus dentistas. Enquanto que 8 9 % fa laram aos seus fisioterapeutas sobre a doença. A reação d o paciente de não revelar sua cond i ção de HIV posit ivo reforça a necessidade de precauções universais.
Em São Paulo, os casos comprovados da doença podem ser tratados no Centro
Equipamentos são protegidos com plástico, trocado a cada cliente
de Atendimento à Pacientes Especiais, da Faculdade de Odontologia da USP. Contudo, isto não visa proteger os demais pacientes da contaminação e sim evitar que o doente de AIDS, devido à sua baixa imunidade, contraia outras doenças.
Está comprovado que o doente (HIV +) que aceita a sua condição, vive por mais tempo. E, para isso, ele depende d o apo io técnico e psicológico dos profissionais de saúde, bem como d o respeito e carinho da sociedade em geral. Inclusive dentro dos consultórios dentários.