os desafios da escola pÚblica paranaense na … · 2016-06-10 · poh, eja. 1. introduÇÃo a...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
OBJETOS DE APRENDIZAGEM COMO RECURSOS DIDÁTICOS PARA SIMULAÇÃO DE EXPERIMENTOS E ATIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO EM QUÍMICA
Elisangela Antonieta de Oliveira1
Marcelo Maia Cirino2
Resumo
Este artigo é resultado do projeto de capacitação do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE). A proposta didática envolveu 17 alunos do coletivo do CEEBJA, com discussões e reflexões sobre o significado de alguns conceitos químicos, tais como pH, acidez e basicidade. Para o desenvolvimento do trabalho utilizamos vários recursos didáticos, como a problematização em classe, leituras e discussão de textos, trabalhos em grupo, utilização de “Objetos de Aprendizagem” e pesquisas. Os resultados apontam para uma sólida apropriação do conhecimento cientifico pelos estudantes, consequência de uma aprendizagem significativa.
Palavras-chave: Objetos de Aprendizagem, contextualização, aprendizagem significativa, pH e
pOH, EJA.
1. INTRODUÇÃO
A escola é o reflexo da sociedade, que por sua vez se apoia fortemente na
influencia do momento histórico. Portanto, para formar um cidadão crítico, o
educador deve utilizar estratégias de ensino para desenvolver uma aprendizagem
significativa, com variados recursos metodológicos em sua aula, que introduzam o
uso de novas tecnologias, em especial as Tecnologias de Informação e
Comunicação, conhecidas como TIC. São novas tecnologias e métodos utilizados
para a comunicação, surgindo da revolução informacional, que está sendo
desenvolvida desde a metade da década de 1970 e principalmente a partir dos anos
1990 (CASSEL e CORRÊA, 2012).
Os educadores devem apostar em suas aulas, nos avanços das pesquisas
em diferentes áreas do conhecimento, recorrendo também à interdisciplinaridade
dos conteúdos. Isto com o proposito de que o educando tenha acesso à cultura geral
e possa ter a capacidade de aprimorar sua consciência crítica, adote atitudes éticas,
compromissos políticos e, principalmente, desenvolva sua autonomia intelectual,
promovendo a cidadania.
1Professora de Química do CEEBJA – Centro Estadual Básica para Jovens e Adultos. Prof. Manoel R. Da Silva – Maringá (PR). E-mail: [email protected]
2Professor adjunto do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e Orientador do PDE. E-mail: [email protected]
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do Paraná,
[ ] a educação deve voltar-se a uma formação na qual os educandos possam: aprender permanentemente; refletir de modo crítico; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais agilidade e rapidez, a partir do uso metodologicamente adequado de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio- históricos (SEED-PR, DCE/EJA, 2006, p. 27).
Muitos educandos não entendem a razão pela qual estudamos Química, pois
não conseguem relacionar conceitos dessa disciplina às suas atividades cotidianas.
Sendo um conteúdo difícil, descontextualizado, distante da sua realidade e não
despertando o interesse dos mesmos, acaba deixando lacunas na formação do
cidadão (ZANON e PALHARINI, 1995).
Por isso, as aulas de Químicas devem ser contextualizadas. Contextualização
relaciona-se à problematizar, investigar e interpretar situações e fatos significativos
para os educandos, de modo que compreendam e resolvam os problemas utilizando
conceitos químicos. Bem desenvolvido, o conteúdo ensinado passa a ter um
significado para os aprendizes. O aprendizado significativo faz com que o estudante
passe a estabelecer com o objeto do conhecimento uma relação recíproca de
importância e utilidade (SILVA, 2003).
Em especial os aprendizes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que em
sua grande maioria são educandos que não tiveram oportunidade de seguir os
estudos de forma regular, que abriram mão de seus estudos para seguir outros
caminhos, seja, por falta de oportunidades ou por necessidade mesmo (NUNES e
TRINDADE, 2009). Esses educandos trazem conhecimentos e experiências prévias,
decorrentes da própria vida, o qual contemplam diferentes culturas, condições
financeiras e sociais, ou seja, as turmas apresentam grande heterogeneidade
socioeconômica. Assim sendo, cada educando possui um tempo próprio necessário
para a construção do conhecimento, que deve ser respeitado e levado em conta.
Conforme citado pelas Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do
Paraná,
O universo da EJA contempla diferentes culturas [...] o educando passa a ser visto como sujeito sócio histórico-cultural, com conhecimentos e experiências acumuladas. Cada sujeito possui um tempo próprio de formação, apropriando-se de saberes locais e universais, a partir de uma perspectiva de ressignificação da concepção de mundo e de si mesmo. Tendo em vista a diversidade desses educandos, com situações socialmente diferenciadas, é preciso que a Educação de Jovens e Adultos
proporcione seu atendimento por meio de formas de socialização dos conhecimentos e culturas (SEED-PR, DCE/EJA, 2006, p. 27).
