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- 1 - UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Os Benefícios da Ginástica Laboral na Melhoria da Qualidade de Vida nas Empresas Por: JULIANA PASTOR NICOLAU Orientador: Prof. Marcelo Saldanha RIO DE JANEIRO 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Os Benefícios da Ginástica Laboral na Melhoria da Qualidade de Vida nas Empresas

Por: JULIANA PASTOR NICOLAU

Orientador: Prof. Marcelo Saldanha

RIO DE JANEIRO

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Os Benefícios da Ginástica Laboral na Melhoria da Qualidade de Vida nas Empresas

Apresentação de Monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Juliana Pastor Nicolau.

- 3 -

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por sempre iluminar meus caminhos e por me dar uma

família maravilhosa que sem eles não sou ninguém.

Aos meus Pais Lamyr e Angela, agradeço a vocês que estão do ao meu lado

em todos os momentos da minha vida, nas horas que chorei e nas horas que

sorri nas horas que me lamentei e nas horas e que de uma forma ou de outra

demonstrei total alegria... Por estar perto de você. Agradecer pelo sorriso

diário! Por tudo que vocês proporcionam até hoje na minha vida! Agradeço

pelos meus dias de mau humor, que vocês me acalmam no colo de vocês. Pais

iguais a vocês não existe nessa vida! Deus quando fez vocês pegou a forma e

jogou fora pra não ter nenhum clone! Pois vocês são meus e de mais ninguém!

São os pais que toda filha quer ter! Meu melhor presente! Vocês são únicos!

Meus melhores Amigos! Que me acolhem sempre! Que me mimam muito e

sempre fazendo minhas vontades e me apoiando sempre nas decisões que eu

tomo. Obrigada pela vida! Obrigada por tudo! Amo vocês mais do que tudo!

Meu Maravilho Irmão Pedro que eu amo muito!

A minha querida cunhada pelo seu carinho, amizade e por ser mais que uma

cunhada uma irmã especial que mora dentro do meu coração que eu adoro de

mais!

Ao meu amor Alexandre, minha única certeza é que eu te amo demais e nada

nem ninguém podem mudar isso, pois o que eu sinto por você é maior que

qualquer coisa, é eterno... eu te amo, e não há palavras, expressões, gestos,

para expressar o tamanho e a imensidão do valor que você tem pra mim.

somente há meu sentimento. Obrigada, por existir na minha vida!!! Obrigada,

por me fazer feliz sempre! Te Amo muito!

A todos da minha família.

- 4 -

Aos meus colegas da Pós que ficou compartilhando comigo um ano de muita

farra, zoeira e risos trocados dentro e fora da sala de aula.

Ao meu Querido Mestre Orientador Marcelo Saldanha, por ser um Grande

Orientador de Monografia e dividir seus conhecimentos com agente e dando

muito estimulo sempre na montagem da monografia!!! Obrigada por todo

carinho, atenção e paciência comigo.

- 5 -

DEDICATÓRIA

É com muito honra que dedico essa Monografia de Pós Graduação, a quatro

pessoas que são importantíssima na minha vida que eu amo mais que tudo,

que sem eles não sou ninguém!

Aos meus Amados Pais Lamyr e Angela, que me deram a vida e me ensinaram

a vivê-la com dignidade, não bastaria um obrigado. A vocês, que iluminaram os

caminhos obscuros com afeto e dedicação para que os trilhássemos sem medo

e cheios de esperanças. A vocês dois, que se doaram por inteiros e

renunciaram aos seus sonhos, para que, muitas vezes, pudéssemos realizar os

meus. Pela longa espera e compreensão durante nossas longas viagens, não

bastaria um muitíssimo obrigado. Quanto aos meus pais, não tenho palavras

para agradecer tudo isso. Amo muito vocês! Vocês são os meus maiores

tesouros que a vida me deu. Sem vocês não sou ninguém. Meus Pais Lamyr e

Angela, amor incondicional devo mais uma vitória a vocês!

Pedro, você é muito mais que um irmão! É um grande amigo especial! Uma

jóia preciosa que jamais encontrarei em outro lugar! Sempre terei você em meu

coração! Mano, você é simplesmente alguém que me ensinou a ver a vida com

outros olhos, enche sempre de alegria meus dias, oferece sempre seu ombro

de irmão amigo, sem pedir nada em troca, simplesmente quer que eu seja

sempre muito feliz! Obrigada por tudo que você faz por mim até hoje!

Agradeço sempre a Deus por ter você, papai e mamãe na minha vida! Sem

vocês não sou ninguém! Não tenho nada que possa recompensar ter um irmão

tão lindo e especial como você! Obrigada por tudo! Te Amo muito!

Ao meu Grande Amorzinho Alexandre, você é diferente! Você é muito especial!

Você acrescenta e muito em minha vida. Me traz força, alegria e inspiração

para minha vida! Adoro a forma que você gosta de mim! Obrigado por tudo que

faz por mim! Te admiro muito e quero ter você sempre ao meu lado!

Simplesmente Te Amo muito!

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LISTA DE QUADROS

QUADROS pg

Quadro 1 – Gasto anual de empresas norte-americanas com

funcionários.. 35

Quadro 2 – Fatores de risco predisponentes a

DORT.................................. 51

Quadro 3 – Qualidade de vida no

trabalho.................................................... 59

- 7 -

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................. 9

Problema............................................................................................................ 11

Justificativa....................................................................................................... 11

Objetivo Geral.................................................................................................. 12

Objetivo Específico.......................................................................................... 12

Hipótese........................................................................................................... 12

Delimitação...................................................................................................... 12

Procedimentos Metodológicos........................................................................ 12

CAPÍTULO 1 – Trabalho, Satisfação e Insatisfação....................................... 13

CAPÍTULO 2....................................................................................................... 25

2.1 – História da Ginástica Laboral...................................................... 25

2.2 – O corpo Humano, o Envelhecimento através do trabalho e

implantação do Programa de Ginástica Laboral em Empresas...................

28

2.3 – Projeto de Ginástica Laboral Implantado em Empresas........... 31

2.4 - Ginástica Laboral........................................................................... 39

2.4.1 – Os Tipos de Ginástica Laboral......................................... 41

2.5 – Ergonomia, Ler – Dort e Doenças Ocupacionais....................... 45

CAPÍTULO 3 – Qualidade de Vida no Trabalho X Clima Organizacional..... 54

CAPÍTULO 4 – Definição de Termos............................................................... 63

CAPÍTULO 5 – Considerações Finais............................................................. 74

CAPÍTULO 6 – Materiais e Métodos................................................................ 76

RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 79

CONCLUSÃO................................................................................................... 81

ANEXOS............................................................................................................. 82

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 92

- 8 -

Resumo

Hoje em dia, ainda que a vida seja fisicamente mais fácil, pode-se

observar um esgotamento maior das pessoas. Essa inatividade física vem

contribuir para o desgaste do indivíduo, sendo que ela passa mais da metade

de sua vida trabalhando. Este fato permite conseqüências como as doenças

ocupacionais e com elas vários aspectos da vida social foram abalados.

Realizamos um estudo visando como que a qualidade de vida no trabalho e o

aumento da produtividade variavam de acordo com a implementação de

ginástica laboral. Para isto, desenvolveu-se uma pesquisa de campo e foi

adicionado ao dia-a-dia dos participantes da pesquisa um programa de

ginástica laboral diário. A pesquisa foi realizada com uma coleta de dados,

através de um questionário semi-estruturado apresentando perguntas abertas,

para verificar a relação direta do programa no rendimento do trabalho. Na

análise concluímos que 90% dos funcionários apresentavam vida sedentária e

que 80% dos funcionários relataram que as tarefas desempenhadas eram,

porém eram acompanhadas de desgaste físico e emocional. No desempenho

das atividades, 80% dos entrevistados apresentavam sobrecarga da coluna

cervical. Ao final do programa de cinesioterapia, 90% dos entrevistados

relataram uma melhora global, 80% relataram que houve diminuição do

estresse e 100% relataram-se mais dispostos a trabalhar. Assim, pode-se

concluir que a realização do programa proposto pelo estudo resultou em uma

melhora significativamente importante na diminuição das dores musculares,

postura, produtividade e alívio de tensões e estresse.

Palavras Chaves: Ginástica Laboral, Ler, Dort, Doenças Ocupacionais,

Qualidade de Vida no Trabalho.

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INTRODUÇÃO

Sabemos que hoje em dia, um dos principais temas abordados e de

grande importância para o bem estar da sociedade em geral chama-se

Qualidade de Vida e é notória a sua estreita relação com a educação física.

A Qualidade de Vida define atividades físicas como um conjunto de

ações que um indivíduo ou grupo de pessoas praticam envolvendo gastos de

energias e alterações do organismo, por meio de exercícios que envolvam

movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, além de

atividade mental e social, de modo que terá como resultados os benefícios à

saúde.

Não há dúvidas de que a atividade física e o esporte são partes

integrantes de qualquer planejamento político que tenha como objetivo uma

sociedade mais saudável, física e mentalmente, e que os benefícios resultantes

de sua prática independente de idade, sexo, cor ou religião.

O Projeto de Ginástica Laboral implantado nas empresas tem como

objetivo proporcionar em melhorar a qualidade de vida aos seus funcionários

dentro das organizações que atuam.

PATRICIO (1999) ressalta que a qualidade de vida, enquanto produto e

processo, diz respeito aos atributos e às propriedades que qualificam a vida e

ao sentido que tem para cada ser humano.

A Ginástica Laboral é uma atividade física desenvolvida por profissionais

graduados em Educação Física registrados no CREF (Conselho Regional de

Educação Física), reconhecido pela lei 9696/98.

A qualificação dos profissionais de Educação Física tem uma missão

especial na sociedade dentro do processo de educação, na promoção humana,

na integração social e principalmente, na área da saúde. A educação física

necessita de profissionais egressos das escolas para dinamizar, conduzir e

orientar as atividades direcionadas à saúde para apresentar-se teoricamente e

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mais próxima da aceitação pela comunidade cientifica e interinstitucional

(Borges, 1998).

Recentemente, obtivemos o reconhecimento da Educação Física no

contexto da Saúde Pública, dado pelo Conselho Nacional da Saúde, baseado

na 8ª Conferência Nacional de Saúde e na interdisciplinaridade do SUS,

aceitando os profissionais da Educação Física como integrantes da área da

saúde, tendo direito, portanto, a atuar e disputar recursos nessa área, conforme

resolução 218, de 6/3/97, do Diário Oficial da União de 5/5/97 (BRASIL, 1997).

A Ginástica Laboral são exercícios específicos de alongamento (aonde

previne as prevenções de lesões ocupacionais), de fortalecimento muscular, de

coordenação motora, de relaxamento e dinâmicas de recreação; sendo

realizada no próprio local de trabalho com duração de 10 a 20 minutos nos

diferentes setores ou departamentos da empresa, tendo como objetivos

principais prevenir e diminuir os casos de LER/DORT; diminuir o stress;

prevenir a fadiga muscular; atuar sobre vícios posturais; aumentar a disposição

do funcionário ao iniciar e retornar a sua jornada; diminuir o numero de

acidente de trabalho.

A Ginástica Laboral visa a proporcionar aos funcionários da empresa a

melhorar a sua capacitação no trabalho, contribuir na prevenção, na redução

das Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e dos Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho (DORT), assim ajudando a melhorar a condição de

trabalho, beneficiando a sua saúde melhorando a qualidade de vida de cada

um deles e proporcionando aos funcionários uma qualidade de vida saudável,

prazerosa e tendo essas atividades como um lazer dentro do seu próprio local

de trabalho.

A definição de lazer é dependente das diferentes formas de caracterizá-

los como um conceito holístico, como tempo, como atividade, como símbolo de

status social ou como um estado mental.

BARROS (1999) adotou o conceito de lazer como atividades

desenvolvidas fora e alem das horas de trabalho.

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O estilo de vida é a forma com que cada indivíduo conduz a suas

atividades diárias, as quais refletirão diretamente na sua saúde física e mental.

Assim, o estilo de vida engloba o trabalho, a família, o lazer; enfim, tudo o que

o cerca as pessoas em seu dia a dia.

Entretanto, a Ginástica Laboral ajuda na busca de oferecer atividades

orientadas por profissionais altamente qualificados, gerando assim nas

empresas um estilo de vida mais saudável e menos sedentário.

O projeto de Qualidade de vida nas empresas tem como meta principal a

Saúde de seus funcionários. A saúde do trabalhador pode ser afetada por

hábitos e atitudes adquiridas em sua função profissional.

Sendo assim, podemos citar a inatividade física, sendo considerado hoje

como um grande agente de risco primário e comprometedor do bem-estar.

Uma boa qualidade de vida requer uma dose adequada de atividade física,

uma boa alimentação balanceada e principalmente um bom controle do

estresse emocional e psicológico. Esses fatores tende a interferir na qualidade

de vida.

Problema

O enfoque do que vai ser levantado na justificativa, vai permitir a uma analise e

estudo mais aprofundado dos riscos e benefícios que a atividade física, pode

trazer para os trabalhadores de todo tipo de faixa etária; permitindo assim, ao

profissional de educação física intervir de forma mais eficiente nesse grupo.

Sendo assim perguntamos: Como a Ginástica Laboral pode agir no sentido de

oferecer maior qualidade de vida ao trabalhador?

Justificativa

A Ginástica Laboral é a principal responsável pela redução de despesas por

afastamento médico, por acidentes e lesões de trabalho, condiciona a melhora

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da imagem da instituição perante os funcionários e também da sociedade, além

de aumentar a produtividade e a qualidade do trabalho.

Objetivo Geral

Identificar os riscos e benefícios da prática de ginástica laboral dos funcionários

das empresas.

Objetivo Específico

Avaliar a qualidade de vida dos funcionários que trabalham numa instituição de

órgão privado que executaram atividades físicas de Ginástica Laboral.

Hipótese

Espera-se nesse trabalho, determinar os reais benefícios que os exercícios de

ginástica laboral proporcionam aos funcionários dentro do ambiente de

trabalho.

Delimitação

O trabalho vai focar o universo de uma empresa de engenharia, de médio

porte, situada no Estado do Rio de Janeiro.

Procedimentos Metodológicos

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que tem como base uma pesquisa

exploratória de campo e análise bibliográfica de base teórica e empírica, com

citações diretas de autores e questionários com opiniões de funcionários que

trabalham na empresa.

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CAPÍTULO 1

Trabalho, Satisfação e Insatisfação

No inicio dos tempos o trabalho era uma forma de realização do ser

social voltando-se para a felicidade do individuo e dos que o cerca. O trabalho

social seria uma forma de expressar na forma material idéias que visam

melhorar a vida, é uma condição para a sua existência.

O trabalho é toda atividade produtiva do homem em que ele aplica

energia física e mental na produção de bens econômicos e serviços. É através

do trabalho que os homens asseguram sua existência desenvolvendo várias

atividades. Essas são agrupadas pela ciência econômica em três setores em

que interdependência entre eles: primário, secundário e terciário. Quaisquer

dessas áreas caracterizam-se por atividades especificas, desenvolvem uma

estrutura organizacional para atingir os fins desejados (ABRAHÃO e

FERREIRA, 1994).

As relações de homem e trabalho são indissociáveis. O trabalho humano

além de ser uma atividade produtora de bens materiais, é uma atividade auto

produtiva visto que por meio dela o homem produz a si mesmo. Nesse sentido

a natureza humana é resultado do cambio de sua atividade produtora. Ao

dividir as tarefas o individuo estabelece o conteúdo destas, os graus de

autonomia de sua realização. Conseqüentemente a organização do trabalho é

subjacente a definição de vida de cada pessoa.

Segundo PRETTO (1993), valorizam o trabalho coletivo, como um

trabalho realizado em cooperação, diferindo da noção de coletivo, que era

reconhecida pela organização taylorista do trabalho.

O trabalho deverá ser não somente um meio de sobrevivência, mas

também uma motivação, permitindo tanto a satisfação física como mental, pois

a atividade profissional não é só um modo de ganhar a vida é também uma

forma de inserção social onde os aspectos psíquicos e físicos estão fortemente

implicados (DEJOURS, 1996).

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Trata-se de uma troca de modificações entre o homem e a natureza,

estando o homem trabalhando e modificando a natureza e esse trabalho o

transforma.

Assim, para OYAMA (1995), o trabalho é uma categoria social e um

elemento que transforma, revoluciona, metaboliza, sintetiza e cria o homem, a

natureza e a sociedade, caracterizando-se pela objetivação (existência do

produto final), teleologia (apropriar-se para seus fins e propósitos) e

historicidade (infinitas possibilidades e potencialidades).

Diante do exposto até o presente momento, vimos que o trabalho é um

elemento essencial à sobrevivência humana, atingindo todas as suas esferas e

dimensões materialistas e abstratas.

Neste contexto pode-se dizer que o trabalho social se converte em um

elemento central para o desenvolvimento da sociabilidade humana e do mundo

a sua volta.

Umas das perguntas mais óbvias e de resposta mais complexa diz

respeito aos motivos que as pessoas encontram para trabalhar. Segundo

LOPEZ (1986), aparentemente pode-se pressupor que o fator econômico

responde a esta questão, mas, na verdade, o que se vê em muitos estudos

sobre necessidades e motivação no trabalho é que outros pontos não menos

importantes que os aspectos econômicos também são significativos.

