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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
ESTRATÉGIAS DE LEITURA DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO L2
PARA ESTUDANTES SURDOS DO ENSINO MÉDIO
RITTER, Elisabeth Inês1
MARTINS, Tânia Aparecida2
RESUMO: Este artigo apresenta resultados do trabalho desenvolvido nos estudos do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE. Dada a especificidade da surdez pautada nas experiências visuais e no uso de uma língua gestual visuoespacial, ainda que na Comunicação Total, tendo em vista que na atual conjuntura ainda são poucos os profissionais da área e surdos efetivamente bilíngues, como considerar as relações entre falar em uma língua e ler e escrever em outra? Esse foi, dentre outros, o questionamento que norteou a pesquisa. O objetivo é apresentar as estratégias de leitura de Língua Portuguesa (LP) como segunda língua (L2) para estudantes surdos do Ensino Médio, desenvolvidas no decorrer do projeto, a fim de colaborar no processo de ensino e aprendizagem desses discentes, bem como em seu desenvolvimento pessoal para que possam ampliar sua interação social. Pela necessidade de estabelecer e desenvolver estratégias de leitura visando a melhoria na compreensão e aquisição de conhecimento de mundo por parte do estudante surdo, através de leituras na LP, especificamente, procurou-se (i) identificar as dificuldades encontradas por esses alunos em sua escolarização; (ii) analisar como vem ocorrendo o ensino de LP como L2, em especial na inclusão do Ensino Médio; e (iii) buscar alternativas metodológicas de ensino da LP para alunos surdos. Apesar da Libras ser reconhecida como língua oficial da comunidade surda brasileira, Lei 10.436/02, o art. 4º, parágrafo único, ressalta que, [...] “não poderá substituir a modalidade escrita da Língua Portuguesa”. Entende-se que, para escrever, primeiramente, é necessário ler, compreender e interpretar o que se leu.
PALAVRAS-CHAVE: Segunda língua. Surdos. Ensino Médio. Inclusão. 1 INTRODUÇÃO
O interesse em pesquisar como os alunos surdos estão sendo inseridos nas
escolas regulares faz com que se apontem alternativas para uma melhor qualidade do
ensino e o relacionamento entre aluno e professor. Também, tem-se interesse em
contribuir no processo de intermediação entre alunos ouvintes e surdos.
Diante da diversidade educacional, os diferentes espaços educacionais, através de
professores e pesquisadores, têm procurado refletir sobre as práticas desenvolvidas.
Nesse sentido, o olhar sobre a prática educacional dos surdos tem sido objeto de
pesquisa e estudos, tendo em vista abrir perspectiva de discussão frente a certas
1Professora de Educação Especial do Quadro Próprio do Magistério - SEED, NRE de Cascavel, participante
do curso referente ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – 2013/14. E-mail: [email protected] 2Professora Orientadora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Mestre em Letras
pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
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peculiaridades do funcionamento desses sujeitos e de dinâmicas em sala de aula, as
quais podem contribuir para que se reflita sobre os múltiplos papéis da escola.
No Brasil, esse tema envolve discussões não somente dentro da Educação
Especial, mas também, pelos educadores da Educação Básica e Ensino Superior pela
busca de aperfeiçoamento e qualificação para que possam dar atendimento a esses
estudantes, tendo em vista a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Nº
9.343/96, ter aprovado a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais na
Educação Básica, nas redes privadas e públicas de ensino.
Nesse contexto de educação inclusiva da pessoa com necessidades educacionais
especiais, de um lado, nos deparamos com a luta pelo melhor atendimento desses
estudantes, os professores debatem a melhor maneira de como amenizar ou solucionar a
falta de preparo profissional. Por outro lado, devido às dificuldades em se relacionar com
alunos surdos, muitos professores se isentam da responsabilidade de ensiná-los, muitas
vezes ignorando sua presença em sala de aula, como também em seu espaço de
trabalho.
A Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS - é uma forma de comunicação que poderia
minimizar as barreiras linguísticas existentes entre aluno surdo e professor, na sala de
aula, no entanto, a maioria dos professores não aprendeu essa língua. Essa dificuldade
comunicacional, de ensino e aprendizagem, amplia o debate sobre a educação bilíngue e
o ensino de surdos em escolas bilíngues para surdos, qual seja, a Libras deve ser
considerada a primeira língua e a Língua Portuguesa a segunda. As línguas de sinais
compõem-se de todos os componentes das línguas orais, como: semântica, pragmática,
gramática, sintaxe e outros elementos que constituem uma língua e preenchem os
requisitos considerados científicos dentro de uma norma culta. No entanto, línguas de
sinais e línguas orais são distintas no que se refere à modalidade linguística. Para
Ferreira Brito (1995) e Quadros (2004), enquanto a Libras é visual, gestual e espacial,
percebida pelos olhos e produzida pelas mãos, a Língua Portuguesa é oral e auditiva, ou
seja, percebida pelos ouvidos e produzida pela boca.
