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-9l_ ANN0 XXIV ^éSÊÊÉyL.PRÊCOS: OTICQ^nÇO No Rio $500 Nos Estados. f . _ $600 SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE AS QUARTAS FEIRAS RIO DE JANEIRO. 30 DE JANEIRO DE 1929 OÉbrio daf-armoniea NUM. 1.217 Urtl ébri0 Q S s passa pela porta da casa de Carrapicho / r ' ' f \Wjmw OÍv? '"' >rr't-anóo toda a visir.hanqa. Depois veiu-lhe o euPado Se_. oca narmonica. Outro dia o pobre desoc- *—-—^^^^x /T^^^^B \_V_7 somno e o ébrio esticou-se á sombra, entregue ao somno u-se e cantou durante muitas horas, ...L^\y ) \_—-_É B mais profundo ccmo se fora o homem mais feliz do ... /x\_ kl^^^^my9\ ^m ,^^^^\' ^-—4Baí |P>Tk!_y _é« unci0 Urde o Dveitaram então Jujuba e Lamparina aprove» íormTv.rnbr'agado e lhe ataram as mãos. Mais '"•naco acordou. Tornou novamente a -•• o.. harmônica e quando começou a musica Jujuba e Lamparina puxaram as cordas com que lhe tinham amarra- do as mãos e esticaram a harmônica até quasi arrebental-a.

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-9l_ANN0 XXIV

^éSÊÊÉyL. PRÊCOS:OTICQ^nÇO No Rio $500Nos Estados. f . _ $600

SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE AS QUARTAS FEIRAS

RIO DE JANEIRO. 30 DE JANEIRO DE 1929

OÉbrio daf-armonieaNUM. 1.217

Urtl ébri0 Q S s passa pela porta da casa de Carrapicho / r ' ' f \Wjmw OÍv? '"' >rr't-anóo toda a visir.hanqa. Depois veiu-lhe o

euPado Se_.

oca narmonica. Outro dia o pobre desoc- *—-—^^^^x /T^^^^B \_V_7 somno e o ébrio esticou-se á sombra, entregue ao somnou-se e cantou durante muitas horas, ... L^\y ) \_—-_É _Ç B mais profundo ccmo se fora o homem mais feliz do ...

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_é« unci0Urde o

Dveitaram entãoJujuba e Lamparina aprove»íormTv.rnbr'agado e lhe ataram as mãos. Mais'"•naco

acordou. Tornou novamente a -••

o.. harmônica e quando começou a musica Jujuba eLamparina puxaram as cordas com que lhe tinham amarra-do as mãos e esticaram a harmônica até quasi arrebental-a.

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O TICO-TICO 30 — Janeiro 1923

EDIÇÕES

PIMENTA DE MELLO 5 C.TRAVESSA DO OUVIDOR, 34

Próximo á Rua do OuvidorCRUZADA SANITÁRIA, discursos de

Amaury de Medeiros (Dr.) , 5(000O ANNEL DAS MARAVILHAS, texto e

figuras de João do Norte , 2J000ÇASTELLOS NA AREIA, versos de Ole-

gar.o Marianno.... 5$000COCAÍNA..., novella de Álvaro Moreyra 4(000PERFUME, versos de Onestaldo de Pen-

nafort ..¦ ,.,.. 5(000BOTÕES DOURADOS, chronicas sobre a

vida intima da Marinha Brasileira, deGastão Penalva .._.¦ .... 5(000

LEVIANA, novella dó escriptor portuguezAntônio Ferro...... i 5(000

ALMA BARBARA, contos gaúchos deAlcides Maya .• 5(000

PROBLEMAS DE GEOMETRIA, de Fer-reira de Abreu 3(000

JUPA ANNO DE CIRURGIA NO SERTÃO,de Roberto Freire (Dr.) _ J8$000

pROMPTUARIO DO IMPOSTO DE CON-SUMO EM 1925, de Vicente Piragibe... 6(000

LIÇÕES CÍVICAS, de Heitor Pereira(Z* edição) 5(000

COMO ESCOLHER UMA BÔA ESPOSA,de Renato Keh] (Dr 4(000

HUMORISMOS INNOCENTES, de Areimor 5(000ÍNDICE DOS IMPOSTOS EM 1926, de

Vicente Piragibe.. JOÇOOOTODA A AMERICA, de Ronald de Car-

valho ,...., i 8(000ESPERANÇA — epopéá brasileira, de Lin-

dolpho Xavier .... 8(000APONTAMENTOS DE CHIMICA GERAL

—> pelo Padre Leonel da Franca S. J„- cart 6(000

CADERNO DE CONSTRUCÇÕES GEO-MÉTRICAS, de Maria Lyra da Silva 2(500

QUESTÕES DE ARITHMETICA, theorica»e praticas, livro officialmente indicadono Collegio Pedro U, de Cecil Thiré... 10$000

INTRODUCÇAO A SOCIOLOGIO GERAL,1.* prêmio da Academia Brasileira, dePontes de Miranda, broch. 16$, ene. 20(000

TRATADO DE ANATOMIA PATHOLO-GICA, de Raul Leitão da Cunha (Dr.),Prof. Cathedratico de Anatomia Patho-lógica na Universidade do Rio de Janeiro,broch. 35(000, ene. , 40(000

O ORÇAMENTO, por Agenor de Roure,1 vol broch 18(000

OS FERIADOS BRASILEIROS, de ReisCarvalho, 1 vol broch 18(000

THEATRO DO TICO-TICO, repertório decançonetas, duettos, comédias, farças..

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ISÜSI

RIO DE JANEIROpoesias, diálogos, monólogos, obra farta-mente illustrada, de Eustorgio Waader-ley, 1 vol. cart ,...

HÉRNIA EM MEDICINA LEGAL, porLeonidio Ribeiro (Dr), 1 vol. broch. ..

[TRATADO DE OPHTHALMOLOGIA, deAbreu Fialho (Dr.), Prof. Cathedraticode Clinica Ophthalmologica na Universi-dade do Rio <fe Janeiro, 1* e 2.* tomo]do 1.* vol., broch. 2S( cada tomo, ene.cada tomo

DESDOBRAMENTO, de Maria EugeniaCelso, broch

CONTOS DE MALBA TAHAN, adaptaçãoda obra do famoso escriptor árabe AliMalba Tahan, cart. ..

ÇHOROGRAPHIA DO BRASIL, texto emappas, para os cursos primários, porClodomiro R Vasconcellos, cart ._

Pr. Renato Kei . — BÍBLIA DA SAÚDE," ene ....Z" MELHORE-

MOS B PROLON-GUEMOS A VI-DA, bronch

EUGENIA E MEDI-c i n a social;broch

A FADA HYGIA,enc. *•••>¦••• ¦ • • • • •«i

COMO ESCOLHERUM BOM MARI-DO, ene

FORMULÁRIO DABELLEZA, ene. ..

ANTHOLOGIA DEAUTORES BRASILEIROS, 1 vol cart.

Clodomiro R. Vasconcellos — CARTILHA,1 vol. cart .,

Prof Dr. Vieira Romeiro — THERAPEU-TICA CLINICA, 1 vol. ene. 3S(, 1 vol.broch

Evaristo de Moraes — PROBLEMAS DODIREITO PENAL E DE PSYCHOLO-Ü1A CRIMINAL, 1 vol. ene. 20(, 1 vol,broch. .. ,j,

Miss. Capricé — OS MIL E UM DIAS,1 vol. broch .,

Álvaro Moreyra — A BONECA VESTI-DA DE ARLEQUIM, 1 vol broch......

Elisabeth Bastos — ALMAS QUE SOP-FREM, I vol broch

A. A Santoj Moreira — FORMULÁRIODE THERAPEUTICA INFANTIL, 4.»

edição ...., ..„,

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mHeitor Pereira <—

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30 — Janeiro — 1929 3 — O TICO-TICO

N'UM LAGO DE LOTUSO peregrino estava exhausto da longa câtninhàdaAndara de paiz á paiz, de cidade á cidade, levando

Consolo aos torturados.Em toda a parte encontrara a dor e o soffrimento

er"açados num perenne abraço.Os movimentos de ventura e alegria, eram tao ra-

r';- que já não tinha lembrança-da sua manifestação.Mas, como cra apóstolo de uma religião de consolo

Por onde passava deixava nas almas um raio de palpi-tante esperança.Elle falava de uma morada para além da vida onde

s justos encontravam paz e serenidade.EHe pregava que só a dôr purifica as almas.Dizia: a felicidade não é deste mundo!Aos mendigos, aos entes mais desprezíveis acolhia•r0»' "ma bondade impregnada de suave doçura que se

Radiava pel0 seu semblante divino... ..Quando estiver no Reino de meu pae estes serão

0!í meus companheiros.*¦*••• cabia numa abstracção silenciosa evocando

Paz! pa2!Os tristes, os desilludidos, ficavam com o coraçãoePleto de suavidade e confiança nas palavras do evan-

6elizador.Efa o sol da esperança na noite sombria da vida.

. Kesse dia, armara a sua tenda á margem sagradaue "mjago de Lotus.Não tardou que se approximassem os acossados da

or e da miséria e pediram: — fale-nos Senhor, dascousas divinas!

Elle respondeu:•^ois almas velhas meus irmãos!

Dobustece eengordo g

FARINHA LÁCTEA QPHOSPHATADA c .

VITAMINADAUSllvA ARAÚJO aC*

MÃESDAE A VOSSOS FILHOSLICOR-«CACAU*Vermifugo de Xavier é o

melhor lombrigueiro porquenão tem dieta, dispensa a

purgante, não con-*tém óleo, é gostosa

e fortifica ascrianças.

faz expellir os .venr.es infeslinaes.•que lanta mortandade

produz nas creanças

.-W\A."I

CONTOS PRIMAVERISD E

Rachel P r a'd ot Lindo livro illustrado — Próprio para a infância e

juventude.A' venda nas Livrarias: Alves, Garnier e Leite

Ribeiro.

Tendes retemperado as vossas ânsias na desespe-rança e no soffrimento e por isso bateis á porta do pe-regrino em busca de consolo.

Felizes daquelles que sabem que a felicidade residepara além...

Mestre, pergunta um dos mendigos de olhar vagoe rosto triste:

¦— Tor que razão a flor de lotus tão branca e tãopura esponta do lodo?

Para vos demonstrar que como o Lotus tambémexistem almas que se lhes assemelham. Almas puras,tão brancas que mesmo em meio do lodo da vida não secontaminam e como o Lotus que procura a luz do Solassim elles buscam a luz divina!

Todos olharam instintivamente para o lago de Lo-tus e viram que as suas flores eram de brancura imma-culada e que as suas pétalas volvidas para o Céo pediamcomo braços levantados a graça do Senhor!

RACHEL PRADO.

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O TICO-TICO -~ 4 30 — Janeiro — 192ã

chá....

A MORTE DA GRIPPE.

com biscoitos d—uma refeição sa~borosa -—- Nao seesquepa porém deservil-o com os^excellentes . . .

BISCOITOS ^AYJJUIRE

SCCC. PROP.MOINHO INOL-Z

J.P.

fi/ lenha ¦ÍQmadtfdmmbaiÚ0/s&^ *Isema mencrçAeceid-de. ÚC^&r^Al^xmstLpattâslosse/nigúppér} \f^J 1

I potçue mamãe mandocc j \\y JS/ jaomptaJcstislnd/iaSt L s/- #/JI __te mtf*ggg>- J^

JírjtAnillA. ( P-iÍJrwniãã

"¦-Sr»'

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A' venda era todas as pharmacias e drogarias

ILLUSTRAÇÃO BRASILEIRAREVISTA MENSAL ILLUSTRADA

COLLABORADA PELOS MELHORES ESCRI-PTORES E ARTISTAS NACIONAES E

ESTRANGEIROS

Si cada sócio enviasse à Radio Sociedade «maproposta de novo consocio, em pouco tempo ellapoderia duplicar os servicjos que vae prestando aosque vivem no Brasil.

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Iir. .todos os lares espalhados pelo immenso ferri-torio do Brasil receberão livremente o confortomoral da sciencia e da arte..- __

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t ^*^^ftftfll,w-|»<yvxwfwvy¥yr>ir^

CO -TICO

(FROPRIEDADií _a SOCIEDADE ANONYMA 'O MALHO")Redactor-Chefe: Carlos Manhães — Director-Gerente: Antônio A. de Souza e Silva

•'-matara» _ llruMli 1 anno, 25$000| 6 mure». MfOOO en —strnngclroí 1 anno, COSOOOi A meie», a5$(>001 [»X>_>A 1 tÍif,"*a ot,'necam sempre no dia 1 do mez em que forem tpmaaas e serio acceltas annual ou semestralmente.! iCOm valor^lufifiiipON_j_.c:'.A, oomo ioda a remessa de dln netro, <oue pôde ser leia por vai» ooatal ou oarta registrada'° MalhÓ aeclarado', deve eer dirigida â Sociedade Anony ms O MAL.HO — flua ,*o Ouvidor, 164. ündereco telegraphico:'- Suocur» 7" * '-'«'«Phonea: Gerencia: Norte, 6402. Esorlptorlo: Norte: 6818. Annuncloi: Norte, «181. Oíflclnas: Vlüa, 6247.

>^ u"al em S. i'aulo, dirigida pelo Dr. Plínio Cavalcanti — Rua Senador FelJo a. .7, »• andar. Salas 86 e 87.

