os desafios da escola pÚblica paranaense na … · implorou por um pouco de milho para salvar a...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Título: Letrando com fábulas
Autor: Bernadete Fátima da Silva Alves
Disciplina/Área:
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Antônio Martins de Melo E.F.M.
- Ibaiti -Pr
Município da escola: Ibaiti – Pr
Núcleo Regional de Educação: Ibaiti – Pr
Professor Orientador: Professora Dra. Marilúcia dos Santos Domingos
Striquer
Instituição de Ensino Superior: UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná
– Campus Jacarezinho
Relação Interdisciplinar:
Resumo:
O presente material didático deseja desenvolver
nos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, por
meio de práticas pedagógicas de letramento, o
aprimoramento da capacidade de leitura e escrita
do gênero discursivo/textual fábulas. Para o
desenvolvimento das atividades em sala de aula,
definiu-se pela elaboração e implementação de
Sequências Didáticas, que é um conjunto de
atividades voltadas para ensino e a aprendizagem
dos gêneros textuais, permitindo que o processo
ocorra de maneira organizada e sistemática.
Estruturalmente, a sequência didática, se organiza
da seguinte maneira: Apresentação da situação,
momento em que o gênero textual fábulas será
apresentado aos alunos. Em seguida, se realiza as
oficinas, onde a estrutura, a interpretação, e a
análise linguística-discursiva das fábulas serão
aprofundadas. As oficinas terão como objetivo, a
preparação do aluno para a produção final de
fábulas que serão, posteriormente, apresentadas à
comunidade escolar.
Palavras-chave:
Letramento. Gêneros Discursivos/Textuais.
Fábulas.Sequência Didática.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
AS FÁBULAS
Entre professores:
Professor, a proposta deste material didático é trabalhar o gênero textual fábulas na prática
pedagógica do letramento. A DCE de língua portuguesa nos orienta que “é tarefa da escola
possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a
escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação” (PARANÀ,
2008, p. 48), desta forma, o gênero textual fábula será o eixo organizar desta unidade.
Para o trabalho em sala de aula, apresentaremos uma sequência didática, que é “um conjunto de
atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou
escrito” (DOLZ; NOVERRAZ; SCHEUWLY, 2004, p. 97).
Ao escolher o gênero fábula houve a intenção de respeitar a ludicidade presente nos alunos do 6º
ano, pois as fábulas têm características literárias e ficcionais, seus personagens são animais que se
comportam como seres humanos, com virtudes e defeitos que serão questionados e discutidos,
mesclando comédia, drama e ensinamentos. Segundo Satim (2008), é importante ensinar,
brincando.
Esperamos que esta unidade didática possa ser um acréscimo à sua prática pedagógica.
Querido aluno, você sabe o que é uma fábula? Você conhece alguma fábula? Você sabe para
que serve a fábula? (finalidade deste gênero). Conhece as características que formam uma fábula e
as que formam as personagens? Quais os assuntos presentes nas fábulas? Vamos relembrar ou
conhecer algumas fábulas?
Antes, vamos dar a você uma dica importante sobre as fábulas: elas sempre apresentam uma
“moral da história”.
Professor, selecione algumas fábulas para a realização da seguinte atividade:
1.1 Distribuir, aleatoriamente, parte narrativa de diversas fábulas para metade da sala e a parte
dissertativa, a moral da história, para a outra metade da turma. Em seguida, solicitar que cada aluno
leia a parte narrativa, de forma que após a leitura da narração se descubra a sua moral da história,
formando duplas.
1.2 Após a formação das duplas, apresentar as diversas fábulas de Esopo, para leitura em dupla, de
forma que as fábulas circulem entre todos os alunos.
1.3 Em seguida apresentar trechos de filmes e reproduções de propagandas comerciais construídos
a partir das características das fábulas.
É hora de conhecermos mais profundamente as fábulas, sua histórias,
algumas fábulas clássicas e algumas modernas, vamos lá?!!
Conceituando o gênero fábula
A fábula é um gênero textual formado predominantemente pela narrativa, mas que se difere
de outros textos narrativos, pois na fábula os personagens são animais com características humanas,
vivendo conflitos próprios dos seres humanos, com atitudes, virtudes e defeitos, possibilitando
questionamentos acerca dos valores presentes na sociedade. Uma outra característica da fábula é o
seu desfecho, formado pelo que se chama de “moral da história”, que pode vir em forma de
provérbio ou aforismo, assumindo uma estrutura argumentativa, pois tem a clara intenção de
persuasão.
