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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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A PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL-

PR

Autor: Lidinalva Rufino dos Santos1

Orientador: Djoni Roos2

RESUMO: O modelo de agricultura altamente dependente de insumos químicos (agronegócio) é responsável pela degradação da natureza, pois polui as águas, degrada o solo e contamina os alimentos que chegam envenenados às nossas mesas. Esse modelo de agricultura que coloca em risco a natureza e a sociedade é predominante no município de Cascavel-PR. Entretanto, pequenos agricultores desse município estão criando alternativas à agricultura convencional do agronegócio implantando em suas propriedades a produção agroecológica. Esta é importante não apenas para o agricultor, mas também para a sociedade em geral, pois provoca menos impacto ambiental e busca o equilíbrio entre a produção e a conservação da natureza, o que se desdobra na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Nesse artigo busca-se apontar alguns caminhos seguidos por pequenos agricultores, assentados da reforma agrária ou não, do município de Cascavel-PR na construção da produção agroecológica. Palavras-chave: Agronegócio. Agroecologia. Pequenos Agricultores. Cascavel-PR.

INTRODUÇÃO

No Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), um dos objetivos

consiste em fazer com que o professor da Rede Pública Estadual de Ensino (SEED-

PR) realize uma intervenção pedagógica que contribua com o desenvolvimento de

atividades na Instituição que mude a realidade da comunidade escolar. A unidade

didática intitulada: “A Produção Agroecológica no Município de Cascavel-PR”, que

resultou no presente artigo, foi desenvolvida com o objetivo de compartilhar os

conhecimentos sobre a construção da agricultura agroecológica no município de

Cascavel-PR (Mesorregião Oeste do estado do Paraná), território dominado pelo

agronegócio e empresas do setor. As atividades foram realizadas com os alunos das

segundas séries (modalidade integrado) do Centro Estadual de Educação

Profissional Pedro Boaretto Neto.

1 Professora da Rede Pública Estadual de Ensino do Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto neto, Cascavel-PR. [email protected]. 2 Doutorando em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Professor Assistente do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus de Marechal Cândido Rondon. [email protected].

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Durante a execução da unidade didática e do projeto, constatou-se que os

avanços técnicos ocorridos nas últimas décadas na agricultura permitiram

conquistas importantes, mas que, muitas vezes, tomaram um rumo que coloca em

risco a sustentabilidade do planeta Terra. Como consequência direta, o ar está

ficando mais poluído, as águas contaminadas, o solo degradado e os alimentos que

consumimos, na maioria das vezes, chegam envenenados às nossas mesas.

No decorrer deste texto destacamos experiências da agricultura

agroecológica em algumas propriedades do município de Cascavel-PR e como estas

se constituem em estratégias desses agricultores para se manterem no campo que é

dominado pelo agronegócio. Soma-se a isso o fato de que há um processo na

sociedade, embora inicial, de procura por alimentos saudáveis, ou seja, provenientes

de formas agrícolas menos impactantes social e ambientalmente. Neste sentido, a

agricultura agroecológica adquire importância, ao provocar menos impacto ambiental

e social ao buscar o equilíbrio entre a produção e a conservação do meio ambiente,

por meio da produção de culturas livres de fertilizantes sintéticos e agrotóxicos

prejudiciais as plantas, solo e população. Além disso, apresenta alternativas aos

“pacotes tecnológicos” da agricultura convencional, resultando numa maior

apropriação de renda por parte dos agricultores.

É neste contexto que se insere o município de Cascavel-PR, onde alguns

pequenos agricultores tem conseguido resistir às pressões do mercado, às barreiras

impostas pelas políticas agrícolas ou a falta delas que forçaram muitas famílias a

venderem suas propriedades e migrarem para a cidade. Por outro lado uma parcela

daqueles agricultores expulsos/expropriados tem retornado ao campo através da

luta e organização nos movimentos sociais e assim conquistado um pedaço de terra

para a manutenção de sua família. Em ambas as situações há famílias que

encontraram na agroecologia a possibilidade de permanecerem no campo e tem

colaborado para a disseminação da ideia de produzir alimentos livres de agrotóxicos

e da transgenia.

