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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE RESISTÊNCIA CONTRA A REPRESSÃO DA DITADURA NO PERÍODO EM TORNO DE 1968 A 1979

SOUZA, Rosangela1 PEREIRA, Marco Aurélio Monteiro2

RESUMO Este trabalho se justifica no estudo para conhecimento e compreensão de como a música foi utilizada como instrumento de resistência contra a repressão durante o período da Ditadura militar no Brasil. Contém referências teóricas básicas sobre este período, relato e resultados da implementação do projeto no Colégio Estadual Maria das Graças C. Di Mário, município de Imbaú, através de atividades que buscam despertar a reflexão, comunicação, formação de opinião e motivação nos alunos, através da análise de canções produzidas durante a ditadura militar, fazendo com que os alunos percebam que as informações contidas nos relatos dos meios convencionais não são os únicos registros capazes de contar uma história, levando os alunos a perceberem que as manifestações populares, não só no Brasil, mas em diversas as partes do mundo, foram utilizadas contra toda e qualquer forma de repressão e/ou manipulação por parte dos governos. E também informações e resultados do processo de interação virtual entre os Professores PDE e os demais professores da Rede Pública Estadual, através do Grupo de Trabalho em Rede – GTR. Palavras-chave: Ditadura. Música. Resistência. Repressão.

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, muito se tem debatido o ensino/aprendizagem de História e

como ocorre a produção do conhecimento histórico. Para Siman (2004, p. 83) “a

tarefa do professor é formar alunos capazes de raciocinar historicamente,

criticamente e com sensibilidade sobre a vida social, material e cultural das

sociedades”

Desta forma percebendo que a maior parte dos conteúdos trabalhados em

sala de aula sobre a Ditadura Militar, o trabalho privilegia o discurso dos militares

que determinavam os objetos, as fontes e interpretações que deveriam ser

ressaltadas para exaltar as "qualidades" e “benefícios” que o governo oferecia a

população brasileira, impossibilitando o estudante a introduzir-se no mundo da

História como ator e ao mesmo tempo receptor das informações como elas

1 Professora PDE – 2013. Professora de História, Colégio Est. Tancredo Neves – Ens. F. e Médio, Imbaú, Paraná. 2Professor, Orientador, PDE -2013. UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa.

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realmente são. Assim, este trabalho se justifica pela construção de subsídios para

conhecimento e a compreensão de como a música foi utilizada como instrumento de

resistência contra a repressão naquele período histórico, observando que as

Diretrizes Curriculares da Educação de História (Paraná, 2008) apontam para a

importância de se analisar os elementos constitutivos da contemporaneidade e os

movimentos de contestação no Brasil.

Sendo assim, o presente artigo apresenta a sistematização das atividades

desenvolvidas no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da

Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED/PR), durante os anos de 2013

e 2014, vinculado à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

O trabalho objetiva o uso da música como motivação aos alunos do 3º ano

do Ensino Médio, e como instrumento de reflexão, comunicação e formação de

opinião, através de análise de canções produzidas durante o período da ditadura

militar. Essa ação faz com que os estudantes percebam que as informações

contidas nos relatos dos meios convencionais não são os únicos registros capazes

de contar uma história; leva-os a perceber que as manifestações populares, não só

no Brasil, mas em diversas as partes do mundo, foram utilizadas contra toda e

qualquer forma de repressão e/ou manipulação por parte dos governos; e

possibilitam, desta forma, uma análise da música como espaço de resistência contra

o regime imposto pelos militares no período em torno de 1968 a 1979 no Brasil.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. O Ensino de História em sala de aula

O ensino de história deve possibilitar a formação de consciência crítica sobre

a sociedade e o mundo e a fomentação da cidadania nas novas gerações, porém,

para isso, devemos buscar formas de alcançar tais objetivos através de novos

olhares sobre a da História, uma vez que tais pontos não poderão ser alcançados

através do ensino como ele é atualmente ministrado nas escolas de forma

tradicional.

