os desafios da escola pÚblica paranaense na perspectiva do ... · resumo a unidade didática...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
1 Dados de identificação
Título
Encanto dos cantos: A leitura crítica como
formação da consciência social.
Autora
Noeli da Paz Teixeira Zonzini
Disciplina/Área (ingresso)
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização
Colégio Estadual Carlos Gomes. Ensino
Fundamental, Médio e Profissionalizante.
.
Município da Escola
Ubiratã
Núcleo Regional de
Educação
Goioerê
Professora Orientadora
Profº Me. Devalcir Leonardo
Instituição de Ensino
Superior
FECILCAM- Faculdade Estadual de Ciências e
Letras de Campo Mourão
Relação Interdisciplinar Arte, História.
Resumo A Unidade Didática ―Encanto dos Cantos: A
Leitura Crítica como Formação da Consciência
Social‖ tem como uma das propostas o resgate
de um momento histórico que causou grande
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transtorno na vida política, social e cultural de
um país marcado pela desigualdade e injustiça
no campo da produção. Também propõe, de
forma mais incisiva ainda, a leitura, a
compreensão e análise em torno das músicas
que retrataram o período referido. A intenção é,
entre outras, fazer com que os alunos
percebam a importância de interpretar o que se
lê, relacionando a mensagem contida numa
música, por exemplo, com fatos que acontecem
no cotidiano. Pela sensibilização através da
música, procuraremos explorar sentimentos
que são externados no hábito de ouvi-las. O
aluno não se aterá apenas ao ritmo da mesma.
Também se sensibilizará com as ideias do
compositor, quando esse expressar, através
das palavras, as marcas da realidade.
Ideologias presentes no pensamento abstrato
que caracteriza essa faixa etária serão
exploradas como forma de desenvolver o
pensamento crítico e a cidadania autônoma.
Realizaremos atividades que reforçarão a
proposição de formação de leitores plenos e
possibilitarão reflexões importantes e
necessárias, embasadas no método recepcional
de Bordini e Aguiar e nas teorias bakhtinianas.
Palavras-chave Leitura; interpretação; criticidade; fruição.
Formato do Material Didático Caderno Pedagógico
Público Alvo 3º ano Ensino Médio
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APRESENTAÇÃO
A formação de leitores plenos, capazes de entender a realidade em que vivem não
apenas pelas aparências que ela evidencia, mas principalmente em sua essência, em sua
constituição histórica, ideológica, motivacional, é a intenção deste trabalho pedagógico. E
o instrumento apropriado, particularmente e principalmente no meio educacional, é a
leitura. A sua exploração, incentivada pelo professor e realizada pelos alunos em
contextos associados a atividades prazerosas, explorando a sensibilidade dos mesmos e
induzindo-os a utilizar a capacidade reflexiva própria dessa etapa da vida humana, são as
estratégias a serem empregadas para a consecução dos objetivos. Na década de
sessenta, não somente o Brasil, mas também o mundo viveu um momento de
efervescência política e cultural que culminou com mudanças marcantes que até hoje
influenciam nosso comportamento social. Particularmente em nosso país, muitas músicas
compostas na época refletiam os acontecimentos que se registraram ao longo dessa
década. A exploração das letras dessas canções irá revelar o conteúdo que cada uma
delas apresentava, propiciando a reflexão sobre a realidade vivida pelos personagens que
fizeram parte da história do Brasil naquela ocasião. Essa reflexão levará o aluno a fazer
comparações, estabelecer paralelos intertextuais entre os temas, elevando-o à condição
de sujeito pensante, capaz de interferir de forma objetiva no mundo que o circunda.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Fundamentado em concepções que norteiam o método recepcional, o dialogismo e
as teorias bakhtinianas e embasado em escritos de Maria da Glória Bordini, Vera Teixeira
de Aguiar, Regina Zilberman, Wanderley Geraldi, Paulo Freire, Karl Marx, Erich Fromm, e
outros, além das Diretrizes Curriculares da Língua Portuguesa, o projeto, elaborado para
alunos do terceiro ano do Ensino Médio, com atividades propostas nesta unidade, visa
contribuir para que a escola realmente exerça o seu papel de agente de intervenção na
sociedade, particularmente no que diz respeito aos aspectos ideológicos que a
caracterizam. Essa abordagem teórica, partindo da experiência de vida do aluno, fazendo
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da leitura uma forma de desvendar a realidade, proporcionará leituras reflexivas,
compreensivas, críticas, questionadoras.
Conforme proposto no método recepcional:
A primeira etapa propõe a determinação do horizonte de expectativas do aluno/leitor. O professor precisa tomar conhecimento da realidade sociocultural dos educandos, observando o dia a dia da sala de aula. Na segunda etapa ocorre o atendimento ao horizonte de expectativas, o professor apresenta textos que sejam próximos ao conhecimento de mundo e às experiências dos alunos. Em seguida acontece a ruptura do horizonte de expectativas. É o momento de mostrar ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele espera, suas certezas podem ser abaladas. Na quarta etapa acontece o questionamento do horizonte de expectativas. E a quinta etapa é a ampliação do horizonte de expectativas. As leituras oferecidas aos alunos e o trabalho efetuado a partir delas possibilitam uma reflexão e uma tomada de consciência das mudanças e das aquisições, levando-o a uma ampliação de seus conhecimentos. (BORDINI e AGUIAR, 1993, p. 87).
A música, como uma das expressões da sensibilidade humana, não somente encanta
como propicia momentos de reflexão. A internalização das reflexões favorece o
desenvolvimento de atitudes que desencadeiam mudanças comportamentais. Ainda, a
análise das letras das músicas, mediante a leitura e a discussão em torno dos significados
implícitos ou explícitos nelas, pode suscitar o interesse pelo prazer de, não somente ouvir,
mas também discutir os diversos momentos da realidade que a composição musical
revela.
Na expectativa de estimular a criticidade no aluno, as atividades e questionamentos
propostos neste trabalho permitem que ele compare as letras das músicas produzidas
durante o período da repressão política, que evidenciavam os anseios, os valores de uma
sociedade reprimida pela violência, e das músicas atuais, a maioria de cunho alienante,
dispersivo. Ao refletir sob este prisma, os jovens perceberão que, sutilmente, a sociedade
capitalista impõe alguns ―modismos‖ que nos condicionam, tornando-nos reféns da
estrutura mantida em função dos interesses econômicos que prevalecem por trás de tudo.
Dentre essas atividades, naquelas que compõem a etapa de determinação do
horizonte de expectativas, serão propostos questionamentos aos alunos sobre o hábito de
leitura, especificamente para verificar o que conhecem sobre aspectos políticos da
década de sessenta e em qual contexto social eles estão situados. Na sequência, será
feita uma oficina de leitura sob a forma de círculo de debate, quando os alunos exporão
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oralmente suas conclusões. É a fase de atendimento do horizonte de expectativas,
quando, após as leituras, o professor incentivará a discussão e proporá atividades
relacionadas com o assunto em tela, objetivando dirimir eventuais dúvidas que se
apresentem. Na etapa seguinte, de ruptura do horizonte de expectativas, os alunos
ouvirão algumas músicas selecionadas e comentarão aspectos relacionados às letras das
mesmas, associando as mensagens implícitas, nelas contidas, à época focada. Na quarta
etapa, questionamento do horizonte de expectativas, o professor estimulará a reflexão
sobre o conteúdo das letras das músicas, relacionando o momento político que à época
reinava, retomando assim as ideias e conceitos nelas impregnados. Os alunos serão
convidados a se posicionarem em relação aos valores, conceitos culturais e sociais de
acordo com a contextualização do trabalho. Finalmente, na etapa de ampliação do
horizonte de expectativas será solicitada aos alunos a apresentação durante a Semana
Cultural- Literart, evento que ocorre anualmente no Colégio com o envolvimento de todos
os alunos, de trabalhos resultantes dos conhecimentos apropriados (pela pesquisa, pela
leitura e execução das atividades do tema proposto).
Este Caderno Didático foi dividido em sete Unidades Didáticas para que, de forma
planejada, sejam atingidos os objetivos propostos. A Unidade I faz referências
introdutórias à Ditadura Militar em nosso país, ressaltando a época, os protagonistas
políticos e suas causas e as consequências. Na Unidade II exibiremos um filme, ―Batismo
de Sangue‖, retratando fatos políticos sociais do período. Na Unidade III exploraremos o
conceito de música, na forma de reflexão. Na Unidade IV serão apresentadas as músicas
que compõem o presente momento, com atividades de compreensão, interpretação. Na
Unidade V usaremos a charge como forma de interpretar mensagens contidas em
diferentes linguagens visuais. Na Unidade VI as músicas de protesto e suas letras serão
exaustivamente analisadas. A Unidade VII analisará o momento musical mais recente,
com algumas músicas expressando em suas letras formas de protesto conscientemente.
Este material didático foi planejado para trinta e duas aulas e está assim dividido:
Unidade I- (Ditadura militar) três aulas.
Unidade II- (Filme Batismo de Sangue) três aulas.
Unidade III- (A arte da música) duas aulas.
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Unidade IV- (As músicas atuais) seis aulas.
Unidade V- (Charge) uma aula
Unidade VI- (Músicas de protesto) catorze aulas.
Unidade VII- (Músicas de 1980) três aulas.
OBJETIVOS DO MATERIAL DIDÁTICO
Criar estratégias de leitura que proporcionem momentos de reflexão sobre
conceitos de valores culturais e sociais para formação de leitores críticos e
autônomos, capacitando-os para a transformação social.
Desenvolver a leitura como fruição nos alunos.
Despertar capacidades cognitivas no ato de leitura como análise, comparação,
relação e interpretação.
Reconhecer as diferentes concepções ideológicas dos discursos no texto.
Instrumentalizar os alunos para os mais diversos suportes de leitura.
Despertar a consciência crítica e a necessidade de intervenção social.
Proporcionar a leitura de variados gêneros textuais, especialmente a música.
Oferecer meios para que os alunos, após as atividades, melhorem a compreensão
do seu universo social e individual em relação ao meio em que estão inseridos.
UNIDADE I – Ditadura Militar
OBJETIVO: Propiciar condições aos estudantes de refletir sobre fatos
políticos que marcaram a história recente de nosso país.
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FIGURA 1: Presidentes da Ditadura Militar
(Fonte: Wikipédia)
Introdução
Um dos períodos da história política brasileira, em que os militares governaram o país
de 1964 a 1985, ficou marcado pela falta de democracia, supressão de direitos
constitucionais, censura, perseguição política e repressão a todos que se opunham ao
regime estabelecido. Esse período foi chamado de Ditadura Militar. Quando, em 1964, os
militares derrubaram o presidente João Goulart e ocuparam o poder, na verdade estavam
dando sequência a uma longa tradição intervencionista que remonta aos séculos anteriores
de nossa história. Ainda antes da Proclamação da República e durante a época escravista
registraram-se inúmeros episódios de participação dos militares na repressão contra lutas
populares. Uma das mais marcantes participações dos militares foi durante a Ditadura
Militar do período compreendido entre 1964 e 1985. As formas pelas quais foram efetuadas
as prisões durante essa ditadura eram as mais diversas. As capturas eram cercadas de um
clima de terror, do qual não se poupavam pessoas isentas de qualquer suspeita. Seviciava-
se antes, para perguntar depois. Instalava-se, desse modo, o clima psicológico
aterrorizante, favorável à obtenção de confissões que enredassem na malha repressiva o
maior número de pessoas. Por vezes os policiais chegavam atirando a esmo e, mesmo
feridos, alguns prisioneiros eram levados diretamente à tortura. Os autos de interrogatórios
e qualificação dos processos penais por razões políticas trazem denúncias de réus que
tiveram seus bens roubados pelos agentes dos órgãos de segurança. Depoimento de preso
político relata que ―após levar choques, ficava sem dormir e, mesmo quando estava
acordado, tinha visões‖. Alguns prisioneiros chegaram a atentar contra a própria vida, como
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meio de escaparem do sofrimento infindável. Por que se diz que a Justiça é cega? Porque
à Justiça cabe decidir com imparcialidade. Ela não pode ser tendenciosa, facciosa, nem
favorecer interesses ou princípios de uns contra outros. Entre as leis aplicadas pelos
tribunais brasileiros está a Lei de Segurança Nacional, que estabelece punições aos crimes
que visem atingir o Estado em sua segurança interna e externa. Mesmo sendo uma lei que
se destina a proteger o Estado, isso não autorizaria sua predominância sobre as outras,
como aconteceu durante todo o regime autoritário que se iniciou em 1964.
1964: ANO DO GOLPE MILITAR
Em 1961 o presidente do Brasil era Jânio Quadros, que renunciou no início de seu
mandato, provocando uma crise política. Seu vice, João Goulart, assumiu a presidência
com o país mergulhado em uma situação política complicada. Durante o governo de João
Goulart (1961-1964) aconteceu a abertura às organizações sociais. Organizações
populares, estudantes e trabalhadores começaram a ganhar prestígio, preocupando os
setores conservadores como as classes dos empresários, banqueiros, Igreja Católica,
militares e classe média. Havia uma expectativa de que o Brasil passaria a integrar o
movimento socialista. No cenário internacional, o mundo conhecia o auge da chamada
―Guerra Fria‖, com a bipolarização de forças entre os Estados Unidos da América (EUA) e
a então chamada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O estilo populista
e de esquerda de Jango gerava preocupação nos EUA que, junto com as classes
conservadoras brasileiras, imaginavam um possível golpe comunista. Jango era acusado
pelos partidos oposicionista, União Democrática Nacional (UDN) e Partido Social
Democrático (PSD), de se envolver com setores da esquerda, de provocar a carestia e o
desabastecimento do Brasil. Com a promessa de mudanças radicais, conhecidas como
Reformas de Base, feitas durante um comício realizado no Rio de Janeiro, mais
especificamente na Central do Brasil, no dia 13 de março de 1964, os ânimos ficaram
ainda mais exaltados entre governo e oposição. Jango queria mudanças nas estruturas
agrárias, econômica e educacional do país. Logo em seguida, no dia 19 do mesmo mês,
setores conservadores promovem o que ficou conhecido como Marcha da Família com
Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas nas ruas do centro da cidade de
São Paulo, contra as ideias governistas. A tensão aumentou ainda mais e o clima de crise
política era evidente e ficava cada vez mais forte na medida em que passavam os dias.
Até que, em 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo invadem as ruas.
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Jango, no sentido de evitar uma guerra civil, abandona o país refugiando-se no Uruguai.
O poder passa então para as mãos dos militares que, em nove de abril, decretam o Ato
Institucional Número 1 (AI-1). O reflexo disso foi a cassação dos mandatos políticos de
opositores ao regime militar e a perda da estabilidade de funcionários públicos.
GOVERNO CASTELLO BRANCO
(1964-1967)
Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente da
República em 15 de abril de 1964. Prometeu defender a democracia, mas mostrou-se
bastante autoritário em seu governo, dissolvendo os partidos políticos.
Estabeleceu eleições indiretas, cassou parlamentares, direitos políticos e fez a
intervenção militar nos sindicatos. Instituiu o bipartidarismo: Movimento Democrático
Brasileiro (MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), o primeiro de oposição, de
certa forma controlada, o segundo representando os militares. Em janeiro de 1967 é
imposta uma nova Constituição ao país. Ela confirma e institucionaliza o regime militar e
suas formas de atuação.
GOVERNO COSTA E SILVA
(1967-1969)
Em 1967, assume a presidência o general Arthur da Costa e Silva, eleito
indiretamente pelo Congresso Nacional. Surgem as ondas de protestos e manifestações
sociais, com a oposição ao regime militar crescendo no país. A UNE (União Nacional dos
Estudantes) organiza, no Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem Mil. A guerrilha urbana se
organiza. No dia 13 de dezembro de 1968, o governo decreta o Ato Institucional Número 5
(AI-5). O ato mais duro do governo militar aposentou juízes, cassou mandatos, acabou com
as garantias do habeas-corpus e aumentou a repressão militar e policial. Costa e Silva
adoeceu. Toma posse uma junta militar.
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FIGURA 2- AI 5
(Fonte: Dia a dia Educação)
GOVERNO DA JUNTA MILITAR
(31/8/1969-30/10/1969)
O Movimento Revolucionário (MR-8) e a Aliança Libertadora Nacional (ALN)
sequestram o embaixador dos EUA, Charles Elbrick. Em 18 de setembro, o governo
promulga a Lei de Segurança Nacional que, entre outras decisões, decretava o exílio, a
pena de morte em casos de "guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva".
No final de 1969, o líder da ALN, Carlos Marighela, foi morto pelas forças de repressão em
São Paulo.
GOVERNO MÉDICI
(1969-1974)
O presidente Emílio Garrastazu Médici assume em 1969, pelas mãos da Junta
Militar. Governo repressivo e autoritário ficou conhecido como ―anos de chumbo‖.
Intensifica-se a repressão à censura. Muitos artistas e escritores são investigados, presos,
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torturados e exilados do país. O DOI-CODI (Destacamento de Operações e Informações e
o Centro de Operações de Defesa Interna) atua como centro de investigação e repressão
do governo militar. Começa a aparecer no campo a guerrilha rural, na região do Araguaia.
(Araguaia é o nome de um dos rios da região amazônica. O palco das operações da
guerrilha foi às margens desse rio, onde os estados de Goiás, Pará e Maranhão fazem
divisa, conhecido com o nome de ―Bico do Papagaio‖).
O CHAMADO “MILAGRE ECONÔMICO”
O país, de 1969 a1973, teve um grande crescimento, conhecido como Milagre
Econômico. O PIB brasileiro cresce a taxas de quase 12% ao ano, a inflação em torno dos
18% ao ano e os investimentos internos e empréstimos do exterior avançam estruturando o
país. Foram gerados milhões de empregos. Surgem obras consideradas faraônicas, como
a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio Niterói.
