olho no olho

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A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano I – Nº 1 | OUT 2009 No Meu TeMpo... Histórias inesquecíveis de um ex-aluno eu Faço assiM Incentivo à poesia na sala de aula aluNa RepóRTeR As dificuldades de se escolher uma carreira Observando as necessidades de cada aluno no olho olho

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Page 1: Olho no olho

A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano I – Nº 1 | OUT 2009

No Meu TeMpo...Histórias inesquecíveis de um ex-aluno

eu Faço assiMIncentivo à poesia na sala de aula

aluNa RepóRTeRAs dificuldades de se escolher uma carreira

Observando as necessidades de cada aluno

no olhoolho

Page 2: Olho no olho

2 Geração São Judas | out.09 3Geração São Judas | out.09

Colégio SÃO JUDAS TADEURua Clark, 213 - Mooca

São Paulo - SP - 03167-070fone: 11 2174.6422 | Fax 11 2174.6424

[email protected] www.saojudas.br

SUPERVISÃO GERALIvan Galvão Bueno Trigueirinho

CONSELHO EDITORIAL

Cesar Farid HaddadDomingos da Silva BiondiErica Camocardi Licastro

José Roberto MathiasReginaldo Rodrigues de Oliveira

REVISÃO

José Paulo Ferrer

PROJETO GRÁFICOFred Barbour

[email protected]

IMPRESSÃOAgns Gráfica e Editora

www.agns.com.brfone: 11 2966.0322

CRIAÇÃO, COORDENAÇÃO E TEXTO

So Ham Comunicaçãowww.sohamcomunicacao.com.br

fone: 11 3542.8322

As opiniões emitidas em textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

A reprodução de textos desta edição é permitida, exclusivamente para uso editorial, desde que citada a fonte. Textos assinados e fotos com crédito identificado somente podem ser reproduzidos com autorização,

por escrito, de seus autores.

A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano I – Nº 1 | OUT 2009

No Meu TeMpo...Histórias inesquecíveis de um ex-aluno

eu Faço assiMIncentivo à poesia na sala de aula

aluNa RepóRTeRAs dificuldades de se escolher uma carreira

Observando as necessidades de cada aluno

no olhoolho

ouTubRo 2009 | Nº 1

RepoRtagem de Capa

Acompanhar cada aluno e saber quais são suas necessidades é caminho para o desenvolvimento afetivo e o bom desempenho escolar. Saiba como isso é feito no São Judas 6

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expediente

carta ao leitor

O Colégio São Judas Tadeu, sempre buscando inovar e melhorar a comunicação da comunidade escolar, tem orgulho de apresentar a revista Gera-ção São JudaS. Além de apresentar notícias sobre a escola, a publicação abordará assuntos de inte-resse geral e também incentivará a participação de pais, alunos, professores, funcionários e pessoas da comunidade.

Para a edição inaugural, fizemos questão de tratar na “Reportagem de Capa” o tema que faz diferença para nós, aqui no Colégio: a pedagogia olho no olho. Trata-se de observar as necessidades de cada aluno e tratá-lo como um ser único. Esse é o caminho para o desenvolvimento afetivo e para o bom desempenho escolar.

Na seção “Eu Faço Assim”, a professora de Língua Portuguesa e Redação Célia Regina Sarvas Schiavenato conta como desenvolveu o projeto Concurso de Poesia este ano com as turmas de 9º ano e, com isso, aproximou os estudantes desse tipo de gênero textual.

A adolescente Beatriz Benedetti, do 3º ano de Publicidade, fez o papel de “Aluna Repórter” e revelou quais são as novas oportunidades no mer-cado de trabalho. Beatriz acredita que esse assunto

seja interessante não só para ela como para todos os seus colegas que estão na época de fazerem suas opções de carreira.

Na seção “No Meu Tempo...”, o ex-aluno Pau-lo Falluh Monte, que cursou os anos finais do En-sino Fundamental e Edificações no Ensino Médio afirma que o que mais o encantou na proposta da escola foi a relação professor-aluno. Ele saiu do São Judas em 1982 e, quando voltou para buscar seu histórico escolar depois de muitos anos, ainda foi lembrado pelo professor Ribeiro.

Em “Escola Cheia de Vida”, trazemos a his-tória da Casa José Eduardo Cavichio (Cajec), em Taboão da Serra (SP), uma instituição que atende crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer e é beneficiada com toda a renda de festas como a Junina e a Italiana, que é revertida para a organização.

Se quiser participar de nossa revista, escreva para [email protected] e sugira uma reportagem ou indique algum assunto de seu in-teresse para as seções.

Espero que aprecie a leitura.

Um abraço,

C aro leitor,

Vem novidade por aí

Ivan TrigueirinhoDiretor do Colégio São Judas Tadeu

Escola chEia dE Vida

Cajec é a instituição beneficiada com a renda de todas as festas da escola

8Eu Faço assimProjeto de poesia desenvolve o gosto por esse gênero nos estudantes

10aluna REpóRtERVeja quais são as novas profissões no mercado de trabalho

10são Judas on-linESite do colégio traz área reservada para o cadastro de ex-alunos

10FiquE poR dEntRoAcesso informatizado, alimentação saudável e novo sistema de gestão

11no mEu tEmpoEx-aluno revela qual foi o seu maior aprendizado no colégio

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4 Geração São Judas | out.09 5Geração São Judas | out.09

no olhoolho

reportagem de capa

Observar as necessidades de cada aluno e tratá-lo como um ser único é o caminho para o desenvolvimento afetivo e o bom desempenho na escola

Hoje, estamos saindo da era da supervalorização da informação e passando a dar importância a outros aspectos do desenvolvimento huma-no. De que adianta, afinal, um dire-tor de empresa muito competente na área técnica, mas que não sabe conduzir os subordinados, humilha as pessoas ou não sabe ouvir? Ou, o contrário: alguém igualmente ca-paz, mas que não consegue colocar em prática suas ideias porque não se organiza ou não sabe defender o que pensa?

Outra questão que se coloca nes-se complexo meio de campo é: ser feliz é só ter sucesso profissional? Pode até ser, desde que isso seja algo claro para o indivíduo. Afinal, o mundo é cheio de possibilidades e de escolhas. O desafio de educar os jovens mudou. Antes, havia um ro-teiro que a família e a escola traça-vam como ideia de sucesso e de feli-cidade (reflexo, claro, da sociedade em que vivíamos). Agora, é preciso mostrar que quem escreve a própria história é cada um de nós. Mas só sabe escolher bem aquele ser huma-no que, em primeiro lugar, conhece a si e, em segundo, se sente seguro para buscar aquilo que almeja.

Todas essas mudanças no modo como o mundo – pessoal e profissio-nal – funciona gera muitas dúvidas para os jovens, que estão decidindo o rumo que darão a suas vidas, e para os pais, que querem sempre o melhor para os filhos. Afinal de con-tas, todo mundo quer ser feliz, mas será que nos perguntamos o que isso significa?

É em busca de respostas nada fá-ceis, como a dessa pergunta, que a equipe do Colégio São Judas Tadeu trabalha diariamente. “Nesse tempo de transição, mudou o que a socie-dade espera do processo educacio-nal. Passamos pelo período da ex-plosão da informatização e, agora,

estamos focados na compreensão do ser humano como um indivíduo único. Não basta ser informado ou ter conhecimento. Buscamos saber dos sentimentos e das necessidades de cada um”, explica Maria Con-ceição de Barros Santos Nogueira, diretora do Ensino Fundamental I e II (mais conhecida como Tia Con). Como fazer isso? A resposta é “olho no olho”.

Conhecer aluno por aluno, no São Judas, não significa decorar seu nome ou o número de matrícula. É conhecer sua personalidade, saber o que pensa e o que sente, pergun-tar (sinceramente) como foi o fim de semana, acompanhar o desempenho nos estudos, saber identificar quan-do houve melhora ou piora no rendi-mento e, sempre, perceber se aquele estudante se sente bem onde está, com quem está e fazendo o que faz.

Esse cuidado começa na Edu-cação Infantil, com os pequenos a partir de um ano e meio. A diretora Cibele Cortelli Trigueirinho garan-te que todos recebem atendimento especial. Ela mede o sucesso do seg-mento que está sob seu comando pela alegria da criançada dentro da escola e pelos depoimentos vindos das famílias. “Pais e mães sempre agradecem pelo carinho que seus filhos recebem”, conta. Na hora de contratar as profissionais para com-por sua equipe, Cibele atenta não só para o currículo da aspirante à vaga. “É importante que, além de uma excelente formação exigida, a pro-fessora seja também muito afetiva.”

