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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
IES – FAFIPAR – PARANAGUÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
LER É UMA AVENTURA: UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO DE LEITORES
PARANAGUÁ, PR2013
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Ler é uma aventura: Uma proposta de formação de leitores
Autor: Renata Ribeiro de Siqueira
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Escola de implementação
e sua localização
Colégio Estadual Professora Sully da Rosa Vilarinho
Município Pontal do Paraná
Núcleo Regional de
Educação
Paranaguá
Professor Orientador Cristrian Pagoto
Instituição de Ensino
Superior
FAFIPAR
Relação interdisciplinar Língua Estrangeira Moderna
Resumo Sabemos que nem sempre a leitura recebe o seu devido tratamento e o merecido espaço nas salas de aulas e que muitos alunos não tem estímulos e exemplos de leitores no ambiente familiar, é comum que os alunos não desenvolvam a prática e o prazer pela leitura. Muitos alunos passam pela escola sem ler, chegam às Universidades sem ter desenvolvido o gosto pela leitura, ou seja, jamais estabelecem uma relação completa com um livro de histórias. Esta produção tem por finalidade favorecer o desenvolvimento pelo prazer da leitura através dos Clássicos da Literatura Infantil, explorando gênero narrativo de aventura, bem como desenvolver habilidades básicas de leitura e interpretação; dialogar a respeito das práticas de leitura em sala de aula e discutir a compreensão da leitura como objeto de conhecimento em si mesmo, tendo em vista aumentar o horizonte de leitura dos alunos através do Método Recepcional para que não fiquem limitados ao que já são capazes de compreender e ainda, apresentar formas diferenciadas para práticas de ensino da leitura que visam a uma evolução dos conceitos tradicionais do processo de interação entre o leitor, o texto e principalmente o contexto.
Palavras-chave Clássicos. Leitura. Aventura. Método Recepcional
Formato do Material
Didático
Unidade Didática
Público Alvo 6º ano – Ensino Fundamental
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO...............................................................................................03
2. INTRODUÇÃO....................................................................................................03
2.1 CLÁSSICOS DA LITERATURA.........................................................................05
2.2 GÊNERO AVENTURA......................................................................................08
2.3 MÉTODO RECEPCIONAL...............................................................................11
3. MATERIAIS DITÁTICOS....................................................................................12
4.ORIENTAÇÕES METODOLÁGICAS..................................................................13
4.1 DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS..............................13
4.2 ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS..................................16
4.3 RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS..........................................19
4.4 QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS.........................23
4.5 AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS.......................................27
5. ETAPA FINAL ....................................................................................................29
REFERÊNCIAS..................................................................................................30
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1. APRESENTAÇÃO
A presente Unidade Didático Pedagógica é parte integrante do projeto do plano de
trabalho do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria do Estado
da Educação do Paraná, sob a orientação da Professora Ms. Cristian Pagoto. Este
material deverá ser utilizado para o desenvolvimento da fase do PDE intitulada
Implementação Pedagógica para os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do
Colégio Estadual Professora Sully da Rosa Vilarinho em Pontal do Paraná.
A finalidade desta produção é favorecer o desenvolvimento pelo prazer da leitura
através dos Clássicos da Literatura Infantil, explorando gênero narrativo de aventura,
bem como desenvolver habilidades básicas de leitura e interpretação; dialogar a respeito
das práticas de leitura em sala de aula e discutir a compreensão da leitura como objeto de
conhecimento em si mesmo, tendo em vista aumentar o horizonte de leitura dos alunos
para que não fiquem limitados ao que já são capazes de compreender e ainda, apresentar
formas diferenciadas para práticas de ensino da leitura que visam a uma evolução dos
conceitos tradicionais do processo de interação entre o leitor, o texto e principalmente o
contexto.
Para atingir os objetivos estabelecidos, cabe desenvolvê-la sobre a perspectiva da
Estética da Recepção, focando a transformação dos horizontes de expectativas através
dos textos narrativos, em que a utilização do Método Recepcional, de Bordini & Aguiar
(1993) será uma contribuição valiosa para a consecução desta produção didática.
2. INTRODUÇÃO
“Há um momento na vida de todo menino normal em que surge um desejo
furioso de ir a algum lugar e descobrir um tesouro enterrado."
(Mark Twain)
Geralmente, nos deparamos com os caminhos da leitura motivados por situações
de necessidade, de conhecimento, prazer, obrigação, divertimento ou somente para
passar o tempo. Nesta expectativa, podemos garantir que a leitura é essencial para
construção da personalidade e para o desenvolvimento intelectual, ético e estético da
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criança como ser humano. Se considerarmos que a escola tem como um de seus papéis
fundamentais a formação da personalidade da criança, a literatura é de extrema
importância para auxiliar nessa construção, pois nela a criança ocupa o espaço
privilegiado de acesso a leitura. É imprescindível que ela crie possibilidades para o
desenvolvimento do gosto pela literatura por intermédio de livros significativos.
Na escola existem várias formas de realização de leitura. Ela pode ser realizada
como forma de aquisição de informações, conceitos ou conhecimentos. A leitura perpassa
todas as disciplinas, entre elas é nas aulas de Língua Portuguesa que se encontra uma
maneira privilegiada de ler: a literatura.
É através da literatura que a criança desperta uma nova relação com diferentes
sentimentos e visões de mundo, adequando assim, condições para o desenvolvimento
intelectual e a formação de princípios individuais para medir e codificar os próprios
sentimentos e ações. Dialogando sobre esse assunto Bruno, Bettelheim (2002) afirma que
a criança desenvolve por meio da literatura, o potencial crítico e reflexivo. Afirma que a
partir do contato com um texto literário de qualidade, a criança é capaz de refletir, indagar,
questionar, escutar outras opiniões, articular e reformular seu pensamento.
Para dominar os problemas psicológicos do crescimento – superar decepções narcisistas, dilemas edípicos, rivalidades fraternas, ser capaz de abandonar dependências infantis; obter um sentimento de individualidade e de autovalorização, e um sentido de obrigação moral - a criança necessita entender o que está se passando dentro de seu eu inconsciente. Ela pode atingir essa compreensão, e com isto a habilidade de lidar com as coisas, não através da compreensão racional da natureza e conteúdo de seu inconsciente, mas familiarizando-se com ele através de devaneios prolongados – ruminando, reorganizando e fantasiando sobre elementos adequados da estória em resposta a pressões inconscientes. (BETTELHEIM, 2002, p. 8)
Podemos observar que muitos alunos modificam o seu jeito de pensar e agir ao ter
o contato com a literatura, passando, assim, a adquirir mais confiança à medida que se
sentem capazes de criar e dominar sua emoção e sua imaginação. Para a criança, a
literatura pode ser uma boa forma para se expressar, pois é através dela que demonstra a
sua realidade em forma de fantasia, através dos desenhos, das brincadeiras, das
histórias, das músicas.
O contato com a leitura inicia-se através do ouvir e contar histórias para dormir, o
que é a raiz da formação do leitor. A escola, neste contexto, vem para aperfeiçoar e dar
continuidade a essa formação. Segundo Ricardo Azevedo (2004), o leitor é aquele que
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sabe usufruir de diversos tipos de livros, ou seja, as diversas literaturas como a científica,
a artística, a religiosa e muitas que fazem parte do mundo dos leitores. Também leitor que
seja capaz de diferenciar as obras literárias, científicas, filosóficas e informativas, pois
cada uma tem sua característica e sua finalidade.
Para introduzir o gosto pela leitura o professor pode direcionar alguns
procedimentos, como as estratégias propostas neste projeto, que conduza o aluno a ler
por prazer. É o que indica Izabel Solé (1998) quando menciona a importância dos
propósitos implícitos e explícitos, dos pressupostos indicados pelo texto em torno da
consistência interna, das previsões e conclusões, etc.
Assim sendo, vê-se na leitura literária uma luz para que o educando aproxime-se
da leitura, pois “A literatura constitui modalidade privilegiada de leitura, em que a liberdade
e o prazer são virtualmente ilimitados” (LAJOLO, 2000, p.105). Assim, o discurso ficcional
tem como objetivo provocar emocionalmente o leitor, e com isso um momento para
florescer interesses pela leitura.
2.1 CLÁSSICOS DA LITERATURA
No rastro dessas reflexões destacamos a importância da leitura dos Clássicos da
Literatura Infantil desde cedo, pois é imprescindível o resgate da cultura literária pelos
mais jovens a fim de garantir a integridade da essência intelectual, psicológica e
emocional das gerações futuras. Nesse sentido o encontro com os clássicos nas séries
iniciais será uma contribuição valiosa para manter essa integridade cultural atualmente
ameaçada pelo mundo pós moderno, onde o entretenimento se resumem em imagem e
som e o consumismo, as amizades virtuais estão cada vez mais presentes na vida da
criança. Como diz Ana Maria Machado “nestes tempos da primazia da imagem e
domínio das diferentes telas sobre a palavra impressa em papel.” (MACHADO,2002, p.
12).
Para isso devemos refletir sobre o que é um clássico, o que faz uma obra ser
considerada um clássico qual a sua importância para a formação literária de qualquer
pessoa. Citando Ítalo Calvino (1999)
Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou
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nos costumes). (1999, p. 11).
Os clássicos são obras que devem sempre estar presente em nossas leituras, pois
são livros que nunca saem de moda, ou mesmo, sempre se apresentam atuais,
independente da fase de vida em que são lidos. Uma mesma obra clássica pode tem um
sentido bem diferente para mesma pessoa em momento diferentes de sua vida, pois
segundo Calvino:
De fato, as leituras da juventude podem pouco profícuas pela impaciência, distração, inexperiência das instruções para o uso, inexperiência da vida. Podem ser (talvez ao mesmo tempo) formativas no sentido de que dão uma forma às experiências futuras, fornecendo modelos, recipientes, termos de comparação, esquemas de classificação, escalas de valores, paradigmas de beleza: todas, coisas que continuam a valer mesmo que nos recordemos pouco ou nada do livro lido na juventude. Relendo o livro na idade madura, acontece reencontrar aquelas constantes que já fazem parte de nossos mecanismos interiores e cuja origem havíamos esquecido. Existe uma força particular da obra que consegue fazer-se esquecer enquanto tal, mas que deixa a sua semente. (CALVINO,1999, p. 11).
O mesmo diz Ruth Rocha no prefácio da adaptação da obra a ser trabalhada neste projeto:
Há muitos anos, eu li este livro e gostei muito. Gostei tanto, que, na hora em que acabei de ler, comecei tudo de novo. E ainda hoje, quando leio As Aventuras de Tom Sawyer, fico fascinada. Livros assim são chamados de clássicos. Livros que não ficam antigos nem velhos. Livros que podem ser lidos por pessoas de todas a idades e de todos os lugares. (ROCHA, 2003, p. 03)
Os clássicos, por serem portadores da cultura universal, promovem um dialogo
com muitos textos e situações presentes no cotidiano das relações humanas.
Machado (2002) também argumenta que se familiarizarmos nossos alunos com
os clássicos desde cedo, além do prazer da leitura, eles estarão recebendo aos poucos,
sem pressa, uma enorme riqueza cultural que para se aprender depois de grande, seria
tarefa pesada e sem graça. A nossa linguagem está cheia de referências que necessitam
de um conhecimento prévio para ser totalmente compreendida e contextualizada. Assim,
quando dizemos que uma coisa é "bacana" ou falamos do "calcanhar de Aquiles", do
"sonho de Ícaro" ou ainda de "separar o joio do trigo", "lavar as mãos" ou até mesmo
fazermos uma "mesa redonda", estaremos nos referindo a algum deus, algum mito,
parábola ou fato bíblico que só quem conhece os clássicos compreenderá. Negar isso às
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futuras gerações seria no mínimo um grande desperdício cultural. Dessa forma, como diz
George Steiner citado por Machado (2002, p. 22):
Defino um clássico, na literatura, na música, nas artes, na argumentação filosófica, como uma forma significante que nos “lê”. […] Mais do que nós a lemos. Não há nada paradoxal nem místico nessa definição. Cada vez que o enfrentamos, o clássico nos questiona. Desafia nossos recursos da consciência e do intelecto, da mente e do corpo [...]. O clássico fica nos perguntando: Entendeu? Está re-imaginando de forma responsável? Está preparado para agir nessas questões, nas potencialidades de um ser transformado e enriquecido que estou colocando diante de você? (MACHADO, 2002, P. 22).
O conhecimento dos clássicos nos faz identificar as contradições da modernidade,
é muito provável que uma ideia tida como original, se encontre dividida em todos os
grandes livros de caráter mais clássico e imparcial. Podem-se encontrar todas as novas
ideias em livros antigos, só que ali as encontraremos equilibradas, no lugar que lhes
corresponde e, às vezes, com outras ideias melhores que as contradizem e as superam.
Os grandes escritores não deixavam de lado uma moda porque não haviam pensado
nela, mas porque haviam pensado também nas outras respostas.
A arte literária nos faz ver o mundo com um olhar transformador, pois proporciona
ao ser humano a capacidade de ver e sentir a realidade com um olhar mais generoso, de
maneira mais sensível, inovadora, que ao mesmo tempo permite uma interatividade com
a sua existência concreta e objetiva, uma vez que somos transportados ao mundo das
histórias vivenciando os fatos, as ações e as emoções sentidas pelos personagens,
lembrando que os enredos falam de sentimentos comuns a todos nós, como: ódio, inveja,
ciúme, ambição, rejeição e frustração, que só podem ser compreendidos se vivenciados,
e o mundo da ficção proporciona a vivência dessas emoções que muitas vezes já fazem
parte do cotidiano de muitos alunos. As historias infantis funcionam como instrumentos
para descoberta desses sentimentos dentro da criança (ou até mesmo do adulto), pois os
mesmos são capazes de nos envolver em seus enredos, nos instigar a mente e comover-
nos com a sorte de seus personagens. Causam impactos em nosso psiquismo, porque
tratam de experiências cotidianas, permitindo que nos identifiquemos com as dificuldades
ou alegrias de seus heróis, cujos feitos narrados expressam, em suma, a condição
humana frente às provações da vida.
