os desafios da escola pÚblica paranaense na … · público alvo alunos do 3º ano do ensino...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
O CRESCIMENTO URBANO PROMOVIDO PELA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU:
UMA ANÁLISE DAS AÇÕES E PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS NOS MUNICÍPIOS
DE FOZ DO IGUAÇU (BRASIL) E CIUDAD DEL ESTE (PARAGUAI)
Autor Wagner Cipriano do Nascimento
Escola de Atuação Colégio Estadual Cataratas do Iguaçu
Município da Escola Foz do Iguaçu
Núcleo Regional de
Educação
Foz do Iguaçu
Orientador Prof. Dr. Mauro José Ferreira Cury
Instituição de Ensino
Superior
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE/
Campus de Marechal Cândido Rondon)
Disciplina / Área Geografia
Produção Didático -
pedagógica
Unidade Didática
Relação Interdisciplinar Geografia, História, Sociologia
Público Alvo Alunos do 3º ano do Ensino Médio
Localização Colégio Estadual Cataratas do Iguaçu - Ensino
Fundamental e Médio
Rua Henrique Bernadelli, nº. 300. Jardim Três Bandeiras
Apresentação: Essa unidade didática visa sugerir conteúdos e atividades voltadas para analise e reflexão de assuntos socioambientais e regionais desencadeadas pela construção da hidrelétrica de Itaipu, considerando a análise ambiental e a análise regional em Geografia, apresentando algumas ações e projetos desenvolvidos pela Itaipu que são no intuito de mitigar as ações impactantes, isto é, resultantes da ação antrópica no meio ambiente que são decorrentes tanto pela formação do lago de Itaipu, quanto pelo crescimento demográfico acelerado das cidades envolvidas. Os assuntos reportam-se ao lado brasileiro (município de Foz do Iguaçu) que corresponde à margem esquerda e o lado paraguaio (município de Ciudad del Este) que corresponde à margem direita do lago de Itaipu. Visa também, apresentar uma breve análise de algumas dinâmicas transfronteiriças desencadeadas pela Itaipu.
Palavras-chave Foz do Iguaçu; Ciudad del Este; Hidrelétrica de Itaipu;
Interferências Socioambientais.
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CARTA AO LEITOR
O espaço geográfico pode ser interpretado por duas perspectivas de
análise tanto a análise ambiental (Geografia Física), quanto análise regional
(Geografia Humana), mas a seguinte proposta para o Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE) tem a pretensão de trabalhar com a análise ambiental e regional
em Geografia para contextualizar a proposta de pesquisa.
O papel do profissional de Geografia nesse processo de aprendizagem
podem-se reportar as palavras contidas nas Diretrizes Curriculares de Ensino da
disciplina de Geografia, DCE (2008, p.76) que:
O professor deve, ainda, conduzir o processo de aprendizagem de forma dialogada, possibilitando o questionamento e a participação dos alunos para que a compreensão dos conteúdos e a aprendizagem crítica aconteçam. Todo esse procedimento tem por finalidade que o ensino de Geografia contribua para a formação de um sujeito capaz de interferir na realidade de maneira consciente e crítica.
Neste contexto, os estudos sobre meio ambiente, organização social,
desenvolvimento econômico, entre outros, voltados ao enfoque da Geografia devem
ser valorizados, entende-se, em especial em regiões como a de Foz do Iguaçu, que
apresentam peculiaridades como as diferenças étnicas, culturais e econômicas, em
face dessa relação com os municípios fronteiriços.
O objetivo principal será analisar e conscientizar os educandos sobre as
interferências socioambientais, econômicas e territoriais provocadas pela instalação
da usina hidrelétrica de Itaipu, compreender a importância desta para as áreas
urbanas da tríplice fronteira de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. Já os objetivos
específicos serão: Identificar os processos históricos que resultaram na instalação e
construção da hidrelétrica de Itaipu, verificando a real importância desse potencial
energético para o Brasil; Discutir os principais projetos e ações de gestão ambiental
e educacional que são promovidos pela Itaipu, dentre eles: refúgio biológico „Bela
Vista‟, canal da piracema, corredor de biodiversidade, assoreamento,
reflorestamento, programa cultivando água boa, parque tecnológico de Itaipu (PTI) e
UNILA; Compreender o processo de urbanização de Foz do Iguaçu e Ciudad del
Este o seu crescimento populacional acelerado em virtude de inúmeras pessoas que
foram atraídas pelos empregos direitos e indiretos em função da construção da
Hidrelétrica, e qual é o reflexo desse processo para o surgimento dos subempregos
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„Laranjas e Sacoleiros‟ na tríplice fronteira; Promover discussões com aos alunos,
para contribuir No entendimento da conservação dos recursos hídricos para o
aproveitamento energias múltiplas de forma sustentável.
Almeja-se um referencial teórico-bibliográfico que atendam princípios de
abordagens no âmbito da investigação, da contextualização, da conceituação, da
problematização, referente ao projeto Itaipu Binacional. Inicialmente, buscou-se
pesquisar sobre alguns conceitos que são fundamentais no âmbito teórico, como o
conceito desenvolvimento sustentável e sustentabilidade, buscando fazer a relação
com o objeto de pesquisa a partir dos estudos sobre a sustentabilidade ambiental
em hidrelétricas.
Pretende-se resgatar algumas das publicações sobre as interferências de
caráter socioambiental e econômica, resultantes da construção da hidrelétrica de
Itaipu, que serão importantes para a construção e organização do projeto de
intervenção pedagógica.
Num primeiro momento serão utilizadas obras de autores que já
trabalharam alguma especificidade na abordagem de análise ambiental. Em um
segundo momentos serão trabalhados com autores da análise regional, afins à
geografia humana com, por exemplo, trabalhos de historiadores e sociólogos, dentre
outros.
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I. ATIVIDADES PARA APLICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
ATIVIDADE 1 – AULA EXPOSITIVA DIALOGADA (APRESENTAÇÃO DO
PROJETO)
Na primeira atividade, faz-se necessário a apresentação do projeto sobre
“O crescimento urbano promovido pela Hidrelétrica de Itaipu: uma análise das ações
e projetos socioambientais nos municípios de Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del
Este (Paraguai)”, fazendo uma ampla exposição oral, utilizando-se de slides para
expor imagens e informações contidas no projeto.
Ao abordar o projeto, destacar a grande relevância socioambiental em se
trabalhar com várias transformações espaciais ocorridas no território, ou seja, com
as ações antrópicas de transformação do espaço natural ocorridas com o
alagamento e a construção da Hidrelétrica de Itaipu.
Em seguida, visa-se trabalhar com os dois conceitos de desenvolvimento
sustentável e sustentabilidade, mas para isso, faz-se necessário a visualização do
(Vídeo 1), bem como, explicação do (Texto 1).
Espera-se que as discussões desencadeadas pela visualização do vídeo
e leitura do texto, promovam uma análise crítica por parte dos alunos, até porque na
atual conjuntura, não se pode tolerar o consumismo desacerbado e os grandes
impactos negativos com o meio ambiente, ou seja, com base nessa temática, o
professor deve propagar informações relevantes para a comunidade escolar sobre
os temas ligados a preservação dos mais diversos remanescentes naturais, pois
com a construção de grandes obras de engenharia que visão o progresso
econômico que é almejado pelos mais diversos países do mundo, tem-se que haver
um olhar criterioso no âmbito da sustentabilidade.
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Duração da atividade: 4 (quatro) aulas. A seguir, um resumo das ações
previstas para as quatro aulas iniciais, referente à primeira atividade da produção
didático-pedagógica:
QUADRO 1 – Resumo das ações para a primeira atividade da PDP (Fev. 2014).
AULA AÇÕES
1ª aula Apresentação da atividade 1; Utilização de slides para explicação do projeto de intervenção pedagógico;
2ª aula Continuação da explicação sobre o projeto de intervenção pedagógico;
3ª aula Visualização e análise do Vídeo 1;
4ª aula Leitura e explicação do Texto 1.
Inicialmente, será apresentado por meio de slides o projeto de intervenção
pedagógico (que foi elaborado no 1º semestre e anexado no SACIR).
Nas páginas seguintes, têm-se os materiais que serão utilizados para
complementar a primeira atividade, isto é, a visualização e análise do Vídeo 1, que
destacam vários exemplos do consumismo e seus reflexos negativos no que tange a
degradação do meio ambiente. Por fim, será realizada a explicação do Texto 1,
abordando os conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade.
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VÍDEO 1 – A História das Coisas (versão brasileira).
Sinopse do vídeo: Documentário que mostra como funciona o sistema capitalista de
extração, produção, distribuição, consumo e tratamento de lixo. Mostra de maneira
muito clara como todo o Sistema se baseia na exploração desde os recursos
naturais até as pessoas. Como coisas são criadas para ir para o lixo
(intencionalmente, o mais rápido possível). A verdadeira função dos governos e
corporações que os apoiam, é criar uma Sociedade de Consumo a um ritmo
acelerado.
Referência: Vídeo 1. A História das Coisas (versão brasileira). Duração: 21 mim 17 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw&feature=player_detailpage>. Acesso em: 12 ago. 2013.
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TEXTO 1 – Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade
Os trabalhos científicos no âmbito do desenvolvimento sustentável,
lembrando que esse termo é a junção de duas palavras contraditórias entre si, na
atualidade, pois visa abordar e reivindicar melhorias ao meio ambiente, entretanto,
defendendo uma exploração cautelosa e planejada dos remanescentes naturais para
fins aproveitamento econômico, isto é, com impactos de menores proporções ao
meio natural. Segundo diz, Canepa (2007, p. 57) o desenvolvimento sustentável
pode ser considerado como “um processo de mudança, e não um simples estado
estático, onde deve haver a compatibilização da exploração de recursos, orientação
do desenvolvimento tecnológico, gerenciamento de investimento e mudanças
institucionais”.
O conceito de desenvolvimento sustentável é polêmico e controverso por
contemplar essas duas visões divergentes, tanto o direito ao desenvolvimento
quanto a preservação do meio ambiente. Entretanto, desenvolvimento sustentável
pode ter outras interpretações, como se pode verificar nas palavras de Giansanti
(1998, p. 10) aonde:
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidade do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades Ele contem dois conceitos chave: 1. o conceito de “necessidades” sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que devem receber a máxima prioridade; 2. a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.
Já os estudos de sustentabilidade derivam de uma pequena corrente
ambientalista que prioriza o desenvolvimento sustentável, de forma mais „radical‟,
isto é, um melhor tratamento com o meio natural, dando prioridade ao planejamento
e o tratamento com o meio natural com planejamento ambiental, neste contexto, o
principio de sustentabilidade na reflexão de Enrique Leff (2001, p. 31) surge em:
“resposta à fratura da razão modernizadora e como uma condição para construir
uma nova racionalidade produtiva, fundada no potencial ecológico e em novos
sentidos de civilização a partir da diversidade cultural do gênero humano”.
Partindo desse princípio, a sustentabilidade é uma resposta às ações
perversas da globalização, suplantando assim, os velhos conceitos enraizados nas
sociedades, visando contrapor, para dar novos subsídios que atenda a contento o
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equilíbrio dos remanescentes naturais. Como por exemplo, com a criação de leis
para conter as interferências ambientais, das relações impactantes do homem no
espaço natural.
A sustentabilidade na perspectiva do desenvolvimento é analisada por
Sachs (2002, p. 58) destaca que “a sustentabilidade do desenvolvimento é um
desafio planetário, que busca conciliar o interesse produtivo, principalmente, em
termos de comércio internacional e o meio ambiente, com o objetivo de conciliar os
interesses de políticas sociais e ambientais”. Portanto, a sustentabilidade é um
processo gradativo de incorporação de valores ambientais que esta longe de chegar
a um estágio mais avançado, mas encontra-se em evolução na construção dos
princípios e conceitos.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.
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ATIVIDADE 2 – DINÂMICA EM GRUPOS (JÚRI-SIMULADO)
Para a Atividade 2, pretende-se apresentar alguns slides, citando as
principais fontes de energia, visando assim destacar pontos positivos e negativos de
cada uma. Aproveitando também, para fazer uma discussão sobre a importância das
fontes de energia na contemporaneidade. Além disso, será apresentado o (Vídeo 2),
sobre as principais fontes de energia adotada no Brasil:
Esse vídeo é no intuito de revisar a temática. Posteriormente será
apresentado: Atlas de Energia Elétrica do Brasil, que é uma produção da Agência
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, mas em especial, a parte que aborda a
„Energia Hidráulica‟. Pensando nessa temática, organizou-se o (Texto 2) de caráter
introdutório, pois é uma pequena parte do Atlas
Na última parte da atividade, será organizado um debate (Júri-simulado)
com a coordenação do professor PDE, com o seguinte propósito: Dividir a sala em
dois grupos, para argumentar sobre: Energia de Hidroelétricas X Demais fontes de
Energia Elétrica.
Ou seja, o júri-simulado visa abordar os prós e contras da construção de
hidroelétricas e confrontar ideias, mas com base em outras fontes alternativas de
energia, objetivando assim, vislumbrar o entendimento dos alunos sobre a temática
(antes, porém, deve-se ter trabalhar os vários tipos de fontes de energia elétrica, isto
é, munir os alunos de exemplos para facilitar as discussões).
Essa dinâmica consiste em dividir a sala em dois grupos, não
necessariamente o aluno precisa estar no grupo que ele acredita ser pertinente, mas
o objetivo deve ser em estimular também as argumentações dos alunos sobre o
contraditório. Nesse processo de ensino e aprendizagem, o professor PDE é o juiz
que irá mediar às discussões de debate, mas sem interferir na construção do
conhecimento por parte dos alunos.
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Duração da atividade: 4 (quatro) aulas. Veja a seguir, um resumo das
ações para organização das maquetes:
QUADRO 2 – Resumo das ações para a segunda atividade da PDP (Fev. 2014).
AULA AÇÕES
5ª aula Apresentação da atividade 2, com a visualização de slides e do Vídeo 2, sobre as principais fontes de energia;
6ª aula Leitura e explicação com base no Texto 2 “Atlas de energia elétrica do Brasil”;
7ª aula Pesquisa, análise e sistematização de argumentos para o debate sobre: energia de hidroelétricas x demais fontes de energia elétrica;
8ª aula Debate no estilo júri-simulado, abordando energia de hidroelétricas x demais fontes de energia elétrica, ou seja, os prós e contras da construção de hidroelétricas.
Para essa atividade, destaca-se o Vídeo 2, que é um revisão de
vestibular, pois tem o caráter de apresentar e ilustrar as principais fontes de energia
elétrica do Brasil. Já o Texto 2, que é uma parte do Atlas de Energia Elétrica do
Brasil, mais especificamente o capítulo 3, que destaca a energia hidráulica, dando
ênfase como uma das fontes renováveis de maior viabilidade para o país (que é
atualmente a matriz energética brasileira), pode-se assim, verificar alguns reflexos
positivos da construção de usinas hidrelétricas.
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VÍDEO 2 – Fontes de Energia no Brasil – Geografia – Vestibulando Digital
Sinopse do vídeo: Apresentam vários gráficos e tabelas abordando as principais
fontes de energia no Brasil e no Mundo.
Referência: Vídeo 2: Fontes de Energia no Brasil – Geografia – Vestibulando Digital. Duração: 12 mim 51 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=0Ah7wxRJSt4>. Acesso em: 30 ago. 2013.
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TEXTO 02 – Energia Hidráulica
Para produzir a energia hidrelétrica é necessário integrar a vazão do rio, a
quantidade de água disponível em determinado período de tempo e os desníveis do
relevo, sejam eles naturais, como as quedas d‟água, ou criados artificialmente. Já a
estrutura da usina é composta, basicamente, por barragem, sistema de captação e
adução de água, casa de força e vertedouro, que funcionam em conjunto e de
maneira integrada. A barragem tem por objetivo interromper o curso normal do rio e
permitir a formação do reservatório. Além de “estocar” a água, esses reservatórios
têm outras funções: permitem a formação do desnível necessário para a
configuração da energia hidráulica, a captação da água em volume adequado e a
regularização da vazão dos rios em períodos de chuva ou estiagem. Algumas usinas
hidroelétricas são chamadas “a fio d‟água”, ou seja, próximas à superfície e utilizam
turbinas que aproveitam a velocidade do rio para gerar energia. Essas usinas fio
d‟água reduzem as áreas de alagamento e não formam reservatórios para estocar a
água ou seja, a ausência de reservatório diminui a capacidade de armazenamento
de água, única maneira de poupar energia elétrica para os períodos de seca. Os
sistemas de captação e adução são formados por túneis, canais ou condutos
metálicos que têm a função de levar a água até a casa de força. É nesta instalação
que estão as turbinas, formadas por uma série de pás ligadas a um eixo conectado
ao gerador. Durante o seu movimento giratório, as turbinas convertem a energia
cinética (do movimento da água) em energia elétrica por meio dos geradores que
produzirão a eletricidade. Depois de passar pela turbina, a água é restituída ao leito
natural do rio pelo canal de fuga [...]. (ANEEL, p. 50).