Caixa poStal lotada

Responda rápido: quando você pensa em saúde, o que passa pela sua cabeça? A maioria das pessoas sempre relaciona a palavra a ques-tões do corpo. Pouca gente se lem-bra que a mente – e a alma! – tam-bém precisam estar bem. “Por isso,

A té bem pouco tempo, ter acesso à informação e ao domínio das tecnologias era o caminho certo para ga-

rantir o sucesso profissional de uma pessoa. Para alguém “dar certo”, era necessário ter vastos conhecimentos técnicos, científicos e acadêmicos e pouco se falava em termos como afetividade ou inteligência emocio-nal. Nos últimos anos, porém, a his-tória vem mudando.

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6 Geração São Judas | out.09 7Geração São Judas | out.09

observar até mesmo sutilezas no comportamento é importante, pois o baixo rendimento escolar de um estudante pode estar diretamente ligado a um problema que ele está vivendo”, afirma Sineide Esteves Peinado, diretora assistente do Fundamental II, do turno da ma-nhã. Além disso, sabemos também que crianças e jovens que crescem em ambientes onde há paz, respeito e harmonia se desenvolvem melhor em qualquer âmbito da vida – inclu-sive o escolar.

Por isso mesmo, o trabalho da equipe do São Judas é de proximi-dade afetiva com os alunos. Recen-temente, devido ao vírus H1N1 (gri-pe suína), a volta às aulas foi adiada. Diferentemente de muitas escolas, em que os alunos dão pulos de ale-gria por não voltarem tão cedo, no São Judas, a caixa postal do e-mail da diretora Maria Conceição ficou lotada. “Muitos escreviam contan-do novidades, dizendo que estavam com saudades”, conta Conceição. “É um trabalho que demanda muita energia e uma dedicação absoluta, mas é muito gratificante.”

Essa relação estreita com os es-tudantes se dá não só com a direção e os professores, mas com todos os funcionários da escola. Erica Li-castro, por exemplo, é supervisora administrativa do colégio e faz o primeiro vínculo com a família e com o aluno, pois é ela que os re-cepciona, mostra as dependências e faz a matrícula. “Nos primeiros dias de aula, tem criança que procura a mim para dizer que está com dor de barriga. Não lido só com papel, lido com sentimentos, escuto histórias, auxilio, acolho”, afirma Erica.

O olho no olho, portanto, é um conceito fundamental para toda a equipe. Quem pensa que são só os mais novos que se aproximam des-sa forma está enganado. No Ensino Médio, mudam o perfil e as necessi-dades dos alunos, mas a ligação é a mesma. “Todo mundo gosta de ser bem tratado. Com os adolescentes, procuro conversar, ser firme quando necessário, mas sempre ter uma con-versa franca, em particular, quando me procuram ou quando vejo que precisam”, afirma José Ribeiro Fi-lho, diretor adjunto do colégio. Por isso, ele senta para ouvir histórias da vida de cada um, sabendo que suas atitudes têm um peso muito grande na formação dos jovens. “Em vez de censurar, eu dou o exemplo. Reco-lho lata de refrigerante pelo pátio no intervalo. Eles observam e fazem o mesmo. Não preciso chamar aten-ção”, relata.

“A neurociência hoje mostra que será bem-sucedido o indivíduo que convive em um meio e com pesso-as que o identificam pelo que ele é.

A escola é um grande espaço social para os estudantes e é preciso que o nosso trabalho também seja em-basado em conhecer e reconhecer o

aluno, criando com ele afinidade”, diz Conceição.

Muito MaiS que notaS

Dentro dessa perspectiva, o aten-dimento individual não se resume em saber o nome do estudante ou que nota ele tirou. “Numa redação, por exemplo, é importante ver se o texto tem coesão e coerência, mas a gente busca entender o que o aluno quis dizer com aquele trabalho den-tro do contexto da sua vida”, diz Conceição. “É mais do que a apren-dizagem de conteúdos. Trata-se da aprendizagem afetiva”, completa.

Trabalhar numa linha humanista não é fácil, pois é preciso preparo da equipe pedagógica em várias áre-as do conhecimento humano, como pedagogia, didática, psicologia e neurociência. Por outro lado, outras

“É mais do que a aprendizagem

de conteúdos. Trata-se

da aprendizagem afetiva”

entrevistareportagem de capa

habilidades, que não se desenvol-vem da noite para o dia, são impor-tantes. Sensibilidade é a maior delas. É no olhar, num gesto, num sorriso, num comentário ou numa redação do estudante que o educador pode encontrar pistas para melhorar as aulas, identificar problemas e en-contrar soluções.

o papel da faMília

A questão emocional pesa tan-to que até a perspectiva da família mudou. Antes, a primeira (e, talvez, única) pergunta que os pais faziam era sobre o conteúdo. “A escola é forte?”, perguntavam. Hoje, muitos ainda atentam, claro, à metodologia de ensino, mas também querem sa-ber do ambiente, do projeto políti-co-pedagógico da instituição.

