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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
LEITURA DE TEXTOS PROVENIENTES DA PROVA BRASIL NO COTIDIANO ESCOLAR
Autora: Deilza da Silva Bielski
Orientadora: Professora Doutora Anna Beatriz da Silveira Paula
RESUMO
Este artigo é uma das etapas do Projeto de Desenvolvimento Educacional PDE- 2014-2015, e descreve resultados do Caderno Pedagógico que aborda os textos contidos na Prova Brasil e avaliam as habilidades de leitura dos estudantes. As atividades foram Desenvolvidas no Colégio Estadual Arlinda Ferreira Creplive, no município de Quatro Barras. O referido projeto teve como objetivo desenvolver atividades que contemplem alguns descritores do Tópico 1 da Prova Brasil, com foco na leitura, para complementar as atividades diárias desenvolvidas em sala de aula com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental. De acordo com os resultados apresentados pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica - SAEB e da Prova Brasil percebe-se que existe uma lacuna na leitura, a qual interfere na habilidade do aluno em interpretar, identificar e contextualizar as variações linguísticas resultantes de diversos fatores como: o grupo social a que pertence, verificar quem fala no texto e a quem este se destina, bem como dificuldades em reconhecer o tema do texto, a informação explícita e a implícita. Outro aspecto, que orientou as atividades desenvolvidas na implementação do Caderno Pedagógico, foi o de proporcionar aos alunos condições de reconhecer os gêneros textuais diversos. Este trabalho possibilitou, ainda, desenvolver atividades dinâmicas de pesquisas e produções textuais utilizados para leitura em sala de aula. Com o projeto os alunos tiveram a oportunidade de vivenciar situações de leitura visando à melhoria da prática social.
Palavras-chave: Leitura; Tópico 1; Prova Brasil
ABSTRACT
This article is an activity of the Project of Educational Development PDE- 2014-2015, and describes resulted of the Caderno Pedagógico that approaches the texts contained in the Prova Brasil and evaluates the abilities of reading of the students. The activities were developed in the State College Arlinda Ferreira Creplive, in the city of Quatro Barras. The referred to project had as objective to develop activities that contemplate some describers of Topic 1 of the Prova Brasil, with focus in the reading, to complement the daily activities developed in classroom with the pupils of 8º year of Ensino Fundamental. In accordance with the results presented for the System of Evaluation of the Basic Education - SAEB and of the Prova Brasil perceives that a gap in the reading exists, which interferes with the ability of the pupil to interpret, to identify and to context the resulting linguistic variations of diverse factors as: the social group the one that belongs, to verify who speech in the text and to who this if it destines, as well as difficulties to recognize the subject of the text, explicit information and the implicit one. Another aspect, that guided the activities developed in the implementation of the Caderno Pedagógico, was to provide to the pupils conditions to
recognize the diverse literal sorts. This work made possible still to develop activities dynamic of research and used literal productions for reading in classroom. With the project the pupils had have the chance to live deeply reading situations aiming at the improvement of the social practice.
Keywords: Reading; Topic 1; Prova Brasil
1 INTRODUÇÃO
A modernidade está contribuindo para que nossos alunos leiam apenas no ambiente
escolar. Aspectos como uso do celular, computadores, videogames, TV, pouca ou nenhuma leitura
em casa e a falta de incentivo, não tem despertado o aluno para a prática leitora. Como
consequência, nos deparamos com dificuldades acentuadas na escola: vocabulário precário,
reduzido e informal, dificuldade de compreensão, erros ortográficos, poucas produções orais e
escritas com significado e, o conhecimento fica restrito aos conteúdos escolares.
Sabe-se que um dos objetivos da escola é valorizar a leitura como ato de prazer e requisito
para emancipação social e promoção da cidadania. Assim, há uma responsabilidade institucional de
propiciar aos nossos educandos momentos que possam despertar o interesse pela leitura e a
consciência da importância de se adquirir o hábito de ler.
A leitura é um tema presente no contexto educacional e, habitualmente, tem na
aprendizagem o foco de diversos trabalhos porque é preocupação nacional. Recentemente a leitura é
avaliada não somente na escola e sim a níveis regional e nacional. As avaliações externas produzem
dados que quando utilizadas no cotidiano escolar são capazes de mudar práticas pedagógicas que
muitas vezes alcançam poucos alunos. Atingir a todos é o propósito das mudanças que o cotidiano
escolar exige, principalmente quando o assunto é leitura.
O sucesso da prática leitora deve ser uma responsabilidade consciente de todo corpo
docente da escola, pois não é possível ter sucesso nesse aspecto com ações isoladas e sem levar em
consideração a diversidade de textos e o público a que se destina, já que cada gênero e sua tipologia
traz sérias dificuldades se a faixa etária de conhecimento não é respeitada quando se ensina. Ler é
muito difícil para muitas pessoas, então, cabe ao professor estimular o leitor fazendo uso dos
diversos recursos textuais que temos.
Estimulando a leitura, faremos com que os alunos, compreendam melhor o que estão
aprendendo na escola, o que acontece no mundo em geral e proporciona a conquista da autonomia
leitora. Quando a escola assume seu papel de formar e dar continuidade ao hábito da leitura,
revertendo situações desfavoráveis ao seu estímulo, estará garantindo para o futuro adultos com
ampla visão crítica de mundo, pois a leitura desempenha uma educação emancipadora. Assim, uma
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forma prazerosa de cultivar a vontade de ler nas crianças, jovens, e adolescentes, é respeitar seus
limites e efetuando mudanças gradativas quanto ao nível de dificuldade que os textos possuem.
O problema da falta de compreensão na leitura, bem como a incapacidade da própria
decodificação impossibilita o aluno de ter acesso aos conteúdos de todas as áreas. Prova disso são
os resultados obtidos pelos alunos brasileiros em exames nacionais como a Prova Brasil, o Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), e em
avaliação internacional como o PISA. Considerando-se os fundamentos e o contexto histórico, é
fundamental pensarmos em propostas de intervenção que auxiliem o ensino da leitura e a
compreensão textual, para conseguirmos, dessa forma, possibilitar aos estudantes que frequentam a
escola pública o acesso a leitura e é pensando nisso que este trabalho foi realizado.
Para a implementação do trabalho organizou-se um Caderno Pedagógico. Este material é o
resultado do Programa Educacional do Paraná – PDE, que depositou no educador a fusão prática e
teoria. Unir a teoria dos grandes estudiosos e dos professores da UFPR com a prática em sala de
aula no cotidiano do educando.
O artigo apresenta a descrição do projeto que utilizou o método de pesquisa-ação, o qual
consiste principalmente, em reunir a prática dos sujeitos envolvidos com a teoria do pesquisador, e
juntos buscarão alcançar a solução de um problema da realidade na qual estão inseridos, neste caso
as dificuldades em leitura, através dos textos da Prova Brasil. Busquei experimentos e soluções em
situações reais. Durante as aulas na Universidade Federal do Paraná pesquisei bibliograficamente,
interagi com os docentes e colegas de turma para poder desenvolver da melhor forma possível: O
Projeto de Pesquisa, o Material Didático, neste caso o Caderno Pedagógico, e o Projeto de
Intervenção que focavam no objetivo principal de melhorar o interesse dos educandos no que diz
respeito à leitura.
2. LEITURA
Ler é um ato de conhecimento relativo ao mundo exterior e também um instrumento
poderoso para o próprio autoconhecimento, está aí a sua importância e valor para a sociedade.
Atualmente a necessidade de ler é reconhecida por diversos desafios: conhecer e apoderar-se dos
bens culturais guardados pela escrita, viajar por mundos diversos, descobrir leituras que interagem
com sua própria experiência enquanto leitor (intertextualidade), ou que desafia, traga prazer,
estimula outros repertórios, faz sonhar, ajuda a desvendar o mundo e ver o mundo de diferentes
formas, forneça conhecimento. A leitura, por si só, é capaz de conferir uma série de benefícios ao
leitor, uma vez que, como observou Zilberman (2001), liberta o indivíduo de constrangimentos,
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estabelece a distância entre ele e a realidade, faz com que ele incorpore outras normas,
fundamentais para sua vida e permite a redescoberta de si próprio e do mundo que o cerca.
Paulo Freire (2000, p. 11), escreve que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”.
Portanto a leitura é o princípio para que o leitor consiga ampliar seus horizontes, não só no que se
refere à disciplina de Língua Portuguesa, mas também nas diversas áreas do conhecimento na qual o
aluno precisar ler, compreender, dar sentido, desenvolver habilidades que o leve a usar a linguagem
como forma de exercer uma função social. De acordo com a Matriz de Referência de Língua
Portuguesa do SAEB e a Prova Brasil tem-se:
Os testes de Língua Portuguesa da Prova Brasil estão estruturados com o Foco leitura, que
requer a competência de aprender um texto como construção de conhecimento em
diferentes níveis de compreensão, análise e interpretação. O fato de se avaliar apenas a
leitura não reduz a importância dessas avaliações, tendo em vista que a leitura é
fundamental para o desenvolvimento de outras áreas do conhecimento e para consequente
exercício da cidadania.
Conhecendo a rotina e a realidade escolar despertou-me a vontade de desenvolver
atividades para aumentar nos alunos o gosto e o hábito da leitura e fazer com que as avaliações
externas façam parte do cotidiano escolar, principalmente a Prova Brasil, a oportunidade dos
estudos realizados no PDE enriqueceu minha prática e a metodologia adotada em sala de aula será
embasada por este trabalho.
A leitura é tão importante na formação de um indivíduo que deve ser orientada a se tornar
uma atividade cotidiana do jovem, até que ele próprio a faça sem que seja obrigado, sendo uma
fonte de mero prazer. Nesse sentido, Ana Maria Machado observa que:
O melhor estímulo para a leitura é a curiosidade. Ela é despertada quando alguém nos fala com entusiasmo de um livro que está lendo ou leu, ou quando sabemos da existência de uma obra cujo autor já admiramos ou que, de alguma forma, relacionamos a outra leitura [...]. Adultos que não lêem não dão exemplo de leitura nem despertam a curiosidade sobre livros (MACHADO, 1999, p. 99).
Não podemos ter à leitura como algo mecânico, sem ter a preocupação em buscar sentido,
significados. Dentro do ambiente escolar, o professor deve fazer a mediação entre o conhecimento e
o leitor, criando situações para realizar sua própria leitura. Surge, portanto, a importância em
proporcionar aos estudantes a leitura de diversos gêneros textuais, permitindo a criação e recriação
de diversas possibilidades que o texto oferece, promovendo de maneira lúdica o encontro do leitor
com o mundo. O trabalho com leitura realizado atualmente na escola por muitos educadores
realmente comprometidos mostra a busca incansável de caminhos capazes de despertar o leitor
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adormecido em cada estudante, então a proposta produzida durante o PDE vem para auxiliar todos
os professores.
3 A Prova Brasil
A Prova Brasil criada em 2005 avalia os alunos do Ensino Fundamental a cada dois anos e
compõe o Índice de Desenvolvimento Educacional (IDEB). A partir dos dados coletados o MEC
projeta as metas a serem alcançadas em cada segmento educacional. Em geral, os resultados são
divulgados de forma a permitir a elaboração de um ranking das condições de aprendizagem das
escolas de todo país. Foi idealizada para atender a demanda dos gestores públicos, educadores,
pesquisadores e da sociedade em geral por informações sobre o ensino oferecido em cada estado,
município e escola. O objetivo da avaliação é auxiliar os governantes nas decisões e no
direcionamento de recursos técnicos e financeiros, assim como a comunidade escolar, no
estabelecimento de metas e na implantação de ações pedagógicas e administrativas, visando à
melhoria da qualidade do ensino.
É uma avaliação nacional cujo objetivo é a produção de informações sobre os níveis de
aprendizagem em Língua Portuguesa com ênfase em leitura, possui vários descritores que enfatizam
a leitura explícita e a implícita. O site do Inep já possui simulados que podem ser aplicados aos
alunos de forma a prepará-los para realizar a prova. No sentido de proporcionar situações didático-
pedagógicas, destaco a importância de o ensino de Língua Portuguesa contemplar em suas
atividades, as habilidades avaliadas pela Prova Brasil de Língua Portuguesa do 9º ano do Ensino
Fundamental, pois se tratando de leitura e compreensão textual, é fundamental um ensino que
possibilite ao leitor demonstrar todo o conhecimento adquirido durante os anos escolares.
Ao analisarmos essas questões, podemos concluir que a utilização dos princípios contidos
na Prova Brasil sobre a organização do ensino da leitura e compreensão textual, contribui para o
desenvolvimento do educando, visando A sua capacidade específica para leitura contribuindo para
sua formação e inserção na sociedade. Antunes (2003) nos mostra que é necessário o envolvimento
de cada profissional no processo ensino-aprendizagem, que esse aprecie a educação de forma
reflexiva, crítica e criativa. Todos precisam trabalhar com o objetivo de formar cidadãos para o
exercício fluente, adequado e relevante da linguagem verbal, oral e escrita, capazes de criticar,
opinar e decidir.
4 O Tópico 1 e seus descritores
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São procedimentos de leitura: localizar informações explícitas em um texto, inferir o
sentido da palavra ou expressão, reconhecer uma ideia implícita no texto, reconhecer o assunto
principal do texto e identificar, no texto, um fato relatado e diferenciá-lo do comentário que o autor,
ou narrador, personagem fazem sobre esse fato.
A base dos descritores é sintetizar os fins e, ao mesmo tempo, os meios para a viabilização
das atividades promotoras da leitura. Ao conseguir, por exemplo, perceber no texto, quando o
narrador dá sua opinião e quando relata um fato, o sujeito também consegue perceber esse aspecto
na leitura de um jornal ou revista, distinguindo o fato real da opinião do jornalista ou repórter. Essa
é a leitura que se faz necessária no cotidiano escolar e social capaz de permitir ao leitor, o acesso às
diversas áreas do conhecimento e ao mundo letrado.
Para viabilizar a leitura competente em nossas escolas, é necessário sistematizar nossas
atividades em sala, com uma intencionalidade direcionada. Não é tarefa fácil, mas fundamental para
a efetivação do ensino, mas a seguinte citação confirma o exposto:
Considerando que a leitura é condição essencial para que o aluno possa compreender o mundo, os outros, suas próprias experiências e para que possa inserir-se no mundo da escrita, torna-se imperativo que a escola proporcione as oportunidades de construção das competências linguísticas necessárias para se formar um leitor competente (PDE/Prova Brasil, 2011, p.105).
Aquele que não lê, vê-se perdido no mundo letrado e impedido de novas aprendizagens,
bem como de tantos outros benefícios que a leitura nos fornece. Além disso, a qualidade da leitura e
o nível de compreensão e crítica também são fatores que não permitem o avanço diante de novas
aprendizagens.
5 A aplicação do Caderno Pedagógico
A pesquisa foi desenvolvida com os alunos matriculados no 8º ano do Ensino Fundamental
do Colégio Estadual Arlinda Ferreira Creplive no município de Quatro Barras no Estado do Paraná.
Primeiramente, foi feito um levantamento bibliográfico sobre referenciais teóricos que abordam
temas didáticos para o ensino de Língua Portuguesa, especificamente na leitura. Com a aplicação
das atividades propostas do Caderno Pedagógico, buscou-se desenvolver nos alunos competências
leitoras focando diferentes gêneros textuais, com base na construção do sentido do texto e no
reconhecimento de sua função social.
As ações implementadas seguiram as seguintes etapas:
• Apresentação do projeto para a Equipe de gestão escolar, Equipe Pedagógica e professores;
• Apresentação do projeto para os alunos;
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• Atividades de pré-leitura para aproximar o leitor do texto através do conhecimento prévio;
• Leitura e análise de textos provenientes da Prova Brasil, seu simulado e modelo teste;
• Produções textuais com o intuito de levar o aluno a compartilhar o texto produzido através
da leitura.
As leituras de diversos gêneros, os quais foram trabalhadas de forma diferenciada,
totalizaram cinco unidades didáticas que são intituladas com um descritor pertencente ao Tópico 1
da Matriz de Referência da Prova Brasil. As atividades trazem objetivos claros e definidos, mas
antes de tudo, considerou a leitura como forma de compreender os textos para construir sentidos,
inferir, hipotetizar, interpretar e dialogar. Estas atividades priorizaram o texto retirado da Prova
Brasil como objeto de ensino e como unidade de sentido. Na concepção de leitura assumida pelas
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (PARANÁ, 2006, p. 72)
A leitura é vista como um ato dialógico, interlocutivo. O leitor, nesse contexto, tem um papel ativo no processo da leitura, e para se efetivar como coprodutor, procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa estratégias baseadas no seu conhecimento linguístico, nas suas experiências e na sua vivência sociocultural.
Na sala de aula, foi necessário analisar, durante a realização das atividades de leitura, de
interpretação e compreensão de um texto: os conhecimentos prévios do aluno, os conhecimentos
linguísticos, o conhecimento da situação comunicativa, dos interlocutores envolvidos, dos gêneros
trabalhados, de outros textos (intertextualidade) para que o aprendizado fosse efetivado.
5.1 Descrição das atividades e dos resultados obtidos
A intervenção pedagógica é o período de concretização dos estudos realizados durante a
produção do material didático. É quando aquilo que foi estudado como caminho para o
enfrentamento do problema detectado será posto em prática, sendo o cerne do trabalho prático a ser
desenvolvido a partir da ideia inicial suscitada pelo problema observado no cotidiano escolar, em
aproximadamente 52 aulas o material foi minuciosamente explorado, contribuindo para diminuir a
distância entre texto e leitor.
Partindo da premissa de que a escola é a principal responsável por proporcionar meios
para que os estudantes sejam inseridos no processo de leitura, o objetivo principal desta proposta é
foi promover o contato com a leitura e permitir a aproximação entre o estudante e o processo leitor
por meio do qual ele terá novas perspectivas, melhores oportunidades de enxergar a sua realidade,
modificá-la ou transformá-la, tendo assim condições de perceber o mundo e de se perceber,
enquanto sujeito inserido em seu contexto sócio-histórico.
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O primeiro passo foi a apresentação do trabalho na escola para a comunidade e, após, para
os alunos já no ambiente escolar. A aceitação foi ótima e despertou o interesse dos alunos porque
alguns já haviam realizado Prova Brasil no 5º ano, então, a implementação foi considerada um
sucesso. Os participantes entenderam a importância da realização deste trabalho para a melhoria da
qualidade da educação oferecida por nossa escola e todos os envolvidos mostraram-se solidários
com a proposta dedicando-se durante todo o processo de implementação.
Em sala, os alunos discutiram em pequenos grupos e tiraram as dúvidas sobre o que é
máfia e fraude, leram o texto retirado de uma revista “Como opera a máfia que transformou o Brasil
num dos campeões da fraude de medicamentos” e logo em seguida fizeram o estudo de
compreensão e interpretação, pesquisaram sobre o tema e apresentaram os resultados. Durante a
apresentação o tema foi muito discutido porque para eles a fraude só poderia acontecer com objetos
e não com medicamentos. Após todos os apontamentos e leituras chegaram a conclusão de que não
se deve comprar produtos em qualquer lugar e sem nenhuma informação no rótulo, cartucho,
embalagem, etc, isso foi constatado no discurso do aluno A “ Nunca pensei que um remédio poderia
não ser remédio, achei que poderia ser só o tênis o cd e o boné.” e o aluno B “ Isso é sério, nunca
pensei que fosse assim, já vi perfume, camiseta, calçado, mas remédio? Nunca.”
Nesta mesma unidade o texto analisado foi “Pássaro na vertical” do caderno de atividades
da SEED que serviu como base para abordar a diferença de poema e poesia. Durante a apresentação
do texto, alguns alunos abordaram a questão da matança das aves que estava acontecendo em um
bairro rural da cidade. O assunto despertou o interesse de todos e eles puderam buscar mais
informações com seus familiares e apresentar em sala, pois de acordo com Lajolo (2006) cada leitor
na peculiaridade de sua vida vai entrelaçando o significado pessoal de sua leitura com os vários
significados que, ao longo da história de um texto foi acumulando.
Cada leitor tem a história de suas leituras, cada texto, a sua significação, dessa forma o
aprendizado se torna mais significativo. Como atividade avaliativa os alunos produziram um poema
no qual a ave havia escapado do tiro e, então houve a modificação da organização do poema, neste
momento eles demonstraram criatividade. Depois de todas as correções e reescritas as produções
foram expostas no mural da sala e o resultado final foi a comparação entre os textos, o que tornou o
estudo ainda mais satisfatório, já que muitos deles puderam perceber que tiveram a mesma ideia,
porém, os textos ficaram com as características de cada autor.
A unidade dois contemplou discussões sobre o passado de cada aluno. Lajolo, (2006),
acredita em algo que é capaz de nos fazer refletir: o professor criativo e experiente poderá utilizar-
se do conhecimento que a criança tem e da situação de aprendizagem para, a partir delas, propor
atividades significativas que levem o educando a utilizar e desenvolver sua capacidade cognitiva e
metacognitiva. Ela falA que lemos para entender o mundo e afirma que a leitura é fonte de prazer e
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de sabedoria, então, de forma descontraída os alunos puderam responder a pergunta “Era um vez...”
e em grupos discutiram sentidos para a palavra “bruxa”. Foi interessante porque o aluno A disse que
bruxa é alguém que vive para perturbar as pessoas, já o aluno B, discordou, para ele a bruxa foi
inventada para fazer a criança dormir mais rápido, e dessa forma as discussões continuaram
tornando a aula agradável e engraçada.
Em outra aula foi lido o texto “O sapo” de Rubem Alves, discutido sobre seu conteúdo e
estrutura, após eles responderam aos exercícios propostos, que segundo eles estava acessível e de
fácil compreensão. Tivemos mais uma aula gratificante com a leitura de gibis e a revisão de
histórias em quadrinhos porque, como atividade avaliativa, o texto trabalhado foi parafraseado e
transformado em história em quadrinhos. Neste momento houve muita agitação, troca de ideias e
materiais, mas os objetivos foram alcançados: os alunos ampliaram o vocabulário, realizaram leitura
crítica e aproveitaram o momento da leitura.
As atividades foram ocorrendo de forma organizada porque os alunos foram motivados
deste a apresentação do projeto. A crônica “O pavão” de Rubem Braga despertou o interesse dos
educandos em saber o significado das palavras, mas segundo alguns, o professor deveria dar os
significados e não fazê-los buscar no dicionário já que demora muito, de acordo com eles seria
muito chato, mas quando a palavra era encontrada todos juntos escolhiam a que melhor se adequava
ao contexto, então a atividade foi melhor aceita. A pesquisa comparativa entre o sapo e o pavão
serviu para aguçar a curiosidade dos alunos porque a maioria utilizou o tempo no laboratório de
informática para aprender mais sobre outros animais sendo assim, a leitura foi realizada por conta
própria e a exposição oral em sala demonstrou o aprendizado obtido nesta atividade porque alguns
alunos complementavam informações fornecidas por outros durante a prática da oralidade.
Com o objetivo de trabalhar com inferências, a unidade três apresentou o conto “O homem
que entrou pelo cano” de Ignácio de Loyola Brandão, o texto foi apresentado na pré-leitura como
um dominó textual no qual os alunos em grupos puderam resolvê-lo, ou jogá-lo e depois foi
discutido a sequência dada. Após isso, o professor fez a leitura e os comentários pertinentes.
As questões referentes a Prova Brasil foram interpretadas e respondidas e como prática da
oralidade cada grupo pode criar seu texto no qual o homem entrou pelo esgoto. De acordo com
Marcuschi (2008), a compreensão de um texto requer três pontos, sendo eles: habilidade, interação
e trabalho. A compreensão exige habilidade quanto à capacidade de conhecimentos necessários
para aquisição leitora básica (conhecimentos prévios, inferências, entre outras), logo, esses três
pontos são importantes para a compreensão e realização das atividades propostas.
Esta produção foi mais apreciada pelos alunos do que a proposta de reescrever o texto
inserindo outro personagem, pois de acordo com o aluno A o homem entrar pelo esgoto é mais
divertido, já de acordo com o aluno B falar é melhor que escrever, e ele ainda perguntou “Não dá
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para inserir o personagem lendo o texto ao invés de escrever?”. Aqui pode-se perceber que para a
maioria deste público falar é melhor que escrever, pois eles interagem melhor.
O texto “O império da vaidade” de Paulo Moreira Leite trouxe à tona os problemas que
cada aluno tem relacionados ao próprio corpo. As alunas querem ser como as modelos, magras, bem
tratadas, maquiadas e vestidas com roupas da moda, já os meninos querem apenas se vestir bem,
com roupas e calçados de “marca”. O debate durou duas aulas e foi muito produtivo, a leitura do
texto foi difícil porque, segundo eles, era longo, mas a releitura foi feita várias vezes para realizar as
atividades com reflexão e aprendizado, a produção escrita foi desafiadora, mas com calma e
orientações do professor ela foi realizada com êxito.
Esta etapa da implementação foi mais difícil devido ao tema e a particularidade de cada
aluno, já que mexeu com a intimidade de todos, mas ao concluir, todos pediam para fazermos mais
atividades como nesta unidade porque eles puderam perceber que aprender a partir da vivência é
mais fácil e expor sentimentos mexe com a criatividade, com essa perspectiva, a leitura deve
contribuir significativamente para obtenção de resultados favoráveis no desenvolvimento do
conhecimento. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Língua Portuguesa (PARANÁ, 2008,
p.74.) “é relevante que o professor realize atividades que propiciem a reflexão e discussão, tendo
em vista o gênero a ser lido”.
As possibilidades que o aluno tem de realizar previsões, fazer inferências, buscar pistas,
formular hipóteses, tornaram o trabalho significativo. O professor ofereceu condições para que ele
atribuísse sentidos ao texto ou a sua leitura, visando a um sujeito crítico e atuante nas práticas de
letramento da sociedade e acima de tudo, construtor de significados, ou seja, as atividades não
serviram apenas para serem feitas, cumprir tarefas não foi o foco, isso foi confirmado durante a
realização das atividades que compõem a unidade 4 da proposta.
O texto retirado da Prova Brasil de 2011 “O ouro da biotecnologia” trouxe informações
sobre nosso meio ambiente. É um tema que o público, cujo projeto foi aplicado, entende bem e
gosta porque há muitos lugares onde a fauna e a flora são ricas em qualidade, quantidade e
diversidade. A pesquisa sobre a biodiversidade paranaense foi um sucesso porque muitos alunos só
conhecem a realidade local, o que assistem na televisão, veem na internet, através de imagens, etc.
Escolher esse assunto para compor o trabalho despertou a vontade de saber mais sobre a araucária,
por exemplo. Segundo Ruth Rocha, na obra Pesquisar e Aprender (1996), pesquisa escolar é uma
maneira inteligente de estudar e aprender, não sendo apenas um trabalho para entregar ao professor
para ter notas; não se trata da descoberta de vários textos sobre o assunto, os quais são copiados, e
na maioria das vezes são passados uns para os outros e pronto, para que a pesquisa cumpra seu
papel ela deve somar conhecimentos e multiplicá-los.
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Durante o desenvolvimento das atividades os alunos, nesta etapa, demonstraram que
necessitavam de momentos nos quais a coleta de dados para complementar o trabalho sejam
instigados pelo professor, deixá-los pesquisar, sozinhos, em qualquer site, revista, jornal, ou seja,
qualquer fonte, requer cuidados, os pesquisadores se sentem inseguros, mas quando o professor dá
dicas, sugestões, exemplos, etc, eles descobrem informações que os motivam a complementar ou
até mesmo modificar uma pesquisa já realizada. Na unidade 5 os textos “Vínculos, as equações da
matemática da vida” de Maia Helena Matarazzo e “No mundo dos sinais” do modelo teste da Prova
Brasil, confirmaram que quando a aula de leitura é bem orientada, há evolução na aula de leitura,
explorando minuciosamente um texto o leitor compreende melhor os detalhes do texto. Ao
apresentar um texto longo e outro curto percebe-se que o aluno precisa de auxílio em ambos os
casos porque o texto curto tem poucas informações e para a maioria dos alunos foi mais difícil
realizar a discussão. Segundo o aluno A é mais fácil entender o texto curto, mas para responder as
questões propostas teriam que fazer muitas inferências, e é difícil, mas quando o texto é mais longo
dá para aproveitar melhor na roda de conversa porque o bom é conversar muito sobre o texto e,
todos os outros concordaram porque falar sobre o que foi lido ajuda no entendimento dos
exercícios.
Ao final dos trabalhos os alunos pediram que as aulas continuassem assim porque, segundo
a maioria, o livro didático é muito difícil e chato, então, o professor pode sim, elaborar seu material
de acordo com as especificidades do seu público e ter sucesso com seus alunos. Acredito, como
Freire (1995), que a escola é o espaço que propicia ao sujeito, vivências que o capacitarão na
compreensão de mundo. Assim, a leitura e a escola devem ser entendidas como formas de
autonomia do sujeito, permitindo sua participação e atuação na sociedade, transformando,
positivamente, a realidade na qual está inserido.
Todos os textos das unidades foram expostos para os alunos analisando-se o contexto de
produção, estruturas composicionais, conteúdo temático e marcas linguísticas enunciativas porque,
segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, para praticar a leitura em diferentes
contextos é necessário conhecer as esferas discursivas em que os textos são produzidos e circulam,
deve- se conhecer também as intenções e os interlocutores do discurso e não podemos esquecer da
liberdade de escolha, a troca de experiências, o debate, o trabalho em equipe, a criatividade, a
intertextualidade, o lúdico. Pensar leitura como um processo mais amplo, relacionado à vivência
cultural e interagindo com outras manifestações artísticas é de suma importância para ensinar
leitura.
As avaliações pelas quais nossos alunos têm passado deixam bem claro o déficit em
relação à leitura, o que ocasiona dificuldades de compreensão, interpretação, argumentação e
inferência. Durante o trabalho isso ficou bem claro e foram notadas muitas outras dificuldades, tais
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como: vocabulário muito pobre ou pouco desenvolvimento da capacidade de inferência, pesquisar
palavras ou expressões foram considerados chatos. A dificuldade em interpretar as críticas presentes
nos textos sobre saúde e meio ambiente, foram as mais expressivas, porém, trabalhadas durante o
percurso tornando o trabalho atraente. Através das explicações do professor e da pesquisa orientada
as atividades foram significativas e o resultado foi satisfatório, já que os alunos produziram textos
orais e escritos com qualidade demonstrando competência leitora. Superados os contratempos, foi
possível diminuir a distância entre os alunos e os textos estudados.
5.2 As contribuições do GTR
Devemos considerar que o GTR (Grupo de Trabalho em Rede), que ofereceu tutoria para
um grupo de quinze professores da Rede Estadual de Ensino, através da EaD (Educação a
Distância), possibilitou uma discussão sobre a leitura dos textos contidos na Prova Brasil, dessa
forma ocorreu a socialização e discussões pertinentes ao Projeto de ao Caderno Pedagógico.
Eis algumas considerações:
Professor A
“A formação de leitores é um grande desafio para professores de Língua Portuguesa e da
escola. Transmitir o gosto pela leitura, é uma tarefa é difícil, pois muitos resistem ao hábito da
leitura Os estudantes, que leem e discutem o que leram, aprendem a falar e ouvir, desenvolvem
argumentos pessoais, exercitam a capacidade de concentração e observação e ampliam seus
conhecimentos sobre o mundo. De acordo com o Projeto de Intervenção na Escola, a leitura é uma
atividade própria de ser humano,[...] lê-se para entender e conhecer, para sonhar, viajar na
imaginação,[...] (p.14). Assim a falta de leitura pode ser responsável pela pobreza vocabular dos
alunos, pela incapacidade de deduzir e fazer previsões. É possível construir uma escola leitora,
através de uma boa biblioteca, com quantidade de títulos adequados a cada faixa etária e suficientes
para o número de alunos. Deve-se dar aos estudantes a oportunidade de escolha do que ler, para que
ele usufrua do prazer de ler, que é o o melhor da leitura.”
Professor B
“A afirmação de que a leitura é a base avaliativa da Prova Brasil, de que a diversidade de
textos desafia o leitor a críticas, trazendo situações do cotidiano, reafirma a importância do trabalho
com os gêneros textuais.
Dentro das leituras realizadas achei reflexiva a postura da autora quando ela chama a
atenção sobre a artificialidade de trabalhar os gêneros textuais. Textos como pretextos de
diversidade textuais, identificando os gêneros e simplificando a amplitude da diversidade textual. O
professor deve tomar cuidado na mediação do processo, pois o objetivo no uso dos gêneros é
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proporcionar aos educandos o universo de informações que trazem os gêneros textuais,
aproveitando-se dessa ferramenta, como objeto de ensino e não mudando sua função. Quando se
escolhe um determinado gênero o professor mediador, deve instigar o aluno a identificar a
finalidade do texto, para quem o autor está falando, em que situação e com que objetivo o texto foi
produzido, além de observar os recursos linguísticos utilizados e os efeitos produzidos pela leitura.
A leitura é a realização do objetivo da escrita. Quem escreve, escreve para ser lido, são
momentos indissociáveis, a leitura. Ela é uma atividade profundamente individual, contrário da
escrita, que é uma atividade de exteriorizar o pensamento, a leitura é uma atividade de assimilação
de conhecimento, de interiorização, de reflexão.
Ler e escrever são duas atividades distintas, mas que devem ser conduzidas paralelamente.
FONTE: Revista Travessias. www.unioeste.br/travessias, O TRABALHO DOCENTE COM
GÊNEROS DISCURSIVOS EM SALA DE AULA: INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS, Luiza
Franco Duarte 1”
Professor C
“Acredito que é fundamental que os educandos conheçam a realidade e os resultados das
avaliações anteriores. Partindo desse princípio deve-se conscientizá-los e informá-los de como é
feita essa avaliação, os aspectos a serem avaliado, explicando-lhes sobre cada um dos descritores: o
que são? como são expostos nas diferentes questões? Outro aspecto considerável é trabalhar ao
mesmo tempo a conscientização do quão importante é a leitura na formação integral de indivíduos
críticos e autônomos na sociedade, levando nossos educandos a refletirem sobra o seu papel e a
função social da leitura de mundo e das palavras para a sua formação e atuação no meio a que está
inserido.
A seleção dos textos é de relevante importância para o professor que deve respeitar os
limites de faixa etária, de interesse, podendo mesmo fazer enquetes sobre temas preferidos e
sugeridos pelos educandos. Partir de textos simples e que têm a ver com o contexto e a realidade
social do leitor, é outro aspecto a ser considerado nessa seleção.
Estar sempre com um ou vários textos atrativos e curtos que possam ser lidos para a classe
refletir é outra estratégia que considero significativa a qualquer educador, mas principalmente ao
professor de Língua portuguesa.
"Ler todos os dias. Ler e reler , quando possível. A leitura deve ser construída passo a passo,
desde a infância, desde pequeno, desde a creche. Uma pesquisa realizada pela Instituição Pró-livro
afirma que as crianças dos onze aos treze anos são as que mais leem, tendo uma média de 8,5 livros
lidos por ano. A leitura portanto, parte do incentivo e exemplos dos pais e mestres que leem e
transmitem saber".
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Amanda Guerra de Lemos é Mestranda em Educação pela Unirio, Especialista em
Educação de Jovens e Adultos … I Seminário de Práticas de Ensino e de Gestão:Formação do
Leitor....”
Professor D
“Um ponto importante citado no projeto é quando cita o trabalho com os gêneros textuais, os
quais circulam socialmente entre as pessoas. O ensino dos gêneros ampliam formas concretas de
participação social, além de oferecer condições para a aquisição da competência linguística e
discursiva dos alunos.
Por isto o processo de ensino-aprendizagem com os gêneros textuais, prepara o aluno para as
diferentes práticas linguísticas, e também amplia sua compreensão da realidade, apontando-lhe
formas concretas de participação social como cidadão. Quando um aluno aprende a produzir, por
exemplo, uma carta do leitor para ser enviada a um jornal ou revista, toma consciência de que pode
como cidadão, manifestar seus pontos de vista, opinar e interferir nos acontecimentos do mundo
concreto.
Rossi (2003) afirma que a produção escrita implica em atividades de leitura para que os
alunos se apropriem das características dos gêneros que produzirão.
LOPES-ROSSI, M.A.G. ( Org.) Gêneros discursivos no ensino de leitura e produção de
textos. Taubaté: Cabral Editora e Livraria Universitária, 2003.”
Os participantes reconheceram que os nossos educandos têm muitas dificuldades na leitura
e compreensão de textos, e que, para ensinar leitura é preciso gostar de ler. Discutiu-se também que,
propiciando variedades de gêneros discursivos, criam-se necessidades reais e se estabelecem
processos de interlocuções para que os alunos percebam a importância da leitura para a vida e,
ainda, para a não exclusão social.
As atividades propostas foram consideradas importantes e viáveis, observaram que estava
de acordo com as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa da Educação Básica e enfatizaram a
necessidade de propiciar ao aluno atividades diversificadas e que tenham sentido para a formação
do leitor crítico.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluídas todas as etapas previstas na Produção Didático Pedagógica e comparados os
encaminhamentos aos objetivos pretendidos, a proposta foi bem aceita e houve uma evolução nas
habilidades leitoras dos alunos, então, o que foi proposto foi alcançado. Foi possível perceber a
importância da preparação de um material dirigido especificamente a um grupo de alunos
pertencentes a uma comunidade para que o processo os possa levar a produzir sentidos, sendo
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capazes de se envolver com um texto e de produzir sentidos na leitura, tornando -se mais críticos e
ativos nas aulas onde é exigido a competência leitora.
Algumas vezes foi preciso reconhecer que atividades em grupos não funcionavam como
deveria, então a estratégia foi revista, ou seja foi desenvolvida em duplas, além disso as mudanças
foram capazes de proporcionar um estudo dinâmico que os envolveu na leitura, na oralidade e na
produção textual. A intervenção do professor foi de extrema importância para a continuidade das
atividades. Alguns encontros foram dedicados exclusivamente à leitura, então, houve tempo para
auxiliar os alunos a compreenderem as relações, informações e significados presentes no texto.
O enfoque na leitura de gêneros não só diversificou e enriqueceu a capacidade leitora do
aluno, também melhorou sua capacidade de recepção, compreensão e interpretação dos textos
estudados. Foi um projeto muito gratificante e significativo para a melhoria do trabalho em sala de
aula, principalmente no que tange a leitura. O estudo nos trouxe um aprofundamento metodológico,
tanto no aspecto teórico e prático da leitura, além de proporcionar um crescimento cultural, o qual
ampliou horizontes, pois a leitura é capaz de nos levar a lugares nunca vistos e pensar sobre muitos
aspectos do nosso cotidiano.
A evolução do homem como sujeito leitor segue concomitantemente com seu crescimento
intelectual e físico. Durante este processo ele adquire informações, muda opiniões, revê
posicionamentos e, consequentemente, a leitura evolui. Considerando tal fato, é fácil perceber que o
trabalho envolvendo a leitura deve ocupar um lugar especial na formação do aluno desde os
primeiros contatos com a escola. Quando isso não acontece, temos que ter o cuidado de buscar
estratégias para trabalhar a leitura de forma a estimular o aluno durante o processo de ensino e
aprendizagem da leitura.
O desenvolvimento desse trabalho foi uma experiência marcante e trouxe muitos
conhecimentos que irão auxiliar em muito a melhoria do trabalho em sala de aula e trazer grandes
contribuições para a formação do leitor crítico e, principalmente, para melhorar o IDEB desta
instituição de ensino que vem a cada ano recebendo alunos com muitas dificuldades no que diz
respeito a leitura.
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