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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
OS CONTOS COMO INSTRUMENTO PARA AS AULAS DE LEITURA DOS
ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO ESTADUAL SÃO
FRANCISCO
Rosa Maria Gomes de Mello¹
RESUMO
O presente artigo é composto pelo relato das atividades de leitura realizadas
em sala de aula, por meio dos contos: “A moça tecelã, Felicidade Clandestina e
Uma vela para Dario”. Essas atividades fizeram parte da implementação da
proposta de intervenção pedagógica referente ao PDE – PROGRAMA DE
DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL/PR em 2015, proposta essa realizada
devido à necessidade de melhoria da leitura entre os alunos do 8ª ano do
ensino fundamental. A aplicação deste projeto efetivou-se no Colégio Estadual
São Francisco no município de Paranaguá, ocorrendo no decorrer do ano letivo
de 2015. O gênero conto foi o foco do trabalho para o incentivo da leitura. Ao
longo do trabalho foi reconhecido que a leitura é indispensável para o
aprimoramento da língua em diferentes momentos e situações da vida
cotidiana.
Palavra-chave: Conto, hábito, leitura, melhoria.
______________________________
¹ Especialista em MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA, pelo IBPEX -
Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão em conjunto a FAFIPAR –
Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá.
¹ Especialista em LÍNGUA PORTUGUESA, pela FAFIPAR - Faculdade
Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá.
1. INTRODUÇÃO
O artigo em questão, apresenta os resultados obtidos na implementação
da Proposta de Intervenção Pedagógica e tem como título: O conto como
ferramenta da melhoria de leitura dos alunos do 8ª ano do ensino fundamental
no Colégio Estadual São Francisco, cujo objetivo é promover a qualificação da
leitura em sala de aula. O trabalho com a leitura no ensino fundamental tem
sido uma questão difícil de resolver, os questionamentos que ocorrem no dia a
dia, vão desde a escolha de textos para a apresentação nas aulas até a
determinação da metodologia que deverá ser desenvolvida com os alunos. É
necessário, buscar as melhores opções de estratégia que possam melhorar a
situação atual em que nós encontramos, passando pela tentativa de encontrar
textos atrativos para os alunos até a busca de atividades adequadas ao perfil
da turma. A leitura, na escola é um problema ainda a ser resolvido da melhor
maneira. É preciso buscar alternativas para essa questão, como aqui se faz
neste projeto, que toma o conto como ponto de partida, por entender que o
trabalho com a narrativa curta pode se tornar mais atraente para o leitor e
contribuir para sua formação. O tema de estudo da intervenção é o ensino e
aprendizagem da leitura e se tem como objetivo a busca da melhoria da leitura
nos alunos de 8° ano do ensino fundamental, produzindo assim, novas práticas
didáticas que permitirão aos alunos a desenvolverem-se efetivamente tanto na
interação social do ambiente escolar como no processo de aprendizagem.
Especificamente o artigo busca avaliar a aquisição de habilidades
linguísticas a partir da leitura dos textos (contos), utilizando-se ainda dos
recursos lúdicos para interação e estimulando o interesse dos alunos pela
leitura através dos contos, desenvolvendo ainda o raciocínio lógico através da
leitura e interpretação dos contos em sala de aula. O artigo que de certa
maneira, devolve a disciplina de português o respeito às regras, como um meio
necessário para a prática da leitura. Tem-se ainda um trabalho específico com
os alunos do 8° ano do Colégio Estadual São Francisco – Ensino Fundamental
e Médio, em Paranaguá, sendo esse trabalho desenvolvido no penúltimo ano
do ensino fundamental.
Por meio dos resultados apresentados por esses alunos nas avaliações
e nas atividades diárias, observa-se que existe a necessidade de um
planejamento diferenciado com os alunos na área da leitura em nosso colégio e
desta forma se busca uma estratégia em que se possa desenvolver a inclusão
e a melhoria da vivência social, a adaptação a uma nova realidade em que
estão inseridos e também se adequem às normas do colégio. Com isso se
almeja os melhores resultados na aprendizagem e na superação das
dificuldades encontradas por esses alunos.
Desenvolve-se a estratégia de ação partindo da necessidade
apresentada pelos alunos da 8ª ano e pelo trabalho que o colégio busca
realizar. A aula da disciplina de Língua Portuguesa deve ser um espaço onde
se busca o resgate da socialização, oportunizando aos alunos a aprendizagem
de conteúdos que ampliem as possibilidades de ver o mundo, observando a
pluralidade cultural e linguística da sociedade. Tendo como base as Diretrizes
Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental e o Projeto
Político Pedagógico do colégio, serão utilizados os contos como instrumento
para o desenvolvimento da prática da leitura. Esses recursos serão
desenvolvidos abordando temas do conteúdo básico da Língua Portuguesa
para o 8ª ano expostos no PPP do colégio, favorecendo assim o aspecto
linguístico (vocabulário e estrutura).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Conforme relatos de Kleiman (1999, p.9) ”a leitura é em primeira
instância à formação do leitor e consequentemente, o enriquecimento de outros
aspectos, como humanísticos e criativos, do leitor e do fato de ler”. Neste foco
a leitura cria realidades novas, ela faz a diferença, ela é um elemento de
inclusão social. A leitura conforme Cosson (2009, p. 17), ”tem a função maior
de tornar o mundo compreensível, transformando sua materialidade em
palavras de cores, odores, sabores e formas intensamente humanas, é que a
literatura tem e precisa manter um lugar especial nas escolas”. A leitura é uma
necessidade, principalmente quando se pretende formar um aluno cidadão, isto
é, aquele que utiliza os instrumentos necessários para exercer com consciência
a liberdade e a cidadania, afinal um cidadão bem preparado na leitura pode
interferir com autonomia, intencionalidade e decisão na transformação da
sociedade em que ele vive.
Defende-se assim, o processo da leitura através dos contos, sendo ele
diferente, mas necessário a ser ensinado no colégio:
Devemos compreender que o letramento literário como uma prática social e, como tal, responsabilidade da escola. A questão a ser enfrentada não é se a escola deve ou não escolarizar a literatura, mas sim como fazer essa escolarização sem descaracterizá-la, sem transformá-la em um simulacro de si mesma que mais nega do que confirma seu poder de humanização. (COSSON, 2009, p. 23)
Desta maneira o ato de ler não quer dizer respeito apenas ao fato de
“resolver sinais”, mas representa um desvelamento, uma construção de
significados sobre os textos. Neste contexto, vale mencionar que:
A escola tem, portanto, um compromisso maior que é propiciar ao sujeito o desenvolvimento de sua capacidade de leitura do mundo. Assim, uma educação que se queira libertadora, humanizante e transformadora passa, necessariamente, pelo caminho da leitura. Da mesma forma, na organização de uma sociedade mais justa e democrática, que vise a ampliar as oportunidades de acesso ao saber, não se pode desconhecer a importante contribuição política da leitura. (FRANTZ, 2001, p.21).
Segundo Cosson (2009, p. 34), “a aprendizagem através da linguagem
literária compreende três tipos de aprendizagem“: a) A aprendizagem da
literatura, que se dá através da experiência estética do mundo por meio da
palavra, e instiga os sentidos, os sentimentos e a intimidade, pois há uma
relação tátil, visual, sensorial, emocional do leitor com o texto. b) A
aprendizagem sobre a literatura, que envolve os conhecimentos de história,
teoria e crítica; prevalência dos didatismos nos currículos escolares. c) A
aprendizagem por meio da literatura, que está relacionada aos saberes e às
habilidades proporcionadas aos usuários pela prática da leitura literária:
ampliação do universo cultural do leitor através dos tantos temas humanos,
sociais, políticos, ideológicos, filosóficos, dentre outros, que são tratados nos
gêneros literários. Significa, que o ser (aluno), deve ser capaz de permear entre
os diferentes ambientes sociais existentes em nossa sociedade, ele deve
preencher as lacunas existentes no texto, estabelecendo assim as possíveis
relações entre o texto e o contexto e, ainda, ter consciência, autonomia, visão
crítica do mundo e, principalmente, ter condições e preparo para atuar na
sociedade como um elemento que muda a sua própria história. Neste sentido,
se explica que:
A leitura de contos pode estimular o aluno leitor a encontrar, na leitura literária, uma forma lúdica de entender melhor sua própria realidade. Ao ler narrativas curtas, que exijam uma resposta mais rápida e dinâmica do receptor, o aluno pode se sentir mais atraído pelo texto. (SILVA, 2005, p.93).
Afinal, os leitores críticos são cidadãos atuantes. Para Cosson (2009, p.
65) “a escola compartilha a interpretação e a ampliação dos sentidos
construídos individualmente”. Entretanto a leitura fortalece os laços de
coletividade e organização criados por meio de suas interpretações, os leitores
adquirem consciência de algo socialmente maior e que essa coletividade
amplia a sua realidade, seus horizontes de leitura e seus critérios de avaliação.
A escolha pela utilização dos contos é baseada no fato de que o mesmo
é uma narrativa curta, que apresenta normalmente somente um personagem
principal, no qual se apresenta uma única trama, com poucos personagens em
torno do qual o texto vai sendo construído e todos os acontecimentos giram.
Todo conto precisa de um início, de um meio e um fim que delimite o conflito
existencial, afinal ele é um gênero textual que pode aparecer no formato de
uma prosa, mas que em algumas vezes pode aparecer em narrativas curtas,
formadas por versos ou ainda construídas com a estrutura de um poema. O
conto pode também ser encontrado em forma de letra de música. Ele possui os
mesmos elementos do romance, mas se diferencia por sua extensão e
características estruturais próprias.
Assim a leitura prepara os seres humanos para vida, muitas vezes nos
resgata de um mundo fadado ao ostracismo. A leitura é uma prática necessária
para a preparação educacional diferenciada e eficiente. O ato de ler é uma
construção de sentidos, e neste foco há de se ter um conceito mais amplo da
leitura, que compreenda e contemple a perspectiva do letramento, não apenas
delimitando a linguagem escrita, mas que por meio da leitura se formem
cidadãos reflexivos, críticos, com consciência, capacidade de pensar e interferir
com autonomia no meio onde vivem.
No Brasil, já é praticamente consensual a definição de letramento
defendida por Soares (2006, p.33), como “estado ou condição de quem não
apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam
a escrita e a leitura”.
É a partir da leitura dos contos que os alunos têm a oportunidade da
abordagem dos aspectos discursivos, da estrutura composicional e do gênero
textual. Para Soares (1993, p. 67), “o conto é a designação de uma narrativa
curta e se diferencia do romance e da novela por características estruturais e
pelo tamanho“. Observando o desenvolvimento desta estrutura textual, pode-se
notar a relevância que qualquer modelo de texto sempre apresenta um modelo
textual que precisa ser conhecido e identificado pelo leitor, isto para que ele
possa criar uma dinâmica sobre a leitura e assim compreenda a sua base.
O ser humano cria o seu mundo através de suas experiências sociais e
a leitura na maioria das vezes resgata essas noções sobre a vida em
determinados momentos marcantes. A sua aprendizagem relaciona-se à sua
formação enquanto educando e no desenvolvimento de sua vida. Na educação
é necessário lembrar que a leitura é uma estrutura básica para que se queira
diferenciar o bom aluno; assim torná-la eficiente é transformar a realidade dos
nossos alunos, é condição necessária quando se pretende formar cidadãos
conscientes, livres e conhecedores de seus deveres e direitos educacionais.
Segundo Aguiar & Bordini:
O ato de ler se configura, preferencialmente, como atendimento aos
interesses do leitor, desencadeia o processo de identificação do
sujeito com os elementos da realidade representada, motivando o
prazer da leitura. Por outro lado, quando a ruptura é incisiva, instaura-
se o diálogo e o consequente questionamento das propostas
inovadoras da obra lida, alargando-se o horizonte cultural do leitor. O
dividendo final é novamente o prazer da leitura, agora como
apropriação de um mundo inesperado (AGUIAR e BORDINI, 1993,
p.26).
3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste projeto foi na prática a realização das
atividades que estavam propostas, essas que tinham como base as ideias da
qualificação da leitura através dos contos, todo o trabalho estava apoiando-se
sempre sob três eixos fundamentais: a oralidade, a leitura e depois a escrita,
ou seja, compreensão, interpretação e produção textual.
Na busca do aprimoramento do conhecimento era necessário que o
trabalho se tornasse significativo para os alunos, assim a didática adotada foi
da divisão em partes e autores, as quais as atividades foram desenvolvidas por
etapas: apresentação do projeto aos alunos; verificação sobre os seus hábitos,
dificuldades e preferências a respeito da leitura; levantamento do conhecimento
prévio sobre o tema proposto; pesquisa na Internet sobre a biografia dos
autores e os contos escolhidos; leitura, compreensão e interpretação das
narrativas, estudo da estrutura, da temática e dos elementos que compõem as
narrativas; produção de textos no gênero narrativo de acordo com a
compreensão do texto lido e estudado; reestruturação e reescrita do conto com
alteração do final e a organização de uma coletânea de contos produzidos
pelos alunos.
Foram ainda, desenvolvidas atividades individuais e coletivas e a
professora atuou como mediadora das questões propostas.
3.1. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
As atividades foram iniciadas no mês de abril de 2015 com a realização
de uma reunião com os responsáveis pelos alunos matriculados nos 8ª anos do
período diurno, turmas A e B de meu colégio com o intuito de informar aos pais
sobre o objetivo do projeto e também para conseguir as assinaturas do termo
de consentimento dos mesmos para a participação dos educandos. O
comparecimento à reunião foi insatisfatório, sendo necessário reformular o
documento de um termo de consentimento para um bilhete que os próprios
alunos levaram para casa informando seus pais da realização do projeto no
colégio e as suas efetivas participações no decorrer desse processo.
No dia 6 de abril de 2015 iniciei as atividades com um breve relato aos
alunos sobre o que era o projeto em questão e lhes repassei algumas regras
ao seu respeito, nesta mesma data realizei ainda um questionário sobre o
conhecimento ou a experiência de meus alunos como leitores. No dia 13 de
abril de 2015 apresentei aos alunos o que é conto? Seus formatos, visuais,
regras, isto é, como poderia ser construído e com quais autores nós iríamos
trabalhar no projeto (Clarice Lispector, Dalton Trevisan e Marina Colasanti). No
dia 17 de abril de 2015 apresentei o primeiro conto aos alunos (Felicidade
Clandestina – Clarice Lispector) realizamos um estudo do conto e pesquisamos
outros tipos. No dia 22 de abril de 2015 trabalhei com os alunos em forma de
revisão ao que já estavam habituados sobre os contos, nesta mesma data
informei aos alunos da possibilidade da paralisação do projeto devido à
questão da greve dos professores do estado do Paraná, a partir da segunda
feira dia 27 de abril de 2015.
No retorno as atividades em sala de aula trabalhei com meus alunos
somente nos dias 22 e 26 de junho de 2015, revisando o que já havíamos visto
no mês de abril (O que é conto? Felicidade Clandestina e outros tipos de
contos) foi mais uma revisão do que já havia sido apresentado do que novas
informações.
No mês de julho de 2015 trabalhei com o projeto em sala de aula nas
seguintes datas: 01 e 03 de julho, realizando leituras e estudos do conto de
Clarice Lispector, dias 08 e 10 realização das atividades do projeto, dia 13
construção de uma produção de texto (Descreva um momento feliz), no dia 17
de julho iniciamos o estudo do conto de Marina Colasanti (A moça tecelã)
realizando a leitura e desenvolvendo atividades. No dia 20 de julho de 2015
apresentei o conto de Dalton Trevisan (Uma vela para Dário) com leitura e
estudo do conto. No dia 24 de julho de 2015 produzimos textos a partir do que
já havia sido apresentado, no dia 27 de julho foi trabalhado com os elementos
da narrativa.
No mês de agosto finalizei as atividades com a confecção de cartazes
sobre cada um dos autores que foram trabalhados, destacando a vida e as
suas obras. Os alunos apresentaram as suas produções de textos ao final do
trabalho.
3.2 RESULTADOS
Com a finalização das atividades ficou claro que muitos alunos têm
dificuldades em interpretar e depois produzir seus textos, a maioria deles não
tem vontade de realizar leitura, isto porque, na maioria das vezes não
entendem o que estão lendo. Dai o surgimento de muitos dos problemas da
disciplina de português e também de quase todas as outras. Em relação às
atividades do questionário sobre o conhecimento ou a experiência dos alunos
como leitores dos contos, atividade esta ocorrida em abril de 2015, se obteve
como resultado os seguintes dados: dos 67 alunos questionados a respeito de
sua experiência como leitores dos contos, 43 alunos responderam que já
conheciam esse gênero textual (65% dos alunos já conheciam o tema), 14
alunos acreditavam conhecem o assunto, mas não tinham certeza (21% dos
alunos não tinham certeza sobre o assunto) e 10 alunos responderam que
nunca tinham realizado nenhuma leitura de sobre um conto (14% respondeu
que nunca tinha lido um conto).
Em relação à realização do estudo do conto e a pesquisa de outros
tipos de contos ocorrido no dia 22 de abril de 2015 o resultado foi que muito
dos alunos que participaram do projeto, nem sequer se deram conta que já
haviam trabalhado com esse gênero textual, confirmando o que já havia sido
retratado no questionário. O que me chamou a atenção foi que quando citei
alguns nomes de contos como “Cinderela, Branca de Neve, contos dos irmãos
Grimm”, aparece então uma nova realidade dentro da sala de aula sobre o
conhecimento dos alunos a respeito de sua experiência sobre a leitura dos
contos. Temos assim, uma mudança quase que instantânea do resultado para
um: Há professora se isso é conto, então eu conheço.
No decorrer do projeto ocorreu uma paralisação das atividades em sala
de aula, devido à greve estadual dos professores e funcionários das escolas
públicas do Estado do Paraná, que buscavam a melhoria das condições de
trabalho e a manutenção das garantias adquiridas em anos de lutas para a
construção de nossa carreira profissional. Na volta das atividades escolares
iniciei novamente os trabalhos com os alunos do 8 ano, onde em muitos
momentos realizamos atividades que estavam previstas no projeto, isto é, a
leitura individual e coletiva de alguns contos, a analise e debate sobre o que foi
visto em sala de aula, a construção de novos finais para os contos que
estavam sendo lidos, entre muitas outras atividades.
Como resultado final dos trabalhos realizados acredito que o projeto foi
significativo na superação da alguns obstáculos que foram sendo encontrados
no percorrer desta trilha bastante árdua que é a criação do hábito de leitura
entre os nossos alunos.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer das atividades deste projeto, os resultados foram muito
gratificantes. Por parte dos alunos muitos demonstraram um grande interesse
na realização das atividades propostas na produção didática. No
desenvolvimento do trabalho, a leitura dos contos foi utilizada como uma
ferramenta muito relevante na melhoria da leitura e na criação do hábito de ler
entre os alunos. Na exploração desse gênero textual, parti do princípio que a
integração entre o leitor e o conto é importante, procurei focar na temática, na
estrutura e no estilo que estava sendo utilizado nas atividades. Esse fato
permitiu um acúmulo maior de conhecimento para ambas as partes, isto é, os
alunos conheciam os elementos estruturais, narrativos e os aspectos
característicos do assunto, após a sua inserção no conteúdo, estavam agora
refletindo e construindo relações dialógicas com os textos, enquanto de minha
parte estava podendo observar a estruturação do meu projeto.
Na realização das atividades sobre a oralidade, tendo em vista a leitura
como interação, o destaque foi o conhecimento prévio dos alunos. Afinal o fato
de se trabalhar com atividades diferentes contribuiu para que o ato de ler não
se restringisse a uma atividade chata e desmotivante, mas sim para que se
tornasse uma atividade prazerosa e significativa. Desta forma a utilização dos
contos como ferramenta de melhoria da leitura para os alunos do 8ª ano é algo
maravilhoso, afinal inicia os alunos no espaço da leitura. Os contos tem o poder
de provocar sensações diversas, eles atraem, encantam o leitor com o seu
poder, os contos conseguem agradar a quase todos.
Acredito que esse trabalho contribuiu como uma nova estratégia que
busca a qualificação da leitura entre os alunos. Meu papel de professora foi
fundamental no desenvolvimento do projeto, isto é, no decorrer das etapas o
fato de estimular a participação dos alunos, explicar e orientar para que as
atividades fossem realizadas de maneira crítica, atuando como uma mediadora
na busca do desenvolvimento integral do aluno foi algo muito satisfatório em
minha carreira. O que ficou muito claro é que as atividades realizadas
permeavam sempre a base da leitura, afinal ela é imprescindível em todas as
idades e em todas as ocasiões da vida, leva-nos ao conhecimento, ao
desenvolvimento de nossas capacidades intelectuais. Em síntese, procurei
desenvolver no aluno as competências de leitura porque, por esse meio, ele
pode se transformar em um leitor ativo, crítico, capaz de compreender o
mundo.
5. REFERÊNCIAS
AGUIAR, Vera Teixeira de. BORDINI, Maria da Glória. Literatura: a formação do leitor: 2 edição. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática.1 edição. São Paulo. Contexto, 2009.
FRANTZ, Maria Helena Zancan Frantz. O Ensino da Literatura nas séries iniciais. Ijuí. Ed. Unijuí, 2001.
KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas, SP:
Pontes, 1999.
SILVA, Ivanda Maria Martins. Literatura em sala de aula: da teoria à prática escolar. Recife: Programa de Pós-Graduação da UFPE, 2005.
SOARES, Magda Becker. Letramento: um tema em três gêneros. 2 edição. Belo
Horizonte: Autêntica, 2006.