A água é o recurso natural mais abundante na Terra: com um volume
estimado de 1,36 bilhão de quilômetros cúbicos (km3) recobre 2/3 da superfície do
planeta sob a forma de oceanos, calotas polares, rios e lagos. Além disso, pode ser
encontrada em aquíferos subterrâneos, como o Guarani, no Sudeste brasileiro. A
água também é uma das poucas fontes para produção de energia que não contribui
para o aquecimento global – o principal problema ambiental da atualidade. E, ainda,
é renovável: pelos efeitos da energia solar e da força da gravidade, de líquido
transforma-se em vapor que se condensa em nuvens, que retornam à superfície
terrestre sob a forma de chuva. (ANEEL, p. 51)
Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Cap. 3. Energia Hidráulica. s/d. p. 49-61. Disponível em: <www.aneel.gov.br>. Acesso em: 09 out. 2013.
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ATIVIDADE 3 – CONFECÇÃO DE MAQUETES (COM PESQUISA NO
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA)
Após a Atividade 2, que promoveu um amplo debate sobre as principais
fontes de energia, destacando aspectos positivos e negativos. Pretende-se agora,
com a Atividade 3, promover uma leitura mais detalhada por parte dos alunos sobre
uma única fonte de energia.
O objetivo principal é saber representar da melhor forma possível por
meio da confecção de maquetes uma fonte de energia elétrica, além disso, saber
explicar aos demais colegas e demais turmas do colégio (se necessário).
Inicialmente, será destinado um tempo para pesquisa na Internet e tirar
dúvidas sobre um dos protótipos de maquetes, bem como, fazer o levantamento dos
materiais a serem utilizados, posteriormente, iremos ao laboratório de ciências para
confeccionar as maquetes, por fim, será marcado um dia para as apresentações das
maquetes.
Duração da atividade: 5 (cinco) aulas. Na sequência, tem-se um resumo
das ações para organização das maquetes:
QUADRO 3 – Resumo das ações para a terceira atividade da PDP (Mar./Abr. 2014).
AULA AÇÕES
9ª aula Pesquisa na internet de alguns protótipos de maquetes sobre fontes de energia elétrica (visualização da relação de 12 sugestões passadas pelo professor PDE);
10ª aula Confecção inicial da maquete (demais pesquisas e organização dos materiais);
11ª aula Aula prática para construção e montagem da maquete;
12ª aula Aula destinada para finalização e testes da funcionalidade da maquete;
13ª aula Apresentação das maquetes a comunidade escolar (a princípio, para os colegas do mesmo turno).
A seguir, tem-se o Quadro 4, com a uma relação de vídeos que ilustram
alguns protótipos de maquetes sobre as principais fontes de energia elétrica para ser
consultadas.
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QUADRO 4 – Relação de vídeos que ilustram protótipos de maquetes sobre algumas das principais fontes de energia elétrica.
Proposta para Maquete 1: Energia eólica. Vídeo: Como fazer a rede elétrica da maquete eólica. Duração: 16 min 12 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=e_Jf7i6TReo>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 2: Energia térmica. Vídeo: Usina termoelétrica. Duração: 8 min 41 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=7iFifaVv3Ak>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 3: Gerador de energia. Vídeo: Como fazer um gerador de verdade com um DVD player. Duração: 8 min 6 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=Avy55xe5dpc>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 4: Energia hidrelétrica. Vídeo: Usina hidrelétrica. Duração 1 min 24 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=vreYhmUJNNo>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 5: Energia hidrelétrica. Vídeo: Energia hidrelétrica experimental. Duração: 2 min 56 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=KueuaBRQIak>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 6: Gerador elétrico. Vídeo: Gerador elétrico com molinete e alternador de bicicleta. Duração: 6 min 37 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=DTonTK_z17M&list=UUw8JicejLNKIWAciwbQfoHQ>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 7: Mini Painel de energia solar. Vídeo: Como montar painel solar. Duração: 8 min 36 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=XCMQO6Bg3gs>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 8: Energia solar. Vídeo. Carro energia solar. Duração: 3 min 59 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=9scYfQc_NxE>. Acesso em: 06 nov. 2013.
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Proposta para Maquete 9: Aquecedor solar. Vídeo: Aquecedor solar e artesanatos (mas só a parte do aquecedor solar que é de 1 min 58 seg). Duração: 4 min 15 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=M36039aU0Nk>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 10: Energia nuclear. Vídeo: Maquete usina nuclear. Duração: 1 min 10 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=MLnpUzJpYOI>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 11: Energia nuclear. Vídeo: Usina nuclear. Duração: 9 min 19 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=GYMQxSf7wf4>. Acesso em: 06 nov. 2013.
Proposta para Maquete 12: Energia mareomotriz. Vídeo: Protótipo – energia das ondas. Duração: 1 min 58 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=oTgtvs8xB2I>. Acesso em: 06 nov. 2013.
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ATIVIDADE 4 – TRABALHO DE CAMPO
Pretende-se com a Atividade 4, elaborar um roteiro diferenciado para que
os alunos possam conhecer todo o complexo de Itaipu, visando aproveitar as
diversas opções, buscando agendar com antecedência para ter um
acompanhamento diferenciado, visita panorâmica, visita técnica, PTI, UNILA, polo
astronômico, refúgio biológico, canal da piracema, Ecomuseu.
Ainda, na aula de campo, espera-se uma breve palestra e
acompanhamento por parte dos representantes da Itaipu Binacional para abordar os
projetos ambientais da usina, principalmente sobre os programas ligados ao
“cultivando água boa”. Bem com, as oportunidades de trabalho que a Itaipu promove
para os jovens iguaçuenses.
O fato de ir ao complexo de Itaipu espera-se que os alunos do 3º ano,
visualizem as oportunidades, tanto de continuar estudando e fazer seu ensino
superior no PTI (pela UNILA, UAB ou UNIOESTE), quanto as diferentes opções de
trabalhos que são voltados ao turismo e ao meio ambiente, pois são os campos de
atuação profissional que existem na Itaipu e em Foz do Iguaçu.
Duração da atividade: 7 (sete) aulas. Logo na sequência, tem-se uma
previsão das ações que serão desenvolvidas do antes e depois da saída de campo:
QUADRO 5 – Resumo das ações para a quarta atividade da PDP (Mar./Abr. 2014).
AULA AÇÕES
14ª aula Apresentação da atividade 4, com a explicação do Texto 3;
15ª aula Organização da saída e credenciamento no centro de recepção de visitantes e informes gerais por parte dos membros da Itaipu;
16ª aula Visita panorâmica (padrão);
17ª aula Visita técnica (parte interna e turbinas);
18ª aula Visitação no PTI, UNILA e polo astronômico;
19ª aula Refugio biológico, canal da piracema e Ecomuseu;
20ª aula Confecção de cartazes com as fotografias tiradas na saída de campo.
O Texto 3, a seguir, visa dar uma visão inicial sobre a construção da
Itaipu, mas a Atividade 4, tem como objetivo principal aproveitar a saída de campo
para obter as informações in loco. Para aí sim, na Atividade 5, ter um momento para
debater sobre as interferências socioambientais e econômicas.
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TEXTO 3 – Itaipu Binacional
A região onde se construí a Itaipu Binacional e seu reservatório situa-se
hoje, um total de 15 municípios do Estado do Paraná e um município no Estado do
Mato Grosso do Sul. Mas na época da formação do reservatório, a região tinha as
seguintes características populacionais, com base nas informações do Ipardes
(1977) apud Eberhardt (2002, p. 22):
Do lado brasileiro, a área que foi desapropriada, era habitada por 42.444 habitantes. Esta população representava um forte contingente de força de trabalho ativa, ocupada principalmente na agricultura. Dos 42.444 habitantes que viviam na área, que hoje é alagada, 38.445 viviam na zona rural e o restante na zona urbana.
Geograficamente a usina hidrelétrica de Itaipu situa-se entre os
municípios de Foz do Iguaçu (no Brasil) e Ciudad del Este (no Paraguai), com
coordenadas geográficas aproximadas entre (25º23‟29‟ a 25º28‟03‟‟ Latitude Sul), e
entre (54º29‟44‟‟ a 54º39‟00‟‟ Longitude Oeste), e com uma altitude de
aproximadamente 163 metros acima do nível do mar.
A construção de Itaipu busca aproveitar grande parte do rio Paraná,
sobretudo, a parte localizada na porção Oeste do Estado do Paraná, pelo fato, de
possuir um grande desnível no trecho do município de Guaíra até Foz do Iguaçu.
Próximo do município de Guaíra tinha-se um desnível de
aproximadamente 100 metros de altitude, ou seja, é um dos pontos cruciais da
viabilização do aproveitamento hidroelétrico de Itaipu, todavia é o local onde se
situavam os saltos de Sete Quedas. Além dessa, informações, mas com base no
Ministério do Meio Ambiente (2005, p. 39), apresentam-se outras características do
reservatório de Itaipu, que são as seguintes:
O reservatório da maior usina hidrelétrica do mundo, com 1.350 km
2 de
extensão sendo 770 km2 no lado brasileiro e 580 km
2 no lado paraguaio, é o
sétimo em tamanho no Brasil, margeando 16 cidades apenas no lado brasileiro. O lago possui 66 pequenas ilhas, das quais 44 estão no lado brasileiro e 22 no paraguaio. Sua profundidade média é de 22m alcançando 170m nas proximidades da barragem. Grande parte dos 29 bilhões de metros cúbicos de água represada no lago é renovada em média a cada 32 dias.
Portanto, com a formação do reservatório de Itaipu tiveram-se vários
problemas de ordem natural e social. Todavia, essa área da bacia hidrográfica do rio
Paraná que foi alagada, possui altos índices de precipitação em quase todo seu
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leito, contribuindo com um grande volume de água para forma seu reservatório,
resultando assim, na maior produção de energia anual a nível mundial, mesmo com
uma potência instalada inferior, por exemplo, da usina hidrelétrica de Três Gargantas
na China terá uma potência instalada de 18 mil megawatts de energia, contra 14 mil
megawatts da usina hidrelétrica de Itaipu.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.
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ATIVIDADE 5 – ATIVIDADES AUDIOVISUAIS (DOCUMENTÁRIOS NA ESCOLA)
Com a Atividade 5, tem-se a pretensão de ilustrar por meio do Texto 4,
algumas informações sobre a posição estratégica do município de Foz do Iguaçu no
contexto regional, além disso, será visualizado dois documentários (Vídeos 3) e
(Vídeo 4), ambos retratam a formação e as transformações ocorridas com a
construção da hidrelétrica de Itaipu. Ilustrando assim, uma forma de apropriação do
espaço físico pela sociedade capitalista, nesse entendimento, pode-se destacar que
a Itaipu Binacional é uma das grandes obras do mundo moderno que visam o
desenvolvimento econômico por meio da apropriação humana sobre espaço natural.
O objetivo da atividade é de identificar as principais interferências
socioambientais e econômicas promovidas pela Hidrelétrica de Itaipu para o
município de Foz do Iguaçu e região.
Duração da atividade: 3 (três) aulas. A seguir, uma síntese da previsão
das ações para o decorrer dessas três aulas:
QUADRO 6 – Resumo das ações para a quinta atividade da PDP (Mar. 2014).
AULA RESUMO DAS AÇÕES
21ª aula Apresentação da atividade 6, com a explicação do Texto 4; Visualização do Vídeo 3;
22ª aula Visualização do Vídeo 4;
23ª aula Análise geral das interferências socioambientais e econômicas após a visualização dos documentários.
Nas páginas seguintes, tem-se os materiais que serão utilizados para a
Atividade 5, isto é , um texto (Texto 4) que irá abordar a localização de Foz do
Iguaçu e as sinopse dos dois vídeos (Vídeo 3 e 4) com seus respectivos links.
20
TEXTO 4 – Foz do Iguaçu: localização
A posição geográfica de Foz do Iguaçu pode ser considera estratégica por
favorecer várias relações, dentre elas, as relações comerciais, por estar em uma
localidade fronteiriça, mas ver a Figura 1, que destaca o município de Foz do Iguaçu
no contexto regional. Além de apresentar a localização geográfica, na Figura 1,
pode-se verificar a localização estratégica tanto regional quanto internacional de Foz
do Iguaçu, Roseira (2006, p. 31) analisa da seguinte maneira:
Foz do Iguaçu, uma das mais importantes cidades da Mesorregião Oeste do Paraná, apresenta uma situação bastante pertinente para o estudo de fronteiras. Ao formar com Ciudad del Este (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina) uma espécie de metrópole tri-nacional, concentra um conjunto de atividades que a toma polarizadora de uma região transfronteiriça envolvendo Oeste paranaense, Leste Paraguai e Nordeste Argentino.
Isto é, Foz do Iguaçu
apresenta duas
características peculiares,
uma decorrente das
fronteiras internacionais com
a Argentina e o Paraguai, e a
outra por ser uma referência
no cenário turístico nacional
e internacional.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.
FIGURA 1 – Foz do Iguaçu: localização no contexto
de sua Microrregião.
Base Cartográfica: IPARDES/SEMA/PRÓPRIA/GOOGLE
EARTH (2009).
Fonte: Nascimento (2010, p. 43).
21
VÍDEO 3 – Hidrelétrica Itaipu - Responsabilidade social
Sinopse do vídeo: Hidrelétrica Itaipu Binacional - responsabilidade social: equidade
de gênero, casa abrigo, fauna e flora. Fonte: http://www.itaipu.gov.br/?q=node/434.
Palavras-chave: dimensão demográfica do espaço geográfico, território, lugar,
região, energia, água, responsabilidade social, Hidrelétrica Itaipu Binacional.
Referência: Vídeo 3. “Hidrelétrica Itaipu - Responsabilidade social”. Duração: 7mim 37 seg. Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=10031>. Acesso em: 09 set. 2013.
22
VÍDEO 4 – Itaipu: Super Usina Hidrelétrica - Gigante da Engenharia – National
Geographic (Documentário Completo)
Sinopse do vídeo: A Usina Hidrelétrica de Itaipu (em espanhol: Itaipú, em guarani:
Itaipu) é uma usina hidrelétrica binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira
entre o Brasil e o Paraguai. Construída por ambos os países no período de 1975 a
1982, Itaipu é, hoje, a maior usina geradora de energia do mundo. O nome Itaipu foi
tirada de uma ilha que existia perto do local de construção. No idioma tupi, o termo
significa "barulho do rio das pedras", através da junção dos termos itá (pedra), 'y (rio)
e pu (barulho). A barragem é a maior unidade operacional hidrelétrica em termos de
geração de energia anual, gerando 91,6 TWh em 2009, enquanto a geração de
energia anual da Barragem das Três Gargantas, na China, foi de 79,4 TWh em 2009.
Com seu lago perfazendo uma área de 1 350 quilômetros quadrados, indo de Foz do
Iguaçu, no Brasil e Ciudad del Este, no Paraguai, até Guaíra e Salto del Guairá, 150
quilômetros ao norte, além de suas vinte unidades geradoras de setecentos
megawatts cada, Itaipu tem uma potência de geração de 14 000 megawatts. É um
empreendimento binacional administrada por Brasil e Paraguai no rio Paraná na
seção de fronteira entre os dois países, a 15 km ao norte da Ponte da Amizade. A
capacidade instalada de geração da usina é de 14 GW, com 20 unidades geradoras
fornecendo 700 MW cada e projeto hidráulico de 118 m. No ano de 2012, a usina
bateu o antigo recorde de produção de 2008, agora com 98.287.128 megawatts-hora
(MWh). A Usina de Itaipu faz parte da lista das Sete maravilhas do Mundo Moderno,
elaborada em 1995 pela revista Popular Mechanics, dos Estados Unidos. Esta lista
foi feita com base numa pesquisa realizada pela Associação Norte-Americana de
Engenheiros Civis (Asce) entre engenheiros dos mais diversos países.
Referência: Vídeo 4. Itaipu: Super Usina Hidrelétrica - Gigante da Engenharia – National Geographic (Documentário Completo). Duração: 46 min 55 seg. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=PDxKuHJpc70>. Acesso em: 09 set. 2013.
23
ATIVIDADE 6 – PALESTRA (MESA REDONDA)
Na Atividade 6, haverá um momento de reflexão que será proporcionado
por uma palestra, com o objetivo verificar a relação da construção da Itaipu
Binacional com a falta de opções de postos de trabalhos na região da tríplice
fronteira após sua construção e o surgimento do contrabando de mercadorias
vendidas na zona franca de Ciudad del Este.