O Brasil pagaria mais tarde um custo altíssimo por esse crescimento, principalmente
porque os empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa elevada para os padrões
econômicos brasileiros.
GOVERNO GEISEL
(1974-1979)
O General Ernesto Geisel assume em 1974, e inicia um lento processo de transição
rumo à democracia. Terminado o milagre econômico a insatisfação popular aumenta
consideravelmente. Para complicar ainda mais, acontece a crise do petróleo e a recessão
mundial, no momento em que diminuíram os créditos e empréstimos internacionais. Inicia-
se então a abertura política, de forma lenta, gradual e segura, com a oposição política
ganhando força. Descontentes com Geisel, os militares de linha dura promovem ataques
clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975, o jornalista Vladimir Herzog é
assassinado nas dependências do DOI-CODI em São Paulo. Geisel acaba com o AI-5 em
1978, restaura o habeas-corpus e a democracia no Brasil.
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GOVERNO FIGUEIREDO
(1979-1985)
Com a vitória do MDB nas eleições em 1978, o general João Baptista Figueiredo
decreta a Lei da Anistia, concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos,
artistas e demais brasileiros exilados e condenados por crimes políticos, enquanto os
militares de linha dura continuam com a repressão clandestina. Cartas-bomba são
colocadas em órgãos da imprensa e da OAB (Ordem dos advogados do Brasil). Uma
bomba explode (no dia 30 de Abril de 1981), durante um show no centro de convenções
do Rio Centro. Foi restabelecido, em 1979, o pluripartidarismo. A ARENA muda o nome e
passa a ser PDS (Partido Democrático Social), enquanto o MDB passa a ser PMDB
(Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Outros partidos são criados, como:
Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
A REDEMOCRATIZAÇÃO E A CAMPANHA PELAS DIRETAS JÁ
Os governos militares deixam o Brasil com problemas, inflação alta, recessão, o que
contribui para a oposição ganhar espaço político surgindo novos partidos e fortalecendo
os sindicatos. Em 1984 o povo brasileiro participa do movimento das ―Diretas Já‖,
favoráveis à aprovação da Emenda Dante de Oliveira garantindo eleições diretas
para presidente. A emenda não foi aprovada pela Câmara dos Deputados e em 15 de
janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolhe o deputado Tancredo Neves, integrante da
Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal,
para presidente. Termina assim o regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente e
falece antes de assumir. José Sarney, seu vice, ocupa o cargo de presidente do Brasil.
Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou
os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.
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FIGURA 3- MOVIMENTO ESTUDANTIL
(Fonte: Portal do Professor)
ESTUDANTES
O papel dos estudantes nas lutas sociais e políticas a favor de seus compatriotas
tem sido marcante nos tempos modernos. As grandes viradas políticas vividas por nosso
país foram reflexos da atuação, entre outras, da organização estudantil, que promoveu a
fermentação do sentimento nacionalista.
Durante a última ditadura militar no Brasil, muitos estudantes foram mortos à bala ou
durante as torturas promovidas pelos órgãos da repressão. O movimento estudantil
funcionou como principal porta-voz do descontentamento da sociedade frente ao Regime
Militar, através da realização de passeatas de protesto, participações em comícios
políticos, reuniões em Universidades para debater os problemas nacionais e do apoio aos
movimentos sociais.
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Instrumentos de Tortura
No Brasil, durante a DITADURA MILITAR, em todo seu território aconteceram
cenas de extrema crueldade. Esse ódio desumano seria o resultado de mentes diabólicas,
revestidas sob o manto da democracia, exercendo papéis preponderantes no cenário
político nacional. A tortura, disseminada em outras situações em várias partes do mundo,
no nosso país ocupou a condição de instrumento rotineiro nos interrogatórios a todos que
faziam oposição ao regime. Instalou-se no país, um sistema repressivo sem precedentes,
que a sociedade atual não deve ignorar, visto que nossa população ainda sofre as
consequências da exclusão do direito à participação política que foi imposta à população
na época.
FIGURA 4 - TORTURAS
Fonte: Wikimedia
O ―pau-de-arara‖
O choque elétrico
A ―pimentinha‖ e dobradores de tensão
O ―afogamento‖
A cadeira do dragão
A geladeira
Produtos Químicos
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Palmatória
Tortura em crianças, mulheres e gestantes.
ATIVIDADES
FIGURA 5:
Trecho do livro: Brasil: Ditadura Militar, Um livro para os que nasceram bem depois.
Fonte: http://crocomila.blogspot.com.br/2013/06/brasil-ditadura-militarcompleto-e.html.
Acesso em set. 2013.
ATIVIDADES
Após ler o quadrinho acima, responda:
1. Baseado no texto acima relate o que aprendeu tanto em sala de aula como em filmes, novelas ou documentários sobre o desaparecimento de pessoas na época da ditadura militar. 2. Fatos tristes como pessoas que desaparecem ou são torturadas ainda ocorrem? Comente. 3. A palavra ―isso‖ é classificada como pronome demonstrativo e, em alguns casos,
significa o que foi dito anteriormente e, em outros, o resumo de algo. Baseado nessas
informações, qual a ideia associada ao pronome no texto acima?
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FIGURA 6: ANTÔNIO GONÇALVES DIAS
(Fonte: Wikipedia)
Biografia
Antônio Gonçalves Dias, poeta brasileiro, tornou-se famoso por ter escrito o
poema Canção do Exílio. Era filho de uma união não oficializada entre um
português e uma mestiça. Estudou na Europa,ocupou vários cargos importantes e
morreu vítima de um naufrágio.Ele é o patrono da cadeira quinze da ACADEMIA
BRASILEIRA DE LETRAS.
(Fonte: GONÇALVES DIAS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2013. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index. php? title=Gon%C3%A7alves_Dias&oldid=37381214>. Acesso em: 19 nov. 2013)
O poema de Antônio Gonçalves Dias foi explorado musicalmente. Na música notamos
a convergência das artes musical, com os músicos, seus sons diversos e arranjos criativos
e literária, com o poeta Gonçalves Dias, que escreveu em 1843 , quando se encontrava no
exílio em Coimbra o poema ―Canção do Exílio‖ , produzido no primeiro momento do
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Romantismo no Brasil (época em que se manifestava forte onda nacionalista). O poema
também foi trabalhado sob a forma de música por Nelson Dejanny, o ―cantor dos poetas‖.
“Canção do Exílio”
(Antonio Gonçalves Dias)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
[...]
(Fonte: http://www.horizonte.unam.mx/brasil/gdias.html)
1- Advérbio é a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo
ou outro advérbio. É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a
ação verbal. No texto, ―lá‖ e ―cá‖ são advérbios de lugar. Quais as localizações
geográficas associadas às ideias que se relacionam a esses advérbios na letra da
―Canção do Exílio‖?
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2- As palavras palmeira e sabiá se repetem em várias produções e são colocadas
como ícones de beleza e magnitude da pátria brasileira. Elas desaparecem da poesia no
período da ditadura militar, época negra de nossa história. Durante o período ditatorial
quais os temas preferidos pelos poetas? Comente.
FIGURA 7 - EU TE AMO MEU BRASIL
Fonte: Wikipedia
BIOGRAFIA
Os irmãos Farias nasceram em Itaiçaba, no Ceará, Eustáquio em 1944 e Eduardo
em 1947. Mudaram-se para São Paulo ainda crianças, nos anos 1950. Eduardo
obteve o apelido de Ravel, dado por um professor de música, por causa de sua
aptidão para a arte. Por volta dos anos 1960, dupla, então já conhecida como Dom
& Ravel, lançou seu primeiro LP, "Terra boa", que trazia entre outras a canção
"Você também é responsável", transformada, em 1971, pelo ex-ministro da
Educação, Jarbas Passarinho, no hino do Movimento Brasileiro de Alfabetização
(Mobral). Nos anos 1970 a dupla atingiu grande sucesso, com a canção "Eu te amo
meu Brasil", gravada pelo conjunto Os Incríveis. A música ufanista era utilizada pelo
governo em eventos cívicos. Outros sucessos da dupla foram: "Animais irracionais",
"Só o amor constrói" e "Obrigado ao homem do campo". A ligação dessas canções,
que na época levaram-nos ao sucesso, com a ditadura militar, levou a dupla
ao ostracismo posterior. Dom, com nome de batismo Eustáquio Gomes de Farias,
faleceu em dezembro de 2000, em decorrência de um câncer de estômago. Ravel,
com nome de batismo Eduardo Gomes de Faria, faleceu em 16 de junho de 2011,
de um ataque cardíaco.
Fonte: Wikipédia
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Você já ouviu a música ―Eu te amo meu Brasil‖? Surgiu por volta do final dos anos
sessenta e fez muito sucesso. Trata-se de uma música cuja letra tem conotações
ufanistas e que, nas condições em que surge, foi utilizada com intenções ideológicas.
