os efeitos da atividade fÍsica na aprendizagem e no ... · física planejada, estruturada e...
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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA
IBMR - LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Jéssica Madeira Machado
OS EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA APRENDIZAGEM
E NO DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL
Rio de Janeiro
2017
JÉSSICA MADEIRA MACHADO
OS EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA APRENDIZAGEM
E NO DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL
Monografia apresentada ao IBMR - Laureate
International Universities como requisito
parcial para a obtenção do grau de Bacharel em
Educação Física
ORIENTADOR: Profa. Dra. Liliane Peixoto Amparo
Rio de Janeiro
2017
JÉSSICA MADEIRA MACHADO
OS EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA APRENDIZAGEM
E NO DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL
Monografia apresentada ao IBMR - Laureate
International Universities como requisito
parcial para a obtenção do grau de Bacharel em
Educação Física
ORIENTADOR: Profa. Dra. Liliane Peixoto Amparo
Aprovada em _____ de _______________ de 2017.
Grau obtido __________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Mauro Moraes Macedo
Prof. Ddo. Roberto Poton
DEDICATÓRIA
Dedico esta, bem como todas as minhas demais
conquistas, aos meus amados pais Lídia e Ney,
aos meus filhos Yuri e Yasmim que iluminam de maneira especial meus pensamentos e
acalmam meu coração, e ao meu esposo Allex,
com quem amo partilhar а vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente а Deus, por permitir que tudo isso acontecesse ao longo da
minha vida.
À professora Maria Lúcia Nogueira pelo suporte na elaboração deste trabalho.
À minha orientadora, Liliane Peixoto Amparo, pelo incentivo e empenho dedicado à
elaboração desta monografia.
A todos os professores que me acompanharam durante а graduação, que foram tão
importantes na minha vida acadêmica e consequentemente no desenvolvimento desta
monografia.
Aos meus colegas de classe e a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da
minha formação, о meu muito obrigado.
Agradeço por último, e não menos importante, aos meus pais Ney e Lídia por tudo que
fizeram e fazem tudo por mim, ao meu filho mais velho Yuri, pela compreensão da minha
ausência em determinados momentos durante a graduação, a minha filha Yasmim que me
mostrou o quanto posso ser perseverante, e ao meu esposo Allex que de forma especial е
carinhosa me deu força е coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades.
"Atividade física não é apenas uma das mais
importantes chaves para um corpo saudável.
Ela é a base da atividade intelectual criativa e
dinâmica."
John F. Kennedy
RESUMO
Atividade física é bem conhecida pelos seus benefícios gerados à saúde, porém pouco
se fala sobre seus efeitos sobre o desempenho motor, e principalmente sobre a aprendizagem
infantil. Parece que a atividade física pode influenciar a cognição promovendo melhora do
desempenho de diversas habilidades cognitivas e motoras. Então, no presente trabalho
pretende-se buscar evidências sobre os efeitos da atividade física sobre aspectos cognitivos e
motores em crianças com idade escolar, através de uma revisão integrativa de literatura e artigos
que abrangem o período de 2013 a 2017. Sendo o principal foco neste trabalho associar a prática
de atividade física, independente de qual seja, com o desempenho cognitivo e motor, bem como
seu impacto no desempenho escolar. Utilizaram-se as bases de dados eletrônicas PubMed,
SciELO e Capes com os seguintes descritores “Atividade Física”, “Desenvolvimento motor”,
“Aprendizagem”, “Desempenho escolar”, sendo combinados em cada banco de dados.
Utilizou-se como critério de exclusão títulos e resumos que deixavam claro não tratar do assunto
proposto e/ou com indivíduos não saudáveis e/ou estudos realizados com animais e artigos de
revisão. Então foram incluídos 4 artigos para análise. Por fim, parece que atividade física
realmente é uma ferramenta capaz de influenciar positivamente no desenvolvimento motor e na
aprendizagem infantil, podendo ser observado através do desempenho acadêmico, os quais se
relacionam entre si. E faz-se necessário o desenvolvimento de mais formas de avaliar o
desempenho motor, mas principalmente o cognitivo a fim de tornar o estudo do tema mais
notável e influente.
Palavras-chave: atividade física; aprendizagem; desenvolvimento motor.
ABSTRACT
Physical activity is well known for its health benefits, but little is said about its effects on motor
performance, and especially about child learning. It seems that physical activity can influence
cognition promoting improved performance of various cognitive and motor skills. This study
intends to find evidence on the effects of physical activity on cognitive and motor aspects in
school-age children through an integrative review of literature and articles that cover the period
from 2013 to 2017. Being the main focus in this work associate the practice of physical activity,
regardless of any, with cognitive and motor performance, as well as its impact on school
performance. The electronic databases PubMed, SciELO and Capes were used with the
following descriptors: "Physical Activity", "Motor Development", "Learning", "School
Performance", being combined in each database. Exclusion criteria were titles and abstracts that
made it clear that they did not deal with the proposed subject and / or with unhealthy subjects
and / or animal studies and review articles. Then 4 articles were included for analysis. Finally,
it seems that physical activity really is a tool capable of positively influencing motor
development and child learning, and can be observed through academic performance, which
are related to each other. And it is necessary to develop more ways to assess motor performance,
but especially the cognitive one in order to make the study of the theme more notable and
influential.