No entanto, por mais que o cui-

dado com a educação dos filhos seja enorme, viver em uma cidade como São Paulo torna o cotidiano das famílias uma verda-deira correria. Por isso, atitudes simples podem fazer com que o ambiente acolhedor da escola se es-tenda para o familiar. Mas nem sempre é fácil. O professor Ribeiro conta que, certa vez, entrou na sala do 3º ano do En-sino Médio para dar um aviso. Na primeira fileira estava um jovem de barba, com quem ele fez uma brin-cadeira. E o rapaz respondeu que não tinha feito a barba porque se cortava. “Quando eu comecei a dar dicas a ele de como passar a lâmina, a classe toda parou. Foi espantoso ver que nenhum deles havia sido

orientado sobre o assunto”, lem-bra. Por isso, os pais podem ficar atentos para aproveitarem momen-tos simples do dia-a-dia, como esse, para conhecerem melhor seu filho. Estar por perto, buscar saber o que pensa e sente, e aproximar-se do colégio são ferramentas fundamen-tais. Afinal, se somos indivíduos únicos, não existem moldes ou re-ceitas para partilhar o tempo. •

A diretora Conceição, em sua sala: decoração para deixar o ambiente

acolhedor para os alunos

Acima, Erica, do administrativo: o cuidado com cada aluno é tarefa de todos os funcionáriosAbaixo, o professor Ribeiro: “Não chamo atenção, mas dou o exemplo”

Cibele, diretora da Educação Infantil: além de ótima formação, professores precisam ser afetivos

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Como conteúdos, trabalhei a definição de poema, qualidades de um bom texto, como coesão e coerência, e a importância desse gênero para a sociedade. Geral-mente, os adolescentes têm a ideia de que quem se de-dica à poesia é romântico. Expliquei que os poetas mo-dernos são mais liberais e apresentei a poesia concreta e alguns autores, como Arnaldo Antunes, que também é cantor, além de escritor. Pontuei que não existe um padrão específico.

Os alunos, principalmente nessa fase da vida, são muito questionadores. Eles querem saber onde vão usar o conhecimento que a escola trabalha. Respondo dizen-do que eles precisam estar atentos a tudo o que possa diferenciá-los na vida e no trabalho. Esses conteúdos são importantes não só para fazê-los ingressar em uma boa universidade, mas também para que eles consigam con-versar sobre cultura com seus pares.

Depois de dado o tema, acertei com as turmas todos os detalhes e me coloquei à disposição para possíveis dúvidas. Alguns me procuraram para saber se poderiam compor em dois quartetos e dois tercetos, se o trabalho podia ser manuscrito ou digitado, entre outras questões.

Para mim, o importante era que todos os textos tivessem autoria, além de começo, meio e fim.

No prazo combinado, recebi os poemas em folhas avul-sas para que eu pudesse fazer minhas considerações em relação à concordância verbal e à repetição de palavras. Li todos, fiz correções e pedi que colassem em seus cadernos a produção final. Percebi que muitos escreveram com suas emoções e o resultado foram textos maravilhosos. Escolhi seis produções de cada 9º ano e fiz uma pequena premia-ção com medalhas e livros paradidáticos. Além disso, os contemplados foram para o mural da escola.

Nem tudo foi uma perfeição. Uma das dificuldades foi lidar com o esquecimento de alguns alunos. Três ou qua-tro não entregaram seus trabalhos. Para mim, o gratifi-cante foi perceber quanto todos foram parceiros porque as produções não valiam nota. Independentemente de ser prazeroso, a maioria se envolveu, fez e procurou dar o melhor de si naquele momento. Sei que, com esse projeto, não tornei meus alunos especialistas em poesia, mas acho que são mais leitores desse tipo de gênero textual. •

8 Geração São Judas | out.09

Concurso de poesia marca data comemorativae incentiva a leitura e a escrita na escola

por Célia Regina Sarvas Schiavenato*

eu faço assim

D esenvolvi o projeto Concurso de Poesia este ano com as duas turmas de 9º ano do Ensino Funda-mental do Colégio São Judas Tadeu. O trabalho envolveu 76 adolescentes, durou dez dias e teve

como objetivo comemorar o Dia Nacional da Poesia, em 14 de março. Pedi que os alunos criassem seus poemas com o tema saudade. Desde o 6º ano, todos começam a ter proximidade com o assunto, pois é nesse período que entendem a diferença entre poesia e poema e aprendem o que são versos, estrofes e rimas.