Sugestão de filmes:
-Vida de Inseto http://www.youtube.com/watch?v=m-YkiPAYivY
-Marmaduke http://www.youtube.com/watch?v=zJIIvX6GXec
-Propaganda da Cofap http://www.youtube.com/watch?v=s8OAgqAKr9k
As fábulas pertencem à esfera literária e ficcional, e seus temas são universais, retratando a
sabedoria popular, enfocando as relações entre o homem e a natureza, as relações interpessoais
(defeitos, paixões e virtudes), levando o leitor à reflexão, visto que, conforme Satim (2008), têm
sempre a intenção de ensinar, aconselhar, convencer, divertir ou criticar.
Não se pode afirmar, com certeza, quando as fábulas surgiram, nem quem as inventou,
conta-se que foram criadas por um escravo, chamado Esopo (figura supostamente lendária), que
teria vivido no século VI a.C., na Grécia antiga. Na época, as históricas eram escritas com a
intenção de criticar os costumes da sociedade, e as atitudes de pessoas poderosas, mas para não ser
reprimido por tais pessoas, Esopo se utilizava de animais como personagens de suas histórias.
Mesmo assim, embora não se possa comprovar, ele teria sido atirado de um penhasco por pessoas
irritadas com suas críticas.
As fábulas passaram, então, a ser recontadas, por séculos, até que o francês Jean de La
Fontaine, nos anos de 1600, criou algumas novas e reescreveu as de Esopo. No Brasil, não podemos
esquecer de mencionar José Bento Monteiro Lobato, que traduziu e recontou várias fábulas,
adaptadas para os personagens do Sítio do pica-pau amarelo.
Mãos à obra: A partir de agora você aprenderá interpretar e produzir fábulas. Ao final deste
nosso trabalho, as fábulas da sala toda serão reunidas em um livro, que será apresentado à
comunidade escolar e fará parte do acervo de nossa biblioteca. Assim outros leitores da escola
poderão ler as fábulas que vocês escreverem. Agora duas versões de uma fábula, vamos lá!!!
MÓDULO I
Fábula I A formiga e a cigarra
Uma escura manhã, quando já não faltava muito para o inverno, a terra despertou e viu-se
recoberta por uma geada branca como a neve. Sob esse manto prateado, tudo parecia imóvel e sem
vida; mas bem no fundo, no meio da entrelaçada erva rasteira, uma colônia de formigas estava
muito ocupada. Indo e vindo pelas sinuosas avenidas de seu reino minúsculo, elas traziam os seus
grãos de milho para arejá-los em montinhos e com isso conservá-los para o sustento durante os dias
frios e cruéis que estavam por vir.
Enquanto as formigas trabalhavam, uma cigarra, que por acaso sobrevivera ao verão e que
agora estava quase morta de frio e fome, aproximou-se delas. Tiritando, e com grande humildade,
implorou por um pouco de milho para salvar a vida.
As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que as
companheiras, virou-se para a cigarra:
- O que foi que você fez durante o verão? - perguntou, em tom nada amistoso.
A cigarra tiritou ainda mais. Se tivesse um casaco, tê-lo-ia apertado à volta do corpo.
- Ah, minha senhora – sussurrou, ainda mais humildemente -, passei um verão muito alegre
e agradável, cantando e dançando! Não me achava preguiçosa, mas nem por um instante pensei no
inverno.
A voz da cigarra sumiu num queixume, enquanto as pernas longas e congeladas do bichinho
cediam um pouco mais.
- Se é assim – retrucou a formiga, rindo e arrumando o celeiro -, tudo o que posso dizer é
isto: já que cantou o verão inteiro, agora cante o inverno inteiro também!
Figura1http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/
Quem cedo madruga, Deus ajuda!
Esopo: Fábulas de Esopo. São Paulo, Círculo do Livro S/A, 1984.
Figura 2http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/
Fábula II A Formiga Boa
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava
quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer
as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam
o dia cochilando nas tocas.
A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou
socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu – tique,
tique, tique.
Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
- Que quer? - perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu …
A formiga olhou-a de alto a baixo.
- E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você quem cantava nessa árvore enquanto
nós labutávamos para encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos
proporcionou. Aquele chiado nos distraia e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter
como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.
Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da humanidade.
Lobato, M: Fábulas. São Paulo, Globinho, 2008.
Entre professores
Vamos, agora, iniciar o estudo do texto com outra brincadeira.
Sorteie, entre os alunos, nomes de diversos animais. Cada aluno vai ficar com o nome de um
animal. Forme duplas, um aluno da dupla vai estabelecer características (comportamento, atitudes
dos animais que poderiam ser atribuídos aos seres humanos) para o animal de seu parceiro, e vice-
versa.
As caracterizações serão apresentadas à turma e deverão ser anotadas na lousa e transcritas no
caderno, de forma que todos os alunos as tenham, assim ficará mais fácil decidir as personagens, no
momento da produção textual.
Estudo dos textos
Atividades
1 - Quais são as personagens destas fábulas?
A cigarra e a formiga.
Figura 1Prod pessoal - LogoMaker
2 - Qual a principal diferença entre as personagens de outras narrativas e as das fábulas? Converse
com seu colega e respondam o porquê desta diferença.
Importante que o aluno perceba que as personagens são animais que tem atitudes e comportamentos
humanos.
3 - Essas duas fábulas se referem realmente a animais ou esses animais representam
comportamentos humanos?
A animais que representam comportamentos humanos.
4 - Na sua opinião, qual o(s) tema(s) (problemas de comportamento/caráter humano) abordados
nesses dois textos?
Pode-se discutir vários problemas, a relação trabalho e lazer, trabalho e ociosidade, preconceito com
relação às profissões artísticas, a visão de trabalhar para acumular riquezas...
5 - Sabendo que nas fábulas os animais representam as atitudes humanas, é correto afirmar que, de
acordo com o autor, as atitudes da formiga na fábula I revelam:
( a ) O trabalho e a compreensão.
X ( b ) O trabalho e a intolerância.
( c ) O trabalho e o acolhimento.
( d ) O trabalho e a alegria.
6 - Sabendo que nas fábulas os animais representam as atitudes humanas, é correto afirmar que, de
acordo com o autor, as atitudes da formiga na fábula II revelam:
( a ) O trabalho e a economia.
( b ) O trabalho e a avareza.
X ( c ) O trabalho e a compreensão.
( d ) A trabalho e a intolerância.
7 - E quanto à cigarra e suas atitudes, respectivamente, nas fábulas I e II, é correto afirmar que, de
acordo com o autor, revelam:
X ( a ) Desequilíbrio e dons artísticos
( b ) Tristeza e equilíbrio
( c ) Alegria e desequilíbrio
( d ) Equilíbrio e tristeza
8 - Analisando a forma como a cigarra foi tratada pela formiga nas fábulas I e II, qual a diferença
que se pode perceber?
É importante discutir a diferença da formiga, na fábula I ela se mostra insensível, intolerante,
pensando somente no trabalho e na economia, tratando os dons artístico da cigarra como
vagabundagem.
Já na fábula II, percebemos que há equilíbrio entre o trabalho e o lazer, a formiga respeita a arte da
cigarra e se solidária nas suas necessidades.
9 - De acordo com a fábula I a formiga achava que a cigarra:
( a ) Trabalhava muito
( b) Economizava bastante
X ( c ) Só pensava em se divertir
( d ) Cantava muito bem
10 - Na fábula II, entretanto, a formiga achava que a cigarra era:
( a ) Alegre
( b) Esforçada
X ( c ) Artista
( d ) Distraída
11 - Vamos relacionar os textos com a nossa realidade, hoje, quem seria a formiga no texto I e no
texto II? E a cigarra?
Levantar hipóteses, mas a formiga pode ser qualquer profissional, pois depende de como é a relação
do indivíduo com o seu trabalho.
Já a cigarra é uma artista, mas será que só os artistas que não se preparam para o inverno ( as
adversidades)?
E hoje como é a vida dos artistas, eles são desorganizados profissionalmente?
12 - O trabalho da formiga é importante?
Orientar para a importância de todo tipo de trabalho/profissão.
13 - O que você pensa do trabalho da cigarra?
Orientar para a importância de todo tipo de trabalho/profissão.
14 -Qual o propósito da produção desses textos? Justifique.