Como por exemplo, LOPEZ (1986) diz que muitos trabalhadores

renunciam em produzir mais para obter maiores níveis de remuneração, o que

demonstra que o dinheiro como motivador universal é uma verdadeira relativa.

Outros aspectos como status, relações humanas e ambientais de trabalho são

elementos de igual ou superior importância na relação ser humano- trabalho.

A motivação se refere às forças internas de uma pessoa, responsáveis

pelo nível, direção e persistência do esforço despendido no trabalho. O nível é

a quantidade de esforço que a pessoa emprega, isto é, quão duro trabalha.

Direção é quando a pessoa opta pelas alternativas existentes e possíveis. Já a

persistência se refere a quanto tempo a pessoa continua numa determinada

ação (SCHERMERHORN et al, 1999).

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Motivar significa segundo VIANNA (1999), inserir entusiasmo, que pode

representar uma alteração no ritmo físico e muito mais na cadeia emocional.

Embora algumas atividades humanas aconteçam sem motivação,

praticamente quase todos os comportamentos conscientes são motivados ou

possuem uma causa.

Esse trabalho para a realização, isto é, o caráter útil do trabalho, foi

sendo deixado de lado, restando o trabalho voltado para o capital, um trabalho

assalariado, virando um trabalho alienado. O trabalho passou a ser mercadoria,

cuja finalidade é a criação de novas mercadorias de mercado.

Com essa capitalização de trabalho tem se a desrealização do ser

social. Não existe aquela união entre pensamento (idéia) e concretização, não

se trabalha para conseguir conceber uma idéia. O trabalho é moeda. É uma

forma de degradação. Com esse trabalho capitalista tomando a sociedade, o

homem estranha a si e aos outros, sendo as relações sociais entre os homens

uma relação entre coisas. Assim, passa a existir o trabalho abstrato

subordinando e reduzindo sua dimensão concreta, de trabalho útil.

Com isso, o advento do capitalismo no mundo fez com que o homem

perdesse o prazer no trabalho. Houve a ruptura entre o trabalho e a realização

que ele proporcionava.

Em seu trabalho de revisão, CASADO (2002) descreve algumas

convicções básicas sobre a natureza do homem. A primeira é que o indivíduo

quer contribuir para e com o seu trabalho; a segunda, que o trabalho não é algo

ruim nem aversivo a si mesmo; a terceira julga que os empregados podem

influir positivamente nas decisões sobre seu trabalho numa direção que

favoreça a qualidade para a organização; e, finalmente, a quarta considera que

o incremento da complexidade da tarefa, assim como o controle de sua

execução pelo próprio trabalhador, que é um fator que aumenta a satisfação do

empregado.

Sendo assim, o trabalho passa a ser mercadoria e não mais uma forma

de suprir as necessidades do dia a dia. Ele foi mecanizado perdendo a sua

ligação de troca com a natureza.

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A boa relação ente ambos acontece quando empresa e indivíduos estão

satisfeitos com o relacionamento que formam e quando as suas satisfações

pessoas e necessidades são atendidas.

A organização se torna um sistema cooperativo racional e, para SIMON

apud CHIAVENATO (2003), os indivíduos estão dispostos a colaborar quando

as atividades que quando recebem incentivos da empresa. Incluem-se como

incentivos os salários, prêmios de produção e benefícios sociais. Em

contrapartida as pessoas contribuem com a organização a qual estão ligadas

com a sua dedicação, pontualidade, assiduidade, esforço pessoal,

comprometimento, responsabilidade, conhecimento e inovação. Cada incentivo

possui um correspondente valor de utilidade (função / utilidade) para ambos. O

equilíbrio organizacional reflete o êxito das organizações em recompensarem

seus integrantes com quantias adequadas de dinheiro, oportunidades ou de

satisfações não materiais não materiais e motivá-los a continuar na

organização. Assim, toda a organização oferece um conjunto de incentivos

para induzir a um retorno equivalente ou maior de contribuições por parte dos

colaboradores (CHIAVENATO, 2003).

Em um contexto de alta competitividade e de maior participação do

capital humano no sucesso das organizações, a valorização desse ativo torna-

se imprescindível em uma nova cultura de bem estar das pessoas, sendo

condição fundamental para garantir a qualidade final dos produtos e serviços.

Pessoas saudáveis representam negócios com melhores lucros e maior retorno

do investimento. (SZTAJN et al, 2004)

Dentre as diversas medidas para proporcionar esse bem estar, o esporte

é a alternativa que, ao mesmo tempo em que contribui para a manutenção da

saúde do individuo, sendo fator de desenvolvimento profissional. Da mesma

forma que é necessário conhecer os limites do seu corpo para fazer bem o

esporte, no dia a dia também é importante conhecer os limites pessoais e da

empresa ( MICHELETTI, 2003).

No decorrer do tempo, a história do trabalho e da educação na

sociedade de classes, trazendo o trabalho como categoria central e

determinante do processo histórico, foi possível a emancipação e

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desenvolvimento das potencialidades humanas e a possibilidade de superação

da alienação do trabalho através da construção de uma nova hegemonia

fundada na conscientização de classes e na luta pela superação das relações

sociais e de produção capitalista.

O trabalho tem sofrido mutações no decorrer da historia na ótica do

capitalismo e essas mudanças têm ocasionado a expressão da disputa do

capital e trabalho pela hegemonia da sociedade. O trabalho como atividade

humana se desvalorizou de acordo com as forças produtivas e a correlação de

forças na sociedade civil, mas não perdeu sua veracidade, mesmo com todas

as transformações a qual a sociedade vem passando nos últimos tempos.

Com isso, a mais valia ocorre quando, o trabalhador desempenha mais

do que recebe, engloba o sistema de produção e reprodução capitalista no

processo de trabalho. O processo de trabalho interligado com o processo de

consumo da força de trabalho pelo capitalista apresenta dois fenômenos

característicos: o controle do capital sobre o trabalho e a racionalização do

processo de produção que gera elementos decisivos na forma dominante de

conceber e administrar a educação da classe trabalhadora.

O capitalismo globalizado desencadeia sua miséria, usando a mais valia,

onde o trabalhador desempenha mais do que recebe, com isso englobando o

sistema de produção e redução capitalista no processo de trabalho. Assim o

trabalhador se aliena tornando-se um objeto de produção capitalista, criando se

assim “o horror econômico”, onde a degradação do trabalho molda o ser

humano, criando uma relação pautada no dinheiro este domina e constrói

qualquer caráter.

Sendo assim, o trabalho alienado faz com que o trabalhador se torne um

objeto de produção capitalista, negando a si mesmo como sujeito, retornando a

sua condição indissociada da natureza, animalizando-se. A alienação gera

sofrimento, descontentação, estafa, estresse, depressão trazendo

conseqüências gravíssimas na vida do trabalhador, assim funciona o trabalho

segundo a “ótica do capital”. Um processo de atividade produtiva que não se

interessa para realização humana enquanto valor coletivo, mas para a

realização da mais valia enquanto valor apropriado de forma privada.

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Os motivos mais comuns são encontrados na recompensa inadequada,

nas más condições de trabalho, em insatisfação, falta de perspectivas ou

problemas pessoais. Razões inevitáveis como aposentadoria, doenças ou

problemas familiares, embora em menor ocorrência, também são observadas

de passagem; é que alguns indivíduos não alimentam sentimentos de

envolvimento em longo prazo com o emprego e a empresa.

Quanto maior a satisfação no trabalho, menores serão as taxas de

rotatividades. Colaboradores mais satisfeitos estarão menos propensos a pedir

demissão, procurar um novo trabalho ou mesmo anunciar a intenção de deixar

a empresa. A rotatividade pode ser elevada quando o colaborador sentir falta

de realização, receber pouco reconhecimento no cargo, vivenciar constantes

conflitos com a chefia ou colegas ou então terem atingido um patamar em suas

carreiras. Com conseqüência tendem a procurar melhores áreas e outro lugar

para trabalhar DAVIS (1992).

LIMA citado por OLIVEIRA (1998) menciona um conceito usual de

organização do trabalho, mas, insuficiente para explicar as formas históricas da

divisão do trabalho e sua organização.

Do ponto de vista técnico- funcional, a organização do trabalho é a forma

pela qual se ordenam e se coordenam as diferentes tarefas necessárias à

realização dos objetivos de uma organização ou empresa. Ela implica em certa

divisão do trabalho, uma coordenação entre suas tarefas, uma organização

temporal das diversas atividades, envolvendo equipamentos (tecnologia),

homens e materiais. (...) a tríade constituída pelos instrumentos de trabalho,

pelo objeto trabalho e pela própria atividade humana (OLIVEIRA, 1998).

O autor prossegue comentando que organização do trabalho é sempre

um meio pelo qual se exerce o controle sobre a atividade de trabalho, dada

uma configuração determinada de seu processo, independente das diversas

formas que assume, no tempo e espaço.

A organização do trabalho evoluiu no tempo e espaço, concebendo

sistemas de produção, mas eficazes do ponto de vista econômico, técnico e

social. Segundo LAVILLE (1977), nesses estágios, o homem é apenas um dos

- 19 -

elementos considerados, e sua atividade está diretamente subordinada à

eficácia do conjunto do sistema.

Dentro desta evolução, o processo organizacional do trabalho pode ser

abordado em três dimensões ou estágios:

1- Técnico, que consiste na analise das ferramentas, métodos e

técnicas, maquinas e equipamentos que estão sendo utilizados;

2- Social que dá ênfase aos indivíduos que trabalham nesta

organização (suas características individuais e sociais, incluindo

atitudes, qualificação, expectativas e crenças); A fusão da dimensão

técnica com a social constitui-se o enfoque socio-técnico;

3- Ambiental que dá ênfase a critérios de ajuste entre organizações,

ambiente e tecnologia, que vem denominar o enfoque contingencial.

No enfoque contingencial, SANTOS e FIALHO (1997) enfatizam a

natureza multivariada das organizações e tenta compreender com as operam

sob condições mutantes em circunstâncias especificas. Uma vez que a teoria

da contingência defende como principio básico que não existe uma melhor

maneira de organizar a estrutura da organização, mas depende da

contingência do momento, das circunstancias, da interface da organização com

o ambiente e com as variações da tecnologia que interferem na estrutura da

organização (SANTOS e FIALHO, 1997).

Na Era Industrial, inicio do século XIX, a noção de tempo para a

sociedade muda drasticamente, passando-se a distinguir fortemente tempo de

trabalho e tempo de lazer, O trabalho tornou-se tedioso, cansativo e repetitivo,

e no lazer eram realizadas atividades produtivas ou como meio de

compensação para a insatisfação com o trabalhador.

Conforme MERINO (2000) o trabalho a partir da segunda metade do

século XIX sofreu muitas transformações passando da produção artesanal à

automação robótica. Dessa forma a relação do homem com seu trabalho

tiveram mudanças profundas.

Na Era Tecnológica, início da década de 50, o computador e a televisão

alteraram a forma de vida das pessoas, bem como as oportunidades de

interação social diminuíram com a criação de meios de interação eletrônica, e

- 20 -

começa então um predomínio de atividade de lazer de natureza intelectual ou

fisicamente passiva (EDGINTON, 1999).

Apesar do progresso tecnológico não eliminou os problemas físicos

resultantes de trabalhos repetitivos, e os trabalhadores do mundo globalizado

exigem cada vez melhores condições de trabalho e vida.

Para SILVA (1998) hoje, a situação de trabalho confronta-se com o

trabalhador que tem suas próprias características, objetivos e meios de

trabalho socialmente e tecnologicamente determinados. Para SANTOS (1997)

isso se constitui em diferentes situações de trabalho traduzida em

desempenhos e efeitos distintos sobre os indivíduos.

Conforme MERINO (2000), busca-se atualmente a equivalência das

diversas melhorias demandadas no mundo do trabalho e estas são apontadas

pela Ergonomia. Do ponto de vista da Ergonomia os trabalhadores são

considerados como seres integrais e em seus trabalhos deve ser visto e tratado

de uma forma mais humana.

Para compreender o processo de trabalho humano deve-se levar em

consideração três componentes centrais: a dimensão física, cognitiva e

psíquica, que para WISNER (1987), cada um deles pode gerar uma sobrecarga

ou sofrimento. Eles se relacionam e a sobrecarga de um dos aspectos é

seguida de uma carga muito elevada nos dois outros campos.

A administração cientifica introduziu uma estrutura de trabalho centrada

principalmente na eficiência e na produtividade, alcançadas pela crescente

divisão das significativamente para o desenvolvimento industrial no século XX,

e, segundo VIEIRA (1990), o seu efeito mais significativo apresenta caráter

negativo.

A ênfase desmesurada e incondicional pró-empregador da organização

racional do trabalho removeu grande parte da iniciativa e autonomia do

trabalho. A acentuada divisão de trabalho levou o empregado a conhecer

apenas uma pequena parte do todo. E, por isso, é natural que ele perca a

identidade e o significado do trabalho, que são fontes de auto-realização. Como

conseqüência, a responsabilidade e o envolvimento com o trabalho também

decrescem. Há uma perda do interesse pelo trabalho e pelo produto acabado,

- 21 -

provocando declínio da qualidade, altos graus de rotação, absenteísmo,

aumento de alienação e conseqüentemente, queda da produtividade.

MASLOW (1943) ressalta que o trabalhador possui outros fatores que

influenciam na sua satisfação alem do trabalho. Estas são realizações

pessoais, reconhecimento no ambiente de trabalho, participação em tomadas

de decisões, posição social, crescimento profissional permanente, promoções,

treinamentos, etc.

A partir disto, dois fatores foram responsáveis por estas mudanças: o

crescente desenvolvimento tecnológico, que possibilitou a utilização de

maquinas e equipamentos nas tarefas mais repetitivas e simples, e o

desenvolvimento econômico da sociedade, que possibilitou a elevação do nível

de instrução dos trabalhadores, dando-lhes certa autonomia e maior satisfação

e realização pessoal.

Para SIMA (1994), a situação das indústrias não é fácil. Estas passam

por uma fase de automação, na qual se atribui as tarefas mais simples e

repetitivas às maquinas, exigindo dos seus empregados um conhecimento

mais amplo e diversificado. Assim, também esta mudando a concepção de

satisfação no trabalho, cedendo lugar às atividades que garantam uma maior

satisfação no processo produtivo e exigindo menor esforço físico e maior

esforço mental.

Segundo VIEIRA (1990), as praticas mais participativas maior

descentralização das decisões, desenhos organizacionais menos rígidos e

redução de níveis hierárquicos, são elementos condutores a uma melhoria nas

relações de trabalho. Isto significa melhorar a qualidade de vida no trabalho.

O conceito de qualidade de vida no trabalho é a aplicação concreta de

uma filosofia humanista, pela introdução de métodos participativos, visando

modificar um ou diversos aspectos do meio do trabalho, a fim de criar uma

situação nova, mais favorável à satisfação dos empregados e à produtividade

da empresa (MACEDO, 1992).

Sendo assim, o acelerado processo da industrialização, com suas

implicações técnicas, econômicas e sociais, modificou, a partir do inicio do

século XX, a mentalidade empresarial, ate então marcada, segundo CHANLAT

- 22 -

(1993), pela importância dada à produção, isto é, com o aspecto do rendimento

imediato do trabalho esquecendo-se completamente do trabalhador.

Procuraram meios de produzir mais, através de metodização das tarefas e dos

movimentos, com ritmos sempre mais rápidos, mas máxima utilização da

capacidade de trabalho do homem.

Buscava-se um melhor aproveitamento do potencial do Homem-

Máquina, mas o Homem- Ser ainda não era lembrado. Adaptava-se o homem a

maquina ou a função, sem que fosse levado em consideração fatores

fisiológico, características individuais ou conseqüências decorrentes de

condições inadequadas de trabalho. Muito menos atenção, ainda merecia o

meio ambiente, o aspecto sanitário ou as implicações psicológicas. A mudança

de enfoque, visando o homem como peça fundamental do sistema de

produção, gradualmente alterou conceitos, surgindo o cuidado de adequar o

equipamento e o meio ambiente de trabalho ao home (CHANLAT, 1993).

A forte presença dos sistemas computacionais no meio de trabalho

tornou importante conhecer como as pessoas usam e processam as

informações e fez com que se acelerassem as pesquisas relacionadas a

aspectos cognitivos, fazendo com que a organização, valorizasse a integração

entre pessoa, ambiente, tecnologia e organização.

Para GONÇALVES (1993), dentre as varias tecnologias que tiveram

impacto na consumação do trabalho, a de informática é a que tem despertado

maior vigilância. De fato, esta nova maneira de realizar o trabalho tem sua

utilização disseminada em diversos ambientes de trabalho e de grande

abrangência, gerando alterações a nível organizacional entre as diversas áreas

e as pessoas que nela atuam.

Nessa transformação tecnológica, o setor industrial foi marcado

particularmente pela automação, enquanto que o terciário foi informatização.

Este processo de transformação acarretou novas formas de organização de

trabalho, como por exemplo: os grupos autônomos, o trabalho em equipe, a

polivalência, a autonomia, a responsabilização dos trabalhadores e a redução

hierarquia intermediária.

