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Organização dos Estados Americanos
Discussão sobre Três Objetivos do Milênio no Contexto Indígena
Matheus Silva Pimentel Diretor
Lucas Mendes Corrêa Leite
Diretor Assistente
Letícia Leite Laper Diretora Assistente
Letícia Ferreira de Oliveira Diretora Assistente
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE ............................................................................. 5
2 INTRODUÇÃO AO TEMA ...................................................................................... 6
2.1 Os 8 objetivos do milênio ................................................................................. 6
2.2 A problemática indígena ................................................................................... 6
3 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ ............................................................................ 8
3.1 História da OEA ................................................................................................. 8
3.2 Estrutura da OEA .............................................................................................. 9
4 OBJETIVOS DO MILÊNIO NO CONTEXTO INDÍGENA ..................................... 11
4.1 Panorama geral ............................................................................................... 11
5 QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS ............................................................. 13
5.1 Acabar com a fome e a miséria e sua relação com as terras indígenas .... 13
5.2 Acesso a educação básica de qualidade para os povos indígenas ........... 13
5.3 Educação superior .......................................................................................... 13
5.4 Saúde e povos indígenas ............................................................................... 14
6 POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES ............................................................... 14
6.1 Brasil ................................................................................................................ 14
6.2 Bolívia .............................................................................................................. 15
6.3 Canadá ............................................................................................................. 15
6.4 Peru .................................................................................................................. 16
6.5 Survival International ...................................................................................... 16
6.6 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)........................................................16
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 17
1 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE
Olá senhores delegados, meu nome é Matheus Pimentel e eu sou o diretor da
Organização dos Estados Americanos (OEA) no MINIONU 15 anos. Durante nossos dias de
simulação, estarei cursando o 5º período de Relações Internacionais, e o MINIONU está
presente na minha vida desde o semestre que iniciei meus estudos na PUC Minas. Fui
voluntário de logística na 13ª edição, Diretor Assistente na 14ª e agora, sou diretor dessa
edição histórica comemorativa do maior modelo de simulação da América Latina.
Olá delegados, meu nome é Lucas Mendes, estarei no quarto período de Relações
Internacionais durantes os dias do MINIONU. Só conheci o MINIONU e modelos de
simulação em geral quando me mudei pra Belo Horizonte, no segundo ano do ensino médio.
Mesmo assim, não consegui participar como delegado, mas prometi que assim que entrasse
na PUC, participaria na organização do evento. No 14º MINIONU, participei como voluntário
no comitê OEA 1962, que debatia a Crise dos Mísseis, sendo uma das melhores
experiências da minha vida. Nessa edição comemorativa, espero que seja ainda melhor do
que nos anos anteriores.
Olá senhores delegados, meu nome é Letícia Oliveira e eu sou Diretora Assistente
na OEA. Estarei cursando o 3º período durante os dias de simulação. Minha primeira
participação foi como voluntária na 14ª edição do MINIONU. Ser voluntária desta grandiosa
simulação foi, para mim, uma experiência incrível e única. Neste ano, é com imenso prazer
que me foi proporcionado a oportunidade do cargo de Diretora Assistente. Espero que os
Senhores estejam animados para os dias de simulação tanto quanto nós da equipe OEA e
que saibam desfrutar de todas as coisas boas que esta enriquecedora experiência tem para
nos oferecer. Desejo a vocês muito sucesso no MINIONU 15 anos para que juntos
possamos fazer deste grande projeto o melhor da história de todo o MINIONU.
Olá delegados, meu nome é Letícia Leite Laper e sou Diretora Assistente na OEA.
Durante os dias de simulação estarei cursando o 4º período de Relações Internacionais.
Infelizmente, minha história no MINIONU é breve, pois nunca participei como delegada,
apenas como voluntária na edição anterior a esta, e foi uma experiência inesquecível que
me fez querer continuar no projeto por mais este ano. Espero que esta edição do MINIONU
seja para os senhores uma experiência tão boa quanto, ou melhor, do que a que eu tive ano
passado, e que nós todos juntos tornemos o comitê um sucesso.
