os produtos À base de carne - direcção … produtos À base de carne 9 passo 4 pedido de vistoria...
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OS PRODUTOS À BASE DE CARNE
(CAE 15130)
EXIGÊNCIAS LEGAIS PARA O LICENCIAMENTO DE ESTABELECIMENTOS
INDUSTRIAIS (TIPO 4) DE PRODUTOS AGRO-ALIMENTARES E BEBIDAS
FiChA TéCNiCA
Título
O CASO DOS PRODUTOS À BASE DE CARNE
(CAE 15130)
Exigências legais para o licenciamento de estabele-
cimentos industriais (tipo 4) de produtos agro-
-alimentares e bebidas
Grupo de trabalho
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Direcção Regional de Economia do Algarve
Câmara Municipal de Silves
Associação In Loco
Design e Produção
Ideias em baú, Comunicação Marketing, Lda.
Edição
Centro de Recursos em Conhecimento
- Associação In Loco
Data
Maio 2005
�
ÍNDiCE
PREÂMBULO
iNTRODUçãO
1. O que é um estabelecimento industrial?
2. Quando é que um estabelecimento é considerado de tipo 4?
3. Classificação das actividades e entidades responsáveis
4. Procedimento para a instalação de uma unidade de fabricação de produtos à base de carne de tipo 4
4.1. Pedido de informação ou de informação prévia sobre obras de edificação dirigido à
Câmara Municipal (Passo 1)
4.2. Pedido de instalação do estabelecimento industrial (tipo 4) e apresentação do processo
de licença administrativa (para execução de obras) (Passo 2)
4.2.1. Documentos a apresentar relativos ao pedido de instalação industrial (Passo 2.1.)
4.2.2. Documentos a apresentar relativos ao processo de licença administrativa (para
execução de obras, quando for caso disso) (Passo 2.2.)
4.2.3. Outras questões relativas ao pedido de instalação industrial
4.3. Execução das obras de acordo com as exigências legais (tipo 4) (Passo 3)
4.3.1.Condições gerais de aprovação dos estabelecimentos que fabricam produtos à
base de carne
4.3.2. Condições especiais de aprovação dos estabelecimentos que fabricam produtos
à base de carne
4.4. Pedido de licença de utilização industrial para iniciar a actividade e de licença de
exploração industrial (tipo 4) (Passo 4)
ANEXO i: exemplo de planta de uma unidade de fabrico de produtos à base de carne (enchidos, presuntos e cozidos) e diagramas de fabrico de três produtos
ANEXO ii: modelos das minutas a utilizar no licenciamento industrial e de obrasMODELO 1
MODELO 2
MODELO 3
MODELO 4
MODELO 5
MODELO 6
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Lista de contactos
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“Com os inevitáveis riscos de uma simplificação, podemos afirmar, que uma política de desenvolvimento
rural está mais vocacionada, ainda que não exclusivamente, para apoiar o empresário-agricultor, as micro-
-empresas (quase sempre as únicas existentes nas zonas humanamente rarefeitas), e as iniciativas de muito
pequena escala que escapam à esfera de acção regular das políticas regionais.” 1
É inegável a importância das agro-industrias tradicionais no processo de desenvolvimento do nosso meio
rural, nomeadamente pelas funções que desempenham na diversificação das fontes de rendimento, na
criação de emprego, na valorização dos recursos endógenos e oferta de produtos de qualidade tipificada.
Contudo, a legislação que regulamenta o sector, embora tenha sido submetida a ajustamentos vários
tendentes a responder às características e necessidades das pequenas empresas, tem-se revelado ainda
demasiado pesada e dispersa para ser facilmente assimilada e adoptada pelo segmento das industrias agro-
-alimentares tradicionais do Algarve.
Esta matéria passou a assumir especial relevância na sequência dos incêndios que devastaram a Serra Algarvia
em 2003 e 2004 e com a alteração da lei do licenciamento industrial, em 2003, atribuindo às autarquias
a responsabilidade do licenciamento das indústrias tipo 4, onde se insere a maioria das agro-indústrias
tradicionais.
Pareceu, então, às diversas entidades com competências na matéria, particularmente à Associação dos
Municípios do Algarve (AMAL), enquanto representante das autarquias, que haveria necessidade de
produzir documentos orientadores que clarificassem e uniformizassem procedimentos. A Direcção Regional
de Agricultura (DRAAlg) comprometeu-se então a dinamizar e concretizar a produção desses documentos.
Considerando que a Direcção Regional de Economia é a entidade coordenadora do licenciamento de
algumas agro-industrias, dispondo de muitos conhecimentos e experiência na matéria, que as autarquias
dispõem de há muito as competências nos processos de licenciamento de obras, considerando finalmente
que decorria, no concelho de Silves, um Projecto de Dinamização Rural (Acção 8 da Med.AGRIS) promovido
pela Associação IN LOCO, a qual sentia na sua actividade diária, as dificuldades dos actores do mundo rural,
foi constituído um grupo de trabalho integrando técnicos da DRAAlg, da Câmara Municipal de Silves, da
Direcção Regional de Economia e da Associação IN LOCO.
O documento agora apresentado sob o título “Exigências Legais para o Licenciamento de Estabelecimentos
Industriais (Tipo 4) de Produtos Agro-Alimentares e Bebidas – OS PRODUTOS À BASE DE CARNE - (CAE
15130)” é pois o resultado da colaboração das entidades referidas, pretendendo-se que o mesmo, enquanto
instrumento de trabalho, possa de algum modo corresponder aos objectivos que presidiram à sua elaboração:
contribuir para divulgar a legislação e procedimentos aplicáveis ao sector, de uma forma acessível tanto a
técnicos como a leigos na matéria, facilitando deste modo a sua aplicação.
Faro, 13 de Maio de 2005
O Director Regional de Agricultura do Algarve
(José António Paula Brito)
PREÂMBULO
1 Cunha, A. M.(2004) A Política Agrícola Comum na Era da Globalização, ALMEDINA, Coimbra.
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O presente texto trata das formalidades legais para licenciar unidades de fabricação de
produtos à base de carne enquanto estabelecimentos industriais de tipo 4 e respectivo
licenciamento de obras quando for caso disso.
1. O QUE é UM ESTABELECiMENTO iNDUSTRiAL?
É o local (área coberta e não coberta), onde alguém (o industrial) exerce uma actividade
(incluída na Classificação Portuguesa das Actividades Económicas, CAE Rev 2.1) que
legalmente é considerada industrial.
2. QUANDO é QUE UM ESTABELECiMENTO é CONSiDERADO DE TiPO 4?
Um estabelecimento industrial é considerado de tipo 4 quando tem cumulativamente as
seguintes características:
» potência eléctrica contratada igual ou inferior a 25 kVA;
» potência térmica igual ou inferior a 4x105 KJ/h (equivalente à queima de 8,3 Kg/hora
de butano ou propano ou à queima de 31,9 Kg de lenha por hora);
» número de trabalhadores igual ou inferior a 5.
3. CLASSiFiCAçãO DAS ACTiviDADES E ENTiDADES RESPONSávEiS
O quadro seguinte mostra-nos algumas indústrias alimentares e das bebidas, a título de
exemplo, o seu número de classificação de actividade económica (CAE) e a respectiva
entidade coordenadora nos processos de licenciamento que, no caso dos estabelecimentos
de tipo 4, é sempre a Câmara Municipal onde o estabelecimento industrial se localiza.
iNTRODUçãO
OS PRODUTOS À BASE DE CARNE
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Algumas indústrias alimentares e das bebidas e preparação e conservação
de produtos à base de carne
N.ºCAE Rev 2.1
Entidade Coordenadora
Entidades a quem obrigatoriamente são
pedidos pareceres para o licenciamento
industrial
Entidades a quem podem ser pedidos pareceres para o licenciamento industrial
Fabricação de produtos à base de carne (salsicharias, por ex.)
15130 CM DRA DSC, IGT, CCDR
Secagem e desidratação de frutos e de produtos hortícolas
15332 CM DRA, DSC, IGT, CCDR
Fabricação de doces, compotas, geleias e marmelada
15333 CM DRA, DSC, IGT, CCDR
Descasque e transformação de frutos de casca rija comestíveis
15334 CM DRA, DSC, IGT, CCDR
Preparação e conservação de frutos e de produtos hortícolas por processos não especificados (conservas de azeitonas, por ex.)
15335 CM DRA, DSC, IGT, CCDR
Indústrias do leite/derivados (queijarias, por ex.)
15510 CM DRA DSC, IGT, CCDR
Fabricação de aguardentes não preparadas (destilarias de medronho, por ex.)
15912 CM DRE, DSC, IGT, CCDR
Produção de licores e outras bebidas destiladas
15913 CM DRE, DSC, IGT, CCDR
2 Não estão sujeitas a licença ou autorização administrativa as obras simples de conservação, restauro, reparação ou limpeza, quando não impliquem modificações da estrutura das fachadas, da forma dos telhados, da natureza e da cor dos materiais de revestimentos exteriores desde que não altere o uso autorizado.
DSC Direcção de Saúde Concelhia | IGT inspecção Geral do Trabalho | CCDR Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional | DRE Direcção Regional de Economia | DRA Direcção Regional de Agricultura
4. PROCEDiMENTO PARA A iNSTALAçãO DE UMA UNiDADE DE FABRiCAçãO DE
PRODUTOS À BASE DE CARNE DE TiPO 4
A instalação de um estabelecimento deste tipo deve ser feita através dos seguintes passos:
PASSO 1
pedido de informação ou de informação prévia dirigido à Câmara Municipal sobre obras
de edificação;
PASSO 2
em simultâneo:
PASSO 2.1.
pedido de instalação do estabelecimento industrial;
PASSO 2.2.
apresentação do processo de licença administrativa (para execução de obras quando
estas estiverem sujeitas a licença ou autorização administrativa2);
PASSO 3
execução das obras quando for caso disso;
OS PRODUTOS À BASE DE CARNE
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PASSO 4
pedido de vistoria para iniciar a actividade industrial e para obtenção do alvará de
utilização do edifício para esse fim e da licença de exploração industrial.
4.1. PEDiDO DE iNFORMAçãO OU DE iNFORMAçãO PRéviA SOBRE OBRAS DE
EDiFiCAçãO DiRiGiDO À CÂMARA MUNiCiPAL (PASSO 1)
A pessoa, singular ou colectiva, que deseja licenciar o seu estabelecimento deve, em
primeiro lugar, remeter à Câmara Municipal respectiva um requerimento (ver no anexo II
os Modelos 1 ou 2 e 3) para fazer o pedido de informação ou o pedido de informação
prévia sobre as obras (de raiz, de adaptação ou de restauro) que pode ou não fazer
no edifício que deseja vir a utilizar como estabelecimento industrial, acompanhado dos
elementos referidos nos respectivos Modelo 1 e 2, no mínimo em duplicado, podendo a
Câmara Municipal solicitar mais exemplares se considerar necessário.
As diferenças entre o pedido de informação e o pedido de informação prévia são
essencialmente as seguintes:
» a resposta dada pela Câmara Municipal ao pedido de informação não é vinculativa
mas a dada ao pedido de informação prévia é vinculativa durante um ano;
» no simples pedido de informação os elementos a anexar são em menor número do que
no pedido de informação prévia;
» sobre o simples pedido de informação a Câmara não consulta entidades externas,
enquanto que no pedido de informação prévia pode ter que consultar outras entidades;
» ao pedido de informação a Câmara Municipal responde num prazo máximo de 15 dias
úteis e ao pedido de informação prévia num prazo máximo de 30 dias úteis (ao abrigo
do Decreto - Lei n.º 555/99 de 16 de Dezembro).
Para decidir se deve começar com o Modelo 1 ou com o Modelo 2, o interessado deve
dirigir-se à Câmara Municipal onde, em função da localização do futuro estabelecimento
industrial, será aconselhado.
Se a resposta ao pedido (Modelo 1 ou 2) for no sentido de ser favorável à utilização do
edifício para o fim desejado, segue-se o passo imediato.
4.2. PEDiDO DE iNSTALAçãO DO ESTABELECiMENTO iNDUSTRiAL (TiPO 4) E
APRESENTAçãO DO PROCESSO DE LiCENçA ADMiNiSTRATivA (PARA EXECUçãO
DE OBRAS) (PASSO 2)
Nos estabelecimentos de tipo 4, porque são as Câmaras Municipais a entidade
coordenadora, o pedido de instalação é logo acompanhado do processo de licença
administrativa (para execução de obras, quando for caso disso).
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4.2.1. Documentos a apresentar relativos ao pedido de instalação industrial
(Passo 2.1.)
A pessoa, singular ou colectiva, que deseja licenciar o seu estabelecimento industrial
deve remeter à Câmara Municipal respectiva um requerimento (ver no anexo II o
Modelo 4) acompanhado dos seguintes documentos (apresentados no mínimo em
quadruplicado, podendo a CM pedir mais exemplares se considerar necessário):
1. projecto de instalação ou alteração do estabelecimento industrial;
2. identificação do interlocutor;
3. pedido de atribuição do número de controlo veterinário para os estabelecimentos
onde se efectuam operações com produtos de origem animal (ver no anexo II o
Modelo 5);
4. pedido de licença de utilização do domínio hídrico, quando exigível3, nos termos
do Decreto - Lei n.º 46/94, de 22 de Fevereiro (ver no anexo II o Modelo 6);
5. pedido de autorização prévia de gestão de resíduos, quando exigível, nos termos
do Decreto - Lei n.º 239/97, de 9 de Setembro (ver no anexo II o Modelo 7).
DOCUMENTO 1: O PROjECTO DE iNSTALAçãO OU ALTERAçãO DO ESTABELE-
CiMENTO iNDUSTRiAL
O projecto de instalação ou alteração deve conter a informação a seguir mencionada,
quando aplicável:
PARTE i - iNFORMAçãO GERAL
Memória descritiva:
» Descrição da(s) actividade(s) industrial(ais) a exercer;
» Regime de laboração, horário único ou por turnos, indicação do número de
trabalhadores;
» Instalações de carácter social:
- as instalações sanitárias devem ter: uma retrete independente, com porta a abrir
para fora, um urinol e um lavatório;
- caixa de primeiros socorros, com fundo verde e uma cruz branca ao meio 4;
- outros - especificar.
3 É exigível a licença de captação quando se tem furo / poço ou se pretende utilizar águas superficiais; é exigível a licença de rejeição de águas residuais quando as águas industriais são descarregadas no solo, ribeira, etc.. ou quando vão para fossa séptica seguida de poço absorvente. Além do Modelo 6 (que corresponde ao Modelo DH-01B da CCDR) inserido no anexo II deste documento, podem ser necessários outros modelos (DH-01; Anexo 1 ao Mod. DH-01A e/ou DH-01B; DH-01D; Anexo 2 ao Mod. DH-01A e/ou DH-01B e/ou DH-01D; DH-02A; DH-02B; Anexo 1 aos Mod. DH-02A e/ou DH-02B) que se podem encontrar em www.ccdr-alg.pt/ccr-alg.pt/index.php, serviços online, formulários.4 Existem à venda em empresas que comercializam produtos de higiene e saúde no trabalho.
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» Matérias-primas utilizadas (designação/unidade/consumo anual);
» Produtos a fabricar e serviços a efectuar e respectivas produções anuais;
» Indicação dos tipos de energia utilizada e respectivo consumo;
» Listagem das máquinas e equipamentos a instalar, incluindo os de queima, de produção
de frio, de força motriz, de vapor e recipientes de gases sob pressão.
PARTE ii - SEGURANçA, hiGiENE E SAúDE NO TRABALhO E SEGURANçA
iNDUSTRiAL
» Indicação dos dispositivos de segurança utilizados, nas máquinas e equipamentos em que exista risco para o operador e/ou para terceiros;
» Descrição das medidas e dos meios adoptados em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho e segurança industrial, designadamente quanto ao risco de incêndio e explosão, sistema de captação e tratamento de poeiras e vapores e ruídos e vibrações;
» Descrição dos equipamentos de protecção individual postos à disposição dos trabalhadores.
PARTE iii - PROTECçãO DO AMBiENTE
» Identificação das fontes de emissão de efluentes e de geração de resíduos e sua caracterização, incluindo a descrição dos respectivos sistemas de tratamentos e destino final;
» Identificação das fontes de emissão de ruído e respectiva caracterização.
PARTE iv - PEçAS DESENhADAS
» Planta do estabelecimento industrial, devidamente legendada, em escala não inferior a
1:200, indicando a localização de:
- máquinas e equipamentos produtivos e auxiliares;
- armazenagem de matérias-primas, de combustíveis líquidos, sólidos ou gasosos e de produtos acabados e resíduos;
- instalações de carácter social e sanitárias;
- rede de água do edifício;
- meios implantados em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho e segurança industrial;
- meios de tratamento dos efluentes (rede de esgotos ou fossas, em princípio
estanques) e resíduos.
PARTE v - iNSTALAçãO ELéCTRiCA
» Ficha electrotécnica.
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4.2.2. Documentos a apresentar relativos ao processo de licença administrativa
(para execução de obras, quando for caso disso) (Passo 2.2.)
No caso de necessidade de realização de obras sujeitas a licença administrativa, o
requerente deverá apresentar o Modelo 8 (ver no anexo II) e os respectivos elementos
nele referidos para anexar. Aprovado o projecto de arquitectura seguem-se os
procedimentos para aprovação das especialidades e da emissão de alvará de licença
(ver no anexo II as minutas que podem ser necessárias: Modelos de 9 a 14).
4.2.3. Outras questões relativas ao pedido de instalação industrial
O pedido de autorização de instalação só é considerado após a entrega dos
documentos mencionados e pagamento das respectivas taxas que são fixadas
pelas respectivas Câmaras Municipais.
A entidade coordenadora, neste caso a Câmara Municipal, nomeará um técnico
que será responsável pelo processo de licenciamento industrial, chamado “gestor
do processo”.
A verificação dos documentos compete à entidade coordenadora que, se tiver
dúvidas quanto ao enquadramento do estabelecimento, solicita parecer de
enquadramento aos serviços regionais competentes [no caso das unidades de
fabricação de produtos à base de carne à Direcção Regional de Agricultura (DRA)],
os quais se devem pronunciar num prazo de 10 dias úteis. Após a recepção do
parecer de enquadramento, a Câmara Municipal deve pedir ao industrial os
elementos em falta no prazo de 10 dias úteis. O industrial tem como prazo máximo
90 dias úteis para entregar todos os documentos necessários ao processo.
Depois do processo estar completo, a Câmara Municipal pode consultar diversas
entidades para emissão de pareceres sobre o projecto em concreto, devendo
consultar obrigatoriamente a DRA para emissão do número de controlo veterinário.
As entidades terão 30 dias úteis para emissão dos pareceres solicitados. Após a
recepção dos pareceres dessas entidades a Câmara Municipal terá 20 dias úteis
para emitir a decisão final, isto é, a licença de autorização de instalação, que, se for
caso disso, conterá as condições impostas pelas entidades consultadas. A Câmara
Municipal deverá anexar à notificação de autorização de instalação o boletim de
análise de água quando esta for fornecida ao estabelecimento industrial pela rede
pública.
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4.3. EXECUçãO DAS OBRAS DE ACORDO COM AS EXiGêNCiAS LEGAiS (TiPO 4)
(PASSO 3)
Na posse do alvará de obras e da autorização de instalação industrial pode dar-se início
às obras.
A preparação, transformação, fabrico, embalagem, armazenamento, transporte,
distribuição, manuseamento e venda ou colocação à disposição do público consumidor
de géneros alimentícios devem realizar-se em condições de higiene, de acordo com o
Regulamento da Higiene dos Géneros Alimentícios (Decreto - Lei n.º67/98 de 18 de
Março e alteração: Decreto - Lei n.º 425/99 de 21 de Outubro).
A colocação no mercado de produtos à base de carne está ainda regulada pelo Decreto
- Lei n.º 342/98 de 5 de Novembro: “Regulamento das condições sanitárias aplicáveis à
produção e a colocação no mercado de produtos à base de carne e de outros produtos
de origem animal, destinados, após tratamento, ao consumo humano ou à preparação
de outros géneros alimentícios”.
Antes de iniciar as obras será útil ir à Direcção Regional de Agricultura pedir conselhos
sobre os materiais a utilizar na construção (paredes, portas e janelas, chão, etc.) e
equipamentos (fogões, bancadas, lavatórios, torneiras, etc.).
Vamos referir algumas condições de aprovação deste tipo de estabelecimentos, o que
não exclui a consulta da legislação aplicável.
4.3.1. Condições gerais de aprovação dos estabelecimentos que fabricam
produtos à base de carne5
Os estabelecimentos devem possuir, pelo menos:
1. Locais de trabalho de dimensões suficientes para que o trabalho se possa
executar em condições de higiene adequadas. Devem ser concebidos de forma a
evitar qualquer contaminação das matérias-primas e dos produtos finais.
2. Onde se procede à manipulação, preparação e transformação das matérias-
-primas e ao fabrico dos produtos:
a) pavimentos de material impermeável e resistente, fácil de lavar e desinfectar e
dispostos de modo a permitir um escoamento fácil da água, isto é, equipados com
uma grelha de escoamento com ralo sifonado;
b) paredes de superfícies lisas revestidas com material lavável, resistente, impermeável e
de cor clara até uma altura de pelo menos 2 metros ou pelo menos da altura da capacidade
de armazenagem nos compartimentos de refrigeração e de armazenagem;
5 Ver no Anexo I uma planta - tipo de um estabelecimento do tipo 4 para fabrico de produtos à base de carne, com linha de enchidos, presuntos e cozidos (morcelas, farinheiras, por ex.), bem como os diagramas de fabrico dos três produtos ..
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c) tecto fácil de limpar;
d) portas de material inalterável, fáceis de limpar;
e) ventilação suficiente e, se for necessário, um bom sistema de evacuação de vapor, isto
é, o pano da chaminé deve ser adequado ao tamanho do fogão, de forma a eliminar a
condensação em superfícies como paredes e tectos;
f) uz suficiente, natural ou artificial, devendo as lâmpadas ser protegidas;
g) um lavatório para as mãos, com água corrente fria e quente, cuja torneira misturadora
se abre através de alavanca ou de pedal; deve existir um frasco com êmbolo com sabão
líquido e um dispositivo com toalhas de papel ou secadores de ar para as mãos;
h) dispositivos para a limpeza dos utensílios, dos equipamentos e das instalações,
nomeadamente uma mangueira com enrolador, baldes e esfregonas, destinados
exclusivamente à lavagem destas instalações e seus equipamentos.
3. Dispositivos adequados de protecção contra animais indesejáveis, isto é, redes
mosquiteiras nas portas e janelas e electrocutores de insectos pendurados à distância
de 1,5 m da ombreira das portas de entrada e saída.
4. Dispositivos e utensílios de trabalho, tais como mesas de desmancha, recipientes,
correias transportadoras, serras e facas, destinadas a entrar em contacto directo
com as matérias – primas e os produtos, em materiais resistentes à corrosão, fáceis
de limpar e desinfectar.
5. Caixotes do lixo com tampa e pedal e sempre forrados com saco de plástico.
6. Cubas de lavagem, isto é, lava-louças fundos (para lavar as grandes panelas e
tabuleiros) equipadas com água quente e fria.
7. Quando a água vier de um furo, poço/depósito, seja público ou privado, tem que ser
obrigatoriamente instalado um doseador de hipoclorito para garantir o fornecimento
de água potável. Deve ser feita a análise química e bacteriológica da água, pelo menos
uma vez por ano.
8. Os vestiários, com superfície adequada ao número e sexo dos trabalhadores, devem
ter paredes e pavimentos lisos, impermeáveis, lavatórios e retretes com autoclismo6. As
retretes não podem comunicar directamente com as salas de trabalho. Os lavatórios
devem ser equipados com os produtos de limpeza das mãos e com meios higiénicos de
secagem das mesmas;
9. Um armário fechado à chave para armazenar detergentes, desinfectantes ou
substâncias análogas.
10. Um armário para armazenar o material de limpeza e de manutenção.
11. Um armário de primeiros socorros verde com uma cruz branca devidamente
apetrechado (existem à venda em empresas que comercializam produtos de higiene e
saúde no trabalho).
6 No caso de trabalharem na unidade industrial homens e mulheres, terão que existir instalações sanitárias e vestiários por sexo. Consultar Portaria 53/71 de 3 de Fevereiro..
OS PRODUTOS À BASE DE CARNE
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4.3.2. Condições especiais de aprovação dos estabelecimentos que fabricam
produtos à base de carne
Os estabelecimentos de fabricação de produtos à base de carne, de acordo com a
dimensão, quantidades de matéria-prima a transformar e consoante os produtos
que laboram, devem possuir:
A - instalações comuns a todos os estabelecimentos
1. Recepção de matérias-primas.
2. Armazenagem de matérias-primas:
2.1- câmara(s) de conservação de refrigerados;
2.2- câmara(s) de conservação de congelados;
2.3- compartimento(s) não frigorificado(s) de matérias-primas / subsidiárias;
2.4- sala ou local de descartonagem de carnes congeladas;
2.5- local frigorificado para descongelação de carnes;
2.6- compartimento de armazenagem adequada de tripas, estômagos e bexigas
naturais (quando aplicável).
3. Sala de preparação de carnes.
4. Sala de fatiagem e pré-embalagem de produto final (quando aplicável).
5. Sector de embalagem do produto final.
6. Sector de armazenagem de produto final.
7. Expedição do produto final.
8. Compartimento de lavagem de equipamento e utensílios de corte.
9. Armazém de detergentes e desinfectantes.
10. Armazém de materiais de acondicionamento e embalagem.
11. Balneários, vestiários e sanitários.
B - Linha de fabrico de enchidos
1. Sala de transformação.
2. Câmara frigorífica para maturação das massas.
3. Sala ou local de cozedura de matéria-prima e escaldão de produtos (quando
aplicável).
4. Sala de fumeiros / estufas.
C - Linha de fabrico de fiambres e similares
1. Local de preparação da salmoura.
2. Sala ou local de preparação (injecção, malaxagem e enformagem).
3. Sector de cozedura.
4. Câmara de pré-arrefecimento.
5. Sector de desenformagem.
6. Sector de aparagem e embalagem do produto final.
7. Sector de lavagem e desinfecção de formas.
D - Linha de fabrico de presuntos
1. Compartimento de armazenagem de sal.
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2. Local / câmara de salga.
3. Local de lavagem dos presuntos.
4. Câmara(s) de cura.
5. Sector de fumagem.
6. Local de conservação e armazenagem do produto acabado.
7. Local de acondicionamento e embalagem dos produtos acabados.
E - Linha de fabrico de produtos apertizados (produtos pasteurizados ou
esterilizados em recipientes hermeticamente fechados)
1. Compartimento de armazenagem dos recipientes.
2. Sector de enchimento.
3. Local de fecho / cravação dos recipientes.
4. Sector de pasteurização / esterilização.
5. Dependência e equipamento apropriado para realização de provas de estufa e
testes de estanquicidade das amostras recolhidas.
6. Sector de embalamento / paletização / armazenagem.
F - Linha de fabrico de banha
1. Câmara frigorífica para conservação de gorduras.
2. Compartimento de fusão, batedor das gorduras e prensagem dos torresmos.
3. Sector de descanso da banha e enchimento.
G - Linha de produção de leitão assado
1. Compartimento de preparação dos temperos, dos leitões e colocação nos
espetos ou recipientes.
2. Compartimento dos fornos.
3. Compartimento para arrefecimento e armazenagem do produto final.
4. Compartimento de acondicionamento e embalagem.
4.4. PEDiDO DE LiCENçA DE UTiLizAçãO iNDUSTRiAL PARA iNiCiAR A ACTiviDADE
E DE LiCENçA DE EXPLORAçãO iNDUSTRiAL (TiPO 4) (PASSO 4)
O industrial deve apresentar à Câmara Municipal, no prazo mínimo de 30 dias úteis
antes da data prevista para o início da exploração, os pedidos de licença de utilização
industrial e da vistoria de instalação para efeitos da obtenção da licença de
exploração industrial (ver no anexo II o Modelo 15).
Quando ao passar a licença de autorização de instalação (ver ponto 4.2.3.) a Câmara
Municipal tiver imposto condições, aos pedidos acima referidos devem ser anexados todos
os elementos que comprovem o cumprimento daquelas condições por parte do industrial.
A vistoria será realizada pela Câmara Municipal que se fará acompanhar por técnicos das
entidades às quais pediu pareceres.
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A data de realização da vistoria será comunicada ao industrial com a antecedência
mínima de 8 dias.
Após a realização da vistoria a Câmara Municipal elabora o respectivo auto com o
resultado. O Núcleo Técnico de Licenciamento da Direcção Regional de Agricultura emite
o número de controlo veterinário que remete à Câmara Municipal para a emissão da
Licença de Exploração industrial, a qual deve indicar o número referido.
Essas unidades, pelo facto de trabalharem com um produto de origem animal, só podem
começar a laborar após a emissão da Licença de Exploração Industrial.
O resultado da vistoria deve ser comunicado, pela Câmara Municipal, no prazo de 10
dias úteis após a sua realização ao industrial e às entidades que dela participaram.
ANEXO iEXEMPLO DE PLANTA DE UMA UNIDADE DE FABRICO DE PRODUTOS À BASE DE CARNE (ENCHIDOS, PRESUNTOS E COZIDOS) E DIAGRAMAS DE FABRICO DE TRÊS PRODUTOS
LiSTA DE CONTACTOS
Câmara Municipal de Silves:
» Divisão de Gestão Urbanística
» Gabinete de Assessoria Jurídica
» Divisão de Serviços Urbanos e Ambiente
Telefone da CMS: 282 440 800
Direcção Regional de Agricultura do Algarve:
Divisão de Associativismo e Renovação do Tecido Produtivo
» Eng.º António Miranda
Endereço Electrónico: [email protected]
» Dra. Anabela Pires
Endereço Electrónico: [email protected]
Telefone da DRAAlg: 289 870 700
Direcção Regional de Economia do Algarve:
» Dra. Fernanda Oliveira
Tel.: 289 896 600 / 689
Fax: 289 896 690
Endereço Electrónico: [email protected]
» Eng.º Jorge Esteves
Tel.: 289 896 600 / 643
Fax: 289 896 690
Endereço Electrónico: [email protected]
» Secretaria Técnica, D. Fátima Mestre
Tel.: 289 896 600 / 657
Fax: 289 896 690
Endereço Electrónico: [email protected].
Associação in Loco - Núcleo de Messines:
» Joaquim Mealha Costa
Telemóvel: 916005508
» Margarida Cartaxo
Telefone do Núcleo: 282 339 254
Endereço electrónico do Núcleo de Messines: