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1 Open Innovation: Uma Análise Bibliométrica do Período de 2003 a 2013 Autoria: Juliana Sayuri Kurumoto Barbosa, Maurício Reinert Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar a produção acadêmica sobre a open innovation, mapeando o perfil e a evolução desse assunto. Para isto, foram analisadas 433 publicações no período de 2003 a 2013 considerando artigos publicados em periódicos e indexados na base Web of Science. Técnicas de análise bibliométrica e softwares foram utilizados para desenvolver a pesquisa. Como resultado tem-se os indicadores e as redes de relacionamento da produção científica que permitiram identificar que a temática open innovation está expandindo para diferentes áreas do conhecimento, ampliando as oportunidades de pesquisa.

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Open Innovation: Uma Análise Bibliométrica do Período de 2003 a 2013

Autoria: Juliana Sayuri Kurumoto Barbosa, Maurício Reinert

Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar a produção acadêmica sobre a open innovation, mapeando o perfil e a evolução desse assunto. Para isto, foram analisadas 433 publicações no período de 2003 a 2013 considerando artigos publicados em periódicos e indexados na base Web of Science. Técnicas de análise bibliométrica e softwares foram utilizados para desenvolver a pesquisa. Como resultado tem-se os indicadores e as redes de relacionamento da produção científica que permitiram identificar que a temática open innovation está expandindo para diferentes áreas do conhecimento, ampliando as oportunidades de pesquisa.

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1 Introdução

A necessidade de constantes inovações tem exigido que as empresas acelerem seu processo de inovação. Entretanto, é difícil para as empresas que isso ocorra se o desenvolvimento dessa inovação for realizado apenas com o conhecimento e recursos existentes internamente nas organizações. Primeiro, porque a complexidade e os custos de desenvolvimento de produtos inovadores são altos; e segundo, porque nem sempre é possível obter todas as competências e know-how necessários. Sendo assim, uma alternativa para essa situação é a busca de conhecimento em fontes externas à empresa. Um dos conceitos discutidos freqüentemente e que contribui com essa alternativa é a open innovation.

O termo open innovation cunhado por Henry Chesbrough em 2003 é definido comumente na literatura como o uso de conhecimentos internos e externos para acelerar o processo de inovação e expandir o mercado (CHESBROUGH, 2003). Segundo Gambardella e Panico (2014), a open innovation abrange tópicos que vão desde a direção do fluxo do conhecimento (interno e externo), formas de abertura (aliança, joint ventures, redes) as partes envolvidas (fornecedores, usuários, competidores, comunidades) até o impacto da abertura no desempenho da inovação. Apesar de ser um termo novo, as discussões sobre esses assuntos já existem há várias décadas (SPITHOVEN, CLARYSSE e KNOCKAERT, 2011).

De acordo com Enkel, Gassmann e Chesbrough (2009), algumas empresas como a Procter & Gamble, Siemens, Philips, entre outras tem inserido esses conceitos da open innovation em seu ambiente. Entretanto, para muitas organizações ainda é preciso compreender claramente mecanismos internos e externos da organização e quando e como lucrar a partir desse conceito. Além disso, esses autores destacam que a realidade do negócio não é baseada totalmente na open innovation e sim no balanceamento entre as atividades da inovação aberta e fechada.

Desde o surgimento da temática open innovation, o número de publicações tem aumentado consideravelmente ao longo dos anos, despertando a atenção de diferentes áreas do conhecimento como computação, psicologia, economia, negócios, entre várias outras. Como decorrência, outros conceitos estão surgindo como open source, crowdsourcing, co-criação, inovação distribuída, etc, criando conflito, fusão e diferentes interpretações entre os pesquisadores (HOSSAIN, 2013, DAHLANDER e GAN, 2010).

Ao observar a literatura, nota-se que nesses últimos anos a open innovation está sendo estudada não só em empresas de grande porte como também em pequenas e médias empresas como podemos ver nos estudos de Van de Vrande et al. (2009), Lee et al. (2010), Parida, Westerberg e Frishammar (2012), entre outros. Além disso, segundo Huizingh (2011), muitos estudos dessa área são estudos de caso único, exploratórios e descritivos, o que não deixa de ser importante para entender como as coisas funcionam, mas muitas pesquisas com grandes amostras são necessárias para compreender como as empresas gerenciam a transição para a open innovation, para determinar a importância de fatores, construir modelos para identificar a cadeia de efeitos, e para testar possíveis dependências.