Para a palestra espera-se a participação de um professor de área de
Sociologia da UNIOESTE, que tenha suas pesquisas sobre temáticas afins:
Sacoleiros, laranjas, trabalho informal e o desemprego na região da tríplice fronteira
após a construção de Itaipu.
Portanto, a temática norteadora da palestra será: “Trabalhadores
informais em região de fronteira: o caso dos Sacoleiros e Laranjas que atuam em
Ciudad del Este e Salto del Guairá”.
Além de um sociólogo, pretende-se convidar um moto-taxista que atuou e
atua na informalidade, isto é, alguém com bastante experiência na compra e venda
de mercadoria proveniente de Ciudad del Este (PY).
Primeira parte da Palestra, será com o Sociólogo, para explicar a relação
dos dois maiores ciclos de crescimento populacional para o município de Foz do
Iguaçu, que foram a construção da Hidrelétrica de Itaipu e o surgimento do turismo
de compras em Ciudad del Este, dando ênfase desemprego na região da tríplice
fronteira após a construção de Itaipu.
Na segunda parte da palestra, teremos a participação do moto-taxista
(sacoleiro ou laranja), para explicar um pouco da história vivida nessa atividade
informal, relatando suas experiências e dificuldades enfrentadas como trabalhador
informal. Essa fala visa abrilhantar as discussões, pois vários alunos de nossa
comunidade escolar possuem familiares e amigos que trabalham nas diversas
opções de trabalho ligados direta ou indiretamente com as mercadorias do Paraguai.
Após essas duas participações, o professor PDE (Wagner Cipriano do
Nascimento), irá passar algumas fotografias que foram tiradas no dia 13/11/2013 em
sua visita a cidade paraguaia de Salto del Guairá, visando assim, explicar uma sua
visão geográfica do enfraquecimento do turismo de compras em Ciudad del Este,
relacionando com o crescimento do turismo de compras em Salto del Guairá.
Por fim, teremos um espaço para perguntas e questionamentos aos
24
participantes, isto é, proporcionar um espaço para alunos poderem tirar suas dúvidas
e refletir sobre o futuro do turismo de compras em nossa região.
Duração da atividade: 3 (três) aulas. Para essas aulas, segue uma
previsão das ações:
QUADRO 7 – Resumo das ações para a sexta atividade da PDP (Mar. 2014).
AULA AÇÕES
24ª aula Apresentação da atividade 6 e explicações dos Textos 5 e 6;
25ª aula Abertura das palestras; Palestra com um professor da UNIOESTE; Palestra com um moto-taxista;
26ª aula Palestra com o professor PDE; Abertura para perguntas e questionamentos aos participantes e considerações finais.
Dentre os materiais que serão utilizados para introduzir a Atividade 6, tem-
se o Texto 5 e 6, que visam introduzir aspectos populacionais, ciclos econômicos,
turismo de compras e elencar os principais grupos de estrangeiros residentes que
predominam nos municípios de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.
Observação: o Sociólogo da UNIOESTE (preferencialmente, espera-se a
participação de um ex-professor de nosso colégio, o Prof. Dr. Eric Gustavo Cardin,
que trabalha na UNIOESTE campus de Toledo, pois se dedica suas pesquisas na
tríplice fronteira, ele é autor de livros e de vários artigos científicos sobre a temática).
25
TEXTO 5 – Foz do Iguaçu: breve relato dos aspectos populacionais, ciclos
econômicos e o turismo de compras
De acordo com os últimos dados do IBGE (2012, p. 88), a estimativa da
população iguaçuense em 1 de julho de 2012, chegou a um total de 255.718
habitantes. É um município de características de porte médio e funções de cidade
média, sendo a sétima maior cidade em número de habitantes do Estado do Paraná,
ficando somente atrás de Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e
São José dos Pinhais, o que a permite participação expressiva na economia do
Estado. Neste espaço, conforme afirma Nascimento (2010, p. 39), têm-se algumas
caracteristicas importantes no processo histórico-econômico:
Foz do Iguaçu, em seu processo histórico-econômico, teve períodos de desenvolvimento e de destaque proporcionados por aparatos técnicos, visando a evolução do setor econômico. Como exemplo pode-se citar o caso da exploração da madeira, exploração da erva-mate, a construção da rodovia BR-277, a construção das pontes da Amizade (BR e PY) e Tancredo Neves (BR e ARG), do Aeroporto Internacional e a construção da Hidrelétrica de Itaipu, bem como o turismo de lazer, de eventos e de compras (este último, em especial, no Paraguai). Dentre estes, alguns foram responsáveis pelo grande acréscimo de habitantes no município [...].
Após essa abordagem sobre o município de Foz do Iguaçu, podem-se
verificar as informações publicadas pela Prefeitura do Município de Foz do Iguaçu
(2009, p. 9), com base na Tabela 1:
TABELA 1 – FOZ DO IGUAÇU: NÚMERO DE HABITANTES EM FUNÇÃO DOS CICLOS
ECONÔMICOS (1870-2009).
PERÍODO CICLO ECONÔMICO ACRÉSCIMO DE
HABITANTES
1870-1970 Extração da madeira e cultivo da erva mate 33.966
1970-1980 Construção da Hidrelétrica de Itaipu 102.355
1980-1995 Exportação e turismo de compras 74.861
1995-2009 Comércio, turismo de compras e eventos 108.007
Fonte: PMFI (2009, p. 9).
Foz do Iguaçu que teve um grande crescimento demográfico com um
acréscimo de mais de 100 mil moradores nos anos 70 e 80 devido à construção de
Itaipu. Sobre o período de 1980 a 1995, que foi o ciclo econômico das exportações e
o turismo cromprista, referente a isso, Webber (2003, p.12), destaca que:
26
Neste período, verificou-se uma ampliação na importância do „turismo de compras‟ e do comércio atacadista exportador para a região fronteiriça. Notou-se uma significativa elevação na demanda de produtos eletrônicos por parte dos compristas brasileiros. Isso determinou o direcionamento de maiores investimentos dos comerciantes instalados no Paraguai, principalmente de origem árabe e asiática, nas estruturas comerciais de Ciudad del Este. No lado brasileiro da fronteira, observou-se um aumento no número de turistas que chegavam a Foz do Iguaçu com o objetivo de fazer compras no Paraguai. Esse turismo, ao qual se convencionou chamar de „turismo de compras‟, ainda hoje assume uma parte da economia local, pois movimenta hotéis, restaurantes, lanchonetes, agências de turismo e outras prestadoras de serviços, bem como absorve parte dos trabalhadores residentes.
Os ciclos de desenvolvimento econômico em Foz do Iguaçu citados na
Tabela 1, contribuíram para o crescimento populacional do município, mas também
agravou em muitos problemas sociais posteriormente, como por exemplo, baixo
poder aquisitivo em razão da ausência de empregos formais, violência, desemprego,
pobreza, dentre outros. Em sua análise, Cardin (2011, p. 53) destaca que:
Os problemas sociais começam a ser visto como frutos de uma massa populacional desqualificada que veio para o município em busca de emprego, primeiramente na extração de recursos naturais, depois na construção da Usina e, por último, no comércio com o Paraguai. Colocando a má qualificação como fator determinanteno aumento da pobreza e descarta-se outras possibilidades de explicação para o problema, como o surgimento de novos empregos em números que não atendem à demanda necessitada.
Com o término da construção de Itaipu, teve-se o início de um novo ciclo
na região fronteiriça decorrente do processo de globalização econômica mundial,
atrelado por uma forte ligação do comércio internacional, principalmente, com
Ciudade del Este, atraindo para atividade comercial da região, influentes
articuladores de práticas comerciais, como por exemplo, libaneses, chineses e
coreanos.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.
27
TEXTO 6 – Estrangeiros que predominam nos municípios de Foz do Iguaçu e
Ciudad del Este
Dentre os 10 maiores grupos de estrangeiros residentes no município de
Foz do Iguaçu.
TABELA 2 – FOZ DO IGUAÇU: TOTAL DE ESTRANGEIROS RESIDENTES (DEZ
MAIORES GRUPOS).
N.º PAÍS NÚMERO DE RESIDENTES
1. Líbano 3065
2. Paraguai 1872
3. China 1714
4. Argentina 741
5. Coréia do Sul 408
6. Portugal 165
7. Chile 158
8. Grã-Bretanha 96
9. Índia 82
10. Síria 79
Fonte: Polícia Federal (2003) apud PMFI (2006, p. 75).
Por estar em uma região de fronteira, paraguaios e argentinos estão entre
os quatro primeiros grupos, que são formados respectivamente pelo Líbano,
Paraguai, China e Argentina, mas vale destacar que Líbano e China, são os dois
numerosos grupos de estrangeiros que predominam nos municípios de Foz do
Iguaçu e Ciudad del Este. De acordo com Santos (2006, p. 222):
Hoje, a mobilidade se tornou praticamente uma regra. O movimento se sobrepõe ao repouso. A circulação é mais criadora que a produção. Os homens mudam de lugar, como turistas ou como imigrantes. Mas também os produtos, as mercadorias, as imagens, as ideias. Tudo voa. Daí a ideia de desterritorialização. Desterritorialização é, frequentemente, uma outra palavra para significar estranhamento, que é, também, desculturização.
No caso de Foz do Iguaçu o comércio internacional preponderou, para
apresentar essa grande diversidade étnica, com a presença de povos árabes,
chineses, coreanos, japoneses, italianos, alemães, portugueses, ucranianos, dentre
outros, que corresponde em aproximadamente 25% das diferentes nacionalidades
do cenário mundial, isto é, Foz possui características marcantes de cidade
cosmopolita.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.
28
ATIVIDADE 7 – GRUPO DE ESTUDO E APRESENTAÇÃO DE SEMINÁRIOS
APÓS LEITURA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
Além das informações obtidas na Atividade 6 (após as palestras),
objetivam-se um aprofundamento conceitual sobre os municípios de Foz do Iguaçu,
Ciudad del Este e sobre a Itaipu Binacional. Para isso, teremos apresentações de
seminários por parte dos alunos, mas como base em leituras de três artigos
científicos, buscando assim, fazer uma análise detalhada sobre o comércio informal.
Os títulos dos artigos a serem utilizados, são os seguintes:
- Trabalho e práticas de contrabando na fronteira do Brasil com o
Paraguai;
- Territorialidades transfronteiriças no Oeste do Paraná: Brasil, Paraguai
e Argentina;
- Circuitos espaciais de fronteira: cidades gêmeas de Foz do Iguaçu e
Cidade do Leste.
Após as leituras dos artigos, teremos um momento para as apresentações
dos seminários por parte dos alunos, visando debater a região transfronteiriças,
verificando a falta de oportunidades, enriquecimento de estrangeiros e as
desigualdades na distribuição de renda, dentre outros assunto, sobre o comércio de
fronteira entre os municípios de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.
Duração da atividade: 6 (seis) aulas. Portanto, segue um resumo das
ações aula por aula:
QUADRO 8 – Resumo das ações para a sétima atividade da PDP (Abr. 2014).
AULA AÇÕES
27ª aula Explicação do Texto 7;
28ª aula Organização dos grupos e leituras dos artigos;
29ª aula Leituras e demais esclarecimentos e dúvidas;
30ª aula Apresentações dos seminários sobre os Artigos 1 e 2;
31ª aula Apresentações dos seminários sobre os Artigos 2 e 3;
32ª aula Considerações finais e avaliação da produção didático-pedagógica.
Os materiais utilizados para essa última atividade, consistem em utilizar
um texto (Texto 7) de caráter introdutório, sobre o comércio de fronteira, mas o
29
objetivo principal é a contextualização dos três artigos científicos (Artigo 1, 2 e 3,
mas nesse trabalho, só colocamos os resumos dos artigos que estão nas páginas, a
seguir), ambos ilustram as práticas do contrabando na fronteira, as territorialidades
transfronteiriças, os circuitos espaciais de fronteira nos municípios de Foz do Iguaçu
e Ciudad del Este.
30
TEXTO 7 – Ciudad del Este: comércio de fronteira
Ciudad del Este possui uma dinâmica comercial relativamente forte que é
controlado por comerciantes estrangeiros (imigrantes) de várias origens, dentre eles,
destaca-se os árabes, japoneses, coreanos, chineses. O comércio em Ciudad del
interferem nas dinâmicas comerciais do município de Foz do Iguaçu. Com base nas
palavras, Nascimento (2010, p.187), é possível ver a seguinte explicação:
A dinâmica econômica de Ciudad del Este pode ser compreendida pelo fato desta ser a terceira maior zona franca do mundo, ficando atrás somente de Miame e Hong Kong. A Itaipu Binacional contribui significativamente para a economia de Ciudad del Este e sua junção com a Zona Franca faz com que esta seja responsável por metade do PIB do Paraguai.
No entanto, uma das consequências das relações comerciais entre Foz
do Iguaçu e Ciudad del Este é o enriquecimento dos comerciantes estrangeiros, pelo
fato de monopolizar a atividade comercial de importação e exportação de produtos
tecnológicos sofisticas, principalmente, na áreas da microtecnologias, informática e
eletroeletrônicos. Para entender melhor essa dinâmica, Cury (2010, p.137) destaca:
As complexidades vividas em Ciudad del Este são visíveis nos aspectos da composição da população principalmente. Encontram-se nas ruas descendentes diretos e indiretos de Guarani, paraguaios, brasileiros, argentinos, libaneses, palestinos, sírios, chineses, coreanos e outros que vivem neste espaço urbano, envolvidos e divididos economicamente entre comerciantes, consumidores, cambistas, ambulantes, turistas, laranjas, sacoleiros e outros. No microcentro desta cidade é possível ouvir instantanea e concomitantemente vários idiomas.
Mas a contradição é que o país é o Paraguai, mas os paraguaios
diferentemente dos demais estrangeiros, não possuem elevado poder econômico,
atua em outros ramos e atividades, principalmente na informalidade (cambistas,
pequenos comerciantes, vendedores ambulantes, moto taxistas, taxistas, perueiros,
laranjas, sacoleiros, dentre outros) ou optam em vender sua força de trabalho em
galerias, shoppings ou em grades lojas dos imigrantes, principalmente para os
árabes e chineses.
Existem várias às atividades formais e informais, mas as atividades no
comércio informal é algo de destaque na região como, por exemplo, os chamados
sacoleiros e/ou laranjas. Porém com base em Barros (2008, p. 62), observa-se que o
significado de Laranja “é a denominação popular que se atribui à pessoa que atua
31
como intermediária para trazer bens do Paraguai para o Brasil, em seu nome, para
outras pessoas. Pelo serviço prestado o “laranja” normalmente recebe uma quantia”.
Como já apontado, a região têm atividades bem sucedidas em relações
aos comerciantes estrangeiros e os grandes empresários do Brasil e do Paraguai.
Todavia a falta de oportunidades amplia-se as desigualdades na distribuição de
renda entre a cidade paraguaia de Ciudade del Este e a cidade brasileira de Foz do
Iguaçu.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.
32
ARTIGO 1 – Trabalho e práticas de contrabando na fronteira do Brasil com o
Paraguai
Resumo: A fronteira do Brasil com o Paraguai é marcada por um intenso fluxo de
pessoas, mercadorias e capitais, explicitando fortes relações de interdependência
entre as cidades vizinhas e suas comunidades. Neste universo, as práticas ilegais e
legais se confundem, flexibilizando os limites socialmente impostos e criando
diferentes possibilidades de desenvolvimento. O texto apresentado discute a
formatação da fronteira e das relações existentes entre os trabalhadores
responsáveis pela compra, transporte e revenda das mercadorias disponibilizadas
em Ciudad del Este. Por meio de entrevistas qualitativas, busca-se analisar as
relações sociais entre os diferentes sujeitos inseridos no “circuito sacoleiro”,
destacando aspectos relacionados aos processos de sociabilidade, organização e
resistência.
Palavras-chave: Brasil; Paraguai; fronteira; circuito sacoleiro; trabalho; contrabando.
Referência: CARDIN, Eric Gustavo. Trabalho e práticas de contrabando na fronteira do Brasil com o Paraguai. Geopolítica(s). v. 3, n. 2, 2012. p. 207-234. [ISSN 2172-3958]. Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved= 0CCsQFjAA&url=http%3A%2F%2Frevistas.ucm.es%2Findex.php%2FGEOP%2Farticle%2 Fdownload%2F40041%2F40397&ei=yxieUsmmDdGPkAeV7YCYBA&usg=AFQjCNFxVjXX QlLlFVjz8IKaiD8uj0DsXA&bvm=bv.57155469,d.eW0> Acesso em 01 out. 2013
33
ARTIGO 2 – Territorialidades transfronteiriças no Oeste do Paraná: Brasil, Paraguai
e Argentina
Resumo: Esta pesquisa parte da observação sobre as aproximações de estados
nacionais Brasil, Paraguai e Argentina especificamente no Oeste do Estado do
Paraná, que traduz nas relações transfronteiriças provocadas pela sociedade que
vive nas fronteiras. O objetivo é analisar o processo de desenvolvimento de espaços
transfronteiriços no estado do Paraná com o Paraguai e a Argentina, o pensamento
político e as estruturas de poder desenvolvidas com as novas relações de integração
nacional na América Latina, em especial na faixa de fronteira entre o estado do
Paraná, o Paraguai e a Argentina.