- 23 -

Quanto ao significado e a importância do trabalho, KILIMNIK (1998),

identifica-o em duas perspectivas. A primeira emerge de que a ação humana,

ao modificar a natureza com o seu trabalho, pode criar sua cultura, a

linguagem, a história e a si mesmo, através da qual procura relacionar-se com

o mundo, no processo de busca do prazer e rejeição do sofrimento. A segunda

é a própria deteriorização do trabalho, visto mais como uma questão de

sobrevivência do que de realização, limitando-o às vantagens materiais que ele

proporciona.

O mundo trabalho consolidou-se como valor supremo da sociedade moderna e

vem sendo o definidor da identidade humana. Antes, ligada às necessidades

vitais ou vinculadas a valores da criatividade, prazer e ludicidade, a sociedade

industrial moderna implantou um novo tipo de trabalho preocupado com a

produtividade e consolidando-se como hierarquização das funções de trabalho,

onde o ser humano esta concebido como uma maquina.

As diferentes formas organizacionais de gestão do trabalho e produção,

a requalificação do papel da ciência e da tecnologia, alteraram

substancialmente o processo de formação profissional, como um meio de

maximizar a eficiência produtiva. O corpo passa a ser visto como uma maquina

que tem suas alavancas e seu centro de controle (SILVA, 1998).

No sistema atual, o trabalhador é, em grande parte, simplesmente um

executor de qualquer serviço que qualquer um poderia fazer, não importando

se o trabalho intelectual ou braçal, sendo que na maioria dos trabalhadores são

pré-determinados, restando pouco espaço para o exercício da inteligência e da

criatividade.

Através disso o emprego, nos tempos de hoje, representa o ápice, pois

sua escassez tornou-se generalizante. Cada vez mais se cresce para

desempregar. Faz parte da lógica da mais valia relativa ou da economia

competitiva globalizada inserir paramentos de sua produtividade a redução ao

mínimo possível dos custos do trabalho humano. A marca excludente do

sistema capitalista torna-se agora ainda mais escancarada e cada vez mais

provocativa. Esconde-se por trás das descontadas virtudes da produtividade

atual, voltada para o consumidor, inovadora, informatizada, embalada pela

- 24 -

energia destrutiva do conhecimento e da aprendizagem, interessada em

trabalhadores que sabem pensar, orientada pela qualidade total, que a lógica

abstrata da mercadoria não só continua a mesma se exacerba sem

precedentes.

- 25 -

CAPITULO 2

2.1 – História da Ginástica Laboral

Os primeiros Registros do surgimento da Ginástica Laboral, aconteceu

na primeira noticia que se encontra é uma pequena brochura editada na

Polônia em 1925 onde foi chamada também de Ginástica de Pausa. Era

destinada a operários e alguns anos depois surgiu na Holanda e Rússia.

Na Noruega ela também foi identificada através do Serviço Social dos

Marinheiros. Estes foram valorizados com atividades físicas, realizadas nos

próprios bascos ou portos durante as escalas.

No Início dos anos 60 surgiu também na Bulgária, Alemanha, Suécia e

Bélgica adotaram também estes procedimentos (CAÑETE,1996).

Apesar de ter iniciado na Polônia, a Ginástica Laboral se desenvolveu

realmente no Japão, iniciando em 1928 com funcionários dos Correios. Após a

II Guerra Mundial foi difundida em todo o pais, sendo que atualmente dois

terços dos trabalhadores japoneses exercitam-se diariamente. O resultado

obtido, divulgado em 1960 é a conseqüente redução de acidentes, o aumento

da produtividade e a melhoria do bem-estar dos trabalhadores (CAÑETE,1996).

No Japão na década de 60 ocorreu a consolidação e a obrigatoriedade

da Ginástica Laboral Compensatória, foi assim que ela ficou conhecida.

A Ginástica Laboral Compensatória representa um conjunto de

exercícios físicos aplicados aos problemas do trabalho, particularmente aos

operários de fábricas. Esta Ginástica é praticada durante a jornada de trabalho,

junto às máquinas, eventualmente no refeitório ou num espaço livre, de

conformidade com o tipo de trabalho, por um breve um tempo de 10 a 20

minutos.

Devido ao auto índice de acidentes no trabalho, que ocorrem com

operários durante sua longa jornada de serviço, decorrentes da fadiga

- 26 -

muscular e fadiga residual, surgiu a necessidade de se desenvolver um

programa especial de atividades físicas As atividades previstas devem ser

aplicadas durante o horário de trabalho preferencialmente no horário de maior

coerência de acidentes, com o objetivo de diminuir o número destes, bem como

promover a educação para a saúde no trabalho e uma maior produtividade

industrial.

Sendo assim, difusão da Ginástica Laboral entre os japoneses

aconteceu devido a um programa da Radio Taissô, que consistia em ginástica

rítmica, com exercícios específicos, transmitidos diariamente de manha por

pessoas preparadas e que era acompanhado e executado não somente nas

fabricas, mas por toda população. O programa apresentava ainda informações

gerais sobre saúde e trabalho (POLITO, 2002).

Um estudo na Bélgica, em 1966, mostrou que a capacidade de atenção

depois de um tempo de atividades físicas melhorava em 80,5%, enquanto que

depois de um tempo repouso esta melhora era de apenas de 30,5%. (BRASIL,

1991).

Na frança a introdução da Ginástica Laboral, se deu inicialmente através

dos alunos das escolas profissionalizantes. Após foi dotada por outros tipos de

empresas com a Companhia de Energia, Ferrovia, Fundição, Mineradoras,

Construção Naval e outras (MASCELANI, 2001)

Nos Estados Unidos, muitas empresas têm investidos em programas de

Ginástica Laboral. Os programas implantados não somente para melhorar e

manter o condicionamento físico dos funcionários, mas também para promover

o bem-estar psicológico e a produtividade, reduzindo desta forma o

absenteísmo e o estresse. Em recente pesquisa realizada ficou comprovado

que a implantação de programas de Ginástica Laboral reduzem os índices de

absenteísmo, satisfação com o trabalho e custos com tratamentos de saúde

(RODIN e PLANTE apud CAÑETE, 1996).

No Brasil as primeiras informações que se tem conhecimento datam das

décadas de 70 e 80. Um exemplo disto foi a proposta elaborada pela

- 27 -

FEEVALE- Federação de Ensino Superior DO Vale dos Sinos, que

desenvolveu o Projeto de Ginástica Laboral Compensatória, iniciando sua

implantação em 1978 em cinco empresas do Vale dos Sinos (CAÑETE, 1996).

A experiência desenvolveu-se no Vale dos Sinos e caiu no

esquecimento por um longo período, devido ao seu objetivo direcionado a

estudos e a mentalidade da época voltada para a implantação em outras

empresas. Na década de 80 a Ginástica Laboral é retomada, voltando com

força total nos anos 90 devido ao enfoque das empresas para a qualidade de

vida, prevenção do estresse e das doenças relacionadas por esforço repetitivos

(POLITO, 2002).

O esforço pioneiro residiu numa proposta de exercícios baseados em

análises biomecânicas.

As manifestações de atividades físicas no Brasil entre funcionários foram

registradas em 1901, mas a Ginástica Laboral teve sua proposta inicial

publicada em 1973. Algumas empresas começaram a investir em

empreendimentos com opções de lazer e esporte para os seus funcionários,

como a Fábrica de Tecido Bangu, a pioneira e o Banco do Brasil, com a

posterior criação da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB).

Em 1979, a mesma entidade, em convênio com o SESI (Serviço Social

da Indústria), elaborou e executou o projeto de Ginástica Laboral.

Em 1999, a Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul criou o curso que visa preparar alunos e profissionais para esta

área de atuação.

Podemos então concluir que a Ginástica Laboral é praticada com

intervalos de dez a vinte minutos diários. O seu objetivo é proporcionar ao

funcionário uma melhor utilização de sua capacidade funcional através de

exercícios de alongamento, de prevenção de lesões ocupacionais e dinâmicas

de recreação. O programa de atividades deve ser desenvolvido após uma

- 28 -

avaliação criteriosa do ambiente de trabalho e de cada funcionário em

particular, respeitando a realidade da empresa e as condições disponíveis.

2.2 – O corpo Humano, o Envelhecimento através do trabalho e

implantação do Programa de Ginástica Laboral em Empresas

A necessidade de exercícios físicos no local de trabalho remonta a

Revolução Industrial, na Inglaterra no século XVIII. A partir desta época, o

número de funcionários com lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios

Osteomoleculares relacionados ao Trabalho LER / DORT, aumentou

consideravelmente. O advento de novos processos de produção trouxe em seu

bojo mudanças consideráveis no ambiente de trabalho.

Percebe-se que as metodologias de avaliação ergonômicas dos postos

de trabalho levam em consideração os aspectos relacionados à fisiologia

humana, dimensões do posto de trabalho e sua relação com os movimentos

exigidos e demandas musculares. Um aspecto importante é aquele que

relaciona as perdas musculares naturais decorrentes do envelhecimento e do

sedentarismo, com as demandas e os ritmos impostos pelo trabalho.

Nesse sentido percebe-se que é importante ao trabalhador o mesmo

ritmo de trabalho no decorrer de sua vida laboral, com as mesmas demandas

musculares, sem considerar a perda natural de massa muscular, ocasionada

pelo envelhecimento. Assim o desenvolvimento de doenças ocupacionais ao

longo da trajetória da vida no trabalho aparecem, sem necessariamente

apresentar uma causa aparente.

Durante toda a fase produtiva, o corpo humano sofre alterações

decorrentes dos esforços os quais é submetido. Vale ressaltar que, além

destas alterações, todas as funções do corpo humano são fortemente

influenciadas pelo processo degenerativo do envelhecimento.

- 29 -

Segundo Meirelles (1997), O envelhecimento não é um processo

unilateral, mas a soma de vários processo entre si, os quais envolvem os

aspectos biopsicossociais.

De outra forma, para Leite (1996), à medida que o indivíduo declina

fisicamente, pode haver uma deterioração concomitante na sensação de bem-

estar, resultando a auto-estima precária, ansiedade, fadiga e depressão. Esses

estão frequentemente associados a pouca motivação e uma redução adicional

na atividade física.

Segundo o mesmo autor, há um ciclo vicioso do envelhecimento e da

inatividade física, que consiste em: envelhecimento, fraqueza, fadiga,

osteoporose, baixa capacidade funcional, estresse, depressão, perda da auto

estima e da vitalidade, diminuição das atividades físicas de rotina, exacerbação

do estilo de vida sedentário, envelhecimento acelerado, introduzir a idéia de

atividade física, saúde e bem estar.

A implantação de um programa de ginástica laboral busca despertar nos

trabalhadores a necessidade de mudança de estilo de vida e não apenas de

alteração nos momentos de ginástica orientados dentro da empresa. O mais

convincente dos argumentos que se pode utilizar para demonstrar que a

atividade física constitui um importante instrumento de promoção à saúde e da

produtividade, e que vale a pena praticar exercícios físicos regularmente, é a

listagem dos benefícios, cientificamente comprovados.

Sendo assim, o ritmo excessivo de trabalho, postura inadequada,

esforço físico, movimentos repetitivos e condições físicas inadequadas dos

postos de trabalho causam tensões no corpo.

Estas condições desencadeiam grandes males à saúde e podem ser

responsáveis pelo afastamento temporário ou ate pela invalidez permanente

dos trabalhadores. As tensões ainda podem ocasionar falta da atenção no

trabalho, caminho direto pra baixar produtividade e acidentes de trabalho.

- 30 -

Um exemplo comum destes excessos é a alta incidência das lesões por

esforços repetitivos (LER) e dos distúrbios osteomusculares referente ao

trabalho (DORT), em um grande número de trabalhadores fabris no Brasil e no

mundo (DUARTE et al., 2000; MARTINS, 2001; RIO & PIRES, 2001)

Através desse exemplo no mundo Capitalista, muito dos benefícios

relacionados à vida do trabalhador estão ligados, a pequenas coisas como

plano de saúde, convênios dentários, programas de atividades físicas voltadas

à empresa e salários entre outros, melhorando sobremaneira a qualidade de

vida dos empregados, comprovando a eficiência e a eficácia na produtividade e

bem estar dos mesmos, se enquadrado dentro da filosofia que “trabalhador que

trabalha contente rende mais”.

Após a Revolução Industrial, e com o advento da Tecnologia, a natureza

do trabalho mudou e favoreceu ao individuo desfrutar de conforto e facilidades

para executar tarefas, levando-o a uma vida mais sedentária e ocasionando

posturas inadequadas e movimentos repetitivos. Considerando que o homem

passa parte da sua vida ativa envolvido ao trabalho, torna-se imprescindível

que se desenvolvam iniciativas para anular os aspectos negativos de

desempenho inadequado das atividades laborais

Mais recentemente, com a Era da Informática acentuou estas mudanças

e catalisou suas conseqüências. Os “Tempos Modernos“ impuseram uma nova

rotina aos operários, que geralmente têm uma vida sedentária, passando

muitas horas na mesma posição e quase sempre repetindo movimentos

milhares de vezes por dia.

Estatísticas atuais apontam que cerca de quatro milhões de brasileiros

são submetidos a tratamento em razão de dores provocadas pela postura

incorreta no trabalho e pela pressão diária de situações competitivas.

Surgiu então a necessidade da criação de atividades físicas que atuem

direta e especificamente na prevenção de doenças nos sistemas muscular e

nervoso dos trabalhadores. A crescente preocupação das empresas com a

- 31 -

saúde e desempenho de seus funcionários faz da Ginástica Laboral uma ótima

oportunidade de trabalho o para o Profissional de Educação Física.

2.3 – Projeto de Ginástica Laboral Implantado em Empresas

O Projeto de Ginástica Laboral implantando nas empresas tem como

meta principal em proporcionar aos funcionários o prazer da prática sistemática

da atividade física, bem como todos os benefícios que a mesma pode trazer

para sua saúde física e mental do indivíduo.

Segundo LIMA (2004), a ginástica laboral é o exercício físico orientado e

praticado durante o horário do expediente visando benefícios pessoais no

trabalho. Tem como objetivo minimizar os impactos negativos oriundos do

sedentarismo na vida e na saúde do trabalhador prevenindo doenças

ocupacionais e promovendo o bem-estar.

A Ginástica Laboral proporciona benefícios para o trabalhador quanto

para a empresa. Além de prevenir LER / DORT, ela tem apresentado

resultados mais rápidos e diretos com a melhora do relacionamento

interpessoal e o alivio das dores corporais.

Sendo assim, os objetivos gerais do Projeto Implantado nas empresas

são:

§ Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e

construtivas com o próximo, reconhecendo e respeitando limitações físicas

e de desempenho motor de si próprio e dos outros, sem discriminar por

características pessoais, sexuais ou sociais, adotando comportamentos

solidários, cooperativos, não agressivos e evitando atitudes de rivalidade

em situações competitivas.

- 32 -

§ Reconhecer a expressão corporal como uma linguagem necessária à

comunicação social.

§ Procurar através da pratica da atividade física, interagir de forma

harmoniosa com os outros funcionários, assim como desenvolver o hábito

de realizar exercícios físicos diários para a promoção da saúde.

O Projeto é um documento produto do planejamento porque nele são

registradas as decisões mais concretas de propostas futuristas. Trata-se de

uma tendência natural e intencional do ser humano. Como o próprio nome

indica, projetar é lançar para frente, dando sempre a idéia de mudança, de

movimento. Projeto representa o laço entre o presente e o futuro, sendo ele a

marca da passagem do presente para o futuro.

O Projeto de Ginástica Laboral, busca oferecer atividades físicas

orientadas por profissionais altamente qualificados em Educação Física, dentro

do próprio local de trabalho no mínimo 3 vezes na semana, com duração de 10

a 20 minutos e proporcionando uma melhor relação entre os funcionários de

diversos setores e fazendo com ambiente se torne um lugar prazeroso,

garantindo, além disso que o ambiente de trabalho tenham o direito de se

exercitarem com segurança e qualidade e gerando assim nas empresas um

estilo de vida mais saudável e menos sedentário.

Assim os benefícios para a empresa são a diminuição dos problemas de

saúde do trabalhador e aumento da produtividade. Essa afirmativa se verifica

de diversas formas, mas os principais pontos notados são a diminuição de

reclamações por dores musculares, diminuição na ocorrência de afastamento

ou faltas ao trabalho por motivos médicos e também diminuição dos acidentes

e lesões de trabalho promovendo assim a redução dos gastos com

afastamento e substituição do pessoal e melhoria da imagem da instituição

junto aos empregados e sociedades.

Portanto, se por um lado o fator qualidade de vida do trabalhador é

significativamente aumentando, por outro lado a empresa é beneficiada na

- 33 -

redução de gastos e no aumento da produtividade ao promover programas

orientados de ginástica laboral.

Existem estatísticas que citam um retorno de 3 a 5 vezes sobre a verba

aplicada em um programa de ginástica e hábitos de saúde, considerando falta,

encargos sociais e outros fatores relacionados a saúde, afetando a

produtividade da empresa ( CARVALHO, 2003)

Sendo assim a pratica de regular de exercícios físicos promove o

combate e prevenção das doenças profissionais, do sedentarismo, estresse,

depressão, ansiedade entre outras. Favorece a sensação de disposição e bem

estar para a jornada de trabalho, reduz a sensação de fadiga ao final da

mesma e contribui para a promoção da saúde e da qualidade de vida do

trabalhador.