Agradecemos a todos aqueles que escolheram participar do nosso comitê e
aguardamos ansiosamente nosso encontro em outubro! Caso exista qualquer dúvida,
estaremos à disposição para atendê-los.
2 INTRODUÇÃO AO TEMA
2.1 Os 8 objetivos do milênio
Foi durante a reunião da Cúpula do Milênio, em Nova Iorque, no ano 2000, que líderes
das nações que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU), oficializaram um pacto
de caráter humanitário e social no intuito de promover, de certa maneira, um mundo mais
justo até 2015. Para atingir tal feito, eles elencaram oito medidas que ficaram conhecidas
como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Eles abrangem assuntos da área da
saúde, educação, de desenvolvimento e questões específicas a grupos minoritários. A
saber, tais objetivos são:
1. Erradicar a extrema pobreza e a fome;
2. Educação básica de qualidade para todos;
3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres;
4. Reduzir a mortalidade infantil;
5. Melhorar a saúde das gestantes;
6. Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças;
7. Garantir a sustentabilidade ambiental;
8. Estabelecer parcerias para o desenvolvimento
Esses objetivos, portanto, “não se tratam de uma promessa de futuro, mas de um
caminho em construção” (OBJETIVOS..., 2014). Nesse sentido, os esforços tem se
mostrado frequentes e a cooperação aparenta ser o caminho ideal para a efetivação de tais
objetivos.
2.2 A problemática indígena
Quanto ao cumprimento dos ODM’s, existe o debate sobre o que já foi feito até então e o
que ainda falta ser feito pelas nações. Além disso, nos meios acadêmicos, há o
questionamento sobre os grupos que foram desconsiderados no momento da formulação
dessas metas e da sua implementação. Ou seja, há a preocupação se elas realmente irão
contemplar toda a população mundial, e sobretudo, os povos indígenas. Como diz Victoria
Tauli-Corpuz (2013), uma ativista indígena e escritora da região das Cordilheiras nas
Filipinas, é necessário “investigar com mais atenção se os povos indígenas foram levados
em consideração pelas ODM’s”. Além disso,
As equipes das Nações Unidas nos Estados-Membros da organização estão certificando-se que grupos que geralmente estiveram ausentes da participação nos processos globais – por exemplo, mulheres, comunidades indígenas, jovens, pessoas com deficiência – sejam consultados sobre o que eles enxergam como prioridades para o desenvolvimento de suas comunidades (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2013, tradução nossa)
1.
É importante ressaltar que os povos indígenas têm direitos específicos, segundo,
inclusive, a própria Declaração das Nações Unidas para Povos Indígenas que, ao ser
adotada em 2007 pela ONU, estabelece que esses direitos “constituem as normas mínimas
para a sobrevivência, a dignidade e o bem-estar dos povos indígenas do mundo”
(DECLARAÇÃO..., 2007). A problemática, portanto, tem como base o fato de que, num
argumento apresentado por Victoria Tauli-Corpuz, desde períodos coloniais, os modelos de
desenvolvimento têm contribuído para sucumbir a cultura indígena e tem os forçado a
integrar tais modelos que chegam, em algum momentos, a ser incompatíveis com suas
necessidades além de violar seus direitos humanos enquanto povos indígenas.
Portanto, a necessidade de adaptar os ODM’s ao contexto indígena já se fez
presente em discussões realizadas por representantes indígenas no ambiente de debate
das Nações Unidas e em outros organismos internacionais, como a OEA. Outro exemplo foi
a quinta sessão do Fórum Permanente das Nações Unidas para Questões Indígenas
(UNPFII) onde “a maioria das organizações representando povos indígenas proferiu
discursos sobre a urgente necessidade de redefinir os ODM’s” (SECRETARIAT OF THE
UNPFII, 2007, tradução nossa)2.
Vale ressaltar também que, apesar da inclusão dos povos indígenas ao contexto de
desenvolvimento do milênio apresentado pela ONU, deve-se considerar a diversidade
socioeconômica e cultural dessas populações uma vez que a interpretação do mundo a
partir do ponto de vista indígena é peculiar e repleto de características próprias. As noções
de tempo, espaço, família, religião e ensino são diferentes para os povos indígenas. São
noções próprias que os distinguem em grande medida dos povos não-indígenas.
As consequências da continuidade do isolamento indígena desse contexto de
objetivos do milênio podem “impactar suas comunidades ao aumentar a discriminação
1 The United Nations teams in Member States are making sure that groups usually absent from
participation in global processes – for example, women, indigenous communities, the youth, people with disabilities – are consulted on what they see as priorities for development of their communities. 2 Most of the organizations representing indigenous peoples made statements about the urgent need
to redefine the MDGs
sofrida pelos povos indígenas e acelerando a exploração de suas terras e recursos em
nome do progresso e desenvolvimento econômico” (SECRETARIAT OF THE UNPFII, 2005
tradução nossa3).
Nesse cenário, a OEA reconhece a diferença étnico-cultural dos povos indígenas, e
tem debatido tais questões no intuito de defender e promover seus direitos.
Especificamente, há projetos relevantes no âmbito da organização americana como o
Programa de Ação do Departamento de Direito Internacional sobre os Povos Indígenas nas
Américas e também, há o Grupo sobre Povos Indígenas da Comunidade Virtual de Cúpulas.
Nesse sentido, a promoção dos Direitos dos Povos Indígenas das Américas tem origem na
própria Carta Democrática Interamericana através da qual se reconhece que
a eliminação de toda forma de discriminação, especialmente a discriminação de gênero, étnica e racial, e das diversas formas de intolerância, bem como a promoção e proteção dos direitos humanos dos povos indígenas e dos migrantes, e o respeito à diversidade étnica, cultural e religiosa nas Américas contribuem para o fortalecimento da democracia e a participação do cidadão. (POVOS..., 2014)
3 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ
Será apresentado aqui um breve retrospecto sobre a história da criação da OEA,
assim como sua estrutura e alguns dos objetivos que direcionam as ações da organização.
3.1 História da OEA
A OEA foi criada em 1948, com sede em Washington, nos Estados Unidos.
Entretanto, no continente americano, a concepção da necessidade de reuniões periódica
com as autoridades locais vem desde 1889. Nesse ano, os Estados americanos resolveram
que deveria existir uma reunião periódica além de que seria necessária a criação de um
sistema compartilhado de normas e instituições. A justificativa para tal é viabilizar um
caminho para a resolução de divergências entre os Estados a partir do uso da via
diplomática e não do recurso à disputa armada, além da melhoria das relações civis entre os
povos dos Estados pertencentes à região. A princípio, somente 18 Estados americanos
participaram da Primeira Conferência Internacional, realizada em Washington, D.C, no
3 “impact their communities by deepening the discrimination faced by indigenous peoples and
accelerating the exploitative use of their land and resources in the name of progress and economic development.”
período entre outubro de 1889 e abril de 1890 (NOSSA..., 2014). Nos diversos encontros
promovidos pela organização, os temas discutidos variaram desde problemas sobre a
Guerra e a Paz e também discussões acerca da situação econômica e social do continente.
A carta da organização, adotada na nona Conferência Internacional, em Bogotá, na
Colômbia, em 1948, contou com a participação de 21 Estados e tinha como cunho
fundamental a resolução de controvérsias entre Estados americanos por meios pacíficos.
Essa carta foi o resultado de um longo processo de negociação, que teve início em 1945.
Nessa mesma conferência, foi assinado a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
Homem, o que pode ser entendido como uma antecipação da própria Declaração Universal
dos Direitos Humanos da ONU.
Além disso, a relação entre a OEA e a ONU também se deu na medida em que se
reconheceu que, segundo o Artigo 1º da Carta da OEA, “dentro das Nações Unidas, a
Organização dos Estados Americanos constitui um organismo regional” (OEA, 2014).
Das reuniões e encontro entre os Chefes de Estado e de Governo das Américas,
geralmente as decisões são convertidas em uma Declaração e um Plano de Ação, no qual
constam os objetivos a serem atingidos pelas organizações do Sistema Interamericano,
principalmente a OEA (OEA, 2014).
Os membros originais/fundadores da OEA foram 21 países, sendo eles: Argentina,
Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, El
Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru,
Estados Unidos, Uruguai e Venezuela. Todos eles assinaram a carta da organização em 30
de abril de 1948.
3.2 Estrutura da OEA
A organização tem sede em Washington, Estados Unidos. E sua estrutura ou
subdepartamentos são: Assembleia Geral, Reunião para a Consulta dos Ministros de
Relações Exteriores, Conselho Permanente e Conselho Interamericano de Desenvolvimento
Integral, Comissão Jurídica Interamericana, Comissão Interamericana de Direitos Humanos
e Secretaria-Geral.
Figura I - Organograma da OEA
Fonte: Departamento de Assessoria Legal, 2014
Na Assembleia Geral, ambiente onde serão desenvolvidas as discussões desse
comitê, reúnem-se os Estados membros, com direito a um voto igualitário entre eles. É na
Assembleia Geral que se originam mecanismos, políticas, ações e mandatos da
Organização.
3.3 Assembleia Geral
A Assembleia Geral é o órgão supremo da OEA e se reúne anualmente. É composta
por todos os Estados-membros4 que possuem direito de voto. Todos os mecanismos,
políticas, ações e mandatos da Organização tem origem na Assembleia Geral, na qual tem
4 Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil,
Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, El Salvador, Equador, Estados Unidos da América, Grenada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Saint Kitts e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai, Venezuela.
suas atribuições definidas no Capítulo IX da Carta. Dentro essas atribuições estão a
elaboração, por parte de uma Comissão Preparatória, da agenda de cada período de
sessões. Além disso, nessa Assembleia são definidas outros pontos fundamentais como a
quota financeira que cada país deve contribuir para manutenção da OEA, levando em conta
a capacidade de pagamento dos respectivos países.
Sobre os objetivos da organização, podem-se elencar alguns tidos como primordiais
da OEA, tais como: promoção da democracia, defesa dos direitos humanos, garantia de
uma abordagem ampla para a Segurança, promoção do desenvolvimento integral e a
prosperidade e apoio à cooperação jurídica interamericana. Em resumo, a manutenção da
paz no continente americano é um dos pilares que norteiam as ações da organização.
4 OBJETIVOS DO MILÊNIO NO CONTEXTO INDÍGENA
4.1 Panorama geral
Posta a situação apresentada até aqui, as discussões acerca das questões
indígenas serão pautadas pelo cumprimento de três dos 8 Objetivos do Milênio. São
relevantes nesse contexto, portanto, a discussão no que se refere às metas: #1 - acabar
com a fome e a miséria; #2 - o acesso à educação básica de qualidade para todos; #6 -
combater a AIDS, a malária e outras doenças. A relação entre esses objetivos e os povos
indígenas já apresenta uma amplitude significativa no âmbito científico e, portanto é
relevante que esse assunto seja discutido. As decisões tomadas pelas representações da
OEA servirão, portanto, de estímulo para o debate sobre os ODM’s e às questões indígenas
no continente americano e no restante do mundo.
4.2 Acabar com a fome e a miséria
No que se refere à fome e a pobreza, até 2015, segundo dados do Banco Mundial, “a
taxa global de pobreza (renda) é projetada ao redor de 15%” da população mundial
(ERRADICAR..., 2014). Porém, a América Latina e o Caribe formam a região que mais
avançou na luta contra a fome e a destruição nos últimos anos segundo Raúl Benítez,
representante regional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO). Ainda segundo ele, povos indígenas são uns dos grupos mais prejudicados do total
de 167 milhões de pessoas que ainda são afetados pela pobreza na região. Fato
interessante sobre a erradicação da fome e pobreza no mundo é que “alimentos
tradicionalmente usados por povos indígenas podem ser uma importante ferramenta para
combater a fome e a má nutrição.” (ALIMENTAÇÃO..., 2012). Além disso, a erradicação da
fome e da miséria está diretamente relacionada à garantia do uso pleno dos territórios
indígenas na medida em que essas populações sejam capazes de manter a produção de
seus alimentos para o autoconsumo, segundo dados do relatório “A Amazônia e os
Objetivos do Milênio”. Portanto, o modelo de desenvolvimento a fim de alcançar o Objetivo
do Milênio de #1 deve considerar e respeitar as capacidades e possibilidades indígenas.
4.3 Acesso à educação básica de qualidade para todos
Tratando da necessidade de assegurar o acesso à educação básica de qualidade
para todos, nota-se que é um “direito social fundamental dos povos indígenas a uma
educação escolar diferenciada e de qualidade, mediante o acesso aos conhecimentos
universais, à utilização das línguas maternas e de processos próprios de aprendizagem”
(GRABNER. 2014). Então, é um desafio e necessidade “estruturar territórios
étnoeducacionais que partam de seus próprios anseios e modos de conhecer” (LIMA. 2014).
Outro problema a ser solucionado no que tange à educação indígena é a evasão escolar
que compromete os resultados dos indicadores educacionais desses povos. É a solução
desse problema que, de maneira geral, atua na integração entre a cultura indígena e a não-
indígena.
4.4 Combater a AIDS, a malária e outras doenças
Nas questões relacionadas à saúde, observa-se por muitas vezes o cenário mais
grave. Com a ausência de serviços básicos e problemas geográficos como o próprio
isolamento de algumas regiões onde habitam povos indígenas, o atendimento de saúde a
essas populações fica comprometido. “A alta incidência de malária, tuberculose e doenças
sexualmente transmissíveis entre essas populações confirma a desigualdade” (LOURENÇO.
2011). Além disso, “a entrada do HIV5 em comunidades indígenas representa risco
imensurável para essas populações, já que em muitas delas a poligamia é parte da cultura e
o acesso à informação e métodos de prevenção é escasso” (CELENTANO.; SANTOS;
VERÍSSIMO, 2010 apud LOURENÇO. 2011).
5 HIV é uma sigla proveniente do inglês que significa Human Immunodeficiency Virus. Aids, por sua
vez, Acquired Immune Deficiency Syndrome, que em português quer dizer Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
5 QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS
É importante que, ao final das negociações, alguns tópicos sejam debatidos e que
sejam apresentadas resoluções acerca das seguintes questões.
5.1 Acabar com a fome e a miséria e sua relação com as terras indígenas
O ODM #1 que trata sobre acabar com a fome e a miséria deve ser discutido
considerando que esse cenário se constitui para os povos indígenas na medida em que
suas terras são desapropriadas e o cultivo de suas próprias culturas alimentares fica
comprometido. Ou seja, “a erradicação da pobreza e da fome entre os povos indígenas está
intimamente associada à garantia do usufruto exclusivo de seus territórios” (LIMA, Leandro.
2014) Portanto, quais mecanismos que assegurem o direito à posse das terras indígenas
devem ser implementados pelos países no intuito de resolver esse problema?
5.2 Acesso a educação básica de qualidade para os povos indígenas
No Brasil, a educação escolar indígena diferenciada é um direito garantido pela
Constituição Federal de 1988. Entretanto, em alguns países ainda é necessário estabelecer
um ensino básico que respeite a realidade dos povos indígenas e acima disso, que respeite
sua própria cultura. Portanto, qual a melhor maneira de estabelecer um ensino básico para
os povos indígenas que vá de acordo com seus preceitos culturais e que respeite sua forma
de enxergar o mundo?
5.3 Educação superior
Há pesquisas quanto à inserção dos povos indígenas no ensino superior. Entretanto,
é questionável qual a melhor maneira dessas políticas públicas serem implementadas. Além
de que, mais uma vez, deve-se respeitar às diferenças indígenas no intuito de atender a
demanda desses estudantes e de suas comunidades. De maneira semelhante ao direito ao
ensino básico, a educação é a alternativa que irá reparar a “desigualdade material existente
entre povos indígenas e sociedade nacional no que se refere à realidade histórica, social,
polícia e econômica” (DE ABREU; DA SILVA, 2013).