Para identificar como os estudos sobre a open innovation evoluíram, este trabalho apresenta um estudo bibliométrico para identificar, por exemplo, quais são as áreas que tem se relacionado com o assunto, quem são os principais autores, periódicos. Portanto, o trabalho apresenta uma análise das publicações, das citações e da rede de bibliometria o que permite identificar padrões, tendências e artigos relevantes.

O artigo está estruturado como segue. Primeiro, a Seção 2 apresenta os conceitos da análise bibliométrica, bem como os indicadores e técnicas de análise. Na Seção 3 tem-se o procedimento metodológico realizado para a condução da pesquisa. A Seção 4 descreve a análise dos resultados. Por fim, a Seção 5 é composta pelas considerações finais, limitações e sugestões de pesquisas futuras.

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2 Análise Bibliométrica A análise bibliométrica é um processo de análise quantitativa do texto e informação que

auxilia na exploração, organização e análise de grande quantidade de dados históricos ajudando pesquisadores na identificação de padrões que podem influenciar no processo de tomada de decisão da pesquisa (DAIM et al., 2006).

Segundo Kobashi e Santos (2006), existem três indicadores bibliométrico para análise da produção científica:

- Indicadores de produção científica: contagem do número de publicações por tipo de documentos, por instituições, áreas de conhecimento, país, etc;

- Indicadores de citação: envolve a contagem do número de citações recebidas por publicação;

- Indicadores de ligação: envolve co-ocorrências de autoria, citações e palavras e são aplicados na construção de mapas de estrutura de conhecimento e de redes de relacionamento.

Quatro técnicas são empregadas para os indicadores de citação e ligação, sendo: análise de citações, análise de co-citações, acoplamento bibliográficos e análise de co-palavras (co-word analisys) (FRANCISCO, 2011).

A análise de citações apresenta as ligações formais entre artigos que tenham um ponto particular em comum (GARFIELD, 1979). Os documentos que são citados freqüentemente são considerados mais influentes para o progresso científico (TAHAI e MEYER, 1999).

A análise de co-palavras utiliza padrões de co-ocorrência de pares de itens, ou seja, palavras ou frases para identificar o relacionamento entre idéias dentro de uma área presente no texto (HE, 1999). Essa análise possibilita que um novo pesquisador em uma área se torne instantaneamente familiarizado, facilitando a identificação de temas-chave e suas relações, além do que permite descobrir e descrever a interação entre diferentes campos de pesquisa (MUÑOZ-LEIVA et al., 2012).

Na análise de co-citação é realizada a contagem do número de vezes que dois artigos, autores, periódicos são citados juntamente em um terceiro artigo. Nesse caso, do ponto de vista do autor citante existe uma similaridade entre o assunto (MIGUEL, MOYA-ANEGON e HERRERO-SOLANA, 2008).

Por fim, a análise de acoplamento bibliográfico identifica grupos de documentos que compartilham referências. Assim, os artigos são acoplados bibliograficamente quando diferentes autores citam um ou mais artigos em comum (GARFIELD, 2001). A Figura 1 ilustra a diferença entre a análise de co-citação e acoplamento bibliográfico.

Figura 1 – Acoplamento bibliográfico versus co-citação

Fonte: adaptado de Garfield (2001)

Artigos citados

Item A (citante)  Item B (citante)

Artigos  citantes A  e  B  estão 

relacionados  porque  citam  os 

artigos C, D, E, e F. 

Artigos A  e  B  são  associados 

porque ambos são citados pelos 

artigos C, D, E, e F. 

Artigos citados

C

D

E

F

BA

Item B (citado) Item A (citado)

Co‐citaçãoAcoplamento bibliográfico

C

D

E

F

A  B

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É possível notar que no acoplamento bibliográfico a análise é voltada para verificar grupos de artigos que citam os mesmos itens, enquanto que a co-citação se baseia nas citações que aparecem em pares.

