os desafios da escola pÚblica paranaense na … · 2016-08-02 · o gênero textual e sua...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
O gênero textual e sua funcionalidade nas aulas de língua portuguesa
Giovanna Precoma1
Jaqueline Aparecida dos Santos Dutra2
Resumo: O aluno do ensino fundamental apresenta dificuldades em sua linguagem oral e escrita,bem como em sua organização textual. Neste sentido, entende-se que o aluno deva conhecer eexplorar os gêneros textuais que serão úteis para a melhoria de seu aprendizado da línguaportuguesa. Pensando nesta problemática este trabalho apresenta os resultados do trabalhodesenvolvido com alunos do 9º ano do ensino fundamental, cujo objetivo foi propiciar aos mesmos aoportunidade de aprimorar a escrita, de modo que futuramente possam ser bons leitores, uma vezque quem escreve bem lê bem. Para que esse trabalho se efetivasse contou-se com afundamentação teórica dos autores: Mattos e Silva (2004), Marcuschi (2008), Koch e Elias (2012),entre outros autores que tratam do trabalho com a língua materna. A metodologia desenvolvida foivoltada para trabalhos práticos com gêneros textuais variados, pesquisas em laboratório deinformática, produções em grupos e individuais, exposições de trabalhos, bem como odesenvolvimento da percepção do aluno em relação à grafia das palavras e suas várias formas depronúncia. Os resultados obtidos pautaram-se na observação e percepção dos alunos em relação àfala e à escrita das palavras, considerando o uso dos gêneros textuais.
Palavras-chave: Gêneros textuais. Oralidade. Escrita. Leitura
Introdução
Falar sobre as condições de leitura e escrita de alunos do Ensino
Fundamental não é tarefa muito fácil, sabe-se que existe uma grande defasagem em
relação ao ensino da língua materna. Assim sendo, este trabalho apresenta as
ações desenvolvidas na execução do projeto “A reconstrução dos saberes
linguísticos através de gêneros textuais”, cujo objetivo foi apresentar ao aluno a
linguagem de modo mais reflexivo.
O projeto está inserido no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE -
2014), e procura refletir e apresentar propostas metodológicas que levem à
superação das dificuldades de produção textual para os alunos do 9º ano, do
Colégio Estadual Miguel Nassif Maluf, do município de Wenceslau Braz. Assim, se
pretendeu levá-los a perceber as diferenças entre o texto falado e o escrito,
reconhecendo suas especificidades e conduzindo-os ao monitoramento da própria
escrita, considerando tanto as regras de ortografia e sintaxe, como a estrutura
discursiva do texto.
Para a concretização desse projeto usou-se alguns subsídios de pesquisa
como as Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná (2008), que são documentos
1 Professora autora PDE, QPM, graduada em Letras Português\Inglês.2 Professora orientadora, mestre em Linguagem e professora do Departamento de Estudos da Linguagem, daUniversidade Estadual de Ponta Grossa.
norteadores para a educação no Paraná, Mattos e Silva (2004), Marcuschi (2008),
Koch e Elias (2012), autores que tratam do trabalho com a língua materna, entre
outros que discutem questões pertinentes para o desenvolvimento do projeto na
escola.
Como metodologia, desenvolveu-se um trabalho com a prática da leitura e da
produção de gêneros textuais variados (orais e escritos), em que se permitiu aos
alunos o trabalho de pesquisa em laboratório de informática, em jornais, revistas,
cartas entre outros, bem como o trabalho individual e em grupo.
Durante a atuação com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, do Colégio
Estadual Nassif Maluf, observou-se as dificuldades deles com relação ao
aprendizado da língua escrita, em especial no que tange a estruturação textual e a
ortografia. Percebemos que os alunos, de modo geral, ao escreverem não têm
preocupação com a ortografia, um dos aspectos fundamentais à produção de textos.
Observou-se que a escrita para esses alunos é reflexo da oralidade,
considerando a caracterização socioeconômica e regional dos estudantes, como não
poderia deixar de ser, além do internetês, linguagem que inundou o cotidiano das
relações humanas e, consequentemente, o da escola.
Dessa forma, se o aluno depois de tantos anos de estudos ainda não
consegue diferenciar o que é adequado ou inadequado para determinados gêneros
textuais e situações de uso da linguagem, com relação à escrita, onde está o
problema?
Então os professores, como poderão auxiliá-los para que supra essa
necessidade de organização e aprendizado? Compreende-se, desse modo, a
necessidade do professor de língua portuguesa de buscar novas formas de trazer
para o aluno em sala de aula um modo diferenciado de reflexão, em que o professor
e o aluno falem a mesma linguagem para que, assim, o aprendizado se torne
coerente com a realidade e a necessidade de cada sujeito em seu próprio meio.
O trabalho buscou resgatar os conhecimentos desses alunos para que
consigam construir com coerência seus textos escritos e, a partir daí, interagir
melhor conquistando seu espaço em sociedade.