Sempre tenho como meta que os estudantes leiam e escrevam mais, pois um trabalho como esse incentiva os alunos nesse sentido. Digo aos meninos e às meninas que essas tarefas colaboram para ampliar o vocabulário e aprimorar a grafia. A minha intenção é fazer com que minhas turmas se percebam como produtores de textos e melhorem cada vez mais na leitura.

* Célia é professora de Língua Portuguesa e Redação do Colégio São Judas Tadeu.

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no meu tempo...

São Judas on-line | www.csjt.com.br

fique por dentro

Paulo Falluh Monte diz que o diferencial do São Judas é a relação professor-aluno

C heguei ao Colégio São Judas Tadeu em 1977 para cursar a 7ª serie. Meu pai tinha acaba-do de falecer e minha famí-

lia resolveu se mudar para a Mooca, bairro tradicional em São Paulo. Tive uma turma bacana no antigo ginásio, mas as melhores recordações são da época do colegial. Optei por Técni-co em Edificações, na área de exatas. Lembro bem das aulas da professora Panajota (Desenho Geométrico) e dos professores Ribeiro (Química) e Airam (Matemática). Nunca fui um aluno com as melhores notas, inclusi-ve repeti o 1º ano.

O que fazia o São Judas ser diferen-te era a relação professor-aluno. O Ri-beiro, por exemplo, vivia dizendo para a minha mãe em dia de reunião de pais que eu era um cara bacana. Isso me fazia correr atrás dos prejuízos. Em meados dos anos 1990, precisei do meu histórico escolar para prestar um concurso. Fui até a secretaria da escola e fiquei sabendo que o Ribeiro ainda estava por lá e tinha se tornado diretor. Já na sala dele, disse: “Com licença”. Ele olhou para mim e pronunciou meu nome completo. Abraçamos-nos e cho-rei emocionado. Perguntei: “Como você lembra?” Ele respondeu: “Você é inesquecível!” Essas coisas, a gen-

te carrega para o resto da vida. Vivo contando esse episódio e tantas outras histórias para a minha filha, que hoje tem 10 anos.

Algum tempo depois, em 2004, al-gumas colegas da época da escola en-traram em contato comigo por inter-médio de minha mãe. Elas resolveram reunir todos os amigos. A busca levou seis meses, aproximadamente. Marca-mos um encontro em uma pizzaria no bairro. Foram 40 pessoas. Desde en-tão, a gente se reúne todos os meses. Saímos sempre para dançar. Não me canso de dizer que o que de mais va-lioso eu aprendi no São Judas e levo para sempre é a valorização das rela-ções humanas. Ter passado por lá foi essencial para a minha formação. •

O que fazer na vida profissio-nal? O que escolher? Essas são as perguntas mais fre-quentes entre os adolescen-

tes que estão no 3º ano do Ensino Médio. Por ser uma decisão muito importante, tem de ser bem pensa-da. O mercado de trabalho tradicio-nal, como medicina ou direito, está bastante concorrido e, com isso, muitos optam por carreiras diferen-ciadas que não são muito conheci-das ou procuradas.

Quiropraxia, por exemplo, você sabe o que é? Trata-se de uma ciên-cia próxima da fisioterapia, que se dedica à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento da má posição das articulações. Mais especificamente, é destinada a quem tem hérnia de disco, alteração postural ou dor nas costas. O tratamento se baseia em

diversos exercícios físicos e reedu-cação postural.

Na mesma linha seguem outras profissões não muito procuradas e novas, como Ciências Atuariais, que tem como foco o cálculo de grandes investimentos; ou Engenharia de Aquicultura, que cuida da qualida-de dos alimentos oriundos da água; ou Produção de Música Eletrônica, para quem quer uma graduação para ser DJ profissional.