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2.2 GÊNERO AVENTURA
O gênero narrativo de aventura se torna interessante para os alunos do 6º ano,
pois segundo Jean Piaget (1999) este período é denominado período de operações
formais, onde a criança é capaz de lidar com conceitos como liberdade, justiça, etc. É
capaz de tirar conclusões de pura hipóteses. O alvo de sua reflexão é a sociedade,
sempre analisada como possível de ser reformada e transformada, a criança adquire
capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta: discute
valores morais de seus pais e constrói os seus próprios adquirindo, portanto, autonomia.
Além disso, o trabalho com o gênero narrativa de aventura com alunos do 6º ano
deve-se ao fato de ser este um gênero discursivo que proporciona maior identificação e
gosto por parte da faixa etária dos educandos - crianças e adolescentes gostam da
aventura, da fantasia, de sentir-se personagem da história e identificam-se com o herói
aventureiro. Lembrando que este repertório de leituras é fundamental para que os alunos
posteriormente possam melhor compreender a leitura literária no Ensino Médio.
Segundo Paulo Bragato Filho (1995), uma vez que os alunos passam a gostar
deste gênero literário aprenderá noções sobre espaço, tempo, enredo, personagens
principais e secundárias, diversidade de temas e estilos. Bragato ainda afirma que:
Inevitavelmente, essa deve ser a grande e fundamental meta ou função do da literatura na escola de 1° grau: despertar o gosto e o prazer de ler. (...) claro que o aluno que curtir o texto literário aprenderá noções sobre espaço, tempo, enredo, personagens principais e secundárias, diversidade de temas e estilos, etc. Mas, mais importante do que o aprendizado dessas nomenclaturas e de tantas outras, no nosso entender, é o contato com o conteúdo e a forma do texto, com as possíveis intenções do autor: a discussão, em sala de aula, sobre a cadeia de relações que é um texto, todos os significados que se podem descobrir e atribuir a partir dessa cadeia de fios, constituída pelo manejo estético da palavra (grifos do autor).
Seguindo as orientações de Antônio Houaiss (2001, p. 64), a palavra AVENTURA
tem sua origem no latim adventura - que significa o que vem pela frente, circunstância ou
lance acidental, inesperado; peripécia, incidente. Aventura refere-se a uma ação em que
se corre perigo. Uma pessoa aventureira passa por situações em que sua vida passa por
riscos, andando sempre ao lado da morte. Dessa forma, o personagem de uma narrativa
de aventura passa por diversas atividades, viagens, desafios excitantes e difíceis. Nestes
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casos, a aventura está intimamente relacionada com o ato de explorar e desfiar o perigo.
No romance de aventura o herói é um personagem simpático, jovem que é
arrancado da sua vida cotidiana e se vê obrigado a confrontar circunstâncias
extraordinárias de grande perigo. Ele é capaz de dominá-las com certas qualidades
(coragem, astúcia, inteligência) que, muitas vezes, ignorava possuir. Mas, regra geral, não
é um personagem solitário, acompanha-lhe um amigo fiel, que lhe obedece cegamente.
Ou, então, é apoiado por uma figura de autoridade, geralmente paterna. No final, o herói é
recompensado com valores espirituais ou materiais e regressa ao ambiente domésticos.
Como aponta Machado (2002, p. 102) “Todas essas aventuras sempre empolgaram os
leitores com a possibilidade de transportá-los a terras exóticas e situações mirabolantes,
em que a diversão era garantida.”
De acordo com a definição de Maria Margarida Morgado, no artigo Romance de
Aventura, presente em E-Dicionário de Termos Literários, o romance de aventura se
caracteriza dessa forma:
Apesar do arrastamento do romance de aventuras para a esfera do entretenimento, ele partilha, porém, com o mito, a epopeia e o romance medieval, a acção heróica e cavalheiresca de um herói errante, envolvido na aventura que é a sua auto-descoberta, deslocando-se geograficamente no mundo concreto, detalhadamente descrito. Arquetipicamente, o romance de aventuras realça o carácter do herói, super-humano ou igual a todos nós, e narra a sua vitória sobre os obstáculos que enfrenta, numa sucessão de espaços de aventura, cultural e historicamente variáveis, que tanto incluem buscas do Santo Graal, como missões de espionagem, ou viagens no tempo. (MORGADO, s/d, s/p. <http://www.edtl.com.pt>)
A escolha da obra de Marck Twain para a realização deste projeto se deve à
característica de aventura da narrativa que é contada com muito humor e lirismo,
prendendo a atenção dos alunos do começo ao fim. Esse clássico da literatura infantil
encanta jovens e adultos, pois aborda temas ainda muito presentes nas relações
humanas atualmente. Segundo Machado (2003, p. 102) o que faz dessa obra um dos
mais encantadores clássicos da Literatura Infantil é a leveza com que são tratadas
experiências intensas que dão significado à vida:
Um dos maiores autores da literatura juvenil, Mark Twain, não precisou fugir para bem longe a fim de fazer seus personagens conquistarem o coração dos leitores. Bastou soltar dois meninos na sua paisagem natal, às margens do rio Mississipi e contar suas aventuras por ali mesmo. A força toda de sua obra vinha do sentido de
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observação crítica da sociedade em torno, feita de um ponto de vista colado nos protagonistas jovens, de uma forma que ninguém ousaria fazer até então.
A obra principal que será utilizada para esta produção é uma adaptação de Ruth
Rocha, pois apresenta uma linguagem acessível aos alunos, tornado a leitura fácil e
estimulante.
Em relação às adaptações, Lajolo e Zilberman (1999, p. 11), ao analisarem a
presença da literatura infantil na contemporaneidade, afirmam: “como se a menoridade de
seu público a contagiasse, a literatura infantil costuma ser encarada como produção
cultural inferior”. Talvez este seja um dos motivos que fizeram surgir as primeiras
adaptações no lugar da tradução de clássicos estrangeiros, porque adaptando obras
brasileiras é possível transmitir aos alunos os valores nacionais, isso graças ao grande
poder da Indústria Cultural e seus meios de comunicação de massa.
Segundo Bordini e Aguiar (1993, p. 16) “... se a escola não efetua o vínculo entre a
cultura grupal ou de classe e o texto a ser lido, o aluno não se reconhece na obra, porque
a realidade representada não lhe diz respeito”. Este é outro motivo importante para se
recorrer às obras literárias adaptadas. Dessa forma, mais uma vez, é grande a
responsabilidade do professor que deve aguçar no aluno a curiosidade e pode trabalhar
de forma diferente temas, muitas vezes, difíceis de serem abordados. Para isso, segundo
as autoras, o professor deve ter um “conhecimento amplo e seguro do acervo de títulos
de literatura infanto-juvenil e para adultos com que poderá trabalhar em sala de aula.
Qualquer modalidade de ensino depende, antes de tudo, do domínio que se tem do objeto
a ser estudado” (1993, p. 28). Além disso, seria interessante também, por parte dos
professores, transmitir aos alunos o seu grande conhecimento e amor pela leitura, porque
na maioria das vezes o despreparo por parte dos professores é a causa de índice tão
baixo de leitores críticos.
Ainda, segundo Bordini e Aguiar, deve ser mudado o método de ensino referente à
literatura que vem sendo adotado de maneira incorreta, ou seja, utiliza-se bem pouco
obras clássicas literárias e, quando trabalhadas, são utilizados fragmentos de textos para
exercícios de gramática com grande obrigatoriedade sem demonstrar a importância da
leitura e a ligação que esta tem com o real, não despertando no aluno o interesse e, por
conseqüência, nem o leitor crítico. Para isso, é preciso que “o professor esteja preparado
para selecionar textos referentes à realidade do aluno e, ao mesmo tempo, capaz de
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romper com eles”. (1998, p. 91).
As ilustrações presentes nas adaptações dos textos apresentados neste projeto
são importantes, pois contribuem para a interiorização das histórias no imaginário dos
alunos, o que são impresindíveis para uma compreensão plena do texto. Segundo
Gabriela de Oliveira Vieira “A ilustração é parte fundamental da leitura sensorial, pois
através desta, crianças, pré-adolescentes e adolescentes expandem sua capacidades
criativas, perceptivas e individuais. O ato de ilustrar propcia a reflexão, a pausa
necessária para interiorizar o que está lendo, instiga inventividade.” (2010, p. 26)
As ilustrações presentes na obra adaptação de Ruth Rocha são do ilustrador Pinky
Wainer, elas tornam o livro divertido, oferecendo aos alunos uma ideia das personagens
suas ações.
2.3 MÉTODO RECEPCIONAL
Apoiada na Estética da Recepção de Jauss, o Método Recepcional de Maria da
Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar (1988) Mencionado nas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica para a Língua Portuguesa apóia a formação de leitores a partir do seu
horizonte de expectativa (PARANÁ, 1998).
Na concepção de Jauss (1994), o leitor é quem se torna encarregado de modificar
e atualizar os textos, cria uma situação de informações e amplia os conhecimentos do
leitor. Também relata que os conhecimentos prévios do leitor devem ser levados em conta
para que ocorra aprendizagem. Tanto o autor quanto o leitor passam pelo horizonte de
expectativas ao trabalharem com os textos. O texto acaba sendo o lugar de encontro dos
dois horizontes, havendo assim uma relação entre as expectativas do leitor e a obra.
(PARANÁ, 1998).
O interesse parte do aluno quando ele já participa indiretamente com o texto. A
distância de uma a outra se denomina estética, o novo trará mudanças enquanto as
expectativas permanecem estáveis. Isso confirma em: “Quanto mais leituras o indivíduo
acumula, maior a propensão para a modificação de seus horizontes, porque a excessiva
confirmação de suas expectativas produz monotonia, que a obra “difícil” pode quebrar”
(BORDINI; AGUIAR 1993, p.85).
Ainda convém lembrar que o processo de recepção acontece até mesmo antes de
o leitor ter o contato com o texto, muitas vezes o leitor se limita em seu horizonte, mas
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podendo abrir para outros horizontes.
A Estética da Recepção e a Teoria do Efeito são teorias que buscam formar um
leitor capaz de sentir e expressar o que sentiu, com condições de reconhecer, nas aulas
de leitura, um envolvimento de subjetividades que se expressam pela tríade obra/ autor/
leitor, por meio de uma interação que está presente na prática de leitura. Portanto, a
escola deve trabalhar a leitura em sua dimensão estética.
Nesse sentido, ressalte que o método recepcional de ensino leva o aluno a ter
contatos com diferentes tipos de textos, pois o professor tem como meta proporcionar
esse meio, levando o aluno a ter uma visão mais crítica do mundo cultural e social. Pois
esse método “enfatiza a comparação entre o que é familiar e o novo, entre o que está
próximo e distante no tempo e no espaço” (BORDINI; AGUIAR 1993, p.86)
Para que o processo de recepção aconteça são necessários dois momentos: a
determinação do horizonte de expectativa e o atendimento do horizonte de expectativa.
Com vários estudos Bordini e Aguiar acrescentam mais três momentos: ruptura do
horizonte de expectativas; questionamento de horizonte de expectativas e ampliação do
horizonte de expectativas.
Assim sendo, o Método Recepcional acontece em função da formação de leitores
e, a partir do conhecimento adquirido, tenham o interesse em ampliar seus horizontes de
expectativas tornando-se leitores interessados em enriquecer sua leitura literária, com o
pensamento voltado para as diversas leituras que farão parte de sua rotina, tendo em
vista que ganharão argumentos suficientes para tornarem-se pessoas com poder de
criticidade inseridas em um mundo inteiramente globalizado. Pois como dizia Lobato “Um
país se faz com homens e livros”. Leva a concluir que a formação do leitor corresponde
aquilo que ele lê e uma boa leitura contribui para a formação e o ensino e a
aprendizagem.
3. MATERIAIS DIDÁTICOS
O professor poderá contar com os seguintes materiais didáticos:
• Livros de contos e romances de aventura;
• Projetor de multimídia;
• Internet.
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4. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Esta proposta está organizada para ser desenvolvida com os alunos do 6º ano do
Ensino Fundamental, no primeiro semestre do ano letivo de 2014, com carga horária
mínima de 32 horas.
4.1 DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
1ª Etapa: Na sala de aula, o primeiro passo do professor será o de efetuar a
determinação do horizonte de expectativas da classe, a fim de prever estratégias de
ruptura e transformação do mesmo... (BORDINI & AGUIAR, 1993, p. 88).
Imagem: Ilustração de meninos em uma aventura na água.
Filme: Trechos do filme: As viagens de Gulliver – Rob Letterman (2011)
Encaminhamentos:
➢ Neste momento o professor vai conhecer o interesse e o pensamento dos
alunos sobre o tema, fator determinante para o sucesso do trabalho. Para
isso será apresentada uma Ilustração de meninos em uma aventura.
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Figura 1 - Ilustração de meninos em uma aventura na água.
Fonte: <http://twainian.tumblr.com/tagged/Huckleberry%20Finn> acessado em 05/11/2013
➢ Baseando-se nessa imagem o professor levantará hipóteses sobre o que
poderia estar ocorrendo na cena apresentada, detectando assim o
conhecimento dos alunos sobre o tema a ser trabalhado, nesse caso
situações de aventura;
-Quantas crianças participam da atividade?
-O Que elas estão fazendo?
-Qual o tipo de embarcação utilizado?
-Essa embarcação é segura?
-Para onde eles podem estar indo?
-Como se caracteriza o cenário?
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-O que significa a imagem estampada na bandeirinha que um dos garotos
tem nas mãos?
-Uma aventura é sempre acompanhada de ousadia e medo, os meninos
aparentam estar com medo ou ousadia?
➢ Após esse primeiro contato com o tema será apresentado um do trecho filme
As Viagens de Gulliver, antes da apresentação o professor fará um breve
relato sobre a obra na qual o filme foi baseado e do seu autor.
➢ Explicar que o filme é uma adaptação do obra clássica para os tempos
modernos.
