os desafios da escola pÚblica paranaense na perspectiva do ... · disciplinas do ensino médio....
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
ESTRATÉGIAS PARA A PRODUÇÃO DE TEXTOS DISSERTATIVOS
CONTEMPLANDO ASSUNTOS DE TODAS AS DISCIPLINAS DO
ENSINO MÉDIO
Professora PDE: Lorena Regina Schmitz1
Professora Orientadora: Karin Cozer de Campos2
Resumo: O que fazer para tornar nossos estudantes bons produtores de texto? Foi com esta pergunta e com a compreensão de que o desafio é tornar a escrita de textos um hábito constante na prática escolar, que este artigo busca socializar o trabalho desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, relacionado diretamente ao Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, o qual foi organizado no formato de Unidade Didática, e desenvolvido não como algo novo, mas sim como um repensar sobre as formas de trabalhar a produção textual na escola que envolvesse as diferentes disciplinas do Ensino Médio, tendo como base os próprios conteúdos que as disciplinas contemplam. Compreende-se que escrever faz parte do cotidiano dos estudantes, porém, ser um escritor eficiente nem sempre é a capacidade de todos e este deve ser um dos objetivos principais da escola, e que deve ocorrer através de atividades simples e envolventes que capacitem os estudantes a escreverem mais e melhor, tais práticas que devem se dar por meio das diversas oportunidades de estudos em todas as disciplinas e não exclusivamente na Língua Portuguesa. A produção textual precisa ser uma prática constante, pois nada se aprende sem praticar, no entanto, considerando-se que seja uma prática orientada e mediada pelo professor. Do mesmo modo, de nada adianta o estudo da gramática se for aplicada com longas dissertações, mas, que seja também com pequenas produções, bem elaboradas e contextualizadas. Isto é, escritas que evidenciem a função social da comunicação e da linguagem.
Palavras-chave: Produção de texto. Disciplinas do Ensino Médio. Texto
dissertativo-argumentativo.
1. Introdução
A escrita é um problema muito sério nas escolas e para nossos estudantes.
Em época em que esta é solicitada como um dos requisitos essenciais para a
aprovação em concursos, entrada em instituições de ensino superior, entre outros, a
preocupação é muito grande, pois a cobrança do conhecimento será feita e assim se
evidenciará a capacidade de letramento e domínio da escrita de cada um.
Diante de certas situações de produção escrita vê-se os estudantes
apavorados. Fica evidente que lhes falta a segurança em dissertar, escrever bem,
1
Professora da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná. Graduada em Letras
Português-Inglês pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Palmas, PR (FAFI). Especialista em Produção e Recepção de Textos pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atua no Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental, Médio e Normal, no município de Verê, PR. 2 Professora Orientadora, docente do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná – UNIOESTE, Campus de Francisco Beltrão. Doutoranda em Educação pela UFSC.
corretamente. Outro aspecto é que os estudantes da atualidade leem muito pouco,
ou somente o que lhes é conveniente, e estes podem ser um dos motivos que os
levam a falta de domínio do assunto no momento de dissertar.
Percebe-se também que muitos professores sentem dificuldades em trabalhar
as aulas de Língua Portuguesa, principalmente, quando se refere à escrita, por isso
da necessidade de pensar numa proposta de trabalho que oportunizasse aos
estudantes do Ensino Médio práticas, exemplos e técnicas de incentivo para a
produção de textos dissertativos.
E foi por estes motivos que se deu a decisão de propor um Projeto de
Intervenção Pedagógica na Escola que me colocasse na condição de mediadora
desta problemática, para oportunizar aos estudantes a possibilidade de escrever
bem e desenvolver práticas de produção de texto dissertativo que envolvesse
algumas temáticas solicitadas, com eficácia. Visto que a necessidade de escrita é
muito grande em todo o ser humano, e por isso precisa ser desenvolvida de forma
agradável e prazerosa, para então tornar o estudante motivado a registrar o que vive
e imagina. Compreensão esta que esteve presente em todo o desenvolvimento do
projeto, o qual foi elaborado com o propósito de estudar, planejar, orientar e
subsidiar professores e estudantes a respeito da produção de textos dissertativos
nas disciplinas que compõem o Ensino Médio, tendo como base os conteúdos que
contemplam estas disciplinas.
O local escolhido para o desenvolvimento do projeto foi o Colégio Estadual
Arnaldo Busato, localizado na cidade de Verê – Paraná. A turma em que se deu o
desenvolvimento do projeto foi sugerida pela Equipe Pedagógica e Direção da
escola, sendo uma turma de 3º ano do Ensino Médio do período noturno, visto que
neste turno não havia sido desenvolvido nenhum projeto de PDE até aquele
momento e, também, por algumas necessidades da turma com relação à leitura e à
escrita.
O desafio foi atendido. Outra consideração é que a turma escolhida é a
mesma em que atuo3 como professora de Língua Portuguesa. Avaliou-se junto à
escola que seria a oportunidade de se ter um trabalho contínuo durante todo o ano
letivo, mesmo após a implementação do projeto.
3 Haverá, nesta escrita, situações em que o tempo verbal aparecerá na primeira pessoa do singular.
Isso se justifica pelo fato da autora (Professora PDE) se colocar também como sujeito da experiência de ensino desenvolvida.
O objetivo principal das práticas de intervenção propostas para esta turma foi
oportunizar aos estudantes um aprendizado de produção dissertativa, através da
leitura de textos contextualizados e da prática da produção escrita, com exercícios
diversos que incentivassem e promovessem a produção de textos dissertativos e
que valorizassem o uso da língua em diferentes situações sociais, para que estes
estudantes se constituíssem como cidadãos críticos e capazes de defender um
ponto de vista, utilizando a comunicação oral e escrita para garantir o uso social da
língua.
Todo ser humano por ser comunicativo, formará opiniões sobre os mais
diversos tipos de assuntos, porém há a necessidade em colocá-los no papel e esta é
a grande problemática da sala de aula, na aula de produção textual. Como registrar
o pensamento? E o professor muitas vezes não sabe por onde começar, pois lhe
faltam metodologias eficazes e interessantes que motivem o estudante a escrever.
Ou, como bem disse Meurer e Roth (2002, p. 79), ''Vi que não poderia
entender o que constituía um texto apropriado em qualquer disciplina sem considerar
a atividade social e intelectual da qual o texto faz parte''.
É nesta perspectiva que se dá a relevância do projeto, poder contribuir com
os estudantes que farão provas de vestibulares, concursos, entre outras práticas
sociais da escrita. Sobretudo, melhorar a escrita de cada um, a leitura dos assuntos
relevantes para a época e o posicionamento crítico de cada estudante frente aos
temas estudados. Além disso, poder tornar a prática da leitura e da escrita de textos
um hábito constante para os estudantes, que resultará em avanços de suas
aprendizagens em todas as disciplinas, bem como, os estudantes apresentarem
condições mínimas de escrita na qual farão análise e defenderão um ponto de vista,
uma opinião ou um assunto do qual serão cobrados, com padrões da norma culta,
evidentes nos trabalhos produzidos, e que são metas a serem cumpridas ao longo
dos anos escolares.
A proposta foi a de poder melhorar a produção escrita dos estudantes e
oferecer-lhes a oportunidade de obter a prática de exercícios que os motivem a
serem críticos e reflexivos, dominando o discurso enquanto prática social.
A linha teórica que sustentou o trabalho compõem os princípios da Pedagogia
Histórico-Crítica, na qual o conhecimento que o aluno possui será utilizado como
base para o ensino posterior. Utilizou-se também como referência o Currículo do
Estado do Paraná, bem como, alguns autores que ajudam a pensar sobre a
condição do estudante do Ensino Médio e as práticas sociais com a linguagem.
2. Pressupostos teórico-metodológicos que orientam a prática de produção de
textos
A produção de textos dissertativos tem se tornado um assunto muito sério nas
escolas e na vida de nossos estudantes, principalmente, ao serem cobrados em
provas de redação de vestibulares, no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio),
concursos, entre outros, que os colocam à prova, na escrita de textos, sendo esta,
muitas vezes de valor relevante no peso total da avaliação. Devido ao número
reduzido de aulas de Língua Portuguesa no Ensino Médio, não há tempo suficiente
para uma dedicação exclusiva para a produção de textos, pois esta requer um tempo
muito grande para a realização de um bom trabalho.
Diante desta situação, que também ocorre no Colégio onde sou docente e se
desenvolveu o Projeto de Intervenção, e pela procura dos estudantes por aulas
particulares ou de cursinhos pré-vestibulares, tomei a iniciativa em preparar um
material simples e sintetizado, mas que pudesse auxiliar os professores e os
estudantes no aproveitamento do tempo e na melhora da escrita de textos em todas
as disciplinas do Ensino Médio.
Em todas as disciplinas do Ensino Médio a produção textual de algum gênero
será solicitada e a prática escrita então, será algo útil, necessário, que fará parte da
aprendizagem dos estudantes. Ao fazer um resumo, um artigo de opinião, um
comentário, um cartaz, um diário, analisar a regra de um jogo, entre outros, a
produção textual estará fazendo parte da aula e do manuseio da escrita, bem como
o melhoramento (reestruturação) e o aprimoramento de cada texto produzido.
As propostas de produção textual precisam ''corresponder àquilo que, na
verdade, se escreve fora da escola – e, assim, sejam textos de gêneros que têm
uma função social determinada, conforme práticas vigentes na sociedade''
(ANTUNES apud PARANÁ, 2008, p. 69). Na prática da escrita, há três etapas
interdependentes e intercomplementares sugeridas por Antunes e adaptadas às
Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa (2008, p. 69), que
podem ser ampliadas e adequadas de acordo com o contexto.
Inicialmente, essa prática requer que tanto o professor quanto o aluno
planejem o que será produzido: é o momento de ampliar as leituras sobre a temática
proposta; Em seguida, o aluno escreverá a primeira versão sobre a proposta
apresentada, levando em conta a temática, o gênero e o interlocutor; Depois, é hora
de reescrever o texto, levando em conta a intenção que se teve ao produzi-lo: nessa
etapa, o aluno irá rever o que escreveu, refletir sobre seus argumentos, suas ideias
e verificar se os objetivos foram alcançados. Se for preciso, tais atividades devem
ser retomadas, analisadas e avaliadas (diagnosticadas) durante esse processo.
Ainda, com relação à escrita, é preciso alguns cuidados e práticas por parte do
professor:
Escrita: é preciso ver o texto do aluno como uma fase do processo de produção, nunca como produto final. O que determina a adequação do texto escrito são as circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o texto escrito será avaliado nos seus aspectos discursivo-textuais, verificando: a adequação à proposta e ao gênero solicitado, se a linguagem está de acordo com o contexto exigido, a elaboração de argumentos consistentes, a coesão e coerência dos parágrafos. Tal como na oralidade, o aluno deve se posicionar como avaliador tanto dos textos que o rodeiam quanto de seu próprio. No momento da refacção textual, é pertinente observar, por exemplo: se a intenção do texto foi alcançada, se há relação entre partes do texto, se há necessidade de cortes, devido às repetições, se é necessário substituir parágrafos, ideias ou conectivos (PARANÁ, 2008, p.82).
Com relação à redação de vestibular, esta pode ser entendida como um texto
produzido para atender a propósitos específicos de, pelo menos, duas das partes
envolvidas no processo do concurso: vestibulando e banca. Os vestibulandos
escrevem o texto porque a redação é um pré-requisito para o ingresso ao Ensino
Superior e os avaliadores que compõem a banca o leem para classificar alunos que
aspiram a uma vaga na universidade.
Segundo Gustavo Bernardo (2000, p.16-17), no Brasil, tornaram-se comuns
publicações de “besteiras da juventude”, colhidas nas redações de vestibular.
Unem-se professores e jornalistas na crítica fácil à expressão, ou “desexpressão”
(mistura de desespero com expressão), de uma geração calada – que, mesmo
quando parece falar nessas redações, continua calada.
A redação, portanto é um dos modos de organizar e articular o pensamento,
de tocar e conhecer o mundo através das palavras. É uma ação de coragem do ser
humano, e para que isto ocorra é preciso insistir em pensar, em demonstrar o
pensado, em expressar certas conclusões, sem ter medo da censura. Talvez a única
oportunidade de muitas pessoas em expressar a própria opinião, o modo de pensar
e o conhecimento de mundo que a cerca. Então insisto na prática da redação como
forma de libertar o pensamento que está adormecido no interior de cada pessoa
aguardando uma oportunidade para alforriar-se e deixar marcas de prática social e
de cidadania.
Acredito no trabalho de redação ajudando organizar o pensamento, o
sentimento e o mundo. Conforme Bertrand Russell (apud BERNARDO, 2000, p.
188), “a conclusão final é que sabemos extremamente pouco, embora seja
surpreendente que conheçamos tanto, e ainda mais surpreendente que tão pouco
conhecimento nos consiga proporcionar tamanho poder”.
Portanto, para discutir o tratamento com a linguagem na escola, neste projeto,
tem-se como referência que a verdadeira substância da língua não é constituída por
um sistema abstrato de formas linguísticas, nem pela enunciação monológica
isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da
intervenção verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A
interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua
(BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2002, p. 123).
Ensinar a língua materna, a partir dessa concepção, requer que se
considerem os aspectos sociais e históricos em que o sujeito está inserido, bem
como, o contexto de produção do enunciado, uma vez que os seus significados são
sociais e historicamente construídos. Uma vez que a palavra na relação com o outro
e em seu contexto de produção significa:
Toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige a alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. [...] A palavra é território comum do locutor e o interlocutor (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2002, p. 113).
A ideia é compreender que a palavra “se apresenta como uma arena em
miniatura onde se entrecruzam e lutam os valores sociais de orientação
contraditória”, sendo que o momento em que a palavra se revela é “no momento de
sua expressão, como produto de relação viva das forças sociais”
(BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2002, p. 113).
Portanto, se a escola cumprir seu papel de tornar o estudante capaz de ter e
defender as próprias opiniões, com certeza teremos uma sociedade mais justa e
igualitária, pois cada um lutará por seus objetivos sem se deixar ludibriar por favores
e merecimentos para garantir seus direitos.
O ensino da Língua Portuguesa deve valorizar o uso da língua em diferentes
situações ou contextos sociais, com sua diversidade de funções e sua variedade de
estilos e modos de pensar. É importante que o trabalho em sala de aula se organize
para que as oportunidades de manifestações orais e escritas ocorram diariamente,
assim oportunizando aos estudantes que opinem e escutem a opinião do outro,
organizem suas teses, defendam-nas com exemplos e propostas e apontem
soluções para os problemas apresentados.
Tais práticas educativas com múltiplas linguagens, realizadas com
propriedade, garantem o envolvimento do sujeito com as práticas discursivas,
alternando ''seu estado ou condição em aspectos sociais, psíquicos, culturais,
políticos, cognitivos, linguísticos e até mesmo econômicos'' (SOARES apud
PARANÁ, 2008, p. 51).
3. Implementação do projeto: praticando a produção de textos dissertativos
argumentativos
A implementação do projeto ocorreu com uma turma de 3º ano do Ensino
Médio do Colégio Estadual Arnaldo Busato. Os estudantes são em sua grande
maioria trabalhadores e buscam a conclusão do Ensino Médio, no período noturno,
com muitas dificuldades e sem demonstrar terem muitos objetivos futuros. A maioria
deles dizem não querer fazer o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e nem
vestibular para cursar o Ensino Superior.
O desenvolvimento do Projeto de Intervenção ocorreu durante as aulas de
Língua Portuguesa, sendo que houve a necessidade de adaptação dos blocos de
conteúdos e atividades preparados na Produção Didático Pedagógica, sendo que
estes foram preparados para cinco aulas semanais e ocorrem quatro aulas no
horário semanal da turma, devido a distribuição da grade curricular.
Após a apresentação do projeto para a turma, os estudantes participaram
com muito interesse e fizeram todas as atividades propostas, mudando inclusive a
opinião dos mesmos sobre seus projetos futuros. Alguns alunos, depois de
concluídas as propostas de trabalho do projeto, manifestaram que se inscreveram
para fazer o ENEM e uma boa parte da turma disse que buscará por um curso de
Ensino Superior. Estas atitudes demonstraram que um dos objetivos do projeto foi
alcançado (motivar os alunos para a continuidade da educação em cursos de nível
superior).
Cada atividade ocorreu dentro da normalidade prevista, sem ocorrerem
problemas que interferissem no desenvolvimento das mesmas, como tempo e
espaço ou preocupações se os materiais eram suficientes e adequados para cada
aula.
Conforme as propostas elaboradas iam sendo desenvolvidas era possível
observar a satisfação dos estudantes em aprender a expor suas opiniões,
argumentar e defender pontos de vista, algo que foi aumentando a cada encontro.
Ao final do projeto é possível dizer que os estudantes criaram o hábito de ler, e como
exemplo disso são as situações em que os estudantes da turma pediam revistas,
livros, jornais, entre outros materiais de leitura, emprestados para ler em casa e nos
finais de semana. Também pediram para que o trabalho de produção textual
continuasse durante o ano e que textos atuais fossem levados para a sala de aula
para leitura, análise e produções futuras.
A turma na qual desenvolvi o projeto é formada por estudantes que
trabalham durante o dia e estudam no período noturno. Pensa-se que isso pode ser
uma das razões pela qual eles não têm tempo para a leitura e apresentam muitas
dificuldades na escrita, salvo alguns poucos casos que se sobressaem. Apesar de
muitas dificuldades, foi possível fazê-los participarem das atividades – sem
exceções, e ainda despertar neles o gosto pela leitura. Isso ficou evidente quando os
alunos pediam para levar revistas para ler em casa no final de semana, ou quando
também solicitavam para trazer textos atualizados sobre assuntos em destaque na
mídia. Isto me deixou muito satisfeita. Pois, percebi a falta, nestes alunos, do
conhecimento de conectivos, da estrutura que compõem o texto
dissertativo-argumentativo, ortografia correta, entre outros elementos necessários e
elementares na produção textual, porém a principal que é a leitura, é a que mais
lhes falta.
Os estudantes são muito bons no sentido de colaborar com as atividades,
porém é necessário motivá-los todos os dias, pois são alunos sem objetivos muito
claros ainda, sendo que o mais interessante e importante para eles é concluir o
Ensino Médio, enquanto que participar do ENEM ou fazer uma graduação ainda não
é prioridade. Acredita-se que através do projeto foi possível resgatar com estes
estudantes a necessidade de prosseguir nos estudos e de se ter um sonho, mesmo
isso não tendo sido com todos os alunos, apenas com alguns, já se considera o
resultado positivo.
Outro fator que chama atenção foi o fato destes estudantes possuírem
muitas dificuldades na produção escrita e também por não terem um projeto de
futuro, sonhos e objetivos de vida mais especificamente com relação a estudos
futuros.
Não é possível dizer se o resgate destas dificuldades foi alcançado com
sucesso pleno, ou seja, com todos os alunos, mas a grande maioria mostrou bons
resultados, inclusive na nota do trimestre. Ficou evidente que os alunos escrevem
muito pouco, principalmente textos de sua autoria, o que dificulta ainda mais o
domínio da escrita. O conhecimento do gênero dissertativo - argumentativo é
pequeno, sendo que os alunos relataram que produziam de dois a três textos por
ano, no máximo, e isto é preocupante, pois, sabe-se que o domínio da escrita é
oriundo da prática constante, da reestruturação e da análise do que foi produzido.
A leitura é um dos fatores que mais se sente a precariedade nos estudantes,
pois estes não leem, não têm tempo para a leitura e para o conhecimento de dados
e fatos atuais, isto por serem trabalhadores e precisarem aliar trabalho e estudo.
A expectativa de cada aula para desenvolver as atividades de intervenção
previstas no projeto foi muito grande, pois se identificava, pelos estudantes, que as
atividades sempre eram uma novidade, com técnicas de escrita novas que
correspondiam com a curiosidade de cada estudante e os motivavam a participar.
Por outro lado, algumas dificuldades, especialmente as relacionadas à
ortografia, coesão e coerência, concordância verbal e nominal, acentuação e
pontuação era bastante presente, enquanto que a falta de leitura sobre as temáticas
foi aparecendo à medida que cada um necessitava colocar no papel o resultado do
trabalho desenvolvido. Observou-se no transcorrer da implementação do projeto
que, para os estudantes, escrever é muito mais difícil do que se imaginava. Eles
sabem copiar, mas elaborar produções próprias é uma tarefa árdua e que requer
leitura e conhecimento. Pois ninguém escreve sobre um assunto que não conhece.
Também se observou as dificuldades dos estudantes em fazer registros e
depois corrigir sozinhos o que eles mesmos escreveram, uma vez que eles sempre
esperam pelo professor para apontar os erros. Então, percebe-se o quanto é difícil o
trabalho do professor em trabalhar com muitos alunos ao mesmo tempo, porque as
dificuldades são diferentes e os erros também. Seria muito interessante no Ensino
Médio ter uma aula de Produção Textual por semana e com turmas bem pequenas,
de no máximo, dez alunos, para que se efetivasse um trabalho de qualidade. É
importantíssimo atender os estudantes na individualidade, mas com turmas muito
grandes, como é na realidade, é impossível garantir um trabalho bem feito.
No momento em que ocorreu uma sondagem inicial, em que foi solicitado aos
estudantes escreverem um texto dissertativo-argumentativo sobre um assunto que
considerassem relevante no momento, percebeu-se que eles tiveram muitas
dificuldades e dúvidas para redigir o texto, principalmente, com questões de
ortografia. Neste momento, optou-se, enquanto professora, por não interferir, para
assim poder conhecer melhor a dificuldade de cada um dos estudantes da turma.
Depois desta produção (de sondagem), os alunos comentaram, em sua grande
maioria, terem dificuldades em produção textual. Então, após explicar como
funcionaria o trabalho do projeto, os estudantes acharam interessante a proposta e
mostraram-se muito entusiasmados e satisfeitos por terem sido escolhidos,
enquanto turma do noturno, para participar do desenvolvimento do projeto.
Comentou-se sobre quais seriam os assuntos da atualidade que seriam
abordados nos textos, e, prontamente, os estudantes sugeriram temáticas que
gostariam de pesquisar e depois elaborar os textos dissertativo-argumentativos.
Sendo assim, se definiu uma temática e se realizou a sondagem inicial. As aulas
foram muito proveitosas e ocorreram conforme o planejado.
Com relação ao trabalho com diferentes temáticas, os alunos demonstraram
ter uma boa noção dos assuntos selecionados, porém, na produção escrita
mostraram ter dificuldades. Identificou-se que a coerência e o uso dos conectivos
são as principais dificuldades. Houve também dificuldades na pontuação e nos
elementos que compõem o gênero dissertativo-argumentativo. E, ao sondá-los sobre
o assunto trabalhado, analisou-se que a leitura é um fator significativo neste
processo. Considerando que os estudantes não leem e nem assistem os noticiários,
viu-se isso como um agravante muito sério, pois se eles não têm conhecimento de
causa, como poderão escrever? Faltam palavras, ideias e o conhecimento dos
posicionamentos diversos sobre um mesmo fato.
Por outro lado, houve aulas que trouxeram muitos resultados positivos,
principalmente, os momentos em que foi proposto trabalhos no laboratório de
informática, em que os estudantes tinham de pesquisar sobre o assunto escolhido.