5.4 Saúde e povos indígenas
Como levar aos povos indígenas o conhecimento acerca de doenças tais como o
HIV/AIDS evitando o choque cultural e obtendo êxito ao repassar a importância de se
prevenir tais doenças? Deve ser vedada a atuação dos chamados “curandeiros” indígenas
que fazem uso de uma medicina mais arcaica fora dos padrões estabelecidos pela
“medicina convencional”? Além disso, há uma relação intensa entre a expansão da atividade
garimpeira, madeireira e maior degradação ambiental em alguns territórios com o aumento
dos problemas de saúde entre os índios, uma vez que a alteração do ambiente em que eles
vivem compromete a qualidade de vida e o bem-estar dessas populações.
6 POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES
Dentro do cenário de discussões sobre as questões indígenas no contexto dos
objetivos do milênio, e dentre o conjunto dos membros participantes da conferência, existem
aqueles com maior atuação. Eles atuam seja em questões humanitárias de modo geral ou
no contato direto com as questões indígenas. Além disso, eles são vistos como norteadores
de políticas que impulsionam outros países a tomarem medidas similares.
6.1 Brasil
No passado, os índios foram considerados pela própria constituição brasileira como
“relativamente incapazes” (ÍNDIOS..., 2014). Entretanto, com o passar do tempo e com a
democratização ocorrida durante a década de 1980, os índios passaram a questionar
juntamente com a sociedade civil os seus direitos além de começarem a se organizar
politicamente. Como resultado, foi incorporado na constituição de 1988 a concepção dos
direitos indígenas que os integravam à sociedade. Estimativas da ONG Survival
International6 acreditam que existem cerca de 896 mil índios no Brasil, divididos em cerca de
238 tribos e etnias vivendo espalhados no amplo território.
Dos problemas sofridos por eles, destacam-se a perda de suas terras e o grande
número de índios assassinados pelas mais diversas causas, como o próprio etnocentrismo.
O Brasil, além disso, é um dos países da América do Sul que não reconhece a posse de
terra coletiva dos grupos indígenas.
No que se refere aos ODM’s e a população indígena no Brasil, por exemplo, nota-se
que no que se refere ao sistema de educação existe a ideia de que “O sistema de Ensino da
União, com a colaboração com agências federais de fomento à cultura e de assistência aos
6 Ver tópico 6.5
índios, desenvolverá programas para oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos
povos indígenas” (SUBCHEFIA..., 1996).
6.2 Bolívia
A partir de uma revolução em 1952, os indígenas bolivianos se fizeram entendidos
como cidadãos daquele país, obtendo o direito ao voto. “Com esse reconhecimento iniciou-
se uma forte política estatal que fomentava no seio das populações indígenas uma
identidade camponesa no intuito de incorporá-las ao projeto de nação” (FREITAS, 2014). É
possível compreender, portanto, que o movimento indígena da Bolívia tem relação direta
com movimentos étnicos e linguísticos na medida em que se consegue construir uma cultura
política que reforce o pertencimento a uma cultura indígena, segundo Freitas.
Quanto às questões e reivindicações indígenas, o governo reconheceu via
constitucional que todas as 36 etnias indígenas da Bolívia são nações que compõem o
Estado boliviano. Isso os auxilia e aumenta a legitimidade dos povos indígenas de lutar
pelos seus direitos na medida em que seja respeitada sua própria identidade cultural
(TRIBUNAL..., 2014).
6.3 Canadá
Os índios constituem uma relevante e distinta parte da sociedade canadense além
da sua origem que remete a um período de 10 mil e 30 mil anos atrás. A ONU, em 1999,
declarou, no Comitê de Direitos Humanos que a situação indígena no Canadá era alarmante
e que o governo era responsável pela discriminação sofrida por essa minoria.
Entretanto, no que se refere ao desenvolvimento sócio-político dos povos indígenas
do Canadá, “algumas Primeiras Nações já possuem acordos de governo autônomo para as
comunidades que lhes proporcionam o controle em assuntos relacionados à terra e ao seu
uso, recursos, serviços de saúde e sociais, educação e tributação local.” (AS NAÇÕES...,
2014). Por exemplo, segundo dados do Governo Canadense, no campo da educação, dos
muitas das “Primeiras Nações” tem o controle acerca da educação proferida nas suas
comunidades, o que contribuiu para o aumento da frequência escolar.
Portanto, a situação indígena canadense, se antes era tida como desfavorável, agora
tem caminhado em direção a um futuro que esteja em suas mãos e isso contribui para a
inserção deles na sociedade.
6.4 Peru
Segundo estimativas da ONG Survival International, existem cerca de 15 tribos de
índios isolados no território peruano. Geralmente, a localização dessas tribos está na
floresta amazônica peruana. (OS ÍNDIOS..., 2014)
Das ameaças sofridas pelos índios peruanos, as maiores são em razão dos
madeireiros ilegais, empresas petrolíferas e mineradoras. Em reportagem veiculada pelo G1
(Portal de Notícias Online), a “mineração ilegal dobrou dois anos no peru e muitos índios na
fronteira com Brasil e Bolívia vivem expostos à níveis letais de mercúrio utilizado para extrair
o outro” (MINERAÇÃO..., 2014). Os índios afetados, principalmente crianças, têm “em seus
organismos níveis de mercúrio que excedem cinco vezes o permitido” (MINERAÇÃO...,
2014).
O governo peruano, portanto, busca a cooperação para sanar esses problemas. As
autoridades do Peru, segundo o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República do Brasil, pretendem atuar em conjunto com a FUNAI (Fundação Nacional do
Índio) no que se refere aos índios isolados na fronteira entre os dois países.
6.5 Survival International
Uma das mais críticas organizações de direitos humanos, a Survival International é a
única que reivindica os direitos dos povos indígenas em âmbito global. Em coordenação
conjunta com diversas comunidades indígenas, a ONG é financiada “quase exclusivamente
por membros do público interessados e algumas fundações” (SOBRE..., 2014).
Seus esforços vão em direção a transformar a realidade indígena, quando esta está
à mercê dos modelos de desenvolvimento que ignoram a completa diversidade indígena e
os perigos que tais modelos podem trazer para as comunidades desses povos.
Uma frase marcante que simboliza a ação da Survival International é uma veiculada
no site da organização, que, ao questionados sobre o que a ONG pensa sobre os povos
indígenas, a resposta é a de que “Eles sabem o que é melhor para si, e têm o direito de
escolher viver de forma diferente”. (SOBRE..., 2014).
6.6 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
“Povos indígenas são a fundação humana sob a qual a maioria dos países na
América se constituiu” (PAHO, 2009, tradução nossa7). É dessa forma que a Organização
Pan-Americana da Saúde, PAHO, inicia seu relatório social sobre a condição de saúde dos
povos indígenas. A princípio, além de recomendar ações no que se refere à promoção da
saúde entre a população indígena, a PAHO, procura compreender porque determinantes
sociais tem significativo impacto nas comunidades indígenas. Suas propostas tem o intuito
de reverter a situação que afetam esses povos na América e em particular, sua atenção se
volta aos grupos de mulheres, crianças, adolescentes e pessoas de idade. (SOCIAL...,
2014)
7 Indigenous peoples are the human foundation over with most countries in the Americas were built.
REFERÊNCIAS
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Tabela de demanda das representações
Na tabela a seguir cada representação do comitê é classificada quanto ao
nível de demanda que será exigido do delegado, numa escala de 1 a 3. Notem que
não se trata de uma classificação de importância ou nível de dificuldade, mas
do quanto cada representação será demandada a participar dos debates neste
comitê. Esperamos que essa relação sirva para auxiliar as delegações na alocação
de seus membros, priorizando a participação de delegados mais experientes nos
comitês em que a representação do colégio for mais demandada.
Legenda
Representações pontualmente demandadas a tomar
parte nas discussões
Representações medianamente demandadas a
tomar parte nas discussões
Representações frequentemente demandadas a
tomar parte nas discussões
REPRESENTAÇÃO DEMANDA
1. Argentina
2. Bolívia
3. Brasil
4. Canadá
5. Chile
6. Colômbia
7. Costa Rica
8. Cuba
9. Equador
10. Estados Unidos
11. Guatemala
12. Guiana
13. Honduras
14. México
15. Nicarágua
16. OPAS
17. Panamá
18. Paraguai
19. Peru
20. PNUD
21. República Dominicana
22. Suriname
23. Survival International
24. UNICEF
25. Uruguai
26. Venezuela
27. Primal Times