Nesse sentido, essa pesquisa procurou compreender algumas experiências

de construção da agroecologia no município de Cascavel-PR, bem como a

importância e desafios desta alternativa. Para melhor entendimento e organização

esse trabalho está divido nos seguintes itens: referencial teórico; ocupação da terra

no município de Cascavel-PR; e experiências agroecológicas em Cascavel-PR.

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REFERENCIAL TEÓRICO

Para fundamentar o presente trabalho foi necessário abordar um conjunto de

conceitos relativos ao tema proposto, como: modernização da agricultura e

revolução verde; agronegócio; agricultura e campesinato; e agroecologia.

Modernização da Agricultura e Revolução Verde

Com o crescimento e desenvolvimento econômico ocorreu a aceleração da

introdução de novos mecanismos no campo. Tal processo aos poucos foi

provocando a expulsão dos pequenos agricultores de suas propriedades causando

alterações na estrutura fundiária.

Os pequenos estabelecimentos – menos de 10 ha. – correspondem à metade dos estabelecimentos rurais do Brasil. Entretanto, eles ocupam apenas 2,4% do total da área ocupada pelos estabelecimentos rurais. No período de 1970 – 1980, nota-se a sua fragmentação e a sua absorção por outros estabelecimentos maiores, fenômeno esse denominado fagocitose rural pela semelhança com o processo biológico onde as células englobam e digerem outras a sua volta. (GUIMARÃES, 1997, p. 63).

Tal processo agravou as diferenças socioeconômicas existentes no campo

desde a colonização. A mecanização da agricultura, de forma geral, causou o

empobrecimento e a consequente expulsão/expropriação dos pequenos agricultores,

seja pelo avanço da concentração fundiária decorrente deste processo que

desterrou, sobretudo, inúmeras famílias de posseiros ou pelas dívidas contraídas

junto a organizações financeiras. Para que essa diferenciação sócioeconômica se

firmasse cada vez mais, houve a criação de leis para manter e ou aumentar a

exploração dos pequenos agricultores. Tais leis visavam impedir a proliferação da

pequena propriedade no território brasileiro, servindo exclusivamente para garantir a

posse da terra para os grandes latifundiários, contribuindo para a atual estrutura

fundiária existente no Brasil.

Assim, na década de 1960 houve um rápido aumento das culturas de soja,

milho e trigo, devido à introdução da mecanização no campo e aos pacotes

tecnológicos, acarretando numa transformação no meio rural. Toda essa tecnologia

usada no campo a partir da década de 1960 passou a ser conhecida popularmente

como revolução verde. Tal modelo é baseado no uso intensivo de agrotóxicos e

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fertilizantes sintéticos na produção agrícola, sendo fato presente no campo e na vida

de muitos agricultores em várias partes do mundo. Zamberlan e Froncheti (2002,

p.13) nos dão uma boa definição sobre a temática, “Revolução Verde – um jeito

capitalista de dominar a agricultura”.

Assim, as mudanças trazidas pela revolução verde no que diz respeito a seus

aspectos sociais, não têm possibilitado a distribuição de rendas nem mesmo a

produção de alimentos como era a promessa inicial. Porém, o que vemos são

milhares de pequenos agricultores excluídos do processo produtivo no campo,

aumentando a concentração de rendas e terras nas mãos de poucos. Tal forma de

agricultura, considerada convencional, fazendo uso de grandes quantidades de

adubos químicos, causando intoxicações nos seres humanos, diminuindo a vida

biológica do solo entre outros danos é a base do agronegócio.

Agronegócio

Davis e Goldberg (1957) apud Araújo (2009, p. 09), afirmam que o termo

agricultura foi usado até pouco tempo para “entender a produção agropecuária em

toda a sua extensão, desde o abastecimento de insumos necessários à produção,

até a industrialização e a distribuição dos produtos obtidos”. Com o passar do tempo,

as relações ocorridas dentro e fora das grandes propriedades tornaram-se

complexas. A partir deste momento surgiu um novo conceito para o termo

agricultura, denominado Agribusiness, sendo definindo como:

[...] o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários 'in natura' ou industrializados. (DAVIS; GOLDBERG, apud ARAÚJO, 2009, p. 09).

