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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
PROBLEMAS COM AS LEITURAS ESTUDANTIS E UMA PROPOSTA
COM O GÊNERO TEXTUAL BIOGRAFIA: diagnóstico e intervenção
com práticas de uso do gênero biografia em sala de aula
Profª. Silvéria de Souza Oliveira1
Profª. Drª. Karine Marielly Rocha da Cunha2
Resumo: Neste artigo, reforçamos a importância da leitura aos estudantes do Ensino Fundamental II, em especial ao 9º. ano, como objeto de investigação utilizando o Gênero Textual Biografia de forma a permear o ensino e aprendizagem de língua Inglesa nas práticas de uso (leitura e produção), o funcionamento da língua (análise lingüística), bem como, possibilitar uma reflexão interacional, como principal objetivo desta pesquisa. Os resultados da pesquisa revelam uma defasagem de leitura dos alunos em questão. Propomos porém com este gênero textual uma sequência de atividades para ajudar nessa defasagem. A escolha do gênero em questão foi devido à necessidade de trabalhar com os alunos “modelos de atitudes” de pessoas que podem influenciar positivamente a formação moral e cívica dos alunos, tendo como veículo divulgador a língua inglesa de forma a proporcionar uma interdisciplinaridade. Palavras-chave: Leitura. Gênero textual. Biografia.
1 Introdução
Encontram-se muitos trabalhos acadêmicos sobre gêneros textuais,
resultados de pesquisas científicas e estando disponíveis para consultas em
diferentes formas de publicações, sejam elas sites, livros, artigos e mídias em geral.
Acreditamos que a leitura deixa a desejar aos alunos devido a falta de variáveis
gêneros textuais nas salas de aula.
Este artigo visa diagnosticar possíveis problemas em relação à leitura dos
alunos, bem como apresentar o gênero textual Biografia como proposta de ensino e
aprendizagem para Língua Inglesa. Além da preocupação com as leituras dos
estudantes, outro desafio deste artigo é com o ensino e aprendizagem de Língua
Inglesa.
1 Especialista em Metodologias do Ensino e Gestão Escolar. Professora de língua Inglesa e Portuguesa na rede pública de ensino do Paraná. E-mail: [email protected]. 2 Professora do Departamento de Línguas Estrangeira Modernas do Setor de Ciências Humanas da Universidade Federal do Paraná, DELEM/SCH/UFPR. E-mail: [email protected]
Algumas considerações importantíssimas na articulação do GTR (Grupo de
Trabalho em Rede) com os professores da Rede Estadual de Ensino do Estado do
Paraná, o qual aconteceu simultaneamente no período da implementação do
projeto, ajudaram muito neste desafio educacional.
Contribuir com a produção científica sobre o assunto torna-se um desafio a
mais para nós educadores.
Conforme afirmado na epígrafe do projeto intitulado Gênero Textual Biografia
uma proposta no ensino de língua Inglesa, ressaltamos a importância da leitura para
nossas vidas e para os alunos, ela deve ser como a bula que orienta e ativa seu
conhecimento.
Este artigo está organizado em três partes principais: Embasamento teórico -
Gênero Textual Biografia, Práticas de uso e Análise do GTR (Grupo de Trabalho em
Rede). Na primeira, baseamos-nos nas leituras de Kleiman, Koch e Brait, buscando
reconhecer os elementos fundamentais para o contexto de sala de aula. Na
segunda, consideramos os estudos do gênero textual abordado na unidade didática:
Biografia, a qual foi desenvolvida através de sequências didáticas possibilitando as
habilidades essenciais no ensino e aprendizagem de uma língua: leitura,
comunicação oral e prática escrita, possibilitando o desenvolvimento lingüístico
discursivo da língua e ajudando o aluno a rever seu processo de desenvolvimento
social e humano. Na terceira, analisamos algumas considerações importantíssimas
do GTR sobre o projeto de intervenção na sala de aula.