Palavras-chave: Transfronteiriço; Paraná; Brasil; Paraguai; Argentina.
Referência: CURY, Mauro José Ferreira; FRAGA, Nilson Cesar. Territorialidades transfronteiriças no Oeste do Paraná: Brasil, Paraguai e Argentina. Revista Geonorte. III Simpósio Nacional de Geografia Política. Edição especial 3, v. 7, n. 1, p. 884-897, 2013. [ISSN 2237-1419]. Disponível em: <http://www.revistageonorte.ufam.edu.br/attachments/article/14/TERRITO RIALIDADES%20TRANSFRONTEIRI%C3%87AS%20NO20OESTE%20DO%20PARAN% C3%81%20Brasil,%20Paraguai%20e%20Argentina. pdf>. Acesso em 01 out. 2013.
34
ARTIGO 3 – Circuitos espaciais de fronteira: cidades gêmeas de Foz do Iguaçu e
Cidade do Leste
Resumo: Podemos observar, na área da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, mais
especificadamente nas cidades gêmeas de Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, um
intenso intercâmbio de pessoas e mercadorias, que as tornaram extremamente
conurbadas e relacionadas; por isso, podemos classificá-las como cidades gêmeas.
Assim, identificamos na área atividades claramente ligadas aos Dois Circuitos da
Economia Urbana, sendo que o Circuito Inferior é representado pelo intenso
comércio praticado na cidade paraguaia e o Circuito Superior pode ser identificado
nas atividades turísticas em Foz do Iguaçu. Entra em nossa análise,
consequentemente, a relação das atividades econômicas e as interações espaciais
das cidades gêmeas com o maior centro consumidor e distribuidor de suas
mercadorias, em nossa hipótese, a cidade de São Paulo e os fluxos que transitam
entre a capital paulista e as cidades gêmeas na fronteira.
Palavras-chave: território; fronteira; cidades gêmeas; circuitos da economia urbana;
interações espaciais.
Referência: MARQUEZINI, Ana Carolina Torelli. Circuitos espaciais de fronteira: cidades gêmeas de Foz do Iguaçu e Cidade do Leste. Entre-Lugar. Ano 1, n. 2, 2º sem. 2010. Universidade Federal da Grande Dourados. Dourados, MS: UFGD, 2010. p. 33-55. Disponível em: <
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&ved=0CDg QFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.periodicos.ufgd.edu.br%2Findex.php%2Fentre-lugar%2Far ticle%2Fview%2F756%2F744&ei=MxmeUqjhNY-IkQerpIGIDw&usg=AFQjCNEY9mT5FO8C2X LuRMIpjLI_VMb6NA&bvm=bv.57155469,d.eW0> Acesso em 01 out. 2013.
35
II. RECURSOS E TÉCNICAS
A disciplina de Geografia é comum à utilização de vários aparatos de
origem tecnológica que venham a enriquecer o andamento dos trabalhos, como
ilustrado por Alves e Custódio (2005, p. 203), “em Geografia, os temas estudados
geralmente situam-se no âmbito da reflexão teórica, com utilização de muitos
instrumentos que auxiliam nas análises geográficas: livros, artigos, cartas
topográficas, fotografias áreas, imagens de satélites, imagem de radar, análise de
solos etc”.
Para as atividades, pretende-se analisar e expor os conteúdos, utilizando
de recursos humanos, recursos materiais e técnicas, principalmente as que estão
disponíveis no colégio.
Recursos Humanos:
- Professores;
- Equipe pedagógica;
- Técnico administrativo (laboratório de informática);
- Pessoal do apoio (para servir a merenda nos sábados que tiver);
- Alunos.
Recursos Materiais:
- Uso de tabelas, quadros e gráficos, para explicações;
- Uso do globo terrestre e mapas;
- Uso de aparelho de áudio para trabalhar com música;
- Uso de aparelhos de vídeos, dvd, tv pen drive (e/ou multimídia),
utilizando fotos, imagens, conteúdos e outros;
- Uso do laboratório de Informática;
- Pesquisas através da internet;
- Uso de jornais e revistas;
Técnicas:
- Estudo dirigido = Leitura e interpretação de livros, textos, monografia,
dissertações e teses;
- Aulas expositivas dialogadas = Aula teórica;
36
- Dinâmicas de grupo = Debate no estilo júri-simulado;
- Laboratório de informática = Pesquisa na internet de alguns protótipos
para confecção de maquetes;
- Confecção de maquetes = Aula prática sobre „fontes de energia‟ e
apresentação em sala de aula;
- Trabalho de campo = Visita de campo ao complexo de Itaipu Binacional
(Visita técnica, PTI, UNILA, Polo Astronômico, Ecomuseu e Refúgio);
- Atividades Audiovisuais = Utilização de fotos e imagens, para
exposição de painéis fotográficos para comunidade escolar com as
fotografias tiradas após as visitas de campo;
- Atividades Audiovisuais e Cinema na escola = Visualização de filmes e
documentários sobre a Itaipu;
- Tempestade Cerebral = Utilização de tabelas, quadros e gráficos, para
explicações;
- Palestra = Com a participação de representantes da Itaipu Binacional,
Unioeste e um Moto-taxista;
- Seminários = Grupo de estudo para leitura de um artigo científico e
apresentação em sala de aula.
III. CRONOGRAMA DAS AÇÕES
QUADRO 9 – Cronograma das ações para implementação da produção didático-pedagógica.
ATIVIDADES CONTEÚDOS ESTRATÉGIAS AVALIAÇÃO AULAS
1.
Apresentação
do projeto
- Introdução do Projeto sobre o crescimento
urbano promovido pela hidrelétrica de Itaipu: uma
análise das ações e projetos socioambientais nos
municípios de Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del
Este (Paraguai);
- Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade.
Aula expositiva
dialogada;
Apresentação de slides;
Análise de texto.
Participação crítica
dos alunos.
4 aulas
(Fev.)
2.
Dinâmica em
grupos
- As principais fontes de energia no Brasil;
- Energias renováveis e não renováveis.
Apresentação de slides;
Análise de texto.
Debate no estilo
“júri simulado”.
4 aulas
(Fev.)
3.
Confecção de
maquetes
- Fontes de energia elétrica: Energia Eólica,
Térmica, Hidrelétrica, Solar, Nuclear e
Mareomotriz.
Pesquisa na Internet e
análise de vídeos;
Confecção de maquetes.
Apresentação das
maquetes.
5 aulas
(Mar.
Abr.)
4.
Trabalho de
campo
- Hidrelétrica de Itaipu: Visita técnica, Ecomuseu,
Refúgio Biológico Bela Vista, Parque Tecnológico
de Itaipu, UNILA, dentre outros lugares do antigo
canteiro de obras.
Acompanhar e orientar os
alunos no roteiro (que
será disponibilizado pela
Itaipu).
Participação crítica
dos alunos e
registro fotográfico
para confecção de
cartazes.
7 aulas
(Mar.)
38
5.
Atividades
audiovisuais
- Hidrelétrica Itaipu - Responsabilidade social
(Documentário)
- Itaipu: Super Usina Hidrelétrica - Gigante da
Engenharia – National Geographic (Documentário
Completo);
- Foz do Iguaçu: localização (texto)
- Foz do Iguaçu: aspectos populacionais (texto).
Apresentação de
Documentários;
Análise dos
documentários e dos
textos.
Identificar as
interferências
socioambientais e
econômicas.
3 aulas
(Mar.)
6.
Palestra
- Trabalha o tema: Sacoleiros e Laranjas;
- Convidar um Professor de área de Sociologia da
UNIOESTE;
- Convidar um moto-taxista que atua na profissão
desde década de 90 (pelo menos).
- Desemprego na região da tríplice fronteira após a
construção de Itaipu.
Coordenar a palestra,
estimulando as
perguntas;
Convidar um Professor
da UNIOESTE e um
Moto-taxista.
Participação crítica
dos alunos na
palestra (mesa
redonda).
3 aulas
(Mar.)
7.
Seminários
- Trabalho e práticas de contrabando na fronteira
do Brasil com o Paraguai (artigo)
- Territorialidades transfronteiriças no Oeste do
Paraná: Brasil, Paraguai e Argentina (artigo)
- Circuitos espaciais de fronteira: cidades gêmeas
de Foz do Iguaçu e Cidade do Leste (artigo)
Grupo de estudo;
Leitura e análise de
artigos científicos.
Apresentação de
seminários.
6 aulas
(Abr.)
IV. AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES
O processo avaliativo é de fundamental importância, por ser o reflexo do
desenvolvimento do aluno e a prática do professor. Pensando assim, serão
utilizadas de diferentes estratégias ao abortar cada atividade, com isso, pretende-se
promover aprendizagem e compreensão dos alunos sobre todos os conteúdos que
permeiam a pesquisa do PDE.
Todavia, tem-se o entendimento que a forma de avaliação dos alunos na
implementação das Pesquisas do PDE, não se deve ter o caráter clássico (avaliando
por meio de provas escritas e demais trabalhos, atribuindo notas que objetivam
classificar e/ou quantificar os resultados), portanto, a avaliação aqui, permeia
identificar aspectos participativos e expositivos dos alunos.
Isto é, o professor PDE é quem promove as atividades e as discussões,
contextualizando os possíveis “prós e contras” que surgem no transcorrer das aulas,
dando assim, „autonomia‟ qualitativa da aprendizagem dos conteúdos por parte dos
alunos. Então, essa forma de avaliação das atividades tem um caráter de verificar
vários elementos, como por exemplo, participação crítica dos alunos no que tange a
compreensão dos conteúdos e temáticas do projeto; além disso, a organização de
ideias, a forma de questionar e argumentação que serão promovidos por meio de
debates, palestras e saída de campo; bem como, o desenvolvimento intelectual, a
capacidade de exposição e o trabalho em equipe no envolvimento tanto na
confecção da maquete quanto na apresentação do seminário.
V. CONTEÚDOS DE ESTUDO
- Impactos Ambientais;
- Sustentabilidade;
- Impactos Sociais, Territoriais e Econômicos;
- Desenvolvimento sustentável;
- Refugio Biológico de Itaipu;
- Canal da Piracema do lago de Itaipu;
- Ecomuseu de Itaipu;
- Programa Cultivando Água Boa;
40
- Expropriação de colonos;
- Desapropriação de terras indígenas;
- Crescimento populacional de Foz do Iguaçu;
- Crescimento populacional de Ciudad del Este;
- Migrações internacionais;
- Territorialidades transfronteiriças do Iguassu (TTI):
- Precarização do trabalho “Laranjas e Sacoleiros”;
- Consumismo;
- Pagamento de Royalties aos municípios lindeiros do lago de Itaipu;
- Surgimento de uma “nova” opção de Turismo com as praias artificiais.
- Usinas hidrelétricas no Brasil;
- Usinas hidrelétricas no Estado do Paraná;
- Principais fontes de energia elétrica no Brasil;
- Hidroeletricidade.
Observação: todos os conteúdos apresentados serão trabalhados no decorrer das
atividades previstas na produção didático-pedagógica, tanto de forma direta quanto
indireta, isto é, alguns terão maior destaque, mas ambos possuem fundamental
importância para contextualização geral do projeto de intervenção.
VI. AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Será aplicado um questionário com perguntas fechadas (ver em anexo:
VIII. Instrumento de Avaliação, p. 43), visando assim, verificar os pontos positivos e
negativos da implementação do projeto de intervenção na escola, dando subsídios
para ajustar o projeto para as implementações futuras.
41
VII. REFERÊNCIAS
ALVES, Glória da Anunciação; CUSTÓDIO, Vanderli. Pesquisa Bibliográfica e Fontes
de dados. VENTURI, Luis Antonio Bittar (org.). Praticando a Geografia: técnicas de
campo e laboratório em geografia e análise ambiental. São Paulo: Oficina de Textos,
2005. p. 203-210.
BARROS, Adriane dos Santos. A informalidade dos laranjas na fronteira
Brasil/Paraguai. História na fronteira, Foz do Iguaçu. Foz do Iguaçu, PR:
UNIAMÉRICA, v. 1, n. 1, jul./dez. 2008. p. 61-88.
CANEPA, Carla. Cidades sustentáveis: o município como lócus da
sustentabilidade. São Paulo: RCS, 2007. 316p.
CARDIN, Eric Gustavo. Laranjas e sacoleiros na tríplice fronteira: um estudo da
precarização do trabalho no capitalismo contemporâneo. Cascavel, PR:
EDUNIOESTE, 2011. 136p.
_____. Trabalho e práticas de contrabando na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Geopolítica(s). v. 3, n. 2, 2012. p. 207-234. [ISSN 2172-3958].
CURY, Mauro José Ferreira. Territorialidades transfronteiriças do Iguassu (TTI):
interconexões, interdependências e interpenetrações nas cidades da tríplice fronteira
- Foz do Iguaçu (BR), Ciudad del Leste (PY) e Puerto Iguazú (AR). 2010. 234f. Tese
(Doutorado em Geografia) – Universidade Federal do Paraná. Curitiba, PR: UFPR,
2010.
_____; FRAGA, Nilson Cesar. Territorialidades transfronteiriças no Oeste do Paraná:
Brasil, Paraguai e Argentina. Revista Geonorte. III Simpósio Nacional de Geografia
Política. Edição especial 3, v. 7, n. 1, p. 884-897, 2013. [ISSN 2237-1419].
EBERHARDT, Edílson. Os municípios lindeiros e a influência dos royalties.
2002. 37f. Monografia (Conclusão do curso de Geografia). – Universidade Estadual
do Oeste do Paraná. Marechal Cândido Rondon, PR: UNIOESTE, 2002.
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. DCE de
Geografia. Curitiba: SLEED-PR, 2008. 98p.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas da população
para 1º de julho de 2012. IBGE, 2012. 122p. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2012/estimativa_tcu.s
htm>. Acesso em: 04 jun. 2013.
ITAIPU BINACIONAL. Hidrelétrica de Itaipu. Disponível em:
<http://www.itaipu.gov.br>. Acesso em: 27 mai. 2013.
LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade,
42
poder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. 343p.
MARQUEZINI, Ana Carolina Torelli. Circuitos espaciais de fronteira: cidades gêmeas
de Foz do Iguaçu e Cidade do Leste. Entre-Lugar. Ano 1, n. 2, 2º sem. 2010.
Universidade Federal da Grande Dourados. Dourados, MS: UFGD, 2010. p. 33-55.
NASCIMENTO, Wagner Cipriano do. As relações de poder no contexto político-
econômico de Foz do Iguaçu/PR. 2010. 232f. Dissertação (Mestrado em
Geografia) – Universidade Estadual de Maringá. Maringá, PR: UEM, 2010.
PMFI. Prefeitura do Município de Foz do Iguaçu. Plano diretor municipal. –
avaliação temática integrada. Foz do Iguaçu, PR: PMFI, v. 1, ago. 2006. 284p.
_____. Radiografia sócioeconômica de Foz do Iguaçu (2009). Foz do Iguaçu, PR:
PMFI, 2009. 35p. Disponível em:
<http://www.fozdoiguacu.pr.gov.br/Portal/VisualizaObj.aspx?IDObj=9111>. Acesso
em: 27 mai. 2013.
ROSEIRA, Antonio Marcos. Foz do Iguaçu: cidade rede sul-americana. 2006. 171f.
Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo: USP, 2006.
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro:
Garamond, 2002. 96p.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4ª ed.
2ª reimpr. São Paulo: EDUSP, 2006. 259p.
WEBBER, Darcilo. Foz em números. Foz do Iguaçu, PR: Gráfica Camaleão, 2003.
130p. (coletânea de dados)
43
VIII. INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO
1) Os conteúdos trabalhados neste projeto foram:
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
2) A maneira como foram desenvolvidas os trabalhos/atividades foram:
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
3) O tempo estabelecido para a aplicação do Projeto foi:
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
4) As temáticas abordadas nos debates foram:
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
5) Quanto ao nível de satisfação e aprendizagem resultantes do envolvimento com
a proposta pedagógica:
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
6) O relacionamento/integração com o grupo de colegas, professores e envolvidos
foram:
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
7) Novas propostas de atividades como esta poderão ser desenvolvida, você
considera:
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim