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Page 1: Organização Do Ambiente

REVISTA DO PROFESSOR, jul./set. 20037

(75):Porto Alegre, 19 7-10,

ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTEEducador cria condições de mudanças no espaço-tempo do aprender

• ADRIANA FRIEDMANNPedagoga.Mestre em Metodologia do Ensino.Consultora do MEC - Educação Infantil.São Paulo/SP.E-mail: [email protected]

Nossa civilização está atraves-sando uma fase de transição queafeta a todos os seres humanos, tan-to no âmbito econômico, social ecultural quanto no educacional.

Vamos refletir a respeito dasituação nesta área, especifica-mente na Educação Infantil.

Observamos que no aspecto teó-rico houve uma grande influênciadas idéias socioconstrutivistas, re-presentadas por Piaget, Vygotsky,Wallon e seus respectivos seguido-res, porém as idéias de Froebel, De-croly, Montessori, Dewey e Freinetainda continuam atuais. Novas re-flexões e influências chegam aténós vindas das experiências da Itá-lia (Reggio Emilia) e das reflexõesde educadores como Perrenoud eZabalza.

Os Parâmetros CurricularesNacionais têm tido grande reper-cussão nas idéias e nas práticas dosnossos professores pelo país afo-ra, criando espaços de reflexão so-bre as próprias práticas. Mas asmudanças irão levar ainda algunsanos para se arraigarem e seremassumidas pelos educadores e pe-las instituições como um todo.

Atualmente, por exigência dalegislação, todos os nossos pro-fessores deveriam obter sua titu-lação por intermédio dos cursosde ensino superior. Sabemos quea formação do nosso professortem estado, tradicionalmente, vin-culada aos cursos de magistério,de pedagogia e as suas práticas.Muitos professores não têm tidoa oportunidade de ter um título ofi-

cial e, além das suas práticas, emalguns casos, eles vêm passandopor cursos de formação não-for-mais ou pelo autodidatismo.

Todos os fatores antes relacio-nados, sobretudo as reflexões dosteóricos e as que provêm de prá-ticas consideradas bem-sucedi-das, são extremamente importan-tes para o crescimento do nossocorpo docente. Temos como re-sultado muitos avanços e infor-mações para enriquecer a prática,o repertório e a consciência doprofessor, porém, em face de tantainformação, o seu olhar tem-sedesviado, em muitos casos, daspróprias crianças, do próprio po-tencial, de sua auto-estima eautodesenvolvimento.

Consideramos imprescindívelque, enquanto educadores, nestemomento da nossa história, nosdetenhamos e reflitamos a respei-to da importância de empreendero caminho do autodesenvolvi-

mento das nossas potencialidadese da nossa auto-expressão. Nos-sas diferenças são o nosso maiortesouro.

Ao refletirmos sobre a impor-tância dos aspectos qualitativos,principalmente quando se trata dadefesa dos direitos e do atendi-mento à criança de 0 a 6 anos, de-vemos reconhecer que o grandedesafio dos profissionais da Edu-cação Infantil é o da qualidade.

Como caminhar, então, paraessa qualidade colocando comoo principal desafio do professor,hoje, o de se transformar emeducador?

Vamos brincar um pouco comas palavras a partir da nossa pes-quisa etimológica:– professor é aquele que profes-sa uma crença, que dá aulas so-bre algum assunto, que transmitealgum ensinamento a outra pes-soa. Etimologia da palavra: o quecultiva;– criador é o que cria, produz,gera, é fecundante, criador deenergias, de riquezas, da imagina-ção. É o iniciador, o inventor,construtor, poeta, autor. Criadorde casos ou dificuldades. Etimo-logia da palavra: o que procria,produz;– ambiente é aquilo que rodeia,envolve por todos os lados e cons-titui o meio em que se vive; re-cinto, espaço. Etimologia da pa-lavra: andar ao redor, cercar, ro-dear, ver.

Os educadores de Reggio Emi-lia trazem reflexões interessantessobre o ambiente, considerado oterceiro educador (com a equipede 2 professores):– qualidade é a propriedade quedetermina a essência ou a naturezade um ser ou coisa. Grau negativo

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ou positivo de excelência; valor, im-portância. Etimologia da palavra:qualidade, natureza (das coisas);– educador é aquele que educa.Etimologia da palavra: o quecria, nutre, cultiva; o que temdelicadeza.

Neste jogo e na etimologia daspalavras está implícita a transfor-mação do professor (aquele quecultiva) em educador (aquele quecria, constrói, gera um espaço dealta qualidade).