2. METODOLOGIA EMPREGADA
A sequencia didática foi desenvolvida com estudantes de diferentes faixas
etárias, no Centro Estadual Básica para Jovens e Adultos prof. Manoel R. da Silva
(CEEBJA), no município de Maringá (PR). Para o desenvolvimento do projeto foram
empregados vários recursos didáticos: problematização, leitura e discussão de
textos, trabalhos em grupo, utilização de “Objetos de Aprendizagem”, pesquisas,
entre outros. A sequência do cronograma do projeto envolveu cinco etapas, como
mostra a Tabela 01.
Tabela 01 – Resumo da Sequencia Didática
TÍTULO/TEMA METODOLOGIA HORAS
1ª Etapa: Levantamento da concepção de ácido e base em sua cozinha.
Aplicação de questionário.Reflexão sobre as respostas. 0,5
2ª Etapa: Identificar soluções ácidas e básicas em experimentos virtuais.
Interação com o experimento.Aplicação do questionário.Analise e discussão das respostas.Introdução dos conceitos através de aula discursiva e dialógica.
11,5
3ª Etapa: Construção do conhecimento sobre solução ácida, sua constituição e a relação do pH com a concentração.
Interação com o experimento.Aplicação do questionário.Analise e discussão das respostas.Introdução dos conceitos através de aula discursiva e dialógica..
9,5
4ª Etapa: Nesta etapa relacionar a importância da identificação do pH dos produtos de higienização.
Levantamento prévio sobre identificação de rótulos e o procedimento da elaboração dos produtos de limpeza.Análise dos rótulos do produto de limpeza e medidas de pH.Aula discursiva dialógica sobre compostos ativos do sabão e o pH ideal para a saúde da pele.Pesquisa, discussão em relação da importância do pH em outras situações do cotidiano.
7,5
5ª Etapa: Nesta etapa elaborar um sabonete líquido com pH ácido, adequado para a pele.
Elaboração do sabonete líquido com o ajuste do pH3,0
Em seguida, iremos relatar as atividades desenvolvidas e seus resultados.
[1ª Etapa: Identificação dos conhecimentos prévios dos estudantes]
Como no CEEBJA os aprendizes são heterogênicos em idade, cultura e condição
financeira, foi escolhida uma situação de contextualização que contemplasse o
contexto social da maioria dos estudantes. Por isso, nessa etapa fez-se um
levantamento prévio da identificação/reconhecimento das substancias ácidas e
básicas presentes na cozinha. O objetivo desta etapa foi analisar o que os alunos já
conhecem sobre esse tópico, para estabelecer articulação possível com os
conhecimentos científicos.
Com esse objetivo, os estudantes responderam individualmente as seguintes
perguntas:
1) Nos noticiários sempre ouvimos falar que a chuva ácida danifica os
monumentos históricos, as rochas, que prejudica o meio ambiente. E você, já
ouviu falar de ácido em sua cozinha? Em caso afirmativo, que tipos de ácidos
você pode citar, presentes em sua casa?
2) Quais são as possíveis propriedades de um ácido em sua cozinha?
3) Quais métodos você utiliza em sua casa para verificar se uma substância é
ácida?
4) Você já temperou o repolho roxo com vinagre ou limão? O repolho roxo muda
de cor? Com qual substância? Justifique sua resposta.
5) Caso você venha a deixar o repolho roxo de molho na solução de hipoclorito
de sódio para eliminar os protozoários, você observa alguma alteração no sua
coloração? Qual? Por que isso ocorre?
Os resultados dessa etapa foram os seguintes:
Em sua totalidade os aprendizes relataram que já ouviram falar da existência de
ácidos em sua cozinha. Como exemplo, foram citadas as frutas cítricas (limão,
laranja, abacaxi), vinagre, água, refrigerante, bicarbonato de sódio, produtos de
limpeza (detergente, água sanitária, brilho de alumínio) e sal. Com relação às frutas
cítricas e ao vinagre, os estudantes se basearam no paladar, identificando o sabor
azedo. No entanto, dez alunos citaram o sal de cozinha como ácido, pois levaram
em consideração a degradação das rochas com a chuva ácida, citada no enunciado
da pergunta sobre a ferrugem dos carros nas cidades litorâneas (maresia).
Apesar da resposta incorreta, ela indica que ocorreu um desequilíbrio no sistema
cognitivo do educando. Na aprendizagem significativa este processo inclui o
processamento da nova informação, que se relaciona de uma maneira não literal e
não arbitrária com os conhecimentos anteriores (MOREIRA, 2006). Um dos alunos
relacionou a sensação da ardência da pimenta com o sabor azedo. Ele atrapalhou-
se com o vocabulário ou com a sensação gustativa. Outros dois citaram produtos de
limpeza como ácidos, devido ao seu poder abrasivo e corrosivo (como citado no
enunciado, na deterioração dos monumentos históricos). E a água foi citada apenas
uma vez e esse aluno fez a relação com a chuva ácida do questionário, afinal, chuva
é água. O bicarbonato também foi relatado por um dos alunos devido à relação com
as bolhas do refrigerante. Portanto, todos os alunos da turma utilizaram as
propriedades organolépticas (paladar, tato e visão) para provar e observar se uma
substância é ácida ou não.
No entanto, sobre o uso de vinagre ou limão para temperar o repolho roxo,
dos dezessete aprendizes, dez já tiveram essa experiência e o restante não. Os
experientes relataram que o repolho roxo mudou de cor em ambos os condimentos.
As hipóteses levantadas por eles são: deterioração, desbotamento ou perda de cor
do repolho roxo pela relação com os temperos. Mas não explicam quimicamente o
processo, o que já era esperado. Apenas dois alunos empenharam-se em propor
uma justificativa, descrita a seguir:
I) “Os dois, por causa das propriedades químicas do elemento. O vinagre e
o limão. O limão é ácido. E o vinagre tem álcool.
II) O ácido do limão e o álcool do vinagre fazem com que o repolho roxo
mude de cor”.
Os sete aprendizes descrevem que não utilizam o repolho roxo, pois é mais caro.
Em relação, ao uso do repolho roxo na solução de hipoclorito de sódio, nenhum
aluno experimentou. Os alunos descreveram que, na cozinha, os ácidos tem
propriedade de realçar o sabor (tempero), de evitar o escurecimento das frutas
cortadas (gotas de limão), de derreter e corroer os ossos, de formação de ferrugem
(água ou sal). Essa etapa foi importante para discutir, esclarecer e valorizar as
respostas elaboradas pelos aprendizes. Bem como para estabelecer ligações
cognitivas entre o conhecimento prévio e as concepções futuras para o
desenvolvimento da sequência didática. Pois, segundo Ausubel3 e colaboradores
(1968, apud SILVA E FURTADO, 2012), a aprendizagem significativa ocorre quando
se relacionam às ideias prévias, conceitos ou proposições relevantes do conteúdo
novo introduzido. Os conhecimentos já existentes na estrutura cognitiva do sujeito
seriam uma âncora em que o novo conhecimento se apoia.
As concepções equivocadas serão retomadas nas atividades subsequentes,
sendo, portanto, esclarecidas ao longo do processo. E como a maioria dos
participantes não tinha tido contato direto com o repolho roxo, foi feita uma
demonstração experimental.
[2ª Etapa: A construção do conhecimento de ácido e base]
Dando continuidade à nossa pesquisa, introduzimos a utilização do Objeto de
Aprendizagem (OA): “Indicadores de ácidos e bases na cozinha”, desenvolvido na
Universidade de São Paulo (USP), no Laboratório Didático Virtual
(www.labvirt.fe.usp.br). O objetivo dessa atividade é fazer com que o aprendiz
descubra se a solução é ácida ou básica.
No inicio, na apresentação das telas desse OA é fornecida uma Tabela com a cor de
alguns indicadores ácido - base mais comuns. Nesta etapa, o aprendiz será
receptor de informação, portanto, foram feitas adaptações. A atividade inicia-se na
interface do experimento virtual, o aluno recebe uma tabela para anotar suas
observações e um questionário para reflexões. Foi proposto o que segue:
1) É possível classificar os materiais analisados em grupos diferentes? Em
caso afirmativo, quais critérios você utilizou para propor essa classificação?
2) O limão, formado pela interação do ácido cítrico com a água (a água está
em maior porcentagem no suco do limão), torna o suco de limão ácido, o que
pode ser evidenciado pela mudança de cor do caldo de repolho roxo. Entre
os materiais estudados, quais são ácidos? Esses materiais apresentam
outras propriedades em comum?
3) Existem materiais que, ao interagirem com a água, fazem com que ele se
torne ácida (lembrando que os materiais que não interagiram com água,
possuem a mesma em sua constituição). A água é o solvente universal,
estando presente na maioria dos materiais. Considerando essa informação e
as resposta às questões anteriores, defina o que é um ácido.
4) Além dos ácidos, há materiais que são classificados como bases, tendo
como critério de classificação as propriedades que esses materiais conferem
ou não à água, após interagir com ela. Baseado em seus dados, defina
material alcalino.
5) A classificação dos materiais em grupo ácido e básico usando o caldo de
repolho roxo é a mesmo utilizando-se alaranjado de metila? Justifique.
6) E em relação à fenolftaleína os materiais que pertence ao mesmo grupo
ácido do caldo de repolho roxo e o mesmo ou não? Por quê?
7) Se a resposta ao item 06 for NÃO, porque inexiste coloração na
fenolftaleína e tem-se a cor azul no tornassol, o que não ocorre se usarmos
o caldo de repolho roxo ou o alaranjado de metila? (sendo que os materiais
são os mesmos).
Em relação às repostas, toda a turma concordou que através da cor é
possível classificar os materiais em grupos. Entre os materiais investigados, o limão,
o leite e o recheio da pilha foram classificados como meios ácidos pelos dezessete
aprendizes. Um dos estudantes incluiu ainda o sabão e o detergente como ácidos.
Provavelmente não prestou atenção e não conseguiu estabelecer a relação entre as
cores e o meio ácido. É possível também que esse aprendiz esteja se apoiando
apenas em suas concepções prévias. Afinal, esse vai e vem de ideias pode
funcionar como a âncora subsunçora do material de estudo (apud SILVA e
FURTADO, 2012). Porém, nenhum dos aprendizes citou alguma propriedade em
comum entre os reagentes do grupo. Não relacionaram o azedo do limão no
levantamento prévio com o leite. Pode ser que não tenham entrado em contato com
o leite depois de azedado. Dos dezessete aprendizes, quatorze definiram ácidos
como materiais que interagem com a água, conforme já havia sido citado no
enunciado. Apenas, trouxeram uma definição mais elaborada, como segue abaixo:
I) Ácido é uma espécie química, molécula ou íon que perde prótons.II) Ácido é um material que age quimicamente com outros elementos.III) Em qualquer meio, aquoso ou não, HCl → H+1 + Cl-1.
Essa explicação deve-se à heterogeneidade da turma, alunos com o Ensino Médio
incompleto, que cursaram uma ou mais séries, possuem uma bagagem cientifica
maior do que os que nunca tiveram contato com estes conceitos.
Os aprendizes que definiram ácidos como os reagentes que interagem com a
água, descrevem as bases como um material que não tem água. Esquecendo-se de
fazer a correlação com o experimento virtual (água com sabão). Um dos aprendiz
não respondeu e o outro deu o exemplo do sabão como definição de meio básico e
um terceiro escreveu que a base serve para medir a acidez do meio que utiliza o
conceito de pH, confundindo os conceitos.
De forma unânime, os alunos relataram que a classificação dos grupos ácidos
e básicos são os mesmos para o repolho roxo e para o alaranjado de metila, devido
à cor vermelha para o ácido e amarela para a base. Eles utilizaram (corretamente)
como base a cor. Somente um dos alunos demostrou conhecimento de indicadores,
descrendo que o repolho roxo indica que a substância é ácida ou básica. A utilização
da cor como referência para classificar o grupo ácido e básico é confirmado nas
respostas à questão seis, onde todos os estudantes concordam que a fenolftaleína
não tem relação com a classificação do grupo ácido do caldo de repolho roxo.
Durante as aulas os aprendizes perceberam a contradição nas respostas quando foi
citado que os materiais usados foram os mesmos e o que variou foram os
indicadores utilizados (suco de repolho roxo, tornassol, alaranjado de metila e a
fenolftaleína). E quiseram, assim, mudar suas respostas. Porém, não souberam
explicar o motivo das cores diferentes no mesmo reagente. Somente quatro
arriscaram uma explicação para o fenômeno:
I) A cor depende da concentração dos íons H+ e OH-.II) O repolho tem uma composição diferente da fenolftaleína.III) A fenolftaleína tem produto diferente.IV) A fenolftaleína tem substância diferente.
Em seguida, o professor fez a articulação entre as reflexões presentes no
levantamento prévio e a elaboração de significação para os conceitos de ácido e
base, valorizando as respostas dos estudantes, esclarecendo as dúvidas,
estabelecendo as relações com o conceito de ácido e base de Arrhenius. Identificou
também, junto aos alunos, os diferentes pigmentos de compostos orgânicos
responsáveis pelas mudanças de coloração no meio alcalino ou no meio ácido e o
funcionamento dos indicadores baseado no equilíbrio químico em meio aquoso
(PERUZZO e CANTO, 2010). Foi discutido, além disso, a existência de várias
substâncias que servem como indicadores, como por exemplo, extrato de repolho
roxo, beterraba, uvas, flores, etc. Pétalas de algumas flores, como a hortênsia, pode
ser usada para identificar o pH do solo. Essa flor apresenta pétalas com cor azul em
solo ácido (quanto mais ácido o solo, suas flores são mais azuis) e cor–de–rosa em
solo básico (FOGAÇA, 2013).
Essa etapa foi importante, pois estabeleceu as possíveis ligações cognitivas
entre os conhecimentos prévios dos alunos e as concepções futuras necessárias
para o desenvolvimento da sequência didática. De acordo com Ausubel e
colaboradores (apud SILVA E FURTADO), a aprendizagem significativa pode ocorre
por descoberta ou por recepção, desde que ambas estejam vinculadas ao
conhecimento já existente na estrutura cognitiva do sujeito.
[3ª Etapa: A construção do conhecimento de que uma solução ácida é constituída pelos íons hidrônio e hidróxido e a relação do pH com a concentração]Dando sequencia ao trabalho, propusemos a utilização do Objeto de Aprendizagem
(OA) “Escala de pH”, disponível no Repositório do Banco de Dados do Ensino Médio
- Química, no Portal do Professor do MEC: http://phet.colorado.edu/en/simulation/ph-
scale
Esse OA, segundo estudo feito pelo grupo do Instituto de Química de UFBA, foi
classificado como modelo conceitual (SÁ, 2010). Ele faz a abordagem, em escala,
de um sistema num nível microscópico, com a quantidade de moléculas, matéria ou
concentração (número ou desenho). É possível de se fazer a medição do pH, de
sistemas encontrados em nosso dia a dia, como por exemplo: leite, cerveja, café,
etc. O objetivo dessa terceira etapa é o de que o estudante perceba a existência de
uma variação de pH (inversamente proporcional), relacionada à concentração dos
íons hidrônios e dos íons hidroxilas. E que, através dessa informação, é possível
medir o pH e classificar a solução em meio ácido ou básico. Então, o procedimento
adotado foi uma orientação prévia ao aluno de como utilizar o OA e alguns pontos
de observação nas telas para o preenchimento da tabela e das perguntas. A tabela
possui parâmetros, tais como, quantidade de moléculas, quantidade em mol e
concentração do íon hidrônio/hidróxido em diferentes volumes de substância, com e
sem adição de água. Em seguida, os alunos irão responder e discutir as perguntas,
que se encontram abaixo.
• Com relação à interface das a nálises dos parâmetros do leite :
O primeiro alimento que um recém-nascido recebe é o leite materno, após
alguns dias experimenta outros alimentos como o leite de vaca, através das papilas
digestivas o ser humano percebe que o leite tem o sabor levemente azedo devido à
presença do ácido lático. O leite fica mais azedo quando alguns fatores externos
como temperatura o transforma em coalhada (CEBULSKI, 2007).
a) O leite tem algumas características semelhantes ao vinagre?
b) Será que pode ser classificado no mesmo grupo do vinagre?
Segundo a definição de Arrhenius (FELTRE, 2008), ácido é qualquer espécie
química que, em presença de água, sofre ionização, produzindo o íon hidrônio como
único cátion. E a base sofre dissociação, produzindo íon hidróxido (FELTRE, 2008).
No entanto, o leite, no segundo Objeto de Aprendizagem tem a presença do íon
hidróxido e hidrônio, seja na representação de colunas (mol ou concentração) ou de
moléculas em nível microscópico.
c) Diante dessa situação, qual deve ser o caráter do leite, ácido ou básico?
Justifique sua resposta.
d) Independente da resposta, porque existem as duas espécies (hidrônio e
hidróxido)?
• Com relação à interface da Análise dos parâmetros do sabão :
A rainha Isabella da Espanha orgulhava-se de ter tomado apenas dois banhos
durante a sua vida, um no dia do seu nascimento e outro no dia do seu casamento
(BARBOSA e SILVA, 1995). Claro que, nos dias atuais, temos o habito de tomar
banho todos os dias, e utilizamos o sabão para ajudar na higienização. Com isso,
tivemos a oportunidade, principalmente na infância, de experimentar o sabor do
sabão (em barra ou sabonete) durante o banho. Portanto, você tem condição de
responder às seguintes questões:
a) Que sabor tem o sabonete ou o sabão? Qual foi a classificação do sabão no
primeiro OA?
b) No segundo OA, o sabão possui em sua solução a presença de íon hidróxido e de
íon hidrônio. Por tanto, você consegue manter a mesma classificação do primeiro
OA? Em que você baseia a sua resposta?
c) Independente da resposta, porque existem as duas espécies (hidrônio e
hidróxido)? Você pode manter a mesma resposta que foi dada para o leite?
• Perguntas da Análise dos parâmetros da água:
a) Depois de ter feito a análise e classificação do leite e do sabão no segundo OA e
identificando as quantidades de íon hidrônio e de íon hidróxido na água, o que você
pode concluir em relação à classificação da água: afinal, a água é um ácido, uma
base ou existe outra classificação? Qual?
b) O leite é ácido e o sabão é básico, porque predominam as quantidades de íon
hidrônio e de íon hidróxido, respectivamente. Portanto, a água do OA, que possui a
mesma quantidade dos íons é neutra. Mas, ouvimos falar, através da mídia, sobre
os danos causados pela chuva ácida ou lemos nos rótulos de água mineral que a
água é levemente alcalina. Afinal, qual é a classificação da água? E quais são os
critérios para fazer essa classificação? Podemos continuar utilizando o conceito de
que a classificação (ácida ou básica) está relacionada à quantidade dos íons
hidrônio e hidróxido?
• Perguntas em relação à variação do volume e adição de água no leite, olhe no OA
a interface do leite :
a) O leite que está na embalagem longa vida de um litro possui a mesma
composição, cor e sabor que o leite da mesma caixa transferido para um copo de
250mL? O que mudou nessa situação?
b) Na interface do leite o que você observa de semelhante e diferente quando
mudamos o volume da composição do mesmo leite (sem adicionar água)?
c) Portanto, das diferentes maneiras de se representar as quantidades de íon
hidrônio, qual forma expressa melhor a composição do leite em diferentes volumes,
sem a adição de água?
D) Será que o pH tem alguma relação com a concentração? Justifique sua resposta,
fazendo comparações dos valores das espécies em diferentes volumes.
e) Por que ao adicionar água no leite a medida de pH muda?
• Perguntas da Análise dos parâmetros da concentração e pH das diferentes líquidos
no mesmo volume sem adição de água:
A) É possível fazer uma escala de acidez, do mais forte para o mais fraco, em
relação aos líquidos estudados?
B) Seria possível separar em grupos: ácidos, bases e neutro nessa escala?
C) Qual a relação do pH com a concentração do íon hidrônio?
Sobre os resultados dessa etapa, a maioria dos alunos estabeleceu relação
de comportamento entre o leite, o vinagre e o limão, pois são todos azedos, segundo
eles. O leite é ácido devido à presença de ácido lático. No entanto, nenhum
aprendiz levou em consideração a informação de que, segundo Arrhenius, ácido
sofre ionização liberando o íon hidrônio, conforme citado no enunciado do exercício.
Em relação à presença das duas espécies (H3O+1 e OH-1) na solução do experimento
virtual, os estudantes justificaram que é devido a presença de água (03 alunos) ou
contaminação do meio (01 aluno). Os demais deixaram não responderam.
Sobre o sabão, os que tiveram oportunidade de ter contato gustativo com o
sabonete no banho, constataram uma queimação na boca devido à alcalinidade do
meio, um sabor amargo, ou seja, ruim, sendo classificado por todos como sendo um
meio básico. Em relação à presença dos dois tipos de íons na solução (H3O+1 e
OH-1) de sabão, os aprendizes citaram como justificativa a presença de água na
elaboração do sabão (13 alunos) ou a reação de saponificação (01 aluno) ou por ser
básico devido a presença de maior quantidade de OH-1 (03 alunos).
Em relação à análise da água, os alunos compreenderam que a água é
neutra, devido à coexistência dos íons hidrônios e hidróxidos, em quantidades
iguais. E que a chuva é ácida e a água mineral é alcalina, isso devido à poluição (07
alunos) ou devido à fonte e o trajeto que a água percorre (o restante da turma).
Sobre o leite que está numa caixa de um litro e o mesmo leite num copo de
250 mL, o que os diferencia é apenas o volume. Ao variarmos o volume do leite no
experimento virtual, os alunos observaram que a número de moléculas e a
quantidade em mols se modificam. E que a concentração dos íons hidrônio e
hidróxido, juntamente com o pH da solução se mantem constante com a variação do
volume. Portanto, todos os alunos concordaram que a melhor maneira de
representar o leite, em diferentes volumes, é a concentração e o pH. E que a
concentração possui relação com o pH, pois é diretamente proporcional à
concentração, podendo manter-se mesmo em diferentes volumes. E que ao
adicionarmos água, a concentração dos íons é alterada, ficando o leite mais diluído
e mais “ralo”.
Ao analisar os parâmetros da concentração e do pH em diferentes líquidos
com o mesmo volume, sem adição de água, percebemos que todos os alunos
chegaram ao consenso de que é possível fazer uma escala de acidez do mais forte
para o mais fraco. E de que isso é possível pela quantidade de bolinha azuis (ácido)
e vermelhas (base). Todos os alunos tiveram facilidade de fazer a comparação com
os desenhos mas dificuldades na análise com os valores em número decimal. A
relação inversamente proporcional do pH com relação ao íon hidrônio foi melhor
visualizado com a função “custom liquid do Objeto de Aprendizagem. A escala de
pH, nesta interface, não prevê a adição de água. E ao variarmos o parâmetro da
concentração dos íons hidrônio e hidróxido (representados pelas colunas vermelha e
azul, respectivamente) o pH muda de valor na escala. Como pode ser feito o
processo inverso, variar o pH irá alterar as concentrações no OA sem que ocorra a
mudança dos líquidos. Assim, variando a concentração ou pH em outras interfaces
de líquidos desse Objeto de Aprendizagem ocorre automaticamente a mudança do
líquido estudado. Em seguida, fizemos a mediação/articulação sobre os
conhecimentos prévios do aluno, relacionando-os ao experimento virtual e ao
conteúdo de pH e pOH.
Como citado na etapa dois, Ausubel, relata que a aprendizagem significativa
ocorre por recepção ou por descoberta. Na aprendizagem por descoberta, o
conteúdo a ser aprendido necessita ser descoberto pelo aluno e na aprendizagem
por recepção ela é desenvolvida estabelecendo um elo com o conhecimento do
aprendiz (SILVA e FURTADO, 2012).
[4ª Etapa: Nesta etapa relacionar a importância de conhecer o pH dos produtos de higienização]Dando continuidade à nossa sequencia didática, foi feito um levantamento prévio
com relação aos rótulos e as sustâncias utilizadas na elaboração dos produtos de
higienização. Em seguida os alunos analisaram os rótulos e mediram o pH dos
produtos de limpeza e depois, o professor fez a necessária articulação entre o
conhecimento prévio e o científico, tais como, a importância de cada item nos
produtos de limpeza e as características da pele humana e a saúde da mesma, em
função do pH. Para finalizar, foi utilizada uma simulação, explorando o “Sabão X
pH”, que é um Objeto de Aprendizagem disponível em:
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/20494
Simultaneamente à elaboração de uma pesquisa e discussão, em forma de
seminário, sobre a importância do pH em outras situações do cotidiano (agricultura,
tratamento de piscinas, aquários, em produtos de higiene, alimentos etc.).
