orientações pedagógicas

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Língua Portuguesa e Lietratura Professor C C a a d d e e r r n n o o d d e e A A t t i i v v i i d d a a d d e e s s P P e e d d a a g g ó ó g g i i c c a a s s d d e e A A p p r r e e n n d d i i z z a a g g e e m m A A u u t t o o r r r r e e g g u u l l a a d d a a - - 0 0 1 1 3° Série | 1° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Série Língua Portuguesa Ensino Médio Habilidades Associadas 1. Reconhecer a estrutura da frase, do período, do parágrafo e exercitar sua formação e progressão. 2. Identificar e promover relações de concordância nominal e verbal entre unidades do discurso. 3. Caracterizar o Modernismo brasileiro 4. Estabelecer relações intertextuais entre os textos literários lidos e outras formas de manifestação artística. 5. Identificar o caráter e transgressão/manutenção presente na literatura modernista. 6. Explorar questões relacionadas à pontuação em sua articulação com a estrutura sintática e com as escolhas estilísticas dos autores.

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Page 1: Orientações pedagógicas

Língua Portuguesa

e Lietratura

Professor

CCaaddeerrnnoo ddee AAttiivviiddaaddeess

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AAuuttoorrrreegguullaaddaa --0011 33°° SSéérriiee || 11°° BBiimmeessttrree

Disciplina Curso Bimestre Série

Língua Portuguesa Ensino Médio 1° 3°

Habilidades Associadas

1. Reconhecer a estrutura da frase, do período, do parágrafo e exercitar sua formação e progressão.

2. Identificar e promover relações de concordância nominal e verbal entre unidades do discurso.

3. Caracterizar o Modernismo brasileiro

4. Estabelecer relações intertextuais entre os textos literários lidos e outras formas de manifestação artística.

5. Identificar o caráter e transgressão/manutenção presente na literatura modernista.

6. Explorar questões relacionadas à pontuação em sua articulação com a estrutura sintática e com as escolhas estilísticas dos autores.

Page 2: Orientações pedagógicas

2

A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o

envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes

preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma

estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar

suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções

para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades

roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é

efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,

também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.

Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior

domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para

o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

ferramentas da autorregulação.

Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se

para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o

aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da

Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às

suas aulas.

Estamos à disposição através do e-mail [email protected] para quaisquer

esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.

Secretaria de Estado de Educação

Apresentação

Page 3: Orientações pedagógicas

3

Caro Tutor,

Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas

habilidades e competências do 1° Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa da 3ª

Série do Ensino Médio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período de um

mês.

A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades com a

turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as trocas de

conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no percurso. Esta é

uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da disciplina e independência

indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de nossos alunos no mundo do

conhecimento do século XXI.

Neste Caderno de Atividades, os alunos irão refletir sobre os conceitos de frase, período

e parágrafo, além de treinar suas habilidades de formação e progressão deste último na

construção textual. Iremos também falar sobre Concordância Nominal e Concordância Verbal.

Na primeira parte deste caderno, o aluno será levado a reconhecer a estrutura de uma frase, de

uma oração e de um período e compreender como este assunto está relacionado à formação de

parágrafos e de todo o texto. Na segunda parte, vai aprender o que é e como realizar

corretamente a Concordância Nominal e a Verbal.

Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas relações

diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal eletrônico Conexão

Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o Professor Tutor.

Este documento apresenta oito (oito) aulas. As aulas podem ser compostas por uma

explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias relacionadas às

habilidades e competências principais do bimestre em questão, e atividades respectivas.

Estimule os alunos a ler o texto e, em seguida, resolver as Atividades propostas. As Atividades

são referentes a um tempo de aula. Para reforçar a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma

pesquisa e uma avaliação sobre o assunto.

Um abraço e bom trabalho!

Equipe de Elaboração

Page 4: Orientações pedagógicas

4

Introdução .............................................................................................. 03

Aula 01: Frase não oracional, frase oracional e período ........................

Aula 02: O Parágrafo ..............................................................................

Aula 03: A Concordância Nominal...........................................................

Aula 04: A Concordância Verbal.............................................................

Aula 05: O Modernismo..........................................................................

Aula 06: Intertextualidade e Pontuação.................................................

Avaliação ................................................................................................

Pesquisa .................................................................................................

Referências ............................................................................................

07

14

20

26

33

40

48

56

57

Sumário

Page 5: Orientações pedagógicas

5

Reconhecer a estrutura da frase, do período, do parágrafo e exercitar sua

formação e progressão;

Identificar e promover relações de concordância nominal e verbal entre

unidades do discurso.

Tais habilidades estão fortemente ligadas à formação da competência

linguística do aluno e em razão disso, foram destacadas para o trabalho neste

caderno. Considerando que o aluno de 3º ano do Ensino Médio está na fase final

de sua educação escolar obrigatória, faz-se necessário o desenvolvimento, o

reforço e a internalização, por parte deste aluno, de procedimentos claros e

corretos em relação à sua comunicação verbal e escrita. Sabe-se, também, que dois

dos maiores problemas em relação às habilidades comunicativas giram em torno

da relação de idéias de parágrafos coesa e da construção correta das

concordâncias nominal e verbal. Em razão de tais necessidades, destacaram-se

estas duas habilidades.

No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais

que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir:

Teleaulas Teleaula Nos 03, 08, 20, 29, 41, 48, 49,

51, 52 e 66.

Recursos Digitais Páginas 05 e 08

Materiais de Apoio Pedagógico

Objetivos Gerais

Page 6: Orientações pedagógicas

6

Para que os alunos realizem as Atividades referentes a cada dia de aula,

sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no

Caderno do Aluno:

1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa compreendê-lo

sem o auxílio de um professor.

2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3.

3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma individual

ou em dupla.

4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na seção

Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o.

5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos

abordados no texto base.

6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas nas

ATIVIDADES.

7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas com

toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala para

que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade.

Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação.

Orientação Didático-Pedagógica

Page 7: Orientações pedagógicas

7

Caro aluno,

Nesta aula, conheceremos a estrutura do período e da frase, que poderá ser:

não oracional ou oracional.

Podemos considerar como frase todo enunciado de sentido completo utilizado

para um determinado momento de comunicação. Se eu digo “Oi”, tal expressão

constitui uma frase por estar carregada do sentido de “cumprimentar alguém

informalmente”.

A frase não oracional é aquela que não possui verbo, como é o caso do

exemplo dado acima. Pode ser constituído de somente uma ou mais palavras.

Exemplos: Fogo!

Que belo trabalho!

Silêncio!

Já a frase oracional, comumente chamada de oração, é aquela que contém um

verbo ou uma locução verbal.

Exemplos: Você está bem?

Joana foi falar com o chefe hoje.

O verbo da oração poderá também estar implícito ou oculto. Neste caso, se for

possível identificar qual verbo estaria na frase, esta constitui também uma frase

oracional, ou seja, uma oração. Veja:

“No mar, tanta tormenta e tanto dano”. (Camões)

Neste exemplo, temos o verbo haver oculto (No mar há tanta tormenta...).

Quando tal situação ocorre, é comum utilizarmos a vírgula para marcar a posição deste

verbo.

Aula 01: Frase não oracional, frase oracional e período

Page 8: Orientações pedagógicas

8

As frases podem, ainda, ser classificadas em:

a) Declarativas (expressam uma declaração): Tudo ficou claro para mim.

b) Interrogativas (expressam uma pergunta): Ficou tudo claro para você?

c) Exclamativas (expressam surpresa, sentimento): Não acredito nisso!

d) Imperativas (expressam uma ordem): Coloque o livro aqui.

e) Optativas (expressam um desejo): Tomara que ele consiga chegar primeiro.

O Período

Até agora, você estudou os tipos de frase, que são basicamente dois: oracional

e não oracional. Este assunto é comumente tratado no estudo de gramática, quando

aprendemos sobre a estrutura da oração.

Para aprofundar nosso estudo, vamos recordar o conceito de período!

Os períodos classificam-se, basicamente, em simples ou compostos.

O período simples (chamado também de oração absoluta) é aquele apresenta

apenas uma oração, ou seja, um verbo. Veja:

Acordem!