Papel do educadorEstamos passando por uma

mudança de paradigmas, por umafase em que os saberes não sãomais exclusividade de quem en-sina. A informação está hojeacessível, fácil e rápida para to-dos, por meios eletrônicos, e seprocessa de forma avassaladorafora dos muros da escola. Qual éentão a função do educador? Po-demos levantar algumas conside-rações. Um dos objetivos do edu-cador é o de oferecer instrumen-tos ao seu aluno para que ele pos-sa encontrar o caminho para aexpressão do seu verdadeiro sere para procurar, dentro de si e nomundo externo, as informaçõesnecessárias para o seu cresci-mento. O educador/facilitador éum alavancador de novos rumos,motivador para a mudança, au-toconhecimento, autotransfor-mação e reformulação de valores.O papel do educador é o de faci-litar e orientar o processo de de-senvolvimento do(s) outro(s),colocar questionamentos queprovoquem e desequilibremseu(s) interlocutor(es), em prolda transformação.

Este processo de transformaçãonão é um acontecimento instantâ-neo e, para cada indivíduo, ocorrea partir de eventos ou fatos muitoparticulares, a partir de um descon-forto, de um sentimento de que ascoisas não estão certas do jeito que

estão: aquela roupa não mais caibem neste meu corpo que estácomeçando a mudar.

Consideremos um exemplo davida cotidiana: Por que, em umdeterminado momento das nossasvidas, tomamos a decisão de mu-dar de casa? Ou de reformar a nos-sa antiga casa? O lugar onde mo-ramos não mais atende as nossasnecessidades: ficou pequeno de-mais; ficou grande demais; a fa-mília aumentou ou diminuiu; que-remos mudar de vizinhança ou decidade; iniciamos uma nova fasede vida (casamos, temos mais fi-lhos, nos separamos, mudamos deum apartamento para uma casa ouvice-versa). Pequenos sinais nosdão o indício dessa necessidadede mudança. E quando tomamos adecisão, como saber qual será anossa nova casa? Uma necessida-de premente, mas muito difícil, éa de conseguirmos nos desapegardo nosso antigo espaço, dos nos-sos antigos objetos e até, muitasvezes, nos separarmos das pes-soas com quem partilhávamosnossas vidas.

Vamos agora fazer um paralelocom o processo que se estabele-ce a partir do momento em quesentimos que aquela velha fórmu-la que dava conta do nosso tra-balho como educadores não estámais sendo bem sucedida paraatingirmos nossos objetivos.

Alguma coisa mudou dentrode nós e no nosso entorno quenos faz sentir um incômodo, umcerto desconforto e nos impul-siona a repensarmos, a questio-narmos nossos valores, nossasatitudes, nosso comportamento,nossa essência.

Vamos refletir:– Que estilo quero adotar, que ta-manho minha casa há de ter paraadequar-se às minhas necessidades,interesses e gostos (filosofia)?– O que é essencial para mim(meus valores) e o que é superfi-

cial (justificativa)?– O que quero nesta nova fase paraminha vida (meus objetivos)?– Como vou dispor do mobiliárioe que materiais vou utilizar(metodologia)?

Uma vez dentro da nova casa,posso avaliar o que está confortá-vel, o que está prático, o que nãocondiz com meu cotidiano e ir fa-zendo os pequenos ajustes paraadequar o espaço ao meu jeito.Preciso, na medida do possível,adaptar a minha filosofia de tra-balho às necessidades de todosaqueles que moram comigo ouvêm me visitar.

Assim como num processo demudança de casa, no âmbito edu-cacional precisamos, para mudar,nos desvencilhar de idéias precon-cebidas, de formas viciadas de re-lacionamento, e reconstruir, tijo-lo por tijolo, nossa nova casa, suanova forma; aos poucos, ir expe-rimentando quais as melhores co-res para cada ambiente, qual é oclima que darei a cada encontro, acada aula. Quais os móveis e ta-manho dos mesmos que se adap-tam às minhas novas necessidades:quais as bases de pensamento so-bre as quais irei sentar, alimen-tar-me e dormir; ou seja, os no-vos paradigmas que irão servir denorte para o meu novo comporta-mento, minha nova postura: o es-tilo que irei adotar?

Em qualquer nível educacionaldevemo-nos perguntar qual é estanova casa/escola/instituição/espa-ço/ambiente que precisamosconstruir ou reformar.

Agora, vamos refletir a respei-to dos problemas da nossa antigacasa (o nosso jeito antigo de edu-car), a postura que o educador vemapresentando até os dias de hoje:– ele é autoritário, centrado emsi mesmo, considerando-se o de-tentor dos saberes, o dono da ver-dade;– é unilateral, no sentido de não

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ser flexível, utilizando e repetin-do velhas fórmulas, receitas eclichês, sem atentar para as neces-sidades daqueles a quem ele sedirige;– o seu maior objetivo é ensinar,informar, transmitir conhecimen-tos;– considera o outro como uma tá-bua rasa que deveria incorporar,adotar os seus saberes incontes-táveis;– abomina o conflito;– condena e rejeita o erro;– avalia, taxa e classifica o bom eo ruim, o melhor e o pior.