O projeto tem como meta principal a SAÚDE de seus funcionários. Visto

que o sedentarismo esta presente em mais de 70% da população brasileira e

do mundo. Recentes pesquisas apontam que o sedentarismo mata mais que a

obesidade, a hipertensão, o tabagismo, a diabetes e o colesterol alto. O estilo

de vida (falta de atividade física e alimentação não balanceada) e responsável

por 54% do risco de morte por infarto e 50% do risco de morte por derrame

cerebral que são as principais causas de morte na população mundial. Mas,

além de levar a morte, o sedentarismo custa caro. Sabe-se que não só nos

custos das doenças originadas pelo sedentarismo como o diabetes, obesidade,

hipercolesterolemia, hipertensão arterial, infarto, osteoporose, depressão, entre

outras. O custo com tratamento médico devido à inatividade física pode variar

de 2,4% e 9% do total dos custos médicos do setor de saúde.

Considerando que a mudança para um estilo de vida ativo reduz em

40% o risco de morte por problemas cardiovasculares, temos como proposta

oferecer um programa de atividades físicas no ambiente de trabalho.

As atividades implantadas no ambiente de trabalho podem ser de:

• ALONGAMENTO: Relaxar o corpo, ter uma postura correta, melhorar a

circulação sangüínea e acabar com dores musculares e até cólicas

- 34 -

menstruais, são alguns dos benefícios dessa pratica. Tem como objetivo a

ser trabalhada a flexibilidade e a amplitude do grau articular.ii

Intelectual – desenvolvendo a inteligência através do corpo (expressão

corporal), inteligência espacial (capacidade de visualizar, criar e se mover

pelo espaço), inteligência interpessoal (emocional), inteligência musical

(aprendendo tempos, frases e ritmos)

• MASSAGEM: A massagem é uma das mais antigas e simples formas de

terapia e um método de tocar, pressionar e amassar diversas regiões do

corpo para aliviar a dor, relaxar, estimular e tonificar. A massagem faz muito

mais que produzir uma sensação agradável na pele, atuando sobre os

tecidos macios (músculos, tendões e ligamentos) para melhorar o tônus

muscular. Embora ela afete principalmente os músculos logo abaixo da

pele, seus benefícios podem alcançar as camadas mais profundas de

músculos e possivelmente até os próprios órgãos. A massagem também

estimula a circulação do sangue e ajuda o sistema linfático (que corre

paralelo ao sistema circulatório), melhorando a eliminação de detritos ao

longo do corpo.

• RELAXAMENTO AQUÁTICO: atividade que melhora a capacidade

muscular e articular nos movimentos de coordenação e equilíbrio;

proporciona a reeducação postural e relaxamento corporal.

• HIDROGINÁSTICA: atividade localizada e aeróbia realizada em piscina,

adequada e especialmente elaborada. Esta atividade desenvolve a

capacidade cardiovascular, força e a resistência muscular, melhorando

conseqüentemente, a mobilidade, elasticidade e flexibilidade articular.

Custos de Programas de Ginástica Laboral

Os ganhos com a implantação de um programa de Ginástica Laboral

apresentam muitos benefícios, tanto para as empresas quanto para os

funcionários. Porem, uma organização frente a uma proposta de implantação

ou não de programas que envolvam custos, avalia os seus benefícios e ganhos

contrapartidas destes. Há ainda uma questão que envolve a aparente perda de

- 35 -

tempo relacionada às pausas para a ginástica, questionada pelos gerentes e

empresários, uma vez que a ginástica laboral é realizada durante o horário de

trabalho.

Mencionar os benefícios obtidos com a implantação da Ginástica

Laboral, principalmente no que se refere à produtividade, não é evidente, pois

está relacionada a vários fatores como o numero de atividades, condições de

maquinas, sistema de produção. Portanto implantar um programa em

empresas onde o empresário, ou a gerência, preocupa-se somente em ganhos

diretos com produtividade é difícil. Um estudo realizado por Paffemberger apud

Polito (2002) buscou mostrar os lucros obtidos com a Ginástica Laboral e

concluiu que, para cada dólar investido, retornam para a empresa dois dólares.

A tabela abaixo ilustra os gastos anuais com funcionários sedentários e obesos

em empresas americanas.

ITEM DE RISCO CUSTO ANUAL

Nenhum US$ 190,00

Sedentário US$ 360,00

Sedentário e Obeso US$ 542,00

Tabela – Gasto anual de empresas norte- americanas com funcionários

(PAIXÃO apud POLITO, 2002, p.32).

Os custos diretos com a implantação de programa de Ginástica Laboral

estão relacionados diretamente com o número de profissionais envolvidos com

a elaboração, coordenação e implantação dos mesmos.

O programa deve preferencialmente ser elaborado pela equipe do SESMT

(Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho) da empresa: Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do

Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e um Profissional Professor de

Educação Física, que estará envolvido com a definição do protocolo de

- 36 -

exercícios e a coordenação do Programa. A empresa poderá ainda contratar

um serviço especializado para a implantação do Programa de Ginástica

Laboral.

Assim, para a implementação do programa é indispensável que a

empresa contrate um profissional especializado, que poderá ser um Professor

de Educação Física.

Este profissional, capacitado e habilitado, executará os exercícios junto à

equipe de trabalhadores dos diferentes setores. O custo do profissional

dependerá do tempo e da frequência de permanência na empresa.

Os programas de Ginástica Laboral são adequados a qualquer tipo de

empresa, desde que seja conhecido o sistema de trabalho, atividades e

demandas físicas, conhecimento do grupo para os exercícios adotados sejam

os mais adequados à realidade da empresa ( ZILLI, 2000).

Para um melhor resultado do Programa, ele deve ser elaborado com a

participação de diversas áreas. O envolvimento com as áreas de Segurança e

Medicina do trabalho promovem a prevenção de acidentes e doenças

ocupacionais, através do diagnósticos ergonômicos detalhados da empresa e

informação quanto à saúde dos trabalhadores envolvidos no programa. Dados

como índice de absenteísmo, afastamentos temporários ou por queixas ou

dores musculares, são importantes para que o planejamento de metas e

prioridades esteja focado para as áreas criticas da empresa. O envolvimento

dos responsáveis pelos setores e áreas de produção na empresa é necessário

para adequar os melhores horários para a realização das pausas com

exercícios, sem comprometer o andamento do trabalho.

Na avaliação de custo ou de investimento da implantação de um

Programa de Ginástica na empresa, CAÑETE (1996) faz o seguinte

questionamento:

“Quem você acha que, provavelmente produzirá mais e melhor:

um indivíduo cansado, desmotivado, fatigado, com dores pelo

corpo, estressado, deprimido, com baixa auto-estima e com

- 37 -

sua saúde global comprometida ou aquele indivíduo saudável,

equilibrado emocionalmente, satisfeito, feliz e motivado?”

O autor supracitado avalia que investir em saúde é indispensável. A

Ginástica Laboral aparece neste contexto como um investimento, sem custo

elevado. A experiência indica que a aparente perda de tempo com a pausa não

acontece, pelo contrario é necessária e mostra-se indispensável para o

equilíbrio funcional e maior produtividade. Trata-se de uma importante forma de

prevenção contra os surgimentos de doenças, acidentes do trabalho e

afastamento temporários e permanentes que significam grandes custos para as

empresas (CAÑETE, 1996).

BENEFÍCIOS PARA OS FUNCIONÁRIOS

A prática da Ginástica Laboral combate e previne as LER e DORT. Ela é

uma arma contra o sedentarismo, estresse, depressão e ansiedade. Também

melhora a flexibilidade, força, coordenação, ritmo, agilidade e resistência

promovendo uma maior mobilidade, postura e descontração de diminuição do

estresse. Alem disso, reduz a sensação de fatiga no final da jornada,

contribuindo para uma melhor qualidade de vida no trabalho.

Outro resultado importante da Ginástica Laboral é favorecer o

relacionamento social e o trabalho em equipe, desenvolvendo a consciência

corporal, pois as esferas psicológicas e sociais são beneficiadas.

BENEFÍCIOS PARA EMPRESA

A Ginástica Laboral é responsável pela redução de despesas por

afastamento médicos, acidentes e lesões, melhorando a imagem da instituição

perante a sociedade, alem de aumentar a produtividade e a qualidade.

Sendo assim, a implantação do Programa de Ginástica Laboral é um fator

muito importante para empresa, pois com a realização das atividades físicas,

os trabalhadores se sentem mais dispostos a realizar a jornada de trabalho,

- 38 -

apresentando um maior rendimento, sendo assim uma produção maior para a

empresa.

MERCADO DE TRABALHO

Atualmente, na maioria das empresas, aumento o numero de casos de

doenças relacionadas ao esforço repetitivo, com tendinites, desconforto

cervical e dores na região lombar. Esses males comprometem a coluna e

parecem ser impossíveis de evitar, já que o trabalho ocupa um grande espaço

do dia. Para amenizar esses problemas, foi criada a ginástica laboral, feito

exatamente para ser realizada durante a atividade profissional.

Diversas corporações enfatizam a importância da produtividade e fazer

grandes investimentos em programas de treinamento. No entanto, nem sempre

o equilíbrio emocional é levado em conta, essencial para a saúde. O

trabalhador, quando submetido a altos níveis de estresse, acaba tendo

problemas físicos que interferem diretamente na qualidade de vida da

produção. Ansiedade, irritabilidade e falta de concentração podem ser

provenientes de desvios posturais e outros incômodos causados pelo fato de

ficarem horas na mesma posição.

Por tudo isso, a ginástica laboral tem se destacando no Brasil nos

últimos dois anos e trata-se da pratica de atividades físicas realizadas

coletivamente dentro do ambiente, orientada por profissional qualificado. Os

benéficos físicos, fisiológicos, psicológicos e sociais são inquestionáveis.

As empresas que implantam programas de ginástica laboral acabam

economizando em despesas medicas com os funcionários e têm ganho de

produtividade e qualidade do trabalho. Faltas, atrasos e licenças tornam-se

menos freqüentes e a possibilidade de melhor o relacionamento interpessoal

torna o ambiente mais harmônico.

- 39 -

FINALIDADE

A Ginástica Laboral tem a finalidade de melhorar a postura corporal,

reduzir a incidência de doenças como LER e DORTE, reduzir a fadiga,

aumentar a disposição para o trabalho, estimular a prática de atividade física e

melhorar o clima organizacional, através da integração dos funcionários do

setor.

CONCLUSÃO

A implantação de programa de qualidade de vida deve seguir padrões

essenciais de qualidade: comprometimento de alta cúpula, definição clara de

filosofia e dos objetivos, avaliação das necessidades internas, coordenação de

profissionais qualificados, ações de marketing, sistema hábeis de operações e

administração, procedimentos de avaliação e sistemas de comunicação

eficientes, bem ressaltar a importância de uma cultura quer busca desenvolver

hábitos e atitudes saudáveis e que esta se torne familiar no dia a dia da

empresa, oferecendo uma melhor qualidade de vida e promovendo a saúde.

2.4 - Ginástica Laboral

A Ginástica Laboral é a prática voluntária de atividades físicas como

(alongamento, de fortalecimento muscular, de coordenação motora e de

relaxamento) com duração de 10 a 20 minutos realizada pelos trabalhadores

coletivamente, em diferentes setores ou departamentos da empresa, durante a

sua jornada diária, visando melhorar a condição física do trabalhador. Tem

como objetivo fortalecer determinadas musculaturas muito exigidas durante a

jornada de trabalho, o que faz prevenir problemas posturais e lesões que, além

de trazerem riscos aos funcionários, representam custos operacionais para a

empresa

- 40 -

Esta ginástica não leva o trabalhador ao cansaço, por ser de curta

duração. A Ginástica Laboral contribuiu para a prevenção e recuperação das

chamadas “doenças do trabalho” (LER e DORT) promovendo o bem estar e

melhorando as relações interpessoais.

Sharconw et al. Apud Cañete (1996) entende que a Ginástica Laboral

também como um espaço onde as pessoas podem exercer exercícios físicos,

por livre e espontânea vontade, que vai além do movimento mecânico, mas

promove o auto-conhecimento, a auto-estima e um melhor relacionamento

consigo mesmo e com as outras pessoas.

Não esquecendo que a importância de reeducação postural é umas das

preocupações da Ginástica Laboral.

Ela analisa o alivio do estresse sendo, que é realizada no local de

trabalho, com a finalidade de valorizar a prática das atividades física como

instrumento de promoção de saúde e prevenção de lesões como LER (Lesões

por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao

Trabalho). Trata-se de um conjunto de praticas elaboradas a partir da atividade

profissional exercida. As diversas modalidades de Ginástica Laboral procuram

compensar as estruturas do corpo mais utilizadas durante o trabalho e ativar

que não são requeridas, aquecendo, relaxando e tonificando-as ( COSTA

FILHO, 2001)

O programa de atividade de Ginástica Laboral implantado em empresas,

que consiste em pausas com exercícios programados previamente, que levam

em consideração as atividades e demandas físicas existentes nos mais

diversos setores. Os exercícios são aplicados no próprio ambiente de trabalho

durante o expediente. Ela é também conhecida como ginástica de pausa,

ginástica do trabalho, compensatória e atividade física na empresa

(MASCELANI, 2001).

Quando avalia de forma superficial, a pausa com exercícios

aparentemente atende apenas aos interesses da empresa, enquanto busca a

redução de queixas, afastamentos, acidentes e doenças do trabalho. Porem, o

- 41 -

programa busca não somente um melhor desempenho no trabalho, mas

promover uma mudança no estilo de vida, motivando a pratica de atividade

física regular. Se não atingir este objetivo o programa poderá cair na

monotonia, reduzindo seus efeitos e desmotivando os participantes

(MASCELANI, 2001).

Para Polito (2002), a Ginástica Labora constitui-se de uma série de

exercícios diários, realizados no local de trabalho e durante a sua jornada,

prevenindo lesões ocasionadas pelo trabalho, normalizando as funções

corporais, e proporcionando momentos de descontração e socialização entre

funcionários e empresa.

2.4.1 – Os Tipos de Ginástica Laboral

Da Ginástica de Aquecimento ou Preparatória:

A ginástica de aquecimento é executada nas primeiras horas de

trabalho. Ela deverá proporcionar ao individuo mais disposição para que ele

inicie sua jornada de trabalho, despertando-se uma forma prazerosa.

Para Mendes (2000) é uma ginástica com duração aproximadamente 10

a 20 minutos, realizada antes do inicio da jornada de trabalho ou nas primeiras

horas, com o objetivo principal de preparar os funcionários para sua tarefa

laborais, aquecendo os grupos musculares que irão ser mais solicitados.

Para que a aula seja direcionada especificamente para aqueles

grupamentos musculares que serão mais utilizados. O que é de fundamental

importância para melhorar a capacidade de esforço físico durante o labor.

Para Couto (apud MARTINS, 2005) a ginástica preparatória pode ser

aplicada como uma forma de prevenir a fadiga por tensão cognitiva, já que

dessa forma o individuo receberá um número maior de estímulos celebrais, o

que o tornará mais desperto para receber informações adequadas aos seus

ofícios.

- 42 -

Sendo assim, a ginástica preparatória tem como objetivo é aumentar a

circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a viscosidade das articulações e

tendões. Geralmente tem duração de 10 a 20 minutos.

Da Ginástica Compensatória ou de Pausa:

A ginástica compensatória ou de pausa é realizada no meio da jornada

de trabalho, com pausa ativa para executar exercícios específicos de

compensação. Praticada junto às maquinas, mesas de escritórios e

eventualmente no refeitório ou em espaço livre, utilizando exercícios de

descontração muscular, visando prevenir as enfermidades profissionais

crônicas.

A sessão de ginástica laboral de pausa ou compensatória, é definida por

Kolling ( apud OLIVEIRA, 2003), como um trabalho que relaxa os músculos que

estão em contração durante maior parte do labor, e fortalece os músculos mais

fracos.

Essa ginástica tem com o objetivo alongar e compensar os músculos

sobrecarregados pelo esforço contínuo, bem como a coluna cervical que

geralmente é a que mais sofre durante uma longa jornada de trabalho, seja ela

em pé ou sentado. A ginástica de pausa será executada durante a jornada de

trabalho dos funcionários, motivando o funcionário a retornar ao seu oficio com

mais disposição para continuá-lo.

A duração dessa sessão de ginástica é de aproximadamente 10

minutos, interrompendo a monotonia operacional e executando exercícios de

compensação para os esforços repetitivos, as estruturas sobrecarregadas e as

posturas solicitadas nos postos de trabalho (LIMA, 2005).

- 43 -

Da Ginástica de Relaxamento ou Final de Expediente:

Há também a ginástica de relaxamento ou de final de expediente, que

tem a duração aproximadamente de 10 minutos e é fundamental em exercícios

de alongamento e relaxamento muscular com o objetivo de oxigenar as

estruturas musculares envolvidas nas tarefas diárias.