Figura 2 – As Viagens de Gulliver
Fonte:<http://www.doseliteraria.com.br/2013/05/viagens-de-gulliver-algumas-viagens-na.html> acessado em 05/11/2013
As Viagens de Gulliver (1726, alterado em 1735) é um romance satírico do escritor irlandês Jonathan Swift. É o trabalho mais conhecido de Swift, e também um clássico da literatura inglesa.
A narrativa inicia-se com o naufrágio do navio onde Gulliver seguia. Após o naufrágio ele foi arrastado para uma ilha chamada Lilliput. Os habitantes desta ilha, que eram extremamente pequenos, estavam constantemente em guerra por futilidades. Foi através dos lilliputianos que Swift demonstrou a realidade inglesa e francesa da época.
Na segunda parte, Gulliver conheceu Brobdingnag. Em contraposição a Liliput,
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na terra de Gigantes é que Gulliver percebe a Dimensão da mediocridade da sociedade inglesa diante da "grandeza" dos habitantes.
Já na terceira parte Na ilha Flutuante de Laputa, Swift criticou a Royal Society, a administração inglesa na Irlanda e a imortalidade, através da descrição dos habitantes dos países por onde Gulliver passou, com alienados cientistas, é uma feroz crítica ao pensamento cientifico que não traz benefícios para a humanidade.
Na última viagem Gulliver encontrou os Houyhnhm, uma raça de cavalos que possuía muita inteligência, que representavam os ideais iluministas da verdade e da razão. Os Houyhnhm temiam que alguém dos yahoos (uma raça imperfeita de um tipo de "humanos") movidas por instintos primitivos, se tornasse culto, satirizando a raça humana. Gulliver vê a humanidade como yahoos e toma nojo do ser humano.
Por fim Gulliver regressou a Inglaterra para ensinar aos outros as virtudes que aprendera com os Houyhnhm.
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Viagens_de_Gulliver> acessado em 05/11/2013
➢ Em seguida, reunir os alunos numa roda de conversa e propor que se
lembrem de personagens e heróis de histórias de aventuras que conhecem.
Pedir que voluntários contem o que sabem sobre os personagens e
aventuras vividas por eles. Em seguida, devolver a pergunta ao grupo,
solicitando que, quem quiser, contar alguma aventura que tenha vivido
recentemente. Nesse momento, será importante acolher todas as falas. Se
quiser, faça o registro delas. Esse momento da aula ajudará os alunos a
entender o que é uma aventura.
Atividade:
1. Solicitar uma produção inicial no formato de relato sobre uma aventura vivenciada
pelos alunos ou por alguém de sua família.
2. Após a produção os alunos que quiserem serão convidados a ler sua redação para
a turma.
4.2 ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
2ª Etapa: Atendimento do horizonte de expectativas, ou seja, proporcionar à classe
experiências com os textos literários que satisfaçam as suas necessidades em dois
sentidos. Primeiro, quanto ao objeto, uma vez que os textos escolhidos para o trabalho
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em sala de aula serão aqueles que correspondem ao esperado. Segundo, quanto às
estratégias de ensino, que deverão ser organizadas a partir de procedimentos conhecidos
dos alunos e de seu agrado. (BORDINI & AGUIAR, 1993, p. 88).
Texto: O leão de Neméia do clássico “Os doze trabalhos de Hércules”
Encaminhamentos:
Nesse momento o professor, tendo captado o pensamento dos alunos sobre o
tema aventura, vai atender a esse horizonte uma vez que, assim procedendo, envolverá a
turma. Neste caso, o texto indicado para leitura será O leão de Neméia – Os doze
trabalhos de Hércules , que apresenta um enredo linear, sem qualquer complicação para
o entendimento do aluno. Esse texto é a primeira história na qual é apresentada a figura
de Héracles (como é chamado esse herói na mitologia grega) ou Hércules (como
chamado na romana), suas origens e o porquê dos 12 trabalhos.
Explicar aos alunos que as histórias míticas, ou mitos, são narrativas orais que
passavam de geração para geração, recebendo de cada uma delas uma contribuição
narrativa, o que dava origem a diversas versões do original. Os mitos gregos sempre
apresentam heróis que enfrentam situações difíceis e delas saem vitoriosos ou
derrotados. Essas narrativas contêm reflexões sobre a condição humana e são
exploradas até hoje por muitas outras áreas do saber além da Literatura, como a
Antropologia, a Psicologia, a Filosofia e a Arte. Indique que essas narrativas
determinaram o que hoje chamamos de herói e seu papel nos contos de aventura.
Destaque o papel da Grécia Antiga nesse legado.
O leão de Neméia
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Figura 2 – O leão de NeméiaFonte: <http://portal-dos-mitos.blogspot.com.br/2013/07/leao-de-nemeia.html > acesso em 05/11/2013
Na cidade de Neméia vivia no fundo de uma caverna um leão terrível, concebido por Selene uma temida feiticeira. Querendo vingar-se dos habitantes da cidade que a haviam expulsado, fêz surgir esta terrível criatura. Cobrindo a pele do leão com uma poção mágica, a criatura se tornou indestrutível, sendo incapaz de ser transpassada por qualquer arma criada pelos homens. Quando saía da caverna, devorava os habitantes de Neméia. Assim padecia a cidade com a fúria de Selena.
No Olimpo vários heróis eram instruídos pelo centauro Quíron e dentre eles se destacava Hércules, um dos filhos de Zeus. Percebendo sua bravura, lealdade e dignidade apesar de seu orgulho, Zeus resolveu iniciar Hércules nos mistérios do Olimpo, escrevendo com letras de fogo em uma folha de ouro, as 12 tarefas.
O primeiro trabalho iniciático seria matar o Leão de Neméia. Indo em direção a Neméia, Hércules tentou entender o motivo desta tarefa tão simples. Ao encontrar a caverna, Hércules entrou decidido a matar a criatura com inúmeras armas. Ao se aproximar do fundo da caverna, ele percebeu o leão vindo lentamente em sua direção.
O Leão era enorme e fixando o olhar em Hércules, com seus olhos brilhantes e enigmáticos, Hércules foi surpreendido pelo ataque do leão travando com ele uma batalha terrível.
Hércules fugiu da caverna assustado mas resolveu retornar com suas armas, porém percebeu que elas não serviam para matar o leão. Mais uma vez ele foi surpreendido
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pelo ataque feroz do monstro e fugiu. Fora da caverna Hércules refletiu sobre a tarefa e decidiu enfrentar o leão sem armas, talvez fosse essa a tarefa: usar sua razão em lugar de sua força.
Aproximando-se do fundo da caverna viu novamente o leão se aproximando e fixando seu olhar em Hércules. Surpreso, Hércules viu que o brilho nos olhos do leão era um espelho que refletia sua imagem. Ferozmente o leão avançava contra Hércules. Depois de uma longa luta, Hércules estrangulou o leão que caiu morto.
Levando seu corpo para fora da caverna, Hércules viu o tamanho real do animal, que não lhe parecia tão grande assim. Resolveu olhar mais uma vez em seus olhos e viu que nada havia lá dentro. Ele havia conseguido vencer a si mesmo e ao seu orgulho.
Arrancou o pelo do animal e dela fêz uma túnica, que o tornou indestrutível. E com a cabeça fêz um capacete, que passou a usar em todas as outras tarefas, para que sempre possa se lembrar que a força nunca deveria superar a razão.
Fonte:<http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2010/09/hercules-e-o-leao-de-nemeia-o-
mito-do.html> Acesso em 22/10/2013.
Com base no texto lido, elabore com os alunos os contornos iniciais da figura do
herói Héracles, enfatizando seu caráter, valores e sua superioridade nas habilidades
através dos seguintes, para isso o professor deve pedir aos alunos que descrevam
oralmente as características que mais lhe chamaram a atenção no herói.
Atividade:
➢ Solicitar aos alunos uma descrição com ilustração do seu super-herói preferido,
destacando suas características físicas e psicológicas;
➢ O texto deverá ser entregue em rascunho para a correção do professor;
➢ Após a análise e correção, os alunos passarão a limpo na folha de sulfite, junto
com a ilustração;
➢ Depois de concluído, o trabalho será exposto no mural da escola.
4.3 RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
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3ª Etapa - é a de ruptura do horizonte de expectativas pela introdução de textos e
atividades de leitura que abalem as certezas e costumes dos alunos, seja em termos
literatura ou de vivência cultural. (BORDINI & AGUIAR, 1993, p. 89).
A ruptura de expectativas nesse momento ocorre ao apresentar um texto narrativo
com uma tipologia diferente do que foi visto até então, neste caso a narrativa em versos.
Textos: Aladim e a lâmpada maravilhosa – As mil e uma noites. Contos
selecionados. [Por: Paulo Sérgio de Vasconcellos];
A História de Aladim e a lâmpada maravilhosa – Patativa do Assaré .
Encaminhamentos:
➢ Apresentar aos alunos texto Aladim e a lâmpada maravilhosa explicando a origem
dessa história, que faz parte da coletânea de histórias presentes na obra As mil e
uma noites, um clássico da literatura universal.
As Mil e uma Noites é o título de uma das mais famosas obras da literatura árabe, é composta por uma coleção de contos escritos entre os séculos XIII e XVI.
O que deixa o leitor interessado em ler todos os contos é o fato deles serem interligados, isto é, um é complemento do outro. A obra conta a história do rei Périsa, que traído pela esposa mandou matá-la, desse momento em diante decidiu passar cada noite com uma mulher diferente, que era degolada na manhã seguinte. Dentre as várias mulheres que desposou, Sherazade foi
a mais esperta, iniciou um conto que despertou o interesse do rei em ouvir a continuação da história na noite seguinte.
Com sua esperteza, Sherazade escapou da morte e, para continuar vivendo, escreveu mil e uma noites. As Mil e uma Noites se tornou conhecida no ocidente a partir de 1704, graças ao orientalista francês Antoine Galland. O livro passou por diversas adaptações, a versão atual se baseia nas traduções de Sir Richard Burton e Andrew Lang.
Praticamente todas as histórias se passam na região que corresponde ao Egito e a Pérsia.
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Fonte:<http://www.brasilescola.com/curiosidades/as-mil-uma-noites.htm> acessado em
05/11/2013
➢ O professor fará a leitura do texto e os alunos o acompanharão através do projetor
de multimídia.
➢ Após a leitura serão levantadas algumas questões sobre os elementos que
compõem a narrativas e sua estrutura:
- Quem são os personagens da história;
- protagonista e antagonista;
- local das ações;
- como se apresenta inicialmente a história;
- como se desenvolve as ações;
- como se dá o desfecho;
➢ Nesse momento o objetivo é que os alunos tenham uma noção inicial das
características de um texto narrativo, as respostas às questões levantadas deverão
ser realizadas oralmente, incentivando a participação de todos.
➢ Dando sequência a atividade será realizada a leitura do cordel, primeiramente o
professor deve explicar aos alunos sobre a literatura de cordel: sua origem, o
porquê do nome, seu desenvolvimento no Brasil, o preconceito que pesou sobre o
gênero no passado, sua valorização nos dias de hoje etc.
LITERATURA DE CORDEL
Literatura de cordel é um tipo de poema popular, oral e impressa em folhetos, geralmente expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome.
O nome de cordel é original de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. Essa tradição se espalhou para o Nordeste do Brasil, onde o nome acabou sendo herdado, porém a tradição do barbante não se manteve.
A literatura de cordel é escrita em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, além de fazerem as leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
A literatura de cordel começou com o romanceiro luso-holandês da Idade
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Contemporânea e na época do Renascimento. Foram os portugueses que introduziram o cordel no Brasil, e na segunda metade do século XIX os folhetos já possuíam características próprias brasileiras. Os temas incluíam fatos docotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, e etc.
Originalmente os produtos raramente iam além de dois grandes fólios dobrados em quatro, sendo que muitas vezes o papel era de má qualidade. Escritas em prosa ou em verso, as obras tanto podiam ser autos e farsas, historietas para ser contadas e cantadas, mas também contos de fundo fantástico, histórico ou moralizante, originais ou estrangeiros, de autores anônimos ou de grandes nomes literários.
Em voga desde o século XVI ao século XVIII, foi através deste meio cultural acessível às massas populares que se divulgaram temas comuns a várias literaturas como a "História de Carlos Magno e os Doze Pares de França", por exemplo.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, em especial nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará, geralmente é vendida em mercados e feiras pelos próprios autores, mas hoje também está presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. A Academia Brasileira de Literatura de Cordel foi fundada em Setembro de 1988 no Rio de Janeiro.
Alguns dos muitos cordelistas famosos no Brasil foram Apolônio Alves dos Santos, Firmino Teixeira do Amaral, João Ferreira de Lima, João Martins de Athayde, Leandro Gomes de Barros e Manoel Monteiro.
Fonte: <http://www.suapesquisa.com/cordel/ > acessado em 05/11/2013
PATATIVA DO ASSARÉ
Patativa do Assaré era o nome artístico (pseudônimo) de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré (estado do Ceará). Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina.
Vida e obras:
Dedicou sua vida a produção de cultura popular (voltada para o povo marginalizado e oprimido do sertão nordestino). Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se considerou um cordelista. Sua vida na infância foi marcada por momentos difíceis. Nasceu numa família de agricultores pobres e perdeu a visão de um olho. O pai morreu quando tinha oito anos de idade. A partir deste momento começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família.
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Foi estudar numa escola local com doze anos de idade, porém ficou poucos meses nos bancos escolares. Nesta época, começou a escrever seus próprios versos e pequenos textos. Ganhou da mãe uma pequena viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz, passou a escrever e cantar repentes e se apresentar em pequenas festas da cidade. Ganhou o apelido de Patativa, uma alusão ao pássaro de lindo canto, quando tinha vinte anos de idade. Nesta época, começou a viajar por algumas cidades nordestinas para se apresentou como violeiro. Cantou também diversas vezes na rádio Araripe. No ano de 1956, escreveu seu primeiro livro de poesias “Inspiração Nordestina”. Com muita criatividade, retratou aspectos culturais importantes do homem simples do Nordeste. Após este livro, escreveu outros que também fizeram muito sucesso. Ganhou vários prêmios e títulos por suas obras.Patativa do Assaré faleceu no dia 8 de julho de 2002 em sua cidade natal.
Fonte: <http://www.suapesquisa.com/biografias/patativa_assare.htm > acessado em 05/11/2013
➢ Em seguida, apresentar o cordel A História de Aladim e a lâmpada maravilhosa de
Patativa do Assaré. Antes, explicar aos alunos que esta é uma adaptação do conto
Aladim e a lampada maravilhosa. Entregar uma cópia do texto para os alunos.
Fazer a leitura em voz alta enfatizando a modalidade do repente na entoação.
Atividade:
➢ Depois da leitura os alunos formarão duplas e treinarão a leitura para uma
apresentação oral para a turma.
4.4 QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVA
4ª Etapa: A seguir, ocorrerá a etapa de questionamento do horizonte de expectativas,
decorrência da comparação entre as duas anteriores... Executada a análise comparativa
das experiências de leitura, a classe debaterá sobre seu próprio comportamento em
relação aos textos lidos, detectando os desafios enfrentados, processo de superação dos
obstáculos textuais, tais como pesquisas empreendidas para a compreensão de técnicas
de composição ou de sentido. (BORDINI & AGUIAR, 1993, p. 90).
Esta etapa destina-se à reflexão sobre o tema, com levantamento de novos dados
que auxiliem para maior compreensão. A introdução de outras modalidades de texto que
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tratam do tema aventura auxiliará os alunos a conhecer outras formas de abordagem
através do questionamentos levantados pelo professor, bem como mostrar aos alunos
que os elementos característicos do texto narrativo podem ser encontrados em textos
como Histórias em Quadrinho e músicas.
Pretende-se, também,fazer uma abordagem diferente sobre o mundo da fantasia
presente em algumas narrativas e diferentes tipos de heróis.
Textos: O mundo é mágico: as aventuras de Calvin e Haroldo – Bill Waterson.
Letra da Música: “ João e Maria” – Chico Buarque
Encaminhamentos:
➢ Apresentar um trecho do Quadrinho O mundo é mágico: as aventuras de Calvin e Haroldo
Atividades:
Antes da leitura o professor deverá apresentar aos alunos a biografia do autor:
William B. Watterson II, ou simplesmente Bill Watterson, como viria a ser conhecido mundialmente no futuro, nasceu no dia 5 de julho de 1958 em Washington D.C., filho de James G. Watterson, um examinador de patentes e de Kathryn Watterson, que após a mudança da família para Chagrin Falls, Ohio, quando Bill tinha seis anos de idade, viria a se tornar membro do conselho municipal. Bill ainda veio a ter um irmão mais novo, Thomas, que atualmente trabalha como professor de Inglês. (…)
Fonte:<http://depositodocalvin.blogspot.com.br/2009/04/biografia-de-bill-watterson.html> acesso
em 05/11/2013
1- Após a leitura deverão responder numa folha à parte questionamentos em relação à
estrutura e elementos do texto em quadrinhos:
COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA SULLY DA ROSA VILARINHO – EFM
NOME:__________________________________________________________Nº_____ANO____DATA:____/____/____
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Leia com atenção o Quadrinho e reponda as questões:
Figura 4 – Calvin e Haroldo
Fonte: http://escolaabrahao.blogspot.com.br/2011/08/portugues-7-ano-preparacao-para-
saresp.html. Acesso em 04/12/2013
1- Quem são os personagens presentes neste Quadrinhos?
2- Em que local ocorre a cena e o que Calvin está fazendo?
3- Calvin, o menino que aparece tomando banho, está brincando com um
barquinho.No entanto, o diálogo que podemos ler acontece entre Bradley e Marsha.
Quem são essas personagens? Onde eles se encontram no momento do banho de
Calvin?
4- Os quadrinhos contam uma história ficcional ou relatam uma experiência vivida?
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Por quê?
4- Qual a consequência resultante das ações de Calvin?
6- Por que o pai de Calvin diz: “Alguém mais vai pagar por isso”? A quem ele se refere
nessa fala? Por quê?
7- Qual é a relação entre o título O mundo é mágico: as aventuras de Calvin e Haroldo
e a história em quadrinhos que você acabou de ler?
8- Na sua opinião qual a finalidade desse tipo de texto?
9- Qual o suporte em que este tipo de texto é vinculado?
➢ Verificar se a turma conhece as personagens Calvin e Haroldo;
➢ Levantar hipóteses sobre o gênero textual história em quadrinho;
➢ Trabalhar os tipos de balões característicos do gênero;
➢ Sequência de diálogos;
➢ Explicar o conceito de onomatopeia;
➢ Levar o aluno a compreender que o texto relata um momento da imaginação de
Calvin, ele criou uma aventura fictícia, com personagens eu estão apenas na
imaginação dele, podendo comparar com as brincadeiras de faz de conta vivenciadas
pelas crianças;
2- Ouvir a música: “João e Maria”– Chico Buarque.
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
(…)
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➢ Na sequência, traçar um paralelo entre a música com a história em quadrinho:
➢ Levar as crianças ao entendimento de que “O faz de conta” é um momento onde é
possível ser quem eles desejam, estar em um lugar nunca visitado, para isso basta
soltar a imaginação e se divertir; mostrar que também a leitura proporciona
momentos assim de viagens ilimitadas.
4.5 AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVA
5ª Etapa: Resultante dessa reflexão sobre as relações entre leitura e vida é a última
etapa do processo, a ampliação do horizonte de expectativas. Tendo percebido que as
leituras feitas dizem respeito não só a uma tarefa escolar, mas ao modo como veem seu
mundo, os alunos, nessa fase, tomam consciência das alterações e aquisições, obtidas
através da experiência com a literatura.. (BORDINI & AGUIAR, 1993, p. 90-91).
Este é o ápice do trabalho: rompido o horizonte de expectativas, este é o momento
de oferecer, ao aluno, a oportunidade de ampliar a visão e o conhecimento sobre as
narrativas de aventura, suas características e modalidades.
Texto: Tom Sawyer – Mark Twain (adaptação de Ruth Rocha)
Filme: As aventuras de Tom Sawyer – 1938 (Norman Taurog)
Para esta etapa será apresentada aos alunos a obra Tom Sawyer – Mark Twain
(adaptação de Ruth Rocha). Explicar que essa história é uma adaptação do obra As
aventuras de Tom Sawyer de Mark Twain e que a autora Ruth Rocha escreveu essa
adaptação com uma linguagem mais acessível às crianças.