Uma proposta e uma reflexãoa respeito de como deveria ser apostura do novo educador, facili-tador do processo de aprender dooutro, pode ser:– ele ouve, observa e reconsiderao processo de desenvolvimentodo seu aluno/educando/aprendiz;– reflete a respeito da sua própriaprática, recriando-a em função dasnecessidades do(s) seu(s) interlo-cutor(es), isto é, avalia o seu pro-cesso e postura;– reconstrói junto com o(s)outro(s) os saberes;– é flexível e aberto para as mu-danças;– trabalha a partir dos conflitos,procurando caminhos para resol-vê-los;– utiliza o erro como alavanca edesafio para novos desafios eaprendizagens;– o seu maior objetivo é formar,propiciar a abertura de canais nooutro e oferecer ferramentas paraque o outro possa ser ele mesmo,se descobrir, se expressar.

O primeiro sentimento do edu-cador, hoje, que sente que aquelavelha casa (aquele velho e conhe-cido jeito de ensinar) não maisatende aos seus alunos, é uma an-siedade, uma percepção de queestá perdendo o controle; umasensação de que aquele espaçocertinho, no qual todos enfi-

leirados prestavam atenção à ma-téria, está sufocando seus alu-nos. O ar está rarefeito. Não hámovimento e os ânimos ficam àflor da pele. As pessoas precisamrespirar, abrir as janelas ou atémudar de espaço para se expandi-rem. E quanto mais autoritário erepressivo ele for para manteraquela antiga posição, mais revol-ta, tensão e doenças haverá porparte dos educandos e do próprioeducador. Ele não está chegandoonde queria; não pelos caminhostraçados. Muita ansiedade, angús-tia, irritação falam através dos si-nais do nosso corpo. Falta harmo-nia, um atropela o outro; falta oespaço que permita, dentro da casa(dentro da sala de aula) que cadaum dos seus moradores (alunos)possa entrar em contato consigomesmo, com a sua intimidade,com a sua individualidade, com osseus conflitos e limitações e comas suas habilidades. Falta o espa-ço do poder vir a ser e a expres-sar-se, cada um do seu jeito, parapoder voltar à sala para um reen-contro com o(s) outro(s).

Como criar um novo espaço?Quando pensamos no ambien-

te, no espaço, é importante levarem conta tanto o que vemos quan-to o que não vemos, mas sentimos,percebemos. Ambos os aspectosrefletem, como um espelho, o cli-ma do que acontece e qual é a pro-posta daquele espaço, das idéias,valores e atitudes de quem vivenele.

O ambiente é um sistema vivo,em transformação.

É importante considerar o mo-do como o tempo é estruturado.

Considerado um educador, oambiente precisa ser flexível, eletem o potencial de:• organizar;• promover relacionamentos;• acolher;• oferecer mudanças;

• promover escolhas e atividades;• propor aprendizagens.

O espaço precisa comunicar-se;ele pode falar muitas linguagens.

Os centros de educação infan-til são lugares onde se cria a cul-tura da criança, através deles po-demos oferecer uma imagem dascrianças, da infância, do profes-sor e da família. Eles precisamoferecer espaços comuns, indivi-duais, espaços para as diversas fai-xas etárias, espaços de expressãoe exploração.

Móveis, paredes, tetos, espelhos,carpetes, almofadas, mesas, banca-das, prateleiras, cores, janelas, cor-tinas, higiene, decoração, organiza-ção, documentos das crianças, to-dos são reflexo da proposta educa-cional, da organização diária e dasescolhas dos educadores.

Como adequar o meu mobiliá-rio, reformá-lo ou comprar umnovo?

Pode-se, por exemplo, fazeruma planta do espaço como é hoje,na realidade. E, a seguir, pesquisaroutras possibilidades. E a partir daífazer uma nova proposta com osajustes e adaptações necessários.

Quais são os materiais adequa-dos ao momento de cada um queparticipa deste processo?

É possível refletir, conjunta-mente, se os brinquedos e mate-riais utilizados são adequados, seprendem o interesse, se são desa-fiadores. Pesquisar, então, novaspossibilidades e, ainda, propor,em continuação, novos materiaisadequados, seguros, interessantes.

Quais são as atividades, as di-nâmicas que poderiam ser apre-sentadas no cotidiano para facili-tar o processo de desenvolvimen-to, crescimento e expressão decada um?

É necessário pensar quais sãoas atividades hoje desenvolvidas,de onde surgiram, se respondemàs necessidades daqueles alunosem particular; por que utilizá-las,

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com que finalidade? Para cumprirum currículo? Para preencher umespaço de tempo? Para propiciaro desenvolvimento ou a aprendi-zagem? Em seguida, vamos reali-zar uma pesquisa das possibilida-des existentes e, a partir do co-nhecimento e da observação dosalunos, adequar as propostas, asbrincadeiras, as atividades de ex-pressão plástica ou artística comdiferentes materiais, jogos, ativi-dades de expressão corporal, ati-vidades de pesquisa.

Como descobrir quais são osvalores essenciais do grupo, o queos move, o que os motiva?

É necessário descobrir as ca-racterísticas de cada grupo:- faixa etária;- necessidades;- interesses, preferências;- conflitos, dificuldades, limita-ções;- potencialidades, habilidades, de-safios;- valores, crenças;- emoções, medos.

Qual deveria ser, então, a pos-tura do educador?

Há necessidade de refletir arespeito da postura atual: objeti-vos, métodos utilizados, resulta-dos obtidos. A seguir, pesquisarpossibilidades. E então, sim, re-equilibrar, reacomodar. Usando demetáforas, provar a nova roupa,andar com ela, sentir a textura dotecido. Escolher a cor adequada;se preciso, fazer pequenos ajus-tes, até ficar totalmente à vonta-de. Se ficar muito apertada, seránecessário prender a respiração.Se ficar muito solta, vai deformaro corpo, a imagem de quem a ves-tir. Precisa ser feita sob medida.E, finalmente, comprá-la, se elatrouxer conforto.

A partir de quais parâmetrospode-se avaliar o desenvolvi-mento do(s) processo(s)?

Faz-se necessária uma reflexãosobre o que se considera como

parâmetro, para avaliar o proces-so de desenvolvimento do outroe o seu próprio. Avalia-se o pro-cesso ou o produto? Adota-se umreferencial externo ou interno?Realizando uma pesquisa interiordesses parâmetros, será possíveluma mudança e o estabelecimen-to de novos critérios que sirvamde base para avaliar o processoindividual de desenvolvimento, enão somente os produtos finais.

Ao avaliar um grupo, o traba-lho pessoal e/ou atitudes do pró-prio educador, é preciso levar emconsideração que:- o grupo é o espelho do educa-dor e vice-versa;- o espaço, o ambiente, o clima, aenergia, os objetos, as cores re-velam a proposta;- os sinais não-verbais, aos quaisraramente dá-se atenção, são osparâmetros mais reveladores (si-nais corporais, posturas, tensões,dores, sentimentos de euforia,tristeza, rejeição, empatia, antipa-tia, etc.).

Que episódios e expressõesespelham as características dascrianças?

Para descobri-los é fundamental:- propiciar e estimular a criança aescolher de forma autônoma den-tre as diversas atividades disponí-veis a cada dia ou a cada semana,criando um ambiente adequadoaos objetivos do educador;- observar e registrar as manifes-tações do jogo, da expressão ar-tística, do movimento, da expres-são musical, as reações e intera-ções, os apegos, as escolhas debrinquedos, objetos, materiais,atividades e parceiros.

Com esse leque de informa-ções, o educador tem a capacida-de e a chance de conhecer e com-preender mais profundamente seugrupo de alunos e adequar ativida-des e propostas às necessidades eao momento processual específi-co de cada determinado grupo de

crianças, que nunca é o mesmo,nem se constitui da mesma forma.

É essencial considerar que amudança de paradigma, a mudançade casa, a fluência em uma nova lín-gua não acontecem de forma ins-tantânea ou mecânica. É necessá-rio perceber e conscientizar-se doincômodo inicial que gerou a de-cisão de mudar; conscientizar-sede que a transformação é um pro-cesso que acontece de dentro parafora, dolorido mas prazeroso, poisimplica nos desapegarmos do an-tigo para dar espaço ao novo. É umprocesso que exige reflexão ereformulação constante. Pintar aparede de uma cor, hoje, não sig-nifica que não haja possibilida-de de mudar esta cor amanhã.Respirar novos ares significa ins-pirar profundamente para deixarnovas possibilidades entrarem, eexpirar para deixar o velho sair,ampliando o espaço para o novoentrar. E entrar em um novo espa-ço, em um novo jeito, em uma novaforma significa colocar o nossotoque pessoal em cada canto.

Falamos o tempo todo na pri-meira pessoa do plural, para co-meçar, pois é necessário conside-rar que, muito provavelmente, nãomudamos sozinhos: outros virãotambém. E cada mudança tem umritmo diferente. Vamos, então,convidando o(s) outro(s) para dan-çar junto, acertando o passo,abrindo mão de alguns elementosmeus, para dar espaço também aoselementos do(s) outro(s), massem deixar que a essência das mi-nhas necessidades se perca e queo outro coloque e expresse assuas necessidades para a convi-vência, a harmonia e a construçãoconjunta.

É assim que educar transfor-ma-se em uma arte, um desafio eo professor em um educador, emum artista cujas possibilidadessão criar um ambiente de altaqualidade.

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