3 Procedimento Metodológico

Para desenvolver a pesquisa e alcançar o objetivo proposto, realizou-se um estudo bibliométrico que seguiu algumas etapas descritas a seguir.

Etapa 1: Utilizou-se a plataforma ISI Web of Knowledge para a coleta de dados, especificamente a base de dados Web of Science pela sua relevância na academia.

Etapa 2: O levantamento dos dados ocorreu no mês de fevereiro de 2014, considerando o período de 2003 a 2013. Definiu-se essa data porque em 2003 o termo aparece pela primeira vez como tema em um artigo de Henry Chesbrough que foi criador do termo. Esse período possibilitou visualizar a evolução dos estudos sobre a open innovation.

Etapa 3: Foi realizada a busca por tópicos utilizando a string “open innovation” delimitando o período entre 2003 e 2013 que resultou em 1000 documentos.

Etapa 4: Utilizou-se como filtro os documentos classificados como artigos, reduzindo o número para 508 documentos.

Etapa 5: Verificou-se os artigos em que a palavra “open innovation” aparecia no título, resumo ou palavras-chave. Essa análise resultou em um total de 433 artigos.

Etapa 6: Os artigos selecionados para a pesquisa foram inseridos no EndNote Web, gerando uma base específica sobre o tema o que facilitou também o resgate posterior desse material.

Etapa 7: Os artigos foram adicionadas à lista marcada que permitiu analisar alguns resultados gerados pela própria base Web of Science e gerar o arquivo “.txt” que foi utilizado como entrada para outras análises nos softwares Excel, CiteSpace, Sci2 tool.

O Excel foi utilizado para gerar gráficos e tabelas. O CiteSpace para identificar visualmente a evolução da literatura em um determinado período de tempo. Segundo Chen (2006), esse programa ainda possibilita detectar e visualizar o surgimento de tendência e mudanças radicais na literatura em um determinado período de tempo. Já o Sci2 tool foi empregado para a análise e visualização das redes de bibliometria. Além da análise de redes, esse software apoia a análise temporal, geoespacial e tópica (Sci2 Team, 2009).

4 Análises e Resultados

Na Figura 2 é possível visualizar o número de publicações por ano de artigos em periódicos, assim como a evolução das pesquisas sobre a temática open innovation.

Figura 2 – Total de artigos publicados entre 2003 e 2013.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

2 1 3

138

22

44

81 8478

97Número de Publicações

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Henry Chesbrought deu início às pesquisas sobre open innovation em 2003 com dois artigos publicados nos periódicos California Management Review e MIT Sloan Management Review. Desse período até o ano de 2013 a quantidade de publicações tem aumentado. Os destaques são os anos de 2008, 2009 e 2010 em que as publicações praticamente dobraram. Uma das possíveis razões para esse aumento crescente pode ser o interesse de diferentes áreas de pesquisa. A Figura 3 mostra essas áreas de pesquisa ao longo do período definido para este estudo. As áreas que estudam a open innovation vão desde economia empresarial, engenharia, ciência da computação, artes, entre outras.

Figura 3 – Áreas de pesquisa sobre open innovation

Fonte: Dados do software CiteSpace

Para indicar o número de publicações, o programa CiteSpace mostra anéis com diferentes cores para representar o ano de publicação. O tamanho desses anéis refere-se à quantidade de publicações e a espessura da borda está relacionada ao grau de centralidade, sendo que quanto maior a espessura maior a centralidade. O grau de centralidade mede a importância da posição do nó na rede, mostrando a relevância do estudo (CHEN et al., 2012). Conforme a Figura 3, o maior número de publicações concentra-se nas áreas de economia e negócios (business & economics) com 329 artigos nessa área, gestão (management) com 286, e negócios com 170 (business). É importante ressaltar que essas áreas estão relacionadas às áreas da base Web of Science.

Quanto aos 10 autores que mais publicaram sobre o assunto, conforme dados levantados da própria base de dados pesquisadas foram: Ulrich Lichtenthaler com 21 trabalhos, Henry Chesbrough com 13, Wim Vanhaverbeke com 9, Oliver Gassman com 8, Frederico Frattini, Andre Spithoven, George von Krogh com 7, Johan Frishammar e Joachim Henkel com 6 e Vittorio Chiesa com 5. Ainda, Henry Chesbrough teve mais 4 publicações fazendo referência ao seu nome completo Henry William Chesbrough.

Em relação aos trabalhos com maior número de citações tem-se:

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Tabela 1 – Lista de artigos mais citados

Autor Título do artigo Periódico Ano da

publicação Nº de

citações

Chesbrough, H. W. The era of open innovation MIT Sloan Management

Review 2003 332

Chesbrough, H. W.; Crowther A. K.

Beyond high tech: early adopters of open innovation in other

industries R&D Management 2006 164

Henkel, J. Selective revealing in open

innovation processes: the case of embedded Linux

Research Policy 2006 103

Dodgson, M.; Gann, D.; Salter,

A.

The role of technology in shift towards open innovation: the case

of Procter & Gamble R&D Management 2006 103

Piller F. T.; Walcher, D.

Toolkits for Idea competitions: a novel method to integrate users in

new product development R&D Management 2006 102

Dahlander,L.; Gann, D. M.

How open is innovation? Research Policy 2010 99

Enkel, E.; Gassmann, O.; Chesbrough, H.

Open R&D and open innovation: exploring the phenomenon

R&D Management 2009 96

Cooper, R. G. Perspective: the stage-gate ®

Idea-to-launch process-update, what’s new, and NexGen systems

Journal of Product Innovation Management

2008 95

Van de Vrande, V.; de Jong, J. P. J.;

Vanhaverbeke, W.

Open innovation in SMEs: trends, motives and management

challenges Technovation 2009 89

Chesbrough, H. W.; Appleyard, M.

M. Open innovation and strategy

California Management Review

2007 89

Fonte: dados da pesquisa

Considerando a amostra de 433 artigos, os dez periódicos que publicaram em maior volume sobre o assunto foram:

Tabela 2 – Número de publicações por periódicos Periódico Número de publicações

R&D Management 33 International Journal of Technology Management 30 Research Technology Management 29 Technovation 23 Research Policy 22 Journal of Product Innovation Management 14 Technological Forecasting and Social Change 13 Technology Analysis Strategic Management 13 California Management Review 12 Creativity and Innovation Management 9

Fonte: dados da pesquisa

Com relação às características das autorias têm-se os seguintes números de autores por artigo (ver Tabela 3):

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Tabela 3 – Freqüência de autores por artigo Autores Número de artigos

1 101 2 140 3 118 4 50 5 7

6 ou mais 17

Fonte: dados da pesquisa

A Figura 4 ilustra a co-autoria entre instituições. Os artigos foram escritos por 220 instituições e existem 79 elos entre as instituições.

Figura 4 – Co-autoria entre instituições

Na figura apresentada no lado esquerdo da página tem-se uma visão geral da rede. Enquanto no lado direito da página a figura é ampliada para melhor visualização. Dessa forma, nesta última figura são ilustradas as instituições com maior quantidade de relações. A instituição com maior relações de co-autoria é a Universidade de Harvard com 7 relações, seguida pela Universidade de Berkeley e Universidade Tecnológica de Munique com 5 relações, a Escola Politécnica Fed Lausanne e a Universidade Católica Leuven com 4 relações.

As 220 instituições estão localizadas em 37 países. Analisando a rede de colaboração entre países (ver Figura 5), notam-se os elos entre 26 países.

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Figura 5 – Rede de colaboração entre países

Os tamanhos dos nós representam a freqüência da citação. Neste caso, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, e Holanda são os países que aparecem com maior freqüência. A espessura do nó está relacionada à centralidade de intermediação, sendo a Holanda, a Noruega, a Bélgica, a Áustria, a Dinamarca, e os Estados Unidos, os países mais importantes ou relevantes na área. Já o Brasil é um país isolado em termos de colaboração e possui apenas duas publicações na área, sendo os artigos de Caetano e Amaral (2011) ambos da Universidade de São Paulo e o outro de Bueno da Universidade Estadual e Campinas e Balestrin da Universidade do Vale do Rio Sinos (2012).

Ao utilizar o software Sci2 tool foram realizadas as análises de rede de citações, de co-citação, de co-autoria, de acoplamento bibliográfico, e de co-palavras que serão apresentadas a seguir. A Figura 6 apresenta a rede de co-autoria. Cada nó representa um autor e os laços a relação de colaboração entre pesquisadores.

Figura 6 – Rede de Co-Autoria

A figura da esquerda é parte da rede completa. O que podemos observar é que o número de co-autorias vão aumentando a medida que as redes vão para o centro, ou seja, nas áreas periféricas tem-se os autores que desenvolveram os trabalhos sem parcerias, as díades e as tríades e no centro encontra-se autores que trabalharam mais em conjunto com outros para desenvolverem suas publicações. Já a figura da direita ilustra as redes em um tamanho maior.

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O tamanho dos nós está relacionado a quantidade de trabalhos de autoria de um pesquisador sendo assim, quanto maior o nó, maior a quantidade de trabalhos. Com relação a cor do nó, este refere-se ao número de citações, sendo que quanto mais escuro maior a quantidade de citações. Portanto, os nós em preto são os trabalhos de Chesbrough, H., Chesborugh, H. W. e Lichtenthaler, U. A espessura e a cor do laço como as indicadas com flechas coloridas refletem a quantidade de trabalhos com co-autoria entre os pesquisados (quanto mais espesso o laço, mais trabalhos foram desenvolvidos em conjunto). No caso da flecha amarela tem-se as relações Frattini e Chiaroni que tem 4 trabalhos em conjunto, Frattini e Chiesa com 5 trabalhos, Frattini e Bianchi com 4 trabalhos, Chiesa e Chiaroni com 4 trabalhos e Chiesa e Bianchi com 3.

As redes de co-autoria que estão demarcadas com um círculo foram escolhidas para explorar um pouco mais de informações. A rede circulada em verde envolve o trabalho de Chesbrough, H que tem o maior número de citações. Essa rede é constituída de 40 autores, sendo que 35 estão na universidade e 6 em outras organizações como governo, empresas e centros de pesquisa. As universidade são: Universidade Complutense de Madrid (Espanha), Universidade da Califórnia (EUA), Universidade de Harvard (EUA), Universidade Nacional de Singapura (Singapura), Escola de Negócios de Melbourne (Austrália), Universidade de Zeppelin (Alemanha), Universidade de St. Gallen (Suíça), Universidade de Chalmers (Suécia), Universidade de New South Wales (Austrália), Instituto Nacional Suíço de Tecnologia de Lausanne (Suíça), Universidade de Hasselt (Bélgica), Universidade de Tecnologia de Eindhoven (Holanda), Universidade de Erasmus (Holanda), Universidade de Tallin (Estonia), Universidade de Zhejiang Gongshang (China), Universidade Técnica da Dinamarca (Dinamarca), Universidade Católica de Leuven (Bélgica), Universidade de Ghent (Bélgica), Vrije Universiteit Brussel (Bélgica). As demais organizações são: o escritório de ciência política da Bélgica, Onyx Pharmaceut (EUA), Analysis Group (EUA), IMEC (Bélgica). A área de conhecimento de economia e negócio é comum a todos os autores e é integrada também com as áreas de engenharia, gestão e operação, administração pública, ecologia e ciências ambientais, geografia, e ciência e tecnologia.

A rede circulada em azul é a que possui um número significativo de co-autoria como já mencionado anteriormente. Essa rede é composta por 9 autores que atuam na Universidade Politécnica de Milão (Itália), Universidade de Bergamo (Itália), Escola Superior de Sant Anna (Itália) e Escola de Economia de Estocolmo (Suécia). À área predominante de pesquisa é economia e negócio combinada com engenharia, ciência e tecnologia, e gestão e operação.

A rede circulada em vermelho possui um grande número de laços entre os 44 autores. Essa rede não envolve universidades, e sim um laboratório, o GlaxoSmithKline Inc. localizado na Espanha e uma fundação chamada Medicines for Malaria Venture da Suíça. As pesquisas são voltadas para a área de farmácia e farmacologia.

A rede circulada em preto envolve o trabalho de Lichtenthaler, U. A rede tem 16 autores que atuam na Universidade Técnica de Lulea (Suécia), Escola de Economia e Negócios de Umea (Suécia), Universidade Estadual de Kent (EUA), Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique (Suíça), Universidade de Mannheim (Alemanha), e WHU – Otto Beisheim School of Management (Alemanha). A área de economia e negócios é comum a todos os autores. Além dessa área tem-se também a engenharia, administração publica e gestão e operação.

A Figura 7 ilustra a rede de citações. Nesta rede é possível visualizar o fluxo de informação entre os artigos analisados e as referências com maior número de citações.

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Figura 7 – Rede de citações

O tamanho e as cores dos nós estão relacionados ao número de citações e os laços

indicam o fluxo de informações. O nó preenchido de preto trata-se do artigo do Chesbrough, H. W. publicado em 2003. Como já mencionado nesta seção, este é o artigo com maior número de citações e que foi citado por Husig (2011), Ghauri (2009), entre vários outros autores conforme a Figura 4. É válido mencionar que para a construção desta rede foram desconsiderados os nós isolados para uma melhor visualização.

Com relação a rede de co-citação, esta aloca artigos que são freqüentemente citados juntos em um espaço mais próximo. Na Figura 8, visualiza-se a rede de co-citação.

Figura 8 – Rede de co-citação de artigos

Os três nós maiores que são Chesbrough, Cohen, e Laursen são os que possuem maior centralidade de intermediação, ou seja, eles conectam grupos diferentes de artigos. As cores referem-se aos trabalhos mais citados, que neste caso são os mesmos autores mais centrais. A espessura dos laços representa a quantidade de vez que dois artigos foram citados juntos,

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sendo que quanto mais largo maior é a co-citação. Para a construção dessa rede foram considerados os artigos que foram citados acima de 4 vezes e foram desconsiderados os nós isolados.

A Figura 9 ilustra a rede de acoplamento bibliográfico a partir da co-ocorrência de referência citada.

Figura 9 – Rede de acoplamento bibliográfico

O nó refere-se ao artigo e seu tamanho e cor está relacionada à quantidade de citação. Nesta rede, o nó mais citado está na cor preta e é representado por Chesbrough (2006) com 164 citações. Quanto aos laços, este reflete a quantidade de referência que dois artigos compartilham, sendo que quanto maior a espessura do laço, mais referências eles compartilham. Neste caso, tem-se Chaston (2013) juntamente com Chaston (2012) e Chaston (2013) com Lassala (2013), esse fato significa que existe uma maior relação e semelhança entre eles. Para o desenvolvimento dessa rede foi desconsiderado nó isolado e a ponderação do laço foi baseada no compartilhamento acima de 4 referências.

A rede de co-palavras é apresentada na Figura 10. Observa-se que muitos laços estão na região central da figura, onde existe maior co-ocorrência de diferentes palavras juntamente com o termo open innovation que está representado pelo nó em preto.

Figura 10 – Rede de co-palavras

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O tamanho dos nós está relacionado à freqüência em que aparecem as palavras, sendo a open innovation a que mais aparece até porque esse foi o foco da pesquisa, posteriormente, tem-se inovação, propriedade intelectual, pesquisa e desenvolvimento, gestão do conhecimento, capacidade de absorção, open source, transferência de tecnologia, colaboração, empreendedorismo, gestão da inovação, crowdsourcing, entre outras. Nesta rede, a relação entre as palavras deixam evidente a relação entre o campo de pesquisa estudado nesse artigo com outras áreas. Por exemplo, ao cruzar as informações das palavras-chave citadas acima com as áreas do conhecimento tem-se:

- open innovation relacionada às áreas de economia e negócio, gestão e operação, engenharia, ciência da computação, ciência e tecnologia, ciência da informação e biblioteconomia, administração pública, educação e pesquisa educacional, direito e governo, ciências ambientais e ecologia, geografia, agricultura, energia, química e biologia molecular, biotecnologia e microbiologia aplicada, química, farmácia e farmacologia, sociologia, comunicação, e ciência e tecnologia de alimentos.

- inovação relacionada à economia e negócios, gestão e operação, engenharia, ciências ambientais e ecologia, estudos urbanos, ciência da computação, ciência e tecnologia de alimentos, ciência da informação e biblioteconomia, direito e governo, saúde ocupacional, ambiental e pública, e arte.

- propriedade intelectual relacionada à economia e negócio, engenharia, gestão e operação, e ciência da informação e biblioteconomia.

- pesquisa e desenvolvimento relacionado à economia e negócio, administração pública, ciência e tecnologia, engenharia, comunicação, e gestão e operação.

- gestão do conhecimento está relacionada à ciência da computação, ciência da informação e biblioteconomia, ciência e tecnologia, engenharia, economia e negócio, e gestão e operação.

- capacidade de absorção relacionada à economia e negócio, engenharia, gestão e operação, ciência e tecnologia, administração pública, e ciência da computação.

- open source relacionado à economia e negócio, administração pública, biologia molecular e bioquímica, e biotecnologia e microbiologia aplicada.

5 Considerações finais

O estudo realizou uma análise da literatura sobre os dez anos do assunto open

innovation. Essa análise foi baseada na bibliometria que possibilitou identificar os principais periódicos que publicam sobre o assunto, as principais áreas envolvidas, os principais trabalhos referenciados, a rede de relacionamento entre autores, artigos, e palavras-chave.

A partir dos resultados foi possível perceber que o interesse pela open innovation vem aumentando a cada ano. Esse cenário pode ser explicado pelo fato de mais pesquisadores estarem preocupados em compreender o assunto, o ambiente que o envolve; diferentes áreas do conhecimento também estudando esse tema; além de empresas que estão adotando essa prática e que estão compartilhando com a comunidade acadêmica.

Como é de se esperar os artigos pioneiros como o de Chesbrough (2003) em determinados assuntos são os mais citados, já que estes apresentam conceitos bases sobre o assunto, rompem paradigmas, influenciando positiva ou negativamente outros pesquisadores.

As redes de co-autorias permitiram identificar que não existe uma concentração institucional e geográfica estudando a open innovation e que há pouca colaboração entre eles. Observou-se também que o interesse nessa temática tem surgido em países como o Brasil que não tem enraizado em sua cultura a inovação. Outro ponto interessante a ser mencionado é a questão de que existem redes de co-autoria que não são compostas apenas por pesquisadores inseridos em universidades, existe a participação de pessoas do ramo empresarial, do governo

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e de institutos de pesquisas. Foi possível notar que algumas redes são fechadas em termos de países, mas que existe uma colaboração entre diferentes universidades e em outros casos em que a colaboração envolve diferentes países.

Com relação à rede de co-palavras, esta apresenta várias dimensões de tópicos de pesquisa, não só na área de gestão de inovação como nas áreas de gestão do conhecimento, computação, etc. Tópicos até então estudados por uma área como o caso do open source na ciência da computação tem sido usado, por exemplo, na área de biológica, bioquímica. Essa interface entre diferentes áreas é significativa, pois podem mudar e/ou expandir as bases de conhecimentos entre as variadas áreas.

Este é um dos primeiros trabalhos a utilizar o software Sci2 tool em uma análise bibliométrica, isso porque quase não se encontra artigos que fizeram uso dessa ferramenta. È um software interessante que apresenta diferentes análises como temporal, geoespacial, tópica e de rede, permitindo uma visualização dos dados em nível micro (individual), meso (local), e macro (global). Entretanto, está ferramenta ainda está em fase de aprimoramento como a inserção de novos plugins e correção de alguns erros de execução, mas que não invalida os resultados.

É importante apresentar dois fatores limitantes da pesquisa. O primeiro está na qualidade das informações, ou seja, como cada periódico tem seus requisitos de formatação do artigo isso resulta muitas vezes na ausência de uma determinada informação que podem influenciar os resultados. O segundo fator reside na amostra definida para a análise, na qual foram selecionados artigos publicados em periódicos. Portanto, como pesquisa futura sugere-se que trabalhos publicados em anais de congresso também sejam analisados já que este pode complementar os resultados.

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