No programa de ginástica laboral, a sessão de relaxamento é executada

no final do expediente, muitas vezes é apresentada juntamente com a ginástica

de pausa, iniciando primeiramente com os exercícios de relaxamento.

Um dos objetivos dessa aula é fazer com que os funcionários meditem

sobre si mesmo durante alguns minutos, e esqueçam toda a tensão pela qual

ele passou ou está passando, para que dessa forma possa se auto-avaliar,

relaxando completamente. Assim, espera-se que o trabalhador não leve ao

estresse do trabalho para casa (OLIVEIRA, 2003).

Da Ginástica Laboral de Descontração:

A ginástica laboral de descontração pode ser realizada em qualquer

horário da jornada de trabalho, normalmente é realizada no meio da jornada.

Seu objetivo é a descontração, integração, socialização entre os

trabalhadores e motivação para o trabalho.

Ela também objetiva a quebra da monotonia das atividades. Para tal, são

realizadas atividades físicas em grupo ou em dupla, brincadeiras e atividades

de descontração (COSTA FILHO, 2001).

Da Ginástica Laboral de Manutenção ou de Conservação:

A ginástica de manutenção ou de conservação é aplicada para a

manutenção do equilíbrio morfológico das pessoas integrantes de programas

de Ginástica Laboral em empresas, de modo que permaneçam estáveis.

- 44 -

É composta normalmente de exercícios aeróbicos e é executada antes

da jornada de trabalho, durante os intervalos de almoço ou equivalente ou

ainda após o expediente, com duração de 30 a 60 minutos (MENDES, 2000).

Da Ginástica Laboral Corretiva:

A ginástica labora corretiva é destinada aos indivíduos com deficiências

morfológicas não-patologicas, sendo aplicada a um número restrito de pessoas

que apresentam a mesma característica postural (BERTOLINI, 1999).

Essa modalidade tem como objetivo alongar os músculos que estão

curtos e encurtar aqueles que estão alongados, restabelecendo o antagonismo

muscular através de exercícios específicos. Os exercícios são realizados com

os indivíduos que apresentam as mesmas características: portadores de

deficiências morfológicas não patológicas (TERGA, 1973).

Conclusão:

O programa de qualidade de vida que envolve toda a organização, a

adoção de um programa de desenvolvimento de atividades físicas é algo novo

no âmbito das organizações brasileiras. Ele representa um avanço não

somente para a prevenção de doenças ocupacionais, mas como um agente

motivador da mudança de estilo de vida mais saudável.

As modalidades de Ginástica Laboral são classificadas pelo objetivo a

que se destinam e também de acordo com o horário a serem aplicadas. Há

também situações em que as modalidades são aplicadas simultaneamente ou

de forma mista (BERTOLINI, 1999).

- 45 -

2.5 – Ergonomia, Ler – Dort e Doenças Ocupacionais

Durante o trabalho, qualquer que seja a organização, todo o corpo do

homem é submetido a condicionantes, devido às atividades que o homem

desenvolve e as condições ambientais e organizacionais, dentro das quais ele

se encontra seus diferentes sistemas, aparelhos e órgãos do corpo são

solicitados e funcionam diferentemente.

Sendo assim, durante a jornada de trabalho o homem é acometido às

diversas situações que podem ter reflexos diretos e ou indiretos na sua vida,

desde sua estrutura física corporal, quanto psicológica e social. O que para

Berté Junior (2006) tais condições podem ser consideradas por atividades

laborativas nas quais exijam uma “prolongada posição dos segmentos

corporais em tensão estática, a manutenção de postura inadequada, a pressão

desencadeada pelo processo de trabalho, o uso de ferramentas inadequadas,

pausas inadequadas e horas extras de trabalho”. Circunstancias essas que

podem ser advindas da luta pela sobrevivência no competitivo mercado de

trabalho globalizando o que para (POMMEERENCK & ESTHER, 1985) tais

circunstâncias são geradoras de tensões e desencadeiam os mecanismos do

estresse.

No que diz (SOARES & ASSUNÇÃO, 2002), o estresse vem como uma

resposta aos estímulos que perturbam e desorganizam o organismo, levando-o

a um quadro de desequilíbrio.

No qual, como fadiga mental pode apresentar diversas manifestações

sintomatológicas no corpo do trabalhador como: sentimento de cansaço geral,

irritabilidade aumentada, desinteresse e maior sensibilidade a estímulos como

fome, frio ou má postura (IIDA apud MARTINS, 2005).

Sendo assim, a organização do trabalho e a saúde do trabalhador, os

métodos muitos simples e alternamente repetitivos, como indústrias, máquinas,

ficar na frente do computador o dia todo digitando, nas cozinhas e entre outros.

- 46 -

Concomitantemente às alterações de ordem psicológica ocasionadas

pelo trabalho, esse pode ser gerado de outras conseqüências ao trabalhador,

dessa vez no âmbito de sua estrutura corporal. Elas são manifestadas na forma

de enfermidades que irão afetar músculos, tendões, nervoso e ligamentos

provenientes de má postura e também por movimentos constantes e repetitivos

durante o trabalho (POLITO e BERGAMASCHI, 2002).

Assim a utilização das mesma posturas possibilitando dessa forma uma

intensa sobrecarga física, cognitiva e psíquica em tais trabalhadores.

A dimensão cognitiva – refere-se às funções perceptivas e mentais exigidas

para a realização da tarefa, como: memória, atenção, audição, visão. O

conteúdo cognitivo da tarefa retrata a importância da tomada de decisão de

cada trabalhador. A resolução de problemas e o próprio conteúdo da tarefa

caracterizam a carga cognitiva (WISNER, 1987).

A dimensão psíquica – relaciona-se ao significado do conteúdo, natureza e a

organização do trabalho para cada trabalhador, determinando o seu grau de

realização existencial ou de sofrimento psíquico. Os componentes psicológicos

como desejo, afetividade, motivação, entre outros, presentes nas situações de

trabalho ou conseqüentes destas, expressam a carga psicológica de trabalho (

ABRAHÃO e FERREIRA, 1994).

A dimensão física - está relacionada aos gestos, posturas e deslocamentos

do trabalhador, que são necessários a execução da tarefa. “A quantidade de

esforço físico dispendido pelo trabalhador, para realizar a tarefa expressa a

carga física da jornada de trabalho (ABRAHÃO et al. Op. Cit).

Através dessa análise uma forma de prevenir e ou minimizar o processo

de fadiga e outros problemas de saúde que tenham relação com as tarefas que

os trabalhadores desenvolvem dentro do ambiente de trabalho a praticar

exercícios, o que levam as empresas a dotarem a prática da ginástica laboral

com exercícios especiais para promover relaxamento muscular entre outros

benefícios.

- 47 -

Dessa forma, um programa de ginástica laboral quando associado à

ergonomia, poderia cada vez mais ser implantando na rotina de tais

trabalhadores visando à melhoria e condições e qualidade de vida no trabalho.

A ergonomia é uma ciência multidisciplinar que estuda a relação do

homem com o seu trabalho, seu objetivo básico é a humanização e a melhoria

da produtividade do sistema de trabalho. Para tanto procura fornecer meios

para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, adaptando o trabalho

às características anatômicas, fisiológicas e psicológicas deste.

A ginástica laboral quando bem orientada, pode contribuir com a

ergonomia reduzindo as dores, fadigas, monotonia, estresse, acidentes e

doenças ocupacionais dos trabalhadores.

A ergonomia tem encaminhado soluções eficazes na concepção e

desenvolvimento de produtos, de interfaces e de sistemas de trabalho, atuando

com ótimo resultado no diagnostico e prevenção de acidentes e doenças, na

reestruturação produtiva das empresas e em processos de transferência

tecnologia.

WISNER (1994) refere-se à ergonomia como o “conjunto de

conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para a concepção

de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o

máximo de conforto, segurança e eficácia”.

A ergonomia tem um campo amplo, sua utilidade não se resume apenas

ao trabalho produtivo, mais inúmeras aplicações como concepção de

brinquedo, vestuário e softwares. (CHAPNIS, 1972).

Diz o autor que a ergonomia se baseia em conhecimentos no campo das

ciências do homem, cujos resultados são avaliados principalmente por critérios

que pertencem a saúde economia e sociologia (MERINO, 2000).

- 48 -

A ergonomia tem relação com as diferentes profissões e seu campo de

atuação. Sua utilidade pode ser aparecida em:

• Colaboração de identificação de locais que possam vir a provocar

acidentes ou doenças ocupacionais;

• Realização de acompanhamento de saúde dos trabalhadores;

• Ajuda no estudo de métodos, tempo e postos de trabalho;

• Colaboração dos aspectos técnicos modificando as máquinas e o

ambiente de trabalho;

• Adaptação das máquinas e equipamentos projetos de postos de

trabalho e sistemas de comunicação;

• Ajuda com técnicas e exercícios de compensação em atividades de

trabalho, assim como programas de aptidão física.

Em síntese a ergonomia tem um significado social, pois colabora na

solução de problemas relacionados com saúde, segurança, conforto e eficácia

do trabalho. A análise ergonômica dos problemas de postos de trabalho leva à

conclusão que estes são devido ao relacionamento inadequado entre operador

e suas tarefas. Se as organizações considerarem adequadamente as

capacidades e limitações humanas durante o projeto de trabalho e seu

ambiente, a probabilidade de acidentes e males de trabalho podem se

reduzidos (MERINO, 2000).

A ergonomia tem sido uma das técnicas efetivas na prevenção das

LER/DORT por abordar diretamente as condições de trabalho, causas do

problema.

Atualmente as doenças relacionadas ao trabalho, são denominadas

como lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares

relacionados ao trabalho (DORT).

LER/DORT- Constituem num conjunto de afecções do aparelho

locomotor provocado pela sobrecarga de um grupo muscular. Tem maior

incidência nos membros superiores e ocorre devido à utilização biomecânica

incorreta destes, que resultam em dor, queda do desempenho no trabalho,

- 49 -

fadiga e incapacidade funcional temporária que podem levar a síndrome

dolorosa crônica (Couto, 1994). Uma das causas apontadas para o aumento

dessas afecções é a modernização do trabalho com características de

atividades fragmentadas, repetitivas, monótonas, realizadas em curto ciclo de

tempo com ritmo de trabalho imposto pela maquina ou padrão de produtividade

(Pereira, 1998).

A nomenclatura LER – Lesão por repetitivo, foi substituída por DORT-

Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, em 5 de agosto de 1998,

através da Ordem de Serviço 606 dada pelo Ministério da Providencia e

Assistência Social. A mudança ocorreu por motivos previdenciários, para

pagamento de benefícios e reconhecimento da doença.

O diagnóstico da LER, pode ser dado independente do local onde foi

adquirida, até em casa fazendo atividades domesticas. Entretanto, a DORT só

pode ser diagnosticada, quando a lesão for adquirida por atividades

relacionadas ao ambiente de trabalho (Fernandes, 2000).

No Brasil os trabalhadores que mais apresentam o diagnostico de

DORT, são os digitadores por exercerem tarefas, sempre na mesma função e

terem movimentos rápidos e repetitivos. A incidência no sexo feminino é maior

devido a questão hormonal, dupla jornada de trabalho falta de preparo

muscular para algumas tarefas e aumento do numero de mulheres no mercado

de trabalho (Przysiezny, 2000).

Oliveira classifica a DORT em 4 estágios de acordo com a localização

da dor e com fatores que possam descrevê-las ou agravá-las (apud Cunha et

al, 1992).

I Fase – Sensação de peso e desconforto no membro afetado; Dor localizada

nos membros superiores ou espádua que aparece ocasionalmente durante a

jornada de trabalho (pontadas); Não interfere na produtividade do trabalhador;

Não há irradiação nítida; Melhora com o repouso; Geralmente é uma dor leve e

fugaz; Ausência de sinais clínicos; Pode haver manifestações de dor ao exame

- 50 -

clinico, quando a massa muscular envolvida é comprometida; Tem bom

prognostico.

II Fase – Dor mais persistente e intensa, que aparece durante a jornada de

trabalho de forma não-continua; A dor é tolerável e permite a execução de

atividade profissional, mas uma notável redução da produtividade nos períodos

de exacerbação; Pode estar acompanhada de sensação de formigamento e

calor, além de leves distúrbios de sensibilidade; Pode haver irradiação definida;

Demora mais a melhorar com o repouso, Pode aparecer ocasionalmente fora

do trabalho em atividades domésticas e praticas esportivas; De um modo geral,

os sinais físicos continuam ausentes; Pode-se observar, algumas vezes

nodulações acompanhando a bainha da muscular envolvida; Massa muscular

com hipertonia e dor à palpação; Prognostico favorável.

III Fase – Dor persistente e forte, com irradiação mais definida; Nem sempre a

dor desaparece com o repouso, podendo ser apenas atenuada, Paroxismos

noturnos; Freqüentes perdas da força muscular e parestesias; Há queda

acentuada de produtividade; Sinais clínicos presentes: edema recorrente,

hipertonia muscular, alteração da sensibilidade, palidez, sudoreses; A

mobilização ou palpação do membro provocada dor forte; Eletromiografia

alterada; Prognostico reservado.

IV Fase – Dor forte e contínua por vezes insuportável; Paroxismos de dor

ocorrem mesmo com o membro imobilizado; Perda da força e do controle dos

movimentos; Sinais clínicos: hipotrofias pó desuso, edema, nódulos e

crepitações; A capacidade de trabalho é anulada; Atos da vida diária

prejudicadas; Alterações psicológicas, como depressão, angustia e ansiedade;

Prognostico sombrio.”

O desenvolvimento da DORT é multicasual, sendo importante analisar

os fatores de risco. Segundo Barreira (1994), estes podem ser classificados em

três categorias: a) Fatores biomecânicos; b) Fatores psicossociais; c) Fatores

administrativos, conforme o quando abaixo.

- 51 -

Quadro: Fatores de risco predisponentes a DORT:

Fatores biomecânicos Fatores psicossociais Fatores administrativos

Movimento repetitivos Trabalho monótono Jornada de trabalho

excessiva

Movimentos manuais com

emprego de força

Grande pressão no

trabalho

Falta de intervalo para

pausa

Postura inadequada dos

membros superiores

Falta de interação com os

colegas

Não observância ao uso

inadequado de

equipamentos

Pressão mecânica por

contato sobre o tecido

Pouco controle sobre o

trabalho

Não observância ao

ambiente físico do

trabalho, como calor, frio,

vibração.

Sobrecarga estática Trabalho pesado e

inconsciente

Falta de programas de

prevenção

Fonte – Adaptado de Barreira (1994)

A cura da DORT depois de ter iniciado a II fase é mais complicado.

Portanto necessário se faz, que os empresários tomem medidas preventivas

para impedir a evolução do quadro clinico dos trabalhadores, que já

manifestaram os sintomas e prevenir os que ainda não manifestaram. A

primeira coisa deve ser feito num programa de prevenção é analise dos fatores

de risco, para que estes sejam controlados (Barreira, 1994).

Coury (1994) menciona a importância das pausas tanto ativa como

passiva como meio de prevenção. Kolling (1982) através de um estudo

comparativo com operários de duas fabricas de acessórios para calçados,

concluiu que a pausa ativa diminuiu significativamente o índice de fadiga

periférica.

- 52 -

As doenças ocupacionais não são recentes. No Brasil, o fenômeno

chega na década de 1980, quando começam a ser descritos os primeiros

casos de LER em digitadores. As estatísticas demonstram um crescimento no

numero de caso de DORT, tendo como vitimas, alem dos digitadores,

bancários, telefonistas, operadores de caixas registradoras, operários das

linhas de montagem nas fabricas, auxiliares de enfermagem e outros, com

maior ou menor acontecimento. O que antes parecia ser uma doença isolada,

causada por susceptibilidade do trabalhador que é exposto aos riscos,

começou a se identificar como epidemia, pois facilita a condição de estabelecer

o nexo causal do fato.

A linguagem empregada quando se aborda o tema LER/DORT, ainda é

bastante confusa e de terminologia variada na literatura sobre o assunto. É

fundamental que se perceba que a LER/DORT não é uma doença ou uma

entidade nosológica, pois, representam um conjunto heterogêneo de afecções

do sistema músculo esquelético que estão relacionadas ao ambiente de

trabalho. Porem, o novo termo distúrbios osteomusculares relacionados com o

trabalho ainda não é satisfatório, pois, as afecções ósseas e ocupacionais são

quase todas exclusivas dos acidentes de trabalho e o termo também exclui os

distúrbios ligamentares e as neuropatias compressivas periféricas, mais

apropriadas poderia ser distúrbios ocupacionais relacionados ao trabalho. A

incidência maior é no sexo feminino justificada por questões hormonais, pela

dupla jornada de trabalho, pela falta de preparo muscular para determinadas

tarefas e também por ter um aumentado o número de mulheres no mercado de

trabalho.

Algumas situações propiciam esta alta incidência das DRTs,

destacando-se a mecanização do trabalho, a organização do trabalho, a

fragmentação das tarefas, a maior especialização e a maior repetição. Também

fatores psicossociais como trabalho monótono, trabalho pesado e inconsciente,

pressão pelo tempo, baixo suporte social e fatores psicológicos individuais,

contribuem para gerar as DRTs. Portanto, considera-se como DORT, qualquer

distúrbio que seguramente esteja relacionado ao trabalho, independente do

- 53 -

segmento afetado, sendo a etiologia deste conjunto de afecções é complexa e

abrange vários fatores multifatoriais (Przysiezny, 2000).