A vida passa lentamente nessa cidade.

O período composto é aquele que apresenta duas ou mais orações em sua

formação. Veja:

Período é um enunciado de sentido completo constituído por uma ou mais

orações. Na escrita, o início e o fim do período são marcados por pontuação

específica (ponto final, exclamação, interrogação e reticências).

Temos a locução verbal quando observamos a presença de dois verbos juntos, porém, representando apenas um sentido. Ex. Eu vou viajar amanhã. (= viajarei)

Page 9: Orientações pedagógicas

9

Acordem logo, porque o café já está na mesa!

(02 verbos = 02 orações)

Cuidado com a locução verbal! Ela é considerada apenas 1 verbo!

Depois de tomarem o café, escovem os dentes e arrumem-se para passearmos pela

cidade. (04 verbos = 04 orações)

Agora que você já sabe o que o período é a frase constituída por uma ou mais

orações, vamos aprender mais sobre como ele se classifica!

O período composto subdivide-se em:

Período composto por coordenação;

Período composto por subordinação.

O período composto por coordenação é formado por orações chamadas

independentes. Elas apenas são colocadas lado a lado, ou seja, são justapostas.

No período composto por subordinação, há uma oração principal e outra que

exerce uma função sintática em relação a um elemento da principal, podendo ser o

seu objeto, o seu complemento, etc. Veja os exemplos:

Eu ganhei um caderno e comprei canetas novas.

primeira oração segunda oração

No exemplo acima, as orações são independentes, não estabelecem uma

relação de subordinação onde uma desempenha uma função sintática em relação à

outra. Por isso são chamadas de orações coordenadas (apenas colocadas uma ao lado

da outra).

Eu sabia que iria ganhar um caderno novo.

Oração Principal Oração subordinada com função de objeto direto do verbo

(saber) da primeira oração.

Page 10: Orientações pedagógicas

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Neste exemplo, a segunda oração desempenha uma função sintática em

relação ao verbo “sabia” da primeira oração: funciona como complemento, ou seja,

objeto direto do verbo saber. Por essa razão, há uma relação de subordinação entre

essas orações. Por isso são chamadas de orações subordinadas.

Nos próximos cadernos, estudaremos com mais detalhes o período composto

por coordenação, o período composto por subordinação e suas subdivisões.

Agora que já estudamos bastante as frases, as orações e os períodos, vamos

exercitar nas atividades a seguir!

AULA 1: Frase Oracional, Frase Não Oracional e Período

1. Observe as frases abaixo e responda às perguntas:

Escondidas vida maravilhas que a guarda perceba.

Difícil que crianças o é entender as querem.

a) Estas duas estruturas são exemplos de frases? Justifique.

R. As duas estruturas acima não correspondem a exemplos de frase porque não

cumprem sua função de comunicação, ou seja, não comunicam algo a um possível

interlocutor.

b) Reescreva as frases de forma a ajustá-las para uma comunicação eficiente do

que se pretende informar.

R. Perceba que a vida guarda maravilhas escondidas.

Atividade 1

Page 11: Orientações pedagógicas

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É difícil entender o que as crianças querem

2. Observe as frases abaixo e separe-as nas três colunas a seguir:

a) Que roupa legal!

b) Tristes, os dias nublados...

c) Assisto a este programa há dez anos.

d) O filho compreende o olhar de um pai.

e) Fogo!

f) Será possível conversarmos agora?

g) O falar demais compromete a verdade.

h) Que tristeza.

Frase não oracional Período simples

(Oração absoluta)

Período composto

Que roupa legal!

Fogo!

Que tristeza.

Tristes, os dias nublados...

(verbo oculto “ser”, na

forma “são”.

O filho compreende o

olhar de um pai. (“olhar”,

nesta frase, é um

substantivo criado pela

anteposição do artigo “o”)

O falar demais

Assisto a este programa

há dez anos.

Será possível

conversarmos agora?

Page 12: Orientações pedagógicas

12

compromete a verdade.

(“falar”, nesta frase, é um

substantivo criado pela

anteposição do artigo “o”)

3. Una os períodos simples abaixo e transforme-os em períodos compostos. Para

isso, você utilizará palavras ou expressões que conectarão, unirão as duas

orações. Essas palavras são chamadas de conectores e estão no quadro a

seguir para que você escolha uma para cada situação:

Porque – logo que – apesar – então – porém - logo – segundo – quando - e

a) Eu estava na sala. Ele entrou.

Eu estava na sala quando ele entrou.

b) Consegui estudar tudo. Fiz uma ótima prova.

Consegui estudar tudo, logo, fiz uma ótima prova.

c) Estudei tanto. Não consegui fazer a prova toda.

Estudei tanto, porém, não consegui fazer a prova toda.

d) Estudei muito. Preciso de uma ótima nota!

Estudei muito porque preciso de uma ótima nota!

e) Os jornais anunciaram. O Cruzeiro ganhou o campeonato.

Segundo os jornais anunciaram, o Cruzeiro ganhou o campeonato.

f) Recebeu o dinheiro. Depositou tudo rápido.

Logo que recebeu o dinheiro, depositou tudo rápido.

Page 13: Orientações pedagógicas

13

g) Não sabia onde era a rua. Chegou lá sem problemas.

Apesar de não saber onde era a rua, chegou lá sem problemas.

h) Comprou o caderno. Entregou-o para o filho.

Comprou o caderno e entregou-o para o filho.

Page 14: Orientações pedagógicas

14

Olá, caro estudante!

Nesta aula, começaremos a estudar a organização do parágrafo. Primeiro,

vamos ver o que é um parágrafo:

Na aula anterior, você analisou a crônica “Aprenda a chamar a polícia...”, de

autoria desconhecida.

“Eu tenho o sono muito leve e, numa noite dessas, notei que havia alguém

andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei

acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando

pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e

trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia

deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para

ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

Aula 02: O Parágrafo

O parágrafo é uma unidade de informação construída a partir

de uma ideia que, juntamente com outras ideias de outros

parágrafos, constituirão um texto. É importante lembrar que

pode haver um texto completo com um único parágrafo.

Page 15: Orientações pedagógicas

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— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter

pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada

em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia,

um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos

humanos, que não perderia isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de

assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da

Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.”

Perceba que os parágrafos são formados por períodos simples e por períodos

compostos. Além disso, cada um deles traz uma informação nova para o

desenvolvimento da trama. Observe:

1º parágrafo: apresentação da situação;

2º parágrafo: primeira decisão da vítima;

3º parágrafo: primeira atitude dos policiais;

4º e 5º parágrafos: segunda decisão da vítima;

6º parágrafo: segunda atitude dos policiais;

7º parágrafo: clímax e atitude do ladrão;

8º parágrafo: posição dos policiais;

Page 16: Orientações pedagógicas

16

9º e 10º parágrafo: conclusão da história com atitude final da vítima.

Como você pôde notar, os parágrafos trazem informações diferentes que,

progressivamente, formam o todo da trama textual. É por isso que dizemos que o

parágrafo é uma unidade constituída a partir de uma ideia central.

Cada parágrafo traz uma ideia que vai compondo a ideia maior trazida pela

história. No caso da crônica “Aprenda a chamar a polícia...”, essa ideia maior seria

mostrar ao leitor como ele conseguiu, de forma inusitada, fazer com que a polícia

viesse a sua casa para prender um ladrão. As ideias menores estão nos parágrafos,

que dão andamento à narrativa.

Um parágrafo deve ser completo: ter unidade que apresente uma organização

e tenha coerência. O parágrafo terá coerência quando suas frases formam um todo

com sentido completo ou se encaixam perfeitamente de forma

compreensiva.

Falando em ideia central, vamos aprender um termo importante para seu estudo:

tópico frasal. O tópico frasal é a parte do parágrafo em que conseguimos identificar

sua ideia central.

Quando você lê um parágrafo, deve ser capaz de reconhecer sua ideia-núcleo, ou seja,

de encontrar o tópico frasal.

Lembre-se: se um parágrafo é coerente, o leitor entende o

andamento do texto com tranquilidade, sem sobressaltos ou

lacunas.

