os desafios da escola pÚblica paranaense na … · contato: [email protected]. ......
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
MECANISMOS NEOPLÁSICOS –
ENTENDENDO O CÂNCER
TELMA AUGUSTA DINIZ1
MARIA CLAUDIA COLLA RUVOLO TAKASUSUKI2
RESUMO: Este artigo apresenta as etapas de execução, bem como os resultados obtidos durante a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, tendo como objeto de estudo o câncer. O público alvo do projeto foi constituído por alunos do Ensino Médio, da disciplina de Biologia, do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos – CEEBJA “Professor Manoel Rodrigues da Silva”, no município e Núcleo Regional de Educação (NRE) de Maringá. A partir de pesquisa bibliográfica, referenciais teóricos que subsidiaram o trabalho, foi realizada a implementação do projeto, com vistas a propiciar a assimilação de conteúdos científicos que permitisse corroborar o desvendar dos mecanismos intrínsecos das neoplasias. Após o desenvolvimento de todas as etapas propostas foi evidenciado que os alunos tiveram excelente participação e as discussões desenvolvidas por eles mostraram que foram empregados subsídios adequados para o entendimento dos mecanismos desencadeadores das neoplasias. PALAVRAS-CHAVE: Ciclo celular; Mutação; Neoplasias; EJA.
1 INTRODUÇÃO
A modalidade de ensino de jovens e adultos é composta, em sua
maioria, por alunos trabalhadores, que pelos mais diversos motivos não tiveram
acesso à educação formal, portanto, faz-se necessário priorizar situações que
possibilitem o efetivo aprendizado dos saberes científicos, historicamente
acumulados, visto a defasagem de conteúdos que se pode observar nesse
alunado.
De acordo com Kuenzer (2000) apud Versão Preliminar das Diretrizes
Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (2006), as
1Professora de Biologia e Ciências da Rede Estadual de Educação, participante do Programa
de Desenvolvimento Educacional do Governo do Paraná (PDE) – 2013. Graduada em Ciências Biológicas pela FAFIJAN. Contato:[email protected]. 2Professora do Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia Celular da UEM. Doutora
em Genética e Evolução (Orientadora). Contato: [email protected].
finalidades e objetivos da educação para jovens e adultos pretende fornecer
subsídios para que esses alunos se tornem ativos, críticos, criativos e
democráticos. De acordo com esses objetivos a educação para adultos deve se
voltar para uma formação que permita que os educandos-trabalhadores
aprendam permanentemente; reflitam criticamente; ajam com responsabilidade
individual e coletiva; participem do trabalho e da vida coletiva; comportem-se
de forma solidária; acompanhem a dinamicidade das mudanças sociais;
enfrentem problemas novos construindo soluções originais com agilidade e
rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos
científicos, tecnológicos e sócio históricos.
Desta forma, é prioritário desenvolver trabalhos relacionados às áreas
social, cultural, de saúde e afins, que contemplem ações que levem ao
entendimento e construção do conhecimento acerca das várias informações,
muitas vezes errôneas, que os educandos trazem para o ambiente escolar.
Nesse sentido é válido lembrar que nessa modalidade de ensino, em
sua maioria, os educandos são detentores de informações, advindas dos vários
meios de comunicação, porém, não apresentam saberes prévios que viabilizem
a compreensão dos saberes científicos, o que os tornariam aptos a assimilarem
conhecimentos produzidos ao longo da história da humanidade.
Essa carga de informações que recebem diariamente pela mídia: jornais,
internet, TV, revistas é muito variada, mas nem sempre conseguem entender
do que se trata tal assunto. Manchetes de jornais, chamadas de telejornais, e
vários títulos familiares, mas muitos sem significado.
Ao abordar questões que muitas vezes, entre os professores de
Biologia, são consideradas corriqueiras, percebe-se que os educandos não
dominam tais conceitos, como por exemplo, mutação gênica, ciclo celular e
câncer, ou seja, possuem informações, mas são desprovidos de conhecimento
científico.
Perguntas simples, como “o que é câncer?”, “quais suas causas?”, “é
uma doença contagiosa?”, “é uma doença que pode ser curada?”, “pode ser
prevenido?”, “de que maneira?”, “qual a relação entre câncer e ciclo celular?”,
deixam-nos confusos em relação às respostas apropriadas e corretas.
Portanto, é possível verificar que, independente dos motivos (muito
tempo longe do ambiente escolar, ineficácia do ensino, problemas de
aprendizagem, entre outros) o educando, especificamente o da EJA, não tem
se apropriado dos conhecimentos específicos da disciplina de Biologia, o que o
impede de compreendê-los, questioná-los e utilizá-los de forma a garantir uma
interpretação e, por conseguinte, uma aprendizagem efetiva.
É clara, portanto, a defasagem de conceitos biológicos por parte da
maioria dos educandos da EJA, assim, também é clara a dificuldade que os
mesmos apresentam na construção do pensamento biológico, o que faz com
que tenham ideias vagas, permanecendo apenas com definições de senso
comum a respeito de conceitos básicos sobre célula, cromossomos, DNA
(ácido desoxirribonucleico), câncer, etc. Apesar de, muitas vezes, fazerem uso
desses termos, não compreendem os processos envolvidos nos mesmos.
A utilização de conceitos baseada apenas na sistematização de
concepções prévias de conceitos comuns e muitas vezes errôneas, pode levar
a um falso conhecimento (RAMOS, 2008).
Diante de tal situação, e devido à importância dos temas citados, foi
concebida a realização de um trabalho voltado a esclarecer tais conceitos no
ambiente escolar, a fim de propiciar ao educando de Biologia da EJA apropriar-
se destes conhecimentos, permitindo que tais definições não resultassem
apenas em uma pseudo-aprendizagem, ao contrário, concretizassem-se em
conhecimento expressivo e efetivo.
Conhecendo os conceitos supracitados, foi possível instigá-los a avançar
nos conhecimentos acerca dos tipos de cânceres mais comuns.
É sabido que o número de casos de câncer cresce a cada ano. Por
alterarem a estrutura do DNA, todos os tipos de cânceres têm origem genética,
porém estima-se que apenas 5% a 10% sejam de origem hereditária, os outros
90% a 95% estão relacionados a fatores ambientais (TEIXEIRA e FONSECA,
2007).
Ao compreender os conceitos biológicos cabíveis às neoplasias –
células que apresentam crescimento anormal, que pode ser benigno ou
maligno (câncer) – foi possível questionar a carginogênese (processo em que
uma célula normal transforma-se em uma célula cancerígena), além dos
fatores que podem desencadeá-la.
Compreendendo, também, a relação entre ciclo celular e câncer, foi
possível e imprescindível abordar essas questões, o que permitiu aos
educandos uma reconsideração acerca de suas atitudes e estilo de vida,
visando a prevenção dos diversos tipos de cânceres.
Esse assunto envolvendo saúde coletiva, que independe de sexo, faixa
etária, condição social, foi de grande relevância, pois permitiu que os
educandos fossem pesquisadores potenciais, desenvolvendo o senso crítico,
além de ampliar a capacidade de perceber o seu entorno mais profundamente,
o que comprova que a educação é uma forma eficaz de emancipação,
geradora de atitudes que visam a ampliação da face democrática da escola e
aprofundam seus vínculos com os fatos históricos.
O objetivo principal desse artigo foi relatar o trabalho realizado pela
professora Telma Augusta Diniz, do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE – 2013), da Secretaria de Estado da Educação do Paraná
(SEED/PR), regente da disciplina de Biologia, no Centro Estadual de Educação
Básica para Jovens e Adultos “Professor Manoel Rodrigues da Silva”, em uma
turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA), sob a orientação da professora
doutora Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki, da Instituição de Ensino
Superior UEM – Universidade Estadual de Maringá, tendo como foco a
exposição do desenvolvimento de questões teóricas e práticas que nortearam o
entendimento acerca dos mecanismos neoplásicos, demonstrando os
resultados obtidos, que concretizou-se numa melhor compreensão do assunto
pelos educandos dessa modalidade de ensino.
2 CÂNCER –DOENÇA MODERNA OU UM DOS MALES MAIS ANTIGO?
2.1 CÂNCER: BREVE HISTÓRICO
O câncer não é uma doença atual. Dados remetem a doença há
aproximadamente oito mil anos atrás, em achados ósseos desenterrados num
sítio arqueológico de Tellel-Mukayyar, sob o qual está soterrada a antiga
cidade de Ur, às margens do rio Eufrates, no Iraque. Esses ossos
apresentavam malformações típicas de um câncer ósseo, que hoje é conhecido
por osteosarcoma (NAOUM, 2009).
A primeira descrição de pessoas com câncer data de 1600 a.C., em
papiros encontrados em sepulturas de Sakarah, às margens do rio Nilo,
próximo ao Cairo, Capital do Egito (NAOUM, 2009). Nesses desenhos
rudimentares as figuras humanas foram desenhadas com tinta preta e azul,
enquanto os locais dos tumores foram indicados com bolotas pintadas de
vermelho (NAOUM, 2009).
O termo câncer é de origem grega da palavra “carcino” que significa
caranguejo. A associação foi feita por Hipócrates (460-370 a.C.), que associou
a massa tumoral que visualmente possui projeção, com o corpo e as pernas de
caranguejo (MUKHERJEE, 2012).
Os registros históricos e arqueológicos mostram que o câncer é
conhecido há muito tempo sendo a doença mais estudada sob o ponto de vista
histórico, biológico e médico (NAOUM, 2009).
Atribuía-se a doença aos desequilíbrios dos fluidos corpóreos ou do
sistema linfático, fato conhecido desde a Escola de Medicina de Hipócrates na
Grécia, que perdurou até por volta do século XVI.
No século XVIII, porém, os estudos do anatomista italiano Giovanni
Battista Morgagni, juntamente com os estudos do médico francês Marie
François Xavier Bichat, concebe uma maneira diferenciada de caracterizar o
câncer: o primeiro considera-o uma unidade específica localizada em uma
parte do corpo e o segundo colaborou na compreensão de que os órgãos
tinham-no em diferentes tecidos, o que podia levar a diferentes tipos de
cânceres. De forma paralela, o médico Joseph Claude Anthelme Recamier
identifica um caso de metástase causada pela corrente sanguínea ou linfática
(TEIXEIRA e FONSECA, 2007).
Muitos são os nomes envolvidos nesse histórico, muitos fatos, tais
como, por exemplo, as cirurgias de mamas sem anestesias, as mutilações
inomináveis no intuito de extirpar todo o mal, os casos bem sucedidos e
incompreensíveis, os casos malfadados (MUKHERJEE, 2012).
Com o surgimento da anestesia, melhora-se a qualidade nas cirurgias,
com os estudos e empenho de muitos médicos e cientistas muito se descobre
sobre a doença, mas ao refletirmos sobre toda a sua história, fica evidente que
há ainda muito a ser desvendado (MUKHERJEE, 2012).
Muitas informações ainda são desconhecidas sobre o câncer, mas muito
já se sabe sobre a doença, o que corrobora para que em um futuro próximo a
cura seja considerada, mesmo nos estágios mais avançados.
2.2 CÉLULAS – CICLO CELULAR – CÂNCER: ENTENDENDO A
RELAÇÃO
Os seres vivos são formados de estruturas, na maioria das vezes
microscópicas, denominadas células.
Essas estruturas bastante complexas e diversas contêm as
características morfológicas e fisiológicas dos organismos. Portanto, cada
célula é responsável pelas propriedades de um dado organismo e a sua
continuidade ocorre por meio de seu material genético (ROSSETTI, 2003).
A estrutura celular é uma característica básica para classificar um ser
vivo: todo ser vivo é formado por células. Para alguns cientistas, por exemplo,
os vírus não são seres vivos, devido à falta dessa estrutura.
Assim, os seres vivos são formados por células, sejam eles unicelulares
e procariontes, como as bactérias, sejam pluricelulares e eucariontes como os
seres humanos.
Nos organismos mais simples, unicelulares, a célula é o organismo. A
morte da célula significa a morte do organismo. Para seres pluricelulares,
como é o caso dos mamíferos, perder uma ou mais células, normalmente, não
interfere nas atividades. Um organismo humano adulto, por exemplo, pode ser
formado por trilhões de células que se diferenciam em tamanho, função,
normalmente de acordo com a sua localização no corpo.
Algumas dessas células, como por exemplo, uma célula nervosa
(neurônio) pode atingir alguns centímetros de comprimento, com um único
núcleo. Por outro lado, algumas células musculares podem apresentar mais de
um núcleo. E há ainda as hemácias, células do sangue, que são anucleadas.
O organismo humano é formado basicamente por dois tipos de células:
as diploides (2n) e as haploides (n). As células diploides ou somáticas são as
que compõem os tecidos, por exemplo, os osteócitos, os neurônios, as
hemácias.
Já as células haploides são as células sexuais (ou reprodutoras). No
organismo masculino essas células, quando adultas, recebem o nome de
espermatozoides. No organismo feminino as células sexuais são chamadas de
óvulos (ovócitos secundários).
Os cromossomos são estruturas compostas por DNA (ácido
desoxirribonucleico) e proteínas localizados no núcleo das células eucariontes.
No DNA nuclear está acumulada a maior parte da informação genética, sob
forma codificada. Uma pequena porção de informação genética pode ser
encontrada no DNA mitocondrial, ou seja, fora do núcleo.
Como é citado por Junqueira & Carneiro (2005), “o DNA acumula as
informações selecionadas durante a evolução, permitindo que as gerações
sucessivas se beneficiem dos aperfeiçoamentos introduzidos paulatinamente
durante o processo evolutivo”.
A informação genética contida no DNA é codificada de uma forma
complexa, em segmentos denominados de genes. Estima-se que a espécie
humana apresente em torno de 20 a 25 mil genes.
Mas o que seria a informação genética contida nos genes? Essa
pergunta foi respondida a partir da metade do século XX, quando foi possível
mostrar que os genes codificam sequências que são transcritas e muitas vezes
traduzidas em polipeptídios que compõem as proteínas necessárias para o
desenvolvimento e funcionamento do organismo.
A herança genética de cada indivíduo corresponde à transferência dos
genes, via fecundação, para as gerações futuras. Cada conjunto de genes de
uma espécie é denominado de genoma. Assim, cada indivíduo possui nas suas
células somáticas dois genomas (conjunto diploide de cromossomos) e nas
células reprodutoras apenas um genoma (número haploide de cromossomos).
Na espécie humana as células somáticas (2n) possuem 46 cromossomos e as
haploides (n), 23 cromossomos.
A priori, todas as células somáticas do organismo contêm as mesmas
informações genéticas, sejam elas extraídas de qualquer parte do corpo. A
diferença entre os tipos celulares, como, por exemplo, hemácias, neurônios e
células epiteliais, está relacionada com a regulação e expressão gênica. Além
disso, cada tipo celular tem um tempo de vida e um número de vezes em que
passa pelo processo de divisão celular (mitose), quando finalmente elas entram
em processo de morte celular programada, a apoptose. O mecanismo completo
de tempo de vida de uma célula é denominado de ciclo celular. O período de
tempo de um ciclo celular é diferente para cada tipo celular e é controlado por
diversas substâncias químicas. As principais etapas do ciclo celular são:
período de crescimento e atividade celular, síntese de DNA e divisão celular
(mitose). Normalmente as células têm em torno de 50 ciclos celulares
(ALBERTS, 2006).
As células cancerígenas são descontroladas e não respondem ao
sistema que regula o ciclo celular, se dividem exageradamente e podem invadir
tecidos vizinhos. Dessa forma, as células cancerígenas podem ser
consideradas imortais.
A origem da malignidade, que leva a neoplasia e ao câncer é o mesmo
mecanismo responsável pela variação genética, denominado mutação, por
meio do qual há uma alteração na sequência de bases nitrogenadas de um
gene. As mutações que ocorrem em genes individuais são consideradas
mutações gênicas
Os danos que podem ocorrer no DNA devido às mutações podem ser
reparados por mecanismos sofisticados que ocorrem nas células (GRIFFITHS
et al., 2009). Esses autores associaram os mecanismos de reparo e as
mutações como sendo um cabo-de-guerra dinâmico que ocorre
constantemente no interior da célula monitorando o DNA quanto à ocorrência
de mutações e corrigindo-as.
Nesse caso há um paradoxo, pois as mutações fornecem a matéria-
prima para a evolução e ao mesmo tempo podem causar doenças como por
exemplo, os diferentes tipos de câncer, portanto, a introdução de um baixo
nível de mutação deve ser tolerado (GRIFFITHS et al., 2009).
Quando, porém, ocorre uma série de mutações específicas que se
acumulam em uma célula diploide, pode haver a ocorrência de um câncer.
Para que isso ocorra, essa célula mutante deve possuir uma série de
propriedades desfavoráveis, ou seja, comportamentos-chave, como os citados
por Alberts (2006):
ignoram os sinais externos e internos que regulam a proliferação
celular;
têm a tendência de evitar a morte celular por apoptose;
contornam os limites definidos para a proliferação, escapando da
senescência (envelhecimento) programada e evitando a
diferenciação;
são geralmente instáveis;
escapam do tecido original (isto é, são invasivas);
sobrevivem e proliferam em novos ambientes (isto é, produzem
metástases). (Adaptado).
Muitos estudos têm mostrado que o câncer tem uma origem genética,
que permite a transformação de células em estado benigno para estado
maligno. A transformação dessas células pode ocorrer por meio de agentes
mutagênicos como substâncias químicas e radiação (GRIFFITHS, 2009).
Além do câncer causado por mutações gênicas em células somáticas,
há também cânceres de origem hereditária. Nesse caso são alterações no
genoma que são herdáveis, podem ser transmitidas para os descendentes. O
câncer hereditário geralmente tem um caráter dominante, e pode ocorrer em
várias fases da vida, dependendo do tipo. Vale destacar o retinoblastoma,
alguns tipos de câncer de mama, neurofibromatose e xerodermapigmentoso
(NUSSBAUM, 2002).
Sumarizando, o câncer é causado pelo crescimento celular
descontrolado, decorrente de mutações que afetem os genes reguladores do
ciclo celular. Nas células normais a regulação desse processo leva as células a
se dividirem e posteriormente à morte celular, contudo nas células
cancerígenas esses mecanismos são rompidos e ela não consegue parar de se
multiplicar e não entra no processo de morte celular (MUKHERJEE, 2012).
2.3 CÂNCER: PREVENÇÃO É O MELHOR TRATAMENTO
O diagnóstico de câncer não é uma notícia de fácil recepção, nem para o
paciente, nem para familiares e amigos. Antigamente descobrir-se com câncer
era considerada uma sentença de morte, hoje, muitos tipos de cânceres se
detectados precocemente, podem ser curados, mas ainda, é notório que o
melhor tratamento contra as neoplasias é a prevenção (MUKHERJEE, 2012).
No intuito de sensibilizar para a prevenção, o INCA (Instituto Nacional do
Câncer), no ano de 2004, publicou um folheto intitulado “Dez dicas para se
proteger do câncer”, que, certamente, ainda é válido atualmente. Tais dicas
estão reproduzidas abaixo.
1) Pare de fumar! Esta é a regra mais importante para prevenir o câncer.
2) Uma alimentação saudável pode reduzir as chances de câncer em pelo
menos 40%. Coma mais frutas, legumes, verduras, cereais e menos
alimentos gordurosos, salgados e enlatados. Sua dieta deveria conter
diariamente, pelo menos, cinco porções de frutas, verduras e legumes.
Dê preferência às gorduras de origem vegetal como o azeite extra
virgem, óleo de soja e de girassol, entre outros, lembrando sempre que
não devem ser expostos a altas temperaturas. Evite gorduras de origem
animal (leite e derivados, carne de porco, carne vermelha, pele de
frango etc.) e algumas gorduras vegetais como margarinas e gordura
vegetal hidrogenada.
3) Evite ou limite a ingestão de bebidas alcoólicas. Os homens não devem
tomar mais do que duas doses por dia, enquanto as mulheres devem
limitar este consumo a uma dose. Além disso, pratique atividades
físicas moderadamente durante pelo menos 30 minutos, cinco vezes por
semana.
4) É aconselhável que homens, entre 50 e 70 anos, na oportunidade de
uma consulta médica, orientem-se sobre a necessidade de investigação
do câncer da próstata.
5) Os homens acima de 45 anos e com histórico familiar de pai ou irmão
com câncer de próstata antes dos 60 anos devem realizar consulta
médica para investigação de câncer da próstata.
6) As mulheres, com 40 anos ou mais, devem realizar o exame clínico das
mamas anualmente. Além disto, toda mulher, entre 50 e 69 anos, deve
fazer uma mamografia a cada dois anos. As mulheres com caso de
câncer de mama na família (mãe, irmã, filha, etc.), diagnosticado antes
dos 50 anos, ou aquelas que tiverem câncer de ovário ou câncer em
uma das mamas, em qualquer idade, devem realizar o exame clínico e
mamografia, a partir dos 35 anos de idade, anualmente.
7) As mulheres com idade entre 25 e 59 anos devem realizar exame
preventivo ginecológico. Após dois exames normais seguidos, deverá
realizar um exame a cada três anos. Para os exames alterados, deve-
se seguir as orientações médicas.
8) É recomendável que mulheres e homens, com 50 anos ou mais,
realizem exame de sangue oculto nas fezes, a cada ano
(preferencialmente), ou a cada dois anos.
9) No lazer, evite exposição prolongada ao sol, entre 10h e 16h, e use
sempre proteção adequada como chapéu, barraca e protetor solar. Se
você se expõe ao sol durante a jornada de trabalho, procure usar
chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.
10) Realize diariamente a higiene oral (escovação) e consulte o dentista
regularmente.
É importante salientar que, para que o combate dessa doença se dê de
forma eficaz, é necessário encontrar mecanismos que impeçam a ocorrência
das mutações que levem ao câncer, ou, então uma maneira de eliminar as
células mutantes sem comprometimento ao funcionamento das células normais
(MUKHERJEE, 2012).
O que pode contribuir para o combate ao câncer que não é de origem
hereditária está intrinsecamente ligado à mudança de hábitos e a evitar os
fatores desencadeantes, colaborando, desta forma, com a diminuição das
taxas da doença. Para tanto, deve haver a preocupação individual, reforçando
atitudes que visem uma melhor qualidade de vida, bem como ações coletivas
no intuito de conscientizar acerca dos tipos de cânceres e as formas de
prevenção dessa doença (MUKHERJEE, 2012).
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 ORGANIZANDO O TRABALHO NO AMBIENTE ESCOLAR
O currículo, como assinalado por Sacristan (1995),
... tem que ser entendido como a cultura real que surge de uma série de processos, mais que como um objeto delimitado e estático que se pode planejar e depois implantar; aquilo que é, na realidade, a cultura nas salas de aula, fica configurado em uma série de processos: as decisões prévias acerca do que se vai fazer no ensino, as tarefas acadêmicas reais que são desenvolvidas, a forma como a vida interna das salas de aula e os conteúdos de ensino se vinculam com o mundo exterior, as relações grupais, o uso e o aproveitamento de materiais, as práticas de avaliação etc.
Portanto, conceber conteúdos curriculares é conceber também
estratégias que permitam aos educandos apropriar-se, não apenas dos
mesmos, mas conseguir relacioná-los às suas situações cotidianas, tendo
subsídios para compreender as relações existentes entre ambos.
Desta forma, esse trabalho foi concebido a partir de pesquisa
bibliográfica sobre os assuntos abordados e relevantes nesse contexto, a
saber: história do câncer, seus tipos e todas as vertentes envolvidas, bem
como a educação geral e especificamente a de Jovens e Adultos, biologia
celular e outros conteúdos importantes à sua realização, adotando-se uma
metodologia fundamentada na abordagem dialética e na análise de materiais
inerentes ao tema.
A realização do referido projeto exigiu participação ativa da professora
PDE, bem como de todos os alunos envolvidos. É importante ressaltar a
participação da Orientadora, a professora doutora Maria Claudia Colla Ruvolo
Takasususki, suas aferições e contribuições, além da colaboração efetiva dos
professores participantes do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), onde o
projeto foi exposto, analisado e discutido de forma séria e eficaz, contribuindo
para ajustes e troca de experiências entre os professores da Rede Estadual de
Educação, havendo a valorização, assim, da pesquisa científica e do trabalho
coletivo, pois de acordo com Miranda Neto e Iwanko (1998),
o conhecimento, em especial o científico, nunca foi neutro, mas sim produzido para atender as necessidades de grupos ou da sociedade como um todo, argumentando ainda, que a escola ao ensinar ciências, deve preparar o cidadão para questionar onde o conhecimento é produzido, quem o produz, quem se beneficia dele e, finalmente, se existe alguém prejudicado. (MIRANDA NETO e IWANKO, 1998).
Este trabalho foi pautado na construção de questionamentos que
visavam estimular a pesquisa e o desenvolvimento de uma educação
embasada na qualidade, levando-se em conta a necessidade de incorporar os
saberes prévios dos educandos aos saberes científicos, permitindo uma
abordagem realística do estudo em questão, incorporando-lhes os diferentes
saberes ainda não adquiridos ao longo de sua jornada no ambiente escolar.
As etapas propostas pela coordenação do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE) foram consideradas, tendo sido realizada
discussão com a Direção da Escola, juntamente com a Equipe Pedagógica,
sobre o projeto a ser desenvolvido: temática, objetivos a serem atingidos,
justificativa, cronograma e afins.
O projeto foi compartilhado, também, na Semana Pedagógica na Escola,
com os professores e funcionários do Estabelecimento de Ensino (CEEBJA
“Professor Manoel Rodrigues da Silva”), local onde foi realizado.
A implementação foi realizada com os educandos do Ensino Médio, da
EJA, do atendimento coletivo – Turma 6394, do período Noturno, da professora
Ausileide Alves Leal, que gentilmente cedeu a turma para que participasse da
realização do projeto.
3.2 A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA
A modalidade de EJA perpassa por variadas situações que, muitas
vezes, prejudicam o encaminhamento das atividades a serem realizadas no
âmbito escolar. Portanto, o educador dessa modalidade de ensino, ao iniciar
um trabalho, deve estar preparado para enfrentar algumas situações que
podem acontecer, tais como: diversidade de educandos e faixa etária no
mesmo ponto de ensino, desistência (quer seja por motivo de trabalho ou
frustração, muitas vezes, consigo mesmo), dificuldades em cumprir os horários
pré-estabelecidos (atraso no início do período ou necessidade de saída
antecipada), questões particulares/familiares, emprego/promoções, distância
da instituição de ensino, faltas, problemas com transporte e horários de
condução. Fatores que transcendem ao educador, ao educando e à instituição
escolar, mas que prejudicam a eficácia do ensino.
Porém, sempre há a busca de contornar tais situações, e tentar garantir
a essa parcela de educandos, excluída à margem do processo educacional,
que chega à EJA marcados pela desistência, evasão e reprovação, a
oportunidade de se apropriarem de conhecimento efetivo, que lhes possibilite
uma atuação ativa e consciente de ordem pessoal e coletiva.
Foram realizados 8 encontros de 4 horas/aula cada, totalizando 32
horas/aula, que foram ministrados do período de 17/04/2014 a 27/05/2014.
A priori, houve a apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica
aos educandos, bem como da Produção Didático-Pedagógica, com posterior
discussão oral e coletiva sobre objetivos, justificativa e metodologias a serem
utilizadas. Os educandos participaram ativamente, indagando sobre as
situações expostas.
Foi distribuído e discutido com os educandos o texto “Células – Todo ser
vivo tem”, (produzido pela professora PDE e sua orientadora) abrangendo
explicações sobre estruturas e organelas celulares e respectivas funções.
Posteriormente, em poder de livros didáticos, puderam visualizar planificações
de células eucarióticas animais e funções das estruturas (partes) e organelas
celulares. Todos demonstraram intimidade com os termos em questão.
Houve a discussão sobre a representação tridimensional de uma célula
eucariótica animal e distribuídos entre os educandos os materiais que cada um
deveria providenciar para o próximo encontro, para a confecção da mesma. Os
materiais solicitados, pois havia entre eles semelhanças com as estruturas e
organelas celulares, foram: botões, macarrão parafuso, canudinhos, gel de
cabelo, fios de lã, dentre outros.
No segundo encontro com a turma, após ser entregue a figura de uma
célula eucariótica animal, e a representação (figuras) de suas principais
organelas, os alunos e a professora preparam a massa de modelar.
Os alunos, num total de 14, foram divididos em 4 grupos e iniciaram a
análise os materiais alternativos disponíveis, relacionando-os às estruturas e
organelas celulares. Cada grupo, ao chegar a um consenso, com a
intermediação da professora PDE, confeccionou a representação tridimensional
da célula eucarionte animal e depois fizeram a legenda identificando as partes
e organelas representadas.
Cada grupo apresentou a sua representação aos demais, destacando as
estruturas, organelas e respectivas funções.
A figura 1 mostra algumas sequências dessa dinâmica.
FIGURA 1: Fotos representando a dinâmica da representação tridimensional da célula eucariótica animal
FONTE: BARBOSA, Fabio Aparecido Acervo pessoal da professora PDE
Foi apresentado, ainda, aos educandos o artigo Cromossomos, Gene e
DNA: Utilização de Modelo Didático (TEMP et. al., 2011). Houve discussão
sobre os conceitos básicos para entender o núcleo celular (cromossomos,
DNA, genes, nucleotídeos, bases púricas e pirimídicas, pareamento de bases).
Dispostos novamente em 4 grupos, os alunos prepararam, com
materiais previamente providenciados pela professora PDE, a maquete do
núcleo celular e posteriormente manusearam os materiais propostos no artigo
Cromossomos, Gene e DNA: Utilização de Modelo Didático, previamente
preparados pela professora PDE, o que auxiliou na compreensão dos conceitos
necessários às próximas etapas do trabalho.
Ao iniciar o terceiro encontro, foi solicitada aos educandos a resolução
do seguinte questionário sobre câncer, a fim de diagnosticar o nível de
conhecimento dos mesmos sobre o assunto.
QUESTIONÁRIO
1) O que é câncer?
2) Quais fatores podem desencadear essa doença?
3) Câncer é uma doença hereditária?
4) Como ocorre essa doença?
5) Câncer é uma doença contagiosa? Por quê?
6) É uma doença que pode ser prevenida? De que maneira?
7) Pode ser curada? Como?
8) Qual é a relação entre câncer e ciclo celular?
9) Qual é a relação entre câncer e mutação?
10) Câncer é uma doença do DNA. O que você entende por isso?
Os questionários foram entregues e posteriormente analisados pela
professora PDE. Na análise ficou clara a defasagem de conhecimento sobre os
mecanismos que desencadeiam a doença, bem como os conceitos errôneos
que alguns trazem. Respostas simplistas, como a dada por um aluno, ao
responder a primeira questão, que escreveu apenas que “É uma doença”, ou a
resposta de outro aluno, que justificou câncer como “uma doença contagiosa
maligna ou benigna que tem que ser prevenida”. (Grifo nosso).
De modo geral, todos os educandos apresentaram pouco conhecimento
sobre a doença, principalmente, no tocante as respostas das perguntas 8, 9 e
10 em que 12 responderam “Não sei”, e os 2 que as responderam, não
demonstraram conhecimento adequado sobre as mesmas.
Evidenciou-se, portanto, que esse trabalho voltado a esclarecer tais
conceitos e propiciar a aquisição dos conhecimentos apropriados à doença é
fundamental no ambiente escolar, visto a necessidade de subsídios para a
aprendizagem, que parte de uma realidade complexa, onde os temas
abordados estão em interação contínua.
No mesmo encontro, após a resolução e recolhimento dos questionários,
foram exibidos dois vídeos aos educandos, o primeiro sobre ciclo celular e o
segundo sobre mutação. Após a discussão oral e coletiva sobre os vídeos, com
intervenção constante da professora PDE, num clima de descontração, os
educandos pediram os questionários de volta, alguns justificando que tinham
colocado “bobagens” e outros alegando que agora sabiam muitas das
respostas.
No quarto encontro, foi entregue, aos educandos, o texto “Mutações
gênicas e câncer”, elaborado pela professora PDE e por sua orientadora.
Foram realizadas leituras individual e coletiva do texto, com posterior reflexão
oral e coletiva sobre as questões de maior relevância abordadas no texto.
Houve, então, uma retomada de todas as questões abordadas desde o
primeiro encontro.
No quinto encontro, houve a discussão oral e coletiva sobre a
possibilidade de cura do câncer a partir de alguns questionamentos feitos pela
professora PDE: “Quais cânceres têm cura? Por quê? De que forma? Quando
é possível a cura?”.
Após esses levantamentos, foi apresentado o vídeo “Quais as novas
descobertas para o tratamento do câncer?”, disponível em
http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-ciencia/t/edicoes/v/quais-as-novas-
descobertas-para-o-tratamento-do-cancer-integra/1992945/.
Após a exibição do vídeo foram retomados os questionamentos iniciais e
discutidas outras questões apresentadas no vídeo sobre as formas de
tratamento do câncer: quimioterapia, radioterapia, cirurgia.
Alguns vídeos com pessoas que curadas do câncer foram apresentados
como incentivo à prevenção e/ou tratamento das neoplasias. Optou-se por
demonstrar que a cura é possível por meio das entrevistas com Reinaldo
Gianecchini, Neguinho da Beija-flor, Drica Moraes, Betty Lago e Herson Capri.
Foi um momento de bastante emoção e muitos alunos contaram suas
experiências com a doença, quer consigo mesmo, com parentes e/ou amigos,
o que mostrou a necessidade de humanização no trato com o assunto, além da
abordagem científica sobre o mesmo.
O folheto do INCA (Instituto Nacional do Câncer) intitulado “Dez dicas
para se proteger do câncer“ (2004) foi entregue aos alunos. O material foi lido
individual e coletivamente e as dicas foram discutidas. Os educandos foram
incitados pela professora PDE para que todos fizessem suas considerações.
No sexto encontro, com utilização do texto do Instituto Oncoguia –
CÂNCER GENÉTICO houve discussão oral e coletiva sobre a origem dos
cânceres: se adquiridos ou herdados, bem como a reflexão oral e coletiva
sobre o assunto.
Os educandos foram divididos em duplas e encaminhados ao laboratório
de informática, para pesquisarem sobre os principais tipos de cânceres
(pulmão, mama, colo do útero, próstata, cólon e reto, boca, estômago e
leucemias), possíveis causas, formas de detecção, tratamento e prevenção.
No sétimo encontro, os educandos com ajuda da professora PDE,
confeccionaram os cartazes com as informações pesquisadas sobre os tipos
de câncer, possíveis causas, formas de detecção, tratamento e prevenção.
Cada dupla apresentou seu cartaz para os demais educandos,
discorrendo sobre a doença em questão.
Após as apresentações, os cartazes foram colados nos corredores da
escola. A figura 2 mostra as etapas da confecção dos cartazes.
FIGURA 2: Fotos representando a confecção dos cartazes sobre câncer FONTE: BARBOSA, Fabio Aparecido (Acervo pessoal da professora PDE)
Os educandos pediram alguma dinâmica em que pudessem visualizar o
núcleo celular, ou o DNA contido no mesmo, e como havia sido uma sugestão
de alguns professores participantes do GTR, foi optado por realizar a prática de
extração do DNA de morango com eles, no último encontro.
Nenhum deles tinha visto ou realizado a prática, assim todos
participaram e apreciaram o resultado, como pode ser observado na Figura 3.
FIGURA 3: Fotos representando a dinâmica da extração de DNA do morango FONTE: BARBOSA, Fabio Aparecido (Acervo pessoal da professora PDE)
Após a dinâmica, os educandos receberam o questionário individual que
havia sido resolvido no terceiro encontro, sobre câncer.
Os educandos foram expondo suas novas considerações sobre as
questões e mostrando os resultados positivos do aprendizado sobre câncer.
Sem necessitar de muita interferência da professora PDE, foram
discutindo e respondendo oralmente as questões, no entanto, dessa vez com
respaldo científico e coerência.
No dia 10/06/14 foi realizada, para os alunos da turma 6394, que
prosseguiram a disciplina de Biologia com a Professora Ausileide Alves Leal,
uma palestra com a Professora Doutora Michele Heck, da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), com o tema “Fatores desencadeadores de
Câncer”. A palestra contou com a presença dos educandos do projeto, demais
alunos do curso de Biologia do período noturno e do atendimento individual,
num total de 50 participantes.
A palestra foi bastante proveitosa e os alunos tiveram ampla
participação, sendo notórias as inferências dos alunos da implementação do
projeto “MECANISMOS NEOPLÁSICOS – ENTENDENDO O CÂNCER”.
É importante ressaltar, também, que no início do trabalho, a turma tinha
2 alunos fumantes, que ao final da implementação, tinham parado de fumar.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trabalhar com projetos que visem, além da possibilidade de obtenção
de conhecimento científico relacioná-lo aos saberes de senso comum,
transformando-os em saberes pertinentes em nível escolar do aluno mostrou-
se muito importante.
A participação e as discussões desenvolvidas pelos educandos
mostraram que foram empregados subsídios adequados para o entendimento
dos mecanismos desencadeadores das neoplasias.
Como citado por Freire “se a educação sozinha não transforma a
sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Editora, 2006.
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