As lombalgias representam a principal enfermidade da sociedade

moderna. Em 1974, as companhias de seguros registraram mais pedidos por

problemas lombares do que por outra causa.

Pollock (1993), afirma que a prescrição de exercícios deve incluir um

programa de treinamento equilibrado, o qual englobe atividades que permitam

o desenvolvimento e a manutenção da foca e do endurance muscular, assim

como a flexibilidade e um treinamento aeróbico. Acredita-se que este tipo de

esquema de treinamento satisfaça melhor os interesses e as necessidades da

população adulta. Como uma forma de treinamento adicional ou alternativo ao

esquema previamente descrito, propõe-se uma serie de exercícios calistênicos,

de alongamento e com pesos, para a maioria dos principais grupos

musculares.

Os exercícios de alongamento devem ser incluídos como parte de

uma rotina regular e podem ser incorporados aos períodos de aquecimento e

volta a calam. Podem relacionar-se algumas vantagens associados à

realização do alongamento ao final da sessão (fase de recuperação), enquanto

o corpo se encontra aquecido e mais maleável.

- 54 -

CAPITULO 3

Qualidade de Vida no Trabalho X Clima Organizacional

A qualidade de vida no trabalho não é mais um diferencial, mas sim

uma exigência de mercado, pois a empresa que não estiver com pessoas em

primeiro plano, dificilmente torna-se competitiva no mercado.

Enquanto as organizações preocupam-se em ser mais competitivas,

produzindo mais e melhor a custos menores, os empregados buscam no

interior das empresas onde trabalham a compensação do estresse causado

pela busca frenética de resultados.

Segundo Limongi França (2007), o atual contexto social e

econômico caracteriza-se por demandar de quando parte das empresas uma

crescente atenção com seus ativos intangíveis.

A qualidade de vida no trabalho não decorre apenas do salário

acima do mercado, e sim resulta em tratamento humano, da gentileza, da

leveza nas relações. Não se pode esperar qualidade no desempenho de

pessoas que carecem de qualidade em seu próprio trabalho.

A qualidade de vida no trabalho se apresenta como uma

preocupação do homem deu-se inicio da sua existência, com objetivo de

facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de suas

tarefas. “O conceito de qualidade de vida engloba vários aspectos como físicos,

ambientas e psicológicos do local de trabalho” (CHIAVENATO, 2004).

No Brasil, a preocupação com a qualidade de vida no trabalho,

surgiu mais tardiamente, em função da preocupação com a competitividade

das empresas num contexto de maior abertura para importação de produtos

estrangeiros e na esteira dos programas de qualidade total.

- 55 -

Muitos são os conceitos de Qualidade de Vida no Trabalho, mas

pode-se entender qualidade de vida como satisfação e bem-estar com relação

ao local de trabalho.

Qualidade de vida no trabalho trata especialmente do bem-estar do

que os trabalhadores entendem que os cargos representam uma fonte de

renda e principalmente um meio de motivação para o bem-estar de cada um

deles.

A qualidade de vida no trabalho tem sido utilizada como indicador

das experiências humanas no local de trabalho e do grau de satisfação das

pessoas que desempenham o trabalho. O conceito de qualidade de vida

implica um profundo respeito pelas pessoas. Para alcançar níveis elevados de

qualidade e produtividade, as organizações precisam de pessoas motivadas,

que participam ativamente nos trabalhos que executam e que sejam

adequadamente recompensadas pelas suas contribuições. A competitividade

organizacional – e obviamente, a qualidade e produtividade – passam

obrigatoriamente pela qualidade de vida no trabalho.

A condição humana no trabalho torna-se uma das preocupações dos

gestores e a Qualidade de Vida do Trabalhador passa a ser tratada com maior

zelo nas organizações.

Limongi-França (2004) afirma que há uma intima correlação entre

melhoria da Qualidade de Vida das Pessoas e Estilo de vida dentro e fora da

organização e que essa melhoria causará impacto na excelência e na

produtividade dos indivíduos em seu trabalho.

Questões como vínculo e a estrutura da vida pessoal a família, a

atividade de lazer e esporte, hábitos de vida, expectativa de vida, cuidados com

a saúde, alimentação, combate à vida sedentária, grupos de afinidades e

apoio, passam a ser desencadeadores de Qualidade de Vida no Trabalho, os

quais se encontram presentes no tempo livre das pessoas.

- 56 -

A Qualidade de Vida no Trabalho, tal qual a Qualidade de Vida, é

tratado sob inúmeros aspectos. As definições de Qualidade de Vida no

Trabalho variam desde os cuidados estabelecidos pela legislação médica e a

segurança do trabalho, até atividades de cunho voluntário que envolvam

empregados e empregadores em áreas como o lazer, a motivação, entre

outras. A maioria discute as condições do trabalho, do bem-estar do individuo e

de grupos. (LIMONGI-FRANÇA, 2004).

Para Limongi-França (2004), a base da discussão sobre a importância

de qualidade de vida encerra escolhas de bem-estar e percepção do que pode

ser feito apara atender às expectativas criadas tanto por gestores como por

usuários de ações de qualidade de vida na empresa. Por considerar as

dimensões sobre o tema Qualidade de vida no Trabalho em Escolas do

Pensamento. As Escolas do Pensamento propostas são: Socioeconômica,

Organizacional e Condição Humana no Trabalho.

Com relação à Escola Socioeconômica vale destacar a analise das

relações de trabalho no mundo globalizado e seus paradoxos. A cidadania,

responsabilidade social, igualdade, prevenção do meio ambiente e o

desenvolvimento sustentável passam a fazer parte do contexto da empresa e

em sua relação com o trabalho.

A Escola Organizacional é composta por um extenso conjunto de

contribuições sob uma perspectiva Organizacional referente à competência,

estratégia, cultura e talento. Deste conjunto podem-se destacar as seguintes

características: expansão de processo de qualidade e produtividade para o de

qualidade pessoal; política de gestão de pessoas – valorização e capacitação;

marketing-imagem corporativa; tempo livre – desenvolvimento cultura, hábitos

de lazer e esporte; risco e desafio com fatores de motivação e

comprometimento.

Por último, a Escola Condição Humana no Trabalho mostra que a

pessoa é um entre biopsicossocial, que tem potencialidades biológicas,

- 57 -

psicológicas e sociais e que estes fatores são fundamentais para a explicação

da saúde e da doença da sociedade moderna (LIMONGI-FRANÇA, 2004).

A visão biopsicossocial está assim fundamentada:

• Dimensão Biológica: diz respeito às características físicas que o

individuo herda ou adquire ao nascer e também durante toda vida.

Inclui metabolismo, resistência e vulnerabilidade de seus órgãos e

sistemas;

• Dimensão Psicológica: esta dimensão referencia os processos

afetivos, emocionais e de raciocínio, consciente ou inconsciente, que

formam a personalidade de cada pessoa e seu modo de perceber e

de se posicionar diante das demais pessoas e das circunstancias que

vivencia.

• Dimensão Social: revelam os valores socioeconômicos, a cultura e

as crenças, o papel da família e as outras formas de organização

social, no trabalho e fora dele, os sistemas de representação e a

organização da comunidade a que cada pessoa pertence e da qual

participa. O meio ambiente e a localização geográfica também

formam a dimensão social.

Lemongo-França (2004) considera que a idéia de criar as Escolas de

Pensamento em Qualidade de Vida no Trabalho, as quais integraram e

localizaram as demandas de Qualidade de Vida das Empresas, podem vir a ser

um avanço importante em direção à consolidação de uma nova competência

gerencial identificada em Qualidade de Vida no Trabalho. As dimensões

socioeconômicas, organizacionais e de condições humanas no trabalho

poderão possibilitar a definição de critérios, procedimentos metodológicos e

novos esforços e praticas organizacionais que viabilizem a Qualidade de Vida

nas Empresas.

Outra leitura sobre Qualidade de Vida no Trabalho a ser destacada,

parte de Walton que foi o primeiro autor norte-americano a fundamentar, um

- 58 -

conjunto de critérios sob a óptica organizacional, iniciando importante linha de

pesquisa de satisfação em qualidade de vida no trabalho (LIMONGI-FRANÇA,

2004).

Pilatti e Bejarno (2005) consideram Walton, como uma condição de

alusão quase obrigatória nos estudos da Qualidade de Vida no Trabalho e

tecem a seguinte explanação:

Para os autores, a idéia de Qualidade de Vida no Trabalho é calcada em

humanização do trabalho e responsabilidade social da empresa, envolvendo o

entendimento de necessidades e aspirações do individuo, através da

reestruturação de cargos e novas formas de organizar o trabalho, aliado a uma

formação de equipes de trabalho com um maior poder de autonomia e uma

melhoria do meio organizacional.

O modelo teórico proposto por Walton possibilita abalizar o nível de

Qualidade de Vida no Trabalho a partir de oito categorias conceituais, que

incluem: compensação justa e adequada, condições de trabalho segura e

saudáveis, oportunidade imediatas para desenvolver e usar capacidades

humanas, oportunidades futuras para o crescimento continuo e garantia de

emprego, integração social e constitucionalismo na organização, trabalho e

espaço total na vida do individuo e relevância social do trabalho.

Na verdade, a qualidade de vida no ambiente de trabalho, é uma

filosofia que visa fazer bem-estar ao funcionário e maior produtividade à

organização, pois se o funcionário não estiver motivado no local de trabalho,

não poderá render o que o seu conhecimento lhe permite.

Assim, a Qualidade de Vida no Trabalho, apóia-se em quatro pontos

fundamentais para os trabalhadores:

1- Resolução de problemas envolvendo os membros da organização

em todos os níveis (participação, sugestões, inovações, etc)

2- Reestruturação da natureza básica do trabalho (enriquecimento de

tarefas, redesenho de cargos, rotação de funções, grupos

autônomos ou semi- autônomos, etc)

- 59 -

3- Inovação no sistema de recompensas (remuneração financeiras e

não financeiras)

4- Melhoria no ambiente de trabalho (clima, cultura, meio-ambiente

físico, aspectos ergonômicos, assistenciais)

A Qualidade de Vida no Trabalho engloba vários aspectos na

organização o que faz com que seja um elemento impulsionador que traz

bastante motivação e satisfação no ambiente de trabalho alienado à saúde e

bem estar do trabalhador.

O desempenho no cargo e o clima organizacional representam fatores

importantes na determinação da Qualidade de Vida no Trabalho. Se a

qualidade do trabalho for pobre, conduzirá à alienação do empregado e a

insatisfação, à má vontade, ao declínio da produtividade, a comportamentos

contraproducentes (como absenteísmo, rotatividade, roubo, sabotagem,

militância sindical, etc).

Se a qualidade do trabalho for boa, conduzirá a um clima de confiança

e respeito mútuo, no qual o indivíduo tenderá a aumentar suas contribuições e

elevar suas oportunidades de êxito psicológico e administração tenderá a

reduzir mecanismos rígidos de controle social.

Segundo Walton, há oito critérios que permitem medir o nível de

qualidade de vida no trabalho:

CRITÉRIOS INDICADORES DE QVT

1-Compensação justa e adequada

- Eqüidade interna e externa

- Justiça na compensação

- Partilha dos ganhos de produtividade

- Proporcionalidade entre salários

2- Condições de trabalho

- Jornada de trabalho razoável

- Ambiente físico seguro e saudável

- Ausência de insalubridade

- 60 -

3- Uso e desenvolvimento de

capacidades

- Autonomia

- Autocontrole relativo

- Qualidades múltiplas

- Informações sobre o processo total do

trabalho

4- Oportunidade de crescimento e

segurança

- Possibilidade de carreira

- Crescimento pessoal

- Perspectiva de avanço salarial

- Segurança de emprego

5- Integração social na organização

- Ausência de preconceitos

- Igualdade

- Mobilidade

- Senso comunitário

6- Constitucionalismo

- Direito de proteção do trabalhador

- Privacidade pessoal

- Liberdade de expressão

- Tratamento imparcial

- Direitos trabalhistas

7- O trabalho e o espaço total de

vida

- Papel balanceado no trabalho

- Estabilidade de horários

- Poucas mudanças geográficas

- Tempo para lazer da família

8- Relevância social do trabalho na

vida

- Imagem de empresa

- Responsabilidade social da empresa

- Responsabilidade pelos produtos

- Práticas de emprego

Fonte: Qualidade de vida no trabalho – Fernandes, Edna – Casa da Qualidade

Editora – 1996

- 61 -

A definição dos critérios dentro de uma organização é difícil, pois varia

conforme a cultura de cada indivíduo e de cada organização. A Qualidade de

Vida no Trabalho não é determinada apenas pelas características individuais

(necessidades, valores, expectativas) ou situações (estrutura organizacional,

tecnologia, sistemas de recompensas, políticas internas), mas sobre tudo pela

atuação sistêmica dessas características individuais e organizacionais.

Sendo assim, muitos dos processos de mudança acabam não dando

certo porque focam somente os processos e os recursos. Estes processos de

mudança podem até ser aplicados, porém as pessoas que estão no comando

do processo não darão grande importância.

É necessário alem de focar as pessoas, mudar os conceitos culturais

que permeiam a organização e faz dos seus lideres o perfil que é. É através

das lideranças que as pessoas reagem de maneira positiva ou negativa criando

o clima organizacional que reina. Além disso, a contrapartida em termos de

benefícios é muito importante para o funcionário trabalhar mais motivado.

A qualidade é algo desafiador para o ser humano. Os seres humanos

são naturalmente contrários a mudanças. E este é o desafio: se faz parte na

natureza humana à resistência a mudança, também faz parte da condição de

sobrevivência o saber mudar. E a mudança que se exige não é apenas de

comportamento: são mudanças de valores, cultura, convicções, crenças.

Assiste-se tal dinâmica revolucionária da tecnologia e o mercado tão

assustadoramente dinâmico e ai esta o desafio: ou mudamos com o mercado

ou nos tornamos obsoletos.

Quando se fala em implantar uma Qualidade, está se falando em

modificar comportamento de pessoas e de modificar a cultura da organização –

o que é também mudança cultural de seus membros. Por isso, é necessário um

programa de reeducação humana. Mudar comportamentos não é fácil.

Para haver mudanças, é preciso que a alta cúpula das organizações pro

transformações e mude a maneira de lidar com as pessoas, pois é através da

liderança que se constitui o clima organizacional e as pessoas se sentem

influenciadas de alguma forma com ás praticas organizacionais.

- 62 -

Os recursos humanos têm de estar a par do planejamento estratégico da

organização e participação das decisões a fim de se sentir parte de um time.

A gestão participativa faz as pessoas quererem mais e mais inovar e

mostrar seu potencial. Mais anda se houver benefícios.

Assim, para uma boa gestão do clima organizacional, é necessário o

alinhamento dos objetivos e planos, a utilização das ferramentas da qualidade

para subsidiar a melhoria dos processos e também as relações interpessoais,

desenvolvendo pessoas mais criativas e com potencial dentro das equipes,

gerando, assim, produtos e serviços de qualidade. Além disso, um programa de

qualidade de vida é vital para criar um ambiente harmônico e equilibrado e

trazer mais reconhecimento e orgulho por trabalhar na organização.

- 63 -

CAPÍTULO 4

Definição de Termos

ATIVIDADE FISICA: é todo movimento corporal produzido pela musculatura

esquelética e que resulta em gastos energéticos acima dos níveis de repouso

(BARBANTI, 1994).

APTIDÃO FÍSICA: é definida pela Organização Mundial de Saúde como a

habilidade do músculo em executar um trabalho satisfatoriamente. Para

CASPERSEN et al (1985), a aptidão física é um constructo multidimensional

que inclui um conjunto de características possuídas ou adquiridas por um

individuo e que estão relacionadas com a capacidade de realizar atividades

físicas. Recentemente diversos autores tem proposto uma distinção entre

aptidão física relacionada ao desempenho motora e a aptidão física

relacionada à saúde. Esta destaca quatro componentes: aptidão

cardiorrespiratória, força e resistência muscular, flexibilidade e composição

corporal (níveis adequados de gordura corporal) (PATE, 1988).

ALONGAMENTO: Relaxar o corpo, ter uma postura correta, melhorar a

circulação sangüínea e acabar com dores musculares e até cólicas menstruais,

são alguns dos benefícios dessa pratica. Tem como objetivo a ser trabalhada a

flexibilidade e a amplitude do grau articular. Treino Intelectual, desenvolvendo a

inteligência através do corpo (expressão corporal), inteligência espacial

(capacidade de visualizar, criar e se mover pelo espaço), inteligência

interpessoal (emocional), inteligência musical (aprendendo tempos, frases e

ritmos).

BEM ESTAR: é um conceito holístico, que descreve o estado de saúde positiva

individual, e abrange o bem-estar físico, psíquico e social (BOUCHARD et

al.,1990).

- 64 -

CLIMA ORGANIZACIONAL: está diretamente relacionado ao grau de

satisfação, as expectativas e as necessidades da organização, por exemplo: de

intimidade; de espírito de equipe etc. Os hábitos arraigados, o processo

decisório, o grau de disciplina, benefícios e qualidade de vida no trabalho,

afetam o clima organizacional.