Page 17: Orientações pedagógicas

17

Aula 2: Parágrafo

1. Um parágrafo é uma unidade de informação construída a partir de uma ideia

núcleo ou tópico frasal. Sublinhe o tópico frasal de cada trecho a seguir:

a. Há tempos, a avaliação era motivo para medo, tensão e ansiedade. Hoje em

dia, as idéias em relação a este processo mudaram bastante, podendo evoluir

ainda mais. O que se precisa fazer é escolher o método avaliativo ideal para

cada grupo em questão. Sendo assim, o processo será melhor aproveitado

tanto pelo educador como para o educando.

(Vanessa Sanceverino in Ensino – Aprendizagem: Os Múltiplos Desafios,

disponível em

http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/ensino-2013-

aprendizagem-os-multiplos-desafios/).

b. Através da leitura temos a chance de alargar nossos horizontes profissionais,

culturais e pessoais, pois a leitura deve desempenhar múltiplas funções

sociais.

(Larêdo, Salomão in O Leitor que faz a diferença, disponível em:

http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/o-leitor-que-faz-a-

diferenca/).

c. Quem lê sabe que uma biblioteca pública desempenha papel fundamental no

acesso ao livro e na disseminação da leitura nas classes menos favorecidas e

por isso vai reivindicar mais bibliotecas públicas nos bairros,clubes,

embarcações, nos ônibus e outros locais.

Atividade 2

Page 18: Orientações pedagógicas

18

(Larêdo, Salomão in O Leitor que faz a diferença, disponível em:

http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/o-leitor-que-faz-a-

diferenca/).

d. É sempre bom lembrar que a violência na família não deve ser somente

atribuída ao espaço que a mídia ocupa hoje na sociedade. Muito antes dos

jornais e revistas, antes do rádio, da tv, da Internet, a violência que se tem

notícia já assolava a humanidade. (Boechat, Ivone in Violência

http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/violencia-1/).

Caro professor,

Os exercícios 2 e 3 são de resposta individual. Seria interessante que os

alunos fossem levados a avaliar seus próprios parágrafos em relação aos

seguintes tópicos:

São completos para transmitirem as informações pretendidas?

São claros, coerentes e tem unidade?

São bem organizados?

Uma dinâmica interessante de avaliação desses pontos seria

pedir, após avaliarem seus próprios textos, que troquem os

parágrafos com um colega. Para isso, o professor solicitará que

os alunos formem duplas de leitura e os informará novamente

os pontos a serem avaliados. As impressões das duplas servirão

para que elas reorganizem seus textos da melhor forma

possível a alcançar os pontos apresentados. Ao terminarem

esta dinâmica de trabalho, os alunos serão organizados em

círculo e as seguintes questões poderão ser lançadas:

Quando você releu seu próprio texto para avaliar os

pontos, achou que correspondiam às expectativas para

um bom parágrafo? Precisou corrigir algo?

Page 19: Orientações pedagógicas

19

Ao pedir a um colega para reler seus parágrafos, a

avaliação dele correspondeu às suas? Houve algo que

você não havia percebido?

Foi necessário corrigir mais uma vez seu texto após a

colaboração de seu colega?

O que foi mais fácil: identificar problemas nos seus

parágrafos ou nos parágrafos feitos pelo colega?

2. Construa um parágrafo inicial para cada assunto abaixo:

a) O namoro na atualidade.

b) Violência urbana.

3. Construa um parágrafo de continuação para cada parágrafo do exercício 01:

Page 20: Orientações pedagógicas

20

Caro estudante,

Nesta aula, você estudará a relação de concordância entre as palavras e

expressões de um enunciado. É essa relação que definirá, por exemplo, se uma

palavra precisará estar no plural ou no singular para “combinar” com outra. Veja:

As meninas voltarão amanhã para casa.

Este verbo está no plural para concordar com o sujeito (As meninas).

Como foi uma adaptação do verbo, chamamos de concordância verbal.

Neste mesmo exemplo, vemos o artigo definido “A” no plural em “As

meninas”. Foi necessário concordar o artigo com o termo a que está ligado (meninas).

Como se trata de concordância de uma palavra que não é verbo, damos a este

processo o nome de concordância nominal.

Agora, nossa atenção se voltará ao estudo da concordância nominal. É

importante que você não se esqueça do seguinte conceito:

Substantivo no singular => Determinantes no singular

Ex. A terceira bolsa amarela é minha.

artigo numeral substantivo adjetivo

Aula 03: Concordância Nominal

Concordância Nominal: processo que destaca a relação de flexão e a variação de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) entre o substantivo e um pronome, um adjetivo, um numeral, um artigo etc. A essas palavras que se ligam ao substantivo ou a um pronome, para acrescer-lhes a ideia de gênero e de número, chamamos de determinantes.

Page 21: Orientações pedagógicas

21

As primeiras encomendas atrasadas foram as minhas?

artigo numeral substantivo adjetivo

Veja que, nos dois exemplos acima, o núcleo do sujeito (substantivo, em ambos

os casos) é o que define a variação de artigos, numerais, adjetivos e pronomes

(determinantes) em gênero e número. Assim se faz, basicamente, a concordância

nominal.

Agora, conheceremos as famosas “regras de concordância”. Elas existem para

mostrar como faremos em casos especiais em que, geralmente, temos dúvidas em

estabelecer tais relações. Vamos conhecê-las!

Regra: Palavras e expressões específicas

1. Obrigado: Concorda com o substantivo a que se refere.

Ex. Muito obrigada, disse a aluna ao professor.

Muito obrigado, disse o professor à aluna.

Obs. Emprega-se a mesma regra para as palavras: mesmo (adjetivo), próprio,

incluso, anexo, leso e quite)

2. Menos: A palavra é invariável e deve ficar sempre no singular e no masculino.

Ex. Nessa quitanda há menos frutas do que legumes.

3. Mesmo: Quando funcionar como advérbio, fica invariável. Quando

desempenha o papel de pronome reflexivo, é variável.

Ex. Elas fizeram isso tudo sozinhas mesmo?

Elas mesmas fizeram isso tudo sozinhas!

4. Meio: Quando funcionar como advérbio, fica invariável. Quando desempenha

o papel de numeral, é variável.

Ex. Vou usar meia xícara de manteiga no bolo.

Estou meio desconfiada de que esta quantidade não será suficiente.

Page 22: Orientações pedagógicas

22

5. Bastante: Quando funcionar como advérbio, fica invariável. Quando

desempenha o papel de pronome indefinido, é variável.

Ex. As mulheres do evento eram bastante lindas.

No evento, havia bastantes mulheres lindas.

Dica: troque “bastante” por “muito”. Se a palavra “muito” variar, “bastante”

também variará.

6. É proibido, é necessário, é bom:

a) Havendo determinantes (neste caso, artigos ou numerais) para o

substantivo, as expressões variarão em gênero e número.

b) Não havendo determinantes, as expressões serão invariáveis.

Ex. a) É proibida a entrada. b) É proibido entrada.

a) A água é boa para a saúde. b) Água é bom para a saúde.

a) A prática de esportes é necessária para a qualidade de vida.

b) Prática de esportes é necessário para a qualidade de vida.

Page 23: Orientações pedagógicas

23

AULA 3: CONCORDÂNCIA NOMINAL

1. Com base nos textos abaixo, responda as perguntas:

http://www.marinabastos.com.br/obrigada-2012-seja-bem-vindo-

2013/tirinha_monica/

http://4.bp.blogspot.com/-

DEUVVYM1T98/T56ywUCUQwI/AAAAAAAAAHs/TsAVteI3J6g/s1600/tirinha.jpg

Atividade 3

Page 24: Orientações pedagógicas

24

http://normalizadores.zip.net/arch2011-05-29_2011-06-04.html

a) Observe a primeira tira:

No terceiro quadrinho, lê-se na carta: “... dizer obrigada”. Poderia, sem

prejuízo da norma gramatical, responder “obrigado”?

Resposta: Não. Como é a Mônica a autora da carta e é ela que está

agradecendo, o correto é a palavra em questão estar em sua forma feminina,

ou seja, “obrigada”.

b) Observe a segunda tirinha. Por que a personagem afirma que “Osmar” é um

erro de concordância? O mesmo poderia servir para avaliação de algum dos

dois nomes do segundo quadrinho? Justifique.

