os somascos no brasil
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Pe Enzo Campagna resume a trajetória dos Religiosos Somascos nestes 50 anos.TRANSCRIPT
Dedico este trabalho a todos os religiosos somascos que atuaram e atuam na missão do Brasil colocando a fruto seus dons no compromisso evangelizador e criando as condições para que muitos tivessem uma vida em plenitude acreditando na promoção integral do ser humano.
Quem ama ―recorda‖ e quem ama ―quer saber‖!
Penso de abranger, nesta expressão, todos os Religiosos e as pessoas em geral cujas vidas foram marcadas por esta História dos Somascos no Brasil.
Para uma instituição qual a Vice Província Cristo Redentor, 50 anos de presença em um território representam um grande evento pois a vida se desenvolveu em um tempo caracterizado por «profundas mudanças que progressivamente se expandem em todo o globo» (GS, 4). Moldada pela experiência amadurecida neste tempo, a Vice Província somasca deseja continuar a construção da própria história analisando o passado e avançando rumo ao futuro.
A Congregação no Brasil passou, no decorrer deste meio século, por seis comunidades, em seis dioceses diferentes; viveu o difícil equilíbrio entre a busca de espaços pastorais (paróquias), a vontade de manifestar a própria missão pelas obras e a necessidade de garantir a formação dos próprios irmãos.
CHEGADA DOS PRIMEIROS PADRES NO BRASIL -MICHELE PRIETRANGELO E ETTORE GIANNELLA–
RIO DE JANEIRO – 14 DE DEZEMBRO DE 1962
É uma história que se inicia em Roma durante o Concílio Ecumênico Vaticano II convocado pelo Papa João XXIII. O Cardeal Dom Jaime Barros Câmara, arcebispo de Rio de Janeiro, padre Conciliar, encontra-se com o Padre Geral Somasco Giuseppe Boeris na Basílica de Santo Aleixo no Aventino. Na Sala Conciliar fala-se muito em Missão Ad Gentes e surge espontâneo o convite para que os Religiosos Somascos assumam um compromisso evangelizador no Brasil na Diocese de São Sebastião na Cidade Maravilhosa.
Quem assume a proposta é a Província Romana com sede em Albano Laziale, Roma. Os Primeiros Padres, Miguel Pietrangelo e Heitor Giannella, recebem o Crucifixo, símbolo do missionário, e partem para a Terra de Santa Cruz. Chegam ao Rio de janeiro em 14 de dezembro de 1962, viajando na companhia do Cardeal e se hospedando durante alguns dias no Seminário Arquidiocesano.
Os Religiosos Somascos partem
levando consigo três pontos básicos, os
fundamentos, herdados do Fundador São
Jerônimo Emiliani: ORAÇÃO, CARIDADE
E TRABALHO.
Os Religiosos não demoram em se dirigirem ao lugar de missão. Assumem uma região periférica próxima de Manguinhos e moram na Igreja Cristo Redentor às margens da Avenida Brasil. Eles se deparam com dificuldades iniciais que superam com alegria e fé.
Rio é a primeira Comunidade Somasca onde se procura traçar um Plano para a Missão Brasileira. Torna-se a sede do Comissariado e se articula a organização jurídica para aquela que será chamada Sociedade Caritativa e Educacional São Jerônimo, transformada mais tarde em Associação Beneficente e Cultural São Jerônimo. Este trabalho é realizado sob a supervisão da CRB, que tem sua sede no Rio de Janeiro.
Esta é a Capela São Jerônimo Emiliani que surgiu no meio da Favela no início da missão somasca . Nos próximos dias durante a JMJ o Papa visitará o Templo dedicado ao nosso Fundador e a Comunidade Local. Aqui o Irmão Evandro renovou seus voto no mês de
dezembro de 2012.
No primeiro dia procuram com os Vicentinos as camas e colchões para poder descansar à noite.
Para janta conseguem pão e mortadela. E o calor? Haviam deixado o clima invernal europeu!
Na madrugada encontram-se os dois religiosos na frente da Igreja, de pijama, respirando um ar melhor, conversando sobre coisas passadas e dando risadas pela situação atual.
Os Religiosos Somascos permanecem nesta missão pelo período de 10 anos.
O decreto de fechamento da Casa do Rio de janeiro, assinado pelo Pe. Geral, data em 11 de maio de 1973.
No livro da Ata da Comunidade encontramos uma anotação que registra a
chegada em Uberaba e as primeiras impressões dos religiosos que chegam no
Abrigo de Menores: ―29/07/63. Chegamos a Uberaba aproximadamente às 15h. O
Instituto Abrigo de Menores Leopoldino de Oliveira encontra-se em situação miserável
Os meninos vestem roupas esfarrapadas e sujas. Usam as mesmas roupas para dormir: dormem assim por falta de peças íntimas e lençóis. As camas são muito feias e quebradas. Não tem nem cozinheira e nem lavadeira. Os meninos fazem tudo. Por isso trouxemos aqui a Sra. Alzira. Há muita sujeira em toda parte. A terra, cerca de 30 hectares, não é cultivada. Não tem nenhuma verba fixa. Os meninos são abrigados gratuitamente e vive-se somente de caridade. Tem três cavalos, um jegue, três vacas e uma bezerra. O número de abrigados supera as vagas, 47, por isso atualmente três camas são ocupadas por seis meninos. (30/07-63)
A instituição se localizava em um sitio próximo do Bairro Amoroso Costa e da estrada que é saída para Nova Ponte. O Bairro principal é o Boa Vista, onde há a Estação da Mogiana. As estradas são todas de terra, poeira no período de seca e muito barro no tempo da chuva.
Os somascos trabalham com dedicação neste orfanato; há um revezamento contínuo. Passam por aqui vários religiosos, todos vindos da Itália.
Sonham com muitas melhorias entre as quais um Ginásio Industrial São Jerônimo Emiliani a fim de capacitar os meninos para a vida e para a inserção no mundo do trabalho com qualificação. Isto não acontece, mesmo assim todos têm seu preparo intelectual. Vários são encaminhados para seu primeiro emprego.
Este trabalho somasco na direção do Abrigo dura 13 anos.
De repente os religiosos tomam uma decisão difícil: deixar a direção da Instituição. A reação da Comunidade Uberabense é negativa. Os Religiosos, muito estimados, são chamados a justificar a decisão tomada em nível de governo congregacional.
Na própria imprensa local encontramos as motivações para este passo:
―Os padres somascos empenhados numa tentativa corajosa de organizar a pastoral vocacional, na esperança de aumentar o número dos padres e religiosos estão reestruturando no Exterior e no Brasil as próprias obras. Também em Uberaba foi preciso reduzir nossas obras. Deixamos a direção do Abrigo de menores.
Achamosque para desenvolver uma obra educativa promocional nessa benéfica instituição de caridade se exigem pelo menos três religiosos. No momento, mal podemos dispor de um padre. É por isso que com muito pesar, vamos deixar a direção do Abrigo, continuando sempre às ordens no que for preciso para a assistência religiosa e educativa. Ficamos a frente do Abrigo 13 anos seguidos. Nesse período pudemos experimentar a bondade, sensibilidade e generosidade do povo de Uberaba. Etc.‖ (Lavoura e Comércio 11/03/76).
Os Somascos, após o fechamento do Abrigo, darão início a uma nova Obra Social somente no início da década de 90, quando surge a casa do Adolescente Guadalupe e mais tarde o CEFOP São Jerônimo Emiliani.
Aos Religiosos Somascos é oferecida pelo arcebispo a nova Paróquia N. S. das Graças até então Capela da Paróquia São Domingos..
Eles aceitam a proposta e iniciam seu trabalho pastoral em um território que se estende até o Rio Claro por 35 Km. Os primeiros padres são o Heitor Giannella, Luis Stella e o Nicolau Ruggi.