Keywords: physical activity; learning; motor development
LISTA DE FIGURAS
Fig. 1 - Relação entre atividade física e saúde ......................................................................... 13
Fig. 2 - Fatores que interferem no desenvolvimento motor ..................................................... 19
Fig. 3 - Modelo de fatores associados ao melhor desempenho acadêmico .............................. 22
Fig. 4 - Principais neurotransmissores beneficiados pelo exercícios ....................................... 24
LISTA QUADROS
Quadro 1 - Fluxograma: etapas de seleção das publicações a compor a revisão sistemática......28
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Publicações que investigaram os efeitos da atividade física na aprendizagem e no
desenvolvimento infantil...........................................................................................................29
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................. 15
2.1 Atividade Física ......................................................................................................... 15
2.2 Aprendizagem ............................................................................................................ 17
2.3 Desenvolvimento Motor ............................................................................................ 18
2.4 Atividade física, Aprendizagem e Desenvolvimento Motor ...................................... 21
3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 26
3.1 Bases de Dados consultadas....................................................................................... 26
3.2 Critérios de inclusão .................................................................................................. 26
3.3 Critérios de exclusão .................................................................................................. 26
3.4 Estratégia de busca ..................................................................................................... 26
4. RESULTADOS ................................................................................................................ 28
5. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 31
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 34
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 35
12
1. INTRODUÇÃO
Tornou-se de conhecimento geral os benefícios da prática de atividade física regular
por qualquer ser humano. Sabe-se que esta prática, em um âmbito geral, proporciona diversos
benefícios biológicos, fisiológicos e até mesmo psicológicos. Entre eles podemos incluir
benefícios cardiopulmonares, aumento da densidade mineral óssea, diminuição do risco de
doenças crônico-degenerativas, controle de peso, redução da pressão arterial e elevação da
lipoproteína de alta densidade (HDL), entre outros. No aspecto psicológico, ocorre melhoria da
autoestima, autoconceito, autoimagem e diminuição da ansiedade e depressão.
Dados epistêmicos mostram que a inatividade física é provavelmente um fator de risco
para a hiperlipidemia, hipertensão, obesidade e o diabetes. Pessoas inativas, em geral, são mais
hipertensas, hiperlipidêmicas, com a maior percentual de gorduras e propensão de tornarem-se
diabéticas não dependentes de insulina. Ao passo que, pessoas ativas fisicamente tem maiores
possibilidades de prevenir essas patologias (ACHOUR, 1996).
Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS (2010), a falta de atividade física
foi identificada como o quarto principal fator de risco para a mortalidade global (6% das mortes
em todo o mundo). Além disso, a inatividade física é estimada como a principal causa para
aproximadamente 21-25% de câncer de mama e cólon, 27% de diabetes e aproximadamente
30% de doença cardíaca isquêmica.
Visto isto, sabe-se que o sedentarismo traz consequências negativas, e está ligada ao
desenvolvimento várias doenças, tais como: doença coronariana, osteoporose, câncer de cólon,
depressão, etc. (JENOVESI et al., 2004). E a prática regular de atividade física é bem conhecida
por promover várias mudanças positivas na saúde, incluindo benefícios cardiovasculares
respiratórios, aumento da densidade mineral óssea e menor risco de doenças crônicas
degenerativas (GARBER et al., 2011).
13
Abaixo podemos visualizar um esquema da relação entre atividade física e saúde:
Fig. 1 - Relação entre atividade física e saúde
Fonte: ARAÚJO e ARAÚJO, p.194-203 (2000)
Já é de conhecimento também, que uma criança ativa, possivelmente será um adulto
fisicamente ativo e consequentemente terá menor predisposição à doenças (GUEDES, 2001).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2010), também constata-se que jovens fisicamente
ativos adotam mais rapidamente outros comportamentos saudáveis (como evitar o uso de
tabaco, álcool e drogas) e apresentam um melhor desempenho escolar.
Destacando a ótica de saúde pública e medicina de prevenção, proporcionar meios para
a realização de atividade física na infância e na adolescência, instaura uma estreita relação para
a redução da predominância de sedentarismo em adultos, contribuindo desta forma para uma
melhor qualidade de vida (LAZZOLI et al., 1998).
Relacionando com o desempenho cognitivo, tem sido sugerido que a atividade física
provoca efeitos benéficos sobre este. A atividade física parece influenciar a cognição
promovendo melhora do desempenho de diversas habilidades cognitivas como, por exemplo,
na memória, raciocínio lógico, entre outras. Além disso, há evidência do efeito da atividade
14
física sobre o desempenho acadêmico. Vale ressaltar que há diferença entre desempenho
acadêmico e desempenho cognitivo. Considera-se desempenho acadêmico a parte do cotidiano
infantil que está relacionada ao desempenho nas atividades escolares, e desempenho cognitivo
a capacidade de adquirir conhecimento; diz respeito à razão, à memória e à inteligência
emocional.
Então, no presente trabalho pretende-se buscar evidências sobre os efeitos da atividade
física sobre aspectos cognitivos e motores em crianças com idade escolar, através de uma
revisão integrativa de literatura e artigos. Sendo o principal foco neste trabalho associar a
prática de atividade física, independente de qual seja, com o desempenho cognitivo e motor,
bem como seu impacto no desempenho escolar.
15
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Atividade Física
O termo atividade física, baseado na literatura, pode ser definido, como qualquer
atividade que tenha uma demanda energética além dos níveis de repouso, podendo ser
exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais e
deslocamentos. É compreendida também como brincadeira, utilizando brinquedos e jogos, pois
é um momento em que a criança desenvolve sua parte cognitiva, social e intelectual.
Pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura
esquelética, que resulta em gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem
biopsicossocial, cultural e comportamental.
Caspersen et al. (1985, p.126-31), e posteriormente Shephard (1999, p.963-72),
definem atividade física como qualquer movimento corporal produzido pelos
músculos esqueléticos que resultem em gasto energético, não se preocupando com a
magnitude desse gasto de energia, diferenciando atividade física e exercício físico
pela intenção do movimento, considerando que o exercício físico é uma atividade
física planejada, estruturada e repetitiva, tendo como propósito a manutenção ou a
otimização do condicionamento físico (apud ARAUJO; ARAUJO, 2000, p.194-203).
A prática de atividade física deve ser um hábito presente em pessoas de todas as idades,
inclusive nas crianças, pois faz parte do desenvolvimento humano, e muitos benefícios
começam com sua prática na fase da infância.
A atividade física regular é bem conhecida por promover várias mudanças positivas
na saúde, incluindo benefícios cardiovasculares respiratórios, aumento da densidade mineral
óssea e menor risco de doenças crônicas degenerativas. (GARBER et al., 2011).
Além dos benefícios físicos, como o desenvolvimento da coordenação motora,
equilíbrio, força muscular, flexibilidade e função cardiorrespiratória; e da promoção à saúde,
atuando na prevenção da obesidade, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares,
ansiedade, depressão e osteoporose; na infância, os esportes ajudam a desenvolver a
inteligência, a formação de caráter e a afetividade, estimulam a socialização, oferecem melhora
na qualidade de vida, auxiliando no domínio do próprio corpo e no aumento da autoestima.
16
No estudo de Jenovesi et al. (2004), viu-se que a atividade física contribui de forma
notável para a economia de gastos em saúde pública, pois interfere na prevenção e no tratamento
direto para saúde dos efeitos deletérios decorrentes do sedentarismo. Em algumas regiões do
Brasil a prevalência de sedentarismo em adultos é em torno de 70% (OMS, 2014).
A criança que é ativa fisicamente tem mais chance de se tornar um adulto ativo.
Destacando a ótica de saúde pública e medicina de prevenção, proporcionar meios para a
realização de atividade física na infância e na adolescência, instaura uma estreita relação para
a redução da predominância de sedentarismo em adultos, contribuindo desta forma para uma
melhor qualidade de vida (LAZZOLI et al., 1998).
Devido aos seus efeitos favoráveis à saúde e ao desenvolvimento infantil é de suma
importância encontrar meios de estimular as crianças a desenvolverem hábitos de vida
saudáveis logo na primeira infância.
Guedes et al. (2001) destacam que a prática de atividade física de forma regular,
agregados durante a infância e adolescência possivelmente irão transpassar para idades adultas.
Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM, 2007) a aptidão física para a
criança e adolescente deve se propagar como um meio de incentivo a adesão de um estilo de
vida adequado com a prática de exercícios por toda a vida, com o intuito de manter e
potencializar condicionamento físico suficiente para melhoria da capacidade funcional e da
saúde.
A atividade física tem um impacto sobre as habilidades motoras, o bem-estar
psicológico, as competências sociais e a maturidade emocional. Ao contrário, os
comportamentos sedentários são considerados uma ameaça para o desenvolvimento cognitivo
das crianças. Crianças em idade pré-escolar, que são inativas fisicamente correm mais riscos de
ter dificuldades cognitivas na escola, como déficit de atenção, competências de linguagem
limitadas, resultados escolares fracos.
A infância é o momento ideal de proporcionar estímulos que causarão mudanças
físicas e até mesmo genéticas, diz a Epigenética que consiste a ideia de que hábitos cotidianos
e o ambiente podem alterar algumas características genéticas sem alterar a sequência de DNA.
17
Então, uma criança que foi estimulada durante a sua infância e adolescência a fazer exercícios,
provavelmente vai se tornar um adulto mais ativo.
Deve se considerar também que a prática de atividade física por crianças devem gerar
oportunidades de vivências variadas, proporcionando um aumento de seu repertório motor; e
não menos importante, esta, quando inserida de forma planejada e sistemática, deve ser
orientada por um professor de educação física para que não gere malefícios.
2.2 Aprendizagem
Define-se como aprendizagem o processo contínuo, que ocorre durante toda a vida de
um indivíduo, relacionado ao ato de aprender. É uma modificação do comportamento do
indivíduo como resultado da experiência (PIAGET, 1974). No ramo da etologia humana, a
aprendizagem é a fixação na memória das impressões ambientais, e é baseada na modificação
de mecanismos do sistema nervoso central que, posteriormente, influem na conduta do ser.
Toda experimentação que gera um aperfeiçoamento motor ou cognitivo é classificada
como aprendizagem, sendo conceituada como resultado da interação das estruturas mentais
com o meio ambiente, fazendo com que haja uma mudança no comportamento obtido através
dessa experimentação. Essa aprendizagem é constituída por fatores emocionais, neurológicos,
relacionais e ambientais, viabilizado pela plasticidade dos processos neurais cognitivos
(BOMPA, 2002; ANDRADE et al., 2004).
A aprendizagem escolar se distingue pelo caráter sistemático e intencional e pela
organização das atividades (estímulos) que a desencadeiam, atividades que se inserem em um
quadro de finalidades e exigências determinadas pela instituição escolar.
Conforme Díaz (2011), é preciso que aconteça o estímulo para que a aprendizagem
tenha valor. E a aprendizagem ocorre quando se torna significante para o aprendiz,
transformando-se no prazer da descoberta. A aprendizagem é individual e deve ser provocada.
18
Assim, a aprendizagem é um processo de assimilação ativa de determinados
conhecimentos e modos de ação física e mental, organizados e orientados no processo ensino
aprendizagem para compreendê-los e aplicá-los consciente e autonomamente; é a criação de
uma forma de conhecimento humano – relação cognitiva entre aluno e matéria de estudo –
desenvolvendo-se sob as condições específicas do processo de ensino, que não existe por si
mesmo, mas na relação com a aprendizagem, e está diretamente relacionada com o
desenvolvimento cognitivo (DÍAZ, 2011).
Atualmente, a aprendizagem é entendida como um processo global, dinâmico,
contínuo, individual, gradativo e cumulativo. De acordo com as características escolares, há a
necessidade de que o aluno seja um processador ativo da informação que lhe é transmitida, não
basta apenas ser um receptor passivo do conhecimento, o aluno precisa decodificar o que lhe é
ensinado e assim absorver este conhecimento. Portanto, permite ao sujeito ter melhor
compreensão das coisas que estão à sua volta, seus companheiros, a natureza e a si mesmo,
capacitando-o a ajustar-se ao seu ambiente físico e social (ANDRADE et al., 2004).
Segundo Piaget (1974) em sua teoria cognitiva o desenvolvimento cognitivo se
originava da adaptação da criança ao seu ambiente, e assim buscando promover sua
sobrevivência por meio da tentativa de aprender sobre seu ambiente. Isso transforma a criança
em alguém que busca o conhecimento e a compreensão do mundo, mas com uma característica
importante, que é o fato da criança operar ativamente sobre este mundo.
Para Vygotsky (1978), a aprendizagem está sempre relacionada com o
desenvolvimento. Ambos são expressões que se inter-relacionam reciprocamente, e que não é
possível um acontecer sem o outro. O desenvolvimento pleno e complexo do ser humano
depende da aprendizagem que se realiza em um dado grupo cultural, a partir da interação com
os outros indivíduos (FONSECA, 2007).
2.3 Desenvolvimento Motor
O desenvolvimento geral do indivíduo será resultado de seu potencial genético e,
sobretudo, das habilidades aprendidas durante as várias fases da vida. É um processo que se
19
inicia na concepção do ser e cessa apenas no final de sua vida; e revela-se, principalmente, por
mudanças no comportamento dos movimentos ao longo do tempo. (GALLAHUE; OZMUN;
GOODWAY, 2013)
O desenvolvimento motor é a mudança contínua do comportamento motor ao longo
do ciclo da vida, provocada pela interação entre as exigências da tarefa motora, a
biologia do indivíduo e as condições do ambiente. O desenvolvimento e o refinamento
de padrões motores e de habilidades motoras são influenciados de maneiras
complexas. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013)
Para Gallahue, Ozmun, e Goodway (2013), o desenvolvimento motor se caracteriza
pelas mudanças progressivas no comportamento do movimento, envolvendo a maturação do
sistema nervoso central e a interação com o ambiente através dos estímulos proporcionados
durante as fases iniciais da vida e sofrerá alterações por toda ela, aprimorando o movimento e
a capacidade de movimentar-se. Esse desenvolvimento se traduz em um processo de
aperfeiçoamento e aquisição das habilidades que vão sendo escritos ao longo da experiência.
Fig. 2 - Fatores que interferem no desenvolvimento motor
Fonte: GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY (2013, p.49)
O desenvolvimento infantil se inicia ainda na vida uterina, com o crescimento físico,
a maturação neurológica, a construção de habilidades relacionadas ao comportamento e as
esferas cognitiva, afetiva e social (VINHAES; TREVISAN, 2014). Tem como produto tornar a
criança competente para responder às suas necessidades e às do seu meio, considerando seu
20
contexto de vida. Ainda, segundo Vinhaes e Trevisan (2014), a primeira infância, que abrange
a idade entre zero a cinco anos, é a fase em que a criança se encontra mais receptiva aos
estímulos vindo do ambiente e o desenvolvimento das habilidades motoras ocorre muito
rapidamente.
(...)na segunda infância e idade escolar, segundo Lineburguer et al. (2004, p. 20-5),
há um incremento nas aptidões física e motora, quando a criança desenvolve
consciência de si e do mundo exterior, conquistando sua independência e adaptação
social, caracterizando rápidos progressos na aprendizagem. De acordo com Rosa Neto
(1996), isso mostra que a aquisição de um bom controle motor permite à criança
construir as noções básicas para seu desenvolvimento intelectual (apud ROSA NETO,
2007, p.45-51).
De acordo com Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), a criança bem desenvolvida
motoramente não vai ser beneficiada apenas pela execução uniforme dos movimentos, mas por
toda a vida, sendo menos suscetível a desenvolver doenças de cunho psicológico devido a
isolamento e exclusão, assim como a propensão a continuar a prática da atividade física na
juventude, evitando dessa forma desenvolver patologias ligadas ao sedentarismo como a
obesidade e doenças cardiovasculares tão comuns hoje no âmbito infantil.
Uma observação a ser feita, é que, o desenvolvimento está relacionado com a idade,
mas não depende dela, cada ser tem sua individualidade. A herança genética (ontogenia), e a
similaridade (filogenia) entre os seres humanos, que é a predisposição de o desenvolvimento
humano acontecer de maneira ordenada e previsível, são fatores biológicos que afetam esse
padrão previsível do desenvolvimento motor (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).
Consideram-se três grandes áreas de desenvolvimento infantil: motor, cognitivo e
emocional. Estas três grandes áreas de desenvolvimento interligam-se, influenciam-se e
acontecem simultaneamente.
O estudo do desenvolvimento motor perpassa os campos da fisiologia do exercício,
biomecânica, aprendizado e controle motor, assim como os campos da psicologia do
desenvolvimento e da psicologia social (THOMAS; THOMAS, 1989).
"Tanto o processo (como ocorre) quanto o produto (movimento observável) de um
movimento de um indivíduo estão enraizados em um ambiente experimental e genético peculiar,
21
conectados às exigências específicas da tarefa motora." (GALLAHUE; OZMUN;
GOODWAY, 2013)
2.4 Atividade física, Aprendizagem e Desenvolvimento Motor
Os efeitos da prática sistemática da atividade física, do esporte, das brincadeiras e
jogos podem ser constatados em todas as etapas de nossa vida. A prática de esportes e as
brincadeiras ao ar livre aprimoram não só o autoconhecimento do ponto de vista físico, mas
também a habilidade que cada jovem tem de raciocinar e tomar decisões.
O movimentar-se é de grande importância biológica, psicológica, social e cultural,
pois é através da execução dos movimentos que as pessoas interagem com o meio
ambiente, relacionando-se com os outros, apreendendo sobre si, seus limites,
capacidades e solucionando problemas. (ROSA NETO et al., 2007, p. 45-51)
O movimento corporal assume um papel importante na formação global da criança,
pois irá intervir nos fatores físicos, cognitivos e sociais, ampliando os aspectos relevantes ao
desenvolvimento dela (HAGEMANN; RODRIGUES, 1991).