Resposta: O nome “Osmar” foi considerado um erro de concordância pela

personagem por analogia à expressão “os mar”, cuja a forma correta seria “os

mares”. O mesmo ocorreria, então com “Doisberto”, que, para a personagem,

deveria ser “Doisbertos”.

c) Agora, leia a frase que está na placa de entrada de uma construção. A palavra

“proibido” está no masculino. Tal uso está de acordo com as regras de

concordância nominal? Comente.

Page 25: Orientações pedagógicas

25

Resposta: Não. Como há um determinante, no caso, o artigo “a”, para o

substantivo, a palavra “Proibido” deveria ser utilizada no feminino, ficando a

frase com a seguinte redação: “Proibida a entrada de pessoas não autorizadas”.

2. Complete os espaços com a forma apropriada entre parênteses.

a) Água é __________________ para se manter um corpo saudável.

(necessário/necessária)

b) A aluna se limitou a dizer muito _______________. (obrigado/obrigada)

c) Já são duas e ________. (meio/meia)

d) Aquela escola é _____________distante de minha casa. (meio/meia)

e) No final do semestre, estamos todos _______________ ocupados.

(bastante/bastantes)

3. (UFF) Assinale a opção em que ocorre ERRO de concordância nominal:

a) Parecia meio aborrecida a mulher de mestre Amaro.

b) Pagando cem mil réis, ele estaria quites com o velho.

c) O seleiro sentiu o papel e a nota novos no bolso.

d) Floridos montes e várzeas se sucediam na paisagem.

e) Os partidos de cana mostravam tonalidades verde-esmeralda.

Page 26: Orientações pedagógicas

26

Vamos continuar nosso estudo sobre CONCORDÂNCIA?

Nas atividades a seguir, você verá com mais detalhes as regras de

CONCORDÂNCIA VERBAL, ou seja, o comportamento do verbo em relação ao sujeito.

Para isso, levaremos em conta o fato de o sujeito do verbo ser, basicamente,

simples ou composto e, a partir desta primeira divisão, estabelecer as regras de

concordância:

REGRA GERAL: O VERBO CONCORDA EM NÚMERO COM O NÚCLEO DO SUJEITO.

Ex. A menina comprou uma bolsa.

As meninas compraram uma bolsa.

Sujeito Simples Sujeito Composto

1. Com núcleo sendo substantivo

coletivo:

a) Apenas o coletivo: verbo no

singular.

Ex. O cardume balançou todo o barco.

b) Com o coletivo especificado: o

verbo concorda com o coletivo ou

com o termo especificador.

Ex. O cardume de atuns

1. Sujeito composto anteposto ao verbo:

verbo irá para o plural.

Ex. O menino e a menina mentiram para o

pai.

2. Sujeito composto posposto (colocado

depois) do verbo: verbo no plural ou

concordando com o núcleo do sujeito

mais próximo.

Ex. Mentiu/Mentiram o menino e a menina

para seu pai.

Aula 04: Concordância Verbal

Page 27: Orientações pedagógicas

27

Sujeito Simples Sujeito Composto

balançou/balançaram todo o barco.

1. Formado por nome próprio no

plural:

a) Com artigo: verbo no plural.

Ex. As Minas Gerais são grandes produtoras

de café.

b) Sem artigo: verbo no singular.

Ex. Minas Gerais é uma grande produtora

de café.

2. Formados pelos pronomes relativos

QUE e QUEM:

a) QUE: o verbo concorda com o

antecedente (ou seja, com o termo

que vem antes do pronome QUE).

Ex. As meninas que fizeram o lanche estão

de parabéns!

b) QUEM: o verbo concorda com o

antecedente ou fica na 3ª pessoa do

singular.

Ex. Foram as meninas quem fizeram/fez o

lanche.

3. Formado por pronome indefinido ou

interrogativo:

3. Núcleos formados por tudo, nada,

alguém, ninguém: verbo no singular.

Ex. Sapato, calça, camisa e meia, tudo estava

no lugar.

4. Com sujeito formado por gradação: o

verbo concorda no singular ou no

plural.

Ex. Um sussurro, uma fala, um grito

teria/teriam resolvido tudo.

5. Sujeito composto por diferentes

pessoas gramaticais:

a) Envolvendo um pronome de 1ª

pessoa: o verbo concordará na 1ª

pessoa do plural.

Ex. Eu, tu e ele iremos ao cinema juntos!

Tu e nós iremos ao cinema juntos!

b) Não envolvendo um pronome de 1ª

pessoa, mas, envolvendo um

pronome de segunda pessoa: o verbo

concorda com a 2ª pessoa ou irá para

a terceira pessoa do plural.

Ex. Tu e ele fizeste/fizeram o acordo?

6. Núcleos ligados por ou:

Page 28: Orientações pedagógicas

28

Sujeito Simples Sujeito Composto

a) Pronome no singular: verbo no

singular.

Ex. Já decidiu qual de nós fará o lanche?

b) Pronome no plural: verbo na 3ª

pessoa do plural ou concorda com o

pronome pessoal.

Ex. Já decidiu quais de nós farão/faremos o

lanche.

a) Se houver ideia de exclusão: o verbo

ficará no singular.

Ex. João ou Jonas fará o almoço.

(Só um deles poderá fazer o almoço).

b) Se houver ideia de inclusão: o verbo

irá para o plural.

Ex. João ou Jonas farão o almoço.

(Tanto João quanto Jonas podem fazer o

almoço. Neste caso, podem, até mesmo,

fazerem juntos.)

7. Núcleos ligados por um e outro, nem

um nem outro: o verbo ficará no

singular.

Ex. Nem um nem outro aluno quis ir ao

passeio.

Um e outro aluno apareceu ao encontro.

8. Verbos impessoais: Ficam sempre na

3ª pessoa do singular.

Ex. Faz cinco anos que estive aqui.

Havia muitas crianças e pais.

9. Concordâncias com o verbo SER:

a) Sujeito representado por TUDO,

NADA, ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo

concorda com o predicativo.

Page 29: Orientações pedagógicas

29

Sujeito Simples Sujeito Composto

Ex. Tudo são flores.

Predicativo

b) Concorda com a expressão numérica

em: horas, datas, distância e tempo.

Ex. São duas horas. É uma hora.

Obs. Hoje são 24 de outubro. Ou

Hoje é (dia) 24 de outubro.

10. É muito, é pouco, é suficiente: o

verbo no singular.

Ex. Cem quilos é muito.

AULA 4: Concordância Verbal

Caro professor, o estudo da concordância verbal trará a necessidade de revisão de

alguns temas gramaticais: verbos impessoais, o SE como pronome apassivador e

índice de indeterminação do sujeito e a noção de predicativo. Uma sugestão é

realizar estas revisões quando o tema for requisito para a regra. O importante é que

o aluno não siga o estudo sem esta revisão.

1. Leia o texto abaixo, para responder as questões:

Não há vagas

Atividade 4

Page 30: Orientações pedagógicas

30

O preço do feijão

não cabe no poema. O preço

do arroz

não cabe no poema.

Não cabem no poema o gás

a luz o telefone

a sonegação

do leite

da carne

do açúcar

do pão.

O funcionário público

não cabe no poema

com seu salário de fome

sua vida fechada

em arquivos.

Como não cabe no poema

o operário

que esmerila seu dia de aço

e carvão

nas oficinas escuras

– porque o poema, senhores,

está fechado: “não há vagas”

Só cabe no poema

o homem sem estômago

a mulher de nuvens

a fruta sem preço

O poema, senhores,

não fede

nem cheira.

(Ferreira Gullar)

a) Explique a concordância do verbo no título do poema “Não há vagas” com

base nas regras estudadas.

Resposta: O verbo haver, no sentido de “existir”, como é o caso do título do poema,

é considerado impessoal e, portanto, pela regra de concordância verbal, fica

invariavelmente na terceira pessoa do singular.

b) No poema, há cinco ocorrências do verbo “caber” e em uma delas, a

concordância está feita em desacordo com as regras estudadas. Sinalize o

trecho do poema em que isso ocorre e comente esta diferença.