Muitos são os desafios, pois o território é periférico e rural. Neste tempo o meio de locomoção é o cavalo e o melhor transporte é a charrete. É comum ver os padres de hábito branco ir até a Matriz ou mesmo nas Capelas da Vila Arquelau, na periferia, ou em Santa Rosa e Itiquapira, na zona rural, para atenderem confissões, visitarem doentes e celebrarem missas. É necessário um grande espírito de sacrifício, mesmo porque as ruas e estradas são todas de terra.
Nesta Paróquia sucedem-se vários religiosos e todos deixam sua marca registrada pela simplicidade de vida, pela dedicação ao povo de Deus e pela sólida formação oferecida aos leigos que se tornam multiplicadores na tarefa evangelizadora. Muitos abraçam o Carisma de São Jerônimo e o vivem assumindo o compromisso de espiritualidade e de transformação da sociedade.
Surgem iniciativas que marcam 50 anos de caminhada: Escola da Fé (organizada pelo Pe. Tiziano Marconato) , Ministérios diversos, Pequenas Comunidades, Pastorais Sociais, Animação da Juventude e vocacional, Animação Missionária, Pastoral Familiar, entre outros.
A Paróquia N. S. das Graças foi criada em 20 de março de 1964 e coordenada até hoje pelos religiosos somascos.
A trajetória vocacional e de formação somasca passa por várias etapas, conquistas e desafios.
Inicialmente se atua com adolescentes. É um período de muita animação e criatividade própria desta faixa etária. A caminhada, porém é longa e poucos são aqueles que perseveram. Poucos os frutos colhidos.
A partir dos anos 80 surge uma nova etapa onde se utiliza o nome Seminário Somasco. Neste trabalho formativo se destaca a figura de Pe. Américo e outros religiosos que juntamente a vários leigos e leigas vivem momentos bonitos e importantes, como também sofrem as angústias de alguns insucessos. Ótimo é o Grupo de Animação Vocacional e o Grupo de Famílias que apadrinham os seminaristas. Este último cria um ambiente familiar junto aos jovens e aos religiosos que se manifesta em vários momentos de vida.
A caminhada é longa e poucos são aqueles que perseveram. Poucos os frutos colhidos. Mas estes permitem a abertura de novos caminhos com novas perspectivas. O Carisma Somasco vai se identificando com os jovens brasileiros.
Os Religiosos Somascos são convidados a assumirem pastoralmente a Cidade de Presidente Epitácio, pertencente à Diocese de Presidente Prudente. O Bispo Diocesano Dom José Gonçalves lhes confia a Paróquia São Pedro, cujo território acompanha por vários Quilômetros o percurso do Rio Paraná. Uma das motivações que leva a este novo compromisso pastoral é a busca de um campo vocacional fértil.
Os Padres Nicolau Ruggi e Domenico Cristofano chegam à cidade em 04 de Maio de 1973, acolhidos pelo Pe. Jerônimo Castiglione, secular, que é administrador paroquial. No dia 06 de junho às 19:00 h os religiosos tomam posse da Paróquia contando com a presença do bispo diocesano: Pe. Nicolau como pároco e Pe. Domenico como Vigário Cooperador. O novo pároco durante a missa de posse dirigindo a palavra ao povo garante a disposição dos religiosos somascos em se colocarem a serviço da nova comunidade a eles confiada.
―O campo apostólico é vasto e apresenta de diversos pontos de vista maravilhosas possibilidades. Continuem e renovem sempre vosso zelo, vosso entusiasmo: não faltarão frutos consoladores‖ (Pe. Giuseppe Fava, Prepósito Geral—02/07/77
―Tenho transcorrido alguns dias em Presidente Epitácio. Agradeço vivamente o Senhor pelo empenho e pela disponibilidade com a qual os Padres Nicolau Ruggi e Domenico Cristofano acompanham as inúmeras atividades da Paróquia e das Regiões próximas. Sua disponibilidade oferece boas esperanças para o futuro desta Paróquia e o sacrifício aceito cotidianamente dará certamente seus frutos. Deixo esta comunidade com um grande sentimento de saudade e peço ao Senhor que conceda aos dois coirmãos a constante alegria de servi-lo nos mais necessitados realizando totalmente o projeto de bem de São Jerônimo.‖ (Pe. Cataldo Campana
Os somascos Incentivam os leigos a assumirem os diversos ministérios: Ministros da Eucaristia, Catequese de crianças e adultos, Pastoral da Juventude, Sofredores de Rua, Pastoral da Criança, Pastoral Familiar, Acampados, Assentados, Pastoral da saúde, Pastoral do menor, Pastoral do Dízimo, Pastoral Litúrgica, Pastoral Bíblica, Pastoral Vocacional, etc.
Apoiam o povo na construção e reforma de Templos e locais para as atividades de evangelização: Salões Paroquiais e Salas de Catequese, construção de Capelas e salões comunitários na Cidade e nas Agrovilas, Centro Pastoral Paulo Apóstolo, Casa Marta, Rádio Comunitária, etc. .
Queremos lembrar uma preocupação que os Religiosos manifestam desde o início, isto é a vontade de realizar uma Obra específica com crianças e adolescentes. Pensando nesta finalidade eles adquirem terrenos na Chácara do Helvécio.
Esta casa representou o marco de uma história cheia de entusiasmo e muita criatividade e abertura para o Novo, seja na Cidade de Campinas, como na idade de Presidente Epitácio.
A primeira Casa pré-fabricada vem de Campinas e junto com ela os voluntários Clóvis e Cícera. Surge o primeiro núcleo de crianças internas; a Casa começa a funcionar em 01 de abril de 1993. Logo o Pe. Atílio Taricco, em 01 de junho, dá início à construção da Casa dos Religiosos. Antes do término da construção o Pe. Américo, recém chegado em Presidente Epitácio, se transfere para o Espaço Criança e com o auxílio de Natal Bispo inicia um trabalho diurno com um grupo de meninos que viviam pelas ruas da cidade.
A Obra se expande, conforme planejamento crescem as estruturas e os equipamentos: Poço Semi-artesiano, Instalações do diurno, Campo de Futebol, Casa São Miguel Arcanjo e Capela Mãe dos Órfãos, patrocinadas pelo Don Michele Cipriani junto à Paróquia São Miguel Arcanjo de Terlizzi, Salão para Oficinas, Salão Comunitário, Casa do Abrigo para adolescentes...
O Pe. Geral visita e escreve no livro das Atas: ―Agradeço ao Senhor por estes dias de convivência entre irmãos dedicados generosamente ao serviço do Reino de Deus e capazes de amar, com tanto sacrifício, aos mais necessitados, manifestando assim a fidelidade ao carisma de São Jerônimo‖. (Pe. Bruno Luppi, Prepósito geral—17/12/95).
―Dois de janeiro de 1977. A partir de hoje nos encontramos definitivamente nesta nova Paróquia N. S. do Rosário da Vila Luzita. Por enquanto, antes de realizar a convenção com a diocese permanece aqui o Pe. Libero como vigário ecônomo e Pe. Heitor como vice. Quanto antes se firmará a convenção‖.
Em 22 de fevereiro chega da Itália o Diácono Enzo Campagna e no dia 07 de março chega de Presidente Epitácio o Pe. Domenico Cristofano; os dois religiosos tornam-se membros desta Comunidade. O Pe. Heitor se transfere para Presidente Epitácio.
Na comunidade de Santo André os religiosos somascos descobrem novas realidades com novos desafios. O êxodo rural cresce cada vez mais e provoca o crescimento urbano nas periferias. Em um lugar onde é marcante a presença de imigrantes europeus de repente chegam cada vez mais famílias de vários estados brasileiros, sobretudo do Paraná e do Nordeste.
Os religiosos junto aos leigos procuram atender a população em todo o território: os morros que se enchem de barracos, áreas próximas da represa onde os terrenos não estão regularizados. Esse povo é muito religioso, mas encontra bastante dificuldades para ir até igreja pela distância e pelas estradas em sua maioria ainda de terra. A igreja, aprendendo, sobretudo com a orientação do documento de Puebla, produzido pelos Bispos da América Latina, se desloca até as comunidades afastadas, reunindo e celebrando nas casas.
O trabalho evangelizador procura unir a fé e a vida. Enquanto isso as Comunidades ou os religiosos se organizam e criam estruturas: a Creche Somasquinho, a Capela São Jerônimo Emiliani na Represa, a Igreja Mãe de Deus; a Creche São Jerônimo Emiliani, Igreja N. S. Aparecida, Igreja São João Batista, Igreja São Jerônimo Emiliani, Igreja Sagrada Família, Centro Comunitário São José Operário, Capela do Sagrado Coração de Jesus, etc., sem dúvida se destaca aqui a iniciativa do padre Atílio Taricco.
Nesta Comunidade passam vários religiosos somascos e são tomadas decisões marcantes. A área paroquial foi dividida criando-se a nova paróquia Maria Mãe de Deus e dos Órfãos. A Congregação entrega a antiga paróquia para a diocese. O recomeço é muito difícil, pois falta estrutura. Corajosamente os religiosos enfrentam a nova situação criando os ambientes para moradia e para as atividades pastorais.
O Seminário de Santo André é constituído de duas casas geminadas, a construção é acompanhada pelo Pe. Heitor no primeiro semestre de 1977; terminada esta tarefa no final de maio ele se transfere para a Comunidade de Presidente Epitácio. Deixa tudo pronto, móveis, equipamentos para acolher até 14 seminaristas. Os jovens chegam na casa em janeiro de 1978, muito animados, mesmo se alguns temerosos pela novidade do mundo urbano da Grande São Paulo.
―(Um ex-seminarista)... no início de l.979 chegava a Santo André, mais precisamente na Vila Luzita, na Avenida São Bernardo do Campo, 250, para partilhar com um grupo de 11 outros jovens o caminho para se descobrir a vocação. Uma experiência fantástica e fundamental para a consolidação do caráter e do comportamento. Encontros vocacionais, retiros espirituais, trabalhos nas comunidades eclesiais de base CEBS e muita reflexão sobre Puebla. Missas, horários de estudo, descanso, responsabilidades perante ao grupo, e a interação com a comunidade, muito colaboraram para a formação do cidadão Rui Spínola.
Os desafios e polêmicas que a Igreja toda enfrenta, dentro de uma caminhada de fé à luz da Teologia da Libertação na América Latina, atingem também os somascos no Brasil. Os Religiosos e os Formandos são interpelados por esta realidade:
Todos oferecem sua resposta; alguns partem para um trabalho mais assistencialista; outros resolvem assumir o aspecto mais promocional e libertador que levará a conquistas importantes da Sociedade Brasileira.
Em 1986, a partir de debates angustiantes e no mesmo tempo
esperançosos, se dá fim a esta fase com o fechamento do seminário de Santo André e se busca uma solução nova em outro território brasileiro..
Esta comunidade desde seu início assume a dimensão social de diversas maneiras. Os religiosos auxiliados pelos leigos fundam creches, inserem-se na Pastoral do Menor, engajam-se na Pastoral da Moradia e Favelas, criam várias iniciativas que favoreçam as crianças e os adolescentes que vivem em situação de marginalização. Uma das modalidades seguidas nesta última tarefa é o abrigamento de meninos e meninas encaminhados pelo juiz ou pelo conselho tutelar. É uma atividade árdua que exige um empenho ininterrupto e o enfrentamento de muitos riscos. Atualmente a atividade se limita ao atendimento de crianças e adolescente com um trabalho diurno sócio educativo e assistencial. A necessidade é enorme e o projeto se torna viável pela importante colaboração laical.
Atualmente a atividade se limita ao atendimento de crianças e adolescentes com um trabalho diurno sócio educativo e assistencial. A necessidade é enorme e o projeto se torna viável pela importante colaboração laical.
―21/10/86 – Hoje as 19:00 h. visitou o Seminário Dom Gilberto. Toda Comunidade estava presente. O Bispo presidiu a Celebração Eucarística em nossa pequena Capela, concelebrada pelo Pe. Pedro e pelo Pe. Tiziano. Dom Gilberto no início da celebração agradeceu a Deus por poder celebrar esta Missa conosco. Na homilia ressaltou o Carisma de São Jerônimo e exortou os jovens para que seguissem firmes, cuidando da própria formação e cultivando a oração. Depois da oração ficou conosco para o jantar‖.
Dom Gilberto, arcebispo de Campinas celebrando na primeira casa/seminário de madeira.
Esta Casa é utilizada desde 1986 para diversos momentos formativos: postulantado, noviciado, pós-noviciado. Os jovens se interessam pela Congregação e é relevante o número daqueles que alcançam as metas propostas.
Paralelamente são construídos os locais necessários para acolher os formandos. Os religiosos que trabalham na formação vão aparecendo no cenário conforme a necessidade.
Durante alguns anos os religiosos estudantes de teologia se mudam para Santo André em sua preparação para o sacerdócio e se adaptam aos ambientes simples da Casa Paroquial, se deslocando diariamente em São Paulo para seus estudos universitários.
Os padres Sérgio e Carlos faziam partes Do grupo de formandos
Enquanto isso se abre uma casa d formação em São Paulo, na Vila Arapuã Km. 13 da Anchieta no Grande Ipiranga onde moram os junioristas somascos, estudam nas faculdades da cidade e atuam pastoralmente em Santo André. A desistência de alguns religiosos jovens e a frágil perspectiva vocacional levam o Capítulo da Vice Província à decisão sofrida de fechar esta casa de formação.
A formação se concentra novamente em Campinas, agora com uma clareza maior por termos em mãos diretrizes da Animação Vocacional e Formação. Mesmo acontecendo outras mudanças no campo da formação, lentamente algo se move, a confiança cresce e os jovens se aproximam mais do meio somasco.
Tem influenciado certamente o momento muito especial de três anos de preparação para o Ano Jubilar da libertação de São Jerônimo. As iniciativas originais tomadas em nível congregacional e também na Vice Província Cristo Redentor têm unido as comunidades somascas e proporcionado uma benéfica volta às fontes.
SURGIU EM 1990 E FOI UM MARICIO DO REINÍCIO DAS OBRAS SOMASCAS NO BRASIL APÓS O FECHAMENTO DO ABRIGO DE UBERABA. ESTA OBRA CONCLUIU SUA MISSÃO EM 2012 SOBRETUDO PELA MUDANÇA SOCIAL QUE ACONTECEU NA REGIÃO ONDE A CASA SÃO JERÔNIMO ESTAVA SITUADA. HOJE PEÉDIOS E CONDOMÍNIOS OCUPARAM TODO O TERRITÓRIO.
PÉ NA ESTRADA!
Desde 1986, início da Casa de Campinas, os somascos não medem esforços para apoiar a Comunidade Católica do Bairro Santa Cândida. Inicialmente somam forças com as Irmãs da Misericórdia e com os Padres Paulinos. Aos poucos assumem o trabalho Pastoral imprimindo uma característica específica a partir do carisma somasco.
Chega-se à criação da paróquia pelo Bispo Dom Bruno Gamberini em 23 de novembro de 2006. Vários padres e religiosos animam a paróquia, mas quem imprime um ritmo especial é o Pe. Sergio Augusto Farias que inicia seu trabalho como diácono e organiza pastorais e locais paroquiais inclusive a construção do Templo.
O Centro Social Maria Mãe dos Órfãos define o perfil desta Comunidade mesmo quando no território aumenta a classe média e, com ela grandes prédios e empreendimentos.
―A Paróquia São Jerônimo Emiliani, localizada no Jardim Santa Cândida, iniciou um sistema de atendimento gratuito para pessoas de baixa renda, envolvendo consultas médicas e atendimento psicopedagógico para crianças com dificuldades de aprendizado. Os atendimentos começaram em abril. Quinzenalmente, às segundas-feiras das 14h às 16h há consultas médicas e todas as quartas-feiras, das 14h às 17h, o atendimento é realizado por voluntários no Centro Social Maria Mãe dos Órfãos, localizado na secretaria paroquial. Para as crianças com dificuldades na escola o atendimento pedagógico é realizado todas as quartas, das 18h30 às 20h e, aos sábados, das 14 às 16h‖. (Jornal do Taquaral)
A Comunidade cresce paralelamente à construção do Templo e das estruturas paroquiais. Ninguém fica de braços cruzados, toda colaboração é bem vinda e abre novos caminhos para a evangelização.
A missão do Brasil desde seu início se rege no sistema de Comissariadodependente da Província Romana. Sua primeira sede é Rio de Janeiro e depois Uberaba. Neste regime de governo não há Capítulo próprio e sim dois membros participam do Capítulo da Província a cada três anos. O Comissário é escolhido pelo Provincial entre três nomes indicados pelos religiosos somascos residentes no Brasil. As decisões, então terão que ser sempre confirmadas pelo governo provincial e, conforme os assuntos, ratificadas pelo Governo Geral.
As comunicações são feitas quase que exclusivamente por carta; podemos imaginar a dificuldade. Mesmo assim a caminhada procede cheia de esperanças e contratempos.
Finalmente em setembro 1997 é convocado o primeiro Capítulo da Vice-Província Cristo Redentor no qual assume como Prepósito vice-provincial o Pe. Almir Gonçalves dos Reis que dirige a missão por dois mandados de três anos.
A partir do Capítulo Geral 2005 os mandados passam a ter a duração de quatro anos.
M e s m o passando por algumas crises marcantes ― -...se o grão de trigo não cai em terra e não morre, não dá fruto...‖ - a Vice-Província consegue definir suas metas aprovadas nos documentos dos Capítulos e amadurecer suas prioridades. O processo tem sido lento, mas no momento parece sinalizar para resultados. Estas são as metas atuais:
(priorizar a animação vocacional; definir espaços e religiosos com perfil na casa de formação; promover iniciativas em ocasião do Jubileu da Libertação de São Jerônimo e do Jubileu de Ouro da fundação brasileira).
(vida fraterna nossa vocação; a vida comunitária é nossa salvação; prática do perdão, formação ao diálogo, serviço da autoridade com atitudes pastorais; fidelidade ao testamento de são Jerônimo e à martiria).
(comungar e vivenciar o carisma e a missão com leigos que se identificam com o nosso jeito de ser; animar os leigos para um compromisso de cooperação; proporcionar encontros de formação, organizados pelo MLS; favorecer aos jovens a inserção no mundo somasco).
(organizar a economia da Vice-Província para uma melhor visão dos bens e aperfeiçoar a prática administrativa dos mesmos, sobretudo em vista da formação).
SATUBA, ALAGOAS: NO ANO JUBILAR SE ABRE UM NOVO CAMPO DE MISSÃO A PARTIR DO JOVEM VOCACIONADO ALUISIO (COLEGA DE TEOLOGIA DO PADRE VICENTE) , ATUALMENTE NOVIÇO SOMASCO. OS SOMASCOS INICIAM UM TRABALHO DE EVANGELIZAÇÃO COM A ESPERANÇA TAMBÉM DE UM CAMPO VOCACIONAL FÉRTIL.
O PADRE SÉRGIO ESTÁ ATUANDO POR LÁ AUXILIADO EM ALGUNS MOMENTOS PELOS RELIGIOSOS SOMASCOS DE OUTRAS COMUNIDADES. O BISPO DE ALAGOAS DEU POSSE AO PÁROCO NO DIA DA FESTA DE SÃO JERÔNIMO EMILIANI. O PADRE AMÉRICO, VICE-PROVINCIAL, MARCOU PRESENÇA E PERMANECEU POR LÁ DURANTE ALGUNS DIAS TOMANDO CONHECIMENTO DA NOVA REALIDADE SOMASCA E AJUDANDO A ORGANIZAR O AMBIENTE.
ELABORAÇÃO DO PADRE ENZO CAMPAGNA, CRS