De acordo com Alegro (In CERRI 2007)

A disciplina de História foi e ainda é justificada no currículo da educação básica como fundamental para a formação da pessoa e do cidadão que consegue compreender, interpretar e atuar. Mas às vezes opera-se na disciplina como se o valor educativo intrínseco aos conteúdos históricos fossem, absorvidos, por um aluno-receptor mediante simples transmissão/memorização. (ALEGRO In. CERRI, 2007, p.17)

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A construção do conhecimento histórico escolar envolve a compreensão de

conceitos básicos, como processo histórico, fato, sujeito e tempo histórico, que

auxiliam o aluno na fundamentação e na formalização desse saber, associando

informações, relacionando e analisando épocas, caracterizando períodos e, ao

mesmo tempo, abstraindo ideias e generalizando imagens. Esses conceitos são

construídos com base em um processo cognitivo e articulado que pressupõe a

mobilização dos conhecimentos prévios dos alunos, o conjunto de representações

que ele já construiu acerca do mundo em que vive, e a elaboração de uma grade de

referências ou de categorias explicativas da realidade social, ou seja, "ensinar

conceitos não é impor o uso abusivo de termos técnicos e definições abstratas nem

de memorização de palavras e de seus significados" (SCHMIDT; CAINELLI, 2004, p.

63).

Esse processo de construção de conceitos exige do professor um trabalho

sistemático de adequação dos mesmos à realidade do aluno e de sua própria

contextualização, pois:

O domínio dos significados dos conceitos depende, consequentemente, do conhecimento de realidades historicamente concretas, ou seja, dominar informações sobre épocas e lugares. As suas dimensões históricas e mutáveis e a sua dependência em relação às realidades específicas solicitam do aluno a identificação dos grupos sociais envolvidos na sua construção e a explicitação dos seus significados (PCN, 1998, p. 83).

Porém, as aulas de História, geralmente, caracterizam-se por serem

estruturadas de forma a inviabilizar a autonomia intelectual dos alunos. Isto ocorre

na medida em que as informações e conteúdos percorrem uma via única dentro da

classe, partindo do professor para os alunos, com, em algumas ocasiões, a

mediação de livros didáticos.

Segundo Bittencourt, “Independente das dúvidas dos alunos e das respostas

dos professores, a História continua a existir nos currículos e a disciplina reformula-

se em textos oficiais e em livros didáticos que crescem em títulos e circulação”

(BITTENCOURT, 2005, p.11).

E este fato não vem sendo alterado ao longo do tempo, uma vez que tanto

os professores quanto os livros didáticos continuam a ser organizados da mesma

forma. Os temas de estudo são rapidamente explicados para, em seguida, iniciar-se

um longo processo de exposição de fatos e acontecimentos que tendem a não ser

absorvidos pelos alunos de forma apropriada.

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O educador assume o papel de emissor e os estudantes de receptores de

um conhecimento supostamente importante, mas que não se verifica enquanto tal

aos olhos dos jovens, e termina por criar uma atmosfera que muitas vezes vemos

descrita nas reclamações de professores.

De acordo com Alegro (In CERRI 2007)

Para que ocorra uma aprendizagem significativa é preciso algo mais que juntar professor e aluno, mais que transmissão da informação para um receptor, pois ela decorre da relação estabelecida entre eles e não apenas da condição e da ação de cada um em separado. (ALEGRO, In. CERRI, 2007, p.19)

O que acabamos tendo em sala de aula são alunos dispersos, que não se

concentram e que desestabilizam o ambiente com brincadeiras e conversas

paralelas aos temas da aula, arrogantes e zombeteiros.

Os professores, por outro lado, completam o quadro com suas também

típicas broncas, ameaças e punições, em um esforço inútil e desgastante de

manutenção de uma postura disciplinar, que encontra como eco, na melhor das

hipóteses, um silencio antinatural, sustentado pela imposição hierárquica, mas,

ainda assim, efêmero.

Em tais situações, críticas muitas vezes, o único elemento que se faz

presente de forma clara é a inadequação dos alunos com relação aos métodos

aplicados pelos professores e dos próprios docentes em relação às demandas dos

estudantes.

De acordo com Schimidt e Cainelli (2004)

Assim, a aula de história é o espaço em que o embate é travado diante do próprio saber: de um lado, a necessidade de o professor ser o produtor do saber, de ser partícipe da produção do conhecimento histórico, de contribuir, pessoalmente, para isso; de outro, a opção de se tornar tão somente eco do que já foi dito por outros. A sala de aula não é apenas o espaço onde se estabelece uma relação em que interlocutores constroem significações e sentidos. Trata-se de um espetáculo impregnado de tensões, no qual se torna inseparável o significado da relação entre teoria e prática, entre ensino e pesquisa. Na sala de aula, evidenciam-se, de forma mais explicita, os dilaceramentos da profissão de professor e os embates da relação pedagógica. Dando ao aluno condições de participar do processo do fazer, do contar e do narrar a história. (SCHIMIDT e CAINELLI, 2004, p.31)

Desse modo, segundo Serrazes (2013), a escola deve ser percebida como

um espaço plural, deve promover, por intermédio de suas disciplinas, em especial da

História, processos educativos que valorizem o diálogo, o respeito à diferença, o

combate à desigualdade e a discriminação e o exercício pleno da cidadania como

caminho para a construção de uma sociedade de identidades e culturas múltiplas.

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Fonseca (2003) coloca que é por meio dos diversos processos,

mecanismos, fontes e atos educativos que compreendemos a experiência humana,

as tradições, os valores, as ideias e as representações produzidas por homens e

mulheres em diversos tempos e lugares.

Desse modo, a incorporação de representações e linguagens do mundo fora

da escola aproxima o saber histórico escolar da vida social e demonstra a

necessidade de dinamizar o processo de ensino e aprendizagem, diversificando as

experiências didáticas e proporcionando aos alunos condições para a construção de

conhecimentos de forma interdisciplinar e interativa.

Nessa perspectiva, de acordo com Serrazes (2013), o professor deixa de ser

o detentor do saber, tornando-se um mediador das relações entre o educando, o

mundo, as suas representações e o conhecimento. Assim, o processo de ensino e

aprendizagem torna-se mais dinâmico e flexível, pois envolve um método de ensino

dialógico que exige uma constante atualização e investigação do docente e uma

interação entre professor e aluno.

2.2 A música como fonte educativa

Pela importância da música e sua influência no comportamento humano,

determinando modos de falar, de agir e de pensar, entende-se que um estudo

sistematicamente organizado dessa manifestação artística trará contribuições para

os trabalhos escolares, auxiliando o processo de ensino/aprendizagem, numa

perspectiva transformadora.

Este estudo, com certeza, contribuirá para que os alunos interajam com seu

mundo e com seus semelhantes, expressando seus sentimentos e demonstrando a

forma como percebem nossa sociedade.

De acordo com Serrazes (2013) a música tornou-se um objeto de estudo e

uma fonte de pesquisa histórica apenas recentemente, pois, nas últimas décadas do

século XX, instigados pelo avanço da indústria cultural e pela dicotomia entre música

popular e erudita, os historiadores e outros estudiosos buscaram compreender a

música como expressão cultural e artística.

Esses estudos, como afirma Bittencourt (2004), estão relacionados a temas

de pesquisa sobre a vida dos trabalhadores, sobre as questões de discriminação

étnica e de gênero e, principalmente, sobre os governos ditatoriais, como o período

varguista e a ditadura militar, a censura e a contraposição entre músicas de protesto,

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ou engajadas, e músicas ditas “alienadas” etc., evidenciando que as potencialidades

dessa linguagem ainda não foram totalmente exploradas, pois a música expressa

uma leque de informação histórica que pode contribuir para a compreensão do

cotidiano e da produção cultural de uma sociedade, até mesmo em seus aspectos

econômicos e políticos.

Rejeitados os métodos tradicionais de se ensinar História, devido à sua

ineficiência em relação ao objetivo de formar jovens investidos de consciência

histórica, devemos refletir, então, sobre quais as formas mais apropriadas de se

alcançar este objetivo.

De acordo com Fiuza (In CERRI, 2004,p. 65)

Vivemos numa sociedade em que sons e imagens invadem diariamente nosso cotidiano. Essa assertiva não tem nada de genial, e muitos professores perceberam nas últimas décadas o grande filão que é o trabalho na sala de aula com as linguagens: cinematográfica, teatral, literária, televisiva e, claro, musical.

Em muitos livros didáticos, as letras de canções são utilizadas para ilustrar

conteúdos, sem levar em conta as simbologias e linguagens figurativas nelas

presentes. Portanto, o professor pode usar diferentes temas musicais para

sistematizar novos roteiros de organização dos conteúdos, inovando as propostas

presentes em nossos livros didáticos. Deste modo, o trabalho com canções

populares alcançará seu objetivo, que é auxiliar o aluno na construção do

conhecimento.

Porém, segundo Fiuza (In CERRI, 2004),

A música não pode ser tomada somente como um texto informativo, ela difere de um texto de jornal ou do livro didático. Para que este tipo de documento seja efetivamente analisado, é necessário que haja uma relação entre o texto e o contexto do mesmo. É importante que se consiga alcançar o sentido da canção, e a maneira como ela está inserida na sociedade.

Ainda sobre a linguagem musical segundo o mesmo autor “não basta

reproduzir um roteiro para que os professores trilhem um caminho previamente

traçado... a mesma deve ser tomada como um texto poético, literário, passível de

uma análise objetiva, mas, também, intuitiva e imaginativa”. (FIUZA In. CERRI, 2004,

p.77)

Além disso, segundo Serrazes (2013), a música envolve o prazer e está

próxima da vivência dos alunos, sendo que sua utilização como recurso didático

capaz de motivar e facilitar a aprendizagem foi defendida por vários estudiosos da

educação.

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Bittencourt (2004, p. 379) afirma que “o uso da música é importante por

situar os jovens diante de um meio de comunicação próximo de sua vivência,

mediante o qual o professor pode identificar o gosto, a estética da nova geração”.

2.3 A Ditadura Militar

No dia 31 de março de 1964, efetivou-se no Brasil o golpe que levou ao

poder os militares.

Ao considerarmos este período, podemos relacionar mudanças que geraram benefícios e também atrasos para o nosso país. Contudo, do ponto de vista do esforço pelo estabelecimento democrático no Brasil, notoriamente o regime militar constituiu um aglutinador de forças que atravancaram o desenvolvimento político. Na medida em que a democracia pressupõe a participação popular ampla nas escolhas internas e defende a soberania nacional, podemos dimensionar que a imposição pela força da vontade política de determinados setores da sociedade sobre todos enfraquece o dinamismo democrático, engessando suas posturas em torno de parte desta sociedade e deixando de contemplar grandes contingentes humanos. (SERRAZES, 2013, p. 94-95)

O ciclo inaugurado em 31 de março de 1964 interrompeu a experiência

democrática deflagrada em 1945, substituindo-a por leis de exceção e um

bipartidarismo produzido artificialmente. Supostamente em defesa da democracia,

dezenas de atos institucionais foram editados e centenas de pessoas tiveram

cassados os seus direitos políticos.

A tática de governo deste período foram os Atos Institucionais, que os

dotavam de poderes não existentes em nossa Constituição. Algumas práticas

autoritárias e repressoras foram decretadas com o Ato Institucional nº 1: eleição

indireta para presidente da República; autorização para caçar mandatos e

suspender direitos políticos; as pessoas perderam todas as garantias

constitucionais. (MACEDO; OLIVEIRA, 1996).

A promulgação do AI-5 em 1968 coroou o fechamento do regime. Enquanto

grupos de esquerda se dispunham ao confronto armado, os militares organizavam

um aparato repressivo jamais visto no país, responsável por difundir a tortura como

"método científico" no combate aos "subversivos". (SERRAZES, 2013)

Passeatas e manifestações de protesto foram contidas com cassetetes,

bombas de gás lacrimogêneo, tanques e assassinatos. Este contexto repressivo tem

sua explicação baseada na “grande sensação de desordem social e política aos

olhos dos militares” (MARTINS, 2005), que se traduziam, ainda, para esta autora, na

“subversão, quebra de protocolos e formalidades e clima de mobilização de

diferentes grupos”. Neste sentido se fazia necessário restabelecer a ordem pública.