Resposta:

Page 31: Orientações pedagógicas

31

Só cabe no poema

o homem sem estômago

a mulher de nuvens

a fruta sem preço

Somente nesse trecho o autor quebra as regras de concordância verbal, mantendo o

verbo caber no singular, quando deveria estar no plural, concordando com o homem

sem estômago, a mulher de nuvens e a fruta sem preço. Em uma outra ocorrência

em que o sujeito composto aparece posposto, observa-se a preservação da regra, o

que indica que o autor sabia estar utilizando uma linguagem informal e

despreocupada com os rigores gramaticais no trecho em que foge à regra.

2. Leia as frases a seguir e indique aquelas em que a concordância verbal não está

de acordo com a variedade padrão.

a) Domingo sou eu que sairá mais cedo.

b) Foram as meninas quem ajudou a organizar os livros na biblioteca.

c) Os Lusíadas, de Camões, tratam da viagem de Vasco da Gama às Índias.

d) A turma já chegaram.

e) Uma porção de pessoas ficou presa no estacionamento do parque.

f) Esses dez por cento de comissão já me satisfazem.

g) Muitos de nós reclamou da taxa cobrada.

h) Nenhum de nós teremos a coragem de sair pela porta da frente.

i) Cerca de oito aviões se aproximam do parque neste instante.

3. Reescreva o texto abaixo, refazendo corretamente as concordâncias nominais e

verbais:

“A invenção da existência deram-nos a possibilidade de estarmos não apenas no

mundo, mas com o mundo. Eu posso mudar o mundo e é fazendo isso que eu me

refaço. É mudando o mundo que eu me transformo também. Homens e mulheres

Page 32: Orientações pedagógicas

32

inventa a história que eles e elas criam e faze. Nós temos de colocar a existência

decentemente frente à vida, de tal maneira que a existência não mate a vida e que a

vida não pretenda acabar com a existência, para se defender dos riscos que a

existência lhe impõem. Isso, para mim, faz parte dessa briga pelo verde. Lutar pelo

verde, tendo certeza de que sem o homem e a mulher, o verde não tem cor.”

(Adapatado de:

http://www.semasa.sp.gov.br/admin/biblioteca/docs/pdf/LIVRO_GEST_ED_AMB_

V1.pdf acessado em: fev. 2007)

Resposta:

Adestram-se animais, cultivam-se plantas e educam-se os seres humanos...

Poderíamos dizer que o cultivo, o adestramento, a educação passam pela vida. Na

história da experiência de viver que caracteriza a experiência de outros animais, das

árvores e da experiência humana, nós, homens e mulheres, fomos os únicos capazes

de inventar a existência.

A invenção da existência deu-nos a possibilidade de estarmos não apenas no mundo,

mas com o mundo. Eu posso mudar o mundo e é fazendo isso que eu me refaço. É

mudando o mundo que eu me transformo também. Homens e mulheres inventam a

história que eles e elas criam e fazem. Nós temos de colocar a existência

decentemente frente à vida, de tal maneira que a existência não mate a vida e que a

vida não pretenda acabar com a existência, para se defender dos riscos que a

existência lhe impõe. Isso, para mim, faz parte dessa briga pelo verde. Lutar pelo

verde, tendo certeza de que sem o homem e a mulher, o verde não tem cor.

(Adapatado de:

<http://www.semasa.sp.gov.br/admin/biblioteca/docs/pdf/LIVRO_GEST_ED_AMB_V1.

pdf> acessado em: fev. 2007)

Page 33: Orientações pedagógicas

33

Caro aluno, nesta seção, você conhecerá o Modernismo. Mas antes é preciso

relembrar o que é Literatura. Assim como a pintura, a música, o cinema; a Literatura é

uma arte, mas sua matéria-prima é a palavra.

Aquele que se dedica ao fazer literário observa a realidade e a transforma

através da palavra. A função da Literatura é despertar a sensibilidade do ser humano,

mas também provocar reflexões, uma vez que pode ser engajada, isto é,

comprometida com questões sociais e políticas.

A escola literária denominada Modernismo teve início em 1922 com a Semana

de Arte Moderna realizada no Teatro Municipal de São Paulo. Nesse evento, muitos

artistas apresentaram obras elaboradas em uma nova linguagem, ligada às correntes

européias como: Cubismo, Surrealismo, Impressionismo etc. A proposta dos artistas

era romper com o tradicionalismo, com um fazer literário que não considerava os

elementos do Brasil.

O Modernismo no Brasil é dividido em três fases:

Atenção para o fato de que essas datas são apenas referências, porque há

autores que produziram durante as três fases. O importante é você saber reconhecer

os ideais de cada fase.

Aula 05: O Modernismo

1ª Fase (ou 1ª geração): de 1922 a 1930

2ª Fase (ou 2ª geração): de 1930 a 1945

3ª Fase (ou 3ª geração/ Pós-Modernismo): de 1945 até a atualidade.

Page 34: Orientações pedagógicas

34

A primeira fase (ou 1ª geração) é chamada de heroica, pois demonstra em suas

produções o rompimento com as velhas tradições. Nos textos dessa fase, é comum

encontrarmos: linguagem coloquial, ausência de pontuação, expressão de atitude

combativa diante de valores considerados falsos, valorização de fatos e coisas do

cotidiano, aproximação entre prosa e poesia. Os principais representantes são Mario

de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira.

Veja um poema de Oswaldo de Andrade. Ele apresenta um dos mais importantes traços

modernistas dessa primeira fase: a valorização da linguagem coloquial.

Pronominais

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias

Deixa disso camarada

Me dá um cigarro

Saiba mais em:

www.portalimpacto.com.br/09/material2010/medio_e_vest/docs/vest/lit/f2/aula15_

modernismo_II-modernismo_no_brasil.pdf

A Segunda Fase (ou 2ª geração) se caracteriza pela consolidação das ideias propostas

pelos artistas que compuseram a primeira geração (ou primeira fase). Além disso, voltou-

se para as questões sociais. Na poesia, houve uma tendência para a abordagem de temas

existenciais.

Assim, na poesia, alguns autores tratavam de questões referentes às dúvidas, às

reflexões e aos estados de alma do ser humano. Era a busca de uma saída para males

sociais e políticos. A temática sociopolítica encontra-se em Carlos Drummond de Andrade

e Murilo Mendes.

Page 35: Orientações pedagógicas

35

Vejamos um poema do autor Murilo Mendes:

Canção do Exílio

Minha terra tem macieiras da Califórnia

onde cantam gaturamos de Veneza.

Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres de ametista,

os sargentos do exército são monistas, cubistas,

os filósofos são polacos vendendo a prestações.

A gente não pode dormir

com os oradores e os pernilongos.

Os sururus em família têm por testemunha a

Gioconda.

Eu morro sufocado

em terra estrangeira.

Nossas flores são mais bonitas

nossas frutas mais gostosas

mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de

verdade

e ouvir um sabiá com certidão de idade!

Na prosa, a temática abordada foi o regionalismo do nordeste, em que se

apresentava a realidade difícil do homem nordestino (seca, fome, miséria, exploração,

êxodo) e o romance psicológico, que tratavam das questões do homem urbano,

principalmente do eixo Rio-São Paulo. São autores de prosa desta fase: Graciliano

Ramos, José Lins do Rego, Raquel de Queiroz, Jorge Amado, Érico Veríssimo.

A terceira fase (ou terceira geração) também é chamada de Geração de 45.

Buscou trabalhar uma poesia com linguagem precisa, equilibrada. Na prosa (romances e

contos), é possível destacar Clarice Lispector, que abordava fatos do cotidiano e o

comportamento de personagens de forma intimista; e Guimarães Rosa que, ao tratar do

regionalismo, inova na recriação dos costumes e da fala sertaneja.

Page 36: Orientações pedagógicas

36

Veja um exemplo de poema característico desta fase. O autor João Cabral de Melo

Neto apresenta em “O Engenheiro” uma linguagem racional, seca e objetiva:

O Engenheiro

“A luz, o sol, o ar livre

Envolvem o sonho do engenheiro

Superfícies, tênis, um copo de água.