Enfim, há um leque de novas pos-sibilidades. Mesmo assim, se você ainda continua com dúvida, pense nas atividades que gosta de fazer no dia-a-dia. Os amantes do desenho po-dem optar por Desenho Industrial e os viciados em jogos eletrônicos têm como opção Design de Games. Basta ver o que mais combina com você e prestar o vestibular. Boa sorte! •

aulo Falluh Monte tem 46 anos. É representante de vendas de uma empresa de

adoçante natural e tem um estúdio de Pilates, em São Paulo. Também possui uma franquia da marca Ha-vaianas, em Ilhabela (SP). Casado e pai de uma menina de 10 anos, mora na capital paulis-ta com sua família. Estudou no Colégio São Judas Tadeu entre 1977 e 1982, onde cursou a 7ª e a 8ª sé-ries e Técnico em Edificações. Optou por não fazer faculdade.

Educação formal e formação humanaNovas possibilidades

no mercado de trabalho

aluna repórter Beatriz Benedetti, aluna do 3º de Publicidade

alimentação saudável

O projeto Oficina de Nutrição existe há aproximadamente 10 anos e promove a integração dos alunos do 4º ano de Nutrição da Universidade São Judas Tadeu e os do 6° ao 9° anos do Ensino Fundamental do colégio. O objetivo é auxiliar os adolescentes a construir e manter padrões alimentares saudáveis. Para este ano, a proposta é fazer orientações teóricas e práticas sobre alimentação e nutrição e realizar autoavaliação nutricional.

aCesso infoRmatizado

Segurança e tranquilidade para quem estuda no Colégio São Judas Tadeu. Foi desenvolvido um sistema de acesso de entrada e

saída controlado, monitorado e mais efetivo na movimentação de alunos, pais ou visitantes. Ele mantém o histórico e entradas e saídas. O sistema foi implantado há dois anos e novas facilidades estão sendo estudadas.

gestão inteligente

O sistema QI-Class Studio, adquirido há pouco pelo Colégio São Judas Tadeu, permite que pais e alunos tenham maior segurança dos dados pedagógicos, administrativos, financeiros e de saúde. Ele engloba módulos que interagem entre si, registrando as operações efetuadas e simplificando os processos administrativos. Otimização de tempo na gestão de informações para garantir o melhor atendimento.

Cadê você, ex-aluno?O site do Colégio São Judas Tadeu possui uma área reservada para cadastro de ex-alunos.

A intenção é estreitar o relacionamento com a instituição. Se você estudou na escola, não perca a oportunidade de estar próximo. Acesse www.csjt.com.br/exalunos e conte o que tem feito.

11O São Judas | dez.09

Contato: [email protected]

Arquivo pessoal

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Evento de boa açãoRenda de festas do colégio é revertida para organização que atende crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer

escola cheia de vida

T odo ano tem festas no São Judas. Elas reúnem pais, alunos, professores e comunidade escolar e são mo-mentos de verdadeira confraternização. Ninguém conta tanto os dias para esses eventos quanto Maria

Luiza Candida Centelles, fundadora da Casa José Eduar-do Cavichio (Cajec), em Taboão da Serra (SP). O moti-vo? Há cinco anos, toda a renda da Festa Italiana* e a da última Festa Junina é revertida para a organização, que cuida de crianças e adolescentes carentes com câncer.

A relação da Cajec com o São Judas começou quando a já falecida Thereza Cortelli Altenfelder Silva Mesqui-ta, que foi diretora do colégio e mantenedora da univer-sidade, conheceu o trabalho social. A Cajec foi funda-da em 1996 por Maria Luiza, ainda quando atuava como voluntária no Hospital das Clínicas de São Paulo, em oncologia infantil, e acompanhou o quadro clínico de

José Eduardo, que empresta o nome à instituição.O sonho do rapaz, que na época tinha 16 anos, era

criar um lugar diferente daqueles onde costumava ser atendido. Para ele, os pacientes precisavam de mais do que ajuda médica. “Ele defendia que o tratamento inclu-ísse amor e carinho, que as pessoas se sentissem em casa – mesmo estando distantes –, e que, principalmente, pu-dessem ter ao lado um ente querido”, lembra a fundado-ra. Embora não tenha visto seu sonho realizado, o rapaz deixou uma lição de vida e uma forte motivação para Maria Luiza. Atualmente, a Cajec possui infraestrutura para acomodar 30 pacientes que passam por tratamento e seus respectivos acompanhantes. •

*A próxima Festa Italiana, que seria realizada no dia 24 de outubro, foi cancelada em virtude da gripe suína.