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Segundo Serrazes (2013),

De um lado, proliferavam organizações de esquerda (a maioria fruto de cisão com a política de resistência democrática adotada pelo PCB) dispostas ao enfrentamento armado com o regime. De outro, grupamentos paramilitares de ultradireita atacavam qualquer manifestação catalogada por eles como "subversiva". O número de pessoas presas, torturadas, perseguidas e “desaparecidas” não foi pequeno e também não se restringiu a grupos políticos. (SERRAZES, 2013, p. 102)

A partir do golpe militar, segundo Eder Sader, o país passou a ser

governado pela ideologia do terror. Em nome da ordem, e “para promover as

condições para uma nova e prolongada expansão econômica” foram criados os

“inimigos” dos interesses do Brasil: estudantes, professores, operários, jornalistas,

artistas. Qualquer pessoa que manifestasse opiniões contrárias ao governo era

considerada subversiva e passível de ser punida, caçada, torturada, presa. (SADER,

1982).

Neste sentido o Estado assume o papel de organizador da sociedade e cria

a Doutrina de Segurança Nacional e Desenvolvimento, onde centralizou o poder e

controlava a tudo e todos.

Com a instauração do regime militar, redefiniu-se o papel dos sujeitos

históricos. Não havia mais lugar para resistências. A arte, a política, a educação, a

cultura, deveriam seguir a lógica de uma sociedade hierarquizada, onde as diretrizes

a serem seguidas eram ditadas de cima para baixo, sem questionamento, nem

críticas.

Porém, as décadas de 1960 e 1970 representaram para a Música Popular

Brasileira (MPB) um período de intensa criatividade e produção. Novas canções

borbulhavam a cada dia, sendo quase como uma válvula de escape para os

acontecimentos daquele momento.

2.4 A música como instrumento de resistência contra a repressão da ditadura

A música sempre foi utilizada pelo homem como meio de comunicação e

resgate da história das sociedades. Uma das características mais marcantes do

Brasil e de seu povo é a sua cultura e sua música. A música é comunicação.

Portanto, deve ser levada em consideração a partir do momento em que se estuda

uma sociedade, uma época.

Atuando no campo da produção artística muitos movimentos sociais, artísticos e até políticos foram gestores e gestados a partir da resistência aos regimes de força implantados na América Latina a partir dos anos de 1960. É sintomático que muitos artistas tenham se voltado para as questões

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sociais e politicas dos seus países, embora com diferentes perspectivas. É significativo também que esses movimentos, embora florescendo plenamente num duro contexto repressivo, tenham vivido a expectativa de uma verdadeira evolução social (ou, em alguns casos, socialista). Para tais movimentos, a militarização da América Latina representou um duro golpe, mas não o fim da utopia. (DUARTE E GONZALEZ In CERRI, 2007,p.49)

Ao falarmos de Ditadura Militar no Brasil, percebemos quanto nossa

população, de um modo geral, foi alijada do processo político decisório e, até certo

ponto, como ignorava os processos de luta pela democratização, vividos pelos mais

diversos grupos que enfrentaram na pele o cotidiano da falta de liberdade, nas

décadas de 1960, 1970 e 1980. Jovens, políticos, músicos e população em geral,

enfrentaram a ditadura das mais diversas formas possíveis.

De acordo com Pinheiro (2010, p. 10) “sempre que se fala no período do

regime militar instalado no Brasil, principalmente entre os anos de 1964 a 1974, não

se pode deixar de mencionar a música popular brasileira”.

Segundo Duarte e Gonzalez (In CERRI, 2007),

Ao lado da conclamação para a luta (armada ou não) em favor da transformação da realidade, se observava também a inserção de temas que estavam na pauta da produção acadêmica e dos partidos políticos de esquerda, o que fazia dessa música algo bem mais amplo do que simples entretenimento, já que os temas por ela colocados iam muito além da simples exaltação da tradição local ou mesmo do orgulho nacional. Tratava-se de um momento no qual a música latino-americana conseguiu exercer um enorme fascínio dentro e fora do país – vide o grande número de artistas que se apresentavam pela América e Europa antes, e, em alguns casos, mesmo depois dos golpes de estado em seus respectivos países – o que passou a ser percebido tanto pela direita, que não poupou esforços na repressão a tais movimentos, como pela esquerda, que passou a explorar essa música abundantemente, ocasionando a identificação imediata desse gênero à própria causa latino-americana. No Brasil isso aparece expresso, por exemplo, na música Soy loco por ti, América, de Gil e Capinam. A simples evocação à América Latina operava tanto como forma de assumir uma identidade social, como também rejeitar o predomínio de uma outra América, qual seja, a América do Norte, ou em outros termos, seu projeto imperialista para a América Latina. (DUARTE E GONZALEZ In CERRI, 2007,p. 49)

Um meio eficaz encontrado pelos compositores de esquerda, para se opor

ao sistema de cerceamento da liberdade, foi, então, o de elaborar composições

questionadoras do sistema vigente, que jamais admitiu qualquer oposição às

medidas arbitrárias impostas pelos que compunham o poder constituído. A música

popular deixou de ser meramente feita por manifestações artísticas e passou a ser

uma forma de resistência popular contra o autoritarismo dminate.

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Assim, sempre que se fala no período do Regime Militar instalado no Brasil,

principalmente entre os anos de 1968 a 1979, não se pode deixar de mencionar a

música popular brasileira.

Segundo Pinheiro (2010),

A MPB representou, durante aquele período, um dos maiores e mais fortes instrumentos de reflexão, comunicação e formação de opinião numa época que a imprensa estava sujeita à censura prévia, o povo brasileiro sentiu a necessidade de buscar novas formas de expressar e registrar o que sentia. (PINHEIRO, 2010, p. 10)

Entre os anos de 1964 a 1974 o Brasil sofreu a mais dura e terrível fase de

sua história político-social: a violência das prisões e as sombras das torturas

atormentavam a população. Assim, a saída encontrada pelos artistas e por aqueles

mais engajados na luta contra a repressão foi driblar, de todas as formas possíveis,

a censura. Tudo o que não poderia ser dito pela imprensa, artistas e compositores

passaram a dizer nas letras de suas músicas. A MPB começa a se mostrar como

grande intérprete das coisas do Brasil. (PINHEIRO 2010)

A análise das letras das músicas produzidas pelos artistas brasileiros

durante o período mais arbitrário da ditadura militar faz com que se perceba com

clareza que as informações, contidas nos relatos dos meios convencionais, não são

os únicos registros capazes de contar uma história, principalmente àquelas gerações

que vêm depois do período em questão.

As canções – e principalmente a chamada MPB – passaram a servir como

modo de participação popular na discussão política. De maneira para registrar a

indignação, a MPB acabou por registrar mais que isso: passu a compor a história do

país em versos de músicas. A MPB foi, segundo Worms e Costa (2002), fator

determinante na “demarcação das posturas ideológicas” durante o regime militar.

Assim, o estudo da MPB como forma de resistência deixa claro que

determinado segmento da música brasileira e seus intérpretes utilizou-se, sim, de tal

ferramenta para abordar assuntos proibidos pela ditadura. Politica, problemas

sociais, injustiças, repressão eram cantadas nas vozes de artistas como Zé Keti,

Geraldo Vandré, Nara Leão, Chico Buarque. Músicas como “Cale-se”, “Pra não dizer

que não falei de flores”, “Apesar de você”, e tantas outras, carregavam em suas

letras mensagens de protesto e indignação. (PINHEIRO 2010)

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A população brasileira encontrava, nessas músicas, um meio de expressar

seus sentimentos e, de alguma forma, registrar o que, naquele momento,

certamente era propositalmente mascarado pelos detentores do poder.

Desta forma, uma proposta didática e instrumental adequada à utilização da

música no ensino de História é essencial para que se possam mobilizar símbolos e

representações para desenvolver noções e conceitos e formar a consciência

histórica nos educandos.

3 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA

ESCOLA E DO GRUPO DE TRABALHO EM REDE - GTR

Tendo em vista favorecer o conhecimento e compreensão dos alunos,

acerca, de como a música foi utilizada como instrumento de resistência contra a

repressão durante o período da Ditadura Militar no Brasil, este trabalho se constitui

num estudo teórico através de da pesquisa qualitativa e bibliográfica onde se

procurou ampliar os conhecimentos a respeito da inserção da música como recurso

didático em sala de aula como fonte de pesquisa e objeto de estudo no ensino de

História.

Utilizou-se da análise documental e da investigação-ação desenvolvida no 3º

ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Maria das Graças C. Di Mário – Ensino

Fundamental e Médio, no município de Imbaú, Paraná.

O trabalho aprofundado com professores da Rede Estadual de Educação

pelo do Grupo de Trabalho em Rede 2014, no portal Dia a dia Educação.

A aplicação da proposta no Colégio, junto aos alunos, foi desenvolvida

durante 32 horas de aula no primeiro semestre do ano de 2014, por meio de uma

Unidade Didática.

O início da aplicação foi a apresentação do projeto de intervenção

pedagógica e unidade didática à equipe pedagógica do Colégio, momento em que

foi especificada a importância e objetivo do mesmo para os alunos.

Após isso teve início o trabalho propriamente dito com os alunos. No

primeiro encontro foi feita a apresentação do projeto de intervenção pedagógica e

unidade didática aos estudantes, que ficaram bastante interessados em conhecer o

material e desenvolver a proposta apresentada. A partir daí foram realizados mais

sete encontros com os alunos durante o primeiro e o segundo bimestres do ano de

2014, onde se trabalharam as seguintes atividades:

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Estudo de texto sobre o papel da música em nossa vida e sobre a Ditadura

Militar no Brasil e apresentação do vídeo do historiador Bóris Fausto, sobre a

Ditadura Militar, e o contexto que levou os militares ao poder, a repressão e a

abertura política.

Além disso, os alunos realizaram uma pesquisa, sobre o que é música de

protesto; foi feita a apresentação do vídeo: Música e História, e realizaram-se

estudos sobre a música como instrumento contra a Ditadura Militar no Brasil.

Foram também desenvolvidos estudos sobre o papel que Geraldo Vandré e

sua produção musical tiveram durante a Ditadura Militar. Assim como Vandré,

também foram realizados estudos sobre Caetano Veloso e Chico Buarque, suas

produções musicais e o papel que tiveram durante a Ditadura Militar. Foram, além

disso, realizados estudos sobre as Ditaduras Militares na América Latina.

Essas atividades foram realizadas com os alunos em contra turno, o que

gerou uma das dificuldades no desenvolvimento do trabalho. Devido à turma na qual

o projeto ter sido desenvolvido ser de período noturno, nem sempre os alunos, por

motivos diversos, tinham horários disponíveis para participarem das atividades

realizadas.

Porém, o projeto atingiu seus objetivos. Os alunos desenvolveram as

atividades propostas, fizeram as pesquisas solicitadas, apresentaram seus trabalhos

a toda a turma, produziram cartazes, fizeram apresentações nas quais cantaram

várias músicas, não apenas as trabalhadas no desenvolvimento do trabalho, mas

outras que os mesmos pesquisaram.

Um fator que foi muito propício e ajudou bastante o trabalho foi que, durante

o período em que a implementação estava sendo feita, a mídia em geral, TV, jornais,

revistas, etc., apresentaram uma série de reportagens, programas e documentários

sobre os 50 anos da Ditadura Militar no Brasil, ampliando e enriquecendo os

conteúdos que estavam sendo trabalhados na escola e estimulando os alunos.

Muitos deles chegavam na aula comentando com os demais as „novas informações‟

que tinham visto na mídia.

Foi um trabalho muito bom, assim como os resultados, pois, pode-se

perceber que realmente houve aprendizagem por parte dos alunos, de uma forma

diferenciada daquela que estavam acostumados, além do prazer que a música na

sala de aula proporcionou.

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O desenvolvimento do projeto também trabalhou na realização do Grupo de

Trabalho em Rede – GTR que, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação

(Portal Dia a Dia Educação, Educadores, 2014), “constituem uma atividade do

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, que se caracteriza pela

interação virtual entre os Professores PDE e os demais professores da Rede Pública

Estadual”.

No decorrer do GTR pode-se apresentar e socializar o projeto e a unidade

didática aos 17 professores3 participantes do grupo, que puderam estudar, discutir,

trocar ideias e experiências, não só sobre os trabalhos apresentados mas, também,

sobre as especificidades da realidade escolar vividas por cada um, através dos

fóruns, diários e relatos como:

Com a música o processo de aprendizagem se torna mais eficaz. Tornando mais diversificada e interessante a aula, possibilitando um maior interesse por parte dos alunos devendo o fato dela usar uma linguagem mais acessível e de maior impacto na formação do indivíduo. A música tem facilidade de romper com o óbvio, levantando novas questões, problemáticas e abordando temas até então pouco debatidos em sala de aula. (PROFESSOR „A‟, GTR-2014) O Tema apresentado neste projeto, ou seja, “A musica como instrumento de resistência contra a repressão da Ditadura no período em torno de 1968 a 1979”, é extremamente pertinente e relevante para ser trabalhado não somente em sala de aula com os alunos, mas também com toda a comunidade escolar e civil organizada. Isto se deve ao fato de que o Regime Militar instaurado ilegalmente em 1964, impôs aos brasileiros um regime totalmente truculento e autoritário, onde as liberdades individuais e coletivas foram suprimidas pela censura e pelos Atos Institucionais. Desta forma a música popular deve ser utilizada para propagar a resistência contra o regime militar. Na década de 60, os festivais de música popular da TV Record, de São Paulo, serviram como veículo para expressar a indignação dos artistas contra a opressão imposta pela ditadura. A música nos transporta para onde quer que queiramos, e sendo assim, através dela podemos levar os nossos alunos a entenderem aquele momento em que nosso país passou. (PROFESSOR, „B‟, GTR-2014) Esse tipo de enfoque disposto num planejamento do docente enriquece o saber do aluno e lhe dá subsídios para este estabelecer um conhecimento critico das relações humanas que o cercam, assim como possibilita a escola publica formar cidadãos agentes, críticos que se percebam como sujeitos integrados a construção histórica humana. Assim, pode-se dizer que o tema do projeto em questão é viável para a escola pública e sua implementação é factível para ser posto em prática no programa PDE. (PROFESSOR „C‟ GTR-2014)

Ao término das atividades realizadas pelo Projeto, tanto com os alunos,

quanto com os professores, pode-se perceber que os objetivos propostos foram

alcançados sem maiores dificuldades e que os resultados foram positivos no

3 Professores da rede estadual de ensino de todas as regiões do estado.

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processo de aprendizagem dos alunos, e na forma de ampliar e aprofundar

conhecimentos pedagógicos, contribuindo para a melhoria do trabalho em sala de

aula.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização deste trabalho pode-se considerar que o Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE é uma proposta que realmente viabiliza a

melhoria da qualidade da educação e possibilita reflexões sobre a educação e o

trabalho docente na escola, por ser um período no qual o professor pode repensar

sua prática, trocar ideias, adquirir novos conhecimentos.

Porém, cabe a nós, educadores, buscarmos constantemente alternativas

viáveis para organização do trabalho pedagógico no cotidiano escolar, visando

melhor atender nossos alunos, suas expectativas e dificuldades, através de uma

educação de qualidade. Segundo Freire (1996) o trabalho de ensinar, exige - entre

outros aspectos - rigorosidade metódica, pesquisa, criticidade, respeito aos saberes

dos educandos e querer bem os alunos. A prática deve ser consolidada por um

trabalho e uma pedagogia que traga aos alunos uma aprendizagem significativa,

integral e formativa.

O trabalho desenvolvido pelo professor não é fácil, mas, apesar de todas as

barreiras encontradas, a satisfação e o prazer de se ver o desenvolvimento de um

aluno é extremamente satisfatória.

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