O lápis, o esquadro, o papel;

O desenho, o projeto, o número:

O engenheiro pensa o mundo justo,

Mundo que nenhum véu encobre.

Saiba mais em:

www.portalimpacto.com.br/09/material2010/medio_e_vest/docs/vest/lit/f2/aula15_mod

ernismo_II-modernismo_no_brasil.pdf

Agora que já conhecemos o Modernismo, podemos abordar outros

pontos que se enquadram nos textos desta escola literária.

Para se lembrar do Modernismo, pense sempre nas palavras

RUPTURA e INOVAÇÃO!

Page 37: Orientações pedagógicas

37

AULA 5: O MODERNISMO

Textos referentes às questões 1, 2,3 e 4.

Texto 1

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma

pedra

tinha uma pedra no meio do

caminho

no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma

pedra.

Nunca me esquecerei desse

acontecimento

na vida de minhas retinas tão

fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio

do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do

caminho

no meio do caminho tinha uma

pedra.

Texto 2

No meio do caminho

Tinha uma pedra

E uma ponta de cigarro

E uma lata

E um saco plástico

E até cacos de vidro.

Atividade 5

Page 38: Orientações pedagógicas

38

Carlos Drummond de Andrade

In Alguma Poesia

Ed. Pindorama, 1930.

1. O texto 1 é um dos poemas mais representativos de Drummond. Nesse texto, a

pedra é algo material? O que pode simbolizar a pedra?

Resposta: A pedra não é algo material. Ela pode simbolizar um problema ou

dificuldade.

Comentário: Caro tutor/ professor, discuta com os alunos o simbolismo da palavra

pedra. Exemplifique com frases feitas como “pedra no sapato”.

2. De acordo com suas reflexões e com a resposta dada à questão anterior, que

sensações esta “pedra” pode causar?

Resposta: Como pode simbolizar um problema ou dificuldade, as sensações podem

ser incômodo, dor, tristeza.

Comentário: Tutor é importante que o aluno reflita. Outras respostas podem surgir.

Basta que verifique se são coerentes com a interpretação do poema.

3. O texto 2 foi uma propaganda veiculada para a divulgação de um projeto de

educação ambiental, patrocinado pela empresa de turismo Soletur e orientado

Page 39: Orientações pedagógicas

39

pelo IBAMA. Pode-se dizer que o sentido atribuído ao texto de Drummond e ao texto

da publicidade é o mesmo? Explique.

Resposta: No texto 2, o sentido da palavra pedra é denotativo, isto é, literal. Nesse

texto, a referência é à pedra material.

Comentário: É necessário que aluno exercite a reflexão para resolver a questão

proposta.

4. A inferência é uma operação mental pela qual deduzimos, concluímos as coisas. No

verso “na vida de minhas retinas tão fatigadas”, da segunda estrofe, o significado da

palavra em destaque é:

a)cansadas

b) abismadas

c) assustadas

d) alienadas

Resposta: letra A, fatigadas = cansadas

Page 40: Orientações pedagógicas

40

Intertextualidade é a relação entre dois textos em que um faz

referência ao outro. Assim, qualquer texto que se refere a assuntos

abordados em outros textos é exemplo de intertextualidade.

A intertextualidade tem funções diferentes, que dependem dos textos/contextos em

que ela é inserida e pode ocorrer em textos escritos, músicas, pinturas, filmes, novelas

etc.

Quando um texto está em intertextualidade com outro, é como se os mesmos

estivessem conversando. Nessa conversa, podem ser ditas as mesmas coisas com

outras palavras (paráfrase) ou podem ser ditas coisas diferentes que terão outro

sentido (paródia), se comparadas ao texto original, que serviu de base para a

construção do novo texto.

A intertextualidade pode ocorrer

sob as formas de:

Paráfrase – reescritura de um texto, sem

alteração do conteúdo. Exemplos de paráfrase

são os resumos.

Paródia - recriação de um texto com a

intenção de desconstruir seu sentido original.

Aula 06: Intertextualidade e Pontuação

Você já ouviu falar em intertextualidade?

Page 41: Orientações pedagógicas

41

Agora vamos falar um pouco sobre pontuação?!

Quando falamos em pontuação, pensamos nas inúmeras regras gramaticais, mas

esquecemos que os sinais de pontuação auxiliam na construção do sentido de um

texto ou de uma frase.

A pontuação expressa nossas emoções, nossos pensamentos, mostra, muitas vezes,

como é o fluxo do nosso pensamento e como este é organizado na escrita. Observe a

diferença provocada pela presença e pela ausência da pontuação:

Não, vamos à festa. / Não vamos à festa.

Na primeira frase, a presença da vírgula confere um sentido afirmativo à frase, isto

é, todos vão à festa. Mas, na segunda, a ausência da vírgula confere tom negativo à

oração, ou seja, ninguém vai à festa.

Devemos ter consciência das regras básicas que nos orientam em relação ao uso da

pontuação, mas é preciso percebermos, também, os múltiplos sentidos que a

pontuação pode atribuir a um texto.

Para saber mais, acesse:

http://www.brasilescola.com/redacao/pontuacao.htm

Page 42: Orientações pedagógicas

42

AULA 6: Intertextualidade e pontuação

1. Leia os textos abaixo e responda as questões:

Texto 1

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer eu encontro lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar –sozinho, à noite–

Mais prazer eu encontro lá;

Minha terra tem palmeiras,

Texto 2

Canto de regresso à pátria

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas

E quase que mais amores

Minha terra tem mais ouro

Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas

Eu quero tudo de lá

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte pra São Paulo

Sem que veja a Rua 15

E o progresso de São Paulo

Atividade 6

Page 43: Orientações pedagógicas

43

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu'inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

(Gonçalves Dias-1847) (escrito por

Gonçalves Dias enquanto cursava Direito

em Portugal)

(Oswald de Andrade)

(in Poesias Reunidas. Rio de Janeiro,

Civilização Brasileira, 1971)

a. Como vimos, a intertextualidade é a relação de um texto com outros. É um recurso

que pode ser encontrado em muitos textos do Modernismo. O texto 2 está em

intertextualidade com o texto 1. Que elemento (s) confirma (m) isso?

Resposta: Um dos elementos que confirma o diálogo do texto 2 com o texto 1 é a

estrutura do primeiro verso.

Comentário: É importante que o aluno perceba os elementos estruturais que fazem

remissão ao texto fonte.

b. Pelo que você leu a respeito de intertextualidade, trata-se de uma paráfrase ou de

uma paródia? Explique.

Page 44: Orientações pedagógicas

44

Resposta: Trata-se de uma paródia, pois o segundo texto não possui o mesmo

sentido que o primeiro texto. Há uma desconstrução do sentido original.

Comentário: É muito importante ressaltar para o aluno que paródia não é sinônimo de

comicidade, de graça. A paródia se caracteriza, antes de tudo, pela desconstrução do

sentido do texto original.

d. A oração “Não permita Deus” do último parágrafo do texto 2, tem o tom de:

a) pedido

b) ordem

c) conselho

d) súplica

Resposta: A alternativa correta é a letra (d)

e. No verso “Não cantam como os de lá”, da primeira estrofe, a palavra destacada

substitui que palavra mencionada anteriormente?

Resposta: A palavra destacada substitui passarinhos.

Comentário: O aluno deve perceber os referentes do texto bem como o termos que os

substituem ou fazem remissão.

Leia o texto abaixo para responder as questões que seguem 2, 3 e 4.

NEGRA

A negra para tudo

a negra para todos

a negra para capinar plantar

regar

colher carregar empilhar no paiol

ensacar

Page 45: Orientações pedagógicas

45

lavar passar remendar costurar cozinhar

rachar lenha

limpar a bunda dos nhozinhos

trepar.

A negra para tudo

nada que não seja tudo tudo tudo

até o minuto de

(único trabalho para seu proveito exclusivo)

morrer.

Carlos Drummond de Andrade In Menino Antigo (Boitempo II) José Olympio, 1973

2. No verso, “(...) a negra para capinar plantar/regar”, ocorre uma enumeração de

ações. Para que isso fique claramente marcado, que sinal de pontuação deveria ser

utilizado? Reescreva os versos com a devida alteração.