A seguir o resumo da história e a biografia do autor presentes da adaptação de
Ruth Rocha:
As aventuras de Tom Sawyer
Este livro conta a história de um menino comum, do interior que vivia numa
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cidadezinha às margens do grande Mississippi, um importante rio dos Estados Unidos. Esta cidade, que no livro se chama São Petersburgo, é, na verdade, a cidadezinha de Hannibal, à beira do rio. Ele vivia com muita liberdade, pois naquele tempo não havia muitos perigos por lá . Só que Tom Sawyer era mestre em se meter em encrencas terríveis.(…) Nessas aventuras, Tom vai enfrentar criminosos cruéis e também se apaixonar pela menina mais bonita da sala. Sempre com uma boa dose de humor e esperteza que fazem dele um menino adorável. E Tom não vai estar sozinho – junto com ele, desafiando cada perigo, está seu grande amigo, Huckleberry Finn. (…). (ROCHA, 2003, p. 71)
MARK TWAIN um clássico cheio de humor
Ele nasceu em 1835, numa cidadezinha na margem do rio Mississippi, nos Estados Unidos, e morreu aos 75 anos. Teve uma infância de menino pobre, precisou trabalhar cedo, mas, em vez de ficar desanimado pelas dificuldades da vida, delas tomou partido – assim, inventou logo uma maneira de ganhar dinheiro fazendo o que gostava, que era escrever sobre as pessoas e paisagens que conhecia desde criança. Deu tão certo, que ele acabou se consagrando como um dos maiores escritores do seu tempo. Muitos autores importantes acham que a literatura norte-americana começou mesmo, pra valer, com os livros do Mark Twain – que fugiu da tradição da época, desprezando o texto complicado e difícil. Twain decidiu se dedicar à literatura para crianças e jovens, escrevendo como falava, de forma simples e com muito humor: homem moderno, amante da justiça, ele sempre soube que é possível ser profundo e, ao mesmo tempo, divertido. Hoje Mark Twain é respeitado, em todo o mundo, como um clássico universal. (ROCHA, 2003, p. 3 e 4)
Encaminhamentos:
➢ O professor fará um breve relato sobre a obra principal e seu autor.
➢ Antes da leitura da obra, com base no primeiro contato com o livro, serão
levantados alguns questionamentos sobre a obra: autor, ano, editora, ilustração;
➢ Iniciar a leitura em conjunto com os alunos (para essa atividade cada aluno
receberá um exemplar da obra);
➢ Durante a leitura da obra serão feitas intervenções pelo professor delimitando os
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seguintes aspectos da estrutura da narrativa: personagens, local, tempo, narrador.
➢ Terminada a leitura será apresentado o filme original de Sawyer (legendado)
As aventuras de Tom
Atividades:
Após o término serão propostas atividades práticas que extrapolarão os horizontes
da leitura. Contribuindo para uma forma de avaliação mais diversificada, cada aluno
poderá escolher a atividade que queira desenvolver entre as opções apresentadas.
➢ Pedir uma ilustração do personagem que mais tenha lhe chamado a atenção.
Esta deverá ser feita em cartolina para ser fixada no mural da escola;
➢ Redação da parte que mais gostou da história;
➢ encenação em grupo de uma cena do livro;
➢ produção de história em quadrinhos;
➢ fazer comparações entre os fatos apresentados no filme e no livro.
5. ETAPA FINAL:
Filme: “As aventuras de Pi” (2012) de Ang Lee
O professor poderá fazer um paralelo entre as duas aventuras através de conversa
informal, buscando diferenças e semelhas entre as histórias.
Depois de todas as leituras realizadas, este momento servirá como uma extrapolação
dos horizontes de leitura, dessa forma os alunos poderão fazer uma ponte do tema
estudado ao mundo da ficção presente nas telas de cinema atuamente. Essa ponte será
construída através do filme “As aventuras de Pi” (2012). É oportuno explicar que este é
um filme estadunidense, baseado no romance de 2001 de mesmo nome por Yann Martel.
Depois dessa etapa os alunos serão levados à biblioteca da escola, onde serão
apresentados a outros livros de aventuras, cada um fará sua ficha de leitura e poderá
escolher o livro que mais gostar para ler em casa. O objetivo dessa etapa é incentivar os
alunos a frequentarem a biblioteca e se tornarem leitores frequentes.
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6. REFERÊNCIAS:
AGUIAR, Vera Teixeira; BORDINI, Maria da Glória. Literatura e Formação do Leitor:
alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Alberto, 1993.
AZEVEDO, Ricardo . Formação de leitores e razões para a literatura. In: SOUZA, R J. de (
Org. ).Caminhos para formação do leitor.1.ed.São Paulo: DCL, 2004.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Tradução de Arlene Caetano.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
BRAGATTO FILHO, Paulo. Pela Leitura Literária na escola de 1° grau. São Paulo:
Ática, 1995.CALVINO, Ítalo. Por que ler os Clássicos. Trad. Nilson Moulim. 2ª Impressão. Cia das
Letras, 1999.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura de mundo. 5. ed. São Paulo: Ática,
2000.
MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2002.
MORGADO, Maria Margarida. Romance de Aventura. In: http://www.edtl.com.pt. Acesso em: 24 jun. 2013.
PARANÁ, Secretaria de Educação do. Diretrizes Curriculares de Português para
Educação Básica. Curitiba 2008.
PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. Trad. Maria Alice Magalhães D'Amorim e
Paulo Sérgio Lima Silva. 24 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.
SILVA, Antônio Gonçalves da (Patativa do Assaré). História de Aladim e a lâmpada
maravilhosa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
SOLÉ, Isabel. Estratégia de Leitura .Trad. Claúdia Schlling. 6 ed.Porto Alegre, RS:
ArtMed, 1998.
TWAIN, Mark. As aventuras de Tom Sawyer. Adaptação de Ruth Rocha. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2003.
VASCONCELLOS, Paulo Ségio de. As mil e uma noites. Contos selecionados. São Paulo:
Sol, 2005. v. 1. 100 p.
ZILBERMAN, Regina. Como e por que ler a literatura infantil brasileira. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2002.
31
_____A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 2003.
Sites Consultados:
1- <http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Viagens_de_Gulliver> . Acesso em 05/11/2013;
2- <http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2010/09/hercules-e-o-leao-de-nemeia-o-mito-do.html> Acesso em 22/10/2013;
3- :<http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2010/09/hercules-e-o-leao-de-nemeia-o-mito-do.html> Acesso em 22/10/2013;
4 - <http://depositodocalvin.blogspot.com.br/2009/04/biografia-de-bill-watterson.html> acesso em 05/11/2013;
5- http://letras.mus.br/chico-buarque/45140/ . Acesso 05/11/2013.
Imagens:
1 – Figura 1 - <http://twainian.tumblr.com/tagged/Huckleberry%20Finn> acessado em
05/11/2013>;
2 – Figura 2- <http://www.doseliteraria.com.br/2013/05/viagens-de-gulliver-algumas-
viagens- na.html> Acesso em 05/11/2013;
3 – Figura 3 -<http://portal-dos-mitos.blogspot.com.br/2013/07/leao-de-nemeia.html >
Acesso em 05/11/2013;
4 – Figura 4 - <http://escolaabrahao.blogspot.com.br/2011/08/portugues-7-ano-
preparacao-para-saresp.html> Acesso em 04/12/2013
Filmes:
1 - As viagens de Gulliver – Rob Letterman (2011); disponível em :
http://www.youtube.com/watch?v=s1G-K0ArELk
2- As aventuras de Tom Sawyer – Norman Taurog (1938); disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=Nh5C6TKVyIE
3- As aventuras de Pi – Ang Lee (2012)