As fábulas foram produzidas com a intenção de criticar as atitudes e comportamentos dos
poderosos, os animais eram usados como personagens para evitar repreensões.
15 - Situando as fábulas no tempo, é possível afirmar com certeza quando elas foram escritas?
Levante hipóteses e as justifique com elementos dos textos.
Não é possível precisar o tempo, mas no texto se percebe que foi na primavera e no inverno, pelos
verbos( despertou, sumiu, houve, tinha), podemos afirmar que foi no passado.
16 - Para quem estes textos foram produzidos?
Eles foram produzidos para a sociedade da época, destinados, especialmente, aos poderosos.
17 - E hoje, as fábulas são destinadas para quem? Para pessoas de que idade? Por quê?
Hoje as fábulas são destinadas a pessoas de todas as idades, pois todos temos atitudes que podem
ser questionadas.
18 - Como será que esses textos circularam na época em que foram produzidos?
As fábulas foram contadas de geração em geração, até serem escritas.
19 - E hoje, qual é o veículo de circulação dessas fábulas? Esta informação deve estar presente no
texto da fonte de cada uma das fábulas.
As fábulas, hoje, circulam por meio de livros literários, nos textos da fonte de cada fábula, deve
conter o nome da obra, autor, editora e ano da publicação.
ESTRUTURA TEXTUAL
1 - As fábulas são consideradas narrativas, você sabe o porquê?
As fábulas são narrativas, pois possui um enredo(história), um lugar onde acontece, quando
acontece(tempo), as personagens, um narrador e um desfecho(final) da história.
2 - Comparando as fábulas com outras histórias, ela é uma narrativa longa ou breve?
As fábulas são narrativas breves, em comparação a romances, novelas, contos de fadas.
Veja que o último trecho da fábula I e da fábula II, o que acontece com todas as fábulas, não podem
ser considerados como uma sequência narrativa, porque não fazem mais parte do que vem sendo
contato no texto. Estes trechos, chamados de “Moral da história”, são, na verdade, sequências
dissertativas, pois apresentam uma opinião a respeito do assunto tratado no texto.
3 - Qual é a moral da história da fábula I e da fábula II?
Fábula I – Quem cedo madruga, Deus ajuda.
Fábula II - Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da humanidade.
4 - Explique a moral da história dos textos I e II.
Fábula I – Quando trabalhamos desde cedo, Deus nos ajuda e nos tornamos prósperos.
Fábula II – O trabalho dos artistas é tão importante quanto todos os outros.
5 - Você concorda com a moral da história da fábula I? Por quê?
É importante discutir as questões sociais e econômicas, a relação trabalho e dinheiro. Nem sempre
os que levantam cedo, são os mais bem sucedidos.
Discutir, também, a questão da ajuda Divina, levar o aluno ao questionamento, não aceitando a
moral da história como verdade absoluta.
6 - E da fábula II? Por quê?
Refletir sobre o trabalho artístico, como era visto? E hoje o que mudou?
7 - Na nossa sociedade temos profissões mais e outras menos valorizadas, o que você acha disto?
Neste momento é necessário enfatizar o valor das profissões, ir além das questões financeiras.
Narrativa: sequência textual
onde se conta acontecimentos
reais ou ficcionais organizados
numa sequência temporal.
com encadeamentos de fatos.
8 - Qual profissão você considera a mais valorizada, hoje, na sociedade? Por quê?
A resposta é pessoal, mas devemos analisar as atitudes da sociedade, o que ela considera profissão
mais valorizada.
9 - E qual a menos valorizada? Por quê?
A resposta é pessoal, mas devemos analisar as atitudes da sociedade, o que ela considera profissão
menos valorizada.
MÓDULO III
10 - Que outra moral da história poderia ser aplicada no texto I e no texto II? Para responder a esta
estão, antes, realize a pesquisa indicada a seguir:
Entre professores:
- Levar para a sala de aula uma coletânea de fábulas.
- Formar pequenos grupos (máximo 4 alunos).
- Solicitar que os alunos escolham uma fábula e mudem a moral da história, a partir de provérbios
criados pelos alunos (a partir dos pesquisados), desconstruindo o final.
- Cada grupo apresenta seu trabalho em um varal ou mural na sala.
Pesquise alguns ditados
populares, provérbios e
aforismos para trazer para
a sala.