COMPORTAMENTO RELACIONADO À SAÚDE (CRS): ações decorrentes de

opções e atitudes que definem um estilo de vida pessoal concorrente com

melhores índices de saúde de redução dos riscos modificáveis para

prevalência de doenças (BARROS, 1999).

COMPORTAMENTO TIPO A: é um padrão de traços da personalidade, que

incluiu um impulso competitivo excessivo, agressividade, impaciência,

incapacidade de relaxar, incansável desejo de realização, hostilidade

facilmente excitável, acentuação da fala normal e sentido de urgência temporal.

As pessoas com comportamento tipo A sãs mais propensas a apresentarem os

fatores de risco das doenças coronarianas. (BARBANTI, 1994).

DORES NAS COSTAS: são um dos principais sintomas apresentados pela

população em geral. A grande maioria das pessoas se queixa ao menos uma

vez na vida de alguma dor nas costas (HAANEN, 1984).

DOENÇAS CRÔNICO-DEGERATIVAS: são consideradas doenças crônico-

degenerativas, entre outras, as enfermidades cardiovasculares, tais como, a

hipertensão arterial, a doença coronariana aterosclerótica, as arteriopatias

periféricas, osteoporose, alem dos diabetes mellitus e da doença pulmonares

crônicas. Hoje, a maior causa de morte nos países desenvolvidos e em

desenvolvimento são as doenças cardiovasculares. Não há uma causa única

para esta enfermidade, mas sabe-se que existem fatores que aumentam a

probabilidade de sua ocorrência. Os fatores de risco são condições ou hábitos

que agridem o coração ou as artérias.

DOENÇAS DEGENERATIVAS: decorrência do desgaste psicológico do

trabalhador, levando a uma perda considerável de seu poder imunológico

(AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1992).

- 65 -

EXERCICIO: movimento corporal planejado, estruturado e repetitivo, realizado

para melhorar ou manter um ou mais componentes da aptidão física (BLAIR Et

al. 1994).

EQUILIBRIO ORGANIZACIONAL: reflete o êxito das organizações em

recompensarem seus integrantes com quantias adequadas de dinheiro,

oportunidades ou de satisfações não materiais não materiais e motivá-los a

continuar na organização. Assim, toda a organização oferece um conjunto de

incentivos para induzir a um retorno equivalente ou maior de contribuições por

parte dos colaboradores (CHIAVENATO, 2003).

ENVELHECIMENTO: o envelhecimento não é um processo unilateral, mas a

soma de vários processos entre si, os quais envolvem os aspectos

biopsicossociais (Meirelles 1997).

ERGONOMIA: o termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon

(trabalho) e nomos (regras). Na Grécia antiga o trabalho tinha um duplo

sentido: ponos que designava o trabalho escravo de sofrimento e sem

nenhuma criatividade, e ergon que designava o trabalho arte de criação,

satisfação e motivação. Tal é o objetivo da ergonomia, transformar o trabalho

ponos em trabalho ergon, auxiliando no projeto e na modificação dos

ambientes de trabalho otimizando a produção, enquanto indica as melhores

condições de saúde e bem estar para aqueles que utilizam estes ambientes.

Essa abordagem deve ainda, segundo autor, ser “holística e interdisciplinar”,

exigindo conhecimento do trabalho/tarefa, do trabalhador/ usuário, do ambiente

e da organização (MICHEL, 2000).

EMPRESA: constituem uma das mais complexas e admiráveis instituições

sociais que a criatividade e engenhosidade humana construíram.

As empresas de hoje são diferentes das de ontem e, provavelmente, amanha e

no futuro distante apresentarão diferenças ainda maiores. Não existem duas

empresas semelhantes, pois a maior apresentarão diferenças ainda maiores.

Não existem duas empresas semelhantes, pois a maior característica das

empresas é sua enorme diversidade: as empresas podem assumir diferentes

- 66 -

tamanhos e estruturas organizacionais. Elas operam em diferentes ambientes,

sofrendo as mais variadas coações e contingências, que se modificam no

tempo e no espaço, reagindo a elas dentro de estratégias e comportamentos

diferentes, alcançando resultados extremamente diferentes (CHIAVENATO,

1994).

ESTILO DE VIDA: é o compromisso de um comportamento individual agregado

com ações e hábitos que podem afetar a saúde pessoal. Por exemplo: dieta

balanceada, atividade física habitual, não uso de drogas, fumo e álcool

(BOUCHARD et al, 19990).

ESTRESSE: o termo estresse advém da física, é definido como o grau de

deformidade que uma estrutura sofre quando é submetida a um esforço. Hans

Selye, em 1936, utilizou pela primeira vez este termo, o que denominou um

conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma

situação que exige um esforço para adaptação (NAHAS, 2001).

HIDROGINÁSTICA: atividade localizada e aeróbia realizada em piscina,

adequada e especialmente elaborada. Esta atividade desenvolve a capacidade

cardiovascular, força e a resistência muscular, melhorando conseqüentemente,

a mobilidade, elasticidade e flexibilidade articular.

GINÁSTICA LABORAL: pode ser preparatória e compensatória, consistindo

em exercícios específicos realizados no próprio local de trabalho, atuando de

forma preventiva e terapêutica. Leve e de curta duração, a ginástica laboral

visa diminuir o numero de acidentes de trabalho, prevenir doenças originadas

por traumas cumulativos, prevenir a fadiga muscular, corrigir vícios posturais,

aumentar a disposição dos funcionários ao iniciar e retornar ao trabalho,

promover maior integração no ambiente de trabalho (DIAS, 1994).

GINÁSTICA LABORAL PREPARATORIA: é realizada antes da jornada de

trabalho, a fim de preparar a pessoa para o trabalho, aquecendo os grupos

musculares que serão solicitados nas suas tarefas e despertando-os para que

se sintam mais dispostos, motivados e integrados. Geralmente é realizada com

- 67 -

a reunião de todos os funcionários em um local especifico, no inicio de cada

turno de trabalho (SCHARCOW, citado por CAÑETE, 1996).

GINÁSTICA LABORAL DE AQUECIMENTO: é executada nas primeiras horas

de trabalho. Ela deverá proporcionar ao individuo mais disposição para que ele

inicie sua jornada de trabalho, despertando-se uma forma prazerosa.

(MENDES, 2000)

GINÁSTICA LABORAL COMPENSATÓRIA: é realizada durante a jornada de

trabalho (LEITE e MENDES, 1999), através de pausas para executar exercícios

específicos de compensação às exigências física do trabalho. Deve ser dada

atenção especial às regiões cervicais, torácica e lombar, com ênfase nos

exercícios de alongamento, relaxamento e força muscular. Este tipo de

atividade previne vícios posturais durante as atividades habituais de trabalho;

devem ser utilizados exercícios que mobilizem os músculos menos solicitados

e relaxem aqueles que trabalham em demasia; as sessões devem ter uma

duração de 7 a 10 minutos, em casa três a quatro horas de trabalho (TARGA,

citado por LEITE & MENDES, 1999).

GINÁSTICA LABORAL DE PAUSA: é definida por, como um trabalho que

relaxa os músculos que estão em contração durante maior parte do labor, e

fortalece os músculos mais fracos. Kolling (apud OLIVEIRA, 2003).

GINÁSTICA DE RELAXAMENTO OU DE FINAL DE EXPEDIENTE: tem a

duração aproximadamente de 10 minutos e é fundamental em exercícios de

alongamento e relaxamento muscular com o objetivo de oxigenar as estruturas

musculares envolvidas nas tarefas diárias. (OLIVEIRA, 2003)

GINÁSTICA LABORAL DE DESCONTRAÇÃO: pode ser realizada em

qualquer horário da jornada de trabalho, normalmente é realizada no meio da

jornada. Seu objetivo é a descontração, integração, socialização entre os

trabalhadores e motivação para o trabalho. Ela também objetiva a quebra da

monotonia das atividades. Para tal, são realizadas atividades físicas em grupo

ou em dupla, brincadeiras e atividades de descontração (COSTA FILHO,

2001).

- 68 -

GINÁSTICA LABORAL DE MANUTENÇÃO OU DE CONSERVAÇÃO: é

aplicada para a manutenção do equilíbrio morfológico das pessoas integrantes

de programas de Ginástica Laboral em empresas, de modo que permaneçam

estáveis. É composta normalmente de exercícios aeróbicos e é executada

antes da jornada de trabalho, durante os intervalos de almoço ou equivalente

ou ainda após o expediente, com duração de 30 a 60 minutos (MENDES,

2000).

GINÁSTICA LABORAL CORRETIVA: A ginástica labora corretiva é destinada

aos indivíduos com deficiências morfológicas não-patologicas, sendo aplicada

a um número restrito de pessoas que apresentam a mesma característica

postural (BERTOLINI, 1999).

Essa modalidade tem como objetivo alongar os músculos que estão curtos e

encurtar aqueles que estão alongados, restabelecendo o antagonismo

muscular através de exercícios específicos. Os exercícios são realizados em

seção especifica, apenas com os indivíduos que apresentam as mesmas

características: portadores de deficiências morfológicas não patológicas

(TERGA, 1973).

IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA EM

EMPRESAS: deve seguir padrões essenciais de qualidade: comprometimento

de alta cúpula, definição clara de filosofia e dos objetivos, avaliação das

necessidades internas, coordenação de profissionais qualificados, ações de

marketing, sistema hábeis de operações e administração, procedimentos de

avaliação e sistemas de comunicação eficientes, bem ressaltar a importância

de uma cultura quer busca desenvolver hábitos e atitudes saudáveis e que esta

se torne familiar no dia a dia da empresa, oferecendo uma melhor qualidade de

vida e promovendo a saúde.

LAZER: a definição de lazer é dependente das diferentes formas de

caracterizá-lo (como um conceito holístico, como tempo, como atividade, como

símbolo de status social ou como um estado mental). Como sugere BARROS

- 69 -

(1999), adotou-se o conceito de lazer com as atividades desenvolvidas fora e

além das horas de trabalho.

LAZER ATIVO: atividades de intensidade moderada à vigorosa, realizadas

individualmente, com família ou com amigos, nos períodos de lazer, como

forma de ocupar o tempo livre ou por prazer (adaptado de EDGINTON et al,

1995).

LAZER PASSIVO: atividades que não exigem esforços físicos mais intensos,

envolvendo tarefas predominantemente intelectuais em repouso, sentados ou

em pé, sem deslocamento (adaptado de EDGINTON et al,; 1995).

LER, DORT: constituem num conjunto de afecções do aparelho locomotor

provocado pela sobrecarga de um grupo muscular. Tem maior incidência nos

membros superiores em dor, queda do desempenho no trabalho, fadiga e

incapacidade funcional temporária que pode levar a síndrome dolorosa crônica

(Couto, 1994). Uma das causas apontadas para o aumento dessas afecções é

a modernização do trabalho co características de atividades fragmentadas,

repetitivas, monótonas, realizadas em curto ciclo de tempo com ritmo de

trabalho imposto pela máquina ou padrão de produtividade (Pereira, 1998).

A NOMECLATURA LER - Lesão por esforço repetitivo, foi substituída por

DORT – Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, em 5 de agosto

de 1998, através da Ordem de Serviço 606 dada pelo Ministério da Providencia

e Assistência Social. A mudança ocorreu por motivos previdenciários, para

pagamento de benefícios e reconhecimento da doença. O diagnostico da LER

pode ser dado independente do loca onde foi adquirida, até em casa fazendo

atividades domesticas. Entretanto, a DORT só pode ser diagnosticada, quando

a lesão for adquirida por atividades relacionadas ao meio ambiente de trabalho

(Fernandes, 2000).

A linguagem empregada quando se aborda o tema LER/DORT, ainda é

bastante confusa e de terminologia variada na literatura sobre o assunto. É

fundamental que se perceba que a LER/DORT não é uma doença ou uma

entidade nosológica, pois, representam um conjunto heterogêneo de afecções

- 70 -

do sistema músculo esquelético que estão relacionadas ao ambiente de

trabalho. Porem, o novo termo Distúrbios Osteomusculares Relacionados com

o trabalho ainda não é satisfatório, pois, as afecções ósseas e ocupacionais

são quase todas exclusivas dos acidentes de trabalho e o termo também exclui

os distúrbios ligamentares e as neuropatias compressivas periféricas, mais

apropriadas poderia ser Distúrbios Ocupacionais Relacionados ao trabalho. A

incidência maior é no sexo feminino justificada por questões hormonais, pela

dupla jornada de trabalho, pela falta de preparo muscular para determinadas

tarefas e também por ter um aumentado o número de mulheres no mercado de

trabalho.

MASSAGEM: A massagem é uma das mais antigas e simples formas de

terapia e um método de tocar, pressionar e amassar diversas regiões do corpo

para aliviar a dor, relaxar, estimular e tonificar. A massagem faz muito mais que

produzir uma sensação agradável na pele, atuando sobre os tecidos macios

(músculos, tendões e ligamentos) para melhorar o tônus muscular. Embora ela

afete principalmente os músculos logo abaixo da pele, seus benefícios podem

alcançar as camadas mais profundas de músculos e possivelmente até os

próprios órgãos. A massagem também estimula a circulação do sangue e ajuda

o sistema linfático (que corre paralelo ao sistema circulatório), melhorando a

eliminação de detritos ao longo do corpo.

ORGANIZAÇÃO: se torna um sistema cooperativo racional e, para SIMON

apud CHIAVENATO (2003), os indivíduos estão dispostos a colaborar quando

as atividades que quando recebem incentivos da empresa. Incluem-se como

incentivos os salários, prêmios de produção e benefícios sociais. Em

contrapartida as pessoas contribuem com a organização a qual estão ligadas

com a sua dedicação, pontualidade, assiduidade, esforço pessoal,

comprometimento, responsabilidade, conhecimento e inovação.

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO: evoluiu no tempo e espaço, concebendo

sistemas de produção, mas eficazes do ponto de vista econômico, técnico e

social. Segundo LAVILLE (1977).

- 71 -

POSTURA: é a organização dos segmentos corporais no espaço; a atividade

postural se expressa na imobilização das partes do esqueleto em posição

determinadas, solidarias umas às outras, e que conferem ao corpo uma atitude

de conjunto. Essa atitude indica o modelo pelo qual o organismo enfrenta os

estímulos do mundo exterior, e prepara-se para reagir (GONTIJO et al, 1995).

POSTURA CORPORAL INCORRETA: pode provocar o desconforto da

musculatura e a compensação de outros grupos musculares talvez não seja

efetivo, o que compromete a segurança do movimento (AMORIN et al., 1991).

Desta forma, pode ocorrer o desequilíbrio do alinhamento corporal, podendo

gerar lesão e dor muscular, a curto, médio ou longo prazo.

POSTURA EM PÉ OU SENTADA: provoca uma carga nos discos

intervertebrais, sendo a posição sentada a que mais sustenta carga na coluna

(KMOPLICK, 1982). Poucos indivíduos matem o controle da postura ao sentar-

se. Alem destes aspectos da estabilidade da coluna, as cadeiras, bancos e

sofás, quando mal planejados, podem causar o achatamento da curvatura

lombar normal, o que resulta em compressão da quarta ou quinta vértebra

lombar. Como conseqüência, pode provocar a dor na coluna.

PROJETO: é um documento produto do planejamento porque nele são

registradas as decisões mais concretas de propostas futuristas. Trata-se de

uma tendência natural e intencional do ser humano. Como o próprio nome

indica, projetar é lançar para frente, dando sempre a idéia de mudança, de

movimento. Projeto representa o laço entre o presente e o futuro, sendo ele a

marca da passagem do presente para o futuro.

QUALIDADE DE VIDA: é a inter-relação mais ou menos harmoniosa dos

incontáveis fatores que moldam e diferenciam o cotidiano do ser humano e

resultam numa rede de fenômenos, pessoas e situações. Também se pode

definir objetivamente qualidade de vida como um conjunto de parâmetros

individuais, sócio-culturais e ambientais que caracterizam as condições em que

vive o ser humano (NAHAS, 1996).

- 72 -

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: é a aplicação concreta de uma

filosofia humanista, pela introdução de métodos participativos, visando

modificar um ou diversos aspectos do meio do trabalho, a fim de criar uma

situação nova, mais favorável à satisfação dos empregados e à produtividade

da empresa (MACEDO, 1992).

QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE: este termo deve ser usado

para limitar a descrição dos aspectos de saúde que podem interferir na

qualidade de vida das pessoas de um modo geral. Desta forma, a Qualidade de

Vida Relacionada à Saúde deve ser analisada através dos dados pessoais,

hábitos relacionados à saúde, dados profissionais, hábitos de atividade física e

exercícios, históricos de doenças cardiovasculares e avaliação do estado

nutricional (ALVAREZ, 1996)

QUALIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FISICA: física tem

uma missão especial na sociedade dentro do processo de educação, na

promoção humana, na integração social e principalmente, na área da saúde. A

educação física necessita de profissionais egressos das escolas para

dinamizar, conduzir e orientar as atividades direcionadas à saúde para

apresentar-se teoricamente e mais próxima da aceitação pela comunidade

cientifica e interinstitucional (Borges, 1998).

