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CONTRATO Nº 48000.003155/2007-17: DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DUODECENAL (2010 - 2030) DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA - MME SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL-SGM BANCO MUNDIAL BANCO INTERNACIONAL PARA A RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO - BIRD PRODUTO 19 MINÉRIO DE OURO Relatório Técnico 28 Perfil do Ouro CONSULTOR Homero de Araújo Neto PROJETO ESTAL PROJETO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA AO SETOR DE ENERGIA Agosto de 2009

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Page 1: P19 RT28 Perfil Do Ouro

CONTRATO Nº 48000.003155/2007-17: DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DUODECENAL (2010 - 2030) DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E

TRANSFORMAÇÃO MINERAL

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA - MME

SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL-SGM

BANCO MUNDIAL

BANCO INTERNACIONAL PARA A RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO - BIRD

PRODUTO 19

MINÉRIO DE OURO

Relatório Técnico 28

Perfil do Ouro

CONSULTOR

Homero de Araújo Neto

PROJETO ESTAL PROJETO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA AO SETOR DE ENERGIA

Agosto de 2009

Page 2: P19 RT28 Perfil Do Ouro

1

SUMÁRIO

1. SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................... 6

2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 7

3. A INDÚSTRIA DO OURO ............................................................................................................. 7

3.1. PRODUÇÃO DE OURO NO BRASIL ................................................................................................ 7

3.2. VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL DO OURO .............................................................................. 12

3.3. RESERVAS ................................................................................................................................ 12

3.4. PARQUE DE MINERAÇÃO .......................................................................................................... 13

3.5. PRINCIPAIS EMPRESAS PRODUTORAS ....................................................................................... 13

4. ASPECTOS FÍSICO QUÍMICOS DO OURO E MÉTODOS DE EXTRAÇÃO ......................... 14

4.1. MINERALOGIA .......................................................................................................................... 14

4.2. QUIMISMO ................................................................................................................................ 14

4.3. UNIDADES DE PESO .................................................................................................................. 14

4.5. PROCESSAMENTO ..................................................................................................................... 15

4.6. TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS ................................................................................................... 18

5. USOS ............................................................................................................................................. 18

5.1. USO INDUSTRIAL ...................................................................................................................... 18

5.2. USO MONETÁRIO ...................................................................................................................... 19

6. ASPECTOS AMBIENTAIS ......................................................................................................... 20

6.1. IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................................................................................ 20

6.2. CONSUMO ENERGÉTICO ............................................................................................................ 21

6.3. EMISSÃO DE CO2 ..................................................................................................................... 22

6.4. UTILIZAÇÃO DE ÁGUA .............................................................................................................. 22

6.5. GERAÇÃO DE RESÍDUOS MINERAIS ........................................................................................... 22

7. ASPECTOS ECONÔMICOS ....................................................................................................... 23

7.1. PREÇO DE MERCADO ................................................................................................................ 23

7.2. NÍVEL DE CONCENTRAÇÃO NA INDÚSTRIA ............................................................................... 23

7.3. PADRÃO ORGANIZACIONAL DAS EMPRESAS DO SEGMENTO ..................................................... 24

7.4. ARRECADAÇÃO ........................................................................................................................ 24

7.6. INCENTIVOS .............................................................................................................................. 26

7.7. FONTES DE FINANCIAMENTO .................................................................................................... 26

8. RECURSOS HUMANOS .............................................................................................................. 27

9. ARCABOUÇO LEGAL ............................................................................................................... 28

9.1. ESTRUTURA DA REGULAMENTAÇÃO......................................................................................... 28

9.2. LICENCIAMENTO E LEIS AMBIENTAIS ....................................................................................... 29

10. TIPOLOGIA DAS MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS BRASILEIRAS ................................. 29

11. PRINCIPAIS MINAS /ÁREAS MINERALIZADAS EM OURO NO BRASIL........................ 31

12. PRODUÇÃO DE OURO NO BRASIL ....................................................................................... 34

12.1. MINAS .................................................................................................................................... 34

12.2. GARIMPOS .............................................................................................................................. 34

Page 3: P19 RT28 Perfil Do Ouro

12.3. MÉTODOS DE PRODUÇÃO ADOTADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO ................................................. 39

12.4. SUB-PRODUTOS E CO-PRODUTOS ............................................................................................. 39

12.5. PRODUÇÃO SECUNDÁRIA ........................................................................................................ 40

13. CENÁRIO INTERNACIONAL .................................................................................................. 40

13.1. PRODUÇÃO MUNDIAL DE OURO (T) ....................................................................................... 40

13.2. RESERVAS MUNDIAIS DE OURO(T) ......................................................................................... 41

13.3. PREÇO DO OURO ..................................................................................................................... 41

13.4. OFERTA DE OURO ................................................................................................................... 42

14. PROJEÇÕES ATÉ 2030 ............................................................................................................. 43

15. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 46

16. RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................. 46

17. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................................. 47

18. ANEXO ........................................................................................................................................ 48

Page 4: P19 RT28 Perfil Do Ouro

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Produção de Ouro no Brasil Proveniente de Minas e Garimpos no Período 2005 -

2007 (expressa em Kg) ................................................................................................................

8

Tabela 2- Produção de ouro no Brasil proveniente de Minas no ano 2006(expressa em t)....... 9

Tabela 3- Produção de ouro no Brasil proveniente de Minas no ano 2007(expressa em t)....... 9

Tabela 4- Estimativa da produção de ouro no Brasil proveniente de Minas no ano

2008(expressa em t)......................................................................................................................

10

Tabela 5- Estimativa da produção de ouro no Brasil proveniente de Minas no ano

2009(expressa em t)......................................................................................................................

11

Tabela 6- Valor da Produção total de Ouro (2002 a 2007) ........................................................... 12

Tabela 7- Reservas de Ouro no Brasil em 2007 .......................................................................... 12

Tabela 8- Número de minas brasileiras de Ouro, em cada classificação, em 2007 ....................... 13

Tabela 9- Principais empresas produtoras de Ouro no Brasil, em 2007 ..................................... 13

Tabela 10- O Ouro em relação à produção nacional de minerais não metálicos, em 2007......... 23

Tabela 11- Investimentos nas Minas ................................................................................................. 24

Tabela 12- Investimentos nas sinas ..................................................................................................... 25

Tabela 13- Pessoas envolvidas na produção de ouro nas minas do Brasil ............................................... 28

Tabela 14- Classificação das Áreas Mineralizadas em ouro no Brasil segundo Forster,

R.P.(1991) e suas correlações em Depósitos Estrangeiros...........................................................

30

Tabela 15- Principais Minas / Áreas Mineralizadas em ouro no Brasil. Localização

Geográfica/Geológica, Feições Geológicas e Dados Econômicos ..............................................

31

Tabela 16- Tipos de Lavra e Beneficiamento Usados na Produção de Ouro das Minas do

Brasil...............................................................................................................................................

35

Tabela 17- Áreas de Garimpagem, Produção, População Garimpeira Ativa e Métodos de

Extração e Beneficiamento ............................................................................................................

36

Tabela 18- Produção Mundial de Ouro......................................................................................... 37

Tabela 19- Reservas Mundiais de Ouro........................................................................................ 38

Tabela 20- Preço do Ouro.............................................................................................................. 40

Tabela 21- Projeções para a Produção de Ouro no Brasil............................................................. 41

Tabela 22- Projeções das Reservas de Ouro no Brasil.................................................................. 43

Page 5: P19 RT28 Perfil Do Ouro

SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas

AMB- Anuário Mineral Brasileiro

ANA- Agência Nacional das Águas

CETEM- Centro de Tecnologia Mineral

CFEM- Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais

CIF- Custos, Seguro e Frete (Costs, Insurance and Freight)

COFINS- Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

CONAMA- Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM- Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

DNPM- Departamento Nacional da Produção Mineral

EUA- Estados Unidos da América do Norte

FOB- Mercadoria livre a bordo (Free on Board)

g- Grama

HPGR- Moinhos de rolos de alta pressão (High Pressure Grinding Rolls)

IBAMA- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE- Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS- Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços

ISSO- International Organization for Standardization

kWh- quilowatt-hora (quantidade de energia utilizada para alimentar uma carga com potência de

1.000 watts durante uma hora)

Kg- Quilograma

Ltda.- Sociedade por Cotas de Responsabilidade Limitada

MCT- Ministério de Ciência e Tecnologia

MME- Ministério de Minas e Energia

ONU- Organização das Nações Unidas

OZ- Onça-Troy

pH- grandeza físico-química “potencial hidrogeniônico”

PIB- Produto Interno Bruto

PIS- Programa de Integração Social

PORMIN- Portal de Apoio ao Pequeno Produtor Mineral

ROM- run of mine

SA- Sociedade Anônima

SECEX- Secretaria do Comércio Exterior

SGM- Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral

t- tonelada

US$- Dólar Americano

Page 6: P19 RT28 Perfil Do Ouro

6

1. SUMÁRIO EXECUTIVO

O ouro vem sendo usado pela nossa civilização na confecção de jóias e adornos há mais de 6.000

anos. O ouro foi usado como lastro monetário pelos principais países do mundo e na indústria eletro-

eletrônica. De acordo com boletim do BNDES (2000), em nível internacional, o ouro está

progressivamente sofrendo um processo de desmonetização, perdendo suas funções de reserva monetária

e ativo financeiro e transformando-se em uma commodity. O ouro apresenta em suas formas beneficiadas

mais sofisticadas, um valor agregado elevado no caso das jóias e adornos.

A exploração do ouro no Brasil teve seu apogeu na época do Brasil colonial, quando foi o maior

produtor de ouro do mundo.

A seguir houve declínio na produção de ouro sendo retomada no período 1970-1990, quando o

Brasil tornou-se o quarto produtor de ouro do mundo, com destaque para a produção oriunda dos

garimpos gerando com ocupação direta e indireta de mais de um milhão de pessoas nesta atividade

produtiva.

A partir de 1988, quando a produção atingiu o pico de 112.600 kg (22.600 kg de minas e 90.000 kg

estimados de garimpos), houve um declínio na produção brasileira de ouro. Em 2003 esta produção atingiu

o menor patamar de 40.416 kg de ouro e a partir de 2005 vem aumentando até 49.613 kg em 2007.

O preço do ouro é um dos fatores que balizam o declínio ou aumento da sua produção; em 1970 o

preço nominal do ouro era de US$ 35.94/oz (media anual – Londom PM Fix – www.kitco.com); em 1980

o preço médio alcançou US$ 612.56/oz e caiu nos anos seguintes até o patamar dos US$ 270/oz nos anos

2000-2002; a partir de então tem aumentado e em 2009 a cotação média atingiu US$ 972.35/oz.

A produção de ouro bruto e beneficiado se dá principalmente nos estados de Minas Gerais, Pará,

Goiás, Bahia e Mato Grosso, com produção crescente nos últimos três anos. Em 2007 foram produzidos

49,6 t de ouro com valor superior a US$ 1,1 bilhão. Na mineração o produto final do ouro se dá na forma

de bullion. O ouro responde por aproximadamente 2,0% de toda a Compensação Financeira pela

Exploração de Recursos Minerais (CFEM) arrecadada no Brasil.(DNPM- Sumário Mineral, 2008)

O preço do ouro resulta numa estreita relação entre a demanda e a produção, levando a um

baixíssimo nível de estoques na indústria. A alta densidade do ouro torna baixo o custo do seu transporte

do centro produtor (minas e garimpos) até as grandes metrópoles, onde fabricam e produzem o ouro em

barras e fabricam jóias

As reservas lavráveis de ouro no Brasil, estão concentradas nos Estados de Minas Gerais, Goiás,

Pará, Bahia e Mato Grosso, e, como em muitos países do mundo, representam dezenas de anos de

produção, nos níveis atuais.

Os principais produtos do ouro, com maior valor agregado, têm sido a jóias e adornos. Apesar de

que o parque produtivo tem investido relativamente pouco em inovações tecnológicas, os fornecedores

têm conseguido atender à demanda do mercado com as instalações atuais, mesmo se em muitos casos

elas não são modernas ou muito eficientes.

O consumo de ouro aumentou em 2006 e 2007 nos países em desenvolvimento como Índia e

Turquia e países da comunidade européia, causando aumento em nossas exportações de ouro.

O investimento médio na mineração por tonelada adicional produzido pelas empresas no período

histórico 1978-1997 foi de US$ 47,6 milhões (Mineração no Brasil: Necessidades de Investimentos, 2000

- MME/SGM). As previsões de novos investimentos para o triênio 2008-2010 foram arredondadas para

US$ 50 milhões por tonelada por ano.

Page 7: P19 RT28 Perfil Do Ouro

7

Um dos fatores que evidencia a importância desta indústria para o Brasil, é sua geração de

empregos na economia, aproximadamente 10 mil em 2005, empregos formais nas minas, usinas e

joalherias e outros 10 mil empregos informais nos garimpos.(Segundo Sindicato dos Garimpeiros,2008).

O emprego de mão-de-obra na indústria do ouro está aumentando,porém houve nos últimos anos,

declínio da população garimpeira (empregos informais).

Entre as conclusões mais marcantes dessas projeções, estão:

Aumento na produção de ouro nas minas do Brasil até o ano de 2030 para 83,7 toneladas,

portanto um incremento de 53% acima da produção recente de 2008;

Os investimentos nas minas e nas usinas, estimados como necessários para manter a produção

nos níveis projetados, estimado em US$ 2,1 bilhão;

Aumento de mão de obra empregada, dos quase dez mil empregados, atualmente, para 15 mil

trabalhadores, com pouco mais da metade ocupada nas minas e indústria de jóias.

Como somente pouco mais de 10% dessa mão de obra é de nível superior, e como não é

prevista uma mudança nas exigências em relação à proporção de mão de obra mais qualificada,

até 2030, imagina-se que o mercado não terá dificuldade em disponibilizar essa mão de obra.

2. INTRODUÇÃO

O ouro é encontrado basicamente associado a sulfetos e tem como para gêneses ouro-cobre-ferro e

livre nas aluviões. O ouro é encontrado em todos os continentes, e é extraído de rochas antigas

(arqueozóicas e proterozóicas) e terrenos tercio-quaternários Esses depósitos são geralmente formados

por eventos vulcânicos e alterações dessas rochas. As rochas arqueozóicas e proterozóicas e as tercio-

quaternárias representam aproximadamente 60% de todas as rochas do continente.

As reservas mundiais de ouro superam 90.000 toneladas, porém a sua ocorrência com elevado teor

superior a 8g/t de Au corresponde a menos de 20% das reservas de ouro lavradas em todo o mundo.

O ouro representa uma grande variedade de uso, desde matéria prima para a confecção de jóias a

lastro monetário.

Os principais usos do ouro são:

Produção de jóias;

Indústria eletro- eletrônica;

Lastro monetário;

Moedas e medalhas comemorativas e muitos outros;

As rochas metamórficas, em todo mundo, são os principais litotipos para ocorrências de ouro

primário e os depósitos tercio-quaternários, os litotipos de ouro secundário.

3. A INDÚSTRIA DO OURO

3.1. Produção de Ouro no Brasil

Com base no Anuário Mineral Brasileiro (AMB), ano 2007, publicado pelo Departamento

Nacional de Produção Mineral (DNPM), embora no Brasil o ouro apresente ampla distribuição

geográfica, cerca de 90% da produção aurífera interna é proveniente de apenas cinco estados: Minas

Gerais (48,8%), Pará (36,9%), Goiás (6%), Mato Grosso (4,6%) e Bahia (3,7%). Os dados da produção

de ouro no Brasil nos anos 1988-2008, obtidos a partir do DNPM e da Secretaria de Geologia, Mineração

e Transformação Mineral (SGM/MME), indicam que a produção aurífera em 2007, incluindo a

participação de minas e garimpos, foi de 59,6 toneladas, tendo sido registrado um aumento de 20% em

relação à produção no ano de 2007, conforme pode ser visualizados na Tabela a seguir:

Page 8: P19 RT28 Perfil Do Ouro

8

Os dados indicam que a contribuição do ouro na produção aurífera produzido nas minas está

aumentando enquanto a produção proveniente dos garimpos vem diminuindo, refletindo uma inversão na

situação comparativamente com as décadas de 70 e 80. A produção aurífera nacional atingiu o pico de

112,6 toneladas em 1988 com expressiva contribuição da produção garimpeira. A produção das minas

tem oscilado entre 40 na década dos anos 90. Na década atual se inicia com queda na produção nos três

primeiros anos e com tendência crescente a partir de 2003, conforme exposto no gráfico abaixo.

Page 9: P19 RT28 Perfil Do Ouro

9

Tabela 2 - Produção de Ouro no Brasil Proveniente de Minas em 2006 (expressa em t)

Empresa Produção

(t)

Localização-Estado / Nome da mina

Yamana Gold / Jacobina Mineração e

Comércio Ltda.

2,5 Jacobina - BA/ Jacobina

Anglo Gold Ashanti Brasil Mineração 9,0 Nova Lima - MG /Cuiabá

Mineração SerraGrande 6,0 Crixás - GO/Serra Grande

Kinrross/Rio Paracatu Mineração 5,4 Paracatu - MG/ Morro do Ouro

Yamana Gold Mineração Fazenda Brasileiro 2,7 Teofilânia - BA/ Fazenda Brasileiro

Mineração Turmalina 1,5 Pitangui - MG/Turmalina

Yamana/Serra da Borda Mineração 3,3 Vila Bela da Santíssima Trindade MT/São

Francisco

Yamana/Mineração Maracá 5,8 Alto Horizonte - GO/Mina Chapada

Serabi Mineração Ltda 1,1 Tapajós – PA-Palito

Mineração Tabiporã Ltda 0,6 Tabiporã PR - Tabiporã

Total 37,9 Fonte: DNPM/MME, Sumário Mineral, 2007

Tabela 3 - Produção de Ouro no Brasil Proveniente de Minas em 2007 (expressa em t)

Empresa Produção

(t)

Localização-Estado / Nome da mina

Kinross / Rio Paracatu Mineração S/A 5,4 Paracatu-MG / MG Morro do Ouro

AngloGold Ashanti Brasil Mineração Ltda 9,0 Nova Lima – MG / Cuiabá

AngloGold Ashanti Brasil Mineração Ltda 0,8 Santa Barbara - MG /Corrego do Sítio

Jaguar Mining /Mineração Serra do Oeste 0,8 Sabará – MG/ Zona A

São Bento Mineração 0,2 Santa Barbara - MG /São Bento

Jaguar Mining 1,5 Pitangui - MG / Turmalina

YamanaGold / Jacobina Mineração e

Comércio Ltda

1,6 BA /Jacobina

Yamana Gold / Mineração Fazenda Brasileiro 2,9 Teofilândia – BA / Fazenda Brasileiro

Yamana Gold (Mineração Fazenda Brasileiro 1,3 Santa Luz - BA /Santa Luz

Yamana Gold / Mineração Maracá 6,8 Alto Horizonte-GO / Chapada *

Kinross/AngloGold Ashanti Brasil /Mineração

Serra Grande

5,7 Crixás –GO / Crixás

Sertão Mineração S/A 0,2 Faina-GO/Faina

Vale S/A 2,8 Carajás – PA / Sossego

Serabi Mineração Ltda 0,8 Tapajós-PA / Palito

Yamana Gold / Serra da Borda Mineração 2,4 Vila Bela - MT /São Francisco

Mineração Pedra Branca do Amapari 1,6 Pedra Branca do Amapari – AP - Pedra

Branca do Amapari

Mineração Tabiporã Ltda. 0,6 Tabiporá – PR / Tabiporã

Total 44,4 * ouro associado ao cobre.

Fonte: DNPM/MME Sumário Mineral 2007

Page 10: P19 RT28 Perfil Do Ouro

10

A partir de informações obtidas das empresas que operam na mineração de ouro no Brasil

sugerem que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento nesse setor no país estão em processo

crescente, conforme pode se observar nas estimativas de produção de ouro nas Tabelas a seguir.

Tabela 4 - Estimativa da Produção de Ouro no Brasil Proveniente de Minas em 2008 (expressa em t)

Empresa Produção (t) Localização-Estado / Nome da mina

Kinross / Rio Paracatu Mineração

S/A

5,9 Paracatu - MG / Morro do Ouro

AngloGold Ashanti Brasil Mineração 9,4 Nova Lima – MG / Cuiabá

AngloGold Ashanti Brasil Mineração 0,8 Santa Barbara - MG /Córrego do Sítio

Jaguar Mining / Mineração Serra do

Oeste

2,0 Sabará – MG/ Zona A

Jaguar Mining/Mineração Serra do

Oeste

1,3 Itabirito-MG /Paciência

Jaguar Mining /Mineração Serra do

Oeste

1,9 Pitangui - MG / Turmalina

YamanaGold / Jacobina Mineração e

Comércio

3,7 Jacobina - BA /Jacobina

Yamana Gold / Mineração Fazenda

Brasileiro

2,8 Teofilândia – BA / Fazenda Brasileiro

Yamana Gold / Mineração Maracá 3,6 Alto Horizonte-GO / Chapada *

Kinross/AngloGold Ashanti /

Mineração Serra Grande

2,0 Crixás –GO / Mina III

Kinross/AngloGold Ashanti /

Mineração Serra Grande

1,4 Crixás – GO / Mina Nova

Kinross/AngloGold Ashanti /

Mineração Serra Grande

0,9 Crixás – GO / Open Pit

Vale S/A 3,3 Carajás – PA / Sossego/ Serqueirinho

Serabi Mineração Ltda 0,8 Tapajós-PA Palito

Yamana Gold / Serra da Borda

Mineração

3,6 Vila Bela - MT /São Francisco

Mundo Mineração 2,6 Mina Engenho - MG

0,8 Floresta do Araguaia – PA – Andorinhas

Outros (saldo para totalizar –

Informe Mineral)

7,8

TOTAL 54,6

*subproduto do cobre

Fonte: SGM/MME e Revista Minérios (2008)

Page 11: P19 RT28 Perfil Do Ouro

11

Tabela 5 - Estimativa de Produção de Ouro no Brasil Proveniente de Minas no Ano 2009 (expressa em t)

Empresa Produção

(t)

Localização-Estado / Nome da mina

Kinross / Rio Paracatu Mineração S/A 15,0 Paracatu / MG Morro do Ouro

AngloGold Ashanti Brasil Mineração 10,0 Nova Lima – MG / Cuiabá

AngloGold Ashanti Brasil Mineração 1,0 Santa Barbara - MG /Corrego do Sítio

Jaguar Mining / Mineração Serra do Oeste 1,8 Sabará – MG/ Zona A

Jaguar Mining / Mineração Serra do Oeste 1,5 Ilabirito – MG / Paciência

Jaguar Mining / Mineração Serra do Oeste 2,0 Pitangui - MG / Turmalina

Jaguar Mining /Mineração Serra do Oeste 1,4 Caeté - MG / Caeté

YamanaGold / Jacobina Mineração e Comércio

Ltda

4,0 Jacobina – BA / Jacobina

Yamana Gold / Mineração Fazenda Brasileiro 3,0 Teofilândia – BA / Fazenda Brasileiro

Yamana Gold 1,5 Santa Luz - BA /C1

Yamana Gold / Mineração Maracá 3,5 Alto Horizonte-GO / Chapada *

Kinross/AngloGold Ashanti / Mineração Serra

Grande

2,0 Crixás –GO / Mina III

Kinross/AngloGold Ashanti / Mineração Serra

Grande

1,5 Crixás –GO / Mina Nova

Kinross/AngloGold Ashanti / Mineração Serra

Grande

1,0 Crixás –GO /Open Pit

Vale S/A 3,5 Carajás - PA/Sossego/Sequeirinho*

Reinarda Mineração 1,0 Floresta do Araguaia PA - Andorinhas

Yamana Gold / Serra da Borda Mineração 5,5 Vila Bela - MT São Francisco

Yamana Gold / Mineração Serra da Borda 1,6 Vila Bela -MT Ernesto e Pau a Pique

Caraíba Metais 2,0 Nova Xavantina – MT – Nova Xavantina

Total 61,8

Fonte: Revista Minérios, Agosto (2009)

* ouro como subproduto do cobre

PROJETOS EM ESTUDOS DE AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA

Projetos em estudo de avaliação técnica e econômica (Sumario Mineral Brasileiro 2008):

A Yamana Gold estuda viabilizar a produção de ouro em Pilar de Goiás.

A AngloGold estuda a viabilidade de desenvolvimento do Projeto Lamego em Minas Gerais.

A Jaguar Mining em associação com a X5TRATA analisa o projeto Pedra Branca no Ceará. A

Luna Gold adquiriu o Projeto Piaba no norte do Maranhão. A GPJ Ventures adquiriu os direitos

minerários do Projeto Amapari no Amapá da Goldcorp. A Mundo Mineração tem metas de

produzir 6t de ouro em seis anos na Mina Engenho em Minas Gerais.

Page 12: P19 RT28 Perfil Do Ouro

12

A Votorantim Metais produzirá a parti de 2010 ,em Juiz de Fora Minas Gerais através de sua

umidade polimetálicos 4t anuais de ouro. Através dos projetos de cobre Salobo, Cristalino e Alemão, a

Vale projeta produzir 18t de ouro em 2015.

A Kinross e Verena Minerals avaliam reservas de ouro em Monte do Carmo Tocantins.

A Lara Exploration formando uma Joint Venture com a TGold Mineração estuda viabilizar a

produção de ouro primário no Garimpo Santa Felicidade no Tapajós. Na região do Tapajós os Projetos

Tocantinzinho, Cuiú, Bom Jardim, Chico Torres e São Jorge vem sendo alvo de pesquisas para ouro. Em

Bom Jardim foi realizada lavra pela Mineração Bom Jobim.

Com o aumento do preço do ouro, a produção garimpeira deverá ultrapassar 10t a partir de 2010.

O Brasil tem todas as condições para incrementar a produção de ouro: geologia favorável,

estabilidade política e econômica, crescimento da economia e desenvolvimento da cultura da mineração.

3.2. Valor da Produção Mineral do Ouro

O valor da produção mineral comercializada no Brasil, conforme apresentado na Tabela-1 e repetido

na Tabela-6, apresenta esses valores em dólares norte-americanos. A taxa de câmbio utilizada para converter

os valores da produção em moeda nacional para dólares foi o valor médio do dólar em cada ano.

Tabela 6 - Valor da Produção de Ouro, (2002 a 2007)

Ano Produção (quilos) OZ Preços por Oz Total US$

2002 41662 1.339.442 272,67 365.225.615,35

2003 40416 1.299.383 309,66 402.366.851,85

2004 47596 1.530.221 362,91 555.332.573,30

2005 41154 1.323.110 444,47 588.082.509,65

2006 43078 1.384.967 603,92 836.409.007,20

2007 49613 1.595.068 695,39 1.109.194.446,69

Em termos de valor da produção brasileira de ouro, este vem aumentando ano a ano a partir de

2003 acompanhando as altas do preço por Oz; mesmo com o decréscimo da produção em 2005 em

relação a 2004, o valor da produção permaneceu em ascendência, devido a forte valorização do preço da

Oz (22,3%). A tendência é de alta para os próximos anos.

3.3. Reservas

Segundo o AMB 2007, as reservas lavráveis de ouro no Brasil chegam a 1.950 toneladas,

incluindo as reservas de ouro associado ao cobre. Mais de 90% dessas reservas se encontram em Minas

Gerais (48,8%), Pará (36,9%), Goiás (6%), Mato Grosso (3,6%) e Bahia ( 3%).

Segundo o DNPM, as reservas lavráveis de ouro no Brasil têm se mantido relativamente estáveis

desde 2002, quando somavam 1.930 toneladas.

A distribuição das reservas de ouro, nas diferentes categorias de reservas, está apresentada na

Tabela a seguir.

Tabela 7 - Reservas de Ouro no Brasil em 2007

Reservas

(1.000 t)

Medida Indicada Inferida Lavrável

1.353 1.072 858 1.950

Fonte: Anuário Mineral Brasileiro DNPM 2006

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13

3.4. Parque de Mineração

Segundo a Revista Minérios (Agosto, 2008), as minas brasileiras são classificadas pela produção

bruta (run-of-mine), em toneladas anuais, dentro de três classificações: grandes (com produção bruta

anual maior que um milhão de toneladas), médias (com produção bruta anual entre cem mil e um milhão

toneladas), e pequenas (com produção bruta anual menor que cem mil toneladas).

De quatorze minas, 5 são consideradas grandes , 6 medias e 1 pequena

Segundo levantamento do DNPM constante do Universo da Mineração Brasileira (Neves e da

Silva, 2007), as minas de ouro classificadas como grandes, médias e pequenas representaram 20% 15% e

10%, respectivamente, do total de todas as minas brasileiras em cada uma dessas classificações, em 2007.

A Tabela 8 mostra o número de minas em cada classificação, que produziam ouro no Brasil, em 2007,

segundo esse levantamento.

Tabela 8 - Número de minas brasileiras de Ouro, e classificação, em 2007

Classificação da Mina Grande Média Pequena

Número de Minas 2 7 5

Fonte: Universo da Mineração Brasileira (Neves e da Silva, 2007)

3.5. Principais Empresas Produtoras

Conforme levantamento realizado pelo DNPM, constante do Universo da Mineração Brasileira

(Neves e da Silva, 2007), há 14 empresas (com diferente razão social), que operam as minas de ouro

brasileiras. A Tabela 9 mostra as principais empresas mineradoras de ouro no Brasil, em 2007, os estados

onde elas operavam minas, e sua participação no total do valor comercializado.

Tabela 9 - Principais empresas produtoras de Ouro no Brasil, em 2007

EMPRESAS

UF

Participação

(%)

1. ANGLOGOLD ASHANTI MINERAÇÃO LTDA MG 25,52

2. RIO PARACATU MINERAÇÃO S/A/ KINROSS MG 20,38

3. MINERAÇÃO SERRA GRANDE S/A/ KINROSS E

ANGLOGOLD

GO 14,45

4. MINERAÇÃO FAZENDA BRASILEIRO/YAMANA GOLD BA 7,37

5. VALE S/A PA 7,17

6. JAGUAR MINING / MINERAÇÃO SERRA DO OESTE MG 6,67

7. MINERAÇÃO MARACÁ / YAMANA GOLD GO 7,12

8. JACOBINA MINERAÇÃO E COMÉRCIO LTDA/YAMANA

GOLD

BA 2,99

9. SERTÃO MINERAÇÃO S/A GO 2,00

10. MINERAÇÃO TABIPORÃ LTDA PR 1,37

11. SÃO BENTO MINERAÇÃO MG 1,27

12. SERABI MINERAÇÃO LTDA PA 1,25

13. MINERAÇÃO SERRA DA BORDA /YAMANA GOLD MT 1,20

14. MINERAÇÃO PEDRA BRANCA DO AMAPARI AP 1,20 Fonte: Elaboração própria, sobre os dados do MME (2006 a 2009)

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4. ASPECTOS FÍSICO QUÍMICOS DO OURO E MÉTODOS DE EXTRAÇÃO

4.1. Mineralogia

O ouro ocorre na forma nativa, mas frequentemente está associado à prata em quantidades

variadas e algumas vezes contem também traços de cobre e ferro. O ouro forma complexos teluretos tais

como: Silvanita: (Au,Ag)Te, Crennerita: (Au,Ag)Te, Calaverita: AuTe2 (a diferença entre esses dois

minerais é o sistema de cristalização, sendo ortorrômbico para o primeiro e monoclínico para o segundo),

Petzita (Ag,Au)2Te, Muthamannita (Ag,Au)Te, Nagyagita Au,Pb sulfo-telureto. O ouro nativo quando

contem bismuto é denominado maldonita (Au2Bi). O Ouro também ocorre associado a Se. Bi e Sb.

4.2. Quimismo

Sua pureza, bastante elevada, é medida em partes por mil, representada quase sempre pela relação

1.000 Au / (Au + Ag); ex: ouro nativo, cuja relação for igual a 900, possui 90% em ouro. Em média, o

ouro nativo contém 85 a 95% de ouro, completando os 100% com prata, cobre, platina, bismuto,

mercúrio, paládio, antimônio, rutênio, irídio e urânio, podendo assim, dar as seguintes variedades: ouro

argentífero, com 5 a 10% de Ag; ouro cuprífero, com 10 a 20% de Cu; ouro paladiado, com 5 a 10% de

Pd, ouro platinífero, com até 10% de Pt; e ouro bismútico, que possui até 3% de bismuto. Digno de

registro são algumas variedades que ocorrem em Serra Pelada, possuindo até 50% de paládio.

A coloração normal do ouro é amarela, porém, ao formar liga com outros metais pode apresentar-

se branca quando é misturado, em proporções variáveis com prata, níquel, paládio ou zinco. Existem

variedades verdes quando misturado com cádmio; azuis e roxas, se combinado com ferro e alumínio,

respectivamente.

4.3. Unidades de Peso

As unidades de peso utilizadas na comercialização do ouro são o grama, usado no mercado

nacional, e a onça-troy (31,103486) no internacional. A pureza ou sua maior perfeição é medida em

quilate, que não possui nenhuma relação com o quilate das pedras preciosas. O quilate do ouro representa

a relação do ouro, em liga, com outros metais. É a proporção de 1/24 ou 4,1666...% ou 41,66...

milésimos, em peso, de ouro, contido em uma liga. O ouro puro não tem utilidade industrial. Para tal,

necessita ser fortalecido em ligas com outros metais, como cobre, prata, platina, paládio, alumínio, etc.

O ouro 24 quilates (24k), ou seja, o de mil milésimo (1.000/1.000) é o ouro puro, identificado no

mercado com o ouro mil. Teoricamente, é possível sua existência, entretanto, apesar dos processos

sofisticados de fundição e refino, consegue-se alcançar um teor de pureza máximo, da ordem de 999,95

partes de ouro.

O ouro lançado no mercado é o 999,9 milésimos e 999 milésimos, identificados pelas expressões

quatro noves e três noves, em função do número de dígitos existentes. No mercado internacional aceita-se

aquele ouro que contenha de 995 milésimos para cima.

A granulometria do ouro tem uma gama de variação muito grande, desde micra até blocos que

atingem dezenas de quilos. A esses blocos tradicionalmente denomina-se de pepitas.

Historicamente, o maior número de grandes pepitas foram encontradas na Austrália no século

passado. A Molvague (Victoria) pesou 95kg, enquanto que Wellcome Stranger, encontrada na localidade

de Dunolly, apresentou um peso de 70,9kg. Na Rússia, em 1842, foi encontrada uma com cerca de 35kg.

No Chile, cita-se que foram encontradas pepitas de até 153kg. Nos Estados Unidos, na Califórnia, citam

alguns autores, que se encontrou a maior até hoje conhecida, a Hill End, com 350kg.

As estatísticas brasileiras sobre pepitas são bastantes vagas. Sabe-se que foram encontradas

algumas com pesos expressivos em Minas Gerais, Gurupi (limite Pará-Maranhão), Tapajós e Xingu-

Araguaia. Os únicos dados disponíveis são daquelas encontradas em Serra Pelada, em 1980. É válido

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ressaltar que estas não são totalmente maciças, face ao hábito dentrífico e esqueletiforme do ouro. A

maior destas, com 62,3kg, possui cerca de 60% de ouro maciço, as demais são aglomerados e pesaram

42.76kg; 36,38kg; 33,65kg;26,7kg;etc. e geralmente tem alto percentual em paládio.

4.4. Lavra

A maior parte das minas de ouro, em todo o mundo, são lavradas de forma subterrânea. No Brasil

não é diferente, porém várias minerações de ouro e a maioria dos garimpos fazem lavra a céu aberto, com

destaque para a Mina Morro do Ouro.

As principais etapas de lavra de ouro de forma subterrânea incluem: abertura de “shafts” ou boca

da mina, perfuração, desmonte por explosivos, e transporte até a usina de processamento. A remoção do

capeamento é o elemento-chave no custo da lavra a céu aberto. Para cada operação ou situação, há uma

relação estéril/minério economicamente viável.

A escala de produção é responsável pela viabilidade econômica de várias minas, especialmente

tendo em vista os produtos serem de valor agregado relativamente alto. A seleção dos equipamentos varia

com a particularidade de cada operação, capacidade de produção, tamanho e forma do depósito, distância

de transporte, estimativa da vida útil da mina, localização em relação aos centros urbanos e fatores sócio-

econômicos (Sampaio e Almeida, 2009).

Os circuitos de britagem apresentam peculiaridades em função, principalmente, das características

de alta abrasividade e resistência alta à britagem e moagem, dos minério/ auríferos brasileiros. A

britagem é executada em circuitos multiestagiados que incluem combinações de britadores de mandíbulas

ou giratórios em grandes operações, além de britadores cônicos secundários e terciários. Britadores de

impacto são largamente empregados, pois apresentam uma combinação favorável de relações de redução

e capacidades muito altas. Circuitos configurados com britadores de impacto apresentam assim alta

capacidade e menor número de estágios, se comparados a outros tipos de britadores (Delboni Jr, 2008).

Os depósitos de ouro podem ocorrer em grandes extensões e profundidades e apresentar espessura

de centenas de metros, portanto as minas de ouro podem ser operações de grande porte, e de longa vida

útil. Algumas minas produzem além do ouro diversos produtos, como o cobre, a prata e o ácido sulfúrico.

4.5. Processamento

O tratamento das rochas portadoras de ouro incluem em geral, britagem, moagem, gravimetria,

flotação e cianetação.

A cominuição do minério de ouro é realizada , segundo as etapas de britagem, classificação,

moagem em moinhos tubulares com bolas, com cuidados especiais para evitar a contaminação por ferro.

Para moagem mais fina, são utilizados moinhos micronizadores ou de bolas, com os mesmos cuidados

em relação à contaminação por ferro.

A obtenção de produtos associados Au- Cu necessita de um circuito complexo de beneficiamento.

Assim, empregam-se moinhos tipo Raymond e, nos casos mais críticos, utilizam-se moinhos autógeno

e/ou de bolas, com revestimentos e meio moedor especiais.

A flotação, entre outros, é processo usado para a concentração de ouro ou remoção de impurezas.

Desse modo, são obtidos produtos como ouro e cobre, por meios físico/químicos de purificação ou

beneficiamento, com elevados índices de pureza. Tais procedimentos são usados nas etapas de

concentração e não de purificação, razão pela qual há, em alguns casos, dificuldades nos processos. O

emprego de métodos químicos é a solução. Neste dilema, imputa-se ao especialista o uso cada vez mais

racional da criatividade e imaginação para solucionar as questões caso a caso (Sampaio e Almeida, 2009).

Page 16: P19 RT28 Perfil Do Ouro

16

4.5.1. Minérios em Paleoplaceres

Os minérios do tipo paleopeaceres associados a sulfetos(Mina de Jacobina) são processados

através de britagem primária, secundária e terciária. A seguir sofre moagem e através de bombeamento, o

minério é classificado por hidrociclones, cujo underflow é reconduzido aos moinhos compondo a carga

circulante e o overflow é encaminhado para o espessador. A polpa proveniente do espessador alimenta o

circuito de lixiviação, composto por sete tanques agitados mecanicamente; a polpa formada passa por

pachucas (tanques) agitadas por meio de aeração. Após ser lixiviada, a polpa passa por tanques

mecanicamente agitados e instalados em série, dotadas de peneiras tipo “kambalda”.

O último tanque descarrega a polpa em uma peneira linear cujo passante é transferido para uma

caixa e bombeado para a barragem de rejeito.

A mistura polpa/carvão (CIP) é transferida para uma peneira vibratória para separação da carvão

da polpa. A polpa do “underflow” da peneira retorna ao circuito CIP e o carvão carregado com ouro

adsorvido vai para o elutriador. Do elutriador o carvão é transferido para o tanque de desaguamento e

deste para a coluna de lavagem ácida a fim de tratar o carvão carregado pelo processo de eluição.

Após ter sido totalmente tratado, transfere-se o carvão para a coluna de eluição. A coluna de

eluição contem o carvão rico em ouro e uma solução alcalina composta de água, hidróxido de sódio e

cianeto de sódio. A solução eluída é encaminhada para o tanque de estocagem e posteriormente enviada

para eletrólise.

A solução rica proveniente da eluição e do lixiviador intensivo é processada em duas células

eletrolíticas que estão localizadas dentro da fundição, onde ficam em recirculação por cerca de 20 horas

para a retirada do ouro. Mistura-se o concentrado de ouro com fundentes cujo material é posteriormente

transferido para o forno de indução e fundidos a uma temperatura em torno de 1200°C. O “bullion”

produto da fusão do concentrado de ouro tem teor entre 95% e 97% de pureza.

4.5.2. Minérios em Seqüência Carbonatada - Carbonosa

Os minérios de ouro em sequência carbonata carbonosa da Mina Morro do Ouro, da Rio Paracatu

Mineração em Paracatu – Minas Gerais classificados como:

Ouro livre em concentrações de Silica como “bondins” de quartzo;

Ouro residual resultante da decomposição de sulfetos distribuído nas estruturas de sulfetos de

ferro ou arsênio.

Estes minérios são beneficiados através de britagem e moagem e tratamento através de processos

gravimétricos, flotação e carvão em polpa (CIP) com obtenção “bullion” de ouro com 98% de pureza.

4.5.3. Minérios Sulfetados

O minério sulfetado de ouro em terrenos granito greenstone como o de Crixás no Estado de Goiás é

tratado através de britagem, moagem e hidrociclones; o underflow do hidrociclone alimenta o circuito de

concentração gravimétrica; overflow segue para o espessamento e daí para lixiviação em tanques com cianeto

de sódio, filtragem, classificação da solução e precipitação com zinco (processo Merril Crowe). O rejeito

sólido deste processo é bombeado para a barragem de rejeitos. A recuperação do ouro é de 95,7%.

O minério de ouro sulfetado da Fazenda Brasileiro associado a terrenos granito-greenstone passa por

britadores de mandíbula (britagem primaria) e britadores cônicos (britagens secundária e terciária) sendo a

granulometria reduzida abaixo de 9mm. A seguir a moagem é feita através de moinhos de bola, via úmida e o

minério é tratado através de concentração gravitica (45% da produção) e circuito hidrometálurgico (55%). O

minério de ouro não recuperado pela gravimetria é tratado em circuito CIP, sendo o ouro lixiviado; o carvão

ativado absorve o ouro solubilizado. O carvão carregado com ouro é transferido para a unidade de dessorção e

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eletrólise de onde se extrai o ouro por meio de solução alcalina em cubas eletrolíticas. Funde-se os catodos em

fornos de indução, gerando barras de “bullion” com 90% de ouro.

O tratamento do minério sulfetado de ouro da Mina Cuiabá em Minas Gerais é feito através de

tratamento mecânico envolvendo britagem primária, secundária, e terciária, moagem, concentração

gravimétrica, espessamento, flotação e filtragem pirometalúrgica através de ustulação; hidrometalurgia

através de lixiviação, precipitação, adsorção em carvão ativado e eluição com obtenção do “bullion” de ouro.

Na mina de Turmalina em Pitangui, Minas Gerais, o beneficiamento do minério é feito através de

britagem, classificação por peneiramentos fico e móvel moagem através de dois moinhos de bola,

lixiviação com carvão em polpa (CIP); eluição e eletrodeposição e reutilização dos rejeitos e classificação

para paste fill.

A Mineração Serras do Oeste em sua mina localizada no município de Sabará, Minas Gerais trata

o minério aurífero através de britagem, aglomeração lixiviação e adsoção(CIP), e luição e eletrólise

obtendo o “bullion” de ouro.

Na mina São Bento em Minas Gerais foi utilizado o tratamento do minério sulfetado por

biolixiviação.

O minério sulfetado de cobre e ouro de Chapada em Goiás produz um concentrado em que 10% é

vendido para refinadores de cobre no mercado interno e 90% para refinadores no mercado externo.

4.5.4. Minérios relacionados a hidrotermalismo e Minérios Supergênicos

A Serra da Borda Mineração e Metalurgia trata o minério de ouro da Mina São Francisco no oeste

de Mato Grosso, em três rotas de beneficiamento definidas pelo teor de alimentação:

Minério com teor entre 0,2g/t e 0,60g/t tratado através de dump-leach transportado para as

pilhas de lixiviação.

Minério com teor entre 0,6g/t e 1,5g/t – britagem em 3 estágios. A fração menor que 6mm

alimenta uma planta de concentração gravimétrica constituída por jigs, centrífugos e mesa

vibratória. A fração maior que 6mm e o rejeito é transportado para a pilha de lixiviação.

O minério com teor acima de 1,5 g/t sofre britagem quaternária antes de alimentar a planta

gravimétrica.

As mineralizações de ouro primário na região do Tapajós, no Estado do Pará, estão relacionadas a

veios de quartzo em zonas de cisalhamento.

Empresas como a Serabi Mineração – Mina Palito fazem o beneficiamento através de moagem,

hidrogravimetria, Carvão em Polpa, eletrólise e fundição primária obtendo-se em “bullion” com 80% de ouro.

Os garimpeiros beneficiam o minério de ouro primário geralmente veios de quartzo, através de

moagem e hidrogravimetria com uso do mercúrio.

O minério de ouro supergênico é tratado através de moagem e hidrogravimetria com uso do

mercúrio (amalgamação) principalmente por garimpeiros e pequenas empresas(cooperativas).

4.5.5. Minérios Secundários

O minério de ouro secundário (aluvio-coluvionar) notadamente nas regiões de garimpos é

tratado por métodos hidrogravimétricos com uso do mercúrio (amalgemação) causando a poluição das

drenagens e retortagem.

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18

4.6. Tendências Tecnológicas

As tendências tecnológicas no processamento dos minérios de ouro têm focado a otimização dos

processos, especialmente a caracterização das rochas utilizadas, e a moagem e classificação do produto.

Os principais avanços ocorreram nos projetos dos circuitos, nos equipamentos de moagem, e na apuração

do material moído. Houve um rápido avanço na área de informática, e os equipamentos analíticos

passaram a oferecer maior precisão e baixo custo na medição do tamanho de partículas, reologia, alvura e

outras propriedades físicas. Quando buscam novos equipamentos, a opção recai, freqüentemente, nos

equipamentos de custos mais baixos. Além disso, os avanços tendem a não considerar as exigências

futuras, como o consumo energético, demonstrando uma falta de inovação no setor.

5. USOS

O ouro é importante tanto na indústria como nas artes; ele também possui um status singular entre

todas as mercadorias comercializadas, valorizando-se através dos tempos. Foi considerado em épocas

passadas como um metal essencialmente monetário e a maior parte do ouro produzido foi transferida para

os tesouros nacionais ou bancos centrais.

A partir de 1950, no entanto, as aquisições para usos industriais e investimentos privados têm

excedido as aquisições monetárias. Todavia, 35.000t que correspondem a mais de um terço de todo ouro

extraído no mundo, é, em termos governamentais, o capital imobilizado pelos acordos firmados entre os

maiores países industrializados.

Alguns governos, nos últimos anos, vêm reduzindo as normas tradicionais nas transações

monetárias internacionais, porém o ouro representa grande parte das reservas internacionais.

5.1. Uso industrial

Na indústria joalheira, a ampla utilização do ouro se dá não só por sua propriedade estética,como

também por sua elevada resistência à corrosão e inigualável capacidade de reserva de valor. Em estado

puro, o ouro não é maleável, nem pode sofrer torção, flexão e laminação, o que leva a sua utilização na

indústria joalheira sob a forma de ligas com outros metais, principalmente com a prata, o cobre, o zinco,

o níquel, o paládio e o alumínio.

Por ser metal denso, dúctil, não-corroível, bom condutor de calor e eletricidade, o ouro reduz a

resistência nos contatos elétricos, o que o torna de grande utilidade na fabricação de peças susceptíveis a

pequenas correntes e que necessitam de alta confiabilidade. Pelas suas propriedades lubrificantes,

atuando como filme fixo deslizante, aderente aos substratos, propriedades fundamentais para operação

em alto vácuo, como em engenhos espaciais. O ouro é largamente utilizado em componentes de

computadores eletrônicos; eletrodepósitos de ouro são utilizados em circuitos semicondutores, em

caminhos de circuitos integrados e relés.

Condutores para plugs telefônicos, circuitos impressos e circuitos condutores de baixa energia

utilizam finas camadas de ouro. Potenciômetros, de alta resistência, resistores-padrão, guias de onda,

tubos de elétrons, válvulas termiônicas, equipamentos de vácuo, satélites, cabos submarinos e

capacitores, utilizam soldas de ouro ou pasta contendo pó de ouro, pelas qualidades do metal,

principalmente no que se refere à condutividade térmica e elétrica.

Em virtude da sua resistência à corrosão e à alta pressão, ligas de ouro e platina são empregadas na

indústria química, em extrusão de soluções alcalinas de rayon-viscose; o ouro puro ou suas ligas têm

utilização nas indústrias de essências para perfumaria, em tanques pressurizados de amônia líquida e,

principalmente, em válvula de segurança para prevenção contra pressões elevadas.

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19

As propriedades físicas, químicas e bioquímicas do metal garantem-lhe uma série de outras

aplicações nas indústrias têxteis, de impressão, papel, plásticos, produtos alimentícios, laminação de

vidros, visores, equipamentos especiais, janelas isolantes, etc.; na medicina, o aurotiomalato de sódio é

empregado no tratamento da artrite reumatóide e o metal vem servindo à experiência no tratamento

anticancerígeno.

Em estado líquido, em pastas, puro ou em ligas encontra larga aplicação também nas indústrias de

cerâmica, porcelana, fibra de vidro, cristais, trabalhos manuais de douração, termômetros de resistência

para baixas temperaturas, fusíveis térmicos, alvos de raios-X e cápsulas para reagentes sob alta

temperatura e pressão.

Sob a forma de pó, folhas ou malha, em grau de elevada pureza ou em ligas, além de soldas, é

amplamente aplicado na odontologia, como elemento para prótese dentária.

5.2. Uso monetário

O uso monetário do ouro data de tempos remotos da história, quando servia à cunhagem de

moedas de ouro na Lídia e na Jônia, que remontam do século VIII a.C. O ouro serviu de moeda dos reis

Lídios e da maioria das dinastias da Índia até o século XII. Na Europa, foi ressuscitado no século XII, nas

moedas comerciais das repúblicas italianas de Florença e Veneza.

A partir da segunda metade do século XIX, passou gradativamente a substituir a prata, que durante

séculos foi a moeda que circulou na maioria dos países, perdurando seu uso até 1914, quando

desapareceu do mundo ocidental como moeda corrente. Hoje, as moedas cunhadas em ouro são utilizadas

para fins especulativos ou como investimento.

Para maioria dos propósitos, pode-se considerar o padrão ouro do século XIX como o primeiro

sistema monetário e financeiro organizado internacionalmente.

A moeda nacional era tão boa como o ouro e quaisquer das moedas nacionais em poder dos

estrangeiros também eram tão boas quanto o ouro; isto é, podia-se exigir ouro por elas a um preço fixo.

Ao estabelecer, em 1816, que sua moeda fosse plenamente conversível, em ouro, tanto no plano

interno como externo, e devido a sua posição central no mercado de ouro de Londres e nas finanças

internacionais, a Inglaterra se converteu no centro do sistema internacional de pagamentos. Seu êxito

imediato com o padrão ouro melhorou sua posição nas transações internacionais e conduziu outros países

europeus havia adotado o ouro e os Estados Unidos alcançaram a conversibilidade (interna e externa) da

moeda nacional em ouro em 1879. O mundo, nesse momento, regia-se pelo padrão ouro, que reinou até a

Primeira Guerra Mundial.

O Brasil ingressou legalmente no padrão ouro em 1833, quando foi editada, em 8 de outubro, uma

lei que dizia respeito primordialmente à definição de um padrão monetário para o Brasil. A moeda de

ouro de 6,4 mil réis foi adotada como padrão monetário. A paridade com a libra esterlina foi fixada em

43,2 dinheiros esterlinos por mil réis. As moedas de ouro e prata, cunhadas ou não no Brasil, passaram a

ser escritos como moeda legal.

Ouro, como por soluções que constituem, verdadeiramente, posições antiouro. Por contraposição

ao retorno do padrão ouro, foi adotada, em 1944, a eliminação total do ouro de sua posição central no

sistema monetário mundial, e o dólar americano passou a formar o elo de ligação entre o ouro e o sistema

monetário internacional. O dólar servindo como unidade internacional de contabilidade e compartilhando

como o ouro as funções de reservas de valor e meio de pagamento da moeda internacional. Neste sistema,

o fato de que as moedas nacionais eram conversíveis em dólar a preços fixos, deu ao mundo taxas fixas

de câmbio, porém, a obrigação dos EUA de manter a conversibilidade das reservas estrangeiras oficiais

de dólares em ouro, vinculava o sistema de taxas de câmbio com o ouro.

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20

Desde o Ato da Reserva de ouro em 1934, o Tesouro dos EUA passou a negociar o metal com os

tesouros e bancos centrais estrangeiros ao preço oficial de US$ 35,00 a onça-troy. Ainda que essa política

de conversibilidade ouro-dólar dependesse da voluntariedade administrativa do Tesouro dos EUA até

1944, a Ata dos Acordos de Bretton Woods, que se converteu em Lei em 1945, transformou em

obrigação legal dos EUA a manutenção do preço de US$ 35,00 a onça-troy de ouro. Deste modo, as

autoridades monetárias estrangeiras podiam trocar dólar por ouro automaticamente, e vice-versa. Assim,

o ouro continuou sendo o meio último de saldar os déficits e superávits nos balanços de pagamentos

internacionais.

A continuada dependência do ouro como moeda internacional levou Lord Keynes a denominá-lo

relíquia bárbara, porquanto o comércio internacional ficava condicionado em suas possibilidades de

desenvolvimento, ao volume do metal em circulação e ao limite de crescimento da oferta de ouro pela

mineração mundial.

Em 1968 ficou claro que a oferta de ouro a US$ 35,00 por onça-troy era inadequada para lastrear a

expansão do comercio internacional, por não constituir atrativo capaz de provocar a abertura de novas

minas para produção. Foram criados, então, dois tipos de mercado para o ouro – o mercado oficial e o

mercado livre. Mais tarde, foi estabelecido novo sistema de taxas de câmbio flutuantes junto ao Fundo

Monetário Internacional (FMI) e à Comunidade Econômica Européia (CEE), com a expansão dos

direitos especiais de saque (DES), que haviam sido criados em 1967, o fim da conversibilidade do dólar

em ouro, em 1971, e a abolição, pelo FMI, do preço oficial, em 1975, seguindo os leilões pelos Estados

Unidos e pelo FMI. Neste ponto, o metal foi efetivamente desmonetizado, mas, contudo, o ouro

continuou, e ainda hoje faz parte das reservas de liquidez internacional de muitos países.

Após as mudanças verificadas nas relações monetárias internacionais, o ouro passou a constituir

um ativo de grande interesse para o setor privado. Como efeito da inconversibilidade do dólar americano,

com conseqüente perda de poder aquisitivo das denominadas moedas fortes, houve uma crescente

valorização do ouro na década de 1970, conferindo grandes ganhos de capital aos particulares que

detinham o metal entesourado, o que provocou a ampliação do mercado privado com fins especulativos

ou de investimento, como ocorreu com a liberação do investimento privado em ouro no mercado dos

Estados Unidos. Em função dessa mudança, estima-se que de 1972 a 1983 a demanda acumulada do setor

privado, para especulação ou investimento, tenha correspondido a aproximadamente 10% da demanda

total dos países de economia de mercado no período.

6. ASPECTOS AMBIENTAIS

6.1. Impactos Ambientais

Os impactos ambientais causados pela mineração não são permanentes e quando comparados

com outros segmentos como agricultura e pecuária podem ser consideradas pontuais. Nos últimos vinte

anos, as empresas que desempenham esta atividade estão mais conscientes da responsabilidade de

preservação de nossas florestas e recursos hídricos. A água que vai das barragens de rejeito sofre

tratamento prévio com testes diários de sua qualidade para o consumo humano.

Em comparação com Canadá e Austrália, países que lideram tendências ambientais na

mineração, as principais empresas brasileiras ainda lançam mão de poucas iniciativas voluntárias, mas,

em contrapartida, enfrentam demandas administrativas pouco comuns nesses países, como

obrigatoriedades de compensação ambiental por danos causados por novos projetos ou mesmo como

condição para a continuidade do funcionamento de empreendimentos existentes.

Apesar do arsênio ser um elemento farejador na pesquisa do ouro(geoquímica), os minérios de

ouro primário no Brasil geralmente são sulfetados (mais de 90%) e no beneficiamento destes minérios

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21

toma-se o cuidado para que as barragens de rejeito façam a retenção destes elementos poluidores, de

modo que não alcancem as drenagens.

No processos de lixiviação em pilha, o uso de cianetos é feito com o máximo controle e não se

tem conhecimento de poluição de drenagens nestes processos.

O uso do mercúrio nos garimpos de ouro é preocupante, pois tanto na fase de hidrogravimétria

quanto na apuração do ouro ; não existe em controle satisfatório e certamente há poluição nas drenagens.

Tanto o DNPM quanto os órgãos ambientais a níveis federal, estadual e municipal vem

desenvolvendo campanhas para o uso de técnicas menos poluidoras nas áreas de garimpo.

Em meados da década de 1970 surgiram no Brasil as primeiras exigências legais de controle de

poluição. Desde então as minas passaram a dispor de licenças ambientais com obrigações específicas;

planos para recuperar as áreas degradadas; seus dirigentes estão sujeitos a sanções penais em caso de

descumprimento da lei; estudos de impacto ambiental, diagnósticos, e uma série de outros estudos foram

realizados.

Apesar dos avanços no planejamento de novas minas e na gestão ambiental dos

empreendimentos em funcionamento, ainda há um longo caminho a percorrer no tratamento das questões

socioambientais associadas ao fechamento de minas. O quadro legal e o aparato administrativo foram

montados para equacionar os problemas ambientais decorrentes da abertura e do funcionamento de minas

e demais atividades, mas muito pouco foi feito para tratar do descomissionamento de minas, ou seja, a

desativação ambientalmente segura e socialmente responsável de minas e instalações conexas, o que

demanda um planejamento concatenado com o planejamento do projeto, em paralelo a uma cuidadosa

planificação econômico-financeira, elementos ainda virtualmente ausentes no setor mineral brasileiro

(Sánchez, 2008).

6.2. Consumo Energético

Nas minas, os principais equipamentos são movidos por motores a diesel, e nas usinas de

beneficiamento, os equipamentos, principalmente os moinhos e demais equipamentos, são movidos por

motores elétricos.

A demanda por energia aumenta, partindo das áreas de mineração de ouro, seguindo em direção

às áreas de beneficiamento. Assim, enquanto operações de desmonte de rocha com explosivos consomem

cerca de 0,1 kWh/t, em britadores o índice eleva-se para magnitudes de 1 kWh/t, atingindo valores da

ordem de 10 kWh/t em circuitos de moagem, e até 100 kWh/t em etapas de pulverização, moagem fina,

ou micronização (Delboni Jr., 2008).

O impacto ambiental é mínimo , pois os motores AM diesel são monitorados para não causarem

fumaça e perda de óleo

A principal fonte de avanços em relação à eficiência energética tem sido eventuais trocas de

equipamentos ou dos motores dos equipamentos existentes, por versões mais eficientes. Outra fonte de

ganhos de eficiência energética, apesar de timidamente adotada até o presente, mas que tem o potencial

de reduzir substancialmente o consumo energético da etapa de moagem, altamente demandadora de

energia elétrica, são os novos sistemas de comunicação disponíveis no mercado. Entre estes, se destacam

os moinhos de rolos de alta pressão (HPGR – High Pressure Grinding Rolls), os britadores de eixos

dentados (Sizers), e os britadores de impacto com eixo vertical (VSI – vertical shaft impactors) (Delboni

Jr., 2008).

Page 22: P19 RT28 Perfil Do Ouro

22

6.3. Emissão de CO2

A crescente preocupação mundial com o efeito estufa faz com que seja cada vez mais

importante, para qualquer segmento produtivo, o conhecimento sobre as emissões de gases de efeito

estufa (CO2, metano, etc.), bem como a implementação de iniciativas para mitigar essas emissões.

Infelizmente, não há disponíveis estudos completos sobre o inventário dessas emissões para o setor de

mineração como um todo, e menos informações ainda para as atividades relacionadas com a mineração e

o beneficiamento do ouro no Brasil, apesar de que se estima que o setor de transformação de não-

metálicos responde por cerca de 14% da emissão brasileira total de CO2 decorrente da queima de

combustíveis (MME, 2008).

Na mineração propriamente dita, as emissões são principalmente devidas ao funcionamento dos

equipamentos de extração e movimentação do minério, movidos a óleo diesel. No beneficiamento

primário (britagem) as emissões correspondem ao consumo de energia elétrica por parte desses

equipamentos. No beneficiamento do ouro, as emissões correspondem principalmente ao consumo de

eletricidade por parte dos equipamentos (motores) usados para a cominuição do minério.

6.4. Utilização de Água

Na mineração e no beneficiamento do ouro não há uso direto de água nos processos, mas a

demanda sobre os recursos hídricos é pouca. Sob o aspecto ambiental, a preocupação se dá especialmente

em relação à possível degradação desses recursos na região da área de lavra, principalmente do tipo céu

aberto, por conta da grande movimentação de minério e estéril.

Os processos de flotação e de lixiviação de pilhas consomem menos de 0,5m³ de água por

tonelada de minério tratado (informação obtido em empresa de mineração). A água é usada

freqüentemente molhando as estradas e as pilhas de minérios. O risco de degradação ambiental nas

drenagens é baixo , podendo haver assoreamento pela deposição de sólidos. Os projetos de mineração de

ouro procuram reciclar a água a partir de barragens, sendo que o custo de construção das mesmas pode

representar até 30% do investimento total do projeto de mineração.

6.5. Geração de Resíduos Minerais

A lavra de ouro ocorre com elevados índices de remoção ou produção de estéril. Os estéreis da

mineração geram resíduos provenientes da exploração mineral, medidos em toneladas de estéril por

tonelada de ROM (run of mine). Há atualmente inúmeras iniciativas de aproveitamento de rejeitos de

mineração, como finos e outros, que devem se multiplicar, tanto por razões econômicas (retorno sobre

investimentos em valorização) quanto por razões ambientais (minimização de resíduos). É um campo

promissor de pesquisa que pode ser associado aos estudos sobre ecologia industrial, ou seja, o estudo dos

fluxos de matéria e energia em processos industriais.

Algumas das tendências que poderão favorecer o aproveitamento dos resíduos minerais das

atividades de mineração do ouro são: a formação de recursos humanos; e a formação de redes de

cooperação entre universidades, centros de pesquisa, órgãos fiscalizadores, e outros, visando à produção

ambientalmente adequada, especialmente quando levada a cabo com integração entre setores que podem

se complementar em relação à utilização dos rejeitos de um, no outro.

Page 23: P19 RT28 Perfil Do Ouro

23

7. ASPECTOS ECONÔMICOS

7.1. Preço de Mercado

O preço do ouro varia principalmente de acordo com a situação econômica dos países e em situações

de crises. Crises como a do petróleo na década de oitenta elevou o preço do ouro a mais de US$ 700/oz. Nas

décadas de 80 e 90 observou-se oscilação dos preços anuais médio entre 400 e 300 US$/oz. A partir de 2001

verifica-se crescimento continuado no preço atingindo a média anual de US$ 972/oz em 2009. O preço

internacional do ouro atingiu patamares mais altos no final de 2009, com tendência de alta, devido ao bom

desempenho de países emergentes como a Índia, o qual aumentou a aquisição de ouro como jóias.

Tabela 10: Preço do Ouro (US$/oz - média anual)

ANO US$/oz ANO US$/oz

1978 193.22 1994 384.15

1979 306.18 1995 384.05

1980 612.56 1996 387.87

1981 460.03 1997 331.39

1982 375.67 1998 295.24

1983 424.35 1999 278.85

1984 360.48 2000 279.11

1985 317.26 2001 271.04

1986 367.66 2002 272.67

1987 446.46 2003 309.66

1988 436.83 2004 362.91

1989 381.43 2005 444.47

1990 383.72 2006 603.92

1991 362.41 2007 695.39

1992 343.69 2008 871.96

1993 359.82 2009 972.35

Fonte: KITCO Bulion Dealers (http:www.kitco.com)

7.2. Nível de Concentração na Indústria

Os grupos empresariais Kinross, Anglogold Ashanti e Yamana Gold produziu em 2009 51

quilos de ouro, o que representa 80% da produção de ouro do Brasil . Em 2005, 3 empresas participaram

com mais de 62% do valor comercializado.

Page 24: P19 RT28 Perfil Do Ouro

24

7.3. Padrão Organizacional das Empresas do Segmento

Entre as maiores empresas produtoras de ouro, há uma conscientização em relação ao valor das

certificações dos sistemas de gestão da qualidade e do meio ambiente. Dentre as dez maiores empresas do

segmento, cinco têm certificação ISO 9001 (sistema de gestão da qualidade), e duas têm certificação ISO

14001 (sistema de gestão ambiental).

Em relação à natureza jurídica das empresas operadoras de minas de ouro no Brasil mais de

80%, são controladas por empresas inglesas, canadenses e americanas.

7.4. Arrecadação

A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), estabelecida pela

Constituição de 1988, é devida aos estados (23%), aos Municípios (65%) e aos órgãos da administração

da União (DNPM, IBAMA, MCT – 12%), como contraprestação pela utilização econômica dos recursos

minerais em seus respectivos territórios. Compete ao DNPM baixar normas e exercer fiscalização sobre a

arrecadação da CFEM (Lei Nº 8.876/94, art. 3º - inciso IX). A CFEM é devida por quem exerce atividade

de mineração em decorrência da exploração ou extração de recursos minerais. O fato gerador da CFEM é

a saída por venda do produto mineral das áreas da jazida, ou a utilização do produto mineral por parte do

minerador. A CFEM é calculada sobre o valor do faturamento líquido, ou seja, excluídos os tributos

(ICMS, PIS, COFINS) que incidem na comercialização, e as despesas com transporte e seguro. Quando

não ocorre a venda, porque o produto mineral é consumido, transformado ou utilizado pelo próprio

minerador, então o valor para efeito do cálculo da CFEM é a soma das despesas diretas e indiretas

ocorridas até o momento da utilização do produto mineral.

As alíquotas aplicadas sobre o faturamento líquido, para obtenção do valor da CFEM devido,

variam de acordo com a substância mineral, de 3% a 0,2%.

A partir dos dados de produção de ouro , em 2007 ,quando foram produzidas 49,6t de ouro ,

traduzem uma arrecadação de R$ 2,32 milhões através do CFEM .

7.5. Investimentos

Os investimentos em pesquisa mineral (Tabela abaixo) tem apresentado variações anuais

significativas na série histórica 1978-2007, apresentando pico no valor de US$ 108 milhões em 1988 e

valor mínimo de US$ 8,9 milhões em 1999 - média dos investimentos anuais dos últimos 5 anos ficou em

torno de US$ 40 milhões.

Fonte: (1978 à 1997): Mineração no Brasil: Necessidades de Investimentos, 2000 - MME/SGM; (1998-2007):

DNPM/SIPEM (Sistema de Investimentos em Exploração Mineral). Organizado e depurado por: José Guedes de Andrade

(dez.2008). Nota: A série foi interrompida pelo DNPM, no período 2000-2002

Page 25: P19 RT28 Perfil Do Ouro

25

Segundo o estudo “Mineração no Brasil: Necessidades de Investimentos, 2000 - MME/SGM” o

investimento médio calculado para repor as reservas minerais foi estimado em US$ 562.74 / Kg.

Tomando este multiplicador e com base nas projeções de produção estimados até 2030, temos o segunte

cenário de investimentos necessários em pesquisa mineral para repor as reservas minerais no período:

Em 2010 US$ 60,6 milhões

2010 – 2015 US$ 223,1 milhões

2010 – 2020 US$ 407,2 milhões

2010 – 2025 US$ 612,7 milhões

2010 – 2030 US$ 839,7 milhões

As estatísticas de 1978 – 2005 sobre investimentos anuais nas minas e usinas também

apresentam variação anual significativas.

Tabela 12 - Investimento nas Minasl: US$ mil

ANO US$ ANO US$

1978 52,789 1992 115,772

1979 11,142 1993 108,907

1980 12,188 1994 127,160

1981 55,365 1995 53,273

1982 25,083 1996 44,111

1983 14,362 1997 71,362

1984 24,058 1998 215,956

1985 146,617 1999 59,246

1986 156,598 2000 54,930

1987 215,533 2001 34,098

1988 208,455 2002 36,989

1989 189,858 2003 60,416

1990 77,567 2004 132,984

1991 66,556 2005 173,116 Fonte: (1978 à 1997): Mineração no Brasil: Necessidades de Investimentos, 2000 - MME/SGM; (1998-2005): Anuário

Mineral Brasileiro – DNPM.

Page 26: P19 RT28 Perfil Do Ouro

26

Segundo o estudo “Mineração no Brasil: Necessidades de Investimentos, 2000 - MME/SGM” o

investimento médio na mineração por tonelada adicional produzido pelas empresas no período histórico

1978-1997 foi de US$ 47,6 milhões. Para cálculo dos investimentos futuros projetados para no presente

relatório foi utilizado o valor arredondado de US$ 50 milhões por tonelada. Tomando este multiplicador e

com base nas projeções de produção estimados até 2030, temos o segunte cenário de investimentos

necessários na expansão da produção no período:

2010 - 2015 US$ 435,0 milhões

2010 – 2020 US$ 937,3 milhões

2010 - 2025 US$ 1.517,3 milhões

2010 – 2030 US 2.187,0 milhões

7.6. Incentivos

São poucos os incentivos econômico-financeiros relativos ao ouro por parte de programas do

governo. Fundos de Mineração estaduais e Bancos de Desenvolvimento federais e estaduais são os

maiores incentivadores para o incremento da Mineração de Ouro.

7.7. Fontes de Financiamento

As fontes de financiamento para pesquisa geológica, avaliação de reservas e pesquisa de

tecnologia estão enumeradas a seguir.

Fonte de Financiamento Sigla Endereço Eletrônico

Agência de Desenvolvimento

Econômico do Estado de Pernambuco

-

AD/Diper http://www.addiper.pe.gov.br/

Banco da Amazônia S/A BASA http://www.basa.com.br

Banco de Desenvolvimento de Minas

Gerais

BDGM http://www.bdmg.mg.gov.br/

Banco do Nordeste BNB http://www.bnb.gov.br/

Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social

BNDES http://www.bndes.gov.br/

Page 27: P19 RT28 Perfil Do Ouro

27

Companhia de Desenvolvimento

Industrial e de Recursos Minerais de

Sergipe

CODISE http://www.codise.se.gov.br/

CT-Mineral – Fundo Setorial Mineral.

Ministério de Ciência e Tecnologia

MCT [email protected]

Agência de Fomento de Goiás S/A FUMINE

RAL

http://www.fomento.goias.gov.br/index.phpmineral

Fundação Cearense de Apoio ao

Desenvolvimento Científico e

Tecnológico

FUNCAP http://www.funcap.ce.gov.br/

Fundação Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior

CAPES http://www.capes.gov.br/

Fundação de Amparo à Ciência e

Tecnologia do Estado de Pernambuco

FACEPE http://www.facep.br

Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado de Alagoas

FAPEAL http://www.fapeal.br

Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado de Minas Gerais

FAPEMIG http://www.fapemig.br

Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado de São Paulo

FAPESP http://www.fapesp.br

Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado do Piauí

FAPEPI http://www.fapepi.pop-pi.mp.br/

Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado do Rio Grande do Sul

FAPERGS http://www.fapergs.tche.br

Fundação de Amparo e

Desenvolvimento da Pesquisa

FADESP http://www.fadesp.org.br/

Fundação de Apoio à Pesquisa de

Goiás

FUNAPE http://www.funape.ufg.br/

Fundação de Apoio à Pesquisa do

Estado da Paraíba

FAPESQ http://www.fapesq.rpp.br/

Fundação de Ciência e Tecnologia de

Santa Catarina

FUNCITE

C

http://www.funcitec.rct-sc.br/

Fundação de Desenvolvimento da

Pesquisa

FUNDEP http://www.fundep.ufmg.br/

8. RECURSOS HUMANOS

A mão de obra empregada nas atividades relacionadas à pesquisa, produção e beneficiamento do

ouro no Brasil em grande parte é constituída de empregos diretos. Algumas empresas terceirizam a lavra.

A qualificação da mão de obra empregada nas atividades relacionadas à produção e

beneficiamento do ouro no Brasil representa aproximadamente 5% com nível superior e o restante nível

médio com treinamento nas atividades pertinentes.

A seguir com dados fornecidos pela revista Minérios (Agosto de 2009) são listadas as pessoas

envolvidas na produção de ouro das principais minas do Brasil

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28

Tabela 13 – Pessoas envolvidas nos trabalhos de extração de ouro

Mina Lavra Beneficiamento Administrativo Outro Total

Morro do Ouro 238 449 76 29 792

São Francisco 213 72 39 463 787

Jacobina 318 73 79 315 785

Cuiabá 264 123 61 380 828

Fazenda Brasileiro 226 46 56 252 580

Turmalina/

Zona A/

Paciência

620 151 185 363 1319

Mina III/

Mina Nova/

Open Pit

179 73 68 940 1260

Córrego do Sitio 129 45 13 109 296

Palito 142 58 27 39 266

Andorinhas 125 47 15 39 226

Total 2454 1137 619 2929 7139

Fonte : Revista Minerios (Agosto , 2009) .

Nos Garimpos, os trabalhadores são informais, estando envolvidos mais de 10.000 pessoas

segundo Sindicato Nacional dos Garimpeiros (2009).

9. ARCABOUÇO LEGAL

9.1. Estrutura da Regulamentação

A estrutura de regulamentação existente para a mineração no Brasil inibe o seu

desenvolvimento em virtude de existir vários organismos federais e estaduais que geralmente

trabalham desarticulados.

Ministério de Minas e Energia – MME: responsável por formular e coordenar as políticas dos

setores mineral, elétrico e de petróleo/gás;

Ministério do Meio Ambiente – MMA: responsável por formular e coordenar as políticas

ambientais, assim como acompanhar e superintender sua execução;

Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral – SGM/MME: responsável por

formular e coordenar a implementação das políticas do setor mineral;

Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM: responsável pelo planejamento e

fomento do aproveitamento dos recursos minerais, preservação e estudo do patrimônio

paleontológico, cabendo-lhe também superintender as pesquisas geológicas e minerais, bem

como conceder, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo o

território nacional, de acordo o Código de Mineração;

Serviço Geológico do Brasil – CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais):

responsável por gerar e difundir conhecimento geológico e hidrológico básico, além de

disponibilizar informações e conhecimento sobre o meio físico para a gestão territorial;

Agência Nacional de Águas – ANA: Responsável pela execução da Política Nacional de

Recursos Hídricos, sua principal competência é a de implementar o gerenciamento dos

Page 29: P19 RT28 Perfil Do Ouro

29

recursos hídricos no país. Responsável também pela outorga de água superficial e subterrânea,

inclusive aquelas que são utilizadas na mineração;

Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA: responsável por formular as políticas

ambientais, cujas Resoluções têm poder normativo, com força de lei, desde que, o Poder

Legislativo não tenha aprovada legislação específica;

Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH: responsável por formular as políticas de recursos

hídricos; promover a articulação do planejamento de recursos hídricos; estabelecer critérios gerais

para a outorga de direito de uso dos recursos hídricos e para a cobrança pelo seu uso;

Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA:

responsável, em nível federal, pelo licenciamento e fiscalização ambiental;

O principal arcabouço legal referente à mineração em geral é dado pela Constituição Federal do

Brasil, de 1988. Em seguida, o Código de Mineração do Brasil (Decreto-Lei No 227, de 27/02/1967),

estabelece o conjunto de leis que rege a ordenação legal da atividade. Finalmente, há os decretos-lei,

outros decretos, e as portarias, nos três níveis do governo, que também constituem o regulamento dessa

atividade. No Anexo I, há uma relação mais completa desses instrumentos, que podem ser vistos e

acompanhados pelo site do MME.

9.2. Licenciamento e Leis Ambientais

Em meados da década de 1970 surgiram no Brasil as primeiras exigências legais de controle de

poluição. Desde então as minas passaram a dispor de licenças ambientais com obrigações específicas;

planos para recuperar as áreas degradadas; seus dirigentes estão sujeitos a sanções penais em caso de

descumprimento da lei; estudos de impacto ambiental, diagnósticos, e uma série de outros estudos foram

realizados.

Qualquer nova atividade que possa gerar possíveis impactos ambientais, o que no caso da

mineração é certo, está sujeita ao licenciamento ambiental, estipulado pelo Artigo 10 da Lei nº 6.938/81

(Lei da Política Nacional do Meio Ambiente), que atribui ao órgão estadual ambiental a competência

primária para o licenciamento ambiental, ou ao IBAMA, no caso de impactos em nível regional ou

nacional.

A lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, dispõe sobre as sanções

penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. A Lei 9.605-98,

regulamentada pelo Decreto 3179/1999, que define multas, penalidades, e implementa outros

instrumentos legais, como o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), passou a fazer parte de qualquer

consideração na tomada de decisões sobre novos empreendimentos, sobre a conduta dos negócios, e

sobre a gestão dos recursos naturais que possam ser impactados pelas operações da empresa.

10. TIPOLOGIA DAS MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS BRASILEIRAS

O Plano Duodecenal (2010/2030) seguiu a classificação de Forster, R.P. 1991 para as áreas

mineralizadas em ouro no Brasil que reconhece os seguintes tipos de mineralizações auríferas:

I – Depósitos de ouro tipo Lode Arqueano (incluindo o tipo greenstone belt ).

II- Depósitos de ouro do fanerozóico.

III- Depósitos de ouro epitermal em terrenos vulcânicos

IV- Depósitos de ouro relacionados a intrusões graníticas

V- Depósitos de ouro tipo Carlin

VI- Depósitos hidrotermais auríferos precipitados em terrenos marinhos modernos

VII- Depósitos de ouro em paleoplaceres.

Os depósitos de ouro do Brasil suas localizações geográfica e geológica, classificação do tipo de

depósito e correlações com depósitos estrangeiros estão sumarizados na Tabela 10 a seguir.

Page 30: P19 RT28 Perfil Do Ouro

30

Tabela 14 – Classificação das Áreas Mineralizadas em Ouro no Brasil, segundo Forster, R.P(1991) e suas Correlações com Depósitos Estrangeiros

NOME DO DEPÓSITO LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA/GEOLÓGICA CLASSIFICAÇÃO

CORRELAÇÃO COM DEPÓSITOS ESTRANGEIROS

MORRO DO OURO PARACATU-MG V

CARLIN(USA)

CUIABÁ NOVA LIMA-MG / QUAD+RILÁTERO FERRIFERO I

BARBETON MOUNTAIN (AFRICA DO SUL)

NORANDA (CANADÁ)

SÃO BENTO SANTA BARBARA – MG / QUADRILÁTERO I BARBETON MOUNTAIN (AFRICA DO SUL)

TURMALINA PITANGUI – MG / QUADRILÁTERO FERRIFERO I

ZONA A SABARÁ – MG / QUADRILÁTERO FERRIFERO I

BARBETON MOUNTAIN (AFRICA DO SUL)

NORANDA (CANADÁ)

CORREGO DO SÍTIO

SANTA BARBARA – MG / QUADRILÁTERO

FERRIFERO I

BARBETON MOUNTAIN (AFRICA DO SUL)

NORANDA (CANADÁ)

CAETÉ CAETE –MG / QUADRILÁTERO FERRIFERO I -

MINA III CRIXAS – GO / GREENSTONE BELT CRIXAS I -

MINA NOVA CRIXAS – GO / GREENSTONE BELT CRIXAS I -

OPEN PIT CRIXAS – GO / GREENSTONE BELT CRIXAS I,IV -

FAZENDA BRASILEIRO TEOFILÂNDIA - BA / GREENSTONE BELT CRIXAS I

BARBETON MOUNTAIN (AFRICA DO SUL)

NORANDA (CANADÁ)

CI SANTA LUZ – BA / GREENSTONE BELT CRIXAS I

BARBETON MOUNTAIN (AFRICA DO SUL)

NORANDA (CANADÁ)

JACOBINA JACOBINA - BA VII RAND / AFRICA DO SUL

PILAR PILAR DE GOIAS - GO I -

FAINA FAINA -GO VI -

CHAPADA

ALTO HORIZONTE - GO / SEQUENCIA VULCANO

SEDIMENTAR III

-

SOSSEGO CARAJÁS - PA III

BARBETON MOUNTAIN (AFRICA DO SUL)

NORANDA (CANADÁ)

CARAIBAS CARAIBA- BA III -

SÃO VICENTE VILA BELA DA SANTISSIMA TRINDADE II -

Page 31: P19 RT28 Perfil Do Ouro

31

SÃO FRANCISCO VILA BELA DAS SANTISSIMA TRINDADE II -

ERNESTO/PAU A PIQUE VILABELA DA SANTISSIMA TRINDADE IV -

PALITO TAPAJOS -PA IV -

TABIPORÃ TABIPORÃ - PR IV -

PEDRA BRANCA DO

AMAPARI AMAPARI - AP II,IV

-

NOVA XAVANTINA NOVA XAVANTINA – MT IV -

11. PRINCIPAIS MINAS /ÁREAS MINERALIZADAS EM OURO NO BRASIL

Tabela 15 - Minas / Áreas Mineralizadas em ouro no Brasil, Localização Geográfica/Geólogica, Feições Geológicas e Dados Econômicos

ÁREA

MINERALIZADA

LOCALIZAÇÃO

GEOGRÁFICA/GEOLÓGICA

FEIÇÕES

GEOLÓGICAS

DADOS

ECONÔMICOS

REFERÊNCIA

BIBLIOGRÁFICA

MORRO DO

OURO PARACATU-MG

Seqüência

carbonatada

carbonosa /

Falha de

Empurrão

Reservas:1264Mt. Teor

– 0,39g/t.Produção 5,4t

de ouro(2007)

Revista Minérios

Agosto 2008

CUIABÁ QUADRILÁTERO

FERRÍFERO-MG Greenstone Belt

Reservas: 92Mt a 2,2

g/t Produção: 9,05t

ouro(2007)

Revista Minérios

Agosto 2008

TURMALINA QUADRILÁTERO

FERRÍFERO-MG Greenstone Belt

Reservas: 1,4Mt a

5,6g/t Produção: 1,52t

de ouro(2007)

Bullion de Ouro

ZONA A QUADRILÁTERO

FERRÍFERO-MG BIF,Metachert

Reservas: 2,08Mt a

2,0g/t Produção: 1,04t

de ouro

Revista Minérios

Agosto 2008

CAETÉ QUADRILÁTERO

FERRIFERO – MG BIF, Mesachert

Reservas:1,5M t de

Ouro

Revista Minérios

Agosto 2008

CÓRREGO DO

SÍTIO

QUADRILÁTERO

FERRÍFERO-MG Greenstone Belt

Reservas: 450.000t a

5,34g/t Produção:1,01t

Revista Minérios

Agosto 2008

Page 32: P19 RT28 Perfil Do Ouro

32

SÃO BENTO QUADRILÁTERO

FERRÍFERO-MG Greenstone Belt

Reservas:0,3Mt a 8,4

g/t Produção: 0,16t

Revista Minérios

Agosto 2008

SERRA

GRANDE(Minas

Nova e III)

GREENSTONE BELT

CRIXÁS – MAROSA

Greenstone Belt

Crixás

Reserva: 10,35 Mt a

5,4 g/t de ouro

Produção:5,6t de Ouro

em 2007

Revista Minérios

Agosto 2008

SERRA

GRANDE(Open

Pit)

GREENSTONE BELT

CRIXÁS

Grent Belt

Crixás

Reserva: 10,35 Mt a

5,4 g/t de ouro

Produção:5,6t de Ouro

em 2007

Revista Minérios

Agosto 2008

CHAPADA Alto Horizonte – GO

Seqüência

Vulcano

Sedimentar

Reserva 5,67 136,5Mt

0,43g/t de cobre 0,15 a

0,99g/t

DNPM,Relatório

Final de Pesquisa

FAINA Faina-GO

Seqüência

Vulcano

Sedimentar

Reservas:31t de ouro Revista Minérios

Agosto 2008

PILAR Pilar de Goiás

Seqüência

Vulcano

Sedimentar

Em avaliação Revista Minérios

Agosto 2008

JACOBINA Oeste da Bahia Paleoplaceres

Arqueanos Produção 1,68t de ouro

Revista Minérios

Agosto 2008

FAZENDA

BRASILEIRO

Greenstone Belt Rio Itapicuru

– BA

Seqüência

Metavulcano

Sedimentar

Produção 2,74 t de

ouro em 2007

Revista Minérios

Agosto 2008

CI