Ditados populares, provérbios
e aforismos: São sentenças
breves que geralmente contém
um preceito moral.
MÓDULO IV
ESTRUTURA linguística
Entre professores:
A proposta desta seção é o desenvolvimento das capacidades linguístico-discursivas. Reflita com
os alunos as relações de sentido estabelecidas entre os elementos gramaticais e o texto.
FÁBULA III A TARTARUGA E A LEBRE
Certo dia uma lebre topou com uma tartaruga e ao ver como ela andava devagar, caiu na
risada e fez muita troça.
- Como você é lenta e desajeitada – disse a lebre. - É tão desengonçada, andando com essa
sua concha pesada, que até admira que consiga chegar a algum lugar.
A tartaruga deteve-se na estrada poeirenta, levantou a cabeça, virou-se para a lebre e sorriu.
- Então vamos apostar uma corrida – disse ela – Na hora que você escolher. Aposto dez
moedas por dez quilômetros.
A lebre se pôs a dar pulos, toda animada.
- O que? Dez moedas? Podemos começar agora mesmo? Só dez quilômetros?
E sem esperar pela resposta da tartaruga, disparou pela estrada.
A tartaruga saiu atrás, com toda a lentidão. Sem olhar para trás nem para os lados, foi
seguindo a passo firme e regular pela estrada.
Num instante, a grande velocidade da lebre deu-lhe uma grande dianteira, e ela, rindo
consigo, virou-se para ver a que distância se encontrava a tartaruga. Não conseguiu avistá-la, e,
como estava um pouco cansada e achou que um descanso seria muito agradável, acomodou-se ao
lado de uma placa da estrada, para tirar uma soneca.
- Vou dormir um pouco – disse ela. - Tenho muito tempo, e se a minha vagarosa amiga
passar por aqui enquanto eu estiver dormindo, eu acordo, alcanço-a, e ainda assim venço a corrida
com facilidade.
A tartaruga, enquanto isso, ia avançando, e depois de muito, mas muito tempo, chegou à
placa da estrada, embaixo da qual a lebre roncava sonoramente. A tartaruga não parou. Sem hesitar,
foi em frente, levando às costas o seu grande casco, rumo ao distante marco de chegada.
A lebre, muito confiante na própria vitória, dormiu a sono solto ao sol. Quando finalmente
acordou, já era noite: ela tinha dormido demais! Piscou, pôs-se de pé com um pulo, olhou de um
lado e outro e saiu em disparada. Embora corresse mais rápido do que o vento, não conseguiu
alcançar a tartaruga. Quando atingiu o marco de chegada, a tartaruga já estava lá, sorrindo
calmamente consigo mesma.
Devagar se vai ao longe.
Esopo: Fábulas de Esopo. São Paulo, Círculo do Livro S/A, 1983.
1 - No texto I pinte de vermelho o discurso( fala) do narrador, de azul o da tartaruga e de amarelo o
da lebre.
Entre professores:
Antes da realização da atividade 6.2, é importante explicar a paragrafação nos textos.
2 - Vamos, agora, contar, quantos parágrafos temos no texto “A tartaruga e a lebre”?
6.3 Trabalhando a oralidade:
Leia, atentamente, o texto “A tartaruga e a lebre” e observe:
Os sinais de pontuação.
Quais você conhece?
Quando utilizamos?
Como Utilizamos?
MÓDULO V
DISCURSO DIRETO
DISCURSO INDIRETO
3 - Observe os parágrafos abaixo do texto A Tartaruga e a Lebre:
- Como você é lenta e desajeitada – disse a lebre. - É tão desengonçada, andando com essa
sua concha pesada, que até admira que consiga chegar a algum lugar.
A tartaruga deteve-se na estrada poeirenta, levantou a cabeça, virou-se para a lebre e sorriu.
- Então vamos apostar uma corrida – disse ela – Na hora que você escolher. Aposto dez
moedas por dez quilômetros.
A lebre se pôs a dar pulos, toda animada.
- O que? Dez moedas? Podemos começar agora mesmo? Só dez quilômetros?
E sem esperar pela resposta da tartaruga, disparou pela estrada.
a) No trecho acima, foi utilizado o discurso direto, reescreva esse trecho do texto utilizando o
discurso indireto.
No discurso direto aparece as
falas das personagens, que é
marcada por um travessão e o
pensamento é marcado pelo uso
das aspas.
No discurso indireto temos o
narrador contando os fatos, sem
aparecer as falas da personagem
A tartaruga, enquanto isso, ia avançando, e depois de muito, mas muito tempo, chegou à
placa da estrada, embaixo da qual a lebre roncava sonoramente. A tartaruga não parou. Sem hesitar,
foi em frente, levando às costas o seu grande casco, rumo ao distante marco de chegada.
A lebre, muito confiante na própria vitória, dormiu a sono solto ao sol. Quando finalmente
acordou, já era noite: ela tinha dormido demais! Piscou, pôs-se de pé com um pulo, olhou de um
lado e outro e saiu em disparada. Embora corresse mais rápido do que o vento, não conseguiu
alcançar a tartaruga. Quando atingiu o marco de chegada, a tartaruga já estava lá, sorrindo
calmamente consigo mesma.
MÓDULO VI
SUBSTANTIVOS
4 - Dê um nome próprio à lebre e à tartaruga.
A lebre se chamará: Resposta Pessoal
A tartaruga se chamará: Resposta Pessoal
Conversa com o aluno:
Como você escreveu o nome da formiga e da cigarra? Veja todos os nomes próprios devem,
obrigatoriamente, começar com letra maiúscula, reveja como você escreveu e se necessário corrija.
São palavras que dão nomes pessoas,
objetos,lugares, sentimentos, ações....
MÓDULO VII
ADJETIVOS
5 - Após reler o texto, preencha a tabela com os adjetivos da lebre e da tartaruga.
LEBRE
Animada, confiante, rápida.
TARTARUGA
Devagar, lenta, desajeitada, desengonçada, pesada, vagarosa, calma.
6 - Se você fosse o(a) autor(a) dos textos, que outros adjetivos acrescentaria às personagens a
tartaruga e a lebre.
TARTARUGA
Resposta pessoal.
LEBRE
Resposta pessoal.
7 – Pelos adjetivos que caracterizam a lebre no texto, podemos afirmar que:
( a ) Todas as lebres são rápidas, por isso ignoram os outros animais
( b ) Todas as lebres são rápidas, desta forma podem desafiar todos os animais.
X ( c ) Todas as lebres são rápidas, mas esta menosprezava os outros animais
( d ) Todas as lebres são rápidas e vencem todos os animais.
São palavras que atribuem características aos
substantivos, modificando-os.
IRONIa
8 - A ironia presente no texto, A tartaruga e a lebre, está no fato:
X ( a ) A tartaruga venceu pela demasiada confiança da lebre.
( b ) A tartaruga venceu porque a lebre achou melhor descansar.
( c ) A tartaruga venceu, pois algumas são mais rápidas do que as lebres.
( d ) A tartaruga venceu, já que eram só de dez quilômetros.
MÓDULO VIII
9 - Leia estes parágrafos retirados do texto A tartaruga e a lebre.
Certo dia uma lebre topou com uma tartaruga e ao ver como ela andava devagar, caiu na
risada e fez muita troça.
- Como você é lenta e desajeitada – disse a lebre. - É tão desengonçada, andando com essa
sua concha pesada, que até admira que consiga chegar a algum lugar.
A tartaruga deteve-se na estrada poeirenta, levantou a cabeça, virou-se para a lebre e sorriu.
a) Observe o uso das palavras uma e a, agora levante hipóteses, porque o autor utilizou uma e
depois a lebre?
Ao utilizarmos uma não definimos a qual lebre ou tartaruga nos referimos, pode ser qualquer lebre
ou qualquer tartaruga. Ao contrário o a mostra definição, sabemos exatamente qual é a lebre e qual
é a tartaruga.
b) E se fosse cachorro no lugar de tartaruga, como ficaria o texto? Que palavras você usaria no
lugar de uma e a ?
Um cachorro e o cachorro.
c) Que mudanças você percebeu usando a palavra cachorro no lugar de tartaruga?
Muda o gênero, de feminino para masculino.
ARTIGO
Palavras que acompanham os substantivos, a fim
de defini-los ou indefini-los, particularizá-los ou
generalizá-los.
É algo que afirma o contrário
daquilo que se quer dizer,
daquilo que se pensa.