Foi um trabalho muito bom, todos participaram com interesse e registraram o que
pesquisaram. Foi um momento muito proveitoso, em que se comentou, se discutiu e
se registrou os aspectos mais interessantes do assunto-tema escolhido.
No entanto, uma dificuldade ainda era presente, registrar de forma
organizada, num texto dissertativo-argumentativo o que foi pesquisado. Nestas
situações, o trabalho em equipe tornava-se uma estratégia metodológica muito
importante, pois em grupo, um podia auxiliar o outro, principalmente àqueles com
mais dificuldades.
Outra estratégia metodológica utilizada e que deu muito resultado foi a
reestruturação dos textos elaborados e a leitura dos resultados, que propiciou aos
estudantes poderem repensar suas próprias produções. Com esta prática ficou
evidente que escrever por escrever de nada adianta e que é preciso estudar e
refazer as produções textuais várias vezes para que se tenha um resultado eficaz.
A exposição de textos-modelos para a leitura, estudo e análise torna a aula
muito proveitosa e interessante. Basear-se em textos prontos direciona o
entendimento e a produção de outros textos. Analisar os conectivos, os elementos
que compõem um texto do gênero dissertativo-argumentativo auxilia os estudantes
que têm mais dificuldades.
Ainda, realizar uma revisão da análise sintática, da ortografia e dos conectivos
nos textos “modelo” oportunizam correções futuras nos próprios textos produzidos.
Sendo que, muitas vezes, os estudantes não corrigem porque não sabem o que
corrigir ou porque não percebem o que está faltando no seu texto. Nestes momentos
os estudantes falam de suas dúvidas e perguntam sobre o que não aprenderam, o
que oportuniza, tanto para o professor quanto para o aluno, fazer uma boa revisão
de conteúdos que foram trabalhados ao longo dos anos escolares.
Neste trabalho de revisão, foi possível os alunos demonstrarem o que
conseguiram aprender de alguns aspectos relevantes da gramática, ao mesmo
tempo em que também demonstraram se realmente não entenderam sua
aplicabilidade.
Uma das principais considerações desta experiência de trabalho é a de que a
produção de textos não deve acontecer apenas no terceiro ano do Ensino Médio e
sim, desde o início do Ensino Fundamental, sendo que o mais indicado seria ter pelo
menos uma aula semanal obrigatória para esta prática, pois os alunos relatam que
produzem poucas redações por ano. Sobretudo, sabe-se que com poucas aulas de
Língua Portuguesa durante a semana é humanamente impossível uma dedicação
exclusiva para a produção textual, considerando o tempo necessário para uma
correção textual adequada e o número excedido de alunos que se tem por turma.
Além disso, é muito trabalhoso analisar texto por texto, e, corrigir apenas
apontando os erros não é o mais indicado. Por outro lado, apontar a dificuldade do
aluno, mostrar o motivo do erro e sugerir possibilidades de correção é muito
importante, mas, demanda de muito tempo exclusivo. Sendo ainda que, o
atendimento individualizado é uma prática que traz resultados muito positivos, pois
se garante ao aluno um tempo específico e se consegue observar e ajudá-lo nas
dificuldades.
É possível citar, já como algumas consequências positivas do trabalho
desenvolvido, a procura de muitos alunos por aulas particulares de redação, em que
eles têm demonstrado uma grande preocupação em obter resultados satisfatórios
em provas e concursos. O que também revela, na procura por aulas particulares,
alguns limites da escola nesta prática com a escrita.
Outra decorrência positiva é a de que a escola, onde foi desenvolvido o
projeto de intervenção, organizou uma turma de preparatório para vestibular, em que
atua uma professora, não formada em Letras, e eu que faço um trabalho voluntário
de correção de redações e orientação para a reestruturação dos textos produzidos.
É uma experiência significativa, porém difícil porque não há o meu contato com os
alunos para poder orientá-los. Preciso fazer tudo por escrito, o que resulta em muito
tempo para escrever as orientações, sugerir modificações e motivá-los para a
reestruturação e uma nova redação.
Sobretudo, enfatiza-se que o desenvolvimento do projeto se desenvolveu
dentro das possibilidades e todas as atividades propostas ocorreram dentro da
normalidade. Sendo que as atividades propostas foram vistas como atrativas pelos
estudantes e estes, apesar das dificuldades que possuíam, participaram com
interesse, e, enquanto professor, percebeu-se que é necessário, motivar os
estudantes, orientá-los e fazê-los praticar a escrita.
4. Participações, interações e troca de experiência com o Grupo de Trabalho
em Rede – GTR
O grupo de trabalho em rede foi uma experiência significativa, pois
oportunizou aprender a utilizar melhor as tecnologias e também socializar
experiências com colegas professores que são mais experientes e que já passaram
por este tipo de trabalho. A troca de experiências, as sugestões e principalmente a
análise da proposta foi de grande valia, pois em sua grande maioria, os professores
participantes acharam a Unidade Didática muito bem elaborada e também criativa.
Alguns colegas inclusive aplicaram as atividades em sala de aula, dizendo que os
resultados foram excelentes e os estudantes apreciaram este formato de atividades
por blocos e também as sugestões apresentadas. Outros professores relataram
experiências que desenvolveram e que deram resultados satisfatórios. Também,
apareceu comentários sobre o fato de haver poucas aulas de Língua Portuguesa
para se ter um tempo exclusivo e adequado para a Produção Textual.
Durante o Grupo de Trabalho em Rede foi possível interagir com professores
de diferentes lugares do Estado do Paraná, os quais compartilham dos mesmos
problemas e também das mesmas preocupações em relação à escrita dos jovens
estudantes do Ensino Médio. Considerando-se também, enquanto professores,
algumas limitações. Visto que muitos são oriundos de graduações que até certo
ponto não preparam o professor o suficiente para um trabalho ideal em sala de aula.
Sendo que há muitos limites, e um deles é a própria necessidade de se adequar à
era da tecnologia, da qual muitas vezes, se é expectador.
Nas reflexões ficou evidente também o desejo do professor em estar mais
preparado para tudo isso e aliar esta modernidade com a sala de aula, pois nem
sempre se consegue fazer o que se deseja, por razões e fatores que fogem do
alcance do professor. No entanto, é preciso de mais conhecimento científico, pois
muitos conteúdos para serem trabalhados, hoje, necessitam de um amparo maior e
um planejamento muito bem elaborado, para poder aliá-lo com a tecnologia e
competir com outros interesses dos estudantes, que não são relativos ao
conhecimento selecionado na proposta curricular da Língua Portuguesa, e ainda
chegar a resultados satisfatórios. Em certas aulas, por exemplo, prepara-se um
conteúdo que abordará a concordância verbal e nominal, e o aluno nem quer saber
disso, pois para falar e escrever nas redes sociais, avaliam que não precisam de
nada disso que foi proposto, pois qualquer linguajar já é suficiente para este
"modernizado" jeito de comunicação escrita.
Avaliou-se junto ao Grupo de Trabalho em Rede que o estudo da gramática
na escola perdeu o verdadeiro sentido para os estudantes e quando estes se
deparam com uma redação que os julgará com condições ou não de ingressar num
nível superior é que o efeito desta inconsonância da sala de aula mostra os
resultados, sendo que na maioria das vezes são horríveis. Diante destas situações
se analisa que os estudantes passaram grande parte de suas vidas em sala de aula
e que o trabalho do professor não foi apreendido por eles.
Apesar de todos estes fatores citados e diante de um currículo que incita
ensinar o mínimo necessário, o professor, mais especificamente nesta escrita o de
Língua Portuguesa, precisa ser criativo e tornar as aulas uma mistura de Pedagogia
Tradicional com Pedagogia Crítica, para garantir uma aprendizagem de bom nível,
tentando melhorar índices e resultados. Mas, ao se fazer referência ao modelo
tradicional, não se trata de mencionar apenas um modo de ensinar, mas de se fazer
referência à garantia do ensino de gramática.
Pois, na tentativa de inserir outras tendências pedagógicas, avaliou-se que o
ensino da Língua Portuguesa foi mal interpretado e a gramática deixada de lado. E
como exemplo destas consequências pode-se citar as práticas de escrita de nossos
estudantes. A consideração que o Grupo de Trabalho em Rede faz é de que as
metodologias de ensino da Língua Portuguesa precisavam ser mudadas, no entanto,
a gramática não poderia ser abandonada como está ocorrendo nos dias atuais. Mas,
a gramática é apenas um dos exemplos aos quais se faz referência no ensino da
Língua Portuguesa, poder-se-ia citar também a oralidade e a leitura, mas,
considerando-se a importância para a escrita, avalia-se que a gramática é o caso
mais sério percebido nas práticas escolares.
Estas foram algumas das reflexões que os professores em rede manifestaram, na
tentativa de trocar experiências e socializar suas práticas de sala de aula. Esta troca
de informações, ideias e experiências foi muito proveitosa e auxiliou no
desenvolvimento do trabalho. Foi muito importante saber que a proposta
apresentada serviu de auxílio para outros colegas trabalharem, bem como, poderem
conhecer e interagir com experiências práticas de outros professores, tanto para
comparar como para confirmar aspectos positivos que levam a efetivação da
aprendizagem da escrita.
5. Considerações finais
A oportunidade de desenvolver um projeto de produção textual numa série do
período noturno foi uma experiência muito interessante, pois houve envolvimento
com estudantes desmotivados e com muitas dificuldades na produção escrita.
No trabalho, como professora, sempre tive muito interesse e vontade em
desenvolver um projeto que auxiliasse os estudantes em melhorar suas produções
escritas, principalmente no gênero dissertativo-argumentativo. Todos os anos,
estudantes vêm em busca de aulas particulares para melhorarem suas redações e
os resultados têm sido muito positivos, então senti a necessidade em fazer algo na
escola para que isto fosse melhorado e uma contribuição maior pudesse ser feita,
sendo que mais alunos poderiam ser beneficiados.
A visão inicial que possuía a respeito da escrita surpreendeu-me, pois percebi
ao longo deste trabalho que o problema é muito pior do que se imaginava. Nossos
estudantes não conseguem colocar no texto escrito suas ideias, seus pontos de vista
e sua imaginação. Eles não possuem o hábito de escrever produzindo seus próprios
textos, apenas copiam o que os outros já escreveram.
Os estudantes relatam que produziam poucos textos durante os anos letivos
anteriores, e isso pode ser uma das maiores dificuldades que os impedem de
escrever melhor. Durante o desenvolvimento do projeto isto foi comprovado, pois
após a quarta ou quinta produção pude observar os estudantes apresentaram
menos resistência, pois já estavam habituados a praticar a escrita, mesmo com
dificuldades tentavam redigir conforme o que era sugerido.
Os aspectos positivos resultantes do trabalho do projeto foram principalmente
direcionados à capacidade de expressão, tanto oral quanto escrita dos estudantes
que participaram das aulas. Muitos ainda possuem dificuldades na escrita, porém na
oralidade melhoraram significativamente, enquanto outros demonstraram estar mais
preocupados em relação à escrita, o que já é um bom começo, pois antes da
aplicação do projeto, nem isto lhes interessava.
Percebi que os estudantes do período noturno necessitam de atividades
diversificadas para não desanimarem e mostrarem o cansaço físico que os aflige nas
últimas aulas do período. É muito comum o aluno estar presente apenas fisicamente,
porque a mente está desconectada com aquilo que está sendo trabalhado.
Acredito ter colaborado com estes jovens, tornando a aprendizagem
prazerosa e produtiva. Durante a sequência do ano letivo não os escutei reclamando
das aulas de Português, apenas comentavam que a professora os fazia trabalhar
muito nas aulas. Acho muito agradável ouvir os comentários, pois tenho um
compromisso de fazê-los aprender e eles têm o dever de estudar. O tempo é curto
para tudo o que precisamos possibilitar a eles, por este motivo não podemos perder
tempo. Procurei ser clara nas explicações, utilizei recursos e materiais diversos e
assim tornei as aulas prazerosas e interessantes.
O atendimento individualizado e uma aula semanal de produção textual fariam
uma grande diferença no aprendizado do discurso enquanto prática social. Sabe-se
ainda que a escrita pode ser trabalhada em qualquer disciplina do Ensino Médio, se
os professores colaborassem e explorassem mais a escrita nas disciplinas que
lecionam, o resultado seria melhor para todos. Ouvimos sempre, quase todos os
dias que a leitura e a escrita são tarefas da Língua Portuguesa, até concordo com
esta afirmação, porém a cobrança e indicação da escrita nas outras áreas do
conhecimento é dever de todos. Nada funciona separadamente. As áreas estão
interligadas, mesmo que sem este propósito definido, e por se tratarem de um
conjunto de conhecimentos não há como separá-los e apenas a Língua Portuguesa
encarregar-se disto e exigi-los dos estudantes.
Todas estas reflexões tornaram este trabalho o início de muitos outros que
ainda estão por vir. Não me senti totalmente realizada com o desenvolvimento do
projeto, penso que apenas comecei o meu tão sonhado projeto de pesquisa de
produção textual, por outro lado sinto-me uma pesquisadora motivada em trabalhar
de forma diferenciada a produção escrita, proporcionando aos estudantes resultados
significativos e a satisfação do dever cumprido.
Seria uma alternativa muito significativa para os professores poder continuar
frequentando as Universidades com mais frequência. Um sentimento muito forte de
renascimento e renovação se percebe no semblante de cada um que teve a
oportunidade de ser selecionado para este importantíssimo programa de formação
que é o PDE, o qual deveria ser contínuo e com a possibilidade de realização
também em outra disciplina de formação.
6. Referências ANTUNES, I. Aulas de português: encontro e interação. IN: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica. Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.
BAKHTIN, M. (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi. São Paulo: Hucitec, 2002. BERNARDO, G. Redação inquieta. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2000. MEURER, J. L.; ROTH D. M. Gêneros textuais e práticas discursivas: subsídios para o ensino da linguagem. Bauru, SP: EDUSC, 2002. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica. Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.