Pretendeu-se, também, suprir as dificuldades dos alunos, por meio da leitura,
em reconhecer a diversidade de gêneros textuais, bem como os elementos que o
compõem, fazendo com que ele consiga realizar suas escolhas linguísticas e
monitorar a sua escrita e a sua fala, adequando-as ao gênero textual.
Acredita-se que ao se trabalhar com a diversidade de gêneros textuais,
refletindo sobre as formas de linguagem (formal e coloquial), as normas de
estruturação e ortográficas, se estará desenvolvendo a observação das
características dos gêneros e sua possível reestruturação, exigindo do aluno maior
atenção.
Para tanto, o trabalho propôs ao aluno atividades práticas com leitura, com a
oralidade e com escrita e a reescrita de textos em função da organização e da
adequação de cada gênero utilizado. Entente-se que isso possibilitará ao aluno uma
maior percepção da organização de sua leitura e da compreensão textual.
1 Fundamentação Teórica
O Projeto de Implementação contou com um referencial pautado em autores e
pesquisadores que se preocupam com a questão da escrita e leitura dos alunos no
Ensino Fundamental. Assim, se pretende incentivar os professores de língua
portuguesa a buscar novas metodologias de ensino- aprendizagem, para que o
aprendizado se concretize.
Atualmente, a questão da linguagem oral e escrita é algo que vem
preocupando professores em todos os níveis de ensino, pois cada vez mais nos
chegam alunos com dificuldades, no que diz respeito à compreensão do que leem
ou do que escrevem.
Isso se dá, provavelmente, em grande parte pela falta prática da leitura e da
escrita, ou pela facilidade e velocidade com que acontece a comunicação, em
especial no meio digital. Essa questão é inquietante, uma vez que é necessário
adequar a linguagem às diferentes situações que vivenciamos.
Assim, seja por desconhecer a linguagem enquanto objeto de conhecimento
específico, ou simplesmente por achar que esse conhecimento é desnecessário, a
maioria dos alunos não se dá conta de que a reconhecer a funcionalidade da língua
é essencial para a produção de um bom texto, pois não basta apenas produzi-lo,
temos de produzi-lo com coerência e adequação.
As Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná (2008) ao orientarem sobre o
papel da escola na educação linguística dos alunos expõe com clareza quais são os
objetivos de se levar o aluno a conhecer e saber lidar com a própria língua. Para os
documentos oficiais
“a escola deve ensinar a ler e a escrever com a proficiência necessária e dedireito àqueles que nasceram no universo da Língua Portuguesa falada noBrasil e necessita dela como instrumento legítimo de luta e posicionamento,para que, de posse desse instrumento, possam assumir uma postura decidadãos ativos na sociedade brasileira”. (PARANÁ, 2008, p. 39)
Essa afirmação ressalta o papel da escola e, principalmente, o dos
professores de língua na formação de sujeitos que possam dominar a leitura e a
escrita em diferentes situações, em especial em suas práticas diárias.
A importância da escrita, e subtende-se da leitura, é ressaltada também por
Marcuschi (2010), o qual aponta a escrita como principal forma de letramento nos
dias atuais, e indispensável para as atividades cotidianas.
Para aprender a ler e a escrever, codificar em língua escrita (escrever) e de
decodificar a língua escrita (ler), é preciso que o aluno se aproprie da escrita, isto é,
que faça uso das práticas sociais de leitura e escrita. Segundo Klein (2003), a
apropriação da leitura e da escrita é um processo complexo que envolve tanto o
domínio do sistema alfabético/ortográfico quanto a compreensão e o uso da língua
escrita em inúmeras práticas sociais, ocupando um lugar de destaque no processo
ensino-aprendizagem.
Klein (2003) também defende a ideia de que conceber a escrita em uma
perspectiva social implica entendê-la como produção humana e compreender a
forma que ela assume sob determinada organização social, quais funções cumpre e
no interesse de quem. Esse é o papel principal do professor, realizar essa mediação
dentro da sala de aula. Assim, a escrita para o autor é mais que uma habilidade, é
essencial para a vida na sociedade moderna.
Compreende-se que para fazer do aluno um leitor e um produtor de textos
competente é necessário agir em diferentes frentes, pois ler e escrever exige do
aluno o desenvolvimento de habilidades que atuam de forma conjunta. Nesse
sentido é interessante observar as considerações de Koch e Elias (2012) sobre o
modo como a escrita requer a ativação de certos conhecimentos. Para as autoras
há, no mínimo, três tipos de conhecimentos que são acionados quando se escreve:
o linguístico, o enciclopédico e o interacional.
O conhecimento linguístico está relacionado ao uso da língua como sistema,
considerando as regras gramaticais, ortográficas e o léxico. Já os conhecimentos
enciclopédicos são aqueles ligados ao conhecimento de mundo individual e
partilhado, trata-se das experiências que cada um de nós possui. No que se refere
ao conhecimento interacional, pode-se afirmar que ele é de suma importância
levando-se em conta que ele reúne os anteriores, exigindo do produtor do texto um
envolvimento maior no processo de escrita, visto que se deve considerar a situação
comunicativa, o interlocutor, as escolhas linguísticas, o nível de informação, a
aceitabilidade do texto, as estratégias de referenciação, entre outros, conforme
propõem as autoras.
Nesse contexto percebe-se que o ato de escrever é bem mais abrangente do
que se pensa, pois
(...) a vontade discursiva do falante se realiza antes de tudo na escolha deum certo gênero discursivo. Essa escolha é determinada pela especificidadede um dado campo da comunicação discursiva, por consideraçõessemântico-objetais (temáticas), pela situação concreta da comunicaçãodiscursiva, pela composição pessoal dos seus participantes, etc. (BAKHTIN,2003, p. 282)
A mesma ligação pode-se estabelecer com a leitura, pois o leitor tem de
reconhecer os signos de modo isolado e também em conjunto com outros signos,
deve conhecer o resultado dessa união e o significado que dela resulta dentro de um
contexto específico. Além disso, o leitor precisa ter um conhecimento mínimo acerca
do tema proposto, do contrário a leitura pode não ser efetivada e o texto nada
informa a quem o lê. O processo de leitura, bem como o da escrita, demanda, pois,
do leitor/produtor-construtor de sentidos uma considerável desenvoltura dos
mecanismos cognitivos para conseguir suprir o desejo de conhecer algo novo, de
obter uma nova informação. (FAULSTICH, 2009).
Sabe-se o que é necessário para a formação linguística do aluno, entretanto,
sabe-se também que a escola tem falhado na sua função de letrar o aluno, pois
conforme afirma Mattos e Silva 2004,
“(...) os vários anos de escolarização não vêm resolvendo o chamado“domínio” da língua portuguesa, daí decorrendo os clicgeneralizantes de puristas e assemelhados sobre “empobrecimento”,“decadência”, “degradação”, “degeneração” etc. do portuguêsbrasileiro. De fato, tal situação, em muitos dos seus aspectos, refletemudanças linguísticas consistentes, decorrentes da história passadae da realidade social do presente”. (MATTOS e SILVA, 2004, p. 89-90)
Entende-se, desse modo, a necessidade do sujeito não somente em fazer o
uso adequado da língua materna, mas compreendê-la para empregá-la em qualquer
meio social ou escolar em que esteja inserido.
Quando o usuário da língua tem definido a sua competência linguística saberá
o que falar/escrever e como falar/escrever em qualquer lugar e com qualquer
interlocutor, bem como saberá expressar-se com coerência e qualidade. Para que
isso se efetive é necessário por parte do aluno o conhecimento das especificidades
da fala e da escrita, bem como dos gêneros textuais, para que consiga produzir e
compreender o que está a sua frente.
Assim, com o intuito de sanar as deficiências, torna-se necessário direcionar o
trabalho para o reconhecimento das especificidades do texto oral e do texto escrito,
de maneira que esse sujeito torne-se ativo, capaz de refletir sobre os vários
aspectos que envolvem a relação dialógica da linguagem e utilizar-se de estratégias
para a produção escrita. Nesse sentido aponta Bagno que
“a função da escola é, em todo e qualquer campo de conhecimento, levar apessoa a conhecer e dominar coisa que ela não sabe e, no caso específicoda língua, conhecer e dominar, antes de mais nada, a leitura e a escrita e,junto com outras formas de falar e escrever, outras variedades de língua,outros registros”. (BAGNO, 2008, p. 33-34)
A proposta de explorar a oralidade e a escrita vem de encontro com as
postulações de Mattos e Silva (2004), para quem uma prática escolar equilibrada
terá de adequar seus instrumentos pedagógicos e sua metodologia para o ensino do
português brasileiro como língua materna, e ajustá-los a uma realidade linguística e
social que não deve e não pode mais ser ignorada.
Mattos e Silva (2004), ainda destaca que
“Caberá ao ensino de português nas séries escolares fazer indivíduosperceberem que a aquisição da língua é um processo contínuo deconhecimento e de reconhecimento da multiplicidade de manifestaçõespossíveis de sua língua – desde os extremos dos usos populares aosextremos dos usos acadêmicos, perpassando por eles nas variedadesregionais – e que poderão dar a qualquer um o poder que todos têm odireito de ter sobre a língua materna”. (MATTOS e SILVA, 2004, p.52)
E, nesse sentido, pode-se dizer que os alunos perpassam por variantes
dentro de sua língua materna de acordo com o meio onde estão inseridos, seja ele
familiar ou escolar, o aluno referenciará sua fala e sua escrita baseando-se no que
seja comum em seu dia a dia.
A referência de como sua família se expressa oralmente, o que ouve na tv ou
como escreve em mensagens via sms ou nas redes sociais poderão também
influenciar sua forma de escrita e, posteriormente, apresentar desvios ortográficos,
uma vez que o chamado “internetês” possibilita facilitar a escrita reduzindo ou
mesmo transformando as palavras para que se agilize o envio de textos.
Quanto à consonância entre a fala e a escrita, pode-se afirmar que ambas
são importantes dentro do contexto escolar, entretanto são diferentes e essas dife-
renças precisam ser reconhecidas pelos alunos. É necessário que o aluno reflita so-
bre o fato de que quando escreve ele escreve para alguém, com objetivos determi-
nados. Dessa maneira precisa ter em mente: Quem irá ler? De que modo o texto
será interpretado e, será que a mensagem poderá ser decodificada?
Por outro lado, quando falamos, qualquer problema na interpretação ou com-
preensão pode ser imediatamente retomado e solucionado através de uma interrup-
ção de quem nos ouça; além do que, quando conversamos ou somos ouvidos, ou-
tros componentes da "fala" formam um ambiente propício: gestos, expressões faci -
ais, tons de voz que completam, modificam, reforçam o que dizemos.
Considerando tais aspectos o trabalho com a estruturação e reestruturação
textual deve se tornar uma prática didática e pedagógica efetiva e constante dos
professores de língua Portuguesa, somente assim o aluno desenvolverá percepção
acerca da sua própria produção textual.
A partir das atividades de reorganização textual, será possível uma
ressignificação da aprendizagem do aluno, seja ela por meio de atividades escritas
ou orais, mas que envolvam o aluno na questão do ajuste da escrita e da leitura,
bem como a adequação ao elaborar um texto, fazendo-se entender pelos outros e
por si mesmo.
Assim, torna-se necessário que a língua seja entendida, como um campo no
qual coexistem distintas vozes sociais que se apresentam com opiniões
diversificadas, oriundas do enfrentamento entre essas diferentes vozes sociais.
Sobre esse fato Bakhtin apud Paraná, (2008, p.50), assegura que
(…) cada palavra se apresenta como uma arena em miniatura, onde seentrecruzam e lutam os valores sociais de orientação contraditória. Apalavra revela-se, no momento de sua expressão, como produto de relaçãoviva das forças sociais (...). (BAKHTIN apud PARANÁ, 2008, p. 50)
Nessa direção, o texto escrito ou falado ganha proporções que superam a
estrutura linguística, ganhando status de discurso. Conforme Machado (2005, p.
157), com relação aos gêneros discursivos ou textuais se pode afirmar que, “são
formas comunicativas que não são adquiridas em manuais, mas sim nos processos
interativos”.
Nesse aspecto, o desenvolvimento de atividades que envolvam a percepção
dos alunos com relação à prática da fala e da escrita pode conduzi-los a consciência
de seus desvios, o que será de suma importância para o desenvolvimento de seus
saberes acerca da ortografia e da reestruturação textual, mas, sobretudo na
compreensão da linguagem como forma de manifestação social.
Com efeito, compreende-se que o desenvolvimento de um trabalho pleno com
a estruturação e reestruturação de textos contribuirá para a aprendizagem dos
alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Pois, possibilitará a ele a construção de
uma nova forma de conhecimento e aprendizagem, principalmente se
considerarmos que ele está na última série do ensino fundamental.
Não se pode esquecer, no que se refere à reestruturação textual, que ela se
faz significativa no momento em que o professor orienta a escrita do aluno durante a
correção de seu texto. Assim, para que o trabalho se efetive com sucesso, o
professor deverá ter clareza do que ensina e saber reestruturar textos junto dos seus
alunos, pois quando realizada em sala de aula a reestruturação gera
questionamentos e reflexões que poderão auxiliar o aluno na melhoria dos aspectos
linguísticos e extralinguísticos.
Tudo o que foi apresentado acima somente terá efeito se for trabalhado a
partir da perspectiva dos gêneros textuais, visto que são as formas pelas quais os
textos se concretizam. Sabe-se que são muitos os gêneros textuais disponíveis
dentro e fora das escolas, esses geralmente são associados aos estudos literários,
científicos e técnicos, e podem ser considerados mais fáceis de serem estudados.
Esse motivo se dá por estarem esses gêneros no dia a dia dos alunos.
Gêneros textuais apresentam suas próprias características e são auxiliares nas
atividades comunicativas de nosso cotidiano. (MARCUCHI, 2008). Assim, faz-se
necessário que o professor dentro de sua sala de aula, ajude o aluno a definir os
gêneros textuais e a usá-los adequadamente.
Para Bakhtin (1999 apud Paraná, 2008, p. 58), são três as dimensões que
podem compor um gênero textual ou discursivo. Observe-se abaixo:
Os temas – conteúdos ideologicamente conformados – que se tornam comunicáveis
(dizíveis) através do gênero;
1) Os elementos das estruturas comunicativas e semióticas compartilhadas pelos
textos pertencentes ao gênero (forma composicional);
2) As configurações específicas das unidades de linguagem, traços da posição
enunciativa do locutor e da forma composicional do gênero (marcas linguísticas ou
estilo).
Assim, ao se abordar esses três aspectos no trabalho com os gêneros
textuais em sala de aula, o aluno poderá ter suas dificuldades sanadas,
considerando que ele estará explorando tanto a forma quanto o conteúdo de cada
gênero, passando a entendê-lo a partir da função social de cada um.
Sabe-se que muitos são os gêneros textuais, porém percebe-se que os
alunos os usam sem saber ao certo como usar. Segundo Marcushi (2004), os
gêneros textuais são os textos materializados encontrados em nosso cotidiano. Eles
apresentam características sociocomunicativas definidas por seu estilo, função,
composição, conteúdo e canal (língua).
Assim, ao lado da crônica e do conto, também identificamos a carta pessoal,
a conversa telefônica, o e-mail e tantos outros exemplares de gêneros que circulam
em nossa sociedade e que são utilizados pelos alunos. Observamos que muitos
usam esses recursos, mas não como se deveria, pois apresentam muitos desvios
grotescos (tanto na forma como no conteúdo), não definindo e nem identificando o
gênero exato que querem usar. Bakhtin afirma que
a riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois avariedade virtual da atividade humana é inesgotável, e cada esfera dessaatividade comporta um repertório de gênero do discurso que vai sediferenciando e ampliando à medida que a própria esfera se desenvolve efica mais complexa. (BAKTIN, 1999, p. 67)
O que o professor irá trabalhar com sua turma dependerá do que ele pretende
resgatar de ensino aprendizagem junto aos mesmos. Ele deverá ficar atento às
necessidades de seus alunos, quais são os problemas mais frequentes
apresentados nos textos e junto com o aluno fazer a reconstrução do saber,
apontando a necessidade de uma adequação linguística.
De acordo com Luckesi (2006, p. 38), o professor precisa “construir
instrumentos que auxiliem a aprendizagem dos alunos”, ou seja, estar atento aos
seus alunos de maneira individual, buscando levar aprendizagens novas para um
melhoramento nas produções textuais, bem como a um acréscimo na aprendizagem
da língua portuguesa.
Esta se dará através de formas variáveis, desde o uso de simples textos de
internet, que privilegiem uma linguagem específica (“internetês”) até produções de
textos mais formais. O que importa é levar o aluno a perceber em que aspectos ele
está falhando e não só corrigir o seu desvio, mas, principalmente, aprender a fazer
correto, com adequação e autonomia o que o tornará independente para a prática da
escrita e da leitura.
Dessa forma, caberá ao professor orientar o seu aluno para que ele não se
perca, pois, o aluno que não tem domínio linguístico pode ser excluído da
sociedade. De certa forma, a linguagem assegura uma visão de mundo e que não a
tem fica a mercê de uma sociedade elitista, onde só se atribui valor para aqueles
que se julgam melhores porque têm o dom da oralidade, porque escrevem muito
bem, porque estudaram um pouco mais. Acaba que, por fim, aquele que se julga
inferior, fica totalmente excluído sem nem mesmo ter a chance de mostrar o seu
potencial. (NEVES apud SOUZA 2006, p. 68).
2 A prática: desenvolvimento das atividades e resultados obtidos
A unidade didática executada foi pensada para uma turma de 9º ano do
Colégio Estadual Miguel Nassif Maluf, em Wenceslau Braz Paraná. Ela teve como
objetivo principal levar o aluno a compreender a linguagem de uma maneira
coerente, diminuindo assim as dificuldades na produção de textos orais e escritos e,
por consequência de leitura, pautado em gêneros textuais do cotidiano do aluno.
O trabalho teve o tempo de duração de trinta e duas horas de implementação
junto aos alunos do 9º ano e mais trinta e duas horas de planejamento para a reali -
zação das atividades para trabalhar com o aluno em sala de aula. Sendo um total de
64 horas (sessenta e quatro horas atividades).
A dificuldade do aluno em relação à leitura e à escrita é notória, mas é neces-
sário agir para suprir as dificuldades que se sabe não são as mesmas apresentadas
por todos os alunos. De modo geral, seja por desconhecer a estrutura linguística enquan-
to objeto de conhecimento específico, ou simplesmente por achar que esse conhecimento é
desnecessário, a maioria dos alunos não se dá conta que a funcionalidade e a organi-
zação da língua escrita são essenciais para a produção de um bom texto. Isso é pre-
ocupante, pois, não basta apenas escrever, temos de escrever com coerência e ade-
quação. Nesse sentido, a unidade prioriza os gêneros textuais, considerando a com-
posição, o tema e estilo.
Os gêneros textuais, como exposto anteriormente, são as estruturas que
compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. São variadas formas de linguagem
que circulam em nossa sociedade. De acordo com a classificação da autora NEVES
et. al (2006, p.103) são exemplo dos que mais se utilizam em sala de aula os
seguintes:
Carta: poderá ser dissertativa-argumentativa, com linguagem formal, quando for
pessoal poderá ser narrativa ou descritiva. Com os temas sugeridos pelos próprios
alunos em sala de aula
Propaganda: gênero textual dissertativo-expositivo, texto informativo, que influencia
o leitor.
Receita: textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para
preparar comida, ingredientes e o preparo.
Notícia: características narrativas.
Reportagem: gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo.
História em quadrinhos: texto narrativo que consiste em enredos contados em
pequenos quadros através de diálogos. Pode ser de muitos formatos e quantidades
de quadrinhos.
Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração
cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou
comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria.
Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em
estrofes e as rimas, a alegria ao ler ou cantá-las. (NEVES et. al, 2006, p.103).
São muitas as possibilidades de trabalhar com os gêneros textuais em sala de
aula, e proporcionar um aprendizado maior aos alunos, pois são infinitas as
situações comunicativas as quais somos expostos ao longo do tempo.
Sabe-se que a linguagem é a capacidade que o homem possui de interagir
com o seu semelhante, utilizando-se da palavra, oral ou escrita (linguagem verbal),
de gestos, expressões fisionômicas, imagens, notas musicais (linguagem não
verbal) etc. O uso da linguagem sempre objetivará a produção de sentido, ou seja,
entendimento entre os interlocutores (parceiros no processo comunicativo). Para
isso, o processo de adequação linguística é fundamental. No entanto, ela não deve
ser classificada como certa ou errada, mas como adequada ou inadequada.
(BAKTIN, 1999, p. 56)
Levando-se em conta essa questão, as atividades propostas tiveram como
objetivo levar os alunos do nono ano a perceber os seus desvios, tanto ortográficos
quanto em relação à estrutura e reestrutura textual, possibilitando a eles a
compreensão do processo de ensino aprendizagem da língua materna como fonte
de interação social. Este processo se deu a partir de estratégias e metodologias
específicas.
O desenvolvimento do projeto teve início com a apresentação para toda
Equipe Pedagógica do Colégio Estadual Miguel Nassif Maluf, no dia 27 de março de
2015, em seguida foi apresentado aos alunos do 9º ano do referido colégio, tendo
sequência nos meses de abril e maio, com previsão de término em agosto. Este foi o
momento de avaliar em que medida este projeto de intervenção estava condizente
com a realidade do ambiente escolar.
As ações implementadas com estes alunos foram direcionadas à
compreensão da linguagem oral e escrita de uma maneira coerente. Fazendo-os
perceber até que ponto a fala e a escrita se aproxima e se distanciam, a depender
da situação de comunicação e do gênero textual apropriado para tal.
A realização das atividades se deu por meio das estratégias abaixo
relacionadas. A avaliação ao final de cada etapa também é relatada a seguir:
No primeiro momento foi apresentada a proposta de trabalho na qual os
alunos estavam inseridos durante o processo de ensino aprendizagem da língua
materna. Pretendeu-se deixar claro que eles trabalhariam com gêneros textuais
diversos, numa tentativa de construir novos sentidos para alguns textos, participando
de atividades de pesquisas e práticas, com a intenção de aprimorar o emprego da
língua materna. Destacou-se a importância do envolvimento e o empenho de todos
para obtenção de bons resultados. Os alunos compreenderam a importância do
trabalho a ser desenvolvido e a participação de todos foi excelente.
Em um segundo momento as ações foram pautadas na apresentação de
textos diversos aos alunos, com a distribuição pela sala de aula de vários gêneros
textuais impressos (orais e escritos) como conversas informais, entrevistas, artigos
de opinião, carta de apresentação, gêneros da internet entre outros. Os alunos
foram conduzidos a observar o modo como os textos estavam escritos. Em
pequenos grupos, eles discutiram sobre a composição e a linguagem empregadas
nos textos e anotaram os elementos que costumam usar tanto na fala quanto na
escrita, a fim de que reconhecessem as especificidades dos gêneros apresentados e
a linguagem. Foi surpreendente que alguns alunos não conheciam muitos dos
gêneros apresentados como carta, informativo e também bastante do internetês e
percebeu-se que os alunos gostaram de aprender.
Nesse momento foram oferecidas aos alunos algumas tirinhas do
personagem Chico Bento, do Maurício de Souza, para que lessem e observassem.
Após a leitura muitos alunos comentaram sobre a maneira que ele fala, e como seria
a maneira correta, na visão do aluno, pois entenderam que o modo como o
personagem Chico Bento fala não condiz com a grafia correta que se conhece dos
livros didáticos, das revistas, entre outros.
Notou-se que eles diferenciaram muito bem o modo como se fala do modo
como se escreve algumas palavras no cotidiano dentro e fora da escola. Os alunos
pesquisaram na internet outras tirinhas, realizaram o desenho de mais uma tira com
suas falas. Os alunos se interessaram na atividade porque se reconheceram no
modo de fala e escrita. Foi ótimo o resultado.
No terceiro momento, foram gravadas as falas dos alunos e depois de
ouvidas foram transcritas no papel da maneira como falaram, quando foi explicada a
diferença entre a linguagem coloquial e padrão. Muitos ficaram surpresos ao
observar como era sua pronúncia e os desvios que apresentaram.
Dando continuidade os alunos foram levados a pesquisar no laboratório de
informática mais gêneros textuais em que pudessem perceber as especificidades
trabalhadas. Foi bem interessante a reação dos alunos, pois ao pesquisarem
perceberam que são variados os gêneros textuais como os textos de entrevistas,
informativos, tirinhas entre outros, que fazem parte do seu dia a dia, e que podem
ser usados constantemente por eles, seja na casa ou na escola, considerando a
devida adequação.
No quarto momento, foi trabalhado o gênero depoimento. Trabalhou-se com o
texto “O pitoresco na justiça”, um texto escrito, cuja linguagem retrata uma variedade
linguística empregada zona urbana do Rio de Janeiro e que apresenta muitas gírias
regionais. O intuito foi conduzi-los a perceber as variedades linguísticas e relacioná-
las com a forma padrão sem desqualificar uma ou outra. Observou-se que pelo fato
dos alunos não estarem familiarizados com este gênero textual e com a variedade
linguística acharam difícil entender as diferenças da língua materna, mas mesmo
assim, participaram das atividades propostas. Percebemos que ficaram dúvidas
quanto à forma do uso da língua, fazendo várias perguntas sobre o vocabulário
usado no texto, o que revelou uma preocupação em entendê-lo.
No quinto momento foi trabalhado o gênero bilhete, realizando atividades
sobre o referido gênero. Os alunos se divertiram e aprenderam muito. Os alunos
escreveram seus bilhetes de maneira informal usando o internetês, as palavras
foram escritas assim como usam no dia a dia. Sabendo-se que o uso do internetês
está a cada dia mais presente na comunicação entre os jovens dentro e fora das
escolas a observação das diferenças foi óbvia, logo iniciaram as correções
solicitando o auxílio da professora. Os alunos puderam nesse momento perceber as
diferenças existentes entre a forma como se escreve no internetês e a forma que se
deve usar ao escrever um bilhete mais elaborado para que quem o leia compreenda
sem ficar em dúvida em relação ao recado transmitido. Aqui se enfatizou a
apropriação da linguagem quanto ao interlocutor e ao meio em que circula.
Na sequência, carta formal e informal, as características do gênero e
produção textual. Nesse momento, os alunos apresentaram algumas dificuldades,
que se buscou sanar durante as atividades seguintes. Notou-se nesse momento que
a escrita é, quase sempre, pouco usada em casa e na escola.
No próximo momento, elaborou-se a produção de e-mail para percepção das
relações com os gêneros trabalhados anteriormente, usando o laboratório de
informática para tais atividades. Depois usamos os textos “Quando a rede vira um
vício” e “Como a linguagem da internet prejudica a rotina em sala de aula”(insira
referência do texto ao final do trabalho), mostrando os dois lados do uso da
linguagem, os alunos refletiram e tiraram suas próprias conclusões. Essa ação
propiciou uma melhoria na escrita de várias palavras. Pudemos observar que alguns
alunos querem aprender a escrever e falar melhor e demonstraram esse interesse
durante as aulas.
A partir das atividades realizadas construímos livretos com o uso das gírias e
trabalhamos o internetês, ainda foi proposto aos alunos uma entrevista e a
construção de um livreto com as expressões mais usadas na internet. Após a
confecção realizada no laboratório de informática e em sala de aula, foi proposta aos
alunos a exposição no refeitório para que outros pudessem conhecer o trabalho
realizado por eles. Percebeu-se que tal atividade deixou os alunos felizes por ser
dinâmica e por possibilitar o reconhecimento do próprio trabalho.
A avaliação se deu através das realizações das atividades propostas de forma
contínua, o que foi muito bom, pois, a interação, a curiosidade e a receptividade dos
alunos foram bastante significativas. A avaliação contínua também possibilita a
revisão das metodologias e das práticas empregadas, o que resulta em um trabalho
mais amplo e diverso.
Acredita-se, de modo pessoal, que o professor de língua portuguesa deva a
cada dia mais incentivar seus alunos para que se desenvolvam em suas
capacidades dentro da sala de aula. Através desse trabalho foi possível desenvolver
um olhar especial sobre o ensino de língua materna, com resultados expressivos
tanto para os alunos quanto para o profissional. Compreende-se que a prática
diferenciada deva ser uma constante no cotidiano escolar, pois fará toda a diferença
no processo de ensino aprendizagem.
Com o trabalho, entendeu-se que o estudante necessita além de
conhecimento de mundo, dominar algumas habilidades relacionadas aos gêneros
textuais, bem como conhecer as normas da língua escrita para que consiga elaborar
textos bem estruturados, podendo assim ser capaz de transmitir seus pensamentos
de maneira clara e objetiva.
Cabe ressaltar que durante o desenvolvimento das atividades, em
consonância com professores estaduais, se estabeleceu discussões sobre o tema
em questão, através do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), que corresponde a um
momento on line em se possibilita aos professores de vários municípios do Estado
do Paraná, estudarem e trocarem informações com colegas da mesma área de
atuação, o que promove o enriquecimento dos mesmos.
As apreciações feitas pelos colegas foram ótimas, pois, trouxeram novas
informações e trocas de experiências entre os participantes acerca do tema e seu
trabalho dentro da sala de aula com diferentes públicos. As considerações dos
cursistas possibilitou o crescimento individual e coletivo.
Em sua grande maioria, os participantes foram unânimes em afirmar sobre a
importância de se trabalhar com os gêneros textuais na intenção de melhorar o
desenvolvimento do ensino aprendizagem, de leitura e escrita. De acordo com a fala
de alguns professores podemos ver a dimensão da necessidade de se trabalhar com
gêneros diversos em aulas de língua portuguesa, dentre os relatos, destacamos as
seguintes:
(P1) “Trabalhar com o gênero textual em sala de aula, foi uma das melhores
formas que já encontrei para chamar a atenção dos alunos e fazê-los gostar do que
leram, em especial a parte referente ao internetês”.
(P2) “(...) através da leitura é possível desenvolver no aluno um gosto pela
escrita diferenciada, o gênero textual depoimento, foi uma ótima ideia, também usei
na minha escola com bons resultados”.
(P3) “(...) Acredito que quanto mais se incentive o aluno para a compreensão
e a interpretação de textos, melhores serão os resultados obtidos na escrita correta
das palavras”.
Conclui-se assim, que muitas são as preocupações e os benefícios de um
trabalho efetivo com os gêneros textuais. Entende-se que as atividades pautadas
nos gêneros textuais, conforme orientam os documentos oficiais que direcionam o
ensino no Estado e no País, é de fato a melhor forma de se trabalhar a linguagem,
pois possibilitam a reflexão sobre os diferentes aspectos que estão envolvidos em
qualquer forma de manifestação da linguagem.
Considerações finais
Esta etapa tão importante do Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE) 2015 possibilitou ao professor, através dos estudos e pesquisas, identificar
com maior clareza, a importância dos gêneros linguísticos como forma de ensino
aprendizagem no ensino da língua portuguesa. Sendo o gênero de um enorme
potencial ao despertar a sensibilidade, o interesse e a motivação para o aluno do
Ensino Fundamental, desvendou caminhos para que se pudesse levar o aluno a
fazer reflexões sobre os vários gêneros linguísticos, perceber o mundo de um jeito
diferente, proporcionando situações para o trabalho com a leitura, escrita e
oralidade.
Pretendeu-se com essa implementação desenvolver no aluno a capacidade
de compreender, ler e escrever palavras dentro de contextos variados, para que os
mesmos melhorassem a questão dos erros ortográficos durante a escrita. Para que
essa proposta se efetivasse foram necessárias várias etapas de ações previamente
determinadas para que se obtivessem os resultados necessários. Os resultados
foram os melhores, uma vez que o que se pretendia foi alcançado, uma vez que os
alunos passaram a perceber onde estavam falhando em sua escrita e,
consequentemente, melhoraram nesse aspecto. Assim, com esse propósito
conseguiu-se colocar o aluno para pensar, analisar e verificar as potencialidades dos
gêneros textuais existentes como auxiliar do ensino aprendizagem
Com o desenvolvimento dessa pesquisa, a aplicação da mesma em sala de
aula e a participação dos professores no GTR 2015, foi possível perceber-se que o
trabalho pode e deve ser inovado pelos professores, basta que busquem novas
estratégias e metodologias no que tange ao ensino aprendizagem de língua
materna. A partir de um bom trabalho foi possível apresentar aos alunos uma
diversidade de gêneros textuais usados no dia a dia, seu modo adequado de
escrever e sua utilidade.
Através das atividades desenvolvidas durante a implementação, foi possível
despertar nos alunos o interesse e a vontade para a leitura. Percebeu-se que as
reflexões desenvolvidas, foram muito enriquecedoras tanto para os alunos quanto
para a professora PDE. Espera-se que se possa dar continuidade ao trabalho, agora
com outras turmas, pois se sabe que o trabalho nunca se esgota tendo em vista as
dificuldades dos alunos e a diversidade de gêneros textuais.
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