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IDADE D A LUAMeus netinhos:

¦ *Ua é dos planetas que vagam no*° mais conhecido de vocês. Quando o""po

está bom, todos a vêem, ora grande,m°sa, a derramar sobre a Terra a luzIa tea(^a ^° luar> ora pequena, mais ruti-

e e sempre querida. Vovô mais de umatem falado a vocês da lua, das suas°ntanhaR e valles. Hoje vae falar sobreaid^ledalua..

fi •, de ° momento em que, como umtio iG .Z' a *ua se mostra no céu até quan-' Cepois de haver passado por differentesSes, ella desapparece, tem uma idade,

5 m° qualquer pessoa.te

"^m Astronomia designa-se assim oe P° decorrido entre a primeira lua nova3 momento de que se trata.a , \ ° conhecimento da lua que indica

Pnase na qual se encontra o satellite daerra.E' um estudo interessante saber-se0 a ^ua illumina as noites.com effeito os 6, 7, 8 e 9 dias da lua

•e AesP°ndem ao Io quarto; os 13, 14, 15-di °* (1-as, á lua cheia; os 20, 21, 22 e 23°'1» ?.* ao ultimo quarto e os 28, 29, 30- eaias> a lua nova.

A idade se conta sem fracçõe? da se-guinte maneira: durante 24 horas a con-tar do instante da lua nova, diz-se que alua tem um dia, durante as 24 horas se-guintes tem dois e assim por deante até30. A idade se conta a partir do meio dia.

Um meio muito simples para deter-minar a idade da lua é servir-se da Bpa-da (numero de dias, que tinha a lua a 31de dezembro do anno precedente, exce-ptuando-se os annos bisextos, que têm aidade de 30 de dezembro).

A Bpacta é dado em todos os calen-darios e annuarios.

Eis a maneira simples de se fazer ocalculo:

Começa ajuntando á Bpacta dóanno o numero de mezes decorridos des-de janeiro menos 1 (fevereiro) e em se-guida o numero de mezes em que nosachamos. Somma-se; e o resultado obti-do é a idade da lua. Se o total fôr supe-rior a 30 subtrae-se desse numero a som-ma obtida e o resto será o resultado pro-curado.

E' um calculo fácil, que qualquermenino pode fazer sem auxilio de maio-res conhecimentos mathematicos.-

Vovô

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O TICO-TICO - 6 — 30 — Janeiro — 1929

m \ -> vJ"**_L ____! É^T^X

J_J*'^_^,5__T_11___?OTICOTICO

NASCIMENTOS

^ -" Coriolano é o nome do lindo menino que desdeo dia 12 deste mez é o encanto maior do lar do Sr. Dr.Coriolano de Góes, chefe de policia desta capital e de suaesposa D. Maria Apparecida de Araujo Góes.

<- -> Com o nascimento de uma menina, acha-se enri-qtiecido o lar do Sr. Dionisio Spina, commerciante, e desua esposa Sra. Eleuteria Spina.

® ® No" dia 15 do corrente, em São Paulo, o lar doSr., João Castaldi, director do vespertino "A Capital" eapreciado confrade, viu augmentar ' sua já numerosafamilia com o feliz nascimento" de mais uni meninoque se chamará Ivan Gilberto.

ANNIVERSARIOS

<- -> Completou no dia 22 do cor.-rente o seu primeiro anno de existênciaa menina Heliodalva, filhinha do Sr.Waldemar José dos Santos.

-> -• Fez annos a 24 a gentil senhori-ia Lydia Iorio, filha do Sr. VicenteIorio e D. Antonietta Iorio. A anniver-sariante foi muito felicitada pelas suasamiguiinhas.;

EM LEILÃO...

-> <._ Estão em leilão as moças erapazes moradores á Rua Antonio Rego,Olaria: Quanto dão pelos vestidos de

¦___^_. . -fa. ' V»^'_.,-»*.»,-r»-.-- .

Nair? pela infantilidade dc Yorgette? pela gordura deAlthair? pelo sorriso de Beatriz? pelo comportamento deZenith? pela amabilidade de Dinah? pela conversa de Fe-lismina? pelos cabellos de Glorinha? pela sympathia <leIrene? pela elegância de Felizardo? pelo andar cie Horacio?pelos modos de Isolina? pela bellezinha de Harmindo? pela"pose" de Lyra? pelo desembaraço de Maria? pela deli-cadeza de Álvaro? pelo acanhamento de Dinorah ? pela vozde Raphael? e, finalmente, quanto dão por mim, que souum leiloeiro sem licença?

NO CINEMA...

^ <s> Fará organisar o film Os Delcctives, escolhios seguintes artistas: Wilson, o Tom Mix,Edison, o Douglas Fairbanks; Milton, oMilton Sills; Albertino, o Ronald Col-man; Luiz, o Conrad Nagel; Ramiro, oBuck Jones; Haydée, a Marion Davies,Philomena, Mary Astor; Vicente, o Wal-lace Mc Donald, e eu, o admirável Gil-bert Roland.

^ ^ Foram contractados para fln-film os seguintes meninos de S. Christo-vão: Jacyra, a Pola Negri; O. Augusto,oRichard Dix; Jandyra, a Lia Tora;Heroiso, o Buster Keaton; Juracy, a Liade Putti; Jurema, a Vilma Banky; JoannaD'Arc, a Bebe Daniels; Melchisedech, oBuck Jones; Hilda. Norma Talmadge;Arminda, Nita Naldi.,

MÀTTO E AS OALLINHAS D'ANüOLAUns gatos do matto que estavam acostu-

mados a pegar gallinhas, frangos e pintos, lem-braram-se um dia de pegar um casal de galli-nhas d'Angola, porque ainda não tinham pro-vado a carne daquellas aves e calculavam quedeveria ser muito saborosa.

Occultaram-se em uma moita e ali esta-vam esperando que ellas se approximassen?para darem o pulo e pegal-as.

Mas, as gallinhas d'Angola, que têm vôorápido e percebem logo qualquer animal qu.esteja mesmo á distancia, ficaram prevenidas,e quando os gatos deram o pulo, desviaram-see levantando o vôo foram parar longe.

Os gatos, tendo errado o pulo, combinaramir á noite, emquanto ellas dormiam, surprehen-del-as.

Por sua vez, ellas tambem lembra: am-seque elles, á noite, costumam fazer surpresas; eo melhor meio de escaparem-se seria mudaremde logar para dormir.

Tiveram a idéa de se empoleirarem á noiteem uma arvore secca, porquanto não tendo fo-lhas a arvore, mais facilmente poderiam obser-var a approximação de seus inimigos.

Logo que começou a escurecer voaram eforam pousar bem na pontinha de um dos ga-lhos duma arvore secca, á beira duma lagoaonde havia muitos jacarés.

Os gatos, que estavam espiando, viram asgallinhas d'Angola empoleiradas e esperaramescurecer bem, e approximando-se da arvore, fo-ram trepando pelo tronco até chegarem em umgalho mais alto do que aquelle onde ella. esta-vam, para de lá pularem em cima e pegal-as.Deram o pulo; mas em ve2 de cahiro-m emcima dos gallinaceos, cahiram perto; e como ogalho era secco, partiu-se com o peso.O casal de gallinhas d'Angola voou; os ga"tos cahiram nagua. Os jacarés que estavam ábeira da lagoa os devoraram em um instante.

LÉO PARDO.

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30 — Janeiro — 1929 O TICO-TICO

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ORAÇÃO Á GOTTA D'AGUAFilha da neve pura das montanhas, que andaste pelo

céo a beijar as estrellas, vem repousar na pétala rosada'rda perfumada flor! Vem unjir os rosaes com o cristallinó

orvalho! Vem, brilhante pequeno, delicado, cantar ârelva tenra dos caminhos as canções de ternura da fonteonde nasceste! Cae, encanto de prata, na ardente aridezdo abrazador deserto para suavisar a angustia sem igual'do cardo resequido! Traz, com tuas irmãs, a chuvacopiosa que estúa a semente e faz nascer a planta! Desce,mundo de luz, á relva dos caminhos e, como poeira deneve, vae cobrir o lençol esmeralda dos campos! Vembailar, lympha argentea, na palpebra dormente de unsolhos que a saudade amargure ou que a alegria encante!Sê lagrima sentida que chore uma saudade! Sê lagrima deaffecto que mostre uma ventura! Caminha para o céo,mimosa gotta dágua, e transforma-te em estrella, peque-nina, a tremer buliçosa como as luzes de inquietos vaga-lumes! E, depois, volta á fonte onde nasceste! Sê córrego'de

prata, sê riacho que desça pelo monte e corra peloscampos cantando essas canções de infinita ternura queacordam no arvoredo a passarada alegre para a vida quesurge ao despontar do sol!

CARLOS MANHÃES

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HISTORIAS DENOSSA PÁTRIA

DESENHO DFCICERO VALLADARES

© Supplicio òe jfreí CanecaEntre as victimas, que foram presas e condemna-

das á morte, por crimes de lesa-majestade e rebellião,

(procurando proclamar a Confederação do Equador, des-taca-se como uma das mais nobres e distinctas — Frei

Joaquim do Amor Divino Caneca.Homem muito culto, poeta, redactor do " Typhis

Pernambucano" e um dos melhores oradores sacrosbrasileiros. Condemnado á morte, em 23 de Dezembrode 1824, em 13 de Janeiro de 1825 foi fuzilado em Re-cife, proferindo estas palavras: "Meus amigos, peço quenão me deixem padecer por muito tempo..." Contan-do por minutos os últimos dias de vida que lhe resta-vam, despreoecupadamente. e como que se por instan-tes não tivesse de subir ao cadafalso, toma Frei Canecada sua Iyra. dedilha pela ultima vez as suas cordas edesprende esse cântico hymnico repassado dc amor ede patriotismo, que começa por estes inspirados e bel-lissimos versos, que todos sabem, todos conhecem ccantam:

lEntre Marilia c a pátriaColloquel meu coração;A pátria roubou-m'o todo.Manha que chore cm vão.

'Na véspera do seu fuzilamento. Caneca confessou-isc ç çommungou.

Naquelle mesmo dia fora designado pelo carcereiroo pardo Agostinho Vieira, que cumpria sentença na ca-deia, para servir de algoz na execução, mas elle declara

que nunca o seria, em reverencia ao caracter sacerdotalda victima.

Persistindo nessa recusa, apesar de barbaramenteespancado, por ordem superior, pelos soldados da guar-da. O mesmo oceorreu com dois pretos, também sen-tenciados, que depois de tocados e espaldeirados a cou-ces d'armas, e postos a ferros e a força levados para o

pé do patibulo, perseveraram em não querer servir decarrasco para enforcar o padre, o quc determinou o ar-cabuzamento da victima. em vez da pena de garrote aque fora condemnade.

Conta a lenda popular que a negativa dos dois ulti-mos algozes eleitos para a execução, viera de divisaremelles no espaço, dentro de uma aureolá. entre nuvens,o vulto de uma mulher de cândidas vestes e rcsplenden-te belleza. ordenando-lhes que nao executassem o pa-drc. Essa mulher, conclue a legenda, era nossa Senho-ra do Carmo, a cuia ordem pertencia o glorioso pa-triota"

A sentença cruel contra Caneca cobrira de dòr esentimento a todos os pernambucanos em cujos cora-

ções ardia a scentelhã do patriotismo ç dos sentimentos

4$ a_mor ç piedade.

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osI NOSSOS

AMIGUINHOS

MARIA,filhinha do CoronelBernardino Torres

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ISA,filhinha do Sr. Octavio

Drummond

GEORGE, GELBA eGEONE, filhinhos do Sr.

Carlos Coelho Muniz^_"*"^ ___?¦»__

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l__fl ^ _j|_^ __________WALTER

GONÇALVESJAYME e ALMERINDA,filhinhos do Sr. José Coelho

EDITHCOELHO

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-K^J-bB ¦ ¦ 'Vsa^ . __ fe^B_l _Mii-^—~n ii^ H_3_^__. ____T

Helcia Aversa, filhinha do K_****_' """-T" _B^^ •'< Leãosinho. fiihinho do

Sr. Ângelo Marzano Netto BB -F*11—J Dr Leão TocciLafayette - Minas ^P |^ ¦ "*! • Lençóes—Est. de S. Paulo

*^ ^_H_b_V «L"_ ^Hr^^^^^BH _h_m_a_^__ H'^^_ .^_ 'iv ^v ^,

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^j Áurea. Augusta de Car- Éi ¦

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n«x^ Kr -yy\\\ K^ia __p^?W»v-"v"cvx

Dulce, filhinha do casal *ÍP °siris' fihinho do Sr ¦Armando Vidal Augusto A. Crattos

«BBCS^V São Salvador — Bahiay-i i in.aa—a. ¦¦ , ¦¦¦— a— M .. ..i.__i .. a^—_____ .

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¦fl "^ ^B H&-;,"r W*hNBwT tr i _fl I K> ííá_É_Hn___i Ifl I

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9 —mBNBh S_H_S '*'" t? 'vi'

Raphael, Gabriel e Miguel, Br-ffl^ t|| ¦¦•'•¦¦ ¦ *'»

_j filhinhos do Sr. Sérgio Ca- Hflfl WÊSM WÊÈÊ

Daleth Ulysses Mello Filho— Capital

Raphael, Gabriel e Miguel,filhinhos do Sr. Sérgio Ca-valcanti — Limoeiro do Nor-

te — Pernambuco Maria, filhinha do Sr.Arthur Cavalcante — Ara-

caty — Est. do Ceará

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30 — Janeiro — 1929 — 11 — O TICO-TICO

\u\?f:2^Í^é^Pr^CAPITULO 26

{Continuação).

