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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
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1 Licenciada em Ciências com Habilitação em Matemática, FACEPAL – Palmas – PR, Especialista em Educação Matemática pela UEPG – Ponta Grossa – PR, Professora de Matemática do Estado do Paraná, Núcleo de Laranjeiras do Sul. Email - [email protected] 2 Professor Adjunto do Departamento de Física da UNICENTRO. Doutor em Ensino de Ciências pela
Universidade de Burgos - Espanha. Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação - Mestrado
Profissional em Ensino de Ciências e Matemática. Email - [email protected]
CONTEXTO HISTÓRICO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM
ÁLGEBRA E GEOMETRIA NO 9° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Silvani Margarete Budske Cardoso 1
Sandro Ap dos Santos2
RESUMO
A Resolução de Problemas e a História da Matemática têm o poder de desafiar a curiosidade e estimular o processo investigativo levando os alunos ao novo pensar matemático, de tal forma que a cada solução encontrada gera satisfação e alegria, concretizando o conhecimento através de novos conceitos e propriedades apreendidas. Este artigo traz as conclusões e reflexões sobre como ensinar os conteúdos de Razão e Proporção, Teorema de Tales e Pitágoras, através da Resolução de Problemas e da História da Matemática. São métodos que favorecem o aprendizado tornando as aulas dinâmicas e possibilitam ao sujeito a compreender a natureza da matemática e sua relevância na vida da humanidade, de forma participativa. É nessa perspectiva que se desenvolveu um projeto com alunos do 9˚ ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Ludovica Safraider no município de Rio Bonito do Iguaçu - Pr. Sendo assim, o método contribuiu para a formação intelectual dos educandos proporcionando momentos de interação entre a prática e a teoria, aliada ao uso das tecnologias.
Palavras-chave: Ensino Fundamental. Ensino da Matemática. Teorema de Tales e Pitágoras.
História da Matemática. Resolução de Problemas.
1 INTRODUÇÃO
O estudo da Geometria, em especial dos conteúdos de Razão e Proporção e
relações Métricas no Triângulo Retângulo, são de grande importância, visto que,
eles fundamentam a geometria plana e espacial. Sendo assim, devemos dar ênfase
ao seu estudo, bem como, à grande contribuição que essas descobertas
matemáticas trouxeram à sociedade. O Teorema de Tales, O Teorema de Pitágoras
e as relações de proporção que para Platão foi um aspecto de beleza, deram grande
impulso nas construções, na medida de distâncias, na música e na arte com a razão
áurea. Para tanto, entender a História da Matemática pode possibilitar ao aluno a
melhor aceitação de determinados fatos procedimentos e raciocínios, bem como,
despertar a curiosidade de aprender a resolver problemas matemáticos. Certos de
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sua importância, o desafio é encontrar metodologias apropriadas que venham
promover a aprendizagem de modo significativo e consistente. De acordo com a
Diretriz Curricular de Matemática do Estado do Paraná – DCE – PR:
A aprendizagem da Matemática consiste em criar estratégias que possibilitam ao aluno atribuir sentido e construir significado às idéias matemáticas de modo a tornar-se capaz de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar. Desse modo, supera o ensino baseado apenas em desenvolver habilidades, como calcular e resolver problemas ou fixar conceitos pela memorização ou listas de exercícios. (PARANÁ, 2008 p. 45).
Sedo assim, a articulação entre a Resolução de Problemas e a História da
Matemática pode proporcionar uma educação emancipadora onde o aluno é agente
principal de tal experiência.
Objetivou-se desenvolver o ensino da matemática utilizando-se de métodos,
para que o aluno participasse efetivamente na construção de seu conhecimento,
sendo pesquisador e entusiasta do fazer matemático, conseguindo resolver
problemas, interpretando, criando estratégias e saibam analisar e concluir as
situações propostas.
Esse artigo, parte integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional
do Paraná (PDE), contém as reflexões da aplicação de um projeto de intervenção
pedagógica que teve como base o ensino da Matemática através de uma proposta
voltada para Resolução de Problema e a História da Matemática para abordar os
temas razões e proporções, Teorema de Tales e Teorema de Pitágoras.
Para melhor abordar os conteúdos foram utilizadas várias práticas: vídeos,
pesquisa bibliográfica, aula de campo, demonstrações do Teorema de Tales e do
Teorema de Pitágoras. Isso possibilitou aos 25 alunos fixar os conhecimentos e
entender os fundamentos que são essenciais para a compreensão e o
desenvolvimento matemático, de maneira a perceberem que a matemática é uma
ciência em construção e está diretamente relacionada à sua vida em sociedade, lhe
proporcionando uma autonomia na resolução de problemas. A proposta foi
desenvolvida em 36 horas em uma turma do 9° ano do Ensino Fundamental no
Colégio Estadual Ludovica Safraider, no município de Rio Bonito do Iguaçu – Pr,
sendo também compartilhada e estuda por outros professores do estado do Paraná
através do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), onde os participantes tiveram a
oportunidade de analisar o Projeto de Intervenção Pedagógica e a Produção
Didática Pedagógica, bem como contribuir para o sucesso dela.
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2 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
A Resolução de Problemas dentro das tendências metodológicas da
Educação Matemática vem contribuindo no ensino aprendizagem dos alunos, sendo
um dever do professor assegurar um espaço de discussão, de descoberta nas quais
os alunos terão a oportunidade de aprimorar e aprender novos conceitos fazendo
conexões, formulações de hipóteses, tendo atitudes investigativas, ou seja,
tornando-se agente participativo do saber matemático.
Ensinar matemática, tendo como metodologia a Resolução de Problemas, é a
maneira mais adequada de dar início ao modo de se pensar matematicamente.
Desenvolvendo o raciocínio lógico e as habilidades mentais a partir do momento em
que o aluno se coloca a procurar estratégias para encontrar a solução dos
problemas, conforme Dante:
Aprender a resolver problemas matemáticos deve ser o maior objetivo da instrução matemática. Certamente outros objetivos da Matemática devem ser procurados, mesmo para atingir o objetivo da competência em resolução de problemas. Desenvolver conceitos matemáticos, princípios e algoritmos através de um conhecimento significativo e habilidoso são importantes. Mas o significado principal de aprender tais conteúdos matemáticos é ser capaz de usá-los na construção das soluções-problemas (DANTE, 1994, p. 84).
Segundo Polya (1997), resolver um problema é encontrar os meios
desconhecidos para um fim nitidamente imaginado. Se o fim por si só não sugere de
imediato os meios, se por isso temos de procurá-los refletindo conscientemente
sobre como alcançar o fim, temos de resolver um problema. Resolver um problema é
encontrar um caminho, a partir de uma dificuldade, onde nenhum outro é conhecido
de antemão; um caminho que contorne um obstáculo, para encontrar um fim
desejado, mas não alcançavel imediatamente.
Conforme Polya existe quatro etapas que devem ser seguidas para se
resolver um problema:
Compreender o Problema: primeiro o enunciado verbal precisa ser entendido. O estudante deve considerar as principais partes do problema, se necessário deverá traçar uma figura e nela identificar a incógnita e os dados, designar esses elementos, adotando uma notação adequada. Estabelecimento de um Plano: temos um plano ou idéia quando conhecemos de modo geral, quais as contas, os cálculos ou os desenhos que precisamos executar para obter a incógnita. As boas idéias ou planos são baseadas na experiência passada e em conhecimentos previamente adquiridos. Execução do Plano: após ter realizado um plano efetivá-lo não é tarefa difícil, mas deve-se estar atento aos passos a ser seguidos para que não fique nem um detalhe para trás no qual possa levar ao erro. O professor deve estar atento e orientar o aluno para que ele não perca sua idéia e insistir para que verifique cada passo. Retrospecto: a verificação do
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resultado final é um momento muito importante. Fazendo isso, o aluno poderá consolidar o seu conhecimento e melhorar a sua capacidade de resolver problemas. Podendo ter a clareza dos passos executados e as estratégias utilizadas, o que pode vir a facilitar a resolução de outros
problemas. (Polya, 2006, p. 4-12)
Quando se trabalha com um modelo matemático que permite a formulação de
problemas reais, provenientes do contexto social em que o aluno está inserido,
constata-se um maior interesse tornando a aula agradável, pois existe diálogo entre
professor e aluno. A interação entre o conhecimento do seu dia-a-dia, com as
indagações lançadas pelo professor faz o aluno pensar produtivamente, tornando a
matemática viva. Deve-se manter uma postura de interatividade em sala de aula,
onde o professor não dá as respostas, mas sim responde às perguntas dos alunos
com novas perguntas que o levem por si só à resolução do problema. As perguntas
devem auxiliar “discretamente, apenas indicando a direção geral, deixando muito
para o estudante fazer” (POLYA, 2006, p. 3).
Polya enfatiza que o aluno deveria se interessar pela Matemática e pelo que
ela é em si mesma. E que o professor da disciplina que ensina sob este
pensamento, o faz de maneira que “possa levar o aluno a se inflamar e desfrutar da
descoberta”. (POLYA, 1997, p.v).
Trabalhar sob esta perspectiva demanda organização, conhecimento, e
tempo. Pois, construir junto aos alunos uma situação problema demanda, antes de
tudo, uma conversa sobre o assunto e o levantamento de dados. Para isso, a
organização didática e a condução dos trabalhos devem estar bem claras para o
professor.
Quanto à questão do tempo em sala de aula deve-se considerar a afirmação
de Polya:
Um professor de Matemática tem, assim, uma grande oportunidade. Se ele preenche o tempo que lhe é concedido a exercitar seus alunos em operações rotineiras, aniquila o interesse e tolhe o desenvolvimento intelectual dos estudantes, desperdiçando, dessa maneira, a sua oportunidade. Mas se ele desafia a curiosidade dos alunos, apresentando-lhes problemas compatíveis com os conhecimentos destes e auxiliando-os por meio de indagações estimulantes, poderá incutir-lhes o gosto pelo raciocínio independente e proporcionar-lhes certos meios para alcançar este objetivo. (POLYA, 2006, p.v)
Como se pode perceber, uma boa escolha de problemas aliada a um trabalho
bem planejado por parte do professor pode contribuir significativamente para mostrar
aos alunos o que a Matemática realmente é. Levar o aluno a descobertas
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matemáticas deve ser um dos principais objetivos do ensino dessa disciplina,
conforme Polya destaca:
Uma grande descoberta resolve um grande problema, mas há sempre uma pitada de descoberta na resolução de qualquer problema. O problema pode ser modesto, mas se ele desafiar a curiosidade e puser em jogo as faculdades inventivas, quem o resolver por seus próprios meios experimentará a tensão e gozará o triunfo da descoberta. Experiências tais, numa idade susceptível, poderão gerar o gosto pelo trabalho mental e deixar, por toda a vida, a sua marca na mente e no caráter. (POLYA, 2006, p.v)
Um dos objetivos no ensino da matemática é fazer com que os alunos
desenvolvam as suas habilidades e capacidades de interpretar e resolver problemas
sistematizados e apresentados em sala de aula. As intervenções pedagógicas
devem ser o ponto central de atenção do professor ao propor as atividades, para que
o aluno se aproprie de técnicas e metodologias coerentes para a Resolução de
Problemas, as quais levarão o estudante a investigar e compreender os conteúdos
matemáticos, relacionando-os com a sua realidade.
3 O ENSINO E A CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA MATEMÁTICA
A História da Matemática deve ser abordada com o propósito de o aluno
perceber que essa ciência está em processo de construção, e que os conceitos hoje
estudados são fruto de muito trabalho e dedicação, bem como compreender que ela
influencia diretamente o processo de desenvolvimento da humanidade. Para Miguel
& Miorim, (2004):
A história deve ser o fio condutor que direciona as explicações dadas aos porquês da Matemática. Assim, pode promover uma aprendizagem significativa, pois propicia ao estudante entender que o conhecimento matemático é construído historicamente a partir de situações concretas e necessidades reais. (PARANÁ, 2008, p. 66).
Nesse sentido é importante para o aluno vivenciar experiências históricas que
possibilitem a ele analisar e aceitar determinados fatos e símbolos matemáticos de
maneira a lhe proporcionar um ensino-aprendizagem significativos. Dessa forma o
Ensino da Matemática deixa de ser mecânico e puramente abstrato, para se tornar
compreensível e aplicável permitindo um caráter construtivista, investigatório dos
conteúdos desenvolvidos historicamente.
Para Boyer, a matemática originalmente surgiu como parte da vida diária do
homem, e se há validade no princípio biológico da ‘sobrevivência do mais apto’ a
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persistência da raça humana provavelmente tem relação com o desenvolvimento de
conceitos matemáticos. (BOYER, 2012, p. 01).
Portanto a História da Matemática pode auxiliar o aluno de modo a encontrar
caminhos diferentes para resolver problemas, construindo uma identidade com o
saber matemático, e adquirindo uma compreensão sólida e significativa dos saberes.
Neste sentido, o estudo envolvendo a História da Matemática, focado na Resolução
de Problemas e o uso das mídias tecnológicas, pode oportunizar ao aluno a
construção do pensamento matemático aliado aos pressupostos históricos.
O documento das Diretrizes Curriculares da Educação Básica -Matemática
DCE’s (2008) destaca que a função social da escola é propiciar aos estudantes o
acúmulo de conhecimentos científicos historicamente produzidos pela humanidade,
de tal forma que adquiram uma sólida compreensão e significação dos saberes,
desenvolvendo uma posição crítica e reflexiva em relação a estes saberes.
4 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES E MÉTODOS
Baseando-se nestes pressupostos teóricos ocorreu a implementação de um
projeto de intervenção pedagógica junto aos educandos do 9˚ ano do Ensino
Fundamental. Em todo o processo de desenvolvimento foi dado ênfase à Resolução
de Problemas e à História da Matemática como metodologia para ensinar os
conteúdos Razões e Proporções, Teorema de Tales e Pitágoras.
Esta implementação ocorreu no início do ano letivo de 2014, sendo apresenta
à comunidade escolar. Na ocasião foram explicitados os objetivos e a pertinência do
trabalho, tal socialização despertou nos colegas o interesse pelo tema e pelos
métodos a serem utilizados. Os professores, principalmente os da área de
matemática, destacaram a importância de se utilizar metodologias diferenciadas, do
uso de recursos tecnológicos e de atividades práticas.
No primeiro contato com os alunos foi apresentada a proposta do Programa
de Desenvolvimento Educacional - PDE, destacando o seu funcionamento e a
produção didático-pedagógica que seria desenvolvida, bem como os conteúdos e as
metodologias a serem abordadas. Para uma melhor visualização do processo
investigativo, segue um breve relato das atividades desenvolvidas durante a
implementação, as análises e resultados de cada uma delas.
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4.1 Atividade 1: Pré-teste
No primeiro momento destacou-se a importância da História da Matemática -
como a mesma surgiu e vem sendo formalizada na sociedade- bem como desse
instrumento de avaliação. Dando sequência às atividades e com o propósito de
motivar e dar suporte à aplicação do pré-teste, foi exibido o Vídeo 1: Donald no País
da Matemágica – Matemática e Música. Disponível em:
<http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=12059 >.
Em seguida foi aplicado o pré-teste que continha oito perguntas objetivas e os
resultados podem ser verificados na Figura 1.
Figura 1: Pré-teste Fonte: Autora, 2014.
Em relação aos dados contidos no pré-teste e a primeira pergunta: “Você
conhece e utiliza o sistema de medidas”, dez alunos colocaram que utilizavam
diariamente, nove às vezes e seis de vez em quando. Na pergunta 2 o objetivo foi
observar se o aluno conhecia escalas, ou seja, a razão e à proporção que existe
entre elas.
As questões 3 e 4 se referiam ao filme Donald no País da MateMágica com
intenção de verificar se os educandos percebiam a construção histórica da
matemática e as grandes descobertas da Escola Pitagórica. Já na questão 5 foi
perguntado qual dos triângulos era retângulo. Na questão 6 quais as características
que um triângulo deve ter para ser retângulo. Na questão 7 quando duas retas são
ditas paralelas. Na questão 8 quando duas retas são ditas perpendiculares.
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Diante dos dados levantados, foi necessária a retomada de alguns conteúdos
matemáticos: sistema de medidas, escala, classificação dos triângulos e o conceito
de retas.
4.2 Atividade 2: O Desafio de Tales ao Visitar o Egito
Iniciou-se essa atividade com um pequeno relato histórico sobre Tales de
Mileto e seu desafio ao medir a pirâmide de Quéops. A seguir os alunos foram
desafiados a medir a altura de um poste do canteiro central da cidade. Com o
problema em mãos começaram as discussões e logo surgiram as dúvidas de como
resolvê-lo.
Seguindo as etapas sugeridas por Polya primeiramente deve-se compreender
o problema. Sendo assim, foi sugerida uma pesquisa histórica sobre Tales de Mileto
e o procedimento utilizado para medir a pirâmide de Quéops.
Os alunos foram organizados em grupos de 3 e 4 integrantes. O trabalho
deveria conter: panorama da época, biografia de Tales de Mileto, suas contribuições
para a matemática e curiosidades. Esta pesquisa foi socializada em forma de
seminário, sendo que um grupo produziu um jornal falado, outro exibiu slides com as
informações e os outros 4 grupos apresentaram o trabalho oralmente.
No entanto alguns itens pedidos não foram contemplados. Os trabalhos
escritos estavam desorganizados e não seguiam nenhuma norma acadêmica. A
interferência se fez necessária, destacando-se os pontos positivos da pesquisa e o
que deveria ser aprimorado.
Para concluir essa etapa assistiu-se ao Vídeo 2: O Teorema de Tales. Aula
47. O vídeo relata a história de Tales e a verificação de seu teorema. Com duração
de 15h33min’. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=sNAEqGG4ec8>>. Fonte: Matemática – Novo
Tele curso - Ensino Fundamental.
Na sequência foi proposto um problema correlato que envolvia semelhança
de triângulos, razão e proporção. Após a resolução da atividade e a compreensão
das relações matemáticas envolvidas, retomou-se a conversa sobre o vídeo e o
procedimento utilizado para medir o obelisco. Destacando o problema no quadro,
dois alunos questionaram sobre haver algum erro no vídeo, pois a medida da altura
da vareta era de 1 m, e a medida da sobra produzida por ela era 1,25 m, então para
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ser proporcional a medida da altura do obelisco deveria ser menor que a medida
sombra projetada por ele. Retomando o vídeo constatou-se que a medida da altura
do obelisco era maior que a medida da sombra projetada por ele, após algumas
análises observou-se que a medida entre a vareta e a sombra produzida por ela
estavam trocadas. Fazendo essa inversão as medidas ficaram proporcionais
alcançando o resultado esperado.
Dessa forma os alunos compreenderam o teorema e sua veracidade,
podendo estabelecer um plano para resolver o problema inicialmente proposto:
medir o poste do canteiro central da cidade. Com um plano estabelecido e o material
necessário para realização da tarefa, os alunos foram a campo, onde coletou-se os
dados.
Na sala de aula, dando sequência às etapas da Resolução de Problemas o
plano deveria ser executado, sugeriu-se aos alunos que fizessem o desenho, e os
cálculos para encontrar a incógnita. Revendo os procedimentos e conceitos
aplicados, alguns alunos tiveram que voltar a campo para executar novamente as
medidas, pois os resultados não condiziam com a realidade. Destacando, desta
forma, a importância do retrospecto, uma das etapas mais importantes da Resolução
de Problemas.
4.3 Atividade 3: Demonstração do Teorema Fundamental da Proporcionalidade
e o Teorema de Tales.
As demonstrações e verificações foram feitas utilizando-se do software
Geogebra, e adaptadas de Ritter e Siguenãs, (2013). No laboratório de informática
após uma breve conversa com os alunos sobre a importância das demonstrações
matemáticas e de como seria desenvolvida esta atividade, fez-se o reconhecimento
do Geogebra. Em seguida foi realizada a verificação do Teorema Fundamental da
Proporcionalidade, onde se constatou que os alunos não conseguiam acompanhar
os comandos.
Percebendo-se a necessidade da utilização de outros métodos para a
demonstração do teorema, utilizou-se o data show. Desta forma, os alunos puderam
acompanhar visualmente os passos a serem executados, o que auxiliou o
desenvolvimento da atividade. Mas o objetivo ainda não havia sido atingido, pois
poucos de fato conseguiram formalizar os conceitos matemáticos. Para efetivar o
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conhecimento foi feita a demonstração do Teorema Fundamental da
Proporcionalidade no quadro negro tornando a atividade mais significativa.
A próxima etapa era verificar e demonstrar o Teorema de Tales. A verificação
e a demonstração foram realizadas utilizando o quadro negro e o Geogebra de
forma paralela e todos os alunos conseguiram fazer a atividade e perceber a
veracidade dos objetos que eram movimentados. Houve vários questionamentos
sobre os objetos que estavam sendo inseridos na demonstração e após
esclarecimentos chegou-se à compreensão do teorema.
4.4 Atividade 4: Teorema da Bissetriz Interna de Um Triângulo.
Dando sequência às atividades foi proposto aos alunos um problema, com o
objetivo de formalizar a demonstração do Teorema da Bissetriz bem como
compreender sua utilidade.
No primeiro momento os alunos questionaram sobre o que é bissetriz e como
resolveriam um problema sem ter uma explicação prévia. Observou-se a
necessidade de retomar as etapas da Resolução de Problemas sugeridas por Polya
- ler atentamente o problema; tentar fazer o desenho; identificar a incógnita e os
dados- e de rever os conceitos de perímetro e bissetriz, visto que, alguns alunos não
lembravam o que era perímetro, e a maioria não sabia como traçar a bissetriz no
desenho.
Após a compreensão do problema, eles precisavam de um plano para
encontrar as medidas dos lados AB e AC. Muitos queriam desistir e novamente tive
que estimulá-los a procurar uma solução questionando quais informações e dados
poderiam ser acrescentados ao desenho, através da bissetriz e do perímetro. Alguns
alunos precisaram de questionamentos mais diretos como: Porque foi citada a
bissetriz? A medida dos ângulos formados pela bissetriz é igual? O que o perímetro
tem a ver com o problema? Quanto mede o segmento BC? E quanto mede AB +
AC?
Depois de concluída esta etapa nenhuma idéia surgiu, então foi sugerido que
traçassem pelo vértice C uma paralela à bissetriz AD, que se encontraria ao
prolongamento do lado AB no ponto E. Após algum tempo um aluno sugeriu que
fosse usado o Teorema de Tales, e logo outros perceberam essa possibilidade,
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executando o plano e chegando à resposta. Alguns porém, precisaram de auxílio
para equacionar a situação e resolver o problema.
Na quarta etapa foi verificado com os educandos se todos os dados haviam
sido utilizados e se a resposta era coerente, tendo a certeza de ter resolvido o
problema.
Dando prosseguimento à aula, foi feita a demonstração do Teorema da
Bissetriz Interna de um Triângulo, dessa forma observou-se que os educados
estavam familiarizados com os objetos utilizados e compreenderam a prova.
4.5 Atividade 5: Estudando a Semelhança de Figuras
Para estudar a semelhança de figuras, os alunos tiveram que ampliar um
desenho com formas geométricas. Esse trabalho foi realizado individualmente e logo
começaram a surgir as dúvidas e as dificuldades em usar os instrumentos de
medidas.
Para que o trabalho atingisse o objetivo foi feito alguns questionamentos: O
que devem fazer? Qual a estratégia que pensa em usar? Como utilizar a razão?
Quando uma figura é semelhante? E alguns iniciaram o trabalho, pelos retângulos.
Acompanhando o desenvolvimento da atividade observou-se a necessidade
de mais informações, uma vez que os alunos, ao desenhar os triângulos, não
estavam considerando os ângulos e portanto não conseguiam construir figuras
semelhantes. Percebendo esta dificuldade, foi desenvolvida uma pesquisa sobre a
semelhança de figuras, onde se destacou os elementos de congruência que devem
ser observados para se construir triângulos e retângulos semelhantes. Na sequência
foram realizados outros exercícios de fixação.
4.6 Atividade 6: O Teorema de Pitágoras
O foco dessa atividade foi despertar no aluno a curiosidade sobre a escola
pitagórica. Fez-se um relato histórico sobre Pitágoras e destacou-se que para uma
pessoa se tornar um de seus discípulos, deveria entender uma série de conceitos
matemáticos e realizar algumas provas com sucesso. Na sequência os alunos foram
desafiados a realizar três provas adaptadas da Revista Galileu online. Disponível
em: < http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT640739-2680-1,00.html >.
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Todos demonstraram entusiasmo e empenho em realizar a atividade,
dedicando um bom tempo para resolver as provas e querendo chegar à resposta
final.
Motivados com a atividade desenvolvida, o próximo passo foi pesquisar
sobre a vida e a obra de Pitágoras. A pesquisa foi socializada por meio de um
seminário e o comprometimento com o trabalho gerou uma boa explanação sobre as
contribuições matemáticas e curiosidades dessa escola. Parte A. Disponível em: <
http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=7191>.
Fonte: TV Escola. Assistindo o vídeo os alunos tiveram a oportunidade de conhecer
melhor a história da escola pitagórica e verificar as semelhanças com a pesquisa
que haviam realizado.
4.7 Atividade 7: A matemática e o alicerce das construções
O objetivo dessa atividade foi demonstrar a importância do Teorema de
Pitágoras e sua relação com a construção civil. Os alunos, inicialmente,
desenharam a planta baixa de uma casa, esta atividade precisou de bastante
interferência, pois muitos não consideravam as dimensões e os ângulos ao fazer o
desenho.
Feito o desenho, os alunos foram divididos em grupos e no pátio da escola
tiraram o esquadro de uma casa. Contando com o auxílio de um agente da escola
que também trabalha com construção civil.
Enquanto as ações práticas aconteciam, recordava-se como historicamente
as construções eram feitas e o instrumento utilizado – a corda com os nós – para
formar os triângulos retângulos que dão o esquadro à casa.
Depois de formados os quatro cantos, o trabalho foi medir os triângulos e
verificar se eles realmente respeitavam o Teorema de Pitágoras. Mediu-se também a
diagonal do retângulo e logo visualizaram que ali se formavam dois triângulos
retângulos, deduzindo que se as duas diagonais tiveram a mesma medida a casa
estaria no esquadro. É importante ressaltar que muitos alunos usaram o
conhecimento empírico – de como tirar o esquadro de uma casa – o que enriqueceu
esta atividade.
Na sala de aula, ao aplicar o Teorema de Pitágoras nos triângulos, verificou-
se uma pequena diferença entre as medidas. Sendo assim, foi sugerido que os
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cálculos fossem refeitos, tendo como incógnita a medida da hipotenusa,
comparando com o valor encontrado anteriormente. Os alunos verificaram que a
diferença era de milímetros, e que o erro poderia ter ocorrido quando mediram os
lados dos triângulos.
Para terminar a atividade foi destacada a importância do conhecimento
matemático na construção civil e quais conceitos matemáticos foram formalizados
nessa atividade. Também o fato de muitos pedreiros e carpinteiros não terem esse
conhecimento formal e utilizarem o conhecimento empírico, que é importante, mas
que em muitos casos dificulta o trabalho de execução, gerando gastos
desnecessários e desperdício de materiais.
Após a atividade prática chegou a hora da demonstração do Teorema de
Pitágoras. Cada aluno teve que pesquisar uma demonstração e por sugestão dos
mesmos ela foi postada no facebook no grupo da sala. Os que não tinham acesso
entregariam por escrito. As postagens começaram a surgir, representando apenas
verificações. Então, a interferência foi feita através da postagem de uma
demonstração e eles refizeram a tarefa. Constatou-se que ao utilizar o facebook –
um recurso que para muitos professores só atrapalha o estudante – houve um maior
empenho dos alunos e a convivência em sala de aula melhorou, o que contribuiu
para o bom andamento do trabalho.
Após esse trabalho foi formalizada uma demonstração do Teorema de
Pitágoras, onde os alunos compreenderam os conceitos utilizados e a importância
da mesma, resolvendo mais alguns problemas.
Para encerrar essa atividade foi proposto o problema de Lilavati, adaptado e
disponível em: < http://www.ebah.com.br/content/ABAAAemwwAK/historia-
matematica?part=5>. Nesse problema os alunos observaram a evolução histórica da
matemática e da linguagem, o que favorece a compreensão e a resolução de
problemas.
4.8 Atividade 8: Pós-teste
Com o propósito de analisar a implementação didática desse material foi
realizado o pós-teste, onde os alunos tiveram que resolver situações problemas
envolvendo os conteúdos estudados, o que pode ser observado na Figura 2.
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Figura 2: Pós-teste Fonte: Autora, 2014
Analisando os dados, no que se refere aos problemas um, dois e três que
envolviam o Teorema de Tales, houve uma pequena variação no número de acertos.
Constatou-se que na primeira questão a maioria dos alunos não conseguiram
montar a razão e proporção, pois não somaram as medidas dos 3 lotes. No segundo
problema o nível de acertos foi razoável, esse problema trazia uma
proporcionalidade de forma direta. O terceiro problema era clássico, medir a altura
de um poste pela sombra, devido ao fato dos alunos terem feito uma atividade
prática esperava-se um nível maior de acertos.
O quarto problema, que envolvia as razões trigonométricas e a semelhança
de triângulos a maioria dos alunos conseguiu resolver. A questão cinco, que
envolvia apenas a semelhança de triângulos, somente dois alunos acertaram. Os
demais não perceberam a relação de semelhança entre os triângulos.
Os problemas seis, sete e oito, referentes ao Teorema de Pitágoras, mais da
metade dos alunos acertaram. De forma geral pode-se concluir que assimilaram o
conteúdo trabalhado.
5 RESULTADOS OBTIDOS JUNTO AO GTR
O grupo de trabalho em rede (GTR) foi um momento de socialização do
projeto e da produção didática. Os professos relataram que utilizam a Resolução de
Problemas e a História da Matemática em suas aulas, mas não de forma tão pontual
como foi colocada neste trabalho. Também discorreram sobre como essa
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metodologia é importante, mas que os resultados não são imediatos, pois os alunos
esperam respostas diretas à suas dúvidas. Sendo assim, temos que mudar a
maneira de pensar matemática de nossos educandos para que se produza
matemática. Como expôs o professor A:
Em relação às metodologias da História da Matemática e da Resolução de Problemas, já tínhamos conhecimento acerca delas, não com tanto rigor como o apresentado na proposta, mas utilizamos tais tendências nas nossas aulas. Porém, devido ao rigor e a organização, tal Proposta Didático-Pedagógica se apresenta como uma importante ferramenta para auxiliar na organização das aulas por meio de tais metodologias, inclusive de outros conteúdos e para qualquer ano/série da educação básica. Diante do escrito, a avaliação da proposta estudada é positiva, em especial pela sua importância metodológica e pela organização da sequência de atividades.
Sobre a utilização da história da matemática como metodologia no ensino
precisa-se avançar, uma vez que, na maioria das vezes apenas é exposto algum
fato histórico, o que não contribui para a aprendizagem, e a parte dos conceitos
matemáticos e tratada como se não tivesse ligação, perdendo o propósito. Conforme
relata o Professor B:
Um dos fatores que realçam isso é a metodologia utilizada que, em linhas
gerais, consegue superar o método tradicional baseado na “decoreba” e nas
aulas expositivas em prol de um processo de ensino-aprendizagem
significativo para o estudante, desenvolvendo o raciocínio lógico e a
abstração. Neste sentido, tal proposta aproxima, e muito, a Matemática do
seu verdadeiro papel dentro da educação ofertada nas instituições públicas
de educação básica. Além disso, o estudo dos conteúdos de Razão e
Proporção, Teorema de Tales e Teorema de Pitágoras, por meio de
problemas contextualizados historicamente, oportunizam aos educandos a
compreensão da Ciência Matemática como algo construído e discutido no
contexto social, como foi muito bem citado na proposta ora estudada.
As atividades envolvendo as tecnologias foram destacadas pelos professores
como algo a ser melhorado, seja pela dificuldade dos alunos em trabalhar com
programas educacionais, pela falta de atenção dos mesmos ou pelos equipamentos
que deixam a desejar. Segue relato do Professor C:
Quando pensamos em utilizar em nossas aulas um software ou a internet pensamos que iremos conseguir superar as dificuldades de aprendizagem, mas quando efetivamos tal processo percebemos que não é bem assim, nosso aluno continua desatento e não consegue utilizar tal recurso para sua
aprendizagem, o foco com as tecnologias é outro. Diante destes relatos, evidencia-se a relevância do projeto em proporcionar
um aprendizado mais eficiente ao ensino da matemática, bem como a socialização
das experiências entre os professores que atuam na rede estadual de ensino.
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6 CONCLUSÃO
A presente pesquisa teve como foco principal a utilização da metodologia de
Resolução de Problemas e a História da Matemática, utilizando-se de recursos
tecnológicos no ensino de Razão e Proporção, Teorema de Tales e Pitágoras.
O objetivo era que o aluno percebesse que ao aprender o conteúdo
matemático teria uma visão diferenciada do mundo e das formas e que os
conhecimentos produzidos historicamente pela sociedade são valiosos para sua
vida, tornando- o agente ativo no processo ensino-aprendizagem, não apenas um
mero repetidor de fórmulas e siga o modelo.
Pela análise do pré-teste, pós-teste e outros instrumentos de avaliação
observou-se que a articulação entre as tendências metodológicas proporcionaram
uma melhor compreensão e aceitação dos conteúdos herdados. As metodologias de
Resolução de Problemas e a Histórica da Matemática, associada com os recursos
tecnológicos devem ser uma prática constante no trabalho do professor para que o
aluno aprenda a pensar e analisar as situações problemas bem como, utilizar os
dispositivos tecnológicos. Isso pode levar tempo podendo causar certa angústia,
mas se mostra uma grande ferramenta no Ensino da Educação Matemática.
Também se observou que os alunos não tinham conhecimento sobre o que é
uma demonstração matemática, isto pode deixar uma lacuna na vida acadêmica de
nossos educandos, pois conforme Polya (2006), o aluno que passar pela escola sem
nunca ter visto uma demonstração terá perdido a melhor oportunidade de adquirir a
ideia do raciocínio rigoroso. Afirma que esse tipo de raciocínio lhe fará falta quando
tiver que comparar critérios verdadeiros e argumentos em situações da vida
cotidiana.
Com este trabalho, procurou-se contribuir para a prática pedagógica e o
ensino-aprendizagem dos educandos, sendo que a metodologia aplicada se mostra
como algo em construção no cotidiano escolar e poderá ser fruto de novas
investigações e pesquisas nessa área para que se torne uma prática efetiva e
constante nas aulas de matemática.
7 REFERÊNCIAS
BOYER, B.C. História da matemática. São Paulo: Blucher, 2012.
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DANTE, L. R. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. São Paulo: Editora
Ática, 1994.
EUCLIDES. Os elementos/Euclides; tradução e introdução de Irineu Bicudo. São Paulo:
Editora UNESP, 2009.
GIOVANNI, J. J. R.; CASTRUCCI ,B. A conquista da matemática, 9° ano. São Paulo:
FTD, 2009.
HARUMA, N. C.A. Teorema de Thales uma abordagem do processo ensino-
aprendizagem. São Paulo: s.n, 2000. (dissertação de mestrado PUC).
POLYA, G. A Arte de Resolver Problemas. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 1997.
POLYA, G. A Arte de Resolver Problemas. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação/ Superintendência da Educação. Diretrizes
Curriculares De Matemática Para a Educação Básica. Curitiba, 2006..
Galileu. Revista Galileu, Editora: Globo. Disponível em:
<http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT640739-2680-1,00.html> Acesso em
06/09/13.
RITTER, D.; SIGUENÃS, L. E. B., Demonstrando o Teorema de Tales de Forma
Diferenciada: Atividade Prática Aplicada no Estágio II. Disponível em: <
http://sbem.bruc.com.br/XIENEM/pdf/2252_1288_ID.pdf> Acesso em 26/10/2013.