Resposta:. O sinal de pontuação a ser incluído seria a vírgula. Reescrevendo o

mesmo, a alteração seria:

a negra para capinar, plantar,

regar

Comentário: Esta questão requer que o aluno leia o material com a explicação acerca

de pontuação e também que acione seus conhecimentos acerca do assunto.

3. Em um texto, todos os elementos contribuem para o sentido. Assim, é possível

afirmar que o efeito de sentido gerado pela relação entre o sinal de pontuação e a

palavra do último verso é de:

a)precariedade

b) brevidade

Page 46: Orientações pedagógicas

46

c) finitude

d) amplitude

Resposta: O sinal de pontuação presente no último verso atrelado ao verbo morrer

confere ao enunciado a noção de finitude.Portanto, a opção correta é a (c).

Comentário: Para resolver esta questão o aluno precisa acionar seus conhecimentos

prévios e atentar para a relação existente entre o ponto final e o verbo morrer.

4. . Nos versos da primeira estrofe “A negra para tudo / a negra para todos (...)”, o

uso do ponto de interrogação conferiria a noção de:

a) dúvida

b) indignação

c) preocupação

d) oposição

Resposta: A alternativa correta é a letra (b).

Comentário: O aluno precisa acrescentar o sinal de pontuação para ler os versos e

perceber a ideia que essa inserção provocou.

1. Responda as questões a seguir

a. Vírgula e Religião: observe o versículo 43 do capítulo 23 do Evangelho de São

Lucas, que será transcrito sem pontuação:

“Em verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso.”

Qual será o sentido do versículo se a vírgula for acrescentada antes da palavra hoje?

Resposta: Se a vírgula for acrescentada antes da palavra hoje, a oração indicará que

o indivíduo estará no paraíso no mesmo dia.

b .Moradores de Itaboraí há dois dias sem luz

Page 47: Orientações pedagógicas

47

Apesar de inúmeras reclamações, dezenas de moradores como eu, em Itaboraí estão

sem luz há dois dias. Amargamos prejuízos com alimentos e sofremos com o calor

inferna. Até onde vai a incompetência da Ampla? (Roberto P. Ferreira. Carta ao Jornal

O Dia em 08/03/2013)

O ponto de interrogação no final da carta indica:

a) revolta b) dúvida c) preocupação d) questionamento

Resposta: O ponto de interrogação no final da carta indica revolta. A opção correta é

a letra (a).

Page 48: Orientações pedagógicas

48

Agora que vimos os conteúdos e exercitamos os mesmos. Você deverá realizar

uma avaliação para verificar o quanto você aprendeu.

Caro professor, sugerimos algumas questões de três diferentes fontes para avaliação

das turmas que estão utilizando este material:

1. Leia o texto abaixo e responda:

Pela Rua Ferreira Gullar

Sem qualquer esperança

Detenho-me diante de uma vitrina de bolsas

Na avenida nossa senhora de Copacabana, domingo,

Enquanto o crepúsculo se desata sobre o bairro.

Sem qualquer esperança

Te espero.

Na multidão que vai e vem

Entra e sai dos bares e cinemas

Surge teu rosto e some

Num vislumbre

E o coração dispara.

Te vejo no restaurante

Na fila do cinema, de azul

Diriges um automóvel, a pé

Cruzas a rua

Miragem

Que finalmente se desintegra com a tarde acima dos edifícios

E se esvai nas nuvens.

Avaliação

Page 49: Orientações pedagógicas

49

A cidade é grande

Tem quatro milhões de habitantes e tu és uma só.

Em algum lugar estás a esta hora, parada ou andando,

Talvez na rua ao lado, talvez na praia

Talvez converses num bar distante

Ou no terraço desse edifício em frente,

Talvez estejas vindo ao meu encontro, sem o saberes,

Misturada às pessoas que vejo ao longo da avenida.

Mas que esperança! tenho

Uma chance em quatro milhões.

Ah, se ao menos fosses mil

Disseminada pela cidade.

A noite se ergue comercial

Nas constelações da avenida.

Sem qualquer esperança

Continuo

E meu coração vai repetindo teu nome

Abafado pelo barulho dos motores

Solto ao fumo da gasolina queimada.

Nesse texto, a forma verbal “diriges” (v.15) concorda com:

a) Multidão

b) Eu

c) Habitantes

d) Tu

e) Pessoas

Resposta: tu, letra d.

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50

2. Leia o texto abaixo:

Anjo de duas faces

Anjo de duas faces

O sol e as trevas eis

E vós, indecisão,

Serpente que me venceis

Sorriso de mulher

Em pose de invectiva

O choro de criança

Não morta, semiviva.

Bigênito demônio

Salivando punhal

Deuses escarnecendo

Sois o bem? Sois o mal?

Anjo de duas faces

Duplo lago reflete

- o olhar de uma condena

- o olhar de outra promete.

Afonso Ávila

No último verso da primeira estrofe, o verbo “venceis” se flexiona para concordar com

a) “Anjos de suas faces”. (v.1)

b) “Indecisão”. (v.3)

c) “Indecisão, serpente”. (vs.3-4)

d) “o sol e as trevas”. (v.2)

e) “vós”. (v.3)

Resposta: A resposta é vós, o sujeito do verbo venceis. Portanto, letra E.

3. (item exemplo – SAEB)

A Ciência é Masculina?

Attico Chassot Editora Unisinos,

O autor procura mostrar que a ciência não é feminina. Um dos maiores

exemplos que se pode dar dessa situação é o prêmio Nobel, em que apenas 11

mulheres de ciências foram laureadas em 202 anos de premiação. O livro apresenta

duas hipóteses, uma histórica e outra biológica, para a possível superação do

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machismo em frase como a de Hipócrates (460-400 a.C.) considerado o pai da

medicina, que escreveu: “A língua é a última coisa que morre em uma mulher”.

Revista GALILEU, Fevereiro de 2004

A expressão “dessa situação” (l. 2) refere-se ao fato de

(A) a ciência não ser feminina.

(B) a premiação possuir 202 anos.

(C) a língua ser a última coisa que morre em uma mulher.

(D) o pai da medicina ser Hipócrates.

(E) o Prêmio Nobel foi concedido a 11 mulheres.

Resposta: A expressão “dessa situação” refere-se ao fato de a ciência não ser

feminina. Logo, a resposta é a letra A.

4. SAEB

As enchentes de minha infância

Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda,

mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão

fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois

foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para

o rio. Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles

ver até onde chegara a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a

altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal,

entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio

cresceu tanto que a família defronte teve medo. Então vinham todos dormir

em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas nas

salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam

todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da

noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo se tomava café tarde da

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noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me

lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos

a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da

cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo - aquilo era uma

traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia

que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas nas

cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer,

queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.

BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor,

1962. p. 157.

Que função desempenha a expressão destacada no texto “... o volume do rio

cresceu TANTO QUE a família defronte teve medo.” (2º parágrafo)

(A) adição de idéias.

(B) comparação entre dois fatos.

(C) conseqüência de um fato.

(D) finalidade de um fato enunciado.

Resposta: a expressão coesiva “tanto que”, no trecho, dá a ideia de uma

consequência a ser apresentada na continuação do texto. Assim sendo, a resposta é

a letra C.

5.

E-mail com hora programada

Redação INFO. 28 de agosto de 2007

Agende o envio de e-mails no Thunderbird com a extensão SendLater

Nem sempre é interessante mandar um e-mail na hora. Há situações em

que agendar o envio de uma mensagem é útil, como em datas comemorativas

ou quando o e-mail serve para lembrar o destinatário de algum evento futuro.

O Thunderbird, o ótimo cliente de e-mail do grupo Mozilla, conta com uma

Page 53: Orientações pedagógicas

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extensão para esse fim. Trata-se do SendLater. Depois de instalado, ele cria um

item no menu de criação de mensagens que permite marcar o dia e a hora

exatos para o envio do e-mail. Só há um ponto negativo: para garantir que a

mensagem seja enviada na hora, o Thunderbird deverá estar em execução.

Senão, ele mandará o e-mail somente na próxima vez que for rodado.

Considerando-se a função do SendLater, o objetivo do autor do texto E-mail com hora

programada é:

A- Eliminar os entraves no envio de mensagens via e-mail.

B- Viabilizar a aquisição de conhecimento especializado pelo usuário.

C- Permitir a seleção dos destinatários dos textos enviados.

D- Controlar a quantidade de informações constantes do corpo do texto.

E- Divulgar um produto ampliador da funcionalidade de um recurso comunicativo.

Resposta: Letra E. O objetivo do autor do texto é divulgar um produto que amplia a

funcionalidade de um recurso comunicativo. Para isso, ele identifica e descreve os

recursos que tornam a vida do usuário mais prática, funcional.

Texto referente às questões 6 e 7

Pronominais

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias

Deixa disso camarada

Me dá um cigarro.

Oswald de Andrade. Pau Brasil.2.ed.São Paulo: Globo, 2005,p.167

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6. Uma das intenções do grupo modernista era transgredir, romper com o

tradicionalismo. Isso também ocorreu no uso da língua. Os autores dessa escola literária,

principalmente na primeira fase, inseriam nos textos os modos de falar do povo. Retire do

poema acima uma palavra ou expressão que confirme isso.

Resposta: Duas respostas possíveis são camarada e me dá um cigarro.

Comentário: Caro tutor, o aluno precisa reconhecer, no texto, os elementos da

coloquialidade.

7. (...) Diz a gramática do professor e do aluno (...) (1ª estrofe)

A partir do fragmento acima é possível compreendermos que a gramática, em relação

ao uso da língua é:

a) liberal b) impositiva c) dialógica d) reflexiva

Resposta: A opção correta é ( b )

Comentário: Caro tutor, nesta questão, discente precisa observar a composição do

texto para responder.

Texto referente às questões 8, 9 e 10.

A mãe do primeiro filho

Carmem fica matutando

no seu corpo já passado.

— Até à volta, meu seio

De mil novecentos e doze.

Adeus, minha perna linda

De mil novecentos e quinze.

Quando eu estava no colégio

Meu corpo era bem diferente.

Quando acabei o namoro

Meu corpo era bem diferente.

Quando um dia me casei

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Meu corpo era bem diferente.

Nunca mais eu hei de ver

Meus quadris do ano passado...

A tarde já madurou

E Carmem fica pensando.

http://www.caravanapoetica.com.br/varal_de_poesias/MuriloMendes.pdf

8. É possível dizermos que no poema, o tom do eu-lírico é de:

a) alívio b) lamentação c) temor d) conformismo

Resposta: A opção correta é (b)

Comentário: Mais uma vez, o aluno tem que atentar para o sentido global do poema e

para o contexto.

9. A palavra destacada no verso “A mãe do primeiro filho” verso pode ser substituída,

sem prejuízo de sentido por:

a) refletindo b) observando c) pensando d) imaginando

Resposta: A opção correta é ( c )

Comentário: Esta questão requer que o discente acione seus conhecimentos de mundo

e deduza o significado do vocábulo. É uma questão de inferência.

10. Retire do texto uma palavra própria do falar dos indivíduos que vivem no interior.

Resposta: Uma palavra que faz referência a um falar interiorano é madurou. É

possível que alguns alunos escolham madurou.

Comentário: Para resolver a questão, o aluno acionará seu conhecimento de mundo e

seu conhecimento acerca da segunda geração modernista.

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Caro aluno,

Neste caderno, você estudou sobre as três fases do Modernismo Brasileiro. Sua

tarefa será elaborar um trabalho ilustrado com três capítulos (um para cada fase).

Pode ser, por exemplo, um cartaz dividido em três partes, um para cada fase. Cada

trará ilustrações de obras de artes plásticas de diversos artistas de cada fase e uma

obra literária (poesia, parte de um conto ou romance).

Seu trabalho deverá ter uma página de introdução com o resumo sobre o

Romantismo e suas fases, explicitando o contexto histórico, as características

principais do movimento em cada fase e os principais autores.

Neste texto, você terá a oportunidade de colocar em prática o aprendizado em

relação às aulas de concordância, construção de parágrafos e pontuação.

Bom trabalho!

Lembre-se que sua pesquisa:

• os fichamentos podem ser manuscritos ou digitados e a primeira folha deve conter

capa com nome da escola, disciplina, professor, seu nome e turma;

• deve conter as referências, ou seja, as fontes às quais você extraiu as informações,

como, no exemplo: KOCH, I. G. V. Introdução à linguística textual. São Paulo: Martins

Fontes, 2004.

• precisa ser escrita em linguagem formal, por isso fique atento e não use gírias e

linguagem da internet.

graciliano.com.br/site/

www.enemvirtual.com.br/modernismo-no-brasil-segunda-fase-prosa/

ims.uol.com.br

Pesquisa

SUGESTÕES

Page 57: Orientações pedagógicas

57

[1] ABAURRE, M.L.M.; ABAURRE, M.B.M.; PONTARA, M. Gramática, Texto: Análise e

Construção de Sentido. 2ª edição. São Paulo: Moderna, 2012.

[2] BOECHAT, Ivone, Violência. Artigo.

http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/violencia-1/. Acesso em:

22/07/2013.

[3] BORBA, F.S. (org), Dicionário UNESP do Português Contemporâneo. 1ª edição.

Curitiba: Piá, 2011.

[4] CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. 5ª ed. Belo Horizonte: Edusp,

1975.

[5] CARNEIRO, A.D.Redação em Construção. 1ª edição. São Paulo: Moderna, 1998.

[6] CEREJA, William Roberto. Ensino de Literatura: uma proposta dialógica para o

trabalho com literatura. São Paulo: Atual, 2005

[7] DIAS, E., Sobre Concordância Verbal. Aula. Disponível em:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=15495s/d

[8]INEP/SAEB,BancodeQuestões. disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/prova-

brasil-e-saeb/downloads, acesso em: 22/07/2013.

[9] LARÊDO, Salomão. O Leitor que faz a diferença. Artigo. Disponível em:

http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/o-leitor-que-faz-a-

diferenca/. Acesso em: 22/07/13.

[10] OFICINA DO ESTUDANTE. Provas e Gabaritos do ENEM. Brasil Escola-Vestibular,

disponível em: http://vestibular.brasilescola.com/enem/provas-gabaritos-enem.htm,

acesso em: 22/07/2013.

Referências

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58

[11] PAIVA, Meirevaldo. O mundo das Apostilas. Artigo. disponível em

http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/o-mundo-das-apostilas,

acesso em: 22/07/2013.

[12] PESSOA, I.,F. Concordância Verbal (Casos Especiais). Aula. Disponível em:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10395

[13]Concordância Nominal. Aula. Disponível em:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html? aula=10509

[14] RIO DE JANEIRO. Currículo Mínimo. Secretaria de Estado de Educação do Rio de

Janeiro. 2013. Rio de Janeiro.

[15]SAERJ/SAERJINHO,BancodeQuestõesdisponívelem:

http://www.saerjinho.caedufjf.net/diagnostica/, acesso em: 22/07/2013.

[16] SANCEVERINO, Vanessa. Ensino – Aprendizagem: Os Múltiplos Desafios. Artigo.

Disponível em http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/ensino-

2013-aprendizagem-os-multiplos-desafios, acesso em: 22/07/2013.

[17] TODOROV, Tzvetan. A Literatura em perigo. Tradução: Caio Meira. Rio de Janeiro:

DIFEL, 2009.

[18] VAREJÃO, F. (org), Redação I. CLAC/Faculdade de Letras Vernáculas setor Língua

Portuguesa/UFRJ. Rio de Janeiro.

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COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulação Curricular

Adriana Tavares Maurício Lessa

Coordenação de Áreas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda

Raquel Costa da Silva Nascimento Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

Ivete Silva de Oliveira Marília Silva

PROFESSORES ELABORADORES

Andréia Alves Monteiro de Castro Aline Barcellos Lopes Plácido

Flávia dos Santos Silva

Gisele Heffner

Lívia Cristina Pereira de Souza

Leandro Nascimento Cristino

Tatiana Jardim Gonçalves

Equipe de Elaboração