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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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I - Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica – PDE

Turma 2013

Título: LETRAMENTO LITERÁRIO: O CONTO COMO ESTRATÉGIA

Autora: Professora Lucimar Lazarin

Disciplina/Área:

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização: Colégio Estadual General Eurico Gaspar

Dutra- Ensino Fundamental e Médio

Rua Duque de Caxias ,centro.

Município da escola: Virmond

Núcleo Regional de Educação: Laranjeiras do Sul

Professor Orientador: Profa. Dra Nincia Cecilia Ribas Borges

Teixeira

Instituição de Ensino Superior: UNICENTRO

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

O presente projeto intenciona desenvolver o

letramento literário em uma turma do 8º ano

com o emprego do gênero textual conto. O

emprego do letramento literário tem o objetivo

de capacitar o aluno a compreender a leitura

como uma prática social relevante,

compreendendo-a como uma ferramenta que

o capacita a extrair os diversos significados

que um texto possa apresentar. O gênero

literário conto foi selecionado devido a sua

condição de apresentar inúmeras temáticas,

com um dinamismo que pode motivar o

educando a leitura. A estratégia de ação a ser

desenvolvida será mediada pelo emprego de

um caderno pedagógico. Ao final do

processo, tem-se a intenção de que os

educandos despertem o gosto pela leitura

como também tenham uma percepção mais

significativa em relação a sua importância e a

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sua capacidade de oportunizar novas

aprendizagens.

Palavras-chave: Gênero Textual Conto; Leitura; Letramento

Literário.

Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico

Público:

Alunos do 8º ano

SUMÁRIO

II – APRESENTAÇÃO.......................................................................................... 02

III – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 05

IV – MATERIAL DIDÁTICO.................................................................................. 07

4.1 UNIDADE I.................................................................................................... 07

4.2 UNIDADE II.................................................................................................... 17

4.3 UNIDADE III................................................................................................... 21

4.4 UNIDADE IV.................................................................................................. 30

4.5 UNIDADE V................................................................................................... 38

4.6 UNIDADE VI.................................................................................................. 50

V – REFERÊNCIAS............................................................................................. 51

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I I - APRESENTAÇÃO

ESTIMADO COLEGA PROFESSOR(A)

Leciono no Colégio Estadual General Eurico Gaspar, que está vinculado ao

Núcleo Regional de Laranjeiras do Sul – PR em turmas do Ensino Fundamental e

Médio, local onde irei realizar o projeto.

O projeto surgiu de experiências vivenciadas ao longo da minha vida docente,

ao perceber que os educandos não valorizavam o potencial da leitura, sendo

identificada como uma atividade de decodificação de signos linguísticos.

Essa percepção fazia com que eu procurasse estratégicas com condições de

demonstrar para o aluno a relevância do ato de ler, como um processo que expande

o universo de referências do ser humano, oportunizando aprendizados e

experiências que enriquecem sua existência.

Conforme aponta Mazza (2013, p. 4) a leitura “[...] provoca voos que

alimentam a reflexão crítica, a imaginação criadora e os movimentos libertários”. Os

alunos não podem ficar alheios a tais fatores relacionados a leitura, cabendo ao

professor desenvolver estratégias que o motivem a se tornar um leitor, com

condições de compreender os significados e sentidos propostos nas obras textuais.

Ao surgir a oportunidade no PDE, elaborei, sob a orientação da Professora

Doutora Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira, da Universidade Estadual do Centro-

Oeste – UNICENTRO, situada em Guarapuava – PR, uma proposta diferenciada na

abordagem da leitura em sala de aula, pautada no letramento literário.

Cosson (2006, p. 12) expõe que o letramento literário corresponde ao “[...]

processo de letramento que se faz via textos literários e compreende não apenas

uma dimensão diferenciada do uso da escrita, mas também e, sobretudo, uma forma

de assegurar seu efetivo domínio”.

Por meio do letramento literário, o professor tem a condição de contribuir para

que o educando consiga realizar a leitura com proficiência, interagindo com a

diversidade de gêneros textuais, conseguindo estabelecer a interdisciplinaridade e

reconhecendo a importância do ato de ler.

O letramento literário é um fator que oportuniza que o docente estimule o

aluno a perceber que um texto é “[...] muito mais que sinais gráficos e sim algo que

encha seus olhos, chamando sua atenção para a importância da leitura, valorizando

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seus conhecimentos prévios para instigá-los a buscar mais informações no texto

lido” (ROCHA, 2005, p. 7).

O letramento literário demanda maior planejamento do docente, para que a

proposta elaborada possa estimular o aluno a interagir com o gênero textual

selecionado, conseguindo perceber as suas especificidades, como também

estabelecer uma relação mais significativa com o texto, conseguindo extrair

informações importantes no decurso do processo de informação.

Para a elaboração do Projeto de Intervenção Pedagógica, a partir das

pesquisas iniciais efetivadas junto ao letramento literário, foi selecionado o gênero

textual conto, por retratarem o ser humano e o meio social em que está inserido,

dentro de uma narrativa curta, mas que demanda a atenção do leitor para que seja

compreendido.

Soares (2005, p. 150) destaca que o conto é:

[...] uma narrativa mais curta, mas isso não quer dizer que seja mais simples do que outros tipos. Tem como característica central condensar conflito, tempo, espaço e reduzir o número dos personagens. Pode abordar qualquer

tipo de tema na construção de um mundo particular.

Como forma de evidenciar que o conto consegue criar uma história

significativa em uma narrativa condensada, foi selecionado textos elaborados por

Marina Colasanti, que cria suas narrativas a partir das características relacionados

aos contos de fadas, mas que mantém sua atualidade por envolver conflitos que

afligem o ser humano em qualquer época.

Tassiana (2009, p. 3) reconhece que Marina Colasanti se destaca como

escritora de conto por ser:

[...] detalhista, observadora, e com a maior delicadeza, Colasanti busca um

novo rumo, novos critérios de caráter estético, utilizando maneiras alternativas e buscando incorporar em suas obras uma mensagem metafórica, além do simbólico e da sensualidade. Seus escritos, muito bem

elaborados, trazem um trabalho artesanal de linguagem e a precisão no tecido das palavras, onde seu interesse e busca se voltam para o inconsciente, deixando ao leitor a possibilidade de identificação com aquilo

que lê, sendo isso algo comum em suas obras.

Considerando o potencial literário dos contos de Marina Colasanti, busca-se

oportunizar ao educando o letramento literário, com a intenção de despertar o

interesse e o gosto pela leitura, realçando que a compreensão do texto demanda

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mais do que a decodificação dos signos linguísticos, mas sim uma imersão

significativa na obra textual para poder extrair seus sentidos e significados.

O material didático elaborado (caderno Pedagógico) é uma proposta aberta,

que pode ser desenvolvido com a incorporação de outras atividades, para que se

possibilite uma atuação pedagógica mais relevante na abordagem da leitura. Desejo

um ótimo trabalho para todos nós!

Professora Lucimar

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III - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A leitura, no âmbito escolar, necessita ser considerada como um ato que

oportuniza ao aluno a empregar sua capacidade de raciocínio para compreender o

sentido e o significado do que está escrito no texto, estabelecendo conexões com

referenciais já assimilados para oportunizar esta compreensão.

Essa percepção é constituída a partir da seguinte afirmação: “[...]

compreende-se a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve

demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de

determinado momento” (PARANÁ, 2008, p. 56).

Contudo, essa condição não se concretiza, pois há ainda um enfoque na

leitura como um ato de decodificação dos sinais linguísticos, fazendo com que o

estudante tenha um relacionamento superficial com o texto, implicando também na

dificuldade do surgimento do hábito da leitura.

Lima e Azevedo (2011, p. 68) relatam que “[...] tem sido constatado que,

muitas vezes a leitura é vista como uma obrigação no cotidiano escolar. O leitor não

apreende a ideia do texto, ele simplesmente torna-se um mero receptor de palavras

e códigos”.

É necessário superar essa condição, para que se forme um leitor crítico, com

capacidade de entender o que está lendo, estabelecer relações intertextuais e se

sentir motivado pelo hábito de ler.

Nesse sentido, uma prática importante para oportunizar a formação desse

leitor é o letramento literário cujo “[...] foco não é somente a aquisição de habilidades

de ler gêneros literários, mas o aprendizado da compreensão e da ressignificação

desses textos, através da motivação de quem ensina e de quem aprende” (SILVA e

SILVEIRA, 2012, p. 3).

O letramento literário é uma proposta que se liga com uma atuação

pedagógica mais consistente no tocante a leitura, oportunizando ao aluno

compreender sua real dimensão e sua importância.

Cosson (2006) identifica que o letramento literário é desenvolvido a partir das

seguintes etapas:

a) Motivação: consiste em preparar o estudante para interagir com o texto;

b) Introdução: representa a apresentação do autor e da obra;

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c) Leitura: refere-se ao desenvolvimento do ato de ler pelo aluno, sendo que,

neste processo, o professor necessita efetivar um acompanhamento para

que se atenda ao objetivo previamente proposto;

d) Intervalo: consiste no momento em que o docente detecta dificuldades que

o aluno possa ter na realização do ato da leitura.

e) Interpretação: refere-se às inferências que o aluno efetiva para

compreender o sentido do texto.

A partir do letramento literário, ler se torna um processo dinâmico no qual o

leitor estabelece uma relação de interação com o texto, identificando mensagens e

interpretando significados que compõe a narrativa de uma obra.

Representa também uma condição reflexiva, que proporciona a quem lê

subsídios para realizar uma análise do contexto que envolve o texto lido, indicando

um número grande de associações entre vários aspectos, estabelecendo uma

relação dialógica significativa (SOARES, 2003).

Quando o leitor realiza a leitura por meio do letramento literário, possui a

condição de deduzir informações e situações, estabelecendo uma reflexão durante e

após o ato. A leitura também permite uma interação do leitor com o texto, com

conhecimentos que esta já possui, constituindo-se uma atividade prazerosa, que

pode se tornar hábito.

Esse trabalho se torna significativo quando a intenção maior é a de formar

leitores competentes, com capacidade de assimilar as informações textuais,

possibilitadas pelo nível de desenvolvimento da compreensão e interpretação do

aluno. Quanto maior for o envolvimento do aluno com a leitura, suas chances de

desenvolver uma noção crítica, a partir das informações que consegue perceber no

texto, se tornam crescentes, fornecendo subsídios consideráveis na sua

aprendizagem (MARTINS e REVOREDO, 2009).

Essa percepção representa o reconhecimento da amplitude do alcance da

leitura na formação do aluno que, sendo incorporada pelo professor, pode contribuir

para que o ato de ler seja valorizado como uma atividade social relevante, capaz de

proporcionar o desenvolvimento de uma visão mais significativa sobre o ato de ler.

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IV - MATERIAL DIDÁTICO

4.1 UNIDADE I

MOTIVAÇÃO

A motivação é o momento inicial do letramento literário, tendo grande

importância pelo fato de preparar o estudante para ter um contato mais significativo

com o gênero textual. A motivação é relevante para estimular o interesse e a

curiosidade em torno do trabalho docente com a leitura.

Por isso é importante, como uma atividade prévia motivacional, apresentar um

texto que oportunize mobilizar a atenção do educando. Nesse sentido, sugere-se a

letra da música “Eduardo e Mônica” que, como o conto, é uma narrativa linear e

curta, com uma linguagem acessível, envolvendo poucos personagens e as ações

ocorrem em um espaço delimitado.

O professor pode passar o texto para a leitura inicial dos alunos e após a socialização, passar o vídeo

na TV Pendrive.

TEXTO E VÍDEO - Música “Eduardo e Mônica” (Autor: Renato Russo)

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Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar

Ficou deitado e viu que horas eram

Enquanto Mônica tomava um conhaque

No outro canto da cidade, como eles disseram

[...]

Eduardo e Mônica trocaram telefone

Depois telefonaram e decidiram se encontrar

O Eduardo sugeriu uma lanchonete

Mas a Mônica queria ver o filme do Godard

Se encontraram, então, no parque da cidade

[...]

Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus

Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud

E o Eduardo gostava de novela

E jogava futebol-de-botão com seu avô

Ela falava coisas sobre o Planalto Central

Também magia e meditação

E o Eduardo ainda tava no esquema

Escola, cinema, clube, televisão

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente

Uma vontade de se ver

E os dois se encontravam todo dia

E a vontade crescia, como tinha de ser

[...]

(http://www.youtube.com/watch?v=3LUH8ovUAF0)

Na socialização, o professor pode destacar que a escolha da música para iniciar a abordagem dos

contos decorre da sua estrutura se aproximar deste gênero textual, realçando características deste gênero

textual. Como forma de incentivar a participação dos estudantes, pode fazer questionamentos, como:

a) Qual a história da narrativa constante na letra da música?

b) Questionar o significado de algumas gírias utilizadas na letra (carinha,

boyzinho, camelo...) e sugerir que os alunos destaquem algumas que

empregam no seu vocabulário.

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c) Questionar se os estudantes sabem quem são as preferências de Mônica

(Manuel) Bandeira1; Bauhaus2, (Vicente Willen) Van Gogh3...

Pode-se aproveitar tais referências para indicar que os textos oportunizam a indicação de referências

que podem ser importantes para que o estudante possa ter acesso a importantes figuras das artes, culturas e da

literatura.

A docente incentiva os alunos a apontarem suas percepções acerca da narrativa constante na letra,

estimulando o debate.

ATIVIDADES

a) No texto “Eduardo e Mônica”, a diferença de idade é uma das principais

características entre os personagens. Em quais momentos do texto essas diferenças

são ressaltadas?

b) Mônica possuía um conhecimento cultural mais significativo do que

Eduardo e fazia questão de compartilhar. Por que essa postura é importante?4

c) Ressalte qual o trecho que despertou maior atenção e comente.

1 Nasceu em 19/04/1886, no Recife e morreu em 13/10/68, no Rio de Janeiro. Poeta que provavelmente foi a principal figura do Modernismo brasileiro, embora tenha se recusado a participar

da Semana da Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Na sua poesia, Bandeira abandonou o tom retórico de seus antecessores e usou a fala coloquial para tratar de temas triviais e eventos do dia-a-dia, com objetividade e humor. 2 Bauhaus é um grupo musical fundado em 1978 em Northampton, Inglaterra. Apoiados no descontentamento social pós-punk reuniram características deste movimento musical criando uma sonoridade nova, mais de acordo com o período nuclear (guerra fria e cortina de ferro) e de crise

econômica que apelava à ausência de cores tal era a desconfiança no futuro. 3 Foi um pintor pós-impressionista neerlandês, frequentemente considerado um dos maiores de todos os tempos. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental, cometendo suicídio. A sua fama póstuma

cresceu. É considerado um dos pioneiros na ligação das tendências impressionistas com as aspirações modernistas, sendo a sua influência reconhecida em variadas frentes da arte do século XIX, como por exemplo o expressionismo. 4 Nessa questão, há a intenção de verificar se os alunos percebem que a interação com as pessoas oportuniza aprendizagens. Mônica, por ter um nível maior de conhecimentos, pelo fato de estar frequentando a universidade e ter contato com um universo cultural mais abrangente com o Eduardo,

buscava compartilhar seus saberes, oportunizando aprendizagens para o personagem masculino.

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INTRODUÇÃO

Passar no quadro o provérbio popular “Quem conta um conto,aumenta um ponto” e questiona r os

alunos sobre o que entendem por este provérbio.Após o momento de socialização dos comentários entrega r o

texto a seguir e fazer a leitura para a turma.

“Quem conta um conto, aumenta um ponto.”

Foi dessa forma que esse tipo de texto surgiu. Não sendo por acaso seu nome,

o conto teve início junto com a civilização humana. As pessoas sempre

contaram histórias, reais ou fabulosas, oralmente ou através da escrita. O

conceito de conto, hoje em dia, foi ampliado em relação a este citado acima.

Isto se dá porque escritores passaram a adotar esse tipo de texto como uma

forma de escrever, e essa tentativa tem sido promissora. Além de utilizar uma

linguagem simples, direta, acessível e dinâmica o conto é a narração de um

fato inusitado, mas possível, que pode ocorrer na vida das pessoas embora

não seja tão comum.

Essa praticidade tem atraído leitores de todas as idades e níveis intelectuais.

Inclusive aqueles que não têm o costume de ler ou que ainda estão começando

a adquirir este hábito. Não é um texto denso, que exija grande esforço

intelectual para ser compreendido, e por isso mesmo é tão bem aceito em

diversos tipos de meios de comunicação, não somente através dos livros.

(ARAÚJO, Ana Paula de. Conto. Disponível em:

<http://www.infoescola.com/redacao/conto/> Acesso em setembro de 2013.

Após a leitura desse texto, é possível estabelecer para os alunos as principais características

do conto, realçando sua condição de narrativa, como também de ser expresso tanto de forma escrita

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como de forma oral. Nesse sentido, pode ser indicado aos estudantes que, em algum momento, já

tiveram contato com o conto, não somente no contexto escolar, mas também no meio social, revelando

sua importância como gênero literário.

A partir das informações contidas no texto, inicialmente, sugere-se a abertura

de espaço para os alunos apontarem suas dúvidas ou tecerem comentários acerca

do texto.A professora conduz os questionamentos e vai anotando no quadro:Como

era inicialmente vinculado estas histórias(oral);Os fatos(reais ou

fabulosos);atualmente de oral passou a ser(escrito);tipo de linguagem(simples);fato

inusitado(não comum);texto não denso(curto). Essa postura docente procura

estimular a participação, até mesmo para observar se os estudantes estão atentos

ou motivados a participarem.

APRESENTAÇÃO DO PROJETO

A professora apresentará para a turma o projeto,

destacando as seguintes informações:

- Tema: Letramento Literário

- Gênero textual abordado: conto

- Período de duração (32 horas);

- Criação da Hora do Conto na rádio

escola;

- Apresentação da forma de

organização da Hora do Conto;

-Convite para um familiar relatar o

conto “ Tesouro Escondido”

- Elaboração de uma coletânea de

contos;

- Local de exposição;

- Critérios de seleção para publicação

na coletânea;

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- Divisão em grupos para as

atividades Hora do Conto e coletânea

de contos.

Ao final do projeto, será constituída

uma coletânea de contos, que serão

escolhidos por meio de votação,

considerando tanto os apresentados

na Hora do Conto como os

elaborados em sala de aula.

As atividades previstas no projeto

visam estimular a produção textual

dos alunos, característica importante

no letramento literário, oportunizando

também a valorização dos contos

escritos, como forma de incentivar

tanto a prática da leitura como da

escrita.

LEITURA I

Como forma de exemplificar a estrutura do conto apresentada por Araújo

(2013), sugere-se a distribuição de contos de Marina Colasanti5 para os estudantes

realizarem a leitura oral para os colegas.

5 Antes do início das atividades com os contos, é importante apresentar um breve resumo biográfico de Marina Colasanti para que os educandos tenham noção da sua relevância na literatura brasileira e de sua produção literária. Marina Colasanti (Sant'Anna) nasceu em 26 de setembro de 1937, em

Asmara (Eritréia), Etiópia. Viveu sua infância na Africa (Eritréia, Líbia). Depois seguiu para a Itália,

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Sugestão de contos:

Um Desejo e Dois Irmãos

MarinaColasanti Dois príncipes, um louro, e um moreno. Irmãos, mas os olhos de um azuis, e os do outro verdes. E tão diferentes nos gostos e nos sorrisos, que ninguém os diria filhos do mesmo pai, rei que igualmente os amava. Uma coisa porém tinham em comum: cada um deles queria ser o outro. Nos jogos, nas poses, diante do espelho, tudo o que um queria era aquilo que o outro tinha. E de alma sempre cravada nesse desejo insatisfeito, esqueciam-se de olhar para si, de serem felizes.

[...] Da água, o jovem senhor das vagas quebrou com seu olhar a lâmina da superfície procurando a silhueta do irmão.

O de cima sentiu calor, e desejou ter o mar para si, certo de que nada o faria mais feliz do que mergulhar no seu frescor.

O de baixo sentiu frio, e quis possuir o céu, certo de que nada o faria mais feliz do que voar na sua mornança. [...]

A linha chegou perto. E chegou perto. Baixou seu vôo o cavalo alado, quase tocando o reflexo. Aflorou o cavalo marinho entre marolas. As plumas, espumas se tocaram. Céu e mar cada vez mais próximos confundiram seus azuis, igualaram suas transparências. E as asas brancas do cavalo alado, pesadas de sal, entregaram-se à água, a crina branca roçando já o pescoço do hipocampo. Desfez-se a carruagem de nuvens na crista da última onda. Onda que inchou, rolou, envolvendo os irmãos num mesmo abraço, jogando um corpo contra o outro, juntando para sempre aquilo que era tão separado.

INTERPRETAÇÃO I

a) O conto apresenta com maior ênfase as diferenças entre os dois irmãos.

Contudo, há algumas semelhanças. Quais são?

b) Por qual motivo o rei decidiu dividir o reino? Qual a consequência que essa

divisão iria ocasionar na percepção do rei?

onde morou 11 anos. Chegou ao Brasil em 1948, e sua família se radicou no Rio de Janeiro, onde reside desde então. Possui nacionalidade brasileira e naturalidade italiana.Entre 1952 e 1956 estudou

pintura com Catarina Baratelle; em 1958 já participava de vários salões de artes plásticas, como o III Salão de Arte Moderna. Foi apresentadora de televisão e roteirista.Ingressou no Jornal do Brasil em 1962, como redatora do Caderno B, desenvolveu as atividades de: cronista, colunista, foi também

editora do Caderno Infantil do mesmo jornal (O MUNDO, 2013).

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c) Qual o sentimento que desunia os irmãos? Justifique a resposta com trechos

do conto.

d) Na divisão dos reinos, houve o relacionamento entre uma característica física

dos príncipes com o reino que ganhou. Destaque essa relação e opine por

qual motivo o rei fez esta relação.

LEITURA II

Vamos ler mais um conto de Marina Colasanti. Neste conto alguns verbos

estão destacados para analisarmos a construção do sentido, eles nos levam a

compreender a situação de autoritarismo e submissão, suas causas e

consequências nessa relação de homem e mulher. Não são as falas, mas as ações

praticadas que mostram o tipo de pensamento que o marido guarda a respeito de

sua mulher.

Para que Ninguém a Quisesse

"Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e

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ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas as jóias. [...]

Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse pelos cantos, mimetizada com os móveis e as sombras.

Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.

[...]

Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.

http://pausapraleitura.blogspot.com.br/2011/11/para-que-ninguem-quisesse.html6/11/2013

INTERPRETAÇÃO II

a) Qual o sentimento que levou o homem a tomar algumas atitudes em

relação à mulher?

b) O que você pensa sobre as atitudes tomadas?

c) Qual foi a reação da mulher diante das atitudes do homem?

d) Por que a mulher deixou de gostar de batom e de corte de seda?

e) Reescreva um final para o conto.

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ATIVIDADES

Dividir a turma em grupos e solicitar aos alunos a elaboração de contos, de

até uma página, com temas livres que, após a correção, serão socializados em sala

de aula e farão parte da coletânea final. Para colaborar com os estudantes, o

docente pode apresentar para ser copiado no caderno o seguinte roteiro:

a) Apresentação: também denominada de introdução ou exposição,

representa o elemento que inicia o conto, envolvendo a apresentação dos

personagens, espaço, ambiente e ações iniciais;

b) Complicação: momento em que surge um fato ou evento que ocasiona

mudanças significativas para os personagens, resultando na criação de

um ambiente instável que influenciará no desfecho do conto;

c) Clímax: momento de tensão e intensidade na narrativa, sendo o auge da

trama, onde os personagens efetivam suas principais ações;

d) Desenlace: também denominado de conclusão, apresenta o final da trama.

INTERVALO DE LEITURA

Na socialização, pode-se considerar esse roteiro como questões para

estimular os alunos a exporem suas percepções acerca da sua história. A professora

analisa se os alunos estão compreendendo a estrutura do gênero con to.

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4.2 UNIDADE II

MOTIVAÇÃO

Passar o vídeo do conto “A onça e o bode”, disponível no seguinte endereço

eletrônico: <http://www.youtube.com/watch?v=lJZp5GhEZGA> com duração de

2min.02seg.

Sugiro que comente aos alunos que anotem as partes principais .Perguntar se querem que repita para

que possam lembrar no momento de escrever.

INTRODUÇÃO

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O CONTO ORAL

Passar na TV pendrive o texto e explicar a origem dos contos orais e sua contribuição para história da

sociedade.

O conto oral é consequência da tradição oral cultivado pelo homem desde os

seus primórdios, narrando acontecimentos e eventos, verdadeiros ou fantasiosos,

possibilitando o seu registro na memória. Nesse contexto, o conto oral é um gênero

textual narrativo, tendo como característica básica o seu vínculo com a oralidade,

sendo que, em algumas situações, pode ser colhido e registrado sob forma escrita.

Nessa modalidade de conto, são narrados situações e conflitos próprios do cotidiano

do ser humano, sendo demarcada pelo anonimato do autor, representando, assim,

“uma fala do povo”. Esse gênero vale-se geralmente da linguagem comum e

conserva algumas marcas da oralidade.

O conto oral mantém sua atualidade por ser recriado constantemente,

assumindo os valores vigentes na sociedade à qual se dirige, podendo incorporar

novos elementos, mas mantendo fidelidade em relação à situação, aos personagens

e ao fato relatado.

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ATIVIDADE

Escreva o conto oral, que você assistiu, substituindo os animais (por exemplo:

“O macaco e a cobra”; “A girafa e o leão”; “O cachorro e o tamanduá”), modificando

o seu final.

LEITURA I

Serão lidos alguns contos em sala de aula,

escolhido por votação o conto para a coletânea.

RELATO ORAL:

O TESOURO ESCONDIDO

Um morador da comunidade convidado pela professora no início do projeto,

irá relatar um conto local, com o título “O Tesouro escondido”, este tipo do conto é

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muito popular em nossa região, onde ainda tem pessoas que saem à noite em busca

de panela ou bau de moeda de ouro. Os alunos serão alertados que após o relato

irão registrar o conto no caderno.Nessa socialização, a docente ressaltará a condição do conto como

gênero literário bem como suas principais características, além de realçar que o conto, com o relato oral, é uma

importante fonte de informações históricas.

INTERPRETAÇÃO

a) Em relação ao conto oral, qual foi o fato, o personagem ou evento que mais

suscitou sua atenção? Justifique.

b) Quem conta um conto aumenta um ponto. Considerando essa perspectiva,

elabore uma continuação para a história relatada no conto “O Tesouro escondido". A

turma será dividida em grupo para esta atividade, após o término os grupos farão leitura para turma q ue

escolherá dois contos.

INTERVALO DE LEITURA

Os contos farão parte da coletânea e será escolhido uma dupla de alunos

para apresentar na hora da rádio escola. A Hora do conto será no intervalo do recreio.

Rádio Escola

A Hora do conto

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4.3 UNIDADE III

MOTIVAÇÃO

Agendar um horário no laboratório de informática, sugerir aos alunos a

coletarem mais informações de fatos que considerem relevantes sobre a autora

Marina Colasanti, sendo os dados registrado no caderno.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento do projeto se pautará em contos elaborados por Marina

Colasanti, autora que já foi apresentada aos alunos por meio de curto texto

relatando sua biografia, microcontos e pesquisa no laboratório de informática. Antes

de iniciarmos as história de um de seus livros vamos conhecer um pouco sobre a

autora,através de trechos de uma entrevista e frases, como forma de evidenciar sua

criatividade e sua capacidade de encantar os leitores com suas narrativas.

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FRAGMENTOS DA

ENTREVISTA E

PENSAMENTOS DE MARINA

COLASANTI

-Apesar da Segunda Guerra Mundial, a senhora cresceu imersa

em um ambiente familiar propício à leitura. Este entorno foi

fundamental na sua transformação em leitora?

R:Eu não me transformei em leitora. Nunca houve um tempo em

que não o tenha sido, nem mesmo quando não sabia ler. Dizemos

hoje que ser leitor não é apenas ler, é ter uma identidade

profunda com os livros. Pois eu sempre a tive, sempre tive livros

ao meu redor, sempre vi pessoas lendo, sempre leram para mim.

Não houve, portanto, um momento de transformação, um salto,

um livro revelador. Houve, desde o início, um profundo bem-

estar, um aconchego completo entre as páginas impressas.

-Que poder tem a literatura sobre o indivíduo? A resposta poderia

se alongar enormemente, vou tentar ser bem objetiva: através da

literatura o leitor põe em ato algo muito semelhante à análise de

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grupo. Há, num romance, várias personagens que interagem,

delas sabemos o que dizem, o que pensam, e o que sentem; o

narrador onisciente se encarrega de nos transportar para dentro

de cada uma delas, ao mesmo tempo que nos mostra o conjunto

das ações e reações.

- Qual a importância da ficção na vida cotidiana das pessoas?

Quanto à ficção, eu diria que ela não existe, ou melhor, que tudo é

ficção. O sonho e o cotidiano, o fato e seu relato são formados

pelos mesmos elementos, tirados do pouco que conhecemos e que

chamamos vida. E a realidade de um sempre será a ficção do

outro.

“A intensidade da imaginação, a capacidade da imaginação

sempre me estarrece. Eu saio dos sonhos — sonhos noturnos —

boquiaberta! boquiaberta! Como que eu sou capaz de fazer uma

arquitetura como essa?”.

“O leitor é levado a olhar a vida de perto, e por dentro. E nesse

olhar executa as transferências, identificando-se com isso ou com

aquilo, elaborando seus próprios sentimentos”.

(Entrevista concedida à Rogério Pereira e publicado no Jornal Rascunho, de

Curitiba).

Mediante a leitura feita pela professora dos fragmentos e pensamentos de

Marina Colasanti, dividir a turma em grupos, para que analisem os trechos

destacados e escrevam as principais conclusões a que chegaram.

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SOCIALIZAÇÃO

OPINE

Após a realização da atividade envolvendo os fragmentos, os pensamento e

pesquisa de Marina Colasanti, o docente pode intermediar um momento de

socialização, onde os estudantes poderão expor suas percepções acerca do

posicionamento da autora.

Nessa atividade, o professor irá detectar de que forma os educandos

percebem o significado da leitura, ou seja, se a consideram apenas como uma forma

de decifração de signos ou como um mecanismo importante de adquirir

conhecimentos e contribuir para desenvolver sua capacidade de reflexão e de

compreensão do mundo. Essa atividade considera que as Diretrizes Curriculares da

Educação Básica (PARANÁ, 2008, p. 56) identificam que a leitura representa “[...]

um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas,

econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento”. Nesse sentido, é

importante o docente ter a noção da significação que a leitura tem para o estudante,

podendo destacar sua relevância quando houver uma perspectiva limitada do

alcance do ato de ler.

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INTERPRETAÇÃO

Solicitar aos alunos que respondam as seguintes questões:

a) Quais são os motivos que o levam a ler?

b) A leitura desperta que tipos de sentimentos e sensações?

c) A sua família tem o hábito da leitura? Justifique.

e) Qual a importância da leitura e da escrita no ambiente escolar e no meio

social?

Ao término da atividade os alunos poderão ler suas respostas para turma.

ATIVIDADE

Alunos, agora individualmente vocês escreverão um conto tendo como tema

“O menino que lia livro”. Faremos a leitura de alguns contos para turma.

A partir dessa produção textual, os estudantes indicarão os que consideraram mais interessantes e a

professora os lerá novamente, abordando as características do gênero conto. A turma escolherá o conto que

mais suscitou a atenção, que será lido na Hora do Conto na Rádio Escola e fará parte da coletânea.

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LEITURA

A professora apresentará o livro “23 Histórias de um Viajante” de Marina

Colasanti, sendo realçadas algumas opiniões dos críticos sobre a obra. O texto a seguir

será apresentado na TV pendrive.

“Suas histórias de um viajante são narrativas cheias de poesia e

simbolismos. Marina vai narrando, pela boca do viajante,

aventuras e situações que nos levam a refletir um pouco mais

aqui e ali sobre as múltiplas faces da vida, tanto daquele que

viaja, quanto daquele que se isola dentro de suas muralhas, seja

por opção, seja por necessidade”.

“Ás 23 Histórias de um Viajante, de Marina Colasanti, instigam e

inquietam o leitor pela estrutura e densidade dos temas, mas

sobretudo pela sensibilidade feminina que está por trás delas. O

tema da viagem em busca de conhecimento, de uma revelação ou

da iluminação, existe desde que o homem começou a cultivar a

arte de contar. Na realidade, partir envolve, de certa forma, a

própria inquietação que projeta o ser humano ao desconhecido, a

sede de seguir para a frente, de descobrir, mas também de

revelar”.

Considerando os posicionamentos, o docente pode destacar que a leitura é um ato dinâmico, que

oportuniza diferentes formas de compreensão em relação a uma única obra, principalmente quando a obra é de

uma autora talentosa e criativa.

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O primeiro texto a ser lido é “A cidade dos cinco ciprestes”. Este conto foi

selecionado pelo tema ser relacionado a um tesouro. A leitura será inicialmente,

silenciosa, para, na sequência, ser feita uma leitura oral por alguns estudantes.

A cidade dos cinco ciprestes

Marina Colasanti

Não era um homem rico. Nem era um homem pobre. Era um homem,apenas. E esse homem teve um

sonho.

Sonhou que um pássaro pousava em sua janela e lhe dizia: ”Há um tesouro esperando por você na cidade dos cinco ciprestes”.Mas o homem que abriu a boca para perguntar aonde ficava a cidade,abriram -se os seus olhos,e o pássaro levantou vôo levando o sonho no bico.

[...]

Foram a passo. Porém, desbastando a distância, percebeu o homem que não poderia cumprir a promessa. Nenhum perfil de telhado, nenhuma quina de casa, nenhum muro denteava o alto da colina. Galgaram lentamente a encosta sem caminhos.No topo, cinco ciprestes reinavam altaneiros e sós.Não havia

cidade alguma.

A noite já se enovelava no vale.Melhor dormir,pensou o homem,amanhã verei o que fazer.Soltou o

cavalo, que pastasse.Cobriu-se com a pelerine,fez do seu desapontamento travesseiro, e adormeceu.

Acordou com a conversa dos ciprestes na brisa. O ar fresco da noite ainda lhe coroava a testa, mas já uma enxurrada de ouro em pó transbordava do horizonte alagando o vale, e os insetos e stremeciam asas

prontos a lançar ao sol que logo assumiria o comando do dia.

[....]

Uma casa pequena com um bom avarandado, a princípio. Depois, com o passar dos anos, outras casas, dele que Havaí fundado a família, e de outras famílias e gentes atraídas pela sedução daquele lugar. Um povoado inicialmente, transformado em aldeia que desce pela encosta como baba de caracol e que um dia será uma cidade.

No alto, esquecido, um baú cheio de moedas de ouro dorme no escuro coração da terra, entrelaçado com cinco fundas raízes. (Retirado do livro”23 histórias de um viajante/Marina Colasanti,São

Paulo:Global,2005).

INTERPRETAÇÃO

Solicitar que alguns alunos exponham suas opiniões acerca do conto, considerando os seguintes

critérios: apresentação, complicação, clímax e desfecho. No caderno realizar a interpretação.

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a) De que forma o personagem é apresentado pelo narrador?

b) O personagem parou para repousar.Identifique no conto qual foi este local?

E o que ele sentiu?

c) O personagem buscava a realização de um sonho. No seu entendimento,

qual seria esse sonho e ao final do conto, conseguiu realizá-lo? Por quais motivos?

d) Qual a relação deste conto com o conto , o Tesouro Escondido trabalhado

anteriormente?

ATIVIDADE

Elabore um desenho que retrate uma das situações vivenciadas pelo personagem

ao longo do conto “A cidade dos cinco ciprestres”. O desenho, nesse caso, significa uma forma

do leitor expor sua interpretação do texto. Dois desenhos serão votados para compor a coletânea.

INTERVALO DE LEITURA I

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PESQUISA

A professora agenda um horário na biblioteca,

divide a turma em grupos e solicita aos alunos a

procurarem livros escritos por Marina Colasanti .

Após o levantamento, indicar os

títulos existentes na biblioteca do

colégio para os demais estudantes na

Hora do Conto na rádio da escola.

Rádio Escola

A Hora do Conto

INTERVALO DE LEITURA II

Propor a leitura de contos em casa, para serem compartilhadas com os

colegas em sala de aula. Anotar as características dos contos lidos através das

seguintes questões norteadoras: Do que trata o conto? Quem são os personagens?

Em que tempo e local a história ocorre? Qual o clímax da história? Como foi o

desfecho? O desfecho atendeu suas expectativas?

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4.4 UNIDADE IV

MOTIVAÇÃO

Entregar a história em quadrinhos para a turma e realizar a leitura coletiva de

cada quadrinho. Questionando:

- Os personagens;

- O espaço;

- As ações da morte em cada quadrinho e dos outros personagens;

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Fonte: Maurício de Souza (2002).

INTRODUÇÃO

Antes de iniciarmos a leitura do conto de Marina Colasanti, vamos trabalhar

um pouco sobre ele. O conto também foi retirado do livro 23 Histórias de um Viajante

com o título: “A morte e o rei”, mesmo tema da história que acabamos de ver e

ler.Durante a leitura, observem a linguagem da autora.

LEITURA I

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A MORTE E O REI

Marina Colassanti

Noite, ainda não. Mas as nuvens tão escuras, que era como se fosse. E nesse escuro pesado, envolta num manto, a Morte galopava seu cavalo negro em direção ao castelo. Os cascos incandescentes

incendiavam a grama. Desfaziam-se as pedras em centelhas. Diante da muralha, sequer chamou ou apeou para bater ao portão. O manto estalava ao vento. O cavalo escarvava com a pata. Ela esperava. E logo os pesados batentes se abriram num estridor de ferragens. E a Temível foi levada à presença do

Rei.

-Vim buscar-vos, Senhor- disse sem rodeios.

- Não contestaria chamado tão definitivo, sem boa razão- respondeu o monarca, com igual precisão.

[...]

Amplas são as sombras, pensou a Morte, calculando a sua parte. E mais uma vez concordou em adiar a partida. Ao entardecer do dia seguinte, um mancebo foi apunhalado num corredor escuro, um ministro foi passado ao fio da espada junto a uma coluna, enquanto no alto de uma escada uma dama tombava

envenenada. Antes que o sol nascesse novamente, o carrasco decepou as outras cabeças que haviam ousado pensar contra o Rei.

[...]

A Morte sabia, por antiga experiência, o quanto podia ceifar nesses campos. Sem discutir, emparelhou seu cavalo com o do Rei, e começou a longa marcha. À frente, muito trabalho a esperava. Não era

trabalho para um dia. Nem para dois . Dias e dias se passaram. Meses. Anos. Em que a Sombria parecia não ter descanso, cortando, quebrando, arrancando. E colhendo. Colhendo.

[...]

Desceu degraus, seguiu sobre o piso escorregadio entre paredes estreitas, desceu uma longa escada, avançou por uma espécie de interminável corredor, desceu outros degraus. E afinal, cabeça baixa para evitar as teias de aranha, puxou uma argola de ferro e abriu uma porta. Havia chegado às cavalariças. A vela apagou-se num sopro de vento. Tateando, pegou uma sela, arreios, e com gestos rápidos encilhou um cavalo. Montou de um salto. Cravou as esporas, soltou as rédeas. E ei -lo fora, galopando na noite,

afastando-se do castelo.

Galopava o cavalo. As nuvens abriram-se por um instante, a luz da Lua mordeu o pescoço do animal. Só então o Rei viu que o cavalo era mais negro que a escuridão. E que seus cascos incandescentes

queimavam a grama ao passar, desfazendo as pedras em centelhas.

INTERPRETAÇÃO

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No caderno vamos responder as questões.

a) Como o rei se portou perante a morte? Portou-se de forma firme, procurando realçar a

importância de realizar determinadas ações antes de acatar o chamado definitivo.

b) Qual foi a reação da morte após o pedidos do rei?

c) Qual a intenção do rei em fazer os pedidos para a morte? Adiar o máximo

possível sua morte, ao mesmo tempo em que realizava suas intenções de conquistas e de debelar as traições.

d) O rei ao pedir tempo para a morte tinha um plano, qual era esse plano?

Segundo o conto ele conseguiu obter êxito? O plano do rei era escapar da morte, por meio de

uma fuga durante a noite. Porém, o rei não percebeu que o cavalo escolhido para a fuga era o animal da morte,

fazendo com que fosse encaminhado para o desfecho da sua vida.

e) A morte demonstrou ter paciência com o rei. Por qual motivo? Pelo fato da

morte ser um acontecimento certo na vida do ser humano, variando o momento em que irá ocorrer.

f) Descreva, a partir das referências do texto, a imagem da morte. A imagem da

morte descrita pela autora corresponde a que normalmente é relacionada, como uma figura vestida com um

manto preto, magra, com uma face esquelética.

ATIVIDADE

Como bons escritores que são, vamos transformar a história em quadrinhos

“Boa Ação” em um conto de até uma página.

Nessa atividade, a professora pode pontuar que um texto pode apresentar diferentes versões sobre

uma pessoa ou uma entidade, como ocorre com a morte, onde, no conto de Marina Colasanti, tem a função de

tirar a vida do rei, ao passo que na história em quadrinho, realiza boas ações, ainda que seja para cumprir sua

finalidade de “matar” algo (a fome). O uso da história em quadrinhos é para realçar a possibilidade de o leitor

estabelecer a intertextualidade, ou seja, diálogo entre textos para compreender melhor o significado do texto que

está lendo.

Socializar os contos e efetivar a escolha do conto e da dupla de alunos que

irão para a hora do conto e fazer parte da coletânea.

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Rádio Escola

A Hora do Conto

LEITURA II

A aula iniciará com a divisão da turma em grupos, sendo que receberão o

texto “São os cabelos das mulheres” divido em partes como um quebra-cabeça, para

que façam a montagem. Após cada grupo terminar sua montagem, socializará com

os demais estudantes. Após a leitura de todos os grupos se não ficou nenhum texto

igual ao original a professora lerá o original para a turma.

SÃO OS CABELOS DAS MULHERES

Marina Colasanti

Naquela aldeia de montanha perdida entre neblinas, a chuva havia começado há

mais tempo do que era possível lembrar. Só água vinha do céu, em fios tão

cerrados que as nuvens pareciam cerzidas ao chão. As plantações haviam-se

transformado em charcos, as roupas já não secavam junto aos fogos fumacentos, e

pouco ou nada restava para comer.

[...]

Mas como acabar com o flagelo se lhes faltava o remédio? - responderam as

mulheres. E acrescentaram - Cabelos. Para acabar com esses, precisamos dos

nossos. E cabelos elas não tinham. Parecia inútil procurar. Por baixo dos lenços

apenas uma leve penugem despontava. Nenhuma mulher havia sido poupada.

Ainda assim procuraram de casa em casa, mesmo nas mais distantes, até que,

escondida entre as saias das irmãs mais velhas no fundo de um casebre,

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encontraram uma menina. Uma menina pequena, tão pequena que ao tempo das

chuvas havia sido confundida com um menino. Uma menina pequena, com um

rabichinho magro.

[...]

Ainda fazia frio na manhã em que a primeira mulher tirou o xale. Sacudiu a

cabeça. Os cabelos que haviam crescido, rodearam-lhe o rosto. E porque aquela

havia tirado o xale, uma e logo outra a imitaram, uma quarta desfez sobre a testa

o nó que prendia o lenço, cabeças de mulheres assomaram às janelas, descobertas.

Os cabelos, lisos, crespos, ondulados, dançavam livres farfalhando como folhas,

cintilaram ao sol que de repente não parecia tão pálido. Em algum ponto daquela

manhã, a primavera pôs-se a caminho.

- São os cabelos das mulheres - disseram os homens farejando o ar que se fazia

mais fino.

Essa atividade é para motivar os alunos a terem uma interação maior com o texto, no sentido de

estabelecer um significado para a histórica considerando a junção das partes separadas.Com o uso da Tv

pendrive, serão abordados aspectos relativos a coesão e coerência na obra textual.

IMPORTANTE

Coerência: É o aspecto que assumem os conceitos e relações subtextuais, em

um nível ideativo. A coerência é responsável pelo sentido do texto, envolvendo

fatores lógico-semânticos e cognitivos, já que a interpretabilidade do texto

depende do conhecimento partilhado entre os interlocutores. Um texto é

coerente quando compatível como conhecimento de mundo do receptor.

Observar a coerência é interessante, porque permite perceber que um texto

não existe em si mesmo, mas sim constrói-se na relação emissor-receptor-

mundo.

Coesão: É a manifestação lingüística da coerência. Provém da forma como as

relações lógico-semânticas do texto são expressas na superfície textual.

Assim, a coesão de um texto é verificada mediante a análise de seus

mecanismos lexicais e gramaticais de construção. Os elementos de coesão

também proporcionam ao texto a progressão do fluxo informacional, para levar

adiante o discurso. (SIMON, 2008).

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INTERPRETAÇÃO

Vamos registrar no caderno.

a) Como podemos perceber que a autora utiliza o cabelo como principal

referencial feminino na história? Pelo fato do cabelo cumprido ser uma característica das

mulheres.

b) Os anciões se basearam em que para apontar que os cabelos femininos

eram os responsáveis pelas chuvas prolongadas na aldeia? Nas antigas

tradições e nas determinações constantes em pergaminhos.

c) Os sábios consideraram que as mulheres poderiam controlar a invasão

das serpentes enroladas. Qual o fato que comprova esta afirmação? Devido

às serpentes serem compostas pelos fios de cabelos cortados das mulheres.

d) Os aldeões conseguiram afugentar as serpentes. O que fizeram para

conseguir este alívio que todos esperavam? Amarrando a boca das serpentes com

os fios de cabelo de uma menina que foi escondida para ser preservada da violência do corte

arbitrário do cabelo.

e) Ao final da história, o cabelo feminino é fundamental para aldeia. De que

forma isso é identificado? Com o crescimento do cabelo nas mulheres, que não foi

percebido pelos demais aldeões pelo fato de andarem com a cabeça coberta. Assim que passaram

a usar a cabeça descoberta, os cabelos atraíram bons fluídos, representado pela primavera que

demarcou um novo tempo na aldeia.

f) Marina Colasanti procura nessa história relatar a violência contra as

mulheres,comum em algumas aldeias e em certo tempo na sociedade.

Retire do texto parte que comprovam este fato.

Após essa atividade, a professora pode solicitar para que os alunos exponham suas percepções acerca

do texto “São os cabelos das mulheres”, traçando um comparativo com o conto “Para que ninguém a quisesse”.

Há, nesses dois contos, uma abordagem da autora acerca da violência contra a mulher, sendo importante

destacar esta temática social, realçando que este gênero textual permite a abordagem de questões socialmente

importantes.Observar se os alunos possuem maturidade para se posicionar quanto ao assunto abordado.

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4.5 UNIDADE V

MOTIVAÇÃO

Entregar a cópia da letra da música e realizar a leitura da mesma.Passar o

vídeo para a turma na TV pendrive.

O Rouxinol E A Rosa

Os Paralamas do Sucesso

Sob o céu frio e cinza

Um impasse e poucas opções Não há rosas no jardim E há tempos não se ouvem os rouxinóis.

[...]

Sob o céu frio e cinza Um impasse e poucas opções

Não há rosas no jardim E há tempos não se ouvem os rouxinóis...

O vídeo está disponível em: <http://letras.mus.br/os -paralamas-do-sucesso/439845/> e tem a duração de

3min.55seg.

INTRODUÇÃO

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O conto, como gênero literário, serve de inspiração para que artistas criem

suas obras, não somente no âmbito da literatura, mas também de outras áreas,

como a música, a pintura, o teatro e o cinema.

Nesse contexto, o conto “O rouxinol e a rosa” de Oscar Wilde6 serviu de

inspiração para a canção do mesmo nome, composta e cantada pelos Paralamas do

Sucesso.

LEITURA I

Entregar para a turma o conto “O Rouxinol e a Rosa”, dividir a turma em dois grupos para realizar a

leitura onde cada grupo lerá um verso.

O Rouxinol e a Rosa !!!

Era uma vez, um Rouxinol que vivia em um jardim.

No jardim havia uma casa, cuja janela se abria todas as manhãs. Na janela, um jovem, comia pão, olhando as belezas do jardim.

Sempre deixava cair farelos de pão, sobre a janela.

O Rouxinol, comia os farelos, acreditando que o jovem os deixava de propósito para ele.

Assim criou um grande afeto, pelo jovem que se importava em alimentá-lo,

mesmo com migalhas.

O jovem um dia se apaixonou.

Ao se declarar a sua amada, ela disse que só aceitaria seu amor,

se como prova, ele desse a ela,

na manhã seguinte, uma rosa vermelha.

6 Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde, um dos maiores escritores de língua inglesa do século 19,

tornou-se célebre pela sua obra e pela sua personalidade. Sofisticado, inteligente, dândi, adepto do

esteticismo (da "arte pela arte"), escreveu contos, teatro, ensaios e romances.

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[...]

O Rouxinol, que escutara a conversa,

ficou penalizado pela desolação do jovem, teria que fazer algo para ajudar seu amigo,

a conseguir a flor.

Assim, a ave procurou o Deus dos pássaros que assim falou:

* Na verdade, você pode conseguir uma Rosa Vermelha para teu amigo, mas o sacrifício é grande,

e pode custar-lhe a vida!

* Não importa respondeu a ave. O que devo fazer? * Bem, você terá que se emaranhar em uma roseira,

e ali cantar a noite toda, sem parar, o esforço é muito grande, seu peito pode não agüentar.

* Assim farei, respondeu a ave,

é para a felicidade de um amigo!

[...]

Pela manhã, ao abrir a janela,

o jovem se deteve diante da mais linda Rosa vermelha, formada pelo sangue da ave, nem questionou o milagre,

apenas colheu a Rosa. Ao olhar o corpo inerte da pobre ave, o jovem disse:

* Que ave estúpida! Tendo tantas árvores para cantar,

foi se enfiar justamente em meio a roseira que tem espinhos... Oscar Wilde

Disponível em: < http://www.sinfoniabeijaflor.com/RouxinolRosa.html> Acesso em outubro de 2013.

INTERPRETAÇÃO I

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a) Destaque as principais diferenças entre a canção e o conto. A canção apresenta de

forma mais sucinta o enredo do conto, centrando seu foco no rouxinol, desconsiderando a participação

dos demais personagens.

b) A cor vermelha no conto tem relevante significado,o que ela representa?

Representa tanto o amor, geralmente relacionado a um coração da cor vermelha como a morte,

identificada no sangue derramado pela ave.

c) O rouxinol foi levado por algum motivo ajudar o jovem, qual foi este motivo?

Por acreditar que o jovem deixava migalhas de pão todas as amanhãs para sua alimentação.

d) O que simboliza o canto do rouxinol na roseira? Gratidão, amizade, doação.

e) Como você justifica o fato do jovem considerar o rouxinol um estúpido por ter

morrido na roseira? Por desconhecer que o rouxinol se sacrificara para tingir a rosa de vermelho.

ATIVIDADE

Agora vamos trabalhar em grupo com o conto “Com Certeza tenho Amor”, de

Marina Colassanti, do livro “23 Histórias de um Viajante”. Vou entregar o conto em

forma de quebra-cabeça para vocês e terão que montá-lo na folha sulfite que

entregarei junto, não colem somente montem. Lembro que ele está sem o desfecho

é vocês que escreverão no sulfite.Após todos terminarem faremos a leitura dos

contos e escolheremos o conto que será lido na “Hora do Conto”, na rádio escola e

irá para a coletânea.

A professora presta atenção para ver se algum grupo montou igual ao da autora, se não acontecer no

final da atividade ler para a turma o original.

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LEITURA I

Com certeza tenho amor

Marina Colasanti

Moça tão resguardada por seus pais não deveria ter ido a feira.Nem foi, embora muito o desejasse.Mas porque o desejava, convenceu a ama que a acompanhava a tomar uma rua em vez de outra para ir à Igreja, e a rua que tomara passava tão perto da feira que seus sons a percorriam como águas e as cores todas da feira pareciam espelhar-se nas paredes claras.Foi dessa rua, olhando atrás do véu que lhe cobria metade do rosto,

que a moça viu os saltimbancos em suas acrobacias.

E foi nessa rua, recortada como uma silhueta em suas roupas escuras, o rosto meio coberto por um

véu, que o mais jovem dos saltimbancos, atrasado a caminho da feira a viu.

Era o mais jovem era o mais forte era o mais valente entre os doze irmãos. A partir daquele encontro,

porém, uma fraqueza que não conhecia deslizou para dentro do seu peito. À noite suspirava como se doente.

[...]

- Acho, não sei...- respondeu ele abaixando a cabeça sobre o seu rubor –creio... que tenho amor.

Na sua casa a moça também sorria e cantava, largava de repente a comida no prato e se pinha a

chorar.

[...]

E o saltimbanco, ajudado por seus dez irmãos, começou a se preparar para chegar até ela.

Afinal uma noite, lua nenhuma que os denunciasse, encaminharam -se os onze para casa da moça.

Seus pés calçados de feltro calavam-se sobre as pedras.

[...]

O último chegou ao topo não chegou a altura da janela da moça. De cima a baixo os irmãos passaram-se a palavra. Os onze pareceram ondejar por um instante. Então o mais jovem e mais forte saiu debaixo dos pés do seu irmão deixando-o suspenso no ar, e tomando a mão que este lhe estendeu subiu rapidamente por ele,

galgando seus irmãos um a um.

No alto a janela se abriu.

INTERPRETAÇÃO II

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a) No conto “Com certeza tenho amor”, qual o principal motivo que levou o pai

a contrariar o namoro da moça com o saltimbanco? A diferença econômica entre eles,

sendo que o pai queria que sua filha casasse com alguém de posses.

b) O amor lhes causava muito sofrimento e isso não é característica do amor,

pois amor é sinônimo de felicidade.Por que o amor deles era diferente? Pela

impossibilidade de ser vivenciado, sendo que o sofrimento era atenuado quando se viam

ocasionalmente.

c) As diferenças sociais ainda são impeditivas para as pessoas vivenciarem o

amor? Não, pois na atualidade as pessoas têm um nível maior de liberdade, podendo escolher seus

relacionamentos.

d) Vamos extrair do conto mais informações de sua construção,palavras

relacionadas a:

Personagens Espaço Tempo

Sentimentos

Alegria Tristeza Amor Solidão

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ATIVIDADE

CAÇA-PALAVRAS

Encontre as palavras sublinhadas no trecho do conto “Um homem frente e

verso”, de Marina Colassanti.

O tigre saiu cauteloso do bosque de bambus. Estava esfaimado, a caça

rareava, afugentada por tantas plantações, tantas presenças. Farejava caça, porém

humana, a menos desejável. Avançou alguns passos, o ventre baixo, quase rente ao

chão. À frente, um humano estava debruçado sobre os sulcos. Temeu que fosse um

ser disforme, de cabeça ao contrário, como o que havia encontrado no dia anterior,

criatura inexistente que não se atreveria a comer. Mas lentamente o humano

levantou-se, e o tigre o viu de frente, igual a qualquer outro humano comestível.

Num só salto, o devorou.

T A N O E N M V T R S S I O

A M L S A B R E N A B A M P

N S A T I O F G A F G A E P

T I B H T S T H U M A N A B

A O N T R A A U T Y S A C V

S L N I O L N A D F H U C H

O P M G T N T N G F A I O U

A A A R I A E M O L A O M M

R S I E G T S I T G T L E A

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T A N I G U A L H J A L R O

B J O Q E S E T S E R A S M

A H A V I A Y E O C E R R I

M L P S B N A B T F D O A C

I A S A L T O A V A F G L S

O B L R B B O M B L O T A S

D N S T A F G B N M A Q F D

S T A E K E O U L O P D S A

H M F E J E S S A T L O A R

T a n t a s p a h a v i a s s s e r o s c o m e r b a m b u s t i g s a l t o r e

Agora vou entregar o conto na íntegra para realizarmos uma leitura coletiva

onde cada aluno irá ler até um ponto.

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LEITURA I

Um Homem frente e verso

Marina Colassanti

Engolia sua magra refeição e despedia-se da mulher e dos filhos como se não fosse voltar. Ia ao campo, inclinado sobre a terra, como saber quando um tigre se aproximaria silencioso por trás, preparando o

bote?

[...]

Amassou argila, moeu pigmentos no pilão e, usando seu próprio rosto como molde, deu forma à mascara. Depois, ainda úmida, acrescentou-lhe chifres, orelhas como asa de morcego, e espessas sobrancelhas arqueadas. Aumentou o nariz, a boca deu expressão aterrorizante que acentuou com a cintura. Só depois de

pronto o trabalho, deitou-se para dormir o pouco que restava da escuridão. Não teve sonhos.

[...]

Foi um homem vencedor que a família recebeu em casa aquela noite. Repetiu sua história uma, duas, tantas vezes que por fim o próprio relato despertou nele o desejo de novas vitórias. Aprimoraria a sua artimanha, com esperteza haveria de espantar não uma, mas quantas feras viessem.

[...]

À frente, um humano estava debruçado sobre os sulcos. Temeu que fosse um ser disforme, de cabeça ao contrário, como o que havia encontrado no dia anterior, criatura inexistente que não se atrevia a comer. Mas lentamente o humano levantou-se, e o tigre o viu de frente, igual a qualquer outro humano comestível. Num só

salto, o devorou.

INTERPRETAÇÃO III

a) No conto “Um homem, frente e verso”, qual o principal sentimento que movia

o personagem principal a seguir com seu plano? A vaidade, posto que o fato de ter

assustado a fera resultou em grande fama na localidade onde vivia.

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b) Sue plano falhou.Qual foi o fato ocorrido para este desfecho? Pelo fato do tigre ter

percebido que era um ser humano, fato que não ocorreu da primeira vez, devido ao primeiro disfarce ter

resultado na distorção completa de sua imagem.

c) Se fosse você nesta situação, o que faria para se defender sem matar o

animal?Argumente porque acha que daria certo sua invensão.

LEITURA I

Passar no quadro o título “O Riso acima da porta”, os alunos são convidados a fazer previsões sobre a

história a partir do título.Entregar o texto para leitura.

O riso acima da porta (19ª história do viajante Marina Colasanti)

Um homem foi condenado a morte por um crime que não havia cometido. Havia cometido outros em

sua vida, mas não aquele. Assim mesmo foi decapitado, e sua cabeça pendurada pelos cabelos acima

da porta da sua casa, para que todos soubessem o destino que aguardava aqueles considerados

culpados pelo rei.

[...]

- Que má esposa fui eu! - lamentou-se a mulher, refugiando-se na escuridão protetora da casa. -

Ranzinza e impaciente, mas reclamei do que vivi ao seu lado. Fui lente azedo em sua boca, sem jamais

tratá-lo com o carinho devido a um marido. E agora ele ri, para fazer-me saber que melhor estar na

eternidade, do que comigo.

Assim dizia, e assim havia sido. Porque na vida era dura e os afazeres áridos, esquecera de ver as

coisas boas que entremeavam seu cotidiano. E mesmo agora, ao levantar a cabeça atrás do grito da

ave, não o havia feito para admirá-la, mas para amaldiçoá-la por defecar nas suas roupas estendidas.

Como se o marido a tivesse mordido com seus brancos dentes, cravou-se na alma da mulher a

lembrança daquele riso, e abriram-se seus olhos para as delicadezas até então ignoradas.

[...]

Ao tentar fugir de um crime, cometera outro por omissão. E desde então, o peso de ambos o esmagava.

Pensando no riso que ele próprio viria a ter, o criminoso foi entregar-se à justiça.

As nuvens fecharam-se como granito diante do sol, e toda a água retida naqueles meses desabou na

escuridão. Entregue ao vento, a cabeça pendente dançou de um lado a outro, sacudiu -se na ponta da

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sua crina, abriu a boca em último esgar. Até desabar, num estalar de ossos desfeitos, que a trovoada

encobriu.

De Marina C olasanti, no livro 23 His tórias de um Viajante. São P aulo, Global. 2005.

Vamos conversar um pouco sobre este conto:

a) O que ocasionou a mudança na fisionomia do homem levando ao sorriso? A

ação da natureza, tanto o vento como o sol fizeram a pele secar e os ossos se “mexerem”, como no

caso da boca, que se abriu como se fosse um sorriso.

b) O sentimento de culpa na esposa do homem decapitado se deve a quais

fatos? O riso do crânio. O sentimento de culpa a fez lembrar o quanto aproveitou pouco o tempo ao

lado do marido.

ATIVIDADE

CRUZADINHA

1) No conto, o homem foi decapitado pelo.

2) A autoridade que considerou o homem culpado.

3) Impressão facial demonstrada pelo crânio.

4) Sinônimo da escaldante.

5) Instrumento utilizado pelo carrasco.

6) Sentimento que a mulher negou ao homem enquanto estava vivo.

7) O carrasco sentiu um arrepio de cócegas no.

8) A mulher do homem que morreu sentia que seus afazeres eram .

9) A lembrança do riso sensibilizou a _________ da mulher.

10) Iluminava a casa da mulher.

11) A mulher considerava que o riso indicava que para o homem decapitado era

melhor estar na _______________ do que com ela.

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12) As primeiras nuvens anunciavam.

13) O machado do carrasco havia __________ o fio.

14) Outro crime cometido pelo verdadeiro criminoso.

15) Culpa significa também.

16) Qualidade da filha do homem relacionada à coragem.

17) O barulho do estalar dos ossos foi encoberto por uma.

O C S A R R A C

R E I

R

S

O

A

C

I

I

M

A

D

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P

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T

A

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A R B A

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A D O R

A H C

M R

C R I N H O

O E P O Ç S

R Á D O S

L A A

P M A A R I N L

I N R E T E A D E

V U H C

E R D I D O

M I S S Ã O

S E

e

O O

N E L A V I A

O V O R T D A

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4.6 UNIDADE VI

PRODUÇÃO FINAL

Os alunos em trio irão organizar a coletânea com os contos produzidos e

selecionados ao longo das aulas.Seguirão as seguintes questões:

a) No laboratório de informática marcado pela professora digitarão os contos,

que serão salvos em pasta para correção pela professora e fará a

impressão;

b) Depois de impressos os textos serão entregues para ilustração;

Haverá trio responsável por:

a) Escolher um título para coletânea e passar pela aprovação da turma;

c) Elaborar a capa.

d) Organizar o índice.

Após a elaboração da coletânea, apresentá-la para comunidade escolar em

reunião que acontece trimestralmente, lendo um dos contos. A coletânea ficará na

biblioteca do colégio.

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V - REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Ana Paula de. Conto. Disponível em:

<http://www.infoescola.com/redacao/conto/> Acesso em setembro de 2013. AZEVEDO, Ramos. Comentários à obra “23 histórias de um viajante”. Disponível

em: <http://www.globaleditora.com.br/catalogo-geral/juvenil/?colecao=48&LivroID=25

67> Acesso em outubro de 2013. CÉSARE, Paulo. Histórias de um viajante, por Marina Colasanti. Disponível em:

<http://odeporica.blogspot.com.br/2009_12_01_archive.html> Acesso em outubro de 2013.

COLASANTI, Marina. 23 histórias de um viajante. São Paulo: Global, 2005.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Contexto,

2012.

LIMA, Barbara Carvalho Marques Toledo; AZEVEDO, Heloísa Helena de Oliveira. Leitura fruição em sala de aula: subsídio para a formação do leitor. Cadernos de

Pedagogia, v. 5, n. 9, p. 66-79, janeiro/junho de 2011.

MARTINS, Kelly Cristina Costa; REVOREDO, Mariana. Letramento literário: teoria e prática. Nuances: Estudos sobre Educação, v. 16, n. 17, p. 207-210, janeiro de

2009.

O MUNDO. De Marina Colasanti. Biografia. Disponível em:

<http://omundodemarinacolasanti.blogspot.com.br/2008/09/biografia_25.htmlem%2021/10/2013> Acesso em outubro de 2013. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa. Curitiba: SEED/PR, 2008.

SILVA, Antonieta Mirian de Oliveira Carneiro; SILVEIRA, Maria Inez Matoso. Leitura para fruição e letramento literário: desafios e possibilidades na formação de

leitores. Anais do VI Encontro de Pesquisa em Educação em Alagoas. Maceió:

UFAL, 2012.

SIMON, Maria Lúcia Mexias. A construção do texto: coesão e coerência textuais –

conceito de tópico. Anais do I Simpósio de Estudos Filológicos e Linguísticos. Rio de

Janeiro: UERJ, 2008. SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2003.

SOARES, Rosana Muniz. Tipos e gêneros textuais: uma narrativa dos contos de fadas. Linguagem em (Re)vista, n. 02, p. 145-155, janeiro/junho de 2005.

TASSIANA, Ana Cláudia. Um pouco de Marina Colasanti. Contos & Encontros, ed.

8, abril de 2009.

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