Assim explorada pelo regime militar, induziu o povo a acreditar no chamado ―milagre
econômico‖. No ano de 1970 a banda ―Os Incríveis‖ gravou ―Eu te amo, meu Brasil‖, de
autoria de Dom e Ravel. Essa dupla ficou conhecida como ―os cancioneiros da repressão‖
ou ainda como ―porta-voz das sombras‖, pois compunham e cantavam músicas que
interessavam ao presidente da época, Emílio Garrastazu Médici, o mais repressivo do
regime militar. Enquanto compunham e cantavam, seus colegas da área musical (e de
outras áreas) eram expulsos do país.
Eu te amo meu Brasil
(Dom e Ravel)
Escola... Marche... As praias do Brasil ensolaradas Lá lá lá lá...
O chão onde país se elevou A mão de Deus abençoou Mulher que nasce aqui Tem muito mais amor
O céu do meu Brasil tem mais estrelas O sol do meu país, mais esplendor A mão de Deus abençoou Em terras brasileiras vou plantar amor.
Eu te amo, meu Brasil, eu te amo Meu coração é verde, amarelo, branco, azul-anil Eu te amo, meu Brasil, eu te amo Ninguém segura a juventude do Brasil
As tardes do Brasil são mais douradas Mulatas brotam cheias de calor A mão de Deus abençoou Eu vou ficar aqui, porque existe amor
No carnaval, os gringos querem vê-las Num colossal desfile multicor A mão de Deus abençoou Em terras brasileiras vou plantar amor [...]
(Fonte: http://letras.mus.br/os-incriveis/332979/. Acesso em junho de 2013)
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ATIVIDADES
1- Todo movimento social evidencia a ação coletiva de um grupo organizado que visa
alcançar seus objetivos por meio do embate político, embasado em valores e ideologias,
numa determinada sociedade e num contexto específico permeado pelas tensões sociais.
Cite exemplos de fatos políticos sociais que interferiram na história recente do nosso país
e provocaram manifestações.
2- Patriotismo é definido como amor ilimitado à pátria. Nesse sentido, as
manifestações que visam defender os interesses coletivos de uma nação são
consideradas atos patrióticos. Deste modo, quando o governo não atende aos anseios
populares, o cidadão exerce o direito de protestar. Amar o Brasil, na época da ditadura,
era manifestação espontânea de patriotismo? Comente.
FIGURA 8 – ARY BARROSO
(FONTE: WIKIPEDIA )
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BIOGRAFIA
Ary de Resende Barroso (Ubá,MG, 7 de novembro de 1903 — Rio de Janeiro, 9 de
fevereiro de 1964) foi um compositor brasileiro de música popular, mais conhecido como
autor de Aquarela do Brasil. Nos anos 1930, escreveu as primeiras composições para o
teatro musicado carioca. Aquarela do Brasil teve a primeira audição na voz de Aracy
Cortes e regravada diversas vezes no Brasil e no exterior. Recebeu o diploma da Academia
de Ciências e Arte Cinematográfica de Hollywood pela trilha sonora do longa-
metragem Você já foi à Bahia? (1944), de Walt Disney.
Fonte: Wikipedia
―Aquarela do Brasil‖ foi considerada como a mais importante música de referência ao
Brasil no século passado. Verdadeiro hino brasileiro informal inaugurou um estilo musical
chamado de samba-exaltação que muito agradava ao Presidente da época, Getúlio
Vargas.
Aquarela do Brasil
(Ary de Resende Barroso)
Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim.
Ah! Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil! Pra mim!
22
Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a Sá dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim!
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
O Brasil, samba que dá
bamboleio que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim. [...]
(Fonte: http://letras.mus.br/gal-costa/46099/
ATIVIDADES
1- Redundância é o ato de insistir obstinadamente nos mesmos ideais; uso abusivo de
palavras e/ou expressões. Quais os versos dessa música onde há redundância? Qual a
função ou importância da redundância no texto?
2- ―Aquarela do Brasil‖ não era bem a música dos sonhos do Departamento de
Investigação da Polícia (DIP), o qual alegava que alguns dos seus versos depreciavam o
conceito, a imagem do Brasil. Retire e comente do texto alguns versos que comprovam
essa afirmação.
3- As músicas ―Canção do Exílio‖ de Gonçalves Dias, escrita em 1843 e cantada por
Nelson Dejanny, (apelidado ―O cantor dos poetas‖), ―Eu te amo meu Brasil (gravada em
1970, cantada por ―Os Incríveis‖) e ―Aquarela Brasileira‖ (gravada e cantada em 1980 por
Gal Costa, entre outros) foram escritas em épocas bem diferentes e sensibilizaram muitas
pessoas‖. Levando em consideração que os temas nelas contidos expressam mensagens
semelhantes, qual a finalidade da criação de cada uma delas?
23
FIGURA 9 – AME-O OU DEIXE-O
(Fonte: Wikipedia)
O governo militar brasileiro iniciou um período de campanhas ufanistas para conquistar a
simpatia da população com os slogans "Ninguém segura este país" e "Brasil, ame-o ou
deixe-o" e músicas com refrões como "Eu te amo, meu Brasil, eu te amo; ninguém segura
a juventude do Brasil", "― Este é um país que vai pra frente (…)", "Noventa milhões em
ação, pra frente, Brasil do meu coração (…) Salve a seleção" e outros. A euforia gerada
na população pela vitória brasileira na primeira transmissão ao vivo para o Brasil de uma
Copa do Mundo de futebol levou o povo às ruas para cantar versinhos patrióticos,
misturando política e futebol num carnaval fora de época.
1- O ―slogan‖ ―Brasil, ame-o ou deixe-o‖ estimulou comportamentos ufanistas na
população e foi utilizado com fins políticos por ocasião da época em que foi difundido.
Que conotações contem a mensagem nele implícita? Comente.
FIGURA 10 FIGURA 11
(Fonte: (Fonte: http://opiniaotriunfodigital.blogspot.com.br/2013/06/a-explicacao-dos-20-centavos-
valdecir.html)
2- Olhando as figuras 10 e 11 acima, estabeleça relação entre as mensagens nelas
inseridas e os recentes acontecimentos que levaram o povo (a maioria jovens) às ruas?
24
UNIDADE II –
OBJETIVO: Conhecer, por meio de um filme, a realidade de um passado marcado por lutas e
ideologias que resultaram em mudanças na estrutura social.
Foram muitas as produções artísticas que se referiram ao período da ditadura militar
brasileira. Veremos agora uma dessas produções, que evidencia com propriedade os
fatos políticos e sociais daquela ocasião.
Batismo de Sangue
No final dos anos 1960 um convento de frades torna-se um local de resistência à ditadura.
Cinco freis passam a apoiar um grupo guerrilheiro e ficam na mira das autoridades
policiais.
Debate sobre o filme
Como atividade faremos um júri simulado cujo tema é: O Brasil deve ou não deve abrir os
arquivos secretos sobre a Ditadura Militar ? Os professores das disciplinas de História,
Sociologia e Filosofia participarão da atividade.
Outros filmes sobre a Ditadura
Pra Frente Brasil O Que é Isso Companheiro
Cabra Cega O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
Ação Entre Amigos Zuzu Angel
Cara ou Coroa
25
UNIDADE III – A ARTE DA MÚSICA OBJETIVO: Proporcionar ao aluno elementos para que ele reconheça a música como forma não somente de deleite, mas também como meio de expressão cultural que reflete as aspirações de uma sociedade.
FIGURA 12 – A ARTE DA MÚSICA
(Fonte:diadia pr.gov.br)
Simples ou sofisticada, erudita ou popular, acústica ou eletrônica, urbana, suburbana
ou rural, a música no Brasil é uma das mais importantes manifestações da arte e da
cultura nacional sendo respeitada internacionalmente. É a combinação de ritmo, harmonia
e melodia que agrada nossos ouvidos. No sentido amplo é a organização temporal de
sons, silêncios e pausas, atuando como manifestação artística e cultural de povos, em
determinadas épocas ou regiões e também como veículo que expressa sentimentos. É
considerada por muitos como prática cultural humana. Atualmente não se conhece
nenhuma civilização ou agrupamento humano que não tenha constituído manifestações
musicais próprias. Embora nem sempre feita com esse objetivo, a música pode ser
considerada como obra de arte. Para muitas culturas ela está intrinsecamente ligada às
vidas, aos costumes dos povos. A música desperta o interesse de todas as classes, raças
e credos, identificando maneiras de viver. Apreciada e difundida, conta em sua trajetória
com uma variedade imensa de cantores. A televisão, que se popularizou no nosso país
em meados da década de sessenta, é instrumento importante para a disseminação da
música.
26
ATIVIDADES
1º. Momento: realizaremos no anfiteatro do Colégio uma apresentação cultural com o
nome de ―Cantos do Brasil‖, onde os alunos ouvirão músicas pré-selecionadas para a
ocasião.
2º. Momento: os alunos solicitarão que sejam cantadas outras músicas que lhes sejam
interessantes.
3º. Momento: iniciaremos discussões que levem a questionamentos sobre o papel da
música que, na condição de arte, contribui para a formação de opiniões nos cidadãos
sobre questões relevantes de suas vidas.
Em todos os momentos o professor será o mediador das atividades, estimulando a
participação de todos e interagindo quando julgar necessário.
FIGURA 13 – AS MÚSICAS ATUAIS
Fonte Wikipedia
27
UNIDADE IV – AS MÚSICAS ATUAIS
OBJETIVO: Fazer o aluno refletir a respeito das mensagens que as músicas
atuais contêm e que estão influenciando na formação de hábitos culturais.
O momento atual, que privilegia o culto ao prazer (a qualquer preço), que
desqualifica o humano (enquanto ser constituído de espírito), superestimando o corpo, a
matéria, como valor de troca, na sociedade consumista (que valoriza o descarte, o
imediatismo e a ganância), reflete isso tudo nas letras das produções musicais recentes,
induzindo ao fenômeno da massificação. A maioria das pessoas, principalmente jovens,
não consegue vislumbrar outra opção de manifestação cultural através da música que não
esteja vinculada ao modismo que impregnou a indústria musical brasileira, não
preocupada com a formação das pessoas. Hoje a música não instiga o espírito crítico,
não enaltece os valores éticos e morais que, por exemplo, levariam as pessoas a
sonharem com mudanças nas estruturas sociais demasiadamente excludentes e injustas;
pelo contrário, ela aliena (intencionalmente?) como que atendendo aos interesses
estratégicos de uma minoria ávida em se manter no poder.
Tudo é propositadamente banalizado. Basta atentar para as letras das músicas
que invariavelmente exaltam o ter, o dinheiro (que ―deixa a gente doce‖?!!), o ― carro de
marca‖ (que atrai mulheres), o sexo fácil (em detrimento ao amor que implica doação,
compromisso, sacrifício), os excessos no consumo de bebidas e assim por diante.
Certamente essa exaltação ao consumismo interessa de perto ao sistema capitalista,
preocupado exclusivamente com o lucro. A música é utilizada como um dos instrumentos
para perpetuar essa situação, mantendo o homem alheio à realidade, sufocado em seu
potencial emancipador da razão crítica, tão caro aos iluministas e uma das ferramentas
principais da classe trabalhadora na sua luta contra a desigualdade social, a exploração
pelo trabalho. A principal função da arte moderna é a negação da razão instrumental
alienante do mundo capitalista, é a emancipação humana do atual estado de coisas.
Assim, o papel da estética é oferecer mecanismos intelectuais que estimulem no homem
contemporâneo a razão.
A produção artística está também se tornando, infelizmente, mercadoria. A
música, uma de suas expressões mais sublimes, é usada como meio de disseminação da
28
ideologia à qual já nos referimos não preocupada em instigar a criticidade nas pessoas,
mas sim, contribuir para torná-las inertes, alienadas, despolitizadas, incapazes de se
organizar e lutar por seus ideais.
BIOGRAFIA
Bruno Caliman, nascido em Itamaraju, Bahia - 15 de outubro de 1976 é um
compositor Brasileiro. Canções compostas por ele já foram gravadas por grandes nomes
da música popular brasileira como Bruno e Marrone, Luan Santana, Gusttavo Lima, Gian
& Giovani, Raça Negra entre outros. Filho de pai capixaba e mãe baiana, a ―estrela‖
Bruno Caliman, viveu parte de sua infância em Marilândia e Vila Velha , e hoje se rendeu
ao tempero baiano, e vive sua vida na cidade de Teixeira de Freitas, na Bahia. Autor de
grandes sucessos da música brasileira, como Locutor, Seu polícia, 24 Horas, Já não
sabe mais Nada, Fiorino e "Camaro Amarelo", essa última cantada por Munhoz &
Mariano. Essas são as mais famosas, mas o talentoso Bruno, tem um histórico gigante,
de grandes sucessos.
Fonte: Wikipedia
Camaro Amarelo
(Bruno Caliman)
Agora eu fiquei doce, doce, doce, doce Agora eu fiquei do-do-do-do-doce, doce
Agora eu fiquei doce, doce, doce, doce Agora eu fiquei do-do-do-do-doce, doce
E agora eu fiquei doce igual caramelo, To tirando onda de Camaro amarelo. E agora você diz: vem cá que eu te quero, Quando eu passo no Camaro amarelo.
Quando eu passava por você, Na minha CG você nem me olhava. Fazia de tudo pra me ver, pra me perceber, Mas nem me olhava.
Aí veio a herança do meu véio, E resolveu os meus problemas, minha situação. E do dia pra noite fiquei rico,
To na grife, to bonito, to andando igual patrão.
To tirando onda de Camaro amarelo. E agora você diz: vem cá que eu te quero, Quando eu passo no Camaro amarelo.
E agora você vem, né? Agora você quer. Só que agora vou escolher, Tá sobrando mulher.
E agora você vem, né? Agora você quer, ha.
29
Só que agora vou escolher, Tá sobrando mulher.
Quando eu passava por você Na minha CG você nem me olhava. Fazia de tudo pra me ver, pra me perceber, Mas nem me olhava.
Aí veio a herança do meu "véio", E resolveu os meus problemas, minha situação.
E do dia pra noite fiquei rico, "To" na grife, "to" bonito, "to" andando igual patrão.
Agora eu fiquei doce igual caramelo; "To" tirando onda de Camaro amarelo. Agora você diz: vem cá que eu te
[...]
(Fonte: http://letras.mus.br/munhoz-mariano/camaro-amarelo/, Acesso em setembro de 2013)
ATIVIDADES
1- À medida que passa o tempo a valorização do ‖ter‖ se manifesta de forma
mais marcante em nossa sociedade, com o individualismo permeando as relações
sociais. Todos querem cada vez mais ter. E ter as mesmas coisas. A música que
hoje se apresenta maximiza essa situação. Identifique versos na letra da música
―Camaro Amarelo‖ que comprovem as afirmações acima, comentando em seguida.
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais..♥♥
(Tomara, MORAES, Vinícius)
2- O ‖eu lírico‖ da letra da música ―Camaro Amarelo‖ explicita ideias diferentes
das contidas nos versos escritos por Vinicius de Morais. Você concorda com essa
afirmação? E o que significa para você ―viver bem‖? Justifique.
3- Doce é um adjetivo qualificativo, antônimo de amargo. Como substantivo,
doce significa qualquer alimento que tenha sabor adocicado. Qual ideia o autor da
letra da música quis exprimir ao escrever ―Agora eu fiquei doce‖? Comente.
30
FIGURA 14 – MC ANITTA
Fonte: Wikipedia
BIOGRAFIA
Larissa de Macedo Machado – MC Anitta, filha de um vendedor de bateria de carros e de uma artesã, Anitta, de 20 anos, cujo nome verdadeiro é Larissa de Macedo Machado, cresceu no bairro de Honório Gurgel, na periferia do Rio de Janeiro, e teve uma criação longe dos morros das favelas. Começou a cantar na igreja . Decidida e com visão de mercado, Anitta diz que sabia, assim que escreveu Show das Poderosas, no fim do ano passado, que a música seria um hit. No entanto, encontrou certa resistência da gravadora Warner Music. Hoje, a funkeira mais poderosa do momento faz mais de 30 shows por mês. ―Show das Poderosas‖ é o primeiro lançamento oficial (single) e profissional da cantora brasileira Anitta, lançado em 2013. Tornou-se em pouco tempo uma das músicas preferidas pelos jovens.
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index. php? title=Especial: Citar&page=Anitta&id=37338692)
Show das Poderosas
(Larissa de Macedo Machado)
Prepara, que agora é a hora Do show das poderosas Que descem e rebolam
Afrontam as fogosas Só as que incomodam Expulsam as invejosas
Que ficam de cara quando toca Prepara
Se não tá mais à vontade, sai por onde entrei Quando começo a dançar, eu te enlouqueço, eu sei
Meu exército é pesado, e a gente tem poder Ameaça coisas do tipo: Você!
Vai!
31
Solta o som, que é pra me ver dançando Até você vai ficar babando
Para o baile pra me ver dançando Chama atenção à toa
Perde a linha, fica louca.
Prepara, que agora é a hora Do show das poderosas
Que descem, rebolam Afrontam as fogosas
Só as que incomodam Expulsam as invejosas
Que ficam de cara quando toca Prepara [...]
(FONTE: http://letras.mus.br/mc-anitta/show-das-poderosas/)
ATIVIDADES
FIGURA 15: ZILDA ARNS FIGURA 16: MADRE TEREZA DE CALCUTÁ
Fonte: Wikipedia
1. ―Ninguém tem o direito de sair da presença de uma pessoa sem tê-la deixado
mais feliz, mais realizada‖. Você já ouviu falar de Madre Tereza de Calcutá? Foi uma
missionária católica albanesa, monja que deixou a vida contemplativa para se
dedicar à vida ativa. A frase entre aspas é de sua autoria. E da brasileira Sra. Zilda
Arns? Médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora internacional da
32
Pastoral da Criança, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa
Idosa, organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB). Dra. Zilda Arns era representante titular da CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil), do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Tanto uma quanto outra
contribuíram muito para que o mundo fosse melhor. Será que poderíamos chamar
essas mulheres de poderosas, assim como a mulher exaltada na letra da música?
Explique a diferença na utilização do adjetivo ―poderosa‖ em cada uma das
situações.
FIGURA17: PRINCESA DIANA FIGURA 18: A OPERÁRIA
Fonte: Wikipedia e diaadiaeducação
2. A mulher hoje desempenha várias funções, sempre com sucesso,
independente da atividade que exerça. Ela é também tema em diversas músicas.
Nas canções é frequentemente exaltada como musa, como preciosidade. Mas
também é discriminada com adjetivos pejorativos. Nessa música qual o conceito
associado à ideia de mulher? Comente.
3. Quem você presentearia com a música ―Camaro Amarelo‖? Justifique.
O Brasil tem compositores que se preocupam com a estética, com a beleza na
música. Mas não somente com a estética sob o ponto de vista da musicalidade.
Também com as letras das músicas, com conteúdos bem trabalhados, com
33
mensagens significativas. Vejamos o caso da melodia Cidadão de Papelão, da
Banda Teatro Mágico.
FIGURA 19 - O TEATRO MÁGICO
(Fonte Wikipédia)
BIOGRAFIA
O Teatro Mágico (TM) é um grupo musical brasileiro formado em 2003 na cidade
de Osasco, São Paulo, criado por Fernando Anitelli. O TM é um projeto que reúne
elementos do circo, do teatro, da poesia, da música, da literatura, da política e do
cancioneiro popular tornando possível a junção de diferentes segmentos artísticos
numa mesma apresentação. O grupo é composto por músicos, atores, palhaços,
malabaristas, dançarinos e transformistas de circo. O estilo é uma mistura de
Popular com gêneros mais modernos como Pop/Rock. É normal ver numa mesma
música instrumentos como violão, violino, flauta, bateria, vibradores, percussão e
samplers. O Teatro Mágico já vendeu mais de 65 mil cópias de seus discos de
forma independente.
(Fonte: O TEATRO MÁGICO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2013.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index. php?title=O_Teatro_M%C3%A1gico&oldid=36793737>. Acesso
em: 14 nov. 2013.)
34
Cidadão de Papelão ( Fernando Anitelli/Maíra Viana)
O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis,
nem voz
Nem terno, nem tampouco ternura
À margem de toda rua, sem
identificação, sei não
Um homem de pedra, de pó, de pé no
chão
De pé na cova, sem vocação, sem
convicção
À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura
Um cara, um papo, um sopapo, um
papelão
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis,
à sós
Nem farda, nem tampouco fartura
[...]
(Fonte: http://www.vagalume.com.br/o-teatro-magico/cidadao-de-papelao.html#ixzz2fYX9pNVs.
Acesso em setembro de 2013)
ATIVIDADES
1. Cidadão é a pessoa que conhece seus direitos e deveres. Ao fazer a leitura
da letra dessa música, qual o significado que podemos atribuir ao título da mesma?
2. Ao ler o refrão ―Cria a dor, cria e atura‖ qual outra leitura que podemos fazer
desses versos?
3. A canção retrata a situação de muitos brasileiros em situação de penúria. Nos
versos:
35
“Nem terno nem tampouco ternura”
―Nem farda nem tampouco fartura”
a figura de linguagem chamada aliteração (figura que consiste em repetir sons
consonantais idênticos ou semelhantes no início de palavras) foi usada
propositalmente. Comente o significado desses versos.
UNIDADE V
A charge é uma ilustração humorística envolvendo a caricatura de um ou mais
personagens. É feita com o objetivo de satirizar algo ou alguém.
OBJETIVO: Levar o aluno a refletir sobre o significado das imagens e personagens
que constituem os desenhos que ilustram as charges, traduzindo as mensagens
nelas implícitas e comentando suas relações com a realidade.
FIGURA 20 - CHARGE
(Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-
Bl983DUDN5w/TjMOwXDMDnI/AAAAAAAAEq8/mE1ZUq1g2u8/s320/Charge2011-BR_sem_Miseria-
760699.jpg.Acesso em junho de 2013
ATIVIDADES
36
1- Alguns brasileiros, quando desvalorizam o país, acabam exaltando outras
nações. É comum criticar o que está próximo. Particularmente no Brasil são
maximizados os aspectos negativos de nossa terra. Mas sabemos que em todos os
lugares existem problemas, seja de uma ou de outra natureza. Comparando esse
comentário com a charge apresentada acima, responda: O que significa, para o
menino, ―esse lugar aí‖? Comente.
2- O que induziu o menino a mudar de ideia ao dizer: ―Eu quero ir para esse lugar
aí...‖? Comente.
ATIVIDADES
Reunir os alunos envolvidos com o projeto no anfiteatro do Colégio para um
Encontro Cultural, onde serão discutidos conceitos sobre músicas de protesto,
significados das letras dessas músicas e a influência das mesmas nos movimentos
sociais.
UNIDADE VI
37
OBJETIVO: Proporcionar ao aluno condições de estabelecer relações entre as
letras compostas nas músicas de protesto e o ambiente sociopolítico e cultural
vivenciado pela sociedade brasileira a partir da década de sessenta.
.
Como referência ideológica, a música existe há muito tempo, mas foi a partir
da década de 1960 que ela, como forma de protesto, ganha popularidade,
levantando diversas questões, como discussões em favor da liberdade de
expressão, pelo fim das guerras e o desarmamento nuclear, idealizando um mundo
de paz e amor.
No Brasil essa década foi marcada pela efervescência no campo político-
social. A vontade de participar ativamente da política interna se manifestou em
diversas camadas da sociedade. Surgiu uma geração universitária de compositores
e cantores que viam na música uma forma de criticar o governo e de chamar a
atenção da população para lutar contra o regime imposto. Entre eles o cantor e
compositor Chico Buarque, o poeta popular Geraldo Vandré, e outros grandes
compositores, ícones na época, idolatrados pela intelectualidade cultural. Foi um
movimento intrinsecamente relacionado ao engajamento político e de protesto contra
a Ditadura Militar no Brasil. O país, assolado por um golpe militar de direita, foi
amparado pela intelectualidade ligada à esquerda, que se mobilizou contra o
acontecimento. No campo artístico surge a música de protesto, como forma de
reinvidicar os direitos de uma população sufocada pelas leis que a impedem de
defender seus ideais. Há intensa produção musical. Os compositores não podiam
explicitar com clareza nas letras musicais o que realmente acontecia no país e então
utilizavam metáforas. A publicação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), dando totais
poderes ao governo e retirando dos cidadãos todos os direitos, fez com que muitos
cantores, compositores, atores e jornalistas fossem ―convidados‖ a deixar o Brasil. A
repressão à produção cultural impedia a disseminação de quaisquer ideias que
pudessem ser interpretadas como contrárias aos interesses militares, mesmo
aquelas que não tinham conteúdo político. A censura prévia não tinha nenhum
critério; os censores poderiam vetar tanto por motivos políticos, ou de proteção à
moral vigente, como simplesmente por não perceberem o que o autor queria dizer
com o conteúdo de sua obra. A censura, além de cerceadora, era de uma
38
imbecilidade jamais vista na história cultural brasileira. Por conta disso tudo os
militares prenderam, sequestraram, torturaram, exilaram artistas e intelectuais.
Passando para o momento atual, percebemos que os ritmos musicais e a forma de
apreciar a música mudaram. Infelizmente a qualidade da produção musical foi
prejudicada pela priorização do mercantilismo e pelos modismos. A produção
cresce muito e, com a progressiva abertura do Brasil à cultura globalizada, diversos
gêneros e subgêneros musicais são explorados em todos os cantos do país, como o
pagode, o axé,o sertanejo,o forró, a lambada, e outros. Novos ritmos e estilos
surgem e continuarão surgindo.
ATIVIDADES
BIOGRAFIA
José Accioly Cavalcanti Neto (Goiana, 11 de julho de 1950 - Recife, 29 de
outubro de 2000) foi um cantor e compositor de música popular brasileira.
Iniciou sua carreira artística como vocalista dos grupos Bulldog e Big Som, no Rio
de Janeiro. Ao longo de sua carreira participou de diversos festivais de música e
lotou casas de espetáculo principalmente no Nordeste cantando grandes sucessos
nacionais de sua composição interpretada por cantores de renome, como, Fagner,
Flávio José, Elba Ramalho, Fábio Junior, Roberta Miranda, Nando Cordel e outros.
Paraíso das Hienas foi uma música de protesto religioso do pernambucano Accioly
Neto. Em 1991 sofreu um grave acidente de trânsito que lhe deixou sequelas e o
afastou da carreira de cantor. Então, ele viu na pintura uma terapia para superar o
trauma do acidente. Mas a música jamais foi deixada de lado. Aí se dedicou a criar
composições e arranjos para outros artistas. A vontade de voltar a cantar e fazer
shows eram muito grandes. Em 2000, morreu aos 50 anos, quando estava
finalizando o seu primeiro CD independente.
Fonte: Wikipédia
OBJETIVO: Promover reflexões que levem o aluno a recordar aspectos
políticos e sociais que marcaram determinada época da história brasileira.
39
Paraíso das Hienas
(José Accioly Neto)
Accioly Neto escreveu essa canção e Jessé a gravou em 1981. Na letra
dessa música encontramos inconformismo e indignação com a situação social
brasileira, principalmente quanto à questão da alienação de grande parte da
população. Percebemos a angústia de quem procura alertar sobre a necessidade de
deixar de lado a aparência e buscar a essência da realidade que nos cerca.
Abençoai as hienas Principalmente as morenas Tricampeãs mundiais Pois desse lado do muro O jogo é tão duro, meu pai Que só ter piedade de nós não vale a pena (3x)
Oração não voga quando não há vaga Coração não roga quando só há raiva
E a roupa do corpo três vezes ao dia Novena não paga ao homem da venda Não adianta nada, não enche barriga Subir de joelhos as escadarias.
Abençoai as hienas Principalmente as "da Silva" Campeãs de carnavais Pois desse lado do beco O olhar é tão seco, meu pai Que só ter piedade de nós não vale a pena (3x)
[...]
(fonte: http://letras.mus.br/jesse/168985/. Acesso em maio de 2013)
ATIVIDADES
1. Você já estudou sobre as músicas de protesto. Leia atentamente os versos
abaixo e interprete com suas palavras cada um deles.
a) ―O jogo é tão duro meu pai, que só piedade de nós não vale a pena.‖
b) ―Pois desse lado do beco o olhar é tão seco, meu pai.‖
40
FIGURA 21 – HIENA
(FONTE: Wikimedia.org)
Hienas são animais gregários com hábitos noturnos, embora possam pontualmente
estar ativas de dia. A hiena produz um som parecido com um grito áspero,
semelhante a uma gargalhada. Quem é que já não ouviu a frase "Ri como uma
hiena" se referindo a alguém que ri demais? Na verdade o animal não ri, senão que
emite um som que faz lembrar uma gargalhada humana.
1- A música interpretada por Jessé faz referências ao nosso país. Sobre o
animal hiena ficamos sabemos algo a seu respeito. Estabeleça relações associando
algumas características desse animal com o que sugere o título e/ou a letra dessa
música.
2- Observe os versos:
“Oração não voga quando não há vaga,
“Coração não roga quando só há raiva”
41
Encontramos nos versos acima as figuras de linguagem aliteração (figura de
linguagem que consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes no
início de palavras de uma frase ou de versos de uma poesia para criar sonoridade )
e assonância ( figura de linguagem ou um recurso sonoro que consiste em repetir
sons de vogais em um verso ou em uma frase, especialmente as sílabas tônicas) .
Explique os significados desses versos onde aparecem essas figuras de linguagem.
3- Além da ideia de inconformismo, qual outro significado você pode atribuir aos
versos abaixo:
―Novena não paga ao homem da venda
―‖Não adianta nada, não enche barriga
―Subir de joelhos as escadarias‖
FIGURA 22- CHICO BUARQUE
42
BIOGRAFIA
Chico Buarque de Hollanda nasceu em 19 de junho de 1944 na cidade do Rio de Janeiro, filho de Sérgio Buarque de Hollanda (1902–1982), um importante historiador e jornalista brasileiro e de Maria Amélia Cesário Alvim (1910–2010), pintora e pianista.Conhecido como um dos maiores nomes da música popular brasileira, dramaturgo e escritor brasileiro. Revelou-se ao público quando ganhou, com a música "A Banda", interpretada por Nara Leão, o primeiro Festival de Música Popular Brasileira. Chico logo conquistou reconhecimento de críticos e público. Socialista declarado auto exilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão da regime militar do Brasil nos chamados "anos de chumbo", tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país.
(Fonte: CHICO BUARQUE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2013. Disponível
em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Chico_Buarque&oldid=37297102>. Acesso em: 14 nov. 2013.)
FIGURA 23 - ABAIXO A DITADURA
(Fonte: Portal do Professor)
1970 – Chico e Gil voltaram do exílio esperando conseguir maior liberdade de
expressão. Era o período da ditadura militar, governo de Emílio Garrastazu Médici e
os dois não puderam apresentar, no ano de 1973, no palco do Anhembi, a canção
Cálice, pois os microfones foram desligados. A canção foi gravada cinco anos após,
em 1978.
43
Cálice (Chico Buarque)
Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor e engolir a labuta? Mesmo calada a boca resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa? Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta
Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado Se na calada da noite eu me dano Quero lançar um grito desumano Que é uma maneira de ser escutado Esse silêncio todo me atordoa Atordoado eu permaneço atento Na arquibancada, prá a qualquer
momento Ver emergir o monstro da lagoa
Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda (Cálice!) De muito usada a faca já não corta Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!) Essa palavra presa na garganta Esse pileque homérico no mundo De que adianta ter boa vontade? Mesmo calado o peito resta a cuca Dos bêbados do centro da cidade
Pai! Afasta de mim esse cálice [...]
(Fonte: http://letras.mus.br/chico-
buarque/45121/.Acesso em julho de
2013 )
44
ATIVIDADES
1- A letra desta música é rica em metáforas. (Metáfora é a comparação de
palavras em que um termo substitui outro. É uma comparação abreviada em que o
verbo não está expresso, mas subentendido.) Faça a leitura das metáforas abaixo:
a) ―mesmo calado o peito resta a cuca‖
b) ―tanta mentira, tanta força bruta‖
c) ―como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano‖.
2- Qual a leitura que fazemos dos dois últimos versos da canção?
1970 – Época de violenta censura. Chico voltara da Itália e, ao compor essa
canção, conseguiu que a mesma ―passasse‖ pela censura. Mas foi chamado para
explicar ao regime político vigente o que significava a palavra ―você‖. Chico disse
que tudo aquilo tratava de uma briga de casal, onde a palavra referia-se a uma
mulher autoritária, ―mandona‖. A canção vendeu mais de cem mil cópias. Mais tarde
a censura descobriu que, na verdade, ―você‖ referia-se ao General Emílio
Garrastazu Médici. A canção ―Apesar de Você‖ foi considerada o ―hino da ditadura‖.
Apesar De Você (Chico Buarque)
Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão A minha gente hoje anda Falando de lado E olhando pro chão, viu Você que inventou esse estado E inventou de inventar Toda a escuridão Você que inventou o pecado Esqueceu-se de inventar O perdão
Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Eu pergunto a você
Onde vai se esconder Da enorme euforia Como vai proibir Quando o galo insistir Em cantar
Água nova brotando
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E a gente se amando Sem parar
Quando chegar o momento Esse meu sofrimento Vou cobrar com juros, juro Todo esse amor reprimido Esse grito contido Este samba no escuro Você que inventou a tristeza Ora, tenha a fineza De desinventar Você vai pagar e é dobrado Cada lágrima rolada Nesse meu penar
Apesar de você Amanhã há de ser Outro dia Inda pago pra ver O jardim florescer Qual você não queria Você vai se amargar Vendo o dia raiar Sem lhe pedir licença E eu vou morrer de rir [...]
( Fonte: http://letras.mus.br/chico-buarque/7582/ Acesso em julho de 2013)
ATIVIDADES
1- A ditadura militar causou grandes transtornos na vida social brasileira. Qual o
papel que os estudantes desempenharam durante esse período? Foi somente nesse
período que eles se manifestaram? Comente.
2- Na estrofe abaixo eleja o verso considerado por você como o mais
significativa. E qual a mensagem contida nele?
“Hoje você é quem manda,
Falou tá falado, Não tem discussão,
A minha gente hoje anda,
Falando de lado,
Olhando pro chão, viu,
Você que inventou esse estado,
E inventou de inventar toda a escuridão
Você que inventou o pecado,
Esqueceu-se de inventar o perdão.”
3- Há interlocutor nesses versos. Quem é ele? Justifique.
46
4- Não penso nunca no futuro porque chega muito rápido. O futuro está logo ali
na nossa frente. ―(Albert EINSTEIN)‖.
Na expressão ―amanhã há de ser outro dia‖ há uma proposta de futuro cujo
significado é também algo que está para acontecer. A proposta contida na letra da
música se concretizou conforme o significado de futuro apresentado na frase acima?
Comente.
5- Qual a diferença de significado do advérbio ―hoje‖ quando considerado na
dimensão histórico-social do contexto dessa música e quando considerado na
dimensão temporal?
UNIDADE VII – Músicas de 1980
Em 1980 ainda havia grupos de artistas que confrontavam o governo de nosso
país, desejosos de mudanças no campo social. Surgiram movimentos como os das
―Diretas Já‖ e dos ―Caras Pintadas‖ e as bandas de rock nacional, retratando nas
letras das composições musicais denúncias contra a falta de planejamento dos
governos (também de outros países), o autoritarismo e o abuso do poder. Com
caráter revolucionário, elas foram instrumentos que alavancaram o espírito
democrático de nosso povo, resultando em grandes mobilizações sociais que
culminaram, inclusive, com a promulgação de uma nova Constituição Brasileira, com
avanços benéficos em vários setores, particularmente na área social.
―Foram ―muitas as produções musicais dessa década; entre elas ―Alagadas‖, do
grupo‖ Paralamas do Sucesso‖. Essa música canta as agruras do pobre e exalta a
arte de conseguir viver no meio das dificuldades. Essa talvez seja uma das
composições mais importantes do Brasil pós-ditadura.
Outras músicas relacionadas à Ditadura Militar
Alegria, alegria
Caminhando
O bêbado e a equilibrista
Mosca na sopa
É proibido proibir
―Caminhando (Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores)‖ Disparada
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FIGURA 24- OS PARALAMAS DO SUCESSO
(FONTE: Wikipédia)
BIOGRAFIA
―Os Paralamas‖ são hoje talvez a mais vitoriosa banda do rock nacional. Com uma
história de mais de 25 anos, o grupo fez muito sucesso, manteve sempre a mesma
formação e conseguiu a incrível façanha de juntar fãs de duas gerações diferentes em
seus shows. Seus integrantes desde 1982 são Herbert Vianna (guitarra e vocal), Bi
Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria). ‖Os Paralamas‖ sempre se caracterizam por
serem uma banda de atitude e personalidade. Não se intimidam com críticas, evitam ao
máximo atitudes comerciais e respeitam os seus fãs. Talvez esta seja a explicação e a
fórmula para o sucesso deste grupo. Em fevereiro de 2001, um ultraleve pilotado por
Herbert Vianna caiu em Mangaratiba (RJ). Herbert foi resgatado com vida, mas ficou
paraplégico e perdeu parte da memória. "Alagados" é uma canção escrita por Bi
Ribeiro, João Barone e Herbert Vianna, os três membros do grupo. A música foi
classificada em 63º lugar na lista das 100 maiores músicas brasileiras publicada pela
revista Rolling Stone . Em ―Alagados‖ Herbert Viana faz uma crítica social ao capitalismo
selvagem.
(Fonte: OS PARALAMAS DO SUCESSO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2013.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index. php?title=Os_Paralamas_do_Sucesso&oldid=37159696>. Acesso em:
14 nov. 2013.)
48
ALAGADOS (Paralamas do Sucesso)
Todo dia o sol da manhã Vem e lhes desafia Traz do sonho pro mundo Quem já não o queria Palafitas, trapiches, farrapos Filhos da mesma agonia E a cidade que tem braços abertos Num cartão postal Com os punhos fechados na vida real Lhe nega oportunidades Mostra a face dura do mal
Alagados, Trenchtown, Favela da Maré A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV A arte de viver da fé Só não se sabe fé em quê A arte de viver da fé Só não se sabe fé em quê
Todo dia o sol da manhã Vem e lhes desafia Traz do sonho pro mundo Quem já não o queria Palafitas, trapiches, farrapos Filhos da mesma agonia E a cidade que tem braços abertos Num cartão postal Com os punhos fechados na vida real Lhe nega oportunidades Mostra a face dura do mal
Alagados, Trenchtown, Favela da Maré A esperança não vem do mar Nem das antenas de TV A arte de viver da fé Só não se sabe fé em quê A arte de viver da fé Só não se sabe fé em quê
Alagados, Trenchtown, Favela da Maré A esperança não vem do mar Nem das antenas de TV [...]
(Fonte: http://letras.mus.br/os-paralamas-
do-sucesso/47924/)
49
ATIVIDADES
Todos têm sonhos e lutam para realizá-los. Há, entretanto, os que desistem diante
das dificuldades. Comente sobre a situação de quem vive ou já viveu esse drama.
Leia os artigos abaixo:
Estatuto do homem
(Thiago de Mello)
Artigo 7
... Fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada da alma do povo;
Resumo do Art. 5º da Constituição Brasileira
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...
(Fonte: http://doutrinacristaccb.blogspot.com.br/p/resumo-do-art-5-da-nossa-constituicao.html)
1- Analisando o artigo 7 do poema ―Estatuto do Homem‖, de Thiago de Mello e
o artigo 5 (parte) que compõe a Constituição Brasileira, percebe-se que há uma
diferença gritante entre o que eles pregam e o que denuncia o conteúdo da letra da
música ―Alagados‖. Destaque os versos da música onde são evidentes as
contradições encontradas e comente.
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Este projeto procura contemplar letras de músicas que retrataram aspectos da
história do Brasil, relacionadas basicamente com as áreas políticas e sociais.
Apresentamos canções de caráter ufanista, produzidas na primeira fase do
Romantismo, músicas que caracterizam a contemporaneidade, canções que
denunciavam os fatos ocorridos durante o período da Ditadura Militar e também as
produzidas no pós-ditadura.
Encerramos esse trabalho com uma canção que, tal quais as produções
―Imagine‖, música de John Lenon, ―Os Estatutos do Homem‖, poema de Thiago de
Mello e os artigos da Constituição Brasileira, fala da utopia de um mundo ideal,
diferente do atual, perdido no emaranhado dos interesses historicamente
constituídos pela humanidade focados no individualismo, na competitividade e na
exacerbação do ter, inobstante as leis e os sonhos alimentados para se chegar a um
mundo mais justo. Finalizando, vamos rememorar a frase de um grande sonhador,
Martin Luther King, que disse:
“Os homens aprenderam a nadar como peixes, voar como os pássaros, mas
não aprenderam a se amar como irmãos”.
FIGURA 25 - SILVIO BRITO
(FONTE:Wikipédia)
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BIOGRAFIA
Silvio Brito começou a carreira aos seis anos de idade cantando na rádio
Clube de Varginha, em um programa chamado Petizada Alegre. Ainda na
adolescência passou a compor músicas gravadas por cantores como Ronnie
Von, Antônio Marcos e Vanusa. Ao longo de sua carreira, vendeu cerca de
três milhões e meio de discos.A partir de 1975 se consagrou definitivamente
como cantor famoso em todo o Brasil. Gravou vinte CDs, ganhou quatro
discos de ouro, dois festivais internacionais, dois festivais nacionais, viajou
com os seus shows por sete países (Uruguai, Argentina, Usa, Egito, Israel,
Itália e Portugal, onde em 1994 se apresentou no dia treze de maio em
Fátima, durante a cerimônia da missa que contou com quase um milhão de
fiéis).
(Fonte: SÍLVIO BRITO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2013. Disponível
em: <http://pt.wikipedia.org/w/index. php?title=S%C3%ADlvio_Brito&oldid=36377269>. Acesso em: 14 nov. 2013.)
TERRA DOS MEUS SONHOS
(Silvio Brito)
Você precisa conhecer a minha terra... Lá não tem guerra, nem polícia, nem ladrão. Não tem partidos de esquerda ou de direita, Todo mundo se respeita, isso que é constituição...
E além de tudo, tem mulheres muito lindas E guardam ainda no olhar a sedução. Todos trabalham e se divertem sem censura e com fartura, Pois é repartido o pão.
Não tem prefeito, nem banqueiro, nem juiz E no entanto o povo é muito feliz.
Felicidade só se tem quando se doa, Por isso na minha cidade a vida é boa... E a vida é boa quando planta-se a semente, Nem só na terra mas no coração da gente.
Você precisa conhecer a minha terra... No alto da serra onde a lua beija o chão.
52
Lá não tem muros, nem um tipo de barreiras, Preconceitos nem fronteiras de país ou religião.
Num mundo cheio de ternura e alegria, Onde o amor floresce mais à cada dia, [...]
(Fonte: http://letras.mus.br/silvio-brito/357268/)
ATIVIDADES
Reunir na sala os alunos em grupos. Cada grupo deverá:
- Elaborar proposta que contemple a escola do sonho (a escola ideal, de acordo
com a opinião dos alunos);
-Apresentar a proposta para os demais grupos da sala, fazendo comentários
pertinentes (discussão, debate);
-Disseminar junto às outras instâncias escolares, os resultados dos seus trabalhos
(através de blogs, faces, twitters, etc.).
53
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa proposta pode ser considerada como mais um instrumento pedagógico
que busca enriquecer a metodologia empregada em sala de aula, na medida em que
permite uma maior aproximação entre o professor e o aluno, facilitando o
desenvolvimento da criatividade e da autonomia desse último. E mais, propicia
condições para o trabalho interdisciplinar, de maneira tal que o aprendiz se aproprie
do conhecimento científico de modo não fragmentado. Esperamos que o aluno
desenvolva a capacidade de fazer interpretação dos fatos, leitura crítica do mundo, e
tenha o interesse voltado não somente para os aspectos teóricos vinculados ao
estudo como também para a participação ativa na construção de um novo modelo
de sociedade, mais justa e coerente. Que o aluno crie o hábito de ler, se encante
com a leitura e, principalmente, desenvolva a capacidade de defender suas
convicções fundamentando-se em argumentos convincentes, sistematizados,
voltando-se para a realidade e propondo soluções práticas para os muitos
problemas que ela apresenta.
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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