O conceito de agronegócio, adotado como tradução para Agribusiness,

abrange a soma de todas as operações de produção, movimentação, estocagem,

transformação e comercialização de produtos e matérias primas oriundas do campo.

O agronegócio está fortemente ligado à base econômica brasileira, sendo

considerado a base do “desenvolvimento”. Entretanto, este paradigma de

compreensão não é unânime.

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Encoberto pelo discurso da produtividade o agronegócio esconde suas

verdadeiras intenções, que é a exploração dos recursos naturais e humanos e

concentração de renda. Fernandes (2009, p.38) elenca que “o latifúndio efetua a

exclusão pela improdutividade, o agronegócio promove a exclusão pela intensa

produtividade” afirmando que “o agronegócio é responsável pela expansão dos

conflitos no campo, pois ampliou o controle sobre o território e as relações sociais,

intensificando, assim, as injustiças sociais” (FERNANDES, 2009, p.38). Ou seja, o

agronegócio controla o uso da terra, domina a produção e sua finalidade determina a

política do desenvolvimento rural, monopolizando o processo produtivo, tornando-se

controlador e na maioria das vezes expulsa e expropria (FERNANDES, 2009) o

pequeno agricultor.

Se por um lado, o agronegócio é entendido como grande propriedade rural produtiva, por outro, é responsável pela pobreza, miséria, degradação ambiental, violências, dentre outras mazelas e barbáries. Diferentemente do latifúndio do passado que “excluía” pela não-produção, agora o agronegócio “exclui”pela produção! A partir desta interpretação, os movimentos sociais, como o MST, por exemplo, elegeu o agronegócio como o principal “inimigo”da reforma agrária a ser combatido no campo. (FABRINI, 2008, p.17).

Ainda segundo Fabrini (2008) o agronegócio pratica um conjunto de relações

de trabalho semelhante ao latifúndio, como a exploração, violências, peonagem,

escravidão, relações típicas da “acumulação primitiva” do capital. Ou seja,

proporciona a destruição da sociobiodiversidade. Em contraponto a este modelo de

desenvolvimento está a agricultura camponesa.

Agricultura e Campesinato

A agricultura camponesa corresponde aquela onde a família dos agricultores

produz alimentos com seu próprio trabalho. Diferente da agricultura patronal que

emprega trabalhadores e explora a força de trabalho através da produção da mais

valia. Wanderley (1996, p.02) afirma que “a agricultura familiar é entendida como

aquela em que a família, ao mesmo tempo em que é proprietária dos meios de

produção, assume o trabalho no estabelecimento produtivo”.

Mendras apud Wanderley (1996), afirma que o campesinato está associado

as sociedades camponesas, não se reduzindo apenas a forma social de organização

da produção nem a um tipo de integração do mercado. E segundo Wanderley (1995)

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a história do campesinato no Brasil pode ser definida como registro das lutas para

conseguir um espaço próprio na economia e na sociedade. Além desta compreensão

é possível afirmar que a história camponesa no Brasil é também um somatório de

lutas para a conquista de uma porção de terra para a concretização de sua forma

específica de agricultura.

As lutas pelo domínio das terras no Brasil têm sua origem no processo de

colonização e continua nos tempos atuais, antes as barbáries eram cometidas

contra a população indígena, hoje além dos indígenas é contra os camponeses,

como destaca Oliveira (2003).

Em pleno início do século XXI, os movimentos sociais continuam sua luta pela conquista da reforma agrária no Brasil. As elites concentradoras de terra respondem com a barbárie. Assim, o país vai prosseguindo no registro das estatísticas crescente sobre os conflitos e a violência no campo. A luta sem trégua e sem fronteiras que travam os camponeses e trabalhadores do campo por um pedaço de chão e contra as múltiplas formas de exploração de seu trabalho amplia-se por todo canto e lugar, multiplica-se como uma guerrilha civil sem reconhecimento. Essa realidade cruel é a face da barbárie que a modernidade gera no Brasil. (OLIVEIRA, 2003, p. 01).

Ainda segundo Oliveira (2003, p.01) “o desenvolvimento contraditório e

desigual do capitalismo gestou também, contraditoriamente, latifundiários capitalistas

e capitalistas latifundiários”. Ou seja, formou-se no Brasil uma união entre

capitalistas e latifundiários formando uma elite rural que não aceita a reforma

agrária, pois considera inadmissível a luta dos movimentos sociais pelo direito de ter

acesso a terra. Tal combate à luta camponesa é assentada na violência e barbárie,

porém os camponeses não desistem de resistir, assim como afirma Oliveira (2003),

Estamos diante da rebeldia dos camponeses no campo e na cidade. Na cidade e no campo eles estão construindo um verdadeiro levante civil para buscar os direitos que lhes são insistentemente negados. São pacientes, não têm pressa, nunca tiveram nada, portanto apreenderam que só a luta garantirá no futuro, a utopia curtida no passado. Por isso avançam, ocupam, acampam, plantam, recuam, rearticulam-se, vão para as beiras das estradas, acampam novamente, reaglutinam forças, avançam novamente, ocupam mais uma vez, recuam outra vez se necessário for, não param, estão em movimento, são movimentos sociais em luta por direitos. Têm a certeza de que o futuro lhes pertence e que será conquistado. (OLIVEIRA, 2003, p.02).

A violência no campo continua e os camponeses que deveriam ter acesso à

terra, veem seus direitos subtraídos. Quando integrantes do MST ocupam terras

improdutivas ou griladas, por exemplo, tendo por objetivo a conquista de um pedaço

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de terra para produzir alimentos para o sustento familiar e comercialização, estes

camponeses sofrem pressões e descasos por todos os lados. Tal fato é notado,

sobretudo, em relação às leis que não são cumpridas como deveriam ser, pois, é

sabido que a reforma agrária em terras improdutivas ou devolutas está prevista em

lei.

Muitos magistrados são capazes de dar reintegração de posse a um representante da elite que não possui o título de domínio de uma terra que é sabidamente pública. Como tal, sendo pública ela não é passível do reconhecimento de posse. Entretanto, a justiça cega não vê porque não quer. Mas, muitos magistrados apenas veem quando os camponeses em luta abrem para a sociedade civil a contradição da posse capitalista ilegal pela Constituição. Neste momento, o direito é abandonado e a justiça vai se tornando injustiça. (OLIVEIRA, 2003, p.03).

Entretanto, os camponeses continuam a sua luta, são massacrados pelas

elites dominantes no campo, mortos pelos latifundiários através de seus jagunços,

sendo que a única coisa que almejam é um pedaço desse imenso país, para que

possam plantar e sobreviver, fazendo a sua própria agricultura. Mas, como afirma

Oliveira (2003, p. 03), “as elites ao contrário, como têm que garantir o passado,

veem na violência e na barbárie a única forma de manter seu patrimônio expresso

na propriedade privada capitalista da terra”.

Recentemente, além da luta pelo acesso a terra, os movimentos camponeses,

sobretudo, tem defendido outras formas de enfrentamento ao modelo de produção

do agronegócio. Tais formas passam pelo questionamento à estrutura de produção

do modo capitalista. Nesse contexto emerge a produção agroecológica.

Agroecologia

A agroecologia é uma ciência que surge na década de 1970 como forma de

estabelecer uma base teórica para diferentes movimentos de agricultura alternativa

que então ganhavam força com os sinais de esgotamento da agricultura moderna

(ASSIS; ROMEIRO, 2002). Na busca de agroecossistemas sustentáveis, a

agroecologia adota como princípios básicos a menor dependência possível de

insumos externos e a conservação dos recursos naturais.

Segundo Altieri (2001, p.11), a Agroecologia é entendida como “uma ciência

que emprega metodologias para estudar as relações em agroecossistemas e avaliá-

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los. Como parte deste sistema, as questões humanas e sociais são fundamentais,

do ponto de vista técnico, ela trabalha com princípios e não receitas”.

Ainda para Altieri citado por Caporal; Costabeber; Paulus (2006, p. 92) a

agroecologia constitui um enfoque teórico e metodológico que, lançando mão de

diversas disciplinas científicas, pretende estudar a atividade agrária sobre uma

perspectiva ecológica. Logo, mais que uma disciplina específica, a agroecologia se

constitui num campo de conhecimento que reúne várias “reflexões teóricas e

avanços científicos, oriundos de distintas disciplinas”. Caporal; Costabeber; Paulus

(2006, p. 92) reforçam tal entendimento afirmando que a agroecologia propõe uma

prática educativa baseada em metodologias de produção, de resistência e de

reprodução, pautados no desenvolvimento das relações das comunidades com o

seu meio ambiente.

A agroecologia não se propõe como uma panacéia para resolver todos os problemas gerados pelas ações antrópicas de nossos modelos de produção e de consumo e pelas decisões ambientalmente equivocadas de macro-políticas baseadas na economia neoclássica, não espera ser a solução para as mazelas causadas pelas estruturas econômicas globalizadas e oligopolizadas, senão que busca, simplesmente, orientar estratégias de desenvolvimento rural mais sustentável e de transição para estilos de agriculturas mais sustentáveis, como uma contribuição para a vida das atuais e das futuras gerações neste planeta de recursos limitados. (CAPORAL; COSTABEBER; PAULUS, 2006, p.92).

Mafra (2001) criticando o atual modelo agrícola afirma que este é

insustentável tanto no aspecto social, quanto político e que a produção

agroecológica reduzirá os impactos ambientais e garantirá maior qualidade de vida.

Ou seja, o modelo agroecológico é capaz de produzir alimentos saudáveis sem

riscos para a saúde humana e o ambiente, melhorando as demandas políticas no

campo da saúde já que não se utiliza do uso de agrotóxicos, por exemplo. Outro

aspecto importante está na possibilidade de geração de renda aos pequenos

agricultores possibilitando sua manutenção no campo.

Altieri (2001) enfocando o caráter sustentável da produção agroecológica

assinala que:

A sustentabilidade na produção agroecológica só é possível diante do conhecimento que as pessoas do local possuem sobre o meio ambiente, ou seja, sobre a vegetação, os animais, o solo e sobre as técnicas apropriadas às culturas agrícolas ou de criação de animais, adquiridas por conhecimentos empíricos ao longo da história. (ALTIERI, 2001, p.20).

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Assim, a produção agroecológica se remete a esta possibilidade que é a de

tornar sustentável e saudável o planeta, sendo o intuito desta cultura:

[...] a substituição de insumos químicos e tecnologias intensivas que são caros e degradadores do meio ambiente por insumos de tecnologias agroecológicas. Este enfoque corresponde à solução dos problemas ambientais na agricultura moderna, profundamente enraizadas na estrutura de monocultura predominante em sistemas de produção de larga escala. (ALTIERI, 2009, p. 20).

Deste modo, a agroecologia é um modelo relevante de produção agrícola, a

fim de preservar o meio ambiente, propiciar saúde ecológica ao planeta, atividades

justas e humanas ao homem e sustentáveis ao futuro do planeta.

A OCUPAÇÃO DA TERRA NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL-PR

A ocupação de terra no oeste paranaense e no município de Cascavel-PR

teve início na década de 1940. Nesta época houveram muitos conflitos pela pose da

terra envolvendo posseiros, grileiros e aqueles que se intitulavam os “verdadeiros”

proprietários das terras. Tais disputas não ocorreram de forma pacífica (ADAMY,

2010, p.73).

Na década de 1960 a questão agrária se acentua na região com o início da

modernização da agricultura. Segundo Adamy (2010, p.73) os trabalhos oferecidos

pelos meeiros e arrendatários já não cabiam mais no contexto, foram introduzidos os

pacotes tecnológicos no campo substituindo a mão de obra rural pelo trator,

colheitadeira entre outras tecnologias. Os campos agrícolas de Cascavel

começaram a se tornar altamente mecanizados, não demandando grande

quantidade de mão de obra para a produção de monocultura voltada à exportação

(ADAMY, 2010, p.73). Neste modelo prevalece à busca por maior produtividade e a

utilização de grandes quantidades de defensivos e insumos agrícolas. Com a

entrada destas tecnologias no campo, mais conhecida como “Revolução Verde”, os

pequenos proprietários foram expulsos de suas terras, aumentando a concentração

de terras nas mãos dos grandes latifundiários formando a classe agrária

cascavelense dominante (ADAMY, 2010).

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Os enfrentamentos entre os grandes latifundiários e os pequenos agricultores

expulsos e expropriados de suas terras, intensificaram-se no decorrer do tempo. Na

década de 1980 a criação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

(MST) e da Sociedade Rural do Oeste (SRO) são exemplares das disputas por

interesses antagônicos na região. A posse e uso da terra sempre foram o centro dos

conflitos. Enquanto que os membros do MST lutavam contra a expulsão dos

camponeses considerando que a posse da terra é garantia de sustento para

manutenção da família no campo e diminuição das injustiças sociais, os membros da

SRO visavam a concentração de terra e renda, base para a produção monocultora

em larga escala para exportação.

Tais embates se acirraram, sobretudo, quando em 2007 foi criado o

Movimento dos Produtores Rurais (MPR). Tal movimento unindo-se a SRO

realizaram, vários enfrentamentos e disputas violentas no meio rural pela disputa e

posse da terra. Os grandes latifundiários faziam suas próprias leis através da

contratação de milícias armadas, as quais, sobre o comando do MPR e SRO, eram

os responsáveis pelas violências cometidas no meio rural Cascavelense, como as

desocupações de terras ocupadas pelos membros dos movimentos sociais.

EXPERIÊNCIAS AGROECOLÓGICAS EM CASCAVEL-PR

No município de Cascavel, Oeste Paranaense, já no processo de colonização

o pequeno agricultor foi sendo “empurrado” para áreas de terrenos íngremes, na

maioria das vezes, não propício para a prática agrícola e localizado distante das

infraestruturas. Muitos destes pequenos agricultores não conseguiram se manter na

área rural, sendo expulsos para a zona urbana concentrando-se em regiões

periféricas da cidade, morando em submoradias e vivendo de subempregos.

Entretanto, mesmo diante de todo esse processo de exclusão, alguns pequenos

agricultores conseguiram sobreviver e se manter no campo, sobretudo,

desenvolvendo novas formas de produzir. Exemplar é a produção agroecológica e a

venda direta ao consumidor nas feiras livres da cidade de Cascavel. O caso aqui

abordado aponta para esta realidade de resistência e alternativa à expropriação

tendo como foco principal a produção de produtos livres de agrotóxicos e da

transgenia. Ou seja, embora no município de Cascavel predomine a agricultura

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convencional, os grandes latifúndios e o agronegócio, nosso objetivo é mostrar que

algumas alternativas a tal modelo vêm sendo gestadas. Tal alternativa colabora na

manutenção dos pequenos agricultores no campo, oferecendo ainda, opções de

alimentos saudáveis para a população urbana. Nos concentramos em duas

experiências: a da família Arezi e a dos camponeses do assentamento Keno.

O Caso da Família Arezi

A família Arezi iniciou um processo de transição para a produção

agroecológica há 17 anos em decorrência da intoxicação com agrotóxicos aplicados

na lavoura na época em que trabalhavam com cultura convencional. Segundo seu

Airton Arezi: “o corpo estava intoxicado por veneno e tínhamos duas opções,

continuar a abrir a cova e ter poucos anos de vida, ou mudar a forma de produzir”

(Entrevista realizada em 18/10/2013, no sítio da família Arezi). A partir disso, seu

Airton Arezi, buscou conhecimentos sobre a agricultura agroecológica junto ao

Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) e a

Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), passando por um

processo de transição no seu modo de cultivo. Ou seja, saindo da agricultura

convencional para a agroecológica, buscando assim, qualidade de vida e ambiental

dentro da propriedade.

Ele ressalta que a sua produção é ecologicamente correta ao afirmar que,

[...] para sair da agricultura convencional e começar a trabalhar com a agroecologia, tive que adaptar a terra, eu não podia mais usar adubo químico nem esterco de animais para não comprometer a desintoxicação da terra, o período para limpar a terra é muito demorado, tem que ter paciência e ser persistente, pode demorar até cinco anos para eliminar toda a sujeira do solo, depois desse período aí sim podemos chamar a plantação de limpa e ela fica mais resistente aos insetos. (Entrevista realizada em 18/10/2013, no sítio da família Arezi).

A família Arezi destina sua produção agroecológica à Feira do Pequeno

Produtor que funciona três vezes por semana no centro da cidade de Cascavel e

também comercializa diretamente com os consumidores que vem até seu sitio para

comprar. Seu Arezi relata que a agroecologia possui um bom mercado e aceitação

pública,

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[...] é um bom mercado para quem realmente deseja trabalhar com os produtos agroecológicos, e os nossos consumidores são fieis compram todas as semanas seus produtos na feira, se não tem um produto, eles substituem por outro, mas não deixam de levar algo para casa. (Entrevista realizada em 18/10/2013, no sítio da família Arezi).

A família Arezi usa sementes crioulas em sua propriedade, consideradas mais

resistentes às doenças e pragas e adaptadas ao tipo de solo e clima da região. São

plantados na propriedade 2 alqueires de horta e 1 alqueire com milho, batata doce,

feijão, mandioca etc. Ao total, na propriedade são produzidos mais de 40 variedades

de vegetais, sobretudo, hortaliças, das quais se destacam o feijão de vagem,

rabanete, repolho, alface, rúcula, chicória, almeirão, couve flor, cenoura entre outros.

Todo o sítio é certificado pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) como

agroecológico. Em relação a mão de obra, utilizam apenas o trabalho familiar, não

havendo necessidade de complementação em outras atividades externas, pois

segundo nos relata seu Arezi, a partir da agroecologia a propriedade se tornou

autossustentável na produção e na renda familiar. Explica ainda que a adoção do

sistema de produção de base agroecológica aumentou a produtividade na

propriedade. Porém aponta como principais limitantes para a expansão desse

sistema de produção em seu sítio e no município a deficiência de mão de obra na

propriedade e a falta de maior diversidade de canais de comercialização em

Cascavel.

Com base em sua experiência de trabalho com a agroecologia o Senhor Arezi

reafirma que “trabalhar com produtos naturais ele e sua família só obtiveram

benefícios, ele se tornou consciente que essa forma de produzir diminui os riscos de

doenças para seus consumidores, por não ingerir mais agrotóxicos vindo das

verduras”. (Entrevista realizada em 18/10/2013, no sítio da família Arezi).

A Agroecologia no Assentamento Valmir da Mota Oliveira (Keno)

Em Cascavel membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

também ingressaram na produção agroecológica, temos como exemplo os

camponeses do assentamento Valmir da Mota Oliveira (Keno). Trata-se de 83

famílias que ainda estão em processo de transição, ou seja, não possuem a

produção certificada como agroecológica, fator que possibilita aumento no valor de

comercialização dos produtos. Eles estão substituindo as práticas agrícolas

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consideradas insustentáveis (convencional), que excluem e destroem a natureza,

gerando as crises sociais e ambientais no campo por uma prática na qual os cultivos

podem interagir com associações e rotações de cultura, permitindo, além de outros

benefícios, maior diversidade na área plantada. Assim, com o objetivo da

permanência no campo e crítica ao modelo agrícola dominante os membros do MST

buscam uma nova perspectiva, com incorporação da agroecologia e seus princípios

para modificar as relações sociais na agricultura, isto é, relações de dependência e

exploração.

Como propósito mais geral, o assentamento Keno tem à passagem dos atuais

padrões de desenvolvimento rural ou de sistemas de produção de baixa

sustentabilidade para modelos de agricultura e de manejo rural que privilegiem e

incorporem princípios, métodos e tecnologias de base ecológica, mantendo níveis de

produção aceitáveis e menos ou nada agressivos ao meio ambiente, essa é a nova

política do MST e dos membros do assentamento Keno.

A implantação da agroecologia no assentamento Keno, ocorreu, segundo o

assentado Joelson, por orientação do próprio MST. Segundo ele em seu pedaço de

terra não entra agroquímicos e que sua família irá “produzir da mesma forma que

seus antepassados produziam sem prejudicar a saúde humana”. (Entrevista

realizada em 13/11/2013, no assentamento Keno). Joelson relata ainda que depois

de assentados os agricultores receberam um pequeno pedaço de terra

possibilitando o trabalho familiar e produção no sistema agroecológico, porém,

enfatiza que somente a terra não é suficiente para mantê-los no campo, existindo a

urgência de políticas como crédito, assistência técnica, educação e saúde que

garantam a permanência deles e demais pequenos agricultores no campo.

A partir das entrevistas e do exposto percebe-se que há preocupação entre os

camponeses assentados na manutenção do equilíbrio ambiental do ecossistema.

Além disso, é notória a crítica ao atual modelo agrícola e a consideração deste como

a raiz dos problemas sociais de expulsão/expropriação do campo e a necessidade

imposta de busca por modelos alternativos que priorizem a produção de alimentos

saudáveis e não o mercado e o lucro das grandes corporações do agronegócio

através da produção de commodities.

A transição agroecológica no assentamento Keno é ainda um processo em

construção, mas acredita-se que em pouco tempo os agricultores poderão

apresentar os frutos desse trabalho, como a comercialização de forma direta de

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seus produtos aos consumidores em feiras livres, de porta em porta ou em sua

própria residência para o consumidor final.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No final deste trabalho observa-se que conseguimos atingir os objetivos

propostos, qual seja, apresentar e problematizar com os alunos e membros da

comunidade escolar Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boaretto Neto

os diferentes modelos de produção presentes no campo brasileiro e as experiências

agroecológicas existentes em algumas áreas rurais do município de Cascavel.

Procurou-se demonstrar no decorrer das atividades didáticas e do presente

texto como ocorreu a implementação dos princípios da agroecologia em algumas

pequenas propriedades no município de Cascavel, os benefícios deste modelo e a

diferença entre agronegócio e agricultura camponesa. Além disso, enfatizou-se que

o modelo do agronegócio pauta-se pelo lucro e acumulação de renda e capital.

Observou-se que os alunos entenderam a diferença entre os modelos antagônicos

expostos e a diferença na qualidade entre os alimentos produzidos pelos dois

modelos em questão.

Através das visitas a campo, intervenção didática entre outras atividades

buscou-se apresentar e debater o processo de conversão do sistema convencional

para o sistema agroecológico de produção visualizado na propriedade da família

Arezi e no assentamento Keno.

Percebeu-se que a mudança da agricultura para um modelo que respeite a

vida de todos os seres e espécies vivas é perfeitamente possível e economicamente

viável. Tal mudança ou retorno para um modelo sem o uso de agrotóxicos

representa não apenas a esperança de pesquisadores e estudiosos da

agroecologia, mas, também de produtores como o senhor Airton Arezi e os

camponeses do assentamento Keno. Apreendeu-se também que este modelo

agroecológico se mantém mesmo sem a participação de autoridades e que os

estímulos governamentais são baixos. Entretanto, percebeu-se que mesmo diante

de inúmeras dificuldades há satisfação das famílias que estão trabalhando e lutando

pela mudança da matriz agrícola, não apenas pelos resultados econômicos, mas,

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sobretudo, pelo fato de saber que produzem alimentos saudáveis ao conjunto da

sociedade.

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