MÓDULO IX
10 – Leia as frases a seguir, observe as palavras destacadas e, em seguida, associe as colunas:
( A ) Você é lenta e desajeitada.
( B ) Embora corresse mais rápido do que o vento.
( C ) A lebre era rápida e ficou lenta.
( D ) Ventou muito durante a corrida entre a tartaruga e a lebre.
( E ) A lebre gostaria de vencer a corrida.
Em qual frase a palavra em destaque indica.
( B ) Uma ação
( D ) Um fenômeno da natureza
( C ) Uma mudança de estado
( A ) Um estado
( E ) Um desejo, uma vontade
VERBO
Os verbos são palavras que podem indicar
ação, estado, mudança de estado, fenômeno da
natureza, desejo.
mÓDULO X
FÁBULA IV A RAPOSA E A GRALHA
O crocitar das gralhas enchia os ares enquanto elas cortavam os céus rosados, voando para a
frente e para trás, numa nuvem negra, rumo a seus lares desarrumados no alto das árvores.
Eram comandadas por uma ave velha e grisalha, cuja palavra era lei; atrás dela seguiam
outros membros mais velhos da família; por último iam as gralhas mais jovens, que tinham nascido
na primavera. Estas eram aves impacientes, orgulhosas de suas asas jovens e fortes e de sua voz
gutural. Bem atrás delas todas, separada das demais, voava a mais presunçosa das jovens gralhas.
Não tinha necessidade de apressar-se, pois estava certa de que poderia alcançar facilmente o
bando, no momento em que quisesse. E enquanto suas asas batiam preguiçosamente no céu do
anoitecer, seus olhos brilhantes avistaram a janela aberta de uma casa lá embaixo, e ela resolveu
investigar.
Voando ao lado da janela, a gralha ficou encantada ao ver uma mesa na sala, coberta de
comidas deliciosas. Virando-se desajeitadamente, ela voltou, baixou o voo, entrou pela janela e
arrebatou um grande pedaço de carne. Com o coração batendo de entusiasmo, a gralha voou com o
seu prêmio para um pequeno pinheiral que havia ali perto. A carne estava pesada, e a ave, sem
fôlego, acomodou-se num galho confortável, com os olhos faiscando de satisfação e gula.
Um raio do sol poente passou por entre os galhos das árvores e foi bater numa coisa marrom
e peluda que se encontrava entre as agulhas de pinheiro e a folhagem ao pé da árvore. A mancha
marrom avançou silenciosamente, e, à claridade rosa o crepúsculo, surgiu uma raposa.
Era muito cedo para a raposa sair para as caçadas noturnas, mas ela estava com muita fome,
depois de haver dormido a maior parte do dia. Quando olhou para cima e viu a gralha com o
suculento pedaço de carne no bico, sentiu que sua boca se enchia de água e de inveja.
A gralha deu-lhe uma olhada lá de cima, com desdém. Considerava a raposa uma forma
bastante vulgar de criatura. Ora, nem sabia voar.
A raposa concentrou seu olhar no pedaço de carne, enquanto seu cérebro trabalhava rápido e
seus olhos amarelados se iluminavam. Decidiu que ia conseguir aquela carne a qualquer preço.
Queridos alunos!!!
Antes de começarmos a produção final, vamos analisar mais duas fábulas.
Balançou suavemente a bela cauda e passou a língua pelas mandíbulas. Depois sorriu para a gralha
lá em cima e disse, com voz macia:
- Mas que linda visão é essa que estou tendo?
A gralha virou a cabeça de lado e olhou para baixo, sempre com a carne firmemente segura
no bico.
Então ouviu a raposa dizer:
- Não há dúvida de que essas belas aves vieram de um ninho de fadas. São tão lindas e
fortes! E esses olhos, tão suaves de contemplar, tão meigos, são estrelas...
A gralha remexeu-se um pouco e pensou. “Talvez eu estivesse enganada. A raposa parece ser
uma criatura muito elegante e sensata”.
A raposa tomou fôlego e continuou:
Nunca, em todas as minhas viagens, vi postura mais requintada, tamanha dignidade. E que
formas! Certamente até os graciosos cisnes do lago ficariam verdes de inveja se pudessem ver toda
essa leveza de fada!