RELAXAMENTO AQUÁTICO: atividade que melhora a capacidade muscular e

articular nos movimentos de coordenação e equilíbrio; proporciona a

reeducação postural e relaxamento corporal.

SAÚDE: a definição de saúde permanece um desafio, apesar do progresso em

se tratando de doenças e o aumento da duração média de vida. EDLIN e

GOLANTY (1992) definem saúde como: “uma condição humana, com

dimensões físicas sociais e psicológicas e pode ser caracterizada de forma

positiva é associada com a capacidade de aproveitar a vida e resistir às

mudanças, não é num extremo, com morte prematura. Numa abordagem mais

compreensiva deve ser estabelecido um perfil individual comum do ponto de

vista de saúde, o conhecimento do status de aptidão relacionada à saúde,

- 73 -

informações temporárias ou crônicas de invalidez, absenteísmo, produtividade,

e uso de todas as formas de serviços médicos, incluindo uso de drogas

prescritas e não prescritas” (BOUCHARD 1990, p. 15).

SONO: o sono não é uma função do organismo, como o caso da digestão, mas

um estado de consciência com inúmeras funções, muitas das quais

relacionadas à conservação de energia.

TRABALHO: é toda atividade produtiva do homem em que ele aplica energia

física e mental na produção de bens econômicos e serviços. É através do

trabalho que os homens asseguram sua existência desenvolvendo várias

atividades. Essas são agrupadas pela ciência econômica em três setores em

que interdependência entre eles: primário, secundário e terciário. Quaisquer

dessas áreas caracterizam-se por atividades especificas, desenvolvem uma

estrutura organizacional para atingir os fins desejados (ABRAHÃO e

FERREIRA, 1994).

- 74 -

CAPÍTULO 5

Considerações Finais

Quando da implantação de um programa ou de um novo projeto

qualquer em uma organização, questiona-se quais as vantagens e benefícios

que podem ser alcançados, incluindo o aspecto custo-benefício. Com a

implantação de programa de pausas com exercícios, há um aspecto importante

que invariavelmente é questionado, a perda de tempo e o conseqüente

comprometimento de produtividade do processo.

No caso especifico da implantação de pausas com exercícios em muitas

empresas a pausa já existe. Porem, quando se propõe novos horários e

freqüências, a justificativa deve ser feita através dos benefícios. Neste caso,

muitas vezes, estes não aparecem diretamente em ganhos econômicos ou

aumentos de produtividades, mas como melhoria da disposição para o

trabalho, da satisfação, do clima organizacional, do relacionamento

interpessoal e do cultivo de bons hábitos para a qualidade de vida das

pessoas.

Os benefícios físicos da ginástica laboral é algo incontestável, já que,

toda e qualquer atividade devidamente aplicada é vantajosa. A prevenção do

sedentarismo e às doenças cardiovasculares já seriam motivos suficientes para

afirmar que a ginástica laboral, sob caráter de atividade física, produz melhor

qualidade de vida. Dessa forma, isso se aplica à condição psicológica de uma

pessoa; promover aumento da auto-estima e conseqüentemente da

autoconfiança, a ginástica laboral pode levar, no âmbito empresarial, ao

aumento do desempenho e da produtividade.

Contudo, a prevenção das doenças ocupacionais sem duvida pode

ocorrer pelo emprego da ginástica labora, mas, se a mesma estiver somada a

- 75 -

outras atitudes preventivas e havendo, principalmente, a colaboração voluntaria

dos trabalhadores.

Vale, entretanto, ressaltar que o indivíduo não deve ser forçado a fazer

o que não quer, ou seja, se o funcionário não quiser aderir a ginástica laboral,

sua decisão deve ser respeitada, para que o mesmo não seja sendo submetido

a uma pressão psicológica, comprometendo assim, os benefícios da atividade

física. Porem, é necessário o incentivo constante associado à informações que

respondam “pra que” e “o porquê” de fazer ginástica laboral. Saber, também, a

respeito de LER/DORT é um dos principais temas abordado nessa monografia.

Assim acredita-se que o conhecimento a respeito dos perigos e das

conseqüências das LER/DORT contribui para adesão dos funcionários às

mediadas preventivas, bem como a atividade física.

Sendo assim, para o setor empresarial, a atividade laboral manifesta

efeitos secundários, uma vez que, com o trabalhador primariamente saudável e

disposto, sua produtividade e o seu trabalho conseqüentemente melhorarão.

Porem, por conta de aspectos como acompanhamento físico individualizado,

informação e fatores ergonômicos, o mérito dos resultados de um programa de

atividade física para a empresa “subdividida”, não permitindo que a ginástica

laboral no ambiente de trabalho passa ser devidamente quantificada, mesmo

diante de valores que possibilitem qualificá-la.

- 76 -

CAPÍTULO 6

Materiais e Métodos

Grupo da pesquisa

Foi realizada uma pesquisa em uma empresa de engenharia de médio

porte, situada no Município do Rio de Janeiro. Participaram desta pesquisa 14

funcionários, de ambos os sexos, com idade variando entre 21 e 51, sendo a

média de idade igual a 36 anos. Todos os funcionários argüidos possuem

jornada de trabalho de 8 horas, com pausas e tempo definido de uma hora que

é aproveitado para o almoço. A maioria destes funcionários apresenta

características comuns a indivíduos com vidas sedentárias.

Pesquisa:

Esta é uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram coletados através de

entrevistas com funcionários de uma Empresa de Engenharia no Município do

Rio de Janeiro.

Marli André (1995), afirma que:

“pesquisa qualitativa” é a pesquisa fenomenológica

(Martins e Bicudo 1989). para outros, o qualitativo é

sinônimo de etnográfico (Trivinos 1987. Para outros

ainda, é um termo do tipo guarda-chuva que pode muito

bem incluir os estudos clínicos (Bogdan e Biklen 1982). E,

no outro extremo, há um sentido bem popularizado de

pesquisa qualitativa, identificando-a como aquela que não

- 77 -

envolve números, isto é na qual qualitativo é sinônimo de

não- quantitativo.

(ANDRÉ, 1995, p. 23)

A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma

compreensão dos significados e características situacionais apresentadas

pelos entrevistados, em um lugar de produção de medidas quantitativas de

características ou comportamentos.

Para a realização da pesquisa entre os participantes, após a

implementação das ações do Programa de Qualidade de Vida, foram

levantados questões importantes em relação ao ambiente e jornada de

trabalho. O questionário utilizado encontra-se no anexo 1.

Procedimentos:

A pesquisa foi realizada após aplicação de exercícios laborais,

orientações ergonômicas e palestras educativas. A Cinesioterapia Laboral foi

realizada durante dois meses, de Dezembro 2009 à Janeiro 2010, sendo que

os exercícios foram realizados com grupo de 14 pessoas. Foram realizadas

sessões ministradas por um profissional de educação física, com duração de

10 a 20 minutos, três vezes por semana, no próprio local de trabalho.

Foi realizada a análise do cargo e foi proposta adaptações ergonômicas,

assim como adequações posturais necessárias durante a realização das

tarefas diárias. Nas aulas de reeducação foram repassadas orientações do

posto de trabalho, quanto à utilização adequada do mobiliário, dimensões das

maquinas, reeducação postural e sobre a necessidade da Cinesioterapia

Laboral, enfatizando aos funcionários a importância da colaboração dos

mesmos.

O programa das sessões de Cinesioterapia Laboral teve como protocolo

técnicas de alongamentos e relaxamento muscular global preconizando com

maior ênfase os grupos musculares mais trabalhados, técnicas de meditação,

- 78 -

valorizando o relaxamento físico, mental e o autocontrole, visando à efetividade

do momento da pausa e o reequilíbrio emocional. Foram também empregadas

outras técnicas com o objetivo de diminuir a ansiedade e os aspectos

emocionais do ambiente de trabalho como jogos interativos, dinâmicas

motivacionais, atividades de competição e recreação, torneios esportivos,

meditação, yoga e oficinas de vivencia corporal tomando as atividades mais

atrativas.

- 79 -

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na análise da implementação do Programa de Qualidade de Vida foi

implementado no ambiente de trabalho de uma Empresa de Engenharia no

Município do Rio de Janeiro, foi observado que todos consideraram que a

pausa de 1 hora para o almoço insuficiente para se recuperar e acumular

energia para compensar a sobrecarga muscular e tendinosas que porventura

podem ocasinar DORT. SALVE, em 1997, considera como fatores que levam a

DORT o tempo insuficiente para a recuperação dos tecidos músculo-

esquelético, e a falta de exercícios que prepare corpo para a vida diária.

Na análise, pode-se concluir que 12 dos 14 funcionários apresentavam

vida sedentária (85%) e, que mesmo não apresentando outro emprego, 6 dos

14 apresentavam tarefas em casa para serem desenvolvidas (42,8%),

sobrecarregando ainda mais os grupos musculares solicitados. ZILLI, 2002,

relata o fator sedentarismo, a exposição às agressões de diferentes origens e

características sofridas diariamente como fatores que podem atuar de forma

negativa na qualidade de vida das pessoas.

Dentre os funcionários estudados, 12 dos 14 relataram que a função

desempenhada na empresa estudada como gratificante. Porém, devido a

sobrecarga de tarefas a serem cumpridas, o trabalho se torna desgastante,

explicando o estresse do trabalhador durante o trabalho. Yeng, em 1995,

caracteriza as lesões por esforço repetitivos como acometimento de estrutura

ósseas, musculares, tendíneas, nervosa e do tecido conjuntivo que lhe dá

sustentação em decorrência de solicitação cumulativas excessivas e repetitivas

de um segmento do corpo. Assim, pode-se concluir que a sobrecarga das

tarefas diárias são fundamentais para um provável desenvolvimento de LER.

Através da observação in loco, pode-se concluir que 85% dos

funcionários utilizam o hemicorpo direito para execução das tarefas e 3 (21,4%)

utilizam hemicorpo direito e esquerdo. Ao avaliar as posturas dos

trabalhadores, notamos que ocorreu maior incidência, 80%, de sobrecarga em

coluna cervical, membros superiores e inferiores.

- 80 -

Foi constatado ao final da pesquisa que todos os funcionários aderiram

às ações propostas pelo programa. Na Cinesioterapia Laboral tivemos

assiduidade de 70% e 30% freqüentaram todas as semanas, porém, nem todos

os dias. Sobre as orientações ergonômicas 70% receberam e aplicaram estas

orientações no ambiente de trabalho e 30% receberam e alegaram que devido

à demanda de trabalho não aplicaram. Os funcionários que aderiram a

Ginástica Laboral elegeram esta atividade como importante fator no combate

das doenças e promoções do relaxamento.

Analisando os dados obtidos no final da pesquisa, 13 dos 14

funcionários, 92,8%, relataram uma melhora global, 12 relataram que houve

diminuição do estresse e 100% relataram-se mais dispostos com diminuição da

tensão após a realização da Cinesioterapia Laboral, com aumentando a

produtividade. Também na análise, pode-se perceber que 57,1% dos

funcionários, isto é, 8 dos 14, apresentaram melhora no relacionamento

interpessoal com a equipe. Na mesma linha, o trabalho realizado em uma

indústria no setor de produção, em Florianópolis, por Cassiano (2003), utilizou

a ergonomia e a Cinesioterapia Laboral como ferramentas de Ginástica

Laboral. Neste trabalho, foi relatado que ocorreu uma redução das dores dos

funcionários nos primeiros dois meses de aplicação do programa e aumento da

produtividade (CASSIANO, 2003).

Estudos divulgados pelo Ministério da Saúde, sobre Cinesioterapia

Laboral mostram que o aumento de produtividade pode alcançar até 5%, a

redução de acidentes de trabalho pode chegar a 25% e a diminuição das faltas

ao trabalho pode ser reduzida em até 20% (ZILLI, 2002).

Portanto, ficou evidente que na empresa estudada, os trabalhadores

apresentaram receptividade ao programa A aplicação de força e postura

inadequada em suas funções de trabalho, mobiliário inadequado e a utilização

dos mesmos grupos musculares durante mais de 50% do ciclo de trabalho

foram aspectos fundamentais para a aceitação do programa. Esses dados

mostram que as condições as quais estes trabalhadores estão expostas são

propícias para o acometimento dos tecidos musculares e de tendões e devido a

isto a alternativa visando uma melhora foi bem aceita.

- 81 -

CONCLUSÃO

- A realização do programa proposto pelo estudo durante dois meses, três

vezes por semana, no período matutino, de 10 (dez) a 20(vinte) minutos,

resultou em uma melhora significativamente importante no que se refere às

dores musculares, postura, produtividade, alivio das tensões e estresse em

aproximadamente 87% dos participantes.

- A importância da atuação dos professores de Educação Física, através das

ações citadas já citadas visando à melhorar a Qualidade de Vida dos

Trabalhadores foi fundamental para este fato.

- A explosão das doenças ocupacionais preocupa o setor privativo e publico.

Há exigência frequente dos fiscais do trabalho para que as empresas

melhorem a Qualidade de Vida dos Trabalhadores. Como define Santi (1987),

“... Como corporeidade, o homem é movimento, é gesto, é linguagem, é

presença, é expressão criativa...” Com isso, a intervenção deste programa age

na melhoria deste individuo tanto no convívio familiar, social e no trabalho,

promovendo conseqüentemente uma melhor relação interpessoal, aumentando

assim a satisfação de trabalhar e a produtividade.

- 82 -

ANEXOS

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO REFERENTE ÀS ATIVIDADES REALIZADAS

NO AMBIENTE DE TRABALHO E FORA DELE

ANEXO 2 - FOTOS

- 83 -

ANEXO 1

QUESTIONÁRIO REFERENTE ÀS ATIVIDADES REALIZADAS NO

AMBIENTE DE TRABALHO E FORA DELE:

Cargo:

Idade:

Horário de trabalho:

Intervalo (almoço / lanche):

Descrição da função:

Predominância de postura estática e dinâmica:

Sobrecarga da musculatura:

Predominância de Hemicorpo:

Pratica alguma atividade física?

Exerce alguma atividade do lar?

Já praticou Cinesioterapia Laboral? Através da Cinesioterapia Laboral houve

melhora da postura corporal no seu ambiente de trabalho?

Utiliza as orientações fornecidas pelo professor de Educação Física no seu dia

a dia?

Com a ginástica laboral houve maior facilidade em controlar as situações de

estresse no dia a dia?

A ginástica laboral trouxe melhorias ao seu dia de trabalho?

Houve melhora da disposição para o trabalho com a ginástica laboral?

Ocorreu melhora da relação interpessoal no trabalho através da ginástica

laboral?

Com a ginástica laboral houve melhora na produtividade do trabalho?

Em relação à orientação ergonômica:

Seguiu as orientações repassadas pelo professor de Educação Física?

A organização nos postos de trabalho melhorou?

Houve melhora da postura?

As queixas de dores diminuíram?

- 84 -

ANEXO 2

IMAGENS

POSIÇÃO INCORRETA AO SENTAR

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POSIÇÃO CORRETA AO SENTAR - FIGURA 1

- 86 -

POSIÇÃO CORRETA AO SENTAR - FIGURA 2

- 87 -

POSIÇÃO CORRETA AO SENTAR - FIGURA 3

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EXERCÍCIOS PARA PREVENÇÃO DE LER E DORT

- 89 -

GINASTICA LABORAL SÉRIE DE EXERCÍCIOS

A - De pernas afastadas na largura dos ombros e joelhos semi-flexionados, estique os dois braços acima da cabeça e entrelace os dedos. Vire as palmas das mãos para cima.

G - Mantenha um joelho flexionado e a outra perna esticada atrás. Apóie os braços no chão e olhe para frente. Mantenha a coluna reta.

B - Na mesma posição inicial do exercício A estique os braços à frente, com os dedos entrelaçados e curve a coluna. Abaixe a cabeça encostando o queixo no peito.

H – Mantenha um joelho flexionado e estique a outra perna à frente. Com o braço do mesmo lado da perna esticada alcance o pé flexionado o tornozelo.

C - Na mesma posição inicial do exercício A, faça a flexão lateral do tronco, depois repita com o outro lado.

I – Com os joelhos semi-flexionados e pernas afastadas na largura do ombro, faça a flexão frontal do tronco. Tente alcançar o chão.

D - Na mesma posição inicial do exercício A, estique os braços à frente com os dedos entrelaçados e as palmas voltadas para fora. Faça uma rotação do tronco para o lado e depois repita para o outro.

J - Na mesma posição, ande com as mãos um pouco à frente e estique os joelhos. Olhe para frente.

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E - Coloque uma perna à frente, flexione o joelho e mantenha a outra perna atrás esticada. Curve o tronco um pouco à frente apoiando as mãos sobre a coxa. Mantenha a coluna alinhada com a perna esticada atrás e os pés voltados para frente.

K - Na mesma posição, aproxime o tronco das pernas. Segure nos calcanhares.

F - Mantenha um joelho flexionado e estique a outra perna à frente, incline o tronco de forma que ele fique paralelo ao chão, estique os braços e entrelace os dedos. Olhe para frente.

L - Na ponta dos pés, estique os braços acima da cabeça

- 91 -

TENDINITE

- 92 -

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