•No dia seguinte, Pinocchio foi ao grupo escolar.Imaginem como se portaram os meninos, quando vi-

ram que tinham um collega boneco! Riam-se alto e que-• iam pregar peças a Pinocchio. Um tirou-lhe o chapéo.Outro puxava-lhe o paletó, outro quiz fazer-Ihe um bi-gcde debaixo do nariz com um lápis, outro amarrou bar-«ante nas pernas e braços, para fazel-o dansar.

'A principio, Pinocchio não se importou, mas, final-

"lente, perdendo a paciência, disser »'Tomem cuidado, eu não vim aqui para servir de

Palhaço a ninguém. Respeito os outros e desejo que meTespeitem". <

"Viva o bobo! Elle.fala difficil". gritaram os ma-rotos, dando gargalhadas. Um, mais atrevido, ia puxar-'«e o nariz, mas não teve tempo, porque. Pinocchio lhe<fcu um ponta-pé por baixo do banco.

"Que pés duros tem elle!" disse o menino, esfre-

tando a perna."Que cotovellos duros", disse outro, que, por fazer

lra brincadeira, levara uma cotovellada nas costellas.O facto é que, depois de algumas cotovelladas e

Ponta-pés, Pinocchio conseguiu a amizade dos collegas' todos gostavam muito delle. O professor, também, otlogiava muito, porque era muito attento, estudioso e"Itelligente — sempre o primeiro a entrar no collegio, eempre o ultimo a sahir. O único defeito que tinha erae ter muitos companheiros dentre os quaes alguns que

*a° gostavam de estudar. O professor dava-lhe conse-os e a boa Fada também o fazia, dizendo:

Toma cuidado, Pinocchio! teus-companheiros, maisao ou mais tarde, farão com que você perca o amor ao

**tudo e seia infeliz*.Tíáo ha perigo disso I" respondeu o boneco, sa-

>ndo os hombros e tocando a cabeça com o dedo, como0'ssesse: "Ha muito juízo aqui dentro.

Aconteceu, porém, que um bello dia, quando ia áa' "iriocchio

encontrou-se com alguns companheiros.** lhe disseram- .

¦Já ouviu a noticia?'""Não",

Na praia, não longe daqui, ha um grande Peixe-°" do ,amanho de uma montanha".

verdade? Que sabe se é o mesmo que comeu o•*eu.Pae?:.

"Nós vamos vêl-o. Não 4uer vir com-nosco?" — "Não, eu vou ao collegio".

"Ora essa! não faça caso da escola.Podemos ir amanhã. Uma lição menos otjoutra mais não faz differenca"

"Que dirá o professor?""Terá mais sobre o que falar"."K a minha mamãe?""Sua mãe nunca saberá", disseram os

malvados."Sabe o que eu vou fazer?" disse Pinoc-

chio, "Eu quero muito vêr o Peixe-Cão,

mas eu vou primeiro á escola e depois irei'vêr o Peixe-Cão".

"Pobre estúpido! Você acha que umPeixe-Cão, vae ficar esperando? Ir-se-álogo embora e depois você se arrepen-dtrá. ,

"Quanto tempo se gasta para ir daquiaté lá?"

(Continua)

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O TICO-TICO — 12 — 30 — Janeiro - 192!)

SOCIEDADE DE BONECA¦—Sala de visitas de uma casa de

bonecas. N'utn divan, á luz alegredo abat-jour côr de rosa, conver-sam duas bonequinhas futuristas:<— COTA, uma bonequinha de lowça, toda melindrosa e arrebitada, eANIGER, moderna bonequinha de.'feltro.,

. rANIGBR -—•... Pois é o que etíte digo, amiguinha,; a festa do annO-.bom esteve excellente! Sabes? Rom-pi o anno novo com o pé direito. .^

COTA —Ah! Minha filhai•Nem me fales em pé direito. Potium triz que eu não fiquei com omeu pésinho de louça espatifado..*

ANIGER (assustada): —• Co-taio assim?

COTA (acalmando-a): •—•!Tranquillisa:te... — Esperávamos,aqui em casa, o Papae Noel, paraapreciarmos a cara dos brinquedosnovos que serão os nossos compa-nheiros deste anno. Mamãe, pt>rém, nesse dia, sacudiu-nos a to*dos nós, — brinquedos antigos •—•dentro daquelle grande gavetão...

ANIGER (sciemadora)': —.-»:«,E com este calor que está fazen*do. -.-.,

COTA r(proseguindò)i": — .-rs»Na ânsia de conhecer Papae Noel,eU pulei por cima de um Polichi-1nello rabugento que vive somentefalando mal da vida alheia, e puza cabecinha fora do gavetão...]

ANIGER (interessada) : — Edepois?

COTA — Ah! Nem te digonada! Um escorregão e... plaf!Senti tamanha dòr que fiqueimais fria do que louça...;

ANIGER (commovida): —Coitada!.,-.-,

COTA — Quando me passou a

PEÇA EM UM ACTO

syncope, eu soube que a mamãezi-nha já havia concertado o meu pe-zinho com colla-tudo; e agora, vês ?Nem apparece mais arranhão...-

ANIGER (depois de algum si«lencio) : —i .. .Tudo por causa doPolichinello rabugento...- Aquillofoi máu olhado que elle te botou...

COTA (apprehensiva) t — .T.Quem sahe?

1 jl \ ÁÍ|r»«..|M

ANIGER "Ccom calor): — Seieu... Ainda hontem, quando pas-seava em Copacabana, dentro daminha nova "baratinha" de pape-lão azul, Polichinello dirigiu-meuma graçpla pesada...;

COTA (interessada): — E quede disse elle?

ANIGER ( estrillando ) : —Chamou-me de "Faustina do Tico-Tico..."!

COTA — O ooo h!

ANIGER (mais calma): ***No momento eu nada pude fazer,porque afinal de contas sou umasenhora educada...

COTA — E então?...ANIGER — Atirei-lhe, apenas,

com a sombrinha ao nariz...COTA — Bem feito!ANIGER: — .. .E não foi so-

mente isto; chamei-o de Jagunço,Lamparina, Lampeão...' Desan-dei-lhe na "fachada" um embrulhopipocas que levava...]

COTA — E elle?ANIGER Agradeceu-me e..-g

comeu todas as pipocas!COTA — Que malandro !ANIGER — E' detestável aque-

le Polichinello!COTA (mudando de tom, de*

pois de alguma pausa): — Mas,amiguinha, não desejarias sabore-ar commigo alguns destes bonbonsde chocolate?

ANIGER (levantando-se): —Obrigada. Por emquanto não. De-vo fazer agora uma pequena visitaaquelle Cupidosinho de celluloideque está adoentado... Excedeu-senas amêndoas e nas castanhas, eencerrou o anno com uma terri-vel... enxaqueca!

COTA — Coitado! Faze-lhéama visita por mim. E, pelo quevejo, privas-te dos bonbons para oevitares da tristeza de haver perdi-do esta doce opportunidade...,

ANIGER (despedindo-se): —Certamente... Prefiro por agora adoçura do teu beijo, que é o melhorde todos os bonbons...

(Beijam-se affectuosamente).

(FIM)

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X&A^A. àíH\m>A ^«-'v ^~

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Í.0 m - 1029 — 13 O TICO-TICO

AVENTURAS DE FAUSTINA E ZE' MACACOZ --Ê MACACO ALFINETA

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jjrah Ssfe éoTRANSFORMA- /Sro \/Aã ass/m: sos/- Zo ^//ameTros por- om^mm ¦ Ov^ /V,/I>C?~ /Wo / f/7 ^- '

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O TICO-TICO

O c14 30 — Janeiro — 1929

I RA noite estava escurissima, prenuncian-

do chuva.Raramente, por um rasgão das nuvens,

percebia o brilho de uma estrella embaeiadafor um véo tenue de neblina.

Mesmo assim, as crianças do " enge-nho" se haviam reunido no alpendre da

. casa grande" para ouvir e contar his-torias de Trancoso.

Como era ainda cedo, o "vigia" sentadonos degraus de madeira da escada, can-tarolava baixinho uma cantiga de samba.

Parece que vae chover, disse umadas crianças.

Já hontem de noite eu me molhei, ac-crescentou um meninote, e hoje sou ca»paz em chegar em casa também debaixo dechuva.

Ando caipora!...Não diga isto, menino; aconselhou

o vigia, e acerescentou: Faz muito mal.—.Por que? indagaram uns tres ouquatro.

Porque a caipora persegue, mesmo, agente, como suecedeu commigo.

Conte isso como foi, pediram emcoro as crianças.

Foi assim: Eu não acreditava nessashistorias de caiporinha, lobishomem, almaspenadas e outras coisas.

Tudo me corria bem, graças a Deus, maseu tinha o mau costume de dizer que eracaipora, quando me suecedia a mais levecontrariedade, como apanhar uns "chu-viscos de chuva", perder meu cachimbo,ou derramar uma tijella de café.

Nunca tinha tido uma doença, nem mes-mo sarampo quando era menino, nem dôrde dente ou dôr de cabeça.

Uma vez estava dando " maleitas" emtodo mundo no povoado e eu não tinhatido nem signal das mesmas.

Ia demanhãsinha cedo pro eito, traba-Ihava até de tarde, e nas noites de sabba-do eu ainda sahia pro samba até o ama-uhecer de domingo.

Uma tarde de sabbado, depois de rece-ber a feria, preparei _ne para a festança.Na pressa com que fui vestir meu lifor-me (i) branco sujei a manga do paletotde tisna e disse:

Estou caipora'(i) Uniforme, roupa.

HISTORIA DO NOSSO FOLK-LORETive de ir com o paletot preto. Na oc-

casião de sahir; cahiu um pouco de cal nopaletot preto e eu repeti:Estou mesmo caipora, hoje!

Fui ao samba; mas, lá pra meia noite,senti moleza no corpo, uma vontade de meespreguiçar e um abrir de bocea de quemestá com "quebranto ou máu olhado".

Não quiz mais saber do samba porqueo corpo só me pedia cama.

Quiz pitar o cachimbo e vi que tinhame esquecido do fumo em casa.

Tornei, então, a dizer:Quall eu ando muito caipora I

E sahi pra casa.

% * __r ^»

Na estrada senti a modos de um arre-piosinho de frio pelas*costas; mas, comoa noite estava escura e se preparando chu-va, eu disse:

— Isso é do tempo; e fui andando. Ti-nha de atravessar um bom pedaço dematta. No meio do caminho senti um ca-lorsinho na cabeça e fiquei admirado por-que eu não tinha bebido nada lá no sam-ba. Estava até indisposto pra tudo.

O calor foi augmentando e eu comeceia sentir um zumbido nos ouvidos como siestivesse dentro.de um cortiço de abelhas,e pegaram "a apparecer na minha vistauma "porção" de vagalumes, dansando,subindo, descendo, rodando, rodando, quenem fogo de vista.

Sentei-me num toco de páo pra descan-car em uma encruzilhada no meio damatta.

Mal eu tinha me sentado vi um mole-quinho, de barrete encarnado, que vinhapulando num pé só, e se foi chegando prajunto de mim.

Eu abria bem os olhos pra ver melhor,quando elle me disse:

— "Me dá fumo pro meu cachimbo?"Eu procurei no bolso e vi que não tinha

fumo.^ O molequinho pulou, então, na minha

cacunda" e não me largou mais a noiteinteira. Eu corria de um lado pro outro,pulava, saltava, "embolado" pelo chão, eelle^ sempre seguro no meu "cangote".

Já pela madrugada 'parece que dormide cançado, e quando acordei o molequi-tlho já tinha ido embora.

Cheguei em casa e cahi na cama comfrio, febre, dôr de cabeça, dôr no corpo(odo, *e o boticário disse que eu estavatambém com as sezões.

Passei assim um bandão de tempo to-manda, quinino que ainda me fazia maiszumbido nos ouvidos.

Quando pegava no somno lá vinha ocaiporinha me pedir fumo pro cachimbodelle.

Eu já dormia com um rolo de fumo de-baixo do travesseiro; mas não servia denada.

Quando elle deixou de me apparecer eufiquei bom: não tive mais febre, nem na-da. E então?

Pra mim o senhor quando viu pelaprimeira vez o caipora na matta já estavacom febre, disse um rapazola incrédulo.

Não estava, não; declarou o vigia.-Só fiquei com febre quando cheguei emcasa. Por isso eu digo que não é bom cha-mar pelo caipora, porque um dia elle ap-parece e se agarra com a gente...

A sineta bateu oito horas.O vigia ergueu-se e disse:

Adeus, minha gente I Vou buscar õrifle e entrar em serviço. Até amanhã ra-pazeada1

Até amanhã! responderam em coroas crianças.

MALAZARTES

UKixiiiiiiin

O NI NHO D OEdméa, certa manhã,Indo ao pomar, sorrateira,Para acolher á macieiraA appctecida maçãf

Entre dois galhos franzinosOccultos, viu — que primor' —Um ninho de beija-florCom dois ovos pequeninos.

Chegou-se mais para o ver,E, porque não visse aindaCoisa tão fina e tão linda,Bateu palmas de prazer.

Nada de certo ha t.uê excedaEm primor e perfeiçãoA esse ninho de algodãoForrado de paina e seda.

Mal occultos no frouxel -Ós ovos olha e examina:Teem a casquinha tão finaComo a uva moscatel.

BEIJA-FLOR

Que vivo desejo a abrazaDe o ninho poder furtar!Mas deixa-o em seu logarE volta emfim para casa.

Se o furtar, — pensa — que Jôr,Que angustiosa agoniaHa de soffrer todo o diaO pobre do beija-flor!"

E foi-se, deixando o ninho.Sem de leve lhe tocar,Naquelle mesmo logarOnde o fez o passarinho

Assim procede o christãoQue dos seus actos se preza .E Edméa, a par da belleza,Tem muito bom coração.

Francisco Julia e'Júlio

César da Silva\

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30 — Janeiro — 1929 15 — O TICO-TICO

©--CinE-H< ¦.mi. - . i. i.

nAniA(MONÓLOGO)

iprazenteiro)

Boas tardes, meus senhores, distinctos e.specta-dores.Vejam se tenho razões«n não gostar das lições?

{noutro tom)

^sim; nao julguem que minto,.P°is digo só o que sintoe ° que se passa commigo:nenhuma lição comsigodecorar; mas... o programma...A.ssim que saio da cama,leio o jornal uma veze durante todo o mez,Sei bem onde levam fitasengraça_as e bonitas.

{com enthusiasmo)

Ja leram hoje o jornal ?P°is temos lá no Central,lUna fita "Luz Divina"^Ue a religião nos ensina.N° Cine Parisiensee também no Fluminenseternos fitas engraçadasPara darmos gargalhadas,^•oria, Pathé e Òdeon

os cinemas de bom tom —jfeo-nos artistas de fama:b»"éta Garbo — a bella dama —e Menjou, o bom farçante,^_e

tem fama de elegante,r;a° ha mestra mais catitad0 que uma fita bonita;0

cinema ensina tudo,ate mesmo a quem é mudo.

{de repente) :

9Ual lição!. .. O melhor themae um programma de cinema,Para se viver contentee guardar tudo na mente.

{noutro tom):"da se as nossas escolas

!>vessem artistas pacholas!..,Us intendentes deviam

Para o Danie.

{convencido).

é serio, bem que podiam,fazer a lei justiceiraformada de tal maneira,que obrigasse aos professores"c também aos directores,

para bem nos instruir —aos alumnos divertir,demonstrando no cinemaem cada dia, o seu thema.

{enthnsiasmado);

Com o Carlito ensinandoPola Negri dansando,

quem é que não quereriair á escola todo o dia?

{com tristeza):

Era bom!. .. mas, é precisoestudar e ter juizo...

{procurando no bolso) '.

Cá está a lição... damnadaque é mesmo uma trapalhada.

'{rindo e desdobrando um papel)

Ahi isto aqui . um programmaque estava na minha cama;

'{procurando noutro bolso):

enganei-me; é do outro ladoque o problema está guardado.

{tirando outro programma):

Este outro é do Americanoonde fui hontem com o mano;

{procurando em todos os bolsos, vaeretirando programmas, desdobrando elendo um por um),

íris.. . Tiju-a. .. Central...-mlrrimoi... . ímy^M... ideal. caCapi-oii''. . .

Mem de Q5

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O TICO-TICO 16 — SO — Janeiro — 192!.

kÈmMm^mmÃy\MMY*/"TER10</*AA CAIXA

A FORMIGUINHA QUE BRINCAVA COMTESOURA

Era logo depois do almoço, e fazia um calor msup-.portavel, por isso Edgar e. Celso, guiados pelo Felicio,preparavam as varas de pescar, para se divertirem, átarde, quando refrescasse um pouco. EIsa não sabia oque fazer: a manhã toda havia brincado com a Lays, eagora nem ella, nem a boneca tinham mais assumpto.Olhavam-se com preguiça e indifferença.

Mas de repente lembrou-se de uma distracção muitode seu gosto. Foi ter com o Felicio, e perguntou-lhe bembaixinho, para que o irmão não a ouvisse:

Você sabe onde está a minha tesoura?Iô, não, nhanhã: mas onde já se viu creança brin-

car com tesoura?Aquella resposta foi um desastre; os meninos ouvi-

ram o que o Felicio disse e a menina, poude explicar queo instrumento tinha a ponta redonda, tanto os rapazestroçaram com EIsa.

Já vae fazer ninho "seu rato"?E outras ironias que a deixaram sem geito, encalis-

trada!Nao se amofine, nhanhã! P'ra lhe consolar, vou

lhe contar a historia da formiguinha, que também gos-tava de brincar com tesoura.

Isso mesmo, Felicio.A bão, era uma vez, D. Formiguinha, que, como

todas as outras, era muito trabalhadeira. D. Formigui-nha era costureira, e de fama! Recebia encommendas deVestidos todos os dias e não tinha mãos a medir, o seutrabalho. D. Formiga ensinava o mesmo officio á sua

(UVWWVVfVWVWIlVWVVVVVyVVVVVvVVVVVVV^

(impaciente) :

Mas, senhores...- onde está ?Mas... onde foi que eu guardeio exercício que hoje dei?

(guardando novamente os papeis):

Ora, não faço mais nadaque me dá muita massada.

(noutro tom):

E' melhor ver uma fitado Carlito — bem Catita —dc bengala e bigodinho

(imitando Carlito)£

andando assim... direitinho..

filha, mas esta, assim que a mãe sahia, corria para omatto, de onde trazia uma porção de folhas seccas epunha-se. a pical-as com a tesoura.

—Formiguinha, ralhava a mãe, porque fazes essemonte de folhas picadas, em vez de coser a tarefa quete deixo?

Masa Formiguinha continuava incorrigivel: apenasa mãe virava as costas e lá ia ella para o matto buscarmais folhas seccas.

D. Formiguinha já não sabia o que fazer para corri-gir a filha. Até que um dia, desesperada com a desobe-diente, amarrou-lhe uma corda na cintura, e prendeu-ana mesa.

Formiguinha ficou furiosa: pulou, espinoteou, e tan-to fez que a corda foi-lhe apertando a cintura e quasi adivide em dois. Quando D. Formiga chegou e viu a fi-' lha naquelle estado, teve pena delia, e soltou-a, mas logoque ficou livre, Formiguinha correu para o matto ou-tra vez.

Então, a mãe, vendo' que não podia corrigil-a, expul-sou-a de casa:

Arre !Vae-te embora, tua sina ha de ser cortarfolhas, até o fim do mundo, e teu nome será saúva.

E' por isso que a içá tem a cintura tão fina e que asaúva tem uma tesoura na cabeça e só vive cortando fo-lhas para carregar para o formigueiro".

Está yendo, EIsa? Se você continuar com essa

mania de repicar papel, nasce-lhe também uma tesourana cabeça...

P'ra cortar á lingua dos tagarellas...

TIO NOUGUI.

(despedindo-se alegremente)'.

Até amanhã, senhoritas;vamos vêr as bellas fitas!

(sae imitando Carlito).

MARIA ALDA.

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3<> —- Janeiro — 1929 — 17 0 TICO-TICO

OBRl&ADO S.U CHI- I ANDA, PIPOCA, vA B-J/CAR. 0 // ^^j _^^^ ^ <_U.NHO~.TC-0 LRftP|(>

"" CArAOQ CH'-j f I

/ ckoSy^Tu ^A1DlQ i c_> IVMiÍ fi0E ME MCkNi" v^/7^ i- '—iC-w^ í"?

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O I.IfiQ-TICO 20 — 30 — Janeiro — 1929

Como deve ser a Escola moderna(SEGUNDA DECROLY)

A Escola deveria estar no meio de um sitio, ondehouvesse campo, pomar, uns animaes para criar, umasplantas para cuidar, mas, isto só se poderá obter nosmeios ruraes.

A natureza representa o verdadeiro mundo intuiu-vo capaz de despertar e de estimular as forças occultasda creança.

Estou convencido que a maior parte das creançastem um interesse latente pelas cousas da Natureza —seres — phenomenos — permittem encontrar um filãoinesgotável de themas capazes de servir como pretextopara pensar, falar, calcular e escrever da maneira maisnormal e mais racional.

Depois, esse é o meio que têm praticado sempre oshomens desde que existem e isso é o que praticam osadultos que estão na verdadeira vida.

Foi isto que fez Decroly pensar no programma deidéias associadas.

Vem dahi a sua convicção: é forçoso levar as es-tolas primarias ao campo.

E quando não se possa fazer isto introduzamos naEscola a maior quantidade possível de Natureza e po-nhamos as creanças em contacto com ella.

Os meninos devem ver e na medida do possívelpraticar officios simples que transformam a matériabruta em objectos úteis ou semelhantes. A creança deveconhecer as formas elementares da vida social, a orga-nização municipal, por exemplo, e deve praticar essasformas elementares de vida social introduzindo na es-cola cargos e responsabilidades. E, mais adeante, poucoa pouco, irá intervindo na disciplina dessa grande fami-lia escolar da qual faz parte.

Assim, realizaremos a iniciação da creança na vidasocial.

E juntamente com esse problema do meio, do am-biente escolar, devemos nos preoecupar de igualar osgrupos, tornal-os homogêneos e dentro dos grupos, deindividualizar as actividades infantis.

Traducção de;RACHEL PRADO.

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30 — Janeiro — 15)29 ~21 ü TICO-TICO

BANHOS D E MAR. i"> _- Costume de jersey em duas corei

para menino.

2° ^- Sunga em quatro cores de fia,-!

>icl!a de lã recortada.

3o e 4° — Costume em gabardine bran-.

ta e azul-verde e xadrez amarello.

[ 50 _ para menina em flanella brancaj

iadornatia de vermelho.:

•5° t-i Sunga branca com mancha^

azues.-

Bonets de borracha.:

BORDADOS

Cuarnição para roupa branca. — Esctr»

dos e monogrammas para roupa branca^

1^-. Ramo para camisinha de creança.

Tjír *^v Tu»

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O TICO-TICO -22 — 30 Janeiro — 1929

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FLORESTA (Recife) — Não conheço o soneto aque se refere; mas é fácil, procurando nos livros pu-blicados pelo poeta encontral-o. Quanto á poesia intitu-lada: "O naufrago" é preciso conhecer o autor, poismuitos poetas devem ter escripto poesias com esse ti-tulo. Sua graphia denota vaidade, preoccupação de se.fazer notada, espirito fértil, phantasia accentuada.

H. N. M. (Guará) — Sua letra revela imaginação,viva, grandes aspirações, orgulho e ao mesmo tempo ge-nerosidade. Vê-se ainda firmeza, energia, reserva. Oarredondado de certas letras é um signal de bondade, do-cura, indulgência. Tem amor ao luxo e ás viagens.Quanto ao que pergunta a respeito do Almanack d'0Tico-Tico pode mandar a importância em sellos com oseu endereço bem esplicito, que lhe chegará ás mãos <?,livro.

LUIZA R. DE ALMEIDA (S. Luiz) — Seu ho-roscopo é o seguinte: Diplomacia, bom tacto, simplici-dade; respeitadora, escrupulosa e inimiga de lisonja.Muito affavel e benevola, condescendente com os capri-chos dos amigos. Amante da natureza e de tudo que damesma se origina. Boa preceptora com brilhantes donsoratórios e lógica convincente. Tem muita força de von-itade, refreando, assim, suas paixões. Deve estar sempreprevenida contra a intriga. Deverá casar com pessoanascida entre 22 de Agosto e 23 de Setembro ou entre21 de Abril e 20 de Maio. As iniciaes que pede são,ij. P. S. Seu astro tutelar Mercúrio, sua pedra predi-lecta a esmeralda; sua flor propicia: o sabugueiro; suascores favoráveis: ouro e negro; seu mez ditoso o de Fe-yereiro e o dia mais feliz a quarta-feira. Terá vidamuito feliz.

EUNICE GAYOSO (S. Luiz) — Seu horóscopoè o seguinte: Muita energia, bravura, força, magnani-midade, capacidade, sagacidade conjugai, moralidade;sympathia, extremo de commoção e paixões. E' accessi-yel á lisonja. Persistente em seus esforços, assim comonas suas antipathias. Affectuosa, constante, tendo mui-tas vezes uma previsão do futuro, adivinhando o quelhe irá acontecer. Seu astro tutelar é Venus; sua pedraafortunada a esmeralda; sua flor propicia a da laran-jeira; suas cores favoráveis o amarello do limão e oencarnado; seus mezes ditosos: Julho e Fevereiro; seu'dia mais feliz a quarta-feira. As iniciaes que pede são:A. J. O.

ARTHUR ROCHA (S. Paulo) — Sua poesia:"Paichão de Jesus" está muito cheia de erros, a come-çar pelo titulo. Poi não sabe que paixão se escreve comx e não com ch? Procure estudar mais o nosso idioma.

LYDIA PRATES (Araçatuba) — O horóscopo'das

pessoas nascidas em Io de Dezembro é o seguinte:Ambiciosaâ, activas e habilidosas para mandar e dirigir.

São rápidas cm deduzir e tomar resoluções, arroja-das, sympathicas, generosas, honradas e francas ás vezesaté em excesso. Não gostam de se intrometter nos ne-gocios alheios e têm muita actividade com os seus. Nosmomentos de apuro sabem fazer valer suas qualidadespessoaes, embora pareçam geralmente yacillantes.

Como escriptoras são fluentes e satyricas. Dotadas"tambem de grande poder de previsão e habilidade rníca-nica.

Por má interpretação de suas palavras suscitam pen-dencias e desaccordos. Tendo propensão para a cruelda-de devem procurar corrigir esse defeito.

TIESINHA (Rio) — Não ha compêndio ou outroqualquer tratado de graphologia em portuguez; mas oAlmanack d'0 Malho deste anno publicou a esse res-peito um estudo bastante completo e illustrado com gra-vuras.

CELINA — Não recebemos a carta a que se re-fere, pois respondemos a todas as consultas que nos sãofeitas e pela ordem do recebimento das mesmas

Sua letra arredondada indica bondade, doçura, indul-gencia. E' pena que os traços um tanto inclinados para aesquerda signifiquem dissimulação, desconfiança. Vê-setambem generosidade, amor ao conforto, vaidade.

Quanto ao livro de que fala vamos indagar pararesponder com segurança no próximo numero. E' precisouma escolha muito criteriosa na leitura dos romances;não havendo esse cuidado é níelhor não ler nenhum. Leiacapitulos de historia universal que lucrará mais. O Cine-arte Álbum deste anno traz dois lindos retratos de BebêDaniels, um dos quaes até em trichromia, isto é: colorido.

S. S. S. — O horóscopo da mulher nascida a 18de Junho é o seguinte: Tem duas naturezas ou dois ca-racteres em constante luta. Vive sempre em contradiçãocomsigo mesma. Ora está calma, ora está irada. Não sesabe "quando está pelos pés ou pela cabeça", como dizo povo. Muita inconstância. Grande crença e fidelidade ásua religião, seja ella qual for. Facilmente aprehende osdois aspectos de uma controvérsia e gosta de resolver pro-blemas pelos processos menos usados. E' communicativae desinteressada, sendo, ás vezes, seus sentimentos mal in-terpretados. Gosta de viajar, é impaciente, embora afie-ctuosa e sincera.

LUCY (Nictheroy) — Delicadeza, sensibilidade,fraqueza é o que revela sua graphia ao primeiro exame.

Ha tambem muita sentimentalidade ternura e susce-ptibilidade. Bastante attenciosa, gosta de agradar. Fir-meza.

O horóscopo das pessoas nascidas a 12 de Novem-bro é o seguinte: Muita ambição e força de vontade. Ca-racter enérgico e inaccessivel a pedidos e ás lagrimas.Bons escriptores descriptivos, chistosos contadores deaneedotas e eloqüentes oradores.

Delicados e benevolos serão bons médicos e optimoscirurgiões e enfermeiros. De boa apparencia, caprichamno vestir e sabem convencer a qualquer um.

Devem reagir contra a preguiça, a apathia e a indul-gencia contra as próprias faltas.

As mulheres são rusguentas e descrentes.I. E. 100 (São Paulo) — Você deve mandar o sed

endereço e a quantia de 10$000 para as despezas detransporte do premio.

DR. SABE-TUDO,

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30 — Janeiro — 1S129 23- O TICO-T1 'fiO

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^ E N T E D E NOSSAS LENDASCANTO, DICÇÃO E BAILADO

Canto:

Tão nobres somos quanto as raçasMais nobres que descreve a Historia,Sujeitas ás mesmas jacas,Capazes da mesma gloria.Do mesmo tronco descendemosDe que este mundo se povoa,Como as outras nós podemosSer grande, ser culta e boa.

Estribilho para o bailado:

Nós somos a gente forte (Desta terra brasileira; (Não queremos melhor sorte (Que servil-a a vida inteira, (

bis

"Oitção:

Brasil

Eis a nação grande e nobreQue Cabral ao mundo deu. ,Podia, acaso, ser pobreQuem tem filhos como eu?

Desse sangue ardente e ousadoPulsa-me o peito altanetro:Ninguém ha mais bem fadadoDo que o povo brasileiro.

Herdei do latino a .menteE do africano a bondade,Destes a força potenteE o amor á liberdade.

P'ra a terra de Santa CruzSer grande, que falta mais?Dae-me instrucção, dae-me luz,Vereis de que sou capaz.

Caramuru' :

De morte inglória e sem brilhoSalvo por este arcabuz,Caramuru fez-se filhoDa terra de Santa Cruz.

Paraguassu' :

Paraguassú foi á Europa,Viu reis, nações; foi feliz?As nações do mundo, em tropa,Não troco por roeu paiz.

Martim Soares Moreno:

Que por indio o mundo tomeNão creiaes Martim o tema:Deixei pátria, raça e nomePela pátria de Iracema.

Iracema:

Todo indio é sincero e francoE Iracema á pátria o diz:Longe do "Guerreiro Branco"Não sabia ser feliz.

Y-juca-pirama:

Eu sou Y-juca-pyrama,O heróe que chorou um dia...:Qual o guerreiro de famaQue como eu não choraria?Ao pae, sem mim, tudo falta...-Podia sem mim ficar?!Mas hoje o inimigo exaltaO heróe que soube chorar

Perpetinha:

Filha de nobre linhagemLá das terras da Palmeira,Por uma tribu selvagemVi-me um dia prisioneira.Mas aprendi quão verazLealdade seu peito encerra:O indio é tão nobre na pazComo é valente na guerra.

Poty:

Filho das plagas do norte,Provado em duros revezes,Foi Poty um braço forteNa expulsão dos hollandezes.

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O TICO-TICO .- 24 — 30 — Janeiro -_ 1929

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D. Clara

Sou D. Clara, a valente.Qual Poty, meu companheiro.Nas batalhas sempre á frente,Como o mais audaz guerreiro.

Ararigboia:•Ararigboia é o guerreiroQue ao^ francez fez dura guerra.Não tolero que estrangeiroSe aposse de minha terra.

Moema :

A' luz de um grande poemaConheceis, de certo, a historiaDa apaixonada Moema,De sua fortuna inglória.Se no amor, sempre inseguro.Fui por outra preterida,Resta-me o amor nobre e puroDe minha pátria querida.

Pery :

Aos homens e ás feras tantoSabia vencer Pery,Porém venceu-o o encantoDa belleza de Cecy.

Cecy :

Cecy, fidalga gentil,Entre índios que fazer vem?Por Pery, pelo Brasil,Fiz-me cabocla também.

Cunham, bede:

"Cunhambebe era um terror",D"e dizer ninguém se cansa...,Eu pago amor com amor,-Mas sou feroz na vingança I

Arco-verde :

A india pernambucanaNo clero tem honras mil.Como Arco-verde se ufanaDe ser filha do Brasil í

Diogo Camarão:

Fui successor, nos tacapes,De Camarão, e com arte,Vencedor nos Guararapes,Sei vencer em toda parte.

Jurema:

Sou Jurema, descendenteDa nobre tribu Tupy.Sou cipsa de minha gente.Das selvas onde nasci.

Canto;

Dae aos selvagens a bellezaDa educação formosa e santa: ' *Vereis como em gentilezaNenhum povo nos supplanta.A pátria têm-nos a seu ladoNas attitudes mais correctas,Porém ao inimigo ousado— A ponta de nossas settas t

Explicação: — As creanças, caracterlsadas de índios,collocar-se-ão em duas filas, tendo á frente a que repre-senta o Brasil. Após o canto da primeira estrophe e doestribilho, o Brasil recitará e em seguida, como após cadapar de indios recitar, será cantado o estribilho e feito obailado, de modo que, ao terminar o canto, estejam á frentedas fila?, ladeando o Brasil, as duas creanças que entãptêm de recitar. Ao terminarem os recitativos, coincidiráque se colloquem na frente as creanças que primeiro re-citarim (Caramurú e Paraguassú) e então será cantada aultima estrophe e o estribilho para terminar.

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30 — Janeiro — 1929

GENTE

25

NOSSAS

O TICO-TICO

LENDAS• D EMusica de TAMAUÜS DE T1GVEIREDO Versos de VIDAL DE FREITAS

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O TICO-TICO 26 — 30 — Janeiro — 1929

A V I A G E M MARAVILHOSAAcommoda-.ido-se como puderam, ador.

meceram num somno profundo, deixandoa " Aventureira" seguir a corrente do rioque parecia não ter fim.

Tarde já, Totó acordou; espreguiçou-setodo, bocejou e, olhando ao -redor da bar- -ca, não pôde conter um grito de espanto,gnto esse que acordou os irmãos. E ostres então, como que não acreditando noque viam, esfregavam os olhos e sen-tiam calafrios pela espinha abaixo: cer-cando a barquinha, em canoas toscas, es-tava uma multidão de indios Botocudos,tendo todos, os lábios deformados e mos-trando a dentadura num riso forçado.

Estamos fritos! disse Juca. Vão nosfazer de bifes., não tarda muitoI...

Mas qual não foi a surpreza dos pobresmeninos quando um dos indios, encostandoa piroga na " Aventureira" levantou a mãonum gesto amistoso e falou, isto é, quiz'lies falar em portuguez:ô ilclè... CamaradasI Non faz mal«'nguem, non faz mal...

Oh! sorte! Eram indios civilizadosaquelles. Juca, criando alma nova, esten-deu a mão ao indígena, que apertou-a comrc-peito.

Amigas gosta fructas, eu sabei efazendo signal para um indio não longe-dali, disse-lhe alguma coisa na sua Iinguaintrincada. O indio chegando-se entregouaos pequenos uma cesta repleta de saboro-sos fruetos silvestres.

Juca agradeceu aos bons dos indios efez presente ao que parecia ser o chefe,com grande magua de Totó, do estilingueque era a única coisa que tinha para dar.

E a viagem continuou; a "Aventurei-ra" foi aos poucos se distanciando daspirogas dos indígenas que, curiosos, exa-minavam o estilingue sem adivinhar o queera e para que servia.

Que susto I disse Totó. Si esses ca-maradas fossem antropopjiagos...

Nem é bom falar! Fariam de nós umexcellente "churrasco a lá tupy".

E riram gostosamnete da piada do Juca.O rio agora fazia uma longa curva; o ca-Jor persistia ainda emquanto que grossatempestade ameaçava cahir.

VI Capitulo

A TEMPESTADE

E a tempestade não se fez esperar.Escuras e pesadas nuvens avolumaram-se,cobrindo o céu de uma camada plúmbea.

Um vento forte soprou por alguns mi-nutos e, ao ruido surdo da trovoada, ca-liiram as primeiras bategas de chuva.

Juca, Totó e Léo amarraram mais for-temente o toldo improvisado e esperaramo resultado da lueta entre os elementos emfúria. .

E cahiu a tempestade. Era um barulhoinfernal de trovoadas, zunidos do vento quesoprava raivoso, clarões de raios a cortaro espaço; as águas do rio avolumavam-secada vez mais e pareciam querer tragar afrágil " Aventureira" que, sem direcção,a?scmelhava-se a uma casca de nóz atira-Ia á voracidade do oceano bravio.

Os pequenos, exhaustos, faziam esforçossobrehumanos para manter o equilibrio dabarquinha.

As grandes tempestades não duram mui-to tempo. E aquella terminou depois dedez minutos, dez annos para os tres irmãosque estiveram a ponto de submergir a to-do o momento,

(Continuação do numero passade)

Veiu a bonança; o arco-iris tingiu o ho-rizonte com seus matizes diversos e as nu-vens afastaram-se para mostrar um céuazul e límpido. Passado que estava o pe-rigo, retiraram o toldo protector e viramentão, espantados, os estragos feitos emdez minutos de chuva tempestuosa: o riocoalhado de folhas e arbustos, pequenasarvores arrancadas com raizes e tudo, ra-magens.

Uma tempestade destas na cidade oc-casionaria damnos consideráveis I disseJuca, pensativo.

Cidade! Aquella palavra feriu-lhes fundoe sentiram, então, uma saudade pungentedaquella casinha tão branca, tão singela,do pomar ao fundo, dos pães idolatrados,dos vizinhos, da criançada...

E instinetivamente algumas lagrimas vie»ram-lhes aos olhos.

Que maus filhos somos nósl disseJuca. Como deverão estar soffrendo pa-pae e mamãe sem saberem onde nos en-contramos!

Devemos voltar, precisamos voltar IVoltar? Por onde? Subir o rio? Oh!

Mas é impossível, impossível 1 Não temosforças sufficientes para tanto porque acorrenteza é muito forte.

Então confiemos na sorte. Veremosonde acaba este rio.

E calaram-se tristonhos, melancólicos,tendo como que um nó a lhes apertar agarganta.Sim, cortou o silencio Jucá. Vere-mos onde vae dar este rio. Antes de desa-bar a tempestade elle fez uma curva e tal-vez passe por algum lugar não longe decasa.

A esperança não os abandonava; a es-perança c a fé: duas das tres sublimes vir-tudes do Redemptor.

Tão accidentada viagem fatigava-os.Haviam perdido a noção do tempo e nãosabiam a quantos dias ou mezes navegavam.

Agora só pensavam ern voltar; a lem-branca do doce lar e o soffrimento quecurtiam os pães fazia-os abandonar qual-quer idéa de novas aventuras.]

E a "Aventureira" sempre para afren-te, vworosa barquinha, sem impecilhos, er-guendo orgulhosa, no mastro de pau devassoura, a bandeira brasileira, já desbo-tada, meio resgada, desfraldando-se aovento.

VII Capitulo

NATAL FELIZ

A viagem continuava sem mais ãcci-dentes. Os fruetos silvestres haviam aca-bado e a fome chegava de mansinho, amea-çadora.Acabou tudo, tudo?...

Tudol...Procuraram ainda por todos os recantos

da barca. Mas quall Não havia nadamesmo...

Cinco ou seis noites haviam passado des-de que.o rio fizera uma curva e nem si-

' gnal de casas. Uma coisa notaram comalegria e que ps deixou confiantes: o rioia se estreitando pouco a pouco e a cor-renteza fazia-se mais branda.

A tarde cahia lentamente e mais umanoite approxima-se. Léo chorava com fo-me; Totó não chorava mas tinha uma caraamarrada que dizia ter a fome parado ali

também. Juca estava acabrunhado e pen-sativo.

Subitamente, quando já haviam cahidoas primeiras sombras da noite, Totó deuum brado e estendeu o braço para afrente.

Uma casa! Ali adeante 1Parecia um naufrado perdido no mar que

avistara uma sombra e gritara: TerraIDe facto era uma casa; e outras, muitas

outras foram apparecendo.Vamos saltar? propoz Totó ansioso.Não, ainda não! Vamos mais adeante.

Um sorriso de alegria e felicidade es-tampava-se-Jhes nos rostos. Sentiam-sedispostos e radiantes por se encontraremnovamente entre casas e jardins.

A chácara do " seu " Manoel I gritouo Juca. Mas não é que este rio é o mes-mo que passa pelos fundos de nossa casa?Oh! ferro!

Mas como se explica isso, mano?Muito facilmente! Este rio faz uma

circumferencia: nelle sahimos e nelle che-gamos 1

Que sorte! Que sorte IE batiam palmas de alegria e riam doi-

Jamente; mexeram-se tanto dentro da bar-ca que esta quasi virou

A casa do Maneco, a casa do Joãozi-nho, a casa do " seu " Silveira e ali, olhemque estamos pertinho, ali a nossa casal

Chegaram e desembarcaram no pomar.A noite era linda, mais linda que a ines»quecivel noite da matta virgem.

A "Aventureira" foi tirada da água; afiel companheira de aventuras, a barqul-nha que os fizera conhecer um pouco àoseu' grande Brasil, talvez não ficasse maistres dias na água. Tinha o fundo meioapodrecido pela acção das águas e amea-cava furar.

Faremos uma surpreza lá em casa.Esperem um pouco ahi que eu vou espiarpela janella da varanda.

E Juca dirigiu-se sem" fazer barulhopara a janella illuminada. Lá dentro esta-vam os pães silenciosos e tristes, sentadosperto da grande arvore de Natal que ar-ma vam todos os annos. A mesa posta, es-tava repleta de castanhas, nozes, avelãs,figos, passas e vinhos.

Juca chamou os irmãos e os tres entra-ram em casa. Descrever a alegria dos po-bres pães ao rever os filhos queridos quejulgaram para sempre perdidos é impôs-si vel.

Deus ouviu as nossas preces, dizia so", luçando a mãezinha dos nossos heróes, -restituiu os nossos filhos na noite do nas-cimento do menino Jesus. Bemdito sejaDous!

A fome dos tres era grande, muito gran-de e as iguarias desappareceram num abrire fechar de olhos.

E, emquanto lá fora os sinos annuncia-vam alegremente a mais bella noite doanno, Juca, Totó e Léo, sentados ao redorda arvore illuminada, contavam aos pãesos accidentes e perigos da viagem mara-vilhosa, promettendo nunca mais empre-renderem outra, por mais lindo que se lhe*apresentasse.

(FIM)

CINO CORTOPASSI

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Waldyr Fernan-des de Moura

—- Capital -—

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M A R T HORÁ é a

mamãesinha deLIA RENE nofilm brasileiro"BARROHUMANO"

L U I S AVALLE.a visinha fala-

deira de "BAR-RO HUMA-

NO", foi visitarMARTHA TO-RÁ, e falar malda sua filhinhaGRACIA MO-RENA. EntãoLIA RENE,que apesar de

ser pequenina emuito bem edu-cada, offereceu-lhe umas bala*5que a irmã lhe

trouxera.

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*0 -— Janeiro — 1929 — 'd9 — 0 TICO-TICO

aT TlnaaM^ IU\ ^AMtm ^Mflfat ^anr ¦ "^HM^ w/MS

õ P R E Ç 0 D A F A Z E N DAS A I N E T E EM 1 ACTO

PERSONAGENS :JOSETTE —P3AAC — Vendedor ambulante.CORONEL IZACIO — Fazendeiro.dr. paulo iD ;-,P- MARTHA Josette.

SCENARIO:

sj , ^nia sala qualquer bem mobiliada, tendo uma me-ll a um canto e sobre ella um apparelho telephonico

Pertences de escripta.

tiv ^0SET'rE — (Entra do interior da casa como si es-Sse falando para dentro) : Sim, senhora. Eu sei o nu-n,er° do telephone.„ S e ao apparelho teleplionico, senta-se, tira o pho-do gancho c pede) :

quatro, zero, seis, meia dúzia, nove...Tem um numero de mais?... Ah! Sim... E'

2yr • • T're o seis e deixe a meia dúzia. Sim, senhora,aqui ' °bri8'ada- (.Pauso). Alô! E' Iza?... Quem falaf

e a Josette. Sabe? A mamãe vae comprar sempre ancla... Gostou, sim. E eu também, porque... Heim?

,, (Tirando o phone do ouvido): Que massa-

• (Chamando): Telephonista? Alô! Não, senho-Desligaram antes de que eu acabasse de falar.

nao. E' central, quatro, zero, seis, meia duzia,•• Perdão. Enganei-me... O numero seis é de9, resto está certo. Sim, senhora. Obrigada. (Pau-

Va '

p-}°' E' Iza quem fala ? Aqui é a Josette. A mamãe<j0 car com a fazenda e manda dizer que... (Tiran-liga°t^0Me do ouvido): Outra vez!... Tornaram a des-ta,''• (Chamando com o phone ao ouvido): Telephonis-rec °-*-. (Pausa. Levanta-se). E afinal eu não dei ocCjo que a mamãe mandou á Iza!

, R- Paulo — (Entrando da rua) : Que é isto?! Es-talando sozinha?Josette — Não, papae. Estava falando com a Iza...^R- Paulo — (Procurando) : E onde está ella que

n Central,¦-oino

?

,Cda!ra!Pois'nove-nais.

Cll Uao vejo?Josettelav-.*'"aclTE ' " (Sorrindo) : Está em casa, e eu lhe fa-pelo telephone quando desligaram a communicação.

*hor • R' "':>AUI-0 — Si queres falar hoje com ella é me-ires pessoalmente. E' tão perto...Josette — E vou mesmo. (Sae).

qup - i" Paulo — (A' porta) : Não te demores muif-e hora do jantar.Josette — (De fora): Sim, senhor. Voltarei já.d0 ?, ,R" Paulo — (Senta-se, tira uns papeis e um lápis°so e começa d tomar notas).

saac — (Apparcccndo, pmtco depois, á poria com

¦um pacote dc fazenda embrulhado. Tem iuii "solaq.'tc"-estrangeiro): Dá licença senhórr? '

Dr. Paulo — Pois não. Que deseja?Isaac — Vim tratar, da fazenda...Dr. Paulo — Ah! Já sei. E' o coronel Ignacio,

nâo?Isaac — Corronélo?... Sim. Aqui nessa terra tuda

gente é corronélo, ou é doetórr.Dr. Paulo — (Rindo) : Realmente. Mas eu pensa-

va que o senhor era mineiro.Isaac -— Mineirra? Já fui, sim, senhórr. Trrabalhei

nas minas...Dr. Paulo — Não. Eu quero dizer que pensei que

o senhor tivesse, nascido ou, pelo menos, morasse emMinas.

Isaac — Ah! Sim. Nascida, não; mas eu já estivenas Minas Gerraes, senhórr.

Dr. Paulo — Era fazendeiro lá?Isaac — Fazendeirra? Pois não. Vendi fazenda lá,

sim senhórr.Dr. Paulo — Ainda tem outra para vender, não?Isaac — Sim', senhórr. Ainda tem outras e vende

barrato. Madame sabe.Dr. Paulo — Ah! Já falou á minha mulher?Isaac — Falei, sim senhórr. Falei no telephone e1 ma-

dame disse querrérr comprarr fazenda.Dr. Paulo — E' verdade. Nós queremos comprar

unia, desde que não seja muito cara e seja boa.Isaac — Oh! Não, senhórr. E' muita barrata.Dr. Paulo — Que dimensões tem?Isaac — Dimensões? Que é dimensões?Dr. Paulo — (Abrindo os braços) : O tamanho, a

extensão.Isaac — Ah! Quanto o senhórr quizér: dez me*

trres, vinte, trrihta...Dr. Paulo — Como?! Trinta metros?!Isaac — Si senhórr quizer mais eu pôde arranja.

Mas garranto que c muito forrte.Dr. Paulo — Forte?!... Não percebo.Isaac — Senhórr querr yérr agorra?

_ Dr. Paulo — Agora não posso. (Consulta o re-logw).

Isaac — Eu trrouxe aqui parra mostrrarr á mada-ma... (Abre o pacote e mostra um córte ou peça de fa-tenda que trouxe).

Dr. Paulo — (Rindo): Ah! A fazenda é essa?Isaac — E', senhórr; mas também tem melhôrr

ainda.Dr. Paulo ¦

um "qui-pro-quó'.Isaac — Que Procópio? Não, senhórr. Fazenda é

minha. Paguei dirreitas na Alfândega, tem córr firrme;

(Scmfrc rindo) : Ha em tudo isto

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O TICO-TICO r- 30 - ÍJü — Janeiro — 1929

I

senliórr pode lavárr até com água raz ou água sanitarna...Du. Paulo — (Rindo cada vez mais): Não se trata

disso, meu caro. Eu pensei que o senhor falava de umafazenda em Minas, de sua propriedade...

Isaac — Mas este aqui é também minha prroprrie-dade, senhórr!

Dr. Paulo — Bem sei; mas a fazenda que eu que-ro comprar ao coronel Ignacio é fazenda agrícola, é ter-ra, comprehende?

Isaac — Ah! Terra hão tenho, senhórr, mas podearranjar si senhórr quizéir. Quanto quer gastarr?

Dr. Paulo — Ahi uns vinte contos... Mas não seincommode que eu já estou em negociações com umamuito boa...

Isaac — Não, senhórr. Si eu achar uma fazenda devinte contos vendo ao doetórr pórr mesmo prreço; não

quérr ganhar um toston, aerredite.Dr. Paulo — Muito obrigado. O senhor volte, en-

tão, mais tarde ou amanhã porque agora vamos jantar, esi minha mulher começar a ver suas fazendas não acabatão cedo, e eu estou com fome.

Isaac — Sim, senhórr. Eu volto depois; muito obrri-gado. (Sae).

Dr. Paulo — Ufa! Felizmente foi-se o cacete!JOSETTE — (Entrando) : Tem graça! A Iza disse

que não tinha recebido nenhum telephoneina daqui, quan-<do ha pouco eu estava falando com ella e desligaramduas vezes!...

Dr. Paulo — São "gracinhas" das telcphonistas.Vou agora mudar de roupa afim de jantar. (Sae para ointerior da casa).

Josette — Vou ver agora si me dão uma ligaçãocerta. (Vae ao telephone).

D. Martha — (Entrando) : Já estás outra vez notelephone, Josette?

Josette — Ia tocar para a Iza, mamãe.D. Martiia — Teu pae já chegou?Josette — Já. Está mudando de roupa para jantar.D. Martha — Vae te preparar também.Josette — Sim, senhora. (Sae).Cel. Izacio — (A' porta): Dá licença?,D. Martha — Pois não.Coronel — (Entra com um guarda-chuva e esten-

'àe a mão á D. Martha) : Boa tarde, dona.D. Martha — Boa tarde. Que deseja?Coronel — Vim aqui por causo do negoço...D. Martha — Que negocio?Coronel — Da fazenda que a senhora quer com-

jprar.D, Martha — Ah! E' o Sr. Isaac?

Coronel — Isaquio, não, senhora. Meu neme <"Izacio, um criado de vossa senhoria...

D. Martha — Agradecida.Coronel — Não ha por que...D. Martha — O senhor não faz um abatimento no

preço da fazenda?Coronel — Não posso. Mais barata a senhora não

encontra em canto nenhum.D. Martha — Eu queria apenas alguns metros.Coronel — Ali! Isso não. Só vendo toda a fazenda.D. Martha — Toda deve ser muita cousa.Coronel — Pois. bem: eu vendo metade da fazen-

da e fico com a outra metade para mim.D. Martha — Eu queria uns dez metros...,Coronel — Dez metros quadrados?D. Martha — Como dez metros quadrados?!Coronel — Sim; porque só de largura ella tem

mais de quinhentos metros...D. Martha — Quinhentos metros de largura?!.."Coronel — Sim. Acha muito?... Pois saiba que

de fundo tem mais de uma légua!D. Martha — Mas de que fazenda o senhor fala?Coronel — Eu falo da minha fazenda: ''Sorriso

da madrugada", em Minas Geraes.D. Martha — (Rindo) : E eu estava pensando qi'e

a fazenda de que o senhor falava era uma peça de sedaque eu havia encommendado.

Coronel — Mas minha fazenda é tão boa que nemseda, minha dona.

D. Martha — Bem sei; mas desses negócios que»1trata é meu marido. O senhor queira desculpar... Euvou chamal-o. (Sae para o interior).

Coronel — Pois não, madama...Isaac — (Pouco depois entra com o pacote da fav

zenda): Com licença.Coronel — Pode entrar. (Eslendeudo-Uie a mão) '•

Como vae o senhor?Isaac — Estou muito bem. E quem é o senhórr?Coronel — Eu?! Pois não me conhece?!... Eo.

son o Coronel Izacio de Mello Pedreira Vasconcelios daSilva e vim aqui vender uma fazenda...

Isaac — (Desconfiado): Uma fazenda?...Coronel — Sim. E parece que vou fazer negoço. .*Isaac — Mas eu cheguei prrimeirro e tenho prre-

ferrencia de madame.Coronel — Ella também falou commigo e o negoço

está quasi feito.'Isaac — Mas a inim ella falou pelo telephone.

{Continua no próximo numero)

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30 — Janeiro — 1929 — 31 — O TICO-TICO

O M I C E N Ç A(MONÓLOGO)

O joven João Gentil Amável FilhoEra todo desculpas e mesuras;Receiando offender quem quer que fosse,Era a mais delicada das creaturas.

Dizem, (porém, eu creio que é mentira,Apenas para troça se fazer),Que elle nasceu falando, muito humilde,Pedindo, assim, licença... p'ra nascer!

A verdade, entretanto, é que, grandinho,(E esse facto não ha quem o ignore),Se tinha de chorar com fome ou somno,Dizia: — Dão licença p'ra que eu chore?...

Os paes queriam ter, em vez de um filho,Uma filha gracil e pequenina;Mal elle o soube, disse: — Oh! me desculpem.Fiz o possivei pr'ra nascer... menina!...

Cheio de curvas e salamalequesAo cumulo chegou desta maneira:Pedir desculpas, muito pezarosoQuando pisava o pé... de uma cadeira!

Pelo seu gênio affavel, maneiroso,Fazendo, a todo instante, uma mesura,Um emprego arranjou: "tirar licenças"Numa agencia qualquer da Prefeitura.

Apesar de ser calmo e tolerante,Cangou-se com um rapaz que o insultaraE disse: — Isto é demais! Peço perdão,Mas dê licença que lhe quebre a cara!...

E quebrou. Mas, depois, se arrependeu;E, afim de que a verdade não se torça,Declarou que pediu desculpa ao outro,Porque bateu, talvez, com muita força...:

De outra vez aggrediram-no a caceteE elle sahiu sem uma arranhadura!O cacete partiu-se e elle ainda disse:

Desculpem-me... a cabeça ter tão dura...

Para ser delicado sempre em tudoE p'ra que a linha nobre jamais quebre,Se tinha de adoecer com grippe ou eólicas,Pedia antes licença... p'ra ter febre!

Certa noite assaltaram-no gatunos;Levam-lhe todo o cobre... Dão-lhe um sôcco,E elle, amável, supplica: — Mil perdões...Desculpem que o dinheiro seja pouco...

Casou-se, um dia, e a sogra, — uma megeraA vida que lhe dava era infernal;Pois elle lhe dizia assim: — Desculpe-me,Casei, mas, pôde crer... não foi por mal...

De tanto soffrimento ficou doente...O pobre do rapaz não tinha sorte!...E como foi "gentil"... durante a vidaFoi também delicado... até á morte.

Estava muito mal, mas não morria,Como quem qualquer coisa quer dizer....Chega o medico, emfim, e elle lhe fala:

Doutor... dá-me licença... p'ra morrer?.

E expirou João Gentil Amável Filho,Gentilissimo até ao se acabar;Seguindo seu exemplo, meus senhores,Peço licença... p'ra me retirar...

Rio - XII - 1928

E. WANDERLEY.

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O TICO-TICO — 32 — 30 — Janeiro — 1929

<üa*f00 v<È> KaZmml¦UV ^

«nentêRESULTADO DO CONCURSO N. 329,-

A solução exacta do cconcurso

Solucionistas: — José Dias, Antônio Al-ves Villela Sobrinho, Guida Oliva, SimiãoBarboza, Antônio Rufino, Hélio Picottisria Cunha, Nadir da Paz Floquet Fontes,Edla Barros, Phelippe Caporiama, IzauraAlves Rosa, Waldemar Ludwig, Cléa Bar-bosa, José Carlos Martins, Luiz Philippede Carvalho, Nilo da Silva Pessoa, Alde-maro Sentia Gomes, Maria Consuêlo Diasda Silva, Maria Apparecida B. Santos,Maria Angela Barbalho Uchôa Cavalcanti,José Alfeu Machado, Martha Mouro Fer-raz, Helia da Fonseca Rodrigues Lopes,Yedda Regai Possolo, Octaviano Galvão,Therezinha Gomes Braga, Wilson SimõesFerreira, Eulína Prata Carvalho, AyrtonSá dos Santos, Maria Rosa Ferraz, Elo-dya Pezzini, Willy Meyer, Epitacio Ale-xandre das Neves. Leylah Costa, BcanitaCelestino, Glorinha Vasconcelios, Raul daCruz e Silva, Osmarino Pereira de Oli-veira, Armando Alves da Costa, YolandaDias, José Vasconcelios da Silva. AureliaWilches, João Moreira, Fernando Mecaz-zo, Antônio Luiz Boavista Nery, Eccle-&ias de Assis Chagas, Radamez Bemi, Ed-gard de Almeida, Oswaldo Athayde Sil-va, Murillo Pires de Carvalho, MargaridaLopes Ferraz, Mauro Santiago, José daSilva Mangualde, Milton da Silva Cordi-lha, M. Souto Lyra, Selio Picottis daCunha, Irincu Contador, Maria AmaliaGonçalves, Joanna Coeli de Lellis Ferrei-ra, Hamilton da Silva e Costa, Lha Lo-pes, Luiz Gastão de Diniz, Hevon PaquetoCezar, Arinos de Carvalho Arantes, EgasPolônio, Carlos Eduardo de Almeida San-tos, Dalmo Gildo Pontual, Hélio MoraesBarros. Heloisa P. Freitas, Enedino Vi-anna Bacellar, Jorge dc Barros Barreto,

Foi o seguinte o resultado final do con-curso:

Io Prcmío:

CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA

SANTOS

de 9 annos de idade c morador á rua Ba-rão de Loreto ns. 30, Ypiranga, SãoPaulo.

2o Prêmio: ,

MOWHICO PHOSPHL-Excelkíriíe reconstituiu;SfCCEOANEO DoOtEOOE FlGADO OE BmÁEste vinho encerro- sob formovel ps princípios medicamentoso;eonhdbs no bleodeficjcidoci*r0«SflH«(X3 MS IHUESTlM 00 PEITO,!:.'¦¦CN6U0NASI0S, MCHEtl#S,BHEUH«mnil, AS" 'CATAMtH0$,8«rjNnilTES, C0HV/UESCENC»S l,..L,1 £i rooas rs nfnççõti tendo por chusa

"HQUEZA GERJJl

^«t^r^-L-— _--_ *

FABRICA'0tJfrü>CWfIIC05PHARÍl'-«>

Cl!A DtOA.lhA!'*,»^ 5

nüüíiKS

'"'writBHn- Kirn»-»

^ode Janeiro

DALMO GILDO PONTUAL

de 7 annos de idade e residente em Cal-cada, n». 140, São Salvador, Bahia.o

-RESULTADO DO CONCURSO N. 3300

Respostas certas:

í ¦¦41

VINHO REC0HST1TUINTESILVA ARAUJO

rn CLYCFPINADO

SYNTHESE DAS OPINIÕES DESUMMIDADES MÉDICAS:

" De preparados análogos, nenhum, ameu ver, lhe é superior e poucos o égua-lam, sejam nacionaes ou estrangeiros; atodos, porém, o prefiro sem hesitação, pelaefficacia e pelo meticuloso cuidado de seupreparo, a par do sabor agradável ao " pa-ladar de todos os doentes e convales-centes ".

Dr. B. da Rocha Faria...excellente preparado que se emprega

com a máxima confiança e sempre comefÍKacia nos casos adequados.

Dr. Miguel Couto"...dou com desembaraço e justiça, o

testemunho dos grandes benefícios que metem proporcionado na clinica..."

Dr. Luiz Barbosa" .. .excellente tônico nervino e hemato-

genico, applicavel a todos os casos de de-bilidade geral e de qualquer moléstia in-fecciosa".

Dr. A. Austregesilo...este preparado é um dos melhores

que conheço pela sua efficaz acção to-nica.

Dr. Rodrigues Lima...me tem sido dado constatar era doen-

tes de minha clinica, os benéficos effel-tos do Vinho Tônico Reconstituinte SilvaAraujo

Dr. Henrique RoxoDentre os produetos similares destaca*-

se o "Vinho Reconstituinte** de SilvaAraujo.

Dr. Nascimento Gurgel...numerosas são as provas que, desde

longo tempo hei colhido de sua bemfazejainfluencia tonificante "sobre o organismo.

Dr. Toledo Dodsworth^««¦¦«••wwwwuvvUM"^^

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30 — Janeiro 1929 _ 33 — O TICO-TICO

i" — E' o V.2" — Bengala.£' — Cotia — Tia.4a — America — Américo.5" — Corredor.

Solucionistas: — Haydé,: Di TommasoBastos, João Gomes Fernandes, Antônio.Guedes Marques, Odilon Cantarelli, Mariade Lourdes Carvalho Taveira, Eduardode Alvarenga, Deraklo Goulart, Hélio Rc-zende, Cezar Espinola, Hamilton da Silvae Costa, João Vianna di. Oliveira, José daSilva Mangualde, Joffre Ruy de Assis,Anxibio de Souza Vabnte, Nelson Bracet,Oswaldo Sá Rego Fortes, Jorge Landi,Archimedes de Mesquita Barros, Jersey Pi-nheiro Guimarães, Rubem Ribeiro Max,CeJita Barbosa, Annie E. Duckworth,Nice. Carregai Borges, Laura de Mattos,Paulo. Rolff, Cyla' Britto Bastos, Octaviode Moraes Salles, Cephira de Oliveira Bri-t°, Célia Verxai, Maria Amalia Gonçal-ves, Neith da Costa Torres, WaldemarMartins, João Hernani Bettega, CuidaOliva, Maria Apparecida B. Santos, Ata-liba Cabral Neves, Luiz Philippe da Car-valho, José Carlos Martins, Lúcia Leal,Alfredo Insley Pacheco, Aido Mcroe-glelie, Antônio Rufino, Rubem Dias Leal,Cassio Cunha, Carlos Mostaert Seixas,Nadir da Paz Floquet FoiV.es, EphigeniaMonteiro Machado, Nolney Calmon, Aure-l'o Pitanga Seixas, Leonardo Benito, RaulSoares, Rubem da Costa Maia, Lucy Ri-teiro Sobral, Elza dos Santos Gomes, Fer-nando Paulo Magalhães, Nelson Costa,Milton Moreira Machado, Sara Gifschitz,Heloisa Souto Lyra, Nelson da Costa Tor-res, Haydéè Osório, Aldyr S. de Araújo,Amilcar Servio de Aratijo, Odette Massif,Maria Dolores de Queiroz Neves, Appa-recida de Souza Lima, Adelina MachadoGermano, Eugeny Richard Abijaodi, Glo-"*nha, Dina Maria dos Neves, DéaCouto Caminha, Eurydice B. MacedoCosta, Ayrton Sá dos Santos, ArmandoA'ves da Costa Junior, Oswaldo Ferrarode Carvalho, Ecclesia de Assis Nogueira,Luiza Weber, Vinicio Rangel, Heloisa Ri-caldoni Pelajô, Ruth da Silva Pereira, Re-Riria Heiena Araújo Sampaio, Maria doCarmo Bastos, Willy Meyer, Edméa Mello,Walderez A. Barros. Arnor Tavares do" Rego, Silas Alves Falcão, Orchidéa Pe-reira de Oliveira, Edmir Vasconcellos Tei-xeira, Milton da Silva Cordilha, Elza Ro-'eiro, Annibal Cavalcanti Caruso, Walde-"flar Ludwig, Gecelia Ribeiro, Heloisa da

PÍLULAS

|TIttjí|n^^^5|(PÍLULAS DE PAPAINA E

PODOPHYLINA)

Empregadas com suecesso nas moles-™as do estômago, figado ou intestinos.Estas pilulas além de tônicas, são in-bicadas na3 dyspepsias, dores de cabeça,"Moléstias

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wHB

A linda menina Nena, orgulho do casalHcrculano de Araújo Lobo.

O que nos escreve o seu papae:Illmos. Srs. Di redores da Cia. Nes-

ffé _ Caixa do Correio 760 — Riode Janeiro

Amigos e Srs.:Tomo a liberdade de enviar a VV.

SS, uma photographia de minha íiihi-nha Nena, grande consumidora do seuafamado producto. Farinha Láctea Nes-tlé. — Minha Nena^ tem agora 2 annose está pesando i3 kilos e 200 grammas.graças a esse alimento forte e rico emphosphatos. Agradeço a VV. SS. osseus meritorios esforços que contri-buiram , para a saúde e robuste2 deminha filha.

Com toda a consideração e elevadaestima, subscrevo-me de VV. SS.

Amos. Attos. Obrgdo.(Ass.) Hcrculano de Araújo LoboRes.: — Kua Bel'a de S. João n. i2.

A's mães- cujos bebês não progri-dem, recomniendamos que se dirijamá Companhia Nestlé — 12, Rua daMisericórdia — Rio, afim de recebe-rem, gratuitamente, uma amostra deFarinha Láctea Nestlé e um interes-santissimo livro sobre os deveres demãe, assim como um brinde para opequerrucho.

Foi premiado o concurrente:

DIRCEU MARTINS

de 7 annos de idade e morador á ruaAlegre n°. 98, Aldeia Campista, nesta Ca-pitai.

Assisteiícia Dentaria

Visitámos ha dias essa obra meritoriainstallada em 11111 bello edifício á ruaPaulo de Frontin e que se deve á ini-ciativa do Sr. Zeferino d'01iveira.

Foram ali matriculados-já 2.512 me-ninos e 3.465 meninas que recebemassistência dentaria gratuita, funecio-nando --diariamente das 8 ás 10 e das3 ás 5 da tarde.

Prestam seus serviços clinicos á As-sistencia infantil 96 dentistas, entreos quaes muitas senhoras e senhoritas,havendo duas turmas de 8 dentistaspela manhã e 8 á tarde.

Pela manhã os serviços estão sob adirecção do Dr. Carlos Antônio Klun-ge e á tarde do Dr. Pimenta da Cunha.

Permanecem na Assistência duas en-fermeiras: DD. Olga Maia e Sylviade Mattos, estando o serviço da se-cretaria a cargo de D. Celina C.'Lima.

Mantém ainda um curso de hygienis-tas dentárias muito freqüentado comgabinete completo de radiologia, bi-bliotheca, salão de honra, etc.

No momento em que ali estivemosera grande o numero de creanças quese encontravam no "Recreio AlaõrPrata", sob um caramanchão, á espera"da vez" de tratar dos dentes. Com-parece diariamente uma média de 500creanças que são attendidas.

Publicaremos breve alguns aspectosphotographicos do que é a AssistênciaDentaria Infantil, que tão grandes ser-viços presta ás creanças pobres.

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QUE EÜ $OU FORTÍ.e'WBUST(

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O TICO-TICO 34 — 30 Janeiro — 1920

PARA A SYPHILIS ESUAS TERRÍVEIS CON-

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MIW\MA*MMA/\A/^^/WVVVVVSMMVV\^VMAAi

CONCURSO N. 3-310

Para os li-itores di;sta capital e dosEstados próximos

Perguntas:

i» — Qual a mulher quc diz ver umafrueta,

(3 syllabas)Aida Nogueira

2* — Qual o nome de mulher formadode dois nomes de mulher?

(4 syllabas)Odette Vieira

3» — Em que se parecem as portas comos batalhões?

Lauro Mello

4* — Qual o agasalho que sem a pri-meira syllaba é vasilha?

(3 syllabas)Maria Cruz

5* — Qual o córrego formado pela notamusical c pelo animal?

(3 syllabas)Oldemar dc Souza

^arauní)a5fin]ras

As soluções devem ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assigna-das e acompanhadas do vale numero3-3io.

Para este concurso, que será encerradono dia 26 de Fevereiro, daremos comopremio, por sorte, entre as soluções eer-tas, um rico livro de leituras infantis.

f£ CONCURSO]

ra* 3.310

CONCURSO N. 3.311Para os leitores desta capital e dos Estados

fe^^t^!

.

Ir^^^^i fl£ I•wíi^rv:"::;7r::;:-': ;r.:™:

Depois de recortados os pedaços do cli- prêmios, de i° e 2o logares, por sorte, doisché acima, devem os meninos com çlles livros illustrados para a infância,formar uma ave — o mergulhão.

As soluções devem ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assigna-das, separadas das de outros quaesquerconcursos e acompanhadas não só da de-•claração de idade c residência do concor-rente, como também do vale que vae pu-blicado a seguir e tem o n. 3.31,1.

Para este concurso, que será encerradono dia 8 de Março vindouro, daremos como

w0tmS ,1CONCURf©

w* 3.311

FRAGMENTOAté o século XV, não se conhecia o

ponto final.Os clássicos começaram a usar os dois

pontos cm 1485, e o ponto c vírgula nosnxados de 1570.

Ainda no século XVI,' os escriptores em-pregavam nos seus escriptos: — ponto,dois-pontos. e a vírgula que surgiu cm1520.

Com a invenção da imprensa por Gut-tenberg, no começo do século XV, que tãoúteis beneficios trouxe á humanidade, foique se começou a definir e a multiplicara pontuação tal qual a possuímos hoje,

A crase começou a ser usada no co-meço do século XVl.

No Brasil, o primeiro tratado referenteá collocação da crase, e quc tanto suecessoalcançou naquella época, foi impresso em1883, pelo illustre professor paulista Tho-maz Galhardo..

O primeiro tratado referente á col-locação dos pronomes, foi publicado emLisboa, em 1850, por um grammatico por-tuguez.

No B-rasil, foi o notável philologo JúlioRibeiro, que primeiro tratou desse assum-pto em sua grammMica impressa em 1881.

Em 1884, a lingua portugueza pos-suia 8.500 verbos.

Com a evolução da lingua, é possível

que hoje attinja um numero mais elevadodo que possuía naquella época.

Póde-se affirmar sem receio de errar,que noventa por cento dos verbos da nossa'¦'"ga, pertencem á primeira conjugação.

Nesse mesmo anno de 1844, AdolphoCoelho era o maior mestre da philologiaportugueza, na opinião dos entendidos namatéria. '

Na Apparecida do Norte, reside umpadre allemão que sabe de cór a grammati-ca scientifica de Júlio Ribeiro.

Note-se que, o estudioso sacerdote em-pregou 6 annos para decoral-a, folheando-a diariamente.

Já é ter amor pela nossa lingua!A maior palavra da lingua portugueza

ê um advérbio de modo.Um clássico portuguez, sabia de cór

25.000 vocábulos.Na Paulícéa, falleceu demente, um sa-

cerdote que havia decorado a metade doDiccionario.

Boa memória, mas triste fim 1Um escriptor portuguez e mestre do

vernáculo, residente na Pauücca, asseveraque, 110 Brasil, onde se escreve com maisperfeição a nossa lingua, é no Estado doMaranhão, devido a prevalecer em maior

numero a colônia portugueza.S., Barcellos

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30 Janeiro — 1929 — 35 O TICO-TICO

M A S E R A N E Aoxirfto á cidade de Tanuaria, nas mar-

v,' ^ Hm Sào Francisco, por onde ha-'"« passado os Padres Jesuítas, victo-

trnl°n Sl'mPre com o lábaro da cruz, no

<jò ° ln8rat° &> colonização, maltrata-

faz SCmprc. P°r aquelles que pretendiam

cot r a ?'v'''zaÇão com o tronco c q chi-

ar.e'. sc'não a bala... os pobres selvicolas

tr"ataC°aVani"Se aos missionários, que osnuin lVaiU

C°m carinn°; c> P°r nada noM ,.0,

ncin com a promessa das maioresgalias, ninguém obtinha dViles qualquerviin qi'e fosso de encontro á Lei D.-a ensinada pelos seus padres.dei)°ntam estes' qlle voItand° certa vez,.|e;„_'S ^e Ul11 anno de ausência, a um ai-fl

*mento Ja evangelisado, qu:zeram os in-lei>-

comill>"'igar na primeira missa a -ce-

era PPUZe-ram"Sp os Pac'r<;s> lembrando que.

Cjs prec'so pr .neiro rceordar.-m o cate-ri_,__° c Purificar os seus corações no Sa-Cra_**nt0 da Penitencia.senti] ,'

resP°nt'cu ° chefe, um tantoOo d0 máu jjiizc, que faziam d'e.IèsUm

u> alguém aqui era capaz dc fazernho_Pl'CCatl0' salx'ndo quanto Nosso Se-ía_

s°ffreu, quando deu o seu sangue'«a nos remir?[ I "

Ü

1. todos sem excepção, conimungavamria mista,

'com fervor edificante.

Foi ahi que encontrámos um da> JoséAncbieta, o caboclo mineiro, que fora bá-ptisado com o nome do grande anoTinha elle oito annos; e já trabalhava,

pastoreando os gados de um r co fazen-deiro.

O sol, naquellc dia, mais que nuncaabrazado . mirrava as plantas, e aniquilavaaté as ovelhas e os bois.

José Ancbieta morria de sede... e es-tava longe, muito longe, do córrego maisçroximo.

I. mbrou-se que ali mesmo, a uma cen-tena de metros, pompeava o sitio de umtal Chico Batuta, alugado por uns temposa uma familia do Rio de Janeiro...

O sitio era grande. E ninguém poderiavêr _ elle trepasse ao alto de um ca-iueiro, para matar a sede.

Vencido pela canicula, o caboclinho dei-xou-se até á beira do sitio. As arvores,tentadoras, ostentavam a sua ramaria, ver-gando sob o peso dos fructos!

José Ancbieta ia já transpor o cercado

de taquaras, quando sentiu uma pancada nocoração...

Parou. F ouviu a voz do seu anjo daguarda:" Quinto — não furtar! "

Ancbieta, arrependido, só de terpensado cm fazer mal, caFu de joelhos,clamando cm voz alta:

Perdoai-me, Senhor! não me deixeiscahir na tentação. Mas... vede Senhor 1Fstou morrendo de sâde! Fazei brotar dapedra um pouquinho d'agua, como fizesteno deserto para os hebreus!...

F. como elle ia voltar-se... para vêr sia água já sabia de dentro de um penedo,uma voz lhe gritou:

Não te mexas 1 Terás água, e m&ísalguma cousa... mas, não te mexas!

O menino ficou immovel, agradecendo aDeus, na mesma posição: de mãos postase os olhos fixos no céu ardente.

Fra o inquilino do sitio, pintor afama-do, que viera em busca de melhores arespara seu filhinho enfermo. O quadro —",S'í/i'(.."' (tenho sede)... na exposiçãocias Bel_s-Artes, foi ______ anno a mai.;formosa reprodncção da magnificente pai-sagem brasileira.

^a bibliotheca num só volume — ALMANACH D'" O MALHO¦^w...'¦"-""_-, .•^^j".'jv^'jw^m^m-^j^n^nrjvm^jvyv^r.m-'

¦va- /-_§ ^1 F^TTx/A. *J^""" "^ mmmmXIodas as criai.ças requerem IH f sj lL«" V-^"*"^ .'"'_O uso de sabonete, mas devido I fl ^"^

^X>^ U â sua culis tio lenrae delicada. Jl __. I klErTrÃlCC _^ mnvnA^^»^ deve-se ter muito cuidado ra ____-/7l ftr:::;:í^ t"tV»VV/lZO V__r\0 1-rVW ™ I

//Ir_T" escolha. JfkfA tfl 1 N T T-^Tl NZ_ F^í _¦/

JMW Use-se. de preferencia- tf Êk* \| LAXATIV0"D|A1_RH__. AS wl

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BBI

r >-Z_^r^^ 1 Que ^ ° ma's Puro e niaía / f/^-^^\ \_S^____-_!_/^»^í mwX^m^^^^mmW^r>^ ./í>_í-—? / saudável para as crianças . r^*^^? ^*^i^Bfl f%f' B^jü^-li^^ .V^ mi^^r

I À } f Tamben nio tem comparação V V (^K\o{/eS ^^^^^m^agggaim^^S^^^^@ A«_-| Par* o banho e toucador, WNlt j J .*t_A e para gazer a barba. 7 /. I '

^MlllllllMliiM^eiam á ILLUSTRAÇÃO BRASILEIRA, a rainha das revistas nacionaes

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T \JT \3 >A X .?- A-m^t_ K\ _K k^> ^\_W"\\n^K^, \_\_. ^V^\_\>^V^_ -

Benjamim contava a Chi-quinho, as proezas de TutuMarambaia: — Elle entra-va á noite pelos telhados eroubava as creanças . . .

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/... susto. De facto, os dois, Benjamim e Jagun-

ço, estavam de modo que pareciam dois fantas-mas. Depois Chiquinho cobrou animo e...SP^TTTr.--S1*-'-• -•>.:- .-,

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.. :desobedientes, as vadias.— Tu ainda crês nisso, Ben-jamim! disse Chiquinho a , > \Benjamim. Este, então, ju-rou vingar-se de Chiquinho e.munido de dois saccos, fezdois fantasmas para dizer que eram Tutu Marambaia.Depois se apresentaram a Chiquinho que tomou um ...

h-fW _P>__X

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... perguntou: Quem sois? O Tutu Marambaia,sem responder, avançou para Chiquinho. Estecorreu e depois de andar pela casa toda,...

\

\ \

\

... e„Vr_\i _o quarto de s_amãe. O Tutu Marambaia foi-lhe ao encalço e, sem vêr umabacia que se achava dentrodo quarto, seguiu perse-...

*\V.

\

A\

... guindo a Chiquinho. Es-te escondeu-se atra2 da porta

\ £i&^m^X e os tutus marambaias trope-çaram e cahiram dentro dabacia. Chiquinho, já ha mui-to. sabia que eram Benjamim

e Jagunço os autores daquella brincadeira. E, desta vez,tudo correu ás mil maravilhas, sem o castigo do _________