2 O Gênero Textual Biografia
Há uma tensão evidente quando a maioria dos alunos são interrogados sobre
suas leituras e o desafio de fazê-los ler e compreender a leitura em sala de aula.
Kleiman (2012, p.54) pergunta ‘por que tão poucos compreendem a linguagem
escrita, enquanto todos compreendem a linguagem falada?’ e percebemos então as
dificuldades existentes no processamento da informação, onde é evidenciada as
diferenças entre a forma escrita e a falada.
Nessa linha, baseando-se na leitura de Koch, ela menciona a competência
textual de um falante a qual permite-lhe averiguar se em um texto predominam
sequências de caráter narrativo, descritivo, expositivo e/ou argumentativo. E não se
torna difícil, na maior parte dos casos, distinguir um texto real de um texto fabricado,
um texto de opinião de um texto predominantemente informativo e assim por diante.
Perante essa afirmação, para a sala de aula, a escolha do gênero textual é
uma decisão estratégica, que envolve uma confrontação de valores atribuídos pelo
agente produtor, bem como seus valores particulares. Além disso, podemos levar
em conta os objetivos visados, o lugar social e os papéis dos participantes.
O trabalho com os diversos gêneros passam a ganhar força em sala de aula,
ancorado pela vigência no final da década de 90 dos próprios Parâmetros
Curriculares que instituem o texto como unidade de ensino e os gêneros como
objetos ou instrumentos para a sala de aula.
Koch, afirma que toda introdução de um gênero na escola é o resultado de
uma decisão didática e visa objetivos precisos na aprendizagem, esperando que os
alunos dominem este gênero e que os mesmos os levem a pensar em situações de
comunicação as mais próximas possíveis das verdadeiras, tendo para eles sentido e
se possível levando-os à transformação.
Ainda segundo Koch (2011) as esferas de utilização da língua são
extremamente heterogêneas, também os gêneros apresentam grande
heterogeneidade, incluindo desde o diálogo cotidiano até a tese científica. Para isto
justificamos que os gêneros textuais seguem uma ordem inacabada, e,
é importante assinalar, contudo, que a concepção de gênero de Bakthtin não é estática, como poderia parecer à primeira vista. Pelo contrário, como qualquer outro produto social, os gêneros estão sujeitos a mudanças, decorrentes não só das transformações sociais, como oriundas de novos procedimentos de organização e acabamento de arquitetura verbal, como também de modificações do lugar atribuído ao ouvinte (KOCH, 2011, p. 54).
Portanto, nesta concepção o gênero textual é mutante, em razão das
variáveis modificações sociais, históricas e ideológicas.
Vindo de encontro aos termos bakhtinianos, um gênero pode ser assim
caracterizado pelos tipos de enunciados, pela composição dos elementos, pelo
tema, estilo e o conjunto dos participantes.
Com isso, o ensino dos gêneros textuais é uma forma concreta de dar poder
de atuação aos educadores e apoio aos alunos, fornecendo a intervenção ativa de
formadores, bem como o desenvolvimento de uma didática específica.
No que tange ao ensino e aprendizagem com o gênero textual Biografia,
concordamos com Brait (2012, p.175) quando diz que o meio social
envolve por completo o indivíduo. O sujeito é uma função das forças sociais. O eu individualizado e biográfico é quebrado pela função do outro social. Os índices de valor adequados a cada nova situação social, negociados nas relações interpessoais, preenchem por completo as relações interpessoais, Homem x Mundo e as relações Eu x Outro.
Com o gênero Textual Biografia em sala de aula, levaremos os alunos a
serem contemplados nos aspectos psíquicos, sociais e históricos, fazendo uma
reflexão no agir em suas relações. O gênero textual Biografia (bio é vida, e grafia é
escrita) é um gênero que conta a história da vida de uma pessoa ou de várias
pessoas, sendo uma mistura de jornalismo, literatura e história. Geralmente, as
biografias contam a vida de alguém depois de sua morte, porém isso vem mudando.
A Biografia, na maioria das vezes, é sobre pessoas públicas como escritores,
políticos, esportistas, cientistas e famosos. As biografias podem ser: informativa,
crítica, standard e interpretativa. Com a leitura e entendimento de uma Biografia é
necessário estimular a capacidade de decodificação do aprendiz, ampliando sua
cultura e seu desenvolvimento para uma leitura crítica, que abranja uma visão global
do assunto em foco.
A leitura e o estudo de uma Biografia refletem no leitor o papel social
enquanto receptor, podendo também o biografado ser referência ao leitor.
Diante do exposto, pode considerar-se o estudo da Biografia uma relação
entre pessoas, interagindo independente do tempo, espaço e posição social. E
ainda, tem-se a facilidade ao acesso a estrutura composicional, tema e estilo que
são reconhecidos pelos leitores. Como uma estratégia para o ensino de Língua
Inglesa através do gênero textual Biografia para o desenvolvimento de uma análise
textual dentro da proposta de Kleiman, Koch e Brait, apresentamos alguns
elementos norteadores que nos levaram a decidir sobre este gênero em detrimento
a outros.
A pesquisa sobre Biografias tendo como “insights” leva o aluno a estimular
sua produção escrita, tais estudos apontam as vantagens dos personagens reais em
tempos diferentes, sequência gramatical e estrutural e recursos para o uso da
linguagem.
A reflexão crítica e a interação social do discurso levam o aluno repensar nas
práticas sociais e refletir em suas escolhas futuras.
Partindo da leitura e reflexão das biografias e suas produções escritas
levando os alunos a compreender suas vidas e os valores contemporâneos.
Concebendo a escrita como atividade, David Barton e Uta Papen (2010) a destacam
que pesquisas sobre o fenômeno da escrita são essências para compreender a vida
e as instituições contemporâneas. Ainda segundo os autores, “para compreender
como a escrita ou os textos escritos são utilizados por diferentes pessoas, em
diferentes contextos, nós precisamos investigar os valores, crenças e
comportamentos, que estão associados com diferentes formas de escrita”.
(BARTON; PAPEN, 2010, p. 9).
Conforme entendido nos estudos, as teorias dos gêneros textuais revelam
como a linguagem é cotidianamente utilizada, refletindo a cultura em que os
usuários da língua estão inseridos.
É válido lembrar que tramita no Congresso Nacional o projeto de lei n.
393/2011, o qual favorecerá a divulgação de uso de imagens e informações de
pessoa cuja trajetória pessoal, artística ou profissional tenha dimensão pública ou
esteja inserida em acontecimentos de interesse da coletividade.
A nosso ver, fica evidenciado a busca de uma leitura reflexiva através da
Biografia, como pano de fundo para o ensino e aprendizagem na Língua Inglesa
para que o aluno sinta um sujeito engajado no meio social, repensando sobre suas
relações interpessoais
Sendo assim, reforçamos a dimensão interacional e discursiva que é uma
prática legitimada nas escolas da rede pública estadual como mencionado no
Currículo de Língua Portuguesa e Língua Inglesa.
3 Práticas de Uso com o Gênero Textual Biografia, uma Proposta para o
Ensino da Língua Inglesa
Para o momento que compreendeu o diagnóstico da turma, utilizamos um
questionário para saber sobre as leituras dos alunos, enfatizando o gênero textual
Biografia. Os questionários foram passados individualmente e houve o momento do
diálogo com a turma sobre suas leituras e a importância dos variáveis gêneros
textuais para a aprendizagem.
E nesta etapa tivemos a oportunidade de apresentar a implementação do
projeto com a reflexão: “to be or not to be, is that the questions?” Nos slides
mostramos algumas imagens e frases motivacionais e com essa linguagem visual
percebemos o interesse pelo tema sugerido. Através desta indagação levamos o
educando a pensar em seus planos de vida e como está sua vida escolar.
Conscientizando-os de que o gênero Biografia tem-se a facilidade ao acesso
da estrutura composicional, tema e estilo, podendo ser reconhecidas pelo leitor e
ainda por meio da linguagem, a qual é muito importante. Salientamos que este
gênero possibilita uma riqueza de elementos e muitas informações geográficas,
culturais e históricas.
A escolha do gênero foi, portanto uma decisão estratégica, que envolveu uma
articulação textual, destacando a interação dos participantes, visando os objetivos
mencionados.
Bem sabemos que o ensino dos gêneros textuais no cotidiano da escola, não
só faz parte das atividades de comunicação, como de práticas sociais, sendo a
utilização deles associada aos objetivos e às funções almejados pelos que
encontram em uma situação comunicativa. E neste ambiente escolar, os gêneros
textuais fazem parte do ensino e aprendizagem.
Levamos para a sala de aula, este questionamento: quando se pensa em
Biografia, pensa-se em vida das pessoas e refletindo sobre elas, concordamos com
Brait quando diz que ‘só me torno eu entre outros eus’.
Quando selecionamos o gênero textual, tivemos a preocupação com a técnica
de leitura e sua finalidade. Pois é comum afirmar-se que o aluno não gosta de ler e
não compreende o que lê. É notório que desde seu primeiro contato com o mundo
do letramento, ele ficou preso a uma associação mecanicista e assim foi treinado
para o domínio da estruturação gramatical e na decodificação do texto.
Como comentado, foi realizada uma entrevista com os alunos sobre suas
leituras e a seguir eles foram instruídos a pesquisar uma Biografia de alguém que
lhe chamasse a atenção.
A partir desse material coletado, fizemos uma exposição, no corredor da
escola, com os “fanzines” (junção das palavras fanatic+magazine, publicações de
alguém que gostam de algo em comum) onde os alunos tiveram contado com o
texto escrito em inglês, e também o seu comentário sobre a Biografia escolhida.
Nesse momento, eles tiveram oportunidade de extração dos dados pessoais na
língua inglesa sobre as pessoas pesquisadas. No painel feito no corredor central da
escola, tivemos as apresentações das biografias. No momento, salientamos a
importância das perguntas e respostas: “Who was/is s/he?” Despertamos também o
desejo de saber o porquê das escolhas de tais pessoas e quais qualidades que lhes
chamaram atenção nelas. Uma das atividades importantes foi Quick facts about
biographies, onde os alunos puderam escolher três biografias apresentadas e
preencher uma ficha sobre alguns fatos interessantes dos biografados.
Houve a motivação com o gênero Biografia e sua intencionalidade para
resolução das atividades posteriores.
Muitas vezes, percebemos que a leitura é uma atividade árida e tortuosa de
decifração de palavras que é chamada leitura em sala de aula, muitas vezes, não
tem nada a ver com a atividade prazerosa descrita na citação do autor francês
Bellenger, citado por Koch (2012, p.22), o qual defende que a leitura se baseia no
desejo e no prazer.
E, de fato, não é leitura, por mais que esteja legitimada pela tradição escolar.
Ninguém gosta de fazer aquilo que é difícil demais, nem aquilo do qual não
consegue extrair um sentido.
Podemos dizer que isto se alastra no ensino de uma segunda língua, pois
então, como podemos colaborar para que o aluno seja um leitor analítico? Qual o
envolvimento das capacidades cognitivas do aluno que dão sentido ao texto?
Sobre estas indagações Kleiman nos diz que:
sabe-se, pelas pesquisas recentes, que é durante a interação que o leitor mais inexperiente compreende o texto: não é durante a leitura silenciosa, nem durante a leitura em voz alta, mas durante a conversa sobre aspectos relevantes do texto. Muitos aspectos que o aluno sequer percebeu ficam salientes nessa conversa, muitos pontos que ficaram obscuros são iluminados na construção conjunta da compreensão. Não é, contudo, qualquer conversa que serve de suporte temporário para compreender o texto (2012, p. 36).
Apresentada a biografia do papa Francisco aos alunos, com a mediação e
observações da estrutura do texto, alguns alunos leram em voz alta e outros
silenciosamente. Ressaltei a importância das palavras cognatas bem como a técnica
de skimming.
Nessa fase da implementação do projeto, apresentei algumas revistas
(Maganews) imagens do biografado, e algumas reportagens interessantes de sua
vinda ao Brasil, feita a mediação de leitura, eles participaram com comentários,
perguntas e predições. Intencionalmente, foi um momento de compreensão
conjunta, para as atividades posteriores.
Para compreensão textual foi apresentado alguns exercícios, sendo destaque
o “timeline”, onde os alunos ordenaram os fatos listados da história do papa
Francisco. Outra atividade interessante foi o caça-palavras com os adjetivos. Após
fixação deste vocabulário, os alunos trocaram mensagens em inglês dizendo: “I like
you because you are...” Momento prazeroso e gratificante em que os alunos
reconheceram as qualidades dos colegas de turma.
Foi um estudo de uma biografia estimulante, pois o papa veio para o Brasil na
Jornada da Juventude no ano anterior.
Com a leitura e explanação da referida biografia houve um estímulo e também
uma capacidade de decodificação do texto, possibilitando uma visão global do
assunto em foco.
Como foi de forma gradativa a aplicação deste gênero ao aluno, tornou-se
instigante a elaboração de sua própria autobiografia e tiveram condições para a
produção escrita, fizeram então, um mural delas. Após, passamos o vocabulário de
adjetivos e finalizamos num cartaz com os nomes e qualidades da turma da sala, na
língua inglesa e parecidos com o quadro da atualidade da rede social: toda turma
tem um... (quieto, nerd, preguiçoso, nervoso, simpático, tagarela, bondoso, egoísta,
educado...)
Para a estrutura gramatical e interacional realizamos a leitura do texto
informativo: Mental Health, (saúde mental) possibilitando ao aluno uma reflexão para
um mundo melhor, uma pessoa melhor.
Durante o aprendizado da extração de dados sobre as pessoas, bem como
suas preferências, o gênero textual Biografia, proporcionou estratégias nas
habilidades essenciais da leitura, escrita, oralidade e audição, bem como a
diversidade de opiniões e relevância do biografado perante a sociedade,
contribuindo para uma formação crítica.
Aqui, nos lembramos de uma fala da digna Secretaria da Justiça do Estado do
Paraná, Dra. Maria Tereza Uille Gomes: “a Educação é uma obra sem fim, em
constante evolução, que inicia com o nascimento e dura a vida toda”.
Sempre conscientizamos os alunos para que leiam mais, e com esse gênero
Biografia pudessem constatar as práticas de uso (leitura e produção) ajudando
assim, na melhoria da aprendizagem de Língua Inglesa.
Simultaneamente, na implementação do projeto, estávamos em grupo online
com professores da SEED do Paraná. E como comentou uma professora
participante do GTR, esta produção de maneira simples e criativa através do gênero
textual Biografia gradativamente leva o aluno a entender e até produzir sua própria
biografia, além de explorar a leitura, a pesquisa, a análise linguística de maneira sutil
e prazerosa.
4 Análise do GTR (Grupo de Trabalho em Rede) no Ambiente Virtual
Esse grupo é uma forma de sintetizar os estudos e trabalhos do PDE
(Programa de Desenvolvimento Educacional) onde professores inscritos online pelo
site da SEED do Estado do Paraná, participaram com suas sugestões, experiências
e críticas sobre o projeto apresentado, tornando-o mais valioso e gratificante.
No primeiro momento do trabalho a temática 1, sobre Projeto de Intervenção
Pedagógica, passamos a entendê-lo e discutí-lo nos diários e fóruns, no segundo
momento é a temática 2, sobre a Produção Didática-Pedagógica e por fim é feito
uma avaliação do trabalho em rede.
Tanto no Fórum quanto no Diário, as considerações foram de forma
profissional, assim sendo, ressaltamos alguns pontos relevantes das postagens no
Fórum quanto ao Projeto:
Uso da tecnologia, mesmo com as dificuldades com a falta de técnicos e assessores nas escolas, o Gênero permite as práticas discursivas, além do aluno expandir seus conhecimentos linguísticos, o Projeto propicia situações inovadoras com essas práticas, possibilita que o aluno entenda melhor o mundo que o cerca, o vocabulário é acessível, o gênero ainda aparece de forma superficial nos livros didáticos, as vantagens da reading, post-reading , interação da turma, formação cultural, desperta a criticidade para um sujeito ativo na sociedade, promove a interdisciplinaridade, várias informações culturais e geográficas, promove a cidadania e a motivação da Leitura com este gênero.
No Diário, as postagens mostraram-se bem significativas e refletivas.
Percebemos que o grupo se inteirou com a leitura do Projeto e sua credibilidade e
alguns fizeram citações com referenciais que vieram somar para a teoria e
aplicabilidade do Projeto, conforme alguns relatos transcritos abaixo:
Temos este anseio pela Educação de Qualidade na rede pública e nós educadores podemos contribuir para fazer a diferença. Sempre buscando
conhecimento e refletindo sobre algumas possibilidades para que o aluno sinta incluso neste mundo tão excludente. O gênero biografia ainda é pouco explorado nos livros e muito reduzido (Profª 1 – professora participante do GTR).
Acredito que este projeto possa contribuir para um trabalho efetivo com as práticas discursivas de oralidade, leitura e escrita e que o mesmo poderia ser desenvolvido por meio de uma sequência didática pois essa, por sua vez, apresenta tais práticas (oralidade, leitura e escrita), bem como os aspectos gramaticais, de forma integrada e gradual, sendo para o aluno, um meio de aprender que lhe dá mais sentido (Profª 2 – professora participante do GTR).
A Sequência didática está inserida no ensino de gêneros e, segundo Abreu
Tardelli (2007, p.2) “ensinar gêneros não é apenas ensinar a se comunicar, mas
também e principalmente, formar sujeitos agentes do mundo e no mundo, agentes
que irão transformar o mundo e que serão também transformados por ele”.
A autora ainda fala sobre gêneros como sendo ferramenta concreta que pode
nos auxiliar na realização de uma ação no mundo.
Por isso, de acordo com a autora, ensinar gêneros significa instrumentalizar
os alunos com as ferramentas de que precisam para agir no mundo em que vivem, o
que pode ser uma forma concreta de possibilitar a formação do cidadão no contexto
escolar.
Segundo Carino (2004) "Estudar a vida de alguém e fazer dessa vida um
repositório de exemplos educativos é selecionar as reações desse alguém diante da
vida, e tomar tais reações como modelos para aqueles que se busca educar."
Assim, explorar Biografia em sala de aula é, sem dúvida, criar condições para
que nossos alunos reflitam mais sobre si mesmos e sobre a sociedade a sua volta,
contribuindo para que se tornem cidadãos mais humanos e dignos, atuando
positivamente numa sociedade mais igualitária.
Na temática 2, sobre a Produção Didática-Pedagógica o grupo interagiu de
forma esperada, dando relevantes sugestões, assim como socializando as
observações referentes a produção e fazendo menções com a prática de sala de
aula.
No fórum houve momentos de reflexão sobre o estudo da biografia do atual
papa bem como as demais atividades, as quais o grupo relatou sobre acessibilidade
e realidade dos alunos, tornando diversificadas e criativas. Alguns mencionaram que
a produção didática está de acordo com o 9º. ano e podendo ser utilizada para o 8º
ano e também ao 1º. ano do EM.
Uma das colegas do grupo (Profª 3 – participante do GTR) sugeriu o trabalho
com as biografias dos jogadores de futebol pelo momento da Copa do Mundo, ela
também relatou a produção das autobiografias dos alunos, empolgando-os.
Já para outra professora (Profª 4 – participante do GTR) destacou as
Atividades “Find someone who” e “Quick facts about biographies” respectivamente,
pela realidade que os alunos experimentam na prática as informações e pela
dinâmica das respostas dos alunos sem se preocuparem com a tradução.
Outro integrante do grupo (Profº 5 – participante do GTR) destaca a atividade
3.2 que leva aos alunos ao desafio a ordenar os fatos listados na história do papa e
forçará a realizarem a leitura com atenção, com isto aprendem a reconhecer pontos
e palavras chaves para encontrarem suas respostas. Assim como para outro
integrante (Profº 6 – participante do GTR), ele poderá incluirá em suas aulas a
atividade de caça palavras, pois reforçam ando os adjetivos.
No diário, partindo das reflexões do fórum, houve uma ideia mais concisa
sobre a Produção Didática-pedagógica.
Como citada no diário esta produção de maneira simples e criativa através do
gênero textual Biografia gradativamente leva o aluno a entender e até produzir sua
própria biografia, além de explorar a leitura, a pesquisa e a análise linguística de
maneira sutil e prazerosa. (Profª 3 – participante do GTR).
Reforçamos a aceitação pelo (Profª 7 – participante do GTR) gênero textual é
atrativo, pela realidade, dramas, alegrias, sucessos e insucessos que é feita a vida
das pessoas. Enfatizando que a produção tem uma temática importante que é a
Paz, para um mundo melhor.
Outra integrante (Profª 8 – participante do GTR) acredita que a produção vem
somar pontos para seu trabalho de sala de aula, mesmo com as diversidades do dia
a dia. As atividades estão de acordo com a realidade da escola pública, que trarão
bons resultados.
Assim como para outra (Profª 4 – participante do GTR) relata a ordem como
as atividades foram dispostas, de forma gradativa e que faz a diferença para atrair e
despertar o interesse do aprendiz.
Muitas vezes pegamos um livro didático, folheamos e pensamos: como
nossos alunos aprenderão isto?
Concluímos essa etapa do artigo com as motivadas palavras de uma
professora participante do grupo:
Achei muito legal todo o seu trabalho com textos biográficos, culminando na música da celebridade escolhida e saliento que todos nós, professores, às vezes nos sentimos um tanto impotentes diante da falta de interesse por parte de alguns alunos. Mas o importante é que tentamos fazer o melhor e quando vimos alunos tentando falar ou escrever em Inglês percebemos que nem tudo está perdido e que nosso trabalho valeu a pena (Profª 3 – participante do GTR).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos notar, neste estudo, uma proposta com o gênero textual Biografia
para a defasagem nas leituras dos alunos do Ensino Fundamento II, bem como a
intervenção com esse gênero nas práticas de uso em sala de aula.
Pontos relevantes no embasamento teórico e análise do GTR poderão
constituir como importantes contribuições para o processo de ensino e
aprendizagem da língua estrangeira utilizada com o Gênero Textual Biografia.
Reconhecemos, no andamento do projeto e em sua aplicabilidade, uma
grande possibilidade de desenvolvimento da leitura e produção textual do aluno,
ajudando em seu processo de aprendizagem.
Observamos também o grande empenho dos participantes do GTR tanto nos
fóruns quanto nos diários para o desenvolvimento das atividades do projeto,
tornando o ambiente virtual uma importante tecnologia de informação e
comunicação para fins educacionais.
Dessa forma, com base nos argumentos construídos neste artigo, podemos
afirmar que o Gênero textual Biografia é uma boa proposta no Ensino de Língua
Inglesa.
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