A gralha envaideceu-se toda, mas continuou segurando a carne com força. Estava ardendo
de vontade de ouvir mais, e aguardava, ansiosa. A raposa prosseguiu:
- Que bico liso, que pés delicados! Essa deve ser a gralha maravilhosa de que tanto tenho
ouvido falar.
A gralha deu um passo à direita, outro à esquerda, sempre segurando a carne. A raposa,
então sussurrou:
- Se ao menos ela pudesse cantar como os rouxinóis! Mas, é claro, com toda essa beleza ela
provavelmente não sabe cantar. Que lástima! – E suspirou. – Se soubesse cantar, na certa seria a
rainha delas todas!
A gralha, jovem e presunçosa, já não conseguia conter-se. Chegou à conclusão de que a
raposa era um exemplo de bom gosto. Precisava mostrar-lhe que tinha uma voz absolutamente tão
bonita quanto suas formas e sua cor. Simplesmente não podia continuar calada. E abriu o bico mais
que pode:
- Có! Có!Có! – crocitou ela, emitindo o som mais horroroso que já se ouviu.
Do pé da árvore subiu um repentino latido de animação, quando o pedaço de carne
sumarenta caiu no chão. A raposa pulou imediatamente em cima dele e agarrou-o com suas fortes
mandíbulas. Saiu em disparada, e a gralha se pôs a gritar, furiosa:
- Có! Có! Có! Sua ladra malvada! Devolva a minha carne! Có! Có! Ladra malvada!
Mas, apesar de todos os seus rogos, a raposa não voltou.
O adulador quase sempre tem segundas intenções.
Esopo: Fábulas de Esopo. São Paulo, Círculo do Livro S/A, 1983.
FÁBULA V O GALO QUE LOGROU A RAPOSA
Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore.
A raposa, desapontada, murmurou consigo: “Deixe estar, seu malandro, que já te curo!...” E em voz
alta:
- Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e
cordeiro, gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos andam agora aos beijos
como namorados. Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor.
- Muito bem! – exclamou o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que beleza vai
ficar o mundo, limpo de guerras, crueldade e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa,
mas... como lá vêm vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que também eles tomem parte
na confraternização.
Ao ouvir falar cachorro, Dona Raposa não quis saber de histórias, e tratou de pôr-se ao
fresco dizendo:
- Infelizmente, amigo Có-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica
para outra vez a festa, sim? Até logo.
E raspou-se.
Contra esperteza, esperteza e meia.
Lobato, M: Fábulas. São Paulo, Globinho, 2008.
Produção final
Figura 2Prod pessoal - LogoMaker
Continuando a conversa com os alunos...
Percebam que mesmo usando a mesma personagem, no caso a raposa (com seu
comportamento e atitudes, como já estudamos), os autores mudam o enredo (a história) e
seu desfecho( o final).
Assim deve ser a sua escrita, escreva livremente.
Escolha as personagens, no caso das fábulas, animais.
Dê aos animais características (atitudes e comportamentos humanos).
Crie uma história (enredo), como os fatos aconteceram.
Quando aconteceram (tempo).
Onde aconteceram (lugar).
Lembre-se que as fábulas são narrativas breves.
Termina com uma moral da história, que pode ser um provérbio, aforismo ou ditado
popular.
ALUNOS:
AGORA É COM VOCÊS!!
É HORA DE PRODUZIR SUAS FÁBULAS.
BOM TRABALHO!!!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003
DOLZ, J; SCHNEUWLY, B; NOVERRAZ,M. SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ORAL E A
ESCRITA: APRESENTAÇÃO DE UM PROCEDIMENTO, ROJO, R; CORDEIRO, G.S.(orgs).
In: GÊNEROS ORAIS E ESCRITOS NA ESCOLA. Campinas, SP: Mercado de Letras,2004.
ESOPO. Fábulas de Esopo. São Paulo: Círculo do Livro S.A, 1983.
KLEIMAN, A.B. Preciso ensinar o letramento? Não basta ensinar a ler e a escrever?
Cefiel/IEL/Unicamp, 2005-2010.
LOBATO, M. Fábulas. São Paulo: Globinho, 2007.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa para os Anos
Finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba, 2008.
SATIM, M.B. Contrariando o desfecho da fábula. Cadernos PDE. Alto Paraná, 2008.
SOUZA,C.G; CAVÉQUIA M.P. Linguagem Criação e Interação: 6º ano. São Paulo: Saraiva,
2009.