Tanto a prática regular de esportes, quanto o esforço físico decorrente das brincadeiras,
podem contribuir bastante com a capacidade de aprendizado de crianças, e adolescentes (LE
BOULCH, 1985). Vale ressaltar que atividade física pode ser entendida e compreendida
também como brincadeira, utilizando brinquedos e jogos, pois é um momento em que a criança
desenvolve sua parte cognitiva, social e intelectual.
A criança que não brinca é fechada para si, não se desenvolve intelectual e socialmente
como precisa. A criança que não participa de atividades físicas é introspectiva e pode apresentar
defasagem em seu desenvolvimento.
Recentemente tem sido sugerido que a atividade física estimula o desempenho
cognitivo infantil. A atividade física parece influenciar a cognição promovendo melhora do
desempenho de diversas habilidades cognitivas como, por exemplo, na memória, raciocínio
lógico, entre outras. Além disso, há evidência do efeito da atividade física sobre o desempenho
acadêmico. Vale lembrar que há diferença entre desempenho acadêmico e desempenho
22
cognitivo. Considera-se desempenho acadêmico a parte do cotidiano infantil que está
relacionada ao desempenho nas atividades escolares, e desempenho cognitivo a capacidade de
adquirir conhecimento; diz respeito à razão e a memória.
Conforme sugerido por Cezário (2008), as atividades físicas são propícias para um
trabalho cognitivo bem consolidado e um bom desempenho acadêmico de crianças. Portanto,
se torna importante o trabalho de ação motora e psíquica com a intenção de aperfeiçoar o
desenvolvimento da aprendizagem, beneficiando os estudantes. A prática da educação motora
tem influência no desenvolvimento de crianças com dificuldades escolares, como problema de
atenção, leitura, escrita, cálculo e socialização.
Além disso, promovendo a aptidão física e a saúde metabólica, o exercício físico pode
contribuir para a melhoria de funções cognitivas específicas em adultos (MASLEY et al., 2009)
e crianças (CHADDOCK et al., 2011; DIAMOND e LEE, 2011). Entre os benefícios cognitivos
de um estilo de vida ativo, parece que o exercício físico pode beneficiar especificamente as
funções executivas (HILLMAN et al., 2008), que compreendem controle inibitório,
planejamento, memória operacional, tomada de decisão e flexibilidade cognitiva (MIYAKE et
al., 2000). Mais especificamente, as funções executivas principais são inibição, memória de
trabalho e flexibilidade cognitiva (DIAMOND, 2013). Essas funções cognitivas são necessárias
para o desempenho das atividades diárias, sendo particularmente importante para o
desenvolvimento cognitivo e motor (MIYAKE et al., 2000).
Fig. 3 - Modelo de fatores associados ao melhor desempenho acadêmico
Fonte: DONNELLY e LAMBOURNE (2011)
23
De maneira geral, a prática de esportes e atividades físicas estimula a criança a
desenvolver não só a capacidade de reconhecer seu corpo, suas limitações e o seu potencial
físico, mas também a sua habilidade de raciocinar e de tomar decisões; isso porque a criança
acaba criando um caminho de condução do estímulo entre o cérebro e os músculos ainda mais
eficiente. Esta capacidade se desenvolve ao longo dos anos e facilita o processo de
aprendizagem em diferentes níveis cognitivos e motores.
Lopes et al. (2011) alertam que o papel do movimento para o desenvolvimento das
crianças é por vezes muito subestimado; a falta de movimento pode não só restringir o corpo
do seu desenvolvimento motor, como também influenciar aspectos da personalidade como a
percepção, a cognição, o discurso, as emoções e o comportamento social. Gregório et al. (2002,
p. 250-255) declaram ainda que a prática da educação motora tem influência no
desenvolvimento de crianças com dificuldades escolares, como problema de atenção, leitura,
escrita, cálculo e socialização (apud ROSA NETO et al., 2007).
Diversos motivos têm levado ao aumento pelo interesse nos estudos e competências a
respeito do desenvolvimento motor. É possível evidenciar as relações existentes entre ele e o
desenvolvimento cognitivo. Há uma forte associação entre o que a criança aprende por meio do
fator cognitivo e o que realiza usando o seu fator motor (ROSA NETO et al., 2010).
As relações entre exercícios e cérebro estão no centro das atenções da neurociência
por suas implicações agudas e crônicas na vida das pessoas. As vantagens começam com a
elevação na oxigenação e no fluxo sanguíneo no corpo como um todo.
Segundo Tarantino e Oliveira (2012), há maior produção de neurônios e um aumento
das substâncias que atuam na nutrição e desenvolvimento dessas quando submetidos a
atividades regulares. O exercício aumenta a capacidade do cérebro de se adaptar e criar novas
conexões, a chamada neuroplasticidade. Em estudos com ressonância magnética feitos em
indivíduos foi possível também observar que quem se exercita regularmente produz uma intensa
atividade no hipocampo, região relacionada à memória e à aprendizagem, e lá estão
armazenadas as células-tronco que darão origem aos novos neurônios.
24
Ainda de acordo com Tarantino e Oliveira (2012), o incremento da circulação também
estimula a comunicação mais eficiente entre os neurônios. A atividade física aumenta ainda a
produção e a liberação de neurotransmissores. Os neurotransmissores dopamina e serotonina,
por exemplo, são responsáveis pela liberação e controle de hormônios que auxiliam na da
qualidade do sono, autoestima, cognição, aprendizagem, concentração, reduzem a ansiedade e
os riscos de depressão (Fig. 4).
Fig. 4 - Principais neurotransmissores beneficiados pelos exercícios
Fonte: TARANTINO e OLIVEIRA (2012)
Torna-se importante o estímulo à a atividade física como também a preocupação pela
redução dos tempos de educação física nas escolas, que acaba por ter um impacto prejudicial
não só na forma física das crianças como no seu desempenho acadêmico.
Para que ocorra, seja qual for o tipo de aprendizagem, seja ela de leitura, de escrita ou
de operações lógico‑matemáticas, torna-se importante uma estreita relação perceptivo‑motora
desenvolvida entre a criança e o meio. O aperfeiçoamento perceptivo motor por parte da criança
25
proporcionará circunstâncias que beneficiam o amadurecimento de suas disposições cognitivas
(ALVIM, 2009).
Nessa relação, Maciel et al. (2010) ressaltam a importância de a criança ter acesso a
vivências direcionadas para evolução motora, de forma satisfatória, tanto no ambiente escolar
quanto fora. Deve-se atentar para oferecer bases requeridas para o estímulo e prática de domínio
das habilidades fundamentais do movimento, envolvendo também as demais bases necessárias
à formação global do ser como um todo (cognitivo afetivo e psicomotor).
Quanto maior o número de experiências motoras e psicossociais que a criança
experimenta menor vai ser sua dificuldade em aprender as habilidades escolares (FONSECA,
2007; ROSA NETO, 2007; GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). O desenvolvimento
motor e a aprendizagem do sujeito serão influenciados pelo meio, pois apenas os conteúdos
genéticos não são suficientes para explicar como isso ocorre ao longo do tempo (VIGOTSKY,
1978).
Visando discutir e esclarecer alguns dos aspectos do desenvolvimento motor e da
aprendizagem escolar, a proposta é buscar uma associação entre estes à prática de atividade
física.
26
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo de revisão de literatura, realizado nas bases de dados
multidisciplinares e nas bases específicas da área de saúde no período de Abril de 2017 a Maio
de 2017.
3.1 Bases de Dados consultadas:
As bases de dados usadas foram:
- Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/ PubMed);
- Scientific Electronic Library Online (SciELO);
3.2 Critérios de inclusão
- Artigos científicos de revistas indexadas em português e inglês que abrangem o período de
2013 a 2017;
- Artigos que descrevam ou mencionem o tema abordado;
3.3 Critérios de exclusão
- Artigos científicos nos demais idiomas;
- Estudos realizados com animais
- Artigos de revisão
3.4 Estratégia de busca
O principal descritor utilizado foi “Atividade Física” a partir dos Keywords de artigos.
No entanto, outros descritores foram usados, como: “Desenvolvimento motor”,
27
“Aprendizagem”, “Desempenho escolar”. Acrescenta-se que, para otimização da pesquisa os
descritores foram combinados em cada banco de dados.
Na estratégia de busca utilizada na base de dados PubMed, os descritores utilizados
foram "physical activity" AND "motor development"; "physical activity" AND "school
performance"; e "physical activity" AND "learning" AND "motor development"
Na estratégia de busca utilizada na base de dados SciELO e Capes, os descritores
utilizados foram "atividade física" AND "desenvolvimento motor"; "atividade física" AND
"desenvolvimento motor" AND "aprendizagem"; e "atividade física" AND "desenvolvimento
motor" AND "aprendizagem" AND "desempenho acadêmico"
Devido à carência de estudos que abordam o tema, outra estratégia de busca adotada
foi acrescentar artigos por meio de autores ou de referências citados em artigos científicos.
28
4. RESULTADOS
Foram encontradas publicações nas bases PubMed (21), Scielo (13), e 16 por meio de
referências, somando um total de 50 artigos. Após excluídas aquelas que se encontravam em
duplicidade (6), mantiveram-se 44 estudos.
Das publicações restantes procedeu-se a análise dos títulos e resumos, das quais foram
excluídas 25, por não atenderem a proposta do estudo. Em seguida foi realizada a leitura na
íntegra, das quais 8 foram removidas por não atenderem aos objetivos delineados; por serem
artigos de revisão; por conterem estudos em animais; e sem grupo controle, permanecendo 4
estudos para composição da amostra final, conforme exposto no Quadro 1.
Quadro 1 – Fluxograma: etapas de seleção das publicações a compor a revisão sistemática
Artigos em bases de dados: PubMed (21); Scielo (13)
Total (34)
Estudos removidos por não atenderem aos objetivos delineados; por serem
artigos de revisão; por conterem estudos em animais; e sem grupo
controle (8)
Iden
tifi
caçã
o
Tria
gem
El
egib
ilid
ade
Estudos incluídos na revisão (4)
Incl
usã
o
Publicações por meio de referências (16)
Artigos restantes após remoção dos duplicados (44)
Estudos mantidos após análise de título e resumo (19)
Estudos excluídos com base no título e resumo (25)
Estudos acessados na íntegra a partir dos critérios iniciais de elegibilidade
(11)
29
Tabela 1 – Publicações que investigaram os efeitos da atividade física na aprendizagem e no desenvolvimento infantil
Título do artigo Autor / Periódico Base de Dados Objetivos Metodologia Resultados
Motor Coordination Correlates with Academic Achievement and Cognitive Function in Children Coordenação Motora se correlaciona com a realização acadêmica e função cognitiva em crianças
FERNANDES, V. R. et al. 2016
Frontiers in
Psychology, 7, 318. 2016
PUBMED Investigar a relação entre habilidades motoras, função cognitiva e desempenho escolar.
Estudo transversal, com 45 alunos com idade de 8-14 anos, para avaliar a coordenação motora (Touch Test Disc), a agilidade (Shuttle Run Speed - corrida de ida e volta), o desempenho escolar (Academic Achievement Test), o teste Stroop e seis sub-testes do Wechsler Intelligence Scale for Children-IV (WISC-IV).
Os dados indicam que a coordenação motora visual e a atenção seletiva visual, mas não a agilidade, podem influenciar o desempenho acadêmico e a função cognitiva. Os resultados destacam a importância de investigar a correlação entre habilidades físicas e diferentes aspectos da cognição.
Associação entre o nível de atividade física de lazer e o desempenho cognitivo em crianças saudáveis
MEREGE FILHO, C.A.A. et al. 2013
Rev. Bras. Educ. Fís. Esport., v.27, n.3, p. 355-361. São Paulo.
Jul./Set. 2013
SciELO Avaliar a associação da atividade física de lazer sobre o desempenho cognitivo em crianças saudáveis.
Estudo transversal, no qual 100 crianças (10,8 ± 0,6 anos) foram divididas em dois grupos: "Insuficientemente Ativos" (IA) e "Ativos" (A). O desempenho cognitivo foi avaliado pelo Teste de Memória e Aprendizagem de Figuras, o Teste de Stroop e o Teste de Trilhas.
Foi observada uma diferença estatisticamente significante entre os grupos para a condição de memória incidental do Teste de Memória e Aprendizagem de Figuras (IA: 6,6 ± 1,37 versus A: 7,1 ± 1,24; p = 0,03). Entretanto, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos para todas as outras variáveis. Esses achados revelam uma influência positiva da atividade física de lazer sobre a memória incidental de crianças saudáveis, mas não a memória tardia, a flexibilidade mental e o controle inibitório. Estudos com maiores amostras e medidas diretas de avaliação de nível de atividade física precisam ser conduzidos para confirmar esses achados.
30
Efeito de um programa escolar de estimulação motora sobre o desempenho da função executiva e atenção em crianças
CARDEAL, C.M. et al., 2013
Rev.
Motricidade v.9, n.3, p. 44-56. Set.
2013
SciELO Verificar o efeito da estimulação motora, nas respostas da função cognitiva de crianças na faixa etária de 6 a 10 anos, de escolas públicas do Distrito Federal, Brasil.
Foram formados 2 grupos controle (n = 40) e experimental (n = 40), avaliados antes e depois da intervenção, as variáveis analisadas: motricidade, função executiva, tempo de reação e atenção seletiva. A intervenção ocorreu durante 7 meses com aulas de educação física escolar
Os resultados demonstraram que ocorreu uma diferença significativa entre os grupos nos testes de função executiva [F(1, 118)= 13.768; p = .001], tempo de reação [F(1, 118)= 18.352; p = .001] e atenção seletiva [F(1, 64)= 14.531; p = .001]. Desse modo, foi observado que, o grupo que sofreu intervenção melhorou não somente o aspecto motor, mas também melhorou de forma significativa o desempenho das funções cognitivas testadas.
Associação da aptidão física e desempenho acadêmico de escolares
FERRARI, G.L. M. et al., 2014
Rev. Bras. Ci. e Mov. v. 22, n. 4, p.
37-46. 2014
Avaliar a associação entre a aptidão física e o desempenho acadêmico em escolares do município de Ilhabela.
A amostra consistiu em 226 escolares (119 meninos e 107 meninas) com idade entre 10 e 15 anos. As variáveis antropométricas analisadas foram: índice de massa corporal, circunferência de cintura, somatória das sete dobras cutâneas (subescapular, bicipital, tricipital, supra ilíaca, axilar-média, abdominal e panturrilha medial). As variáveis neuromotoras da aptidão física foram: força de membros superiores e inferiores, agilidade e força abdominal. O desempenho acadêmico (satisfatório vs. não satisfatório) foi analisado por meio das disciplinas de matemática, português, leitura e ciências cursadas no primeiro semestre de 2013.
Os resultados corroboram com a literatura atual, indicando uma associação entre um componente da aptidão física (força muscular) e o desempenho escolar (disciplina de ciências) de crianças e adolescentes. Programas de incentivo à prática de atividade física, especialmente na escola, devem ser estimulados a fim de proporcionar os diversos benefícios da atividade física a essa população, como por exemplo, a possível melhora no desempenho escolar.
31
5. DISCUSSÃO
Os achados de Fernandes, V. R. et al. (2016) sugerem que um aspecto específico das
habilidades motoras, a saber, a coordenação motora, está diretamente relacionado ao
desempenho acadêmico e, entre as variáveis investigadas, o melhor preditor foi a coordenação
motora avaliada pelo Touch Test Disc (TTD).
Nenhum dos testes de avaliação neuropsicológica apresentaram correlação
significativa com Touch Test Disc (TTD) ou Agilidade. E viu-se que a Agilidade não se associa
ao desempenho acadêmico e às habilidades cognitivas.
A correlação entre coordenação motora e realização escolar, verificada neste estudo,
parece estar relacionada à capacidade motora e à percepção visual necessária para a
identificação e localização do objeto.
Existem algumas limitações que precisam ser consideradas. Em primeiro lugar, o IMC
teve uma grande variabilidade entre os indivíduos. No entanto, não houve diferença
significativa entre os grupos de IMC entre as variáveis dependentes. Outra limitação é a falta
de informações sobre a maturação das crianças, uma vez que houve uma grande variação de
idade (8-14anos).
Por fim, o presente estudo concluiu que a coordenação motora visual e a atenção
seletiva visual, mas não a agilidade, podem influenciar o desempenho acadêmico e a função
cognitiva. Porém viu-se a necessidade de pesquisas futuras que investiguem a relação entre
diferentes habilidades motoras complexas (habilidades motoras finas, coordenação bilateral do
corpo, coordenação mão-olho e coordenação pé-olho) com desempenho cronometrado,
permitindo a avaliação da velocidade, atenção e qualidade do desempenho nas tarefas. Além
disso, avaliará a influência das habilidades físicas na cognição e no desempenho acadêmico.
Os resultados encontrados por Merege Filho, C.A.A. et al. (2013) sugerem que um
maior nível de atividade física no tempo de lazer pode influenciar positivamente a memória
incidental, porém não afeta as demais tarefas cognitivas avaliadas nesse estudo.
32
Tendo em vista que os níveis de atividade física geralmente se correlacionam
positivamente com níveis de aptidão física, é possível especular que os achados deste estudo
vão de encontro aos da literatura que demonstram uma associação entre a aptidão física e o
tempo de reação em tarefas que requerem um alto poder de controle inibitório, flexibilidade
cognitiva e ativação cortical em crianças.
No estudo, apenas a memória incidental mostrou-se susceptível a um maior nível de
atividade física no tempo de lazer (p = 0,03). Esse e outros achados sugerem que crianças mais
assiduamente engajadas em atividades físicas esportivas no tempo de lazer têm maior
desempenho na memória de curto prazo.
Neste estudo, contudo, não foi possível avaliar dados de desempenho escolar, bem
como casos individuais de desinteligências domiciliares, os quais poderiam auxiliar na
explicação dos nossos achados. Além disso, faz-se necessária a realização de estudos com
amostras maiores, evitando possíveis erros estatísticos do tipo 2 (relato de ausência de
significância, quando, de fato, a mesma existe).
As crianças fisicamente ativas apresentaram melhor desempenho cognitivo do que
aquelas insuficientemente ativas numa tarefa de memória incidental. Contudo, o nível de
atividade física no tempo de lazer pareceu não afetar as demais respostas cognitivas, tais como
a memória tardia, a flexibilidade mental e o controle inibitório.
A partir dos resultados obtidos na avaliação motora, por Cardeal, C.M. et al. (2013),
observa-se que o esquema corporal, a organização espacial e a organização temporal foram as
que apresentaram o maior grau de defasagem para ambos os grupos. O processo de
desenvolvimento do esquema corporal ocorre plenamente durante a infância, no qual, a criança
toma consciência das partes que constituem o corpo e como essas podem se movimentar. Na
sua fase final (entre 7 e 8 anos de idade), está intimamente associada com o desenvolvimento
espacial.
Tal estudo encontrou diferenças significativas entre dois grupos no que se refere ao
tempo de reação, que pode estar associado com a atividade física, corroborando com
(CHADDOCK et al., 2012).
33
Quanto à função executiva foi observado, que o grupo experimental obteve melhores
respostas no momento pós-intervenção motora quando comparado com o grupo controle.
Adicionalmente, a função executiva é fundamental para todas as formas de comportamento e é
uma estrutura fundamental para o desenvolvimento. É importante para o comportamento em
sala de aula, para a aprendizagem e também para a auto regulação. Assim a atividade física,
aqui representada pela educação física escolar, tem o potencial de promover o desenvolvimento
através do seu impacto direto na função executiva.
Foi observado que, o grupo que sofreu intervenção melhorou não somente o aspecto
motor, mas também melhorou de forma significativa o desempenho nos testes de função
executiva e atenção seletiva, ou seja, o raciocínio ainda que baseado nas operações concretas
tornou-se mais rápido requisitando menos tempo para solucionar um problema.
Ferrari, G. L. M. et al., (2014) avaliaram a associação entre a aptidão física e o
desempenho acadêmico de escolares de Ilhabela. Os resultados apontam para uma associação
entre a força de membros inferiores e o desempenho satisfatório na disciplina de ciências. Esses
achados corroboram com as evidencias presentes na literatura, mostrando uma associação entre
a força muscular e o desempenho escolar (disciplina de ciências) de crianças e adolescentes.
O estudo apresenta algumas limitações. As escolas avaliadas pelo estudo
disponibilizaram informações quanto ao desempenho escolar de forma dicotômica: satisfatória
e não satisfatória. Entretanto, a categorização dessa variável, que é fundamentalmente contínua,
apresenta várias limitações como: a) perda de informação; b) indivíduos próximos aos pontos
de corte definidos pelas categorias são considerados muito diferentes, quando na verdade são
semelhantes; c) perda de poder estatístico e estimativa imprecisa; d) impossibilidade de analisar
relações lineares. Além disso, o delineamento transversal limita a possibilidade de analisar uma
relação causal entre a aptidão física e o desempenho acadêmico por não levar em conta a
temporalidade das relações.
Contudo, os resultados do estudo, em conjunto com os da literatura citados, sugerem
que a atividade física no ambiente escolar pode ter um impacto sobre as habilidades cognitivas
e comportamento acadêmico, os quais são componentes importantes na melhoria do
desempenho acadêmico.
34
5. CONCLUSÃO
Sabe-se da importância da prática de atividades físicas, principalmente vinculada aos
seus efeitos benéficos à saúde. Vários estudos comprovam que a prática da atividade física, é
um dos elementos fundamentais para a aquisição ou manutenção do estado da saúde,
considerado adequado, tanto nos aspectos físicos como mentais.
Conforme algumas pesquisas realizadas recentemente, existem evidências de que há
certa influência da atividade física com relação ao desenvolvimento humano. Portanto o
presente trabalho buscou abordar a questão da atividade física no contexto mais amplo, a conter
desde atividades de lazer até atividades sistematizadas, relacionando-a com o desenvolvimento
motor e aprendizagem infantil.
Nesse contexto, embora existam algumas dificuldades e obstáculos, principalmente
para avaliação de resultados, parece que atividade física realmente é uma ferramenta capaz de
influenciar positivamente no desenvolvimento motor e na aprendizagem infantil, podendo ser
observado através do desempenho acadêmico, os quais se relacionam entre si.
Dada a importância do assunto, faz-se necessário o desenvolvimento de mais formas
de avaliar o desempenho motor, mas principalmente o cognitivo a fim de tornar o estudo do
tema mais notável e influente, podendo assim fazer-se mais evidente para grande população,
que poderá usufruir dos prós da atividade física.
35
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