Essas diferenças de modalidade entre Libras e Português têm trazido
consequências no que se refere à aquisição, principalmente, da Língua Portuguesa por
alunos surdos. Desse modo, o letramento, para os surdos, tem sido motivo de
preocupação para os pesquisadores da área, provocando inúmeros questionamentos
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sobre qual método e qual estratégia podem ser utilizados no processo de construção da
leitura e escrita do Português. Vale ressaltar que, apesar de os alunos surdos
frequentarem as escolas desde cedo, sendo, muitas vezes, com carga horária estendida
em contraturno, ainda chegam ao Ensino Médio com poucos conceitos e vocabulário
restrito, ao passo que não conseguem realizar leituras em Língua Portuguesa, seja de
conteúdos simples ou complexos.
Diante do exposto, com este trabalho pretende-se apresentar estratégias de leitura
de Língua Portuguesa como L2 para estudantes surdos do Ensino Médio, a fim de
colaborar no processo de ensino e aprendizagem desses estudantes, bem como em seu
desenvolvimento pessoal, para que possam interagir socialmente. Especificamente,
procurou-se identificar as dificuldades encontradas, tanto do sujeito surdo, quanto do
professor, no decorrer de sua escolarização, e analisar como vem ocorrendo o ensino de
Língua Portuguesa para os estudantes surdos, em especial na inclusão deles no Ensino
Médio, buscando alternativas de metodologias de ensino da Língua Portuguesa como
segunda língua para alunos surdos.
A falta de metodologia para a educação de surdos, no decorrer da educação
básica, tem construído lacunas no processo de aprendizagem do aluno surdo, as quais
têm contribuído diretamente para o insucesso desses estudantes, seja em testes do
Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, concursos vestibulares ou demais concursos
públicos.
Na inclusão dos alunos surdos, além das dificuldades de interação linguística entre
professor ouvinte e discente surdo, a falta de metodologias para o ensino, as dificuldades
de leitura e interpretação para produção de respostas em atividades ou avaliações
também podem levar alguns docentes a se isentarem da responsabilidade de ensiná-los,
muitas vezes ignorando sua presença em sala. De acordo com Góes (1996, p. 135),
outros professores, por não terem instruções, se arriscam como meros assistencialistas,
dessa forma, acabam facilitando as atividades pedagógicas, sem mesmo obter retornos
significativos no que se refere o desenvolvimento desse aluno.
Apesar dos alunos surdos inclusos na educação básica ter atendimento em
contraturno, com foco no Português como L2 e Libras como L1, na Sala de Recurso
Multifuncional área da surdez, conforme a Resolução da SEED-PR, Nº 2308/14, ainda
assim, na sala de aula inclusiva, este ensino deve ser feito de forma diferenciada para os
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alunos surdos, tendo em vista que os ouvintes têm experiências visuais, orais e auditivas
e a pessoa surda, tem experiências espaciais e visuais. Desse modo, a leitura e a
produção escrita da Língua Portuguesa são de suma importância para a integração
educacional e social dos surdos. Embora as pessoas surdas apresentem uma língua
diferenciada e com ela uma cultura linguisticamente específica, elas são brasileiras, vivem
no Brasil, portanto, a importância em adquirir a leitura da Língua Portuguesa é
incontestável. O que se percebe é que a mescla entre os gestos ou uma Libras ainda
iniciante e o processo de ensino e aprendizagem não têm sido suficientes para atender às
reais necessidades educacionais desses estudantes.
Tendo em vista o exposto, são várias as dúvidas que permeiam a atual proposta de
educação de surdos, atualmente pautada em uma educação voltada para o bilinguismo,
ou seja, a Libras como primeira língua e a Língua Portuguesa como segunda. Apesar de
os movimentos em torno da educação bilíngue para surdos datarem de mais de uma
década, o que se percebe é que a filosofia de educação dos surdos vivenciada pelos
ouvintes ainda está pautada na Comunicação Total, isto é, o “vale tudo” na comunicação
e educação com e para os surdos, nesse processo que envolve a transição para a
efetivação do bilinguismo. Essa filosofia educacional teve início em 1960 e se baseia em
uma comunicação a partir da leitura labial, gestos, escrita, Português sinalizado,
datilologia, dentre outros, para ensinar os surdos desde a educação infantil.
Nesse sentido, procura-se responder às seguintes questões: (i) Dada a
especificidade da surdez pautada nas experiências visuais e no uso de uma língua
visuogestual, ainda que na Comunicação Total, como considerar as relações entre falar
em uma língua e ler e escrever em outra? (ii) O que ocorre com alunos surdos que
mesmo frequentando as escolas desde cedo, muitas vezes com carga horária estendida
em contraturno, ainda chegam no Ensino Médio com poucos conceitos e vocabulário
restrito a ponto de não conseguirem realizar leituras em Língua Portuguesa, de conteúdos
simples ou complexos? (iii) Como sanar a falta de conceitos e conhecimento das palavras
no decorrer da leitura em Língua Portuguesa? (iv) De que maneira a proposta bilíngue
pode ser considerada uma abordagem educacional para tornar acessível ao indivíduo
surdo as duas línguas no contexto escolar? (v) De que forma o aluno surdo pode
aprender a Língua Portuguesa, nas modalidades de leitura e escrita e suas metodologias,
de forma sistematizada, por meio da leitura? Esses são os principais questionamentos
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que norteiam este trabalho. Portanto, é o que se buscou responder no decorrer desta
pesquisa, a partir da implementação do projeto, por meio das atividades desenvolvidas
com alunos surdos inclusos do 3º Ano do Ensino Médio, na sala de recurso multifuncional
– surdez - anos finais, em contraturno, em dias e horários definidos com os alunos
participantes do projeto. Em termos metodológicos, a implementação foi desenvolvida por
meio de oficinas pedagógicas totalizando oito encontros.
Para tanto, este artigo assim se estrutura: na seção 2 apresentamos brevemente,
com base na literatura especializada, os aspectos históricos da educação do surdo, os
assuntos abordados perpassam desde os aspectos legais da inclusão do surdo até os
desafios que vêm delineando a educação bilíngue, que envolvem a aprendizagem da
Língua Portuguesa como L2 para os surdos e os impasses enfrentados pelos professores
no seu ensino. Na seção 3, seguem os aspectos metodológicos e estratégias para leitura
que foram implementados neste trabalho, enquanto a seção 4 pontua os resultados
obtidos ao longo da implementação, nas atividades desenvolvidas, e por último seguem
as considerações finais.
2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO DO SURDO
É a partir de uma perspectiva histórica que a educação do surdo pode ser
compreendida. Os pensamentos de Aristóteles e Platão em relação à pessoa surda,
postularam por muito tempo a concepção de que “quem não fala, não pensa”. Com base
nesse equivocado pensamento, desde a antiguidade os ouvintes consideravam os surdos
como seres não humanos.
Conforme Quadros (1997), os primeiros relatos e registros da educação de surdos
são, em sua maioria, datados do século XVI. Tendo em vista que nessa época a
monarquia prevalecia e, a fim de manter a linhagem da nobreza, eram realizados muitos
casamentos entre membros da mesma família, aumentou a incidência de pessoas surdas,
além de outras sequelas, devido aos casamentos entre parentes consanguíneos.
Preocupado com a educação dos surdos nobres, o rei da Espanha convidou o monge
beneditino Pedro Ponce de León para iniciar a educação dos surdos. Seu trabalho não só
teve grande influência sobre os métodos de ensino para surdos, como também mostrou
que o argumento de alguns médicos e filósofos eram falsos, desmistificou algumas
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crenças religiosas que existiam na época, dentre elas, a de que as pessoas surdas
seriam incapazes de desenvolver a linguagem.
Entre os séculos XVI e XVII, os surdos obtiveram grandes êxitos na educação e no
desenvolvimento social e, no processo educacional, apesar de estar voltado à fala, era
permitido aos surdos o uso de gestos. Do mesmo modo que a educação era privilégio dos
nobres, a educação dos surdos também era destinada aos mais abastados. Aos meninos
eram ensinadas a leitura e a escrita e às meninas, os afazeres domésticos. Em meio às
circunstâncias adversas da educação de surdos, o Abade Charles-Michel de l'Épée, em
1799, fundou o Instituto Nacional de Surdos-mudos em Paris. O Instituto, desde então,
passou a ser financiado pelo governo francês. Os seus métodos eram baseados no
princípio de que "ao surdo-mudo deve ser ensinado, através da visão, aquilo que às
outras pessoas é ensinado através da audição". O método centrava-se nos gestos (início
da sistematização dos sinais) e espalhou-se pelo mundo; ainda hoje l'Épée é considerado
um dos fundadores da educação para os surdos.
De acordo com Perlin e Strobel (2006), o grande impacto que marcou a história de
surdos foi o Congresso de Milão no ano de 1880, essa foi a decisão adotada pelos
educadores de surdos, os chamados ouvintistas, ou seja, aqueles que impõem aos
surdos somente o uso da língua oral. Essa concepção oralista contribuiu para o avanço
da visão clínica, que fazia das escolas dos surdos espaços de reabilitação de fala e
treinamento auditivo, preocupando-se apenas em ‘curar’ os surdos que eram vistos como
‘deficientes’, deixando as questões pedagógicas e a educação em planos secundários.
Após o Congresso, a maioria dos países adotou rapidamente o método oral nas
escolas para surdos, proibindo oficialmente a língua de sinais e ali começou uma longa e
sofrida batalha do povo surdo para defender o direito linguístico cultural. O olhar através
dessa história possibilita uma reflexão sobre como o surdo foi tratado e educado através
dos tempos, permitindo compreender atitudes atuais dos profissionais, seja da saúde ou
da educação, além da sociedade, que também é causadora de estereótipos que
permeiam as diferentes representações desses sujeitos. Para Perlin e Strobel (2006), a
história do povo surdo mostra que, por muitos séculos de existência, a pedagogia, as
políticas e muitos outros aspectos próprios dos surdos têm sido organizados geralmente
sob o ponto de vista dos sujeitos ouvintes e não dos sujeitos surdos que, quase sempre,
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são incógnitos como profissionais que poderiam contribuir com suas competências
essenciais e diferenças do Ser Surdo.
No Brasil, somente na década de 90, com a Conferência Mundial sobre Educação
para Todos, em Jomtien, na Tailândia, que retomou as discussões mundiais instituindo o
direito de Todos à Educação (Declaração Universal dos Direitos Humanos – 1948), com a
elaboração de documentos a partir da Conferência Mundial sobre Educação Especial
(Espanha, Salamanca, 1994), é que as propostas e ações acerca da inclusão passam a
ser efetivamente discutidas e regulamentadas, o que contribuiu para as políticas em favor
da comunicação e das diferenças linguísticas. Com isso, grandes movimentos das
federações e associações começam a surgir, dentre eles, a organização surdos, por meio
da FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. A FENEIS teve
e ainda tem um papel relevante nesse processo de luta por direitos comunicacionais,
culturais e de identidade. As lutas por direitos linguísticos favoreceram a criação de
sucessivas leis e decretos no país. Citam-se aqui as mais relevantes para a educação dos
surdos: a Lei da Acessibilidade, Nº 10.098, sancionada em 19 de dezembro de 2000; a
Lei Nº 10.436, de 24 de Abril de 2002, que reconhece e oficializa a Língua Brasileira de
Sinais – Libras, como a língua da comunidade surda brasileira; o Decreto Federal, Nº
5.626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei da Libras e o artigo 18 da Lei
da acessibilidade; a Lei Nº 12.319, de 01 de setembro de 2010, que regulamenta a
profissão do tradutor e intérprete de Língua de Sinais (TILS). Vale dizer que o Decreto é
um marco para a disseminação da Libras, pois foi a partir dele que essa língua passou ser
uma disciplina obrigatória nos cursos de formação de docentes e fonoaudiólogos, além de
normatizar a profissionalização de professores, preferencialmente surdos para o ensino, e
tradutores e intérpretes para tradução e interpretação da Libras/Português/Libras.
Pesquisas sobre a Libras vêm comprovando que essa língua é tão complexa como
quaisquer outras línguas orais do campo da linguagem. A língua de sinais é uma língua
viva e devido a isso vai incorporando novos vocabulários com seus novos sinais. Isso
acontece devido às mudanças culturais e tecnológicas, assim como ocorre com as outras
línguas. Conforme Felipe (1998, p.81, In. MEC), as línguas de sinais não são universais,
cada língua de sinais tem sua própria estrutura gramatical. A afirmação da autora vem ao
encontro da diversidade cultural existente tanto entre os ouvintes quanto entre surdos, da
mesma forma que as pessoas ouvintes vivem em países diferentes e falam línguas
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diferentes, as pessoas surdas também estão por toda a parte do mundo e estão inseridos
em “culturas surdas”, pois possuem suas línguas, fato esse que corrobora a existência de
muitas línguas de sinais diferentes, como: língua de sinais francesa, chilena, portuguesa e
tantas outras, e cada uma possui sua estrutura gramatical própria, independente das
línguas orais.
2.1 A problemática do ensino e da aprendizagem da Língua Portuguesa como
segunda língua para surdos
As línguas de sinais “são línguas gestuais-visuais baseadas no uso das mãos, dos
olhos, do rosto, da boca, enfim, do corpo todo. Elas representam a resposta criativa das
pessoas surdas para a experiência visual da surdez” (STROBEL & FERNANDES, 1995,
p.1). Assim como qualquer outra língua, as línguas de sinais também apresentam em sua
estrutura, embora de forma específica, os componentes das línguas orais, como
semântica, pragmática, gramática, sintaxe e outros elementos que constituem uma língua
e preenchem os requisitos considerados científicos dentro de uma norma culta.
Assim como ocorre com os não surdos, para os surdos, a capacidade de receber
informação, de elaborá-la de maneira adequada para que o conhecimento de mundo seja
ampliado, também está na capacidade de aquisição do conhecimento. No entanto, são
muitas as informações diárias enviadas pelos meios de comunicação, nesse sentido, as
pessoas surdas apresentam dificuldades em obter conhecimentos por meio das
informações daquilo que está sendo transmitido. Essa privação, que hoje é controlada
pela falta de acessibilidade e de uma política linguística inclusiva, contribui diretamente
para a defasagem de informações e conhecimentos do surdo, gerando lacunas que
muitas vezes o impedem de obter os mesmos direitos que os não surdos. Para Veiga
(1999, p.8), mesmo que isso não afete sua capacidade de comunicação com o mundo,
nem seu cognitivo, a falta de interação com elementos veiculados diariamente faz com
que a pessoa surda fique restrita e com dificuldade em obter informações.
Para Góes (1999, p.4), “existe o sistema bimodal para a comunicação do surdo,
que consiste na utilização simultânea da fala e dos sinais, ou seja, comunicação no modo
oral e manual”, sistema esse que não obriga mais a prática da fala com o surdo. O uso
concomitante da fala e sinais não significa que a comunicação entre surdos e não surdos
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seja plenamente estabelecida, pois o bimodalismo, essa mistura de modalidades
linguísticas (Português oral e sinais da Libras), não permite o uso efetivo de nenhuma das
línguas em questão. Se para os ouvintes parece ser um facilitador, para os surdos não
passa de mais um esforço para relacionar sinais soltos com a leitura labial. ,
Assim, o conhecimento e a aprendizagem da Língua Portuguesa como segunda
língua é saber um número ‘x’ de palavras e isso significa que quanto maior for o léxico
que o aluno surdo domina, mais proficiente vai ser considerado, tendo em vista a L2 ser
vista como um dicionário. Para Lacerda e Lodi (2014), esse tipo de ensino sempre foi
realizado de forma errada, pois fazia com que os surdos falassem e isso atrasava seu
desenvolvimento. A aquisição da linguagem é essencial para o aprendizado, a aquisição
da linguagem do surdo se dá de formas diferentes da dos ouvintes.
Com a preocupação da inclusão dos surdos em sala de aula, foi incorporada a
Língua de Sinais às práticas educacionais, mas a educação bilíngue é recente e encontra
dificuldades em sua implantação, porém existem resultados satisfatórios quando
comparada a outros métodos.
Para Lacerda e Lodi (2012), em diferentes regiões do Brasil, a educação bilíngue
não passa de um projeto, mas no ensino regular, quando existem alunos surdos, a escola
deve ter cuidados e tratamentos especiais para que possa obter resultados nessa
modalidade de educação. Se a escola não está preparada para isso, e necessita resolver
esse problema, insere no seu contexto o intérprete de Libras, para dar oportunidade ao
aluno surdo de ter acesso à informação transmitida através de sinais.
O intérprete é um intermediário de conteúdos entre o docente e o aluno surdo, ele
interpreta para Libras as aulas ministradas em Português. Na maioria das vezes, essa
intermediação ocorre enquanto o professor ouvinte ministra suas aulas, sem se preocupar
em atender seu aluno surdo. Mas, inserir um intérprete de língua de sinais não garante a
sustentação de todas as necessidades desse aluno. Também, o papel do intérprete deve
ser esclarecido, pois não deve ser confundido com o professor. O intérprete e o professor,
ambos devem saber qual seu papel e como devem se comportar em sala de aula, ao
intérprete é atribuída a competência e formação para interpretar, caso contrário, de nada
vai valer interpretação, e ao docente cabe o ofício de ensinar todos seus alunos.
Para Quadros (1997), as pessoas que ouvem a leitura apresenta, pelo menos em
algum nível, mantêm relação com os sons das palavras. Para os surdos, entretanto, essa
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relação não existe, a língua escrita é percebida visualmente, não há associação entre
sons e sinais gráficos. Assim, a aquisição da L2 para os surdos acontece de forma
silenciosa, graficamente, através de instrução sistemática. Portanto, o ensino da L2 deve
ser diferenciado para os surdos, como já mencionado, tendo em vista que os ouvintes têm
experiências visuais e auditivas e o surdo experiências espaciais e visuais. Conforme
Guarinello (2007, p.45), “a proposta bilíngue surgiu baseada nas reivindicações dos
próprios surdos pelo direito à sua língua e das pesquisas linguísticas sobre a língua de
sinais”. Por isso, o bilinguismo é considerado uma abordagem educacional que se propõe
a tornar acessível à criança surda duas línguas no contexto escola. O termo bilíngue
significa que, na educação da criança surda, deverão ser utilizadas duas línguas
diferentes, o que atualmente tem sido um grande desafio, tanto para os docentes como
para os alunos.
2.1.2 Os desafios enfrentados para a efetivação do letramento no ensino do
Português como Segunda Língua
Aprender é uma atividade da vida humana e, segundo Schmitz (1982, p. 53), a
“aprendizagem é um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de
novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir”. Para esse autor, a
aprendizagem se concretiza de maneira diversificada tendo em vista existir diferentes
formas de aprender e diferentes modos de dar significado a ela. Assim, o processo de
ensino e aprendizagem se dá através da compreensão do que é a aprendizagem e isso
contribui para que se escolham diferentes metodologias que venham a promover esse
processo, não se tornando possível conhecer uma proposta educacional sem se entender
o desenvolvimento e a aprendizagem.
Ao aprofundar os conhecimentos, deve-se lembrar de que a Libras á a língua
natural dos surdos brasileiros. A Língua Portuguesa pode e deve ser trabalhada com a
criança surda na modalidade escrita e isso vai depender da proposta pedagógica
desenvolvida na escola. A Lei nº 10.436/02, em seu art. 4º, parágrafo único, assim se
reporta: “A Língua Brasileira de Sinais – Libras, não poderá substituir a modalidade escrita
da Língua Portuguesa”.
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A leitura e a escrita, para os surdos, deverão ser trabalhadas segundo os princípios
da aprendizagem de uma segunda língua. O Decreto Federal, Nº 5.626/05 no Capítulo IV
no artigo 15, delibera sobre as seguintes ações:
Art. 15. Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de Libras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como: I - atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental; e II - áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior.
A experiência visual dos surdos envolve, de acordo com Skliar (2001), para além
das questões linguísticas, todo tipo de significações comunitárias e culturais. Para tanto, o
letramento visual é considerado o método mais adequado para o ensino dos alunos
surdos. Letramento visual é compreendido por Oliveira (2006) como a área de estudo que
lida com o que pode ser visto e como se pode interpretar o que é visto. Segundo a autora,
o letramento visual é abordado a partir de várias disciplinas que buscam estudar os
processos físicos envolvidos na percepção visual, usar a tecnologia para representar a
imagem visual, desenvolver estratégias para interpretar e entender o que é visto. No
entanto, essa ação deve ser compreendida, também, a partir de práticas sociais e
culturais de leitura e compreensão de imagens.
Para Lebedeff (2006) “a experiência visual dos surdos não tem sido objeto de
análise nem tido espaço especial nos projetos de educação e escolarização dos surdos”.
Esta distância, entre discurso (o surdo é sujeito visual) e prática (experiência visual não é
privilegiada na escola), pode ser observada tanto na escola para ouvintes, com alunos
surdos incluídos, como nas próprias classes de surdos, seja com professores surdos ou
ouvintes.
Para Veiga (1999), o vocabulário é um dos principais aspectos para que haja
aprendizagem e deve ser levado em conta no aprendizado de uma língua, não sendo o
suficiente apenas conhecer palavras, devendo-se fazer uso morfossintático das mesmas,
para que o aluno surdo possa construir frases e saber significados em diferentes
contextos. Desse modo, a gramática deve ser trabalhada como um recurso estrutural que
possa permitir o enunciado, dar sentido à língua e proporcionar situações significativas. O
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professor, em suas ações pedagógicas deve aprender junto com o aluno e colocar em
prática os conhecimentos adquiridos, devido ser o mediador da aprendizagem.
Muitas são as discussões acerca do letramento, da construção de uma linguagem
e da alfabetização do surdo. Para Soares (2003, p.5), o letramento é “o estado daquele
que não só sabe ler e escrever, mas que também faz uso competente e frequente da
leitura e da escrita, e que, torna-se letrado, muda seu lugar social, seu modo de viver em
sociedade, sua inserção na cultura”. Em relação às crianças surdas, Veiga (1999, p.7), diz
que “nas crianças surdas, o letramento enquanto processo só faz sentido se sua
significação for através da Libras”.
De acordo com Lebedeff (2006), alguns equívocos ocorrem durante o processo de
letramento/alfabetização com os surdos. O primeiro em relação ao controle textual, a
reescrita de textos de forma simplificada, omitindo diversos elementos da Língua
Portuguesa, tais como artigos, preposições, entre outros. Outra maneira de simplificar é
sublinhar as palavras “autorizadas” para serem lidas nos textos. Essa reescrita teria a
finalidade de “facilitar” a leitura e compreensão. Criação de textos irreais. O ideal é
mostrar ao surdo que existem diferenças entre as duas línguas.
Um segundo equívoco é dar muita atenção à decodificação e pouca atenção à
compreensão do texto escrito. Percebe-se a preocupação do aluno em traduzir fielmente
cada palavra por um sinal, o que, muitas vezes, prejudica a compreensão do texto, pois
nem todas as palavras do Português possuem tradução fiel para a Libras e vice-versa. A
palavra não existe isolada, mas em relação com outras dentro do texto, o mais importante
é tentar atribuir sentido ao material escrito a partir da leitura. Utilizar pressupostos de
como os ouvintes aprendem a ler para ensinar os surdos é um outro equívoco, pois
muitos professores de surdos iniciam suas atividades sem conhecer a surdez, então,
utilizam seus conhecimentos de como ensinar língua escrita para ouvintes na tarefa de
ensinar os surdos. Esses conhecimentos, não raro, foram construídos na esfera do
método fônico.
O que, também, é muito comum ocorrer, é o ensino da leitura para uma criança
surda com reduzido input linguístico, ou seja, infelizmente, muitas crianças surdas
brasileiras ainda chegam às escolas com mais de 7 anos de idade, sem antes ter tido
qualquer contato com a Libras.
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Nesse sentido, o surdo, na visão inclusiva, deve ser acolhido através de uma
proposta que valorize a escolaridade, com atitudes preparatórias de leitura, para se tornar
um adulto responsável pelo seu processo escolar, podendo, com isso, conquistar seus
direitos através de uma educação de qualidade. Portanto, o que se pode perceber é a
relevância do trabalho do professor na perspectiva do letramento visual para surdos, no
desenvolvimento da leitura.
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS E ESTRATÉGIAS PARA LEITURA
As atividades implementadas neste trabalho são integrantes da Unidade Didática
Pedagógica, proposta pelo PDE, que foi desenvolvida com alunos surdos inclusos do 3º
Ano do Ensino Médio, na sala de recurso multifuncional – surdez - anos finas, em
contraturno, em uma escola Estadual, na região oeste do Paraná.
Para tanto, o primeiro passo, após a sistematização do referencial teórico que
subsidiou esta pesquisa, foi organizar oito oficinas, procurando responder aos
questionamentos iniciais, quais sejam: Como sanar a falta de conceitos e conhecimentos
das palavras no decorrer da leitura em Língua Portuguesa? Como considerar as relações
entre falar em uma língua e ler e escrever em outra? De que forma o aluno surdo pode
aprender a ler e escrever o Português? No decorrer das aulas, outra preocupação foi
desenvolver atividades que possam funcionar como exemplos e ficarem à disposição dos
professores, podendo ser adaptadas conforme a necessidade de cada realidade.
Ao longo das oficinas, as atividades desenvolvidas tiveram como base o Gênero
Conto, com o objetivo de propiciar a criatividade e a imaginação através das mais
variadas e interessantes histórias contidas nos contos. Todo o trabalho foi elaborado e
aplicado a partir do conto A Cartomante. No decorrer das aulas, além de trabalhar os
elementos do conto, foram desenvolvidas também atividades envolvendo aspectos
gramaticais por meio dos operadores argumentativos em Português, relacionando-os com
operadores argumentativos em Libras. As leituras foram minuciosas, com o objetivo de
chamar a atenção do sentido das palavras em dados contextos. Ao falar das escolhas
linguísticas, Koch (1993) diz que esse é um resultado do fato de que o sujeito não se
apropria de uma língua enquanto sistema linguístico puro e pronto para ser usado. A
autora parte do princípio de que o sujeito tem à sua disposição um material linguístico que
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carrega sentidos e valores vivenciais. Portanto, deve-se chamar a atenção dos alunos
surdos para a leitura dessas escolhas linguísticas, visto que elas não se dão entre itens
de dicionários, mas procedem de enunciados postos por diferentes interlocutores em
diferentes momentos de interação.
Uma das oficinas envolveu o estudo dos principais pontos sobre o processo de
formação das palavras em Português, conduzindo o aluno surdo a ler e compreender
acerca dos prefixos e sufixos reforçando a necessidade de uma leitura mais atenta para
que haja significação. A dinâmica possibilitou aos alunos organizarem e criarem novas
palavras compreendendo seus respectivos significados. Outros estudos envolveram os
verbos em seus tempos, modos e flexões, além do desenvolvimento da capacidade de
raciocínio, sensibilidade e argumentação para que os alunos pudessem compreender as
diversas facetas da realidade em uma leitura.
Vale ressaltar que as oficinas envolveram várias dinâmicas, dentre elas, destaca-se
o registro em vídeo que foi realizado individualmente, em lugar reservado, sem que um
aluno visse o outro. As filmagens foram apresentadas para o grupo, que verificou as
diferenças e semelhanças em relação à compreensão de cada um da leitura de um
mesmo texto. A partir das oficinas, foram analisadas as reais possibilidades de os alunos
surdos desenvolverem a leitura em um ambiente desafiador e motivador.
Todas as atividades desenvolvidas no decorrer das 32 horas, distribuídas em 8
oficinas, contaram com o aval da professora orientadora e, em especial, com o
acompanhamento da equipe pedagógica responsável pelo projeto na escola, além de
apresentarem coerência com as Diretrizes Curriculares da Educação Especial na
Educação Básica e consequentemente com a Proposta Curricular do Estabelecimento de
Ensino. Procurou-se contribuir com aulas que fossem ao encontro da realidade linguística
dos alunos, que conscientizassem o educando da importância do aprender e o educador
da necessidade de buscar uma formação continuada para melhorar sempre a vida
profissional. Ou seja, o projeto contribuiu para o desenvolvimento de cidadãos mais
críticos e autênticos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho foi verificar dificuldades e desenvolver estratégias para
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leitura da Língua Portuguesa como segunda língua (L2) pelos estudantes surdos do 3º
ano do Ensino Médio. Considerou-se essa temática como sendo o fruto da insatisfação
diante da incompreensão de textos lidos, além do pouco conhecimento lexical envolvendo
a Língua Portuguesa e em alguns casos também a Libras, por parte dos alunos surdos
durante o trabalho acadêmico realizado no Ensino Médio.
Diante disso, as estratégias desenvolvidas e utilizadas para leitura do Português
como L2 para estes estudantes foram com a finalidade de colaborar para o seu processo
de ensino e aprendizagem, bem como, em sua condição pedagógica, visando melhorar a
leitura e consequentemente a escrita, proporcionando mais autonomia neste processo.
Também, procurou-se identificar as dificuldades que esses alunos surdos encontram em
sua escolarização, analisando como vem ocorrendo o ensino de Língua Portuguesa para
os estudantes surdos, em especial na inclusão do Ensino Médio.
Com as atividades desenvolvidas, buscou-se alternativas de trabalho para o ensino
da Língua Portuguesa para alunos surdos, tendo em vista serem várias as dúvidas que
permeiam a atual proposta de educação de surdos que está voltada a uma educação para
o bilinguismo, ou seja, a Libras como primeira língua e a Língua Portuguesa como
segunda.
Pôde-se concluir que as atividades foram desenvolvidas com êxito, alcançando os
objetivos propostos e tornando visível diferentes possibilidades de continuar esse
processo, no sentido de melhor conduzir esses alunos em seu desenvolvimento
acadêmico, pessoal e profissional.
Em se tratando da leitura em Língua Portuguesa, constatou-se, no decorrer deste
trabalho, que: a) as várias possibilidades de trabalho com uma leitura sistematizada pode
certamente cooperar para minimizar a falta de conceitos e conhecimentos de
vocabulários; b) o conflito estabelecido entre falar em uma língua e ler e escrever em
outra pode ser trabalhado a partir da função social das línguas em questão; c) que a
descoberta da funcionalidade linguística poderá também ser um facilitador no processo
que envolve a aquisição da leitura e escrita do Português.
Esse trabalho também veio colaborar para que os profissionais se sintam
motivados a desenvolver atividades que tornem os alunos participantes e ativos,
mostrando que são capazes de contribuir nos seus espaços como cidadãos
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conhecedores de suas capacidades e habilidades. A sociabilidade da linguagem permite
essa a interação, pela linguagem ter função social e permitir que o surdo entenda, através
do domínio das duas línguas a sociedade onde vive.
Vale dizer ainda que, os professores participantes do GTR contribuíram de forma
significativa no desenvolvimento das atividades, pois os mesmos deram opiniões e
relataram experiências já realizadas, incentivando cada vez mais a busca por pesquisas
para o desenvolvimento do trabalho.
REFERÊNCIAS
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