O objetivo dessa etapa é oportunizar ao estudante a capacidade critica de
escolha com relação aos produtos de higiene mais adequados para a saúde do seu
corpo, e seu pH.
As perguntas e respostas presentes no levantamento sobre os conhecimentos
prévios dos alunos, com respeito aos rótulos e aos reagentes utilizados em produtos
de limpeza, foram os seguintes:
A) Você costuma olhar as informações do rótulo do produto de limpeza, tais como o
prazo de validade, modo de uso e composição química?
B) Quais as substâncias químicas usadas no sabão?
C) Dessas substâncias usadas na fabricação do sabão (item b), qual é o principio
ativo?
D) A frase “O sabão é um detergente” é coerente? O que difere um sabão de um
detergente?
E) Nos rótulos de sabão, sabonete, detergente, xampu tem a informação do pH do
produto? Se existe essa informação, qual é o pH?
De um modo geral, as respostas do levantamento prévio foram as seguintes:
A frase “O sabão é um detergente” é coerente. O que diferencia o sabão do
detergente é sua forma, ou seja, o sabão é duro e o detergente é liquido. Tendo em
sua composição a presença de base, álcool, água, corante, soda, óleo, sebo, cinza e
essência. E como princípios ativos: soda, água e óleo. Os alunos (no caso, os
consumidores) não têm o hábito de ler os rótulos e aqueles que fazem a leitura do
mesmo, observam apenas a data de validade e o modo de uso. Entre os alunos,
apenas um verificou a composição. Segundo os estudantes, no rótulo provavelmente
deve existir o valor do pH, mas normalmente eles não procuram essa informação.
Na sequencia do trabalho, o professor organizou a turma em grupos e
forneceu rótulos de shampoo, sabão, sabonete na forma de barra e líquido usado
em nosso cotidiano. Pois, a maioria dos alunos esqueceu de trazer os mesmos. Eles
verificaram que existem várias substâncias diferentes e outras bem semelhantes
presentes nos diferentes rótulos de produtos e marcas. Tais como: água em todos
os rótulos; o sulfato sódico de laurila (sodium laureth sulfate) no shampoo, no
sabonete, seja na forma líquido ou de barra; o cloreto de sódio (sodium chloride) no
shampoos e sabonetes líquidos; a glicerina no sabão, no sabonete na forma líquida
ou barra e no shampoo; o ácido graxo de coco ou babaçu e o ácido graxo de sebo
ou soja no sabão; hidróxido de sódio; o perfume (fragrance, parfum) em todos os
rótulos; álcool no sabão e sabonete em barra, etc...
Em aula predominantemente dialógica, para que os alunos pudessem
participar ativamente e aprender mais sobre os princípios ativos e os compostos
meramente comerciais, foi discutido que o composto ativo de um sabão é uma
solução alcalina (hidróxido de sódio ou potássio, que antigamente era substituído
por cinza de madeira) e ácido graxo (gordura animal ou óleos vegetais). E que o
sabão é um detergente, porém, esse termo é utilizado para substituintes sintéticos
(que surgiu no período pós-segunda guerra mundial), pois, a gordura e óleo foram
substituídos por agentes tensoativos (alquil-benzeno-sulfonatos;
dodecilbenzenossulfonato de sódio; sulfato sódico de laurila; sulfonatos de
alquilbenzeno) entre outros (BARBOSA, 1995). E que, para atribuir valor comercial
aos produtos de higiene, existem outras substâncias como essências (perfume),
corantes (função visual), aditivos para aumentar a viscosidade (por exemplo: cloreto
de sódio); conservantes; amida e glicerina (função: umectar, hidratar) etc.
(BORSATO, 1999).
Os rótulos dos produtos de limpeza muitas vezes não trazem a informação
sobre o pH. Alguns citam que o pH é neutro, o pH é fisiológico e outros trazem
informações duvidosas, como a de que o pH é ideal. Afinal, o que é ideal? Para tirar
essas dúvidas os alunos diluíram o produto de limpeza (xampu, sabonete em barra
ou líquido para criança e adulto) em água e mediram o pH através do método da fita
de pH. Em seguida o professor explicou sobre os principais constituintes do produto
e sobre as características da pele humana, em relação ao pH, para que se pudesse
tomar a melhor decisão.
Em 1892, Heuss foi o pioneiro ao afirmar que o pH da superficial da pele era
ácido. Mas, foi Schade e Marchionini em 1930 que publicaram os primeiros
experimentos sobre a teoria do pH ácido da superfície cutânea. Nos diversos
trabalhos relatam que o pH da pele normal seria neutro na época do nascimento,
tornando-se ácido provavelmente entre a segunda e a quarta semana de vida. O pH
varia de 4,2 a 5,9 dependendo da área do corpo, prevalecendo maiores valores em
axilas, regiões genitálias e inter genitálias. A reação ácida da pele mantém se pela
presença de ácido lático do suor e, em menor quantidade, pelo ácido glutâmico e
aspártico na epiderme (VOLCHTCHUK, 2000).
A utilização contínua de substâncias inadequadas, como agentes de limpeza,
pode alterar o pH da superfície da pele, ou seja, o pH da pele diminui com o uso de
produto ácido e aumentar com o uso de sabão alcalino (VOLCHTCHUK, 2000).
A literatura sugere o uso de sabonetes com pH ácido, pois, não alteram muito
a microflora cutânea. E recomentado o uso de produtos de limpeza com pH ácido
para doenças de pele como á xerose (hipersensibilidade aos sabonetes com pH
alcalino), à dermatite atópico (sensível à irritação e desidratação da pele com
sabonetes com pH elevado), ás lesões de acne e mesmo para pele hígida.
(LEONARDI, 2002).
Por tanto, sabonetes alcalinos tende a irritar e desidratar a pele. Por isso é
interessante utilizar sabonetes com pH próximos ao pH fisiológico (sabonete ácido)
(LEONARDI, 2002).
[5ª Etapa: Nesta etapa elaborar um sabonete líquido com pH ácido, adequado para a pele]Após estudar a constituição da pele e o pH dos produtos de higienização,
concluímos que o pH ideal para um adulto é levemente ácido. No entanto, a maioria
dos sabonetes em barra ou líquido, é alcalino. Por isso, nessa etapa, o objetivo foi
preparar um detergente líquido, tomando os devidos cuidados com o ajuste do pH.
Para essa atividade, os alunos foram divididos em grupos, cada grupo recebeu o
procedimento para a elaboração do sabonete líquido (TRINDADE, 1997).
Durante o procedimento da preparação do sabonete líquido foi observado que
o ajuste do pH é algo trabalhoso, que merece muitos cuidados. Ao se ajustar o pH,
observou-se que a maioria dos sabonetes líquidos ficou turvo e com o pH alcalino.
Por isso, o professor fez o seguinte questionamento:
“Se você fosse trabalhasse numa indústria de sabonete líquido e o pH no material
não estivesse nas condições ideais de uso, o que você faria? Jogaria fora? Ou
tentaria ajustar o pH? Dê que forma você iria fazer essa correção: adicionando
ácido/base ou diluindo? Qual seria a melhor opção? Para resolver esse problema
use o seu conhecimento químico.
Os alunos responderam que seria uma péssima ideia descartar o sabonete
líquido, a maioria disse que deveria adicionar ácido e alguns que deveria ser diluído.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esse trabalho foi possível fazer reflexões e uma análise (através das
observações em sala de aula, das respostas aos questionários e das manipulações
das telas dos OAs) sobre o que o Ensino de Química deve levar em consideração ao
propor qualquer abordagem didática. Consideramos crucial a identificação dos
conhecimentos trazidos pelos estudantes como elo de ligação para a recepção e
apropriação de novos conteúdos. Concordamos que a aprendizagem pode ocorrer
por descoberta ou por recepção, desde que ambas estejam vinculas às concepções
prévias dos alunos, assim como o conteúdo da disciplina estar contextualizado e
conectado à realidade sócio histórica e não apenas subordinado ao currículo
escolar.
Conforme sugestão dos colegas professores do PDE, através do GTR3, fica
aqui a sugestão de se estabelecer um “nó” interdisciplinar entre a disciplina de
Química e os conteúdos de língua estrangeira, pois existem rótulos com os
reagentes em inglês, bem como tutoriais de boa parte dos softwares utilizados
atualmente e que seriam potencialmente melhor explorados, didaticamente, na
interface dessa relação.
5. REFERÊNCIAS
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BORSATO, D.; GALÃO, O. F.; MOREIRA, I. Detergentes naturais e sintéticos: um guia técnico. Londrina: Ed. UEL, 1999.
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LEONARDI, G. R.; GASPAR, L. R.; CAMPO, P. M. B. G. Estudo da variação do pH da pele humana exposta à formulação cosmética acrescida ou não das vitaminas A, E ou de ceramida, por metodologia não invasiva. An bras Dermatol, Rio de Janeiro, v. 77, n. 5, p. 563-569, 2002.
MOREIRA, M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua aplicação em sal de aula. Brasília: Ed. UnB, 2006.
NUNES, W. V.; TRINDADE, A. P. S. Tecnologias na Educação de Jovens e Adultos: Relatórios de Práticas Pedagógicas. Cadernos da FaEL, UNIG/Nova Iguaçu (RJ), v.
3 GTR é a sigla que indica Grupo de Trabalho em Rede, através do portal do PDE na internet.
02, n. 05, 2009.
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