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Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
18 de Novembro
Maria Margarida Corrêa de Aguiar
Orçamento do Estado | 2014 Saúde e Segurança Social
Para Onde Vamos?
•Orçamento do Estado | 2014 Saúde e Segurança Social Para Onde Vamos?
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TÓPICOS
DEFINIÇÕES ÚTEIS
INDICADORES FÍSICOS E FINANCEIROS DAS PENSÕES
“RADIOGRAFIA” AO ORÇAMENTO DA SEGURANÇA SOCIAL
DESIQUILÍBRIOS FINANCEIROS, IMPACTOS SOCIAIS, OPÇÕES POLÍTICAS
PRINCIPAIS MEDIDAS CONSTANTES DO ORÇAMENTO
MEDIDAS DE CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL
SUSTENTABILIDADE DO SISTEMA PREVIDENCIAL DA SEGURANÇA SOCIAL
POLÍTICAS DE SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL
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Definições úteis
Função Redistribuição Função Seguro Social
Abrangência Cidadãos em geral
Trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores independentes, funcionários públicos admitidos depois de 2005 e os funcionários do sistema bancário depois de 2011
Objectivo
Garantir prestações familiares em situação de falta ou insuficiência de recursos económicos das famílias no âmbito de objectivos de políticas públicas
Substituir o rendimento do trabalho perante a perda desse rendimento, redução da incerteza em relação a rendimentos futuros
Natureza do regime Não contributivo Contributivo
Prestações
Complementos sociais de pensões estatutárias, de regimes não contributivos e regimes especiais (ex. regime agrícola), abono de família, rendimento social de inserção, subsídio social de desemprego, complemento solidário para idosos
Velhice (reforma), invalidez, morte, desemprego, doença, acidentes de trabalho e doenças profissionais, paternidade
Modelo de financiamento Redistribuição através dos impostos
Repartição, pay-as-you-go. As quotizações dos trabalhadores e as contribuições das entidades patronais financiam as prestações sociais, designadamente as pensões
Condições de atribuição
Obedece à “condição de recursos” e contratualização de obrigações, mas nem todas estão abrangidas
Em função do esforço contributivo
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Indicadores físicos e financeiros das pensões
Fontes: OE, CGA, SS
Nº Pensionistas, 2012 (milhares) RGSS CGA Bancários Total
Velhice 1.989 462 2.451
Invalidez 278 278
Sobrevivência 710 141 851
Outros 30 30 60
Total 2.977 633 30 3.640
Despesa, 2014 ( milhões €) RGSS CGA Bancários Total % PIB
Velhice 11.820 7.115 18.935
Invalidez 1.378 1.378
Sobrevivência 2.088 780 2.868
Outros 36 786 502 1.324
Total 15.322 8.681 502 24.505 14,4%
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“Radiografia” ao Orçamento da Segurança Social
Fonte: OE
ORÇAMENTO SEGURANÇA SOCIAL
2011 2013 2014 Variação Variação
Rectific. Proposta 2013/2014 2011/2014
milhões €
Total Despesa Corrente 23.073 25.285 25.050 -235 -0,9% 1.977 8,6%
PIB 13,5% 16,1% 14,8%
Seguro Social-Sistema Previdencial
Fontes Financiamento 14.771 15.790 15.725 -65 -0,4% 954 6,5%
Contribuições - TSU 13.746 13.338 13.281 -57 -0,4% -465 -3,4%
Transf. OE-Défice Sist.Previd. 1.430 1.391 -39 -2,7% 1.391
(Transf. OE - FSE) 630 505 452 -53 -10,5% -178 -28,3%
Outras receitas correntes 1.025 1.022 1.053 31 3,0% 28 2,7%
Despesa 13.801 15.354 15.387 33 0,2% 1.586 11,5%
Pensões 11.874 12.652 12.614 -38 -0,3% 740 6,2%
Subsídio Desemprego 1.476 2.307 2.391 84 3,6% 915 62,0%
(Apoio Emprego) 630 505 452 -53 -10,5% -178 -28,3%
Subsídio Doença 451 395 382 -13 -3,3% -69 -15,3%
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6 Fonte: INE
INDICADORES DO DESEMPREGO
2011 2013 Variação
1º Trim. 3º Trim.
População desempregada 688,9 838,6 149,7
Taxa desemprego 12,4% 15,6%
Disponíveis - não procuram emprego 225 306,7 81,7
Total 913,9 16,5% 1.145,3 21,2% 231,4
Sem cobertura subsídio desemprego 296,2 57,0% 392,8 53,2%
Equivalente Contribuições (milhões €) 3.033,1 3.286,1
À procura primeiro emprego 72,6 104,1 31,5
Desemprego jovem 15 aos 24 anos 123,9 146,8 22,9
Longa duração > 12 meses 365,2 540,3 175,1
População empregada 4.866,0 4.553,6 -312,4
População activa 5.554,8 5.392,2 -162,6
A tempo parcial e subemprego 667,9 922,2 254,3
População inactiva 5.086,1 5.100,8 14,7
População total 10.641,0 10.493,0 -148,0
Taxa emprego 53,9% 50,9%
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“Radiografia” ao Orçamento da Segurança Social
Fontes: OE, SS
2011 2013 2014 Variação Variação
Rectific. Proposta 2013/2014 2011/2014
milhões €
Redistribuição-Não Contributivo
Fontes de Financiamento 6.603 6.546 6.494 -52 -0,8% -109 -1,7%
Transf. OE - Lei de Bases SS 6.603 6.295 6.243 -52 -0,8% -360 -5,5%
Transf. OE - PES+ASECE 251 251 251
Despesa 6.603 6.546 6.494 -52 -0,8% -109 -1,7%
Pensões sociais, compl. sociais 2.574 2.680 2.707 27 1,0% 133 5,2%
Acção Social 1.549 1.710 1.689 -21 -1,2% 140 9,0%
Abono Família 675 668 660 -8 -1,2% -15 -2,2%
Rendimento Social Inserção 414 320 310 -10 -3,1% -104 -25,1%
Complemento Social Idosos 273 267 260 -7 -2,6% -13 -4,8%
Outros apoios sociais 838 711 600 -111 -15,6% -238 -0,284
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INDICADORES FÍSICOS PRESTAÇÕES SOCIAIS
2011 2013 Variação
1º Trim. 3º Trim.
Abono Família 1.302,2 1.198,7 -103,5
Rendimento Social Inserção 325,4 255,5 -69,9
Complemento Social Idosos 237,0 226,0 -11,0
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“Radiografia” ao Orçamento da Segurança Social
Fontes: OE, SS
2011 2013 2014 Variação Variação
Rectific. Proposta 2013/2014 2011/2014
milhões €
Total Pensões 14.448 15.332 15.321 -11 -0,1% 873 6,0%
Regime Contributivo 11.874 12.652 12.614 -38 -0,3% 740 6,2%
Regime Não Contributivo 2.574 2.680 2.707 27 1,0% 133 5,2%
Total Transferências OE 7.613 9.375 9.332 -43 -0,5% 1.719 22,6%
Transf. OE-Défice Sist.Previd. 1.430 1.391 -39 -2,7% 1.391
Transf. OE - Lei de Bases SS 6.603 6.295 6.243 -52 -0,8% -360 -5,5%
Transf. OE - PES+ASECE 251 251
Transf. OE - Pensões Bancários 507 502 -5 -1,0%
Transf. OE - IVA Social 715 725 725
Tranf. OE - Outras 295 167 220 53 31,7%
Formação Profissional 1.386 1.471 1.346 -125 -8,5% -40 -2,9%
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Principais medidas sobre pensões - RGSS e CGA
Aplicação ao sistema da Função Pública
1. Convergência do regime de protecção social da função pública com o regime geral da segurança social (lei autónoma, com impacto no OE) – corte de 10% nas pensões da CGA
2. Contribuições para a CGA – aumento da taxa contributiva para as entidades patronais (Estado)
3. Carreiras longas perdem bonificação nas pensões
Aplicação a ambos os sistemas - Função Pública e RGSS
1. Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) - manutenção da aplicação
2. Idade de Acesso à Pensão de Velhice – aumento da idade e aplicação do factor de sustentabilidade
3. Pensões de Sobrevivência - introdução da “condição de recursos”
4. Pensão Unificada - alteração da fórmula de cálculo
Outras medidas – RGSS
Manutenção da suspensão das reformas antecipadas
Suspensão dos complementos de pensão em empresas do SEE
Regime de actualização do IAS – congelamento
Regime de actualização das dos regimes contributivos - congelamento
Regime de actualização das pensões dos regimes não contributivos e pensões mínimas
Membros dos órgãos estatutários – alterada a base de incidência contributiva
Trabalhadores independentes – alteração das regras de determinação do escalão de contribuição aplicável
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Convergência do regime da CGA com o RGSS
(lei autónoma, com impacto no OE)
Corte de 10% nas pensões de aposentação e sobrevivência > 600€;
escalões em função da idade
Contribuição extraordinária de
solidariedade (CES)
Escalões de cortes/ taxas em função do valor mensal das pensões de
reforma > 1.350 €
Pensões de sobrevivência – introdução “condição de recursos”
Escalões de cortes/taxas em função do valor mensal global das pensões (reforma+sobrevivência) > 2.000 €
CGA
RGSS
O corte acumula com o corte da convergência e com a CES. Como se aplica?
O corte acumula com a CES. Como se aplica?
O corte da CES é diminuído do corte da convergência; não há dupla penalização
O corte da CES é aplicado na íntegra
No RGSS as pensões não obedecem a escalões de idade
•Orçamento do Estado | 2014 Saúde e Segurança Social Para Onde Vamos?
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4,78%
25,18%
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50
Aplicação do Factor de Sustentabilidade
*Para reforma aos 65 anos e 40 anos de contribuições
Tem de trabalhar mais 5 meses para
compensar a redução. Reforma aos 65 anos e
cinco meses Tem de trabalhar mais 25 meses para
compensar a redução. Reforma aos 67 anos
Fontes: INE
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Fontes: OE, SS
MEDIDAS DE CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL - 2014 milhões € % Medidas % PIB % Pensões
Total das Medidas Consolidação Orçamental 3.918 100% 2,3
Total Prestações sociais + Contribuições Sociais 1.023 26% 0,6 4,42
Prestações sociais 891
Convergência fórmula cálculo pensões CGA com a SS 728
Não acumulação dos efeitos convergência pensões CGA com CES -340
Efeito conjugado 388
Ajuste idade acesso pensão velhice com base factor de sustentabilidade 205
Introdução da "condição de recursos" nas pensõeos de sobrevivência 100
Outras medidas sectoriais 198
Contribuições sociais 132
Alteração nas contribuições para ADSE, SAD e ADM 132
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“Portugal será um dos países onde o risco do aumento da despesa com pensões ameaçar a sustentabilidade do sistema será
menor. Este é um reflexo das medidas sobre os sistemas de pensões introduzidas anteriormente, como é o caso da reforma de 2007 que introduziu, entre outras medidas, o factor de sustentabilidade. (…) Contudo, este ajustamento só é aplicável aos que se reformaram ou aposentaram a partir de 2007. E paralelo as regras de cálculo para as pensões atribuídas pela CGA passaram a considerar uma segunda parcela que segue as regras do regime geral da Segurança Social , mas apenas para a proporção de descontos nos anos subsequentes a 2005. No entanto, estas medidas dirigiram-se ao problema da sustentabilidade do sistema de pensões no longo prazo , não resolvendo o problema financeiro de curto e médio prazo. É de notar ainda que estas projecções tiveram por base 2010, quando as projeções demográficas e de crescimento económico eram mais favoráveis , com repercussões na evolução do peso da despesa em pensões no PIB.”
Fonte: OE 2014
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Relatórios de Sustentabilidade Financeira da Segurança Social
Projecções dos saldos do Sistema Previdencial em % do PIB
Fonte: OE
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Políticas de Solidariedade e Segurança Social – medidas apresentadas
1. Dar continuidade ao Programa de Emergência Social: i) respostas a famílias confrontadas com fenómenos de pobreza, ii) apoios a idosos com rendimentos degradados e consumo de saúde elevado, iii) inclusão de pessoas com deficiência e/ou incapacidade, iv) reconhecimento, incentivo e promoção do voluntariado, v) fortalecimento da relação com as instituições e contratualização de respostas
2. Reforçar a protecção e inclusão social das pessoas com deficiência (II Estratégia Nacional para a Deficiência)
3. Aprofundar um novo paradigma de resposta social, reforçando o trabalho de parceria entre as instituições responsáveis pelas políticas de solidariedade e as que têm responsabilidades ao nível das políticas de emprego, educação e formação e privilegiar o desenvolvimento de respostas integradas no domínio da formação e emprego (desempregados de longa duração e beneficiários do RSI)
4. Implementar a Rede Local de Intervenção Social (apoio técnico para acompanhamento das famílias em situação de vulnerável por via de uma resposta de proximidade)
5. Prosseguir com medidas específicas com vista ao reforço da sustentabilidade do sistema de segurança social, tais como o ajustamento do factor de sustentabilidade para cálculo da idade de acesso
6. Promover a natalidade e um envelhecimento activo com vista a mitigar os efeitos da evolução demográfica sentida, através de medidas e estruturas de apoio à conciliação familiar
7. Reforçar a resposta da acção social
8. Garantir a protecção social para os trabalhadores independentes que descontem 80% dos seus rendimentos para uma mesma entidade, bem como para os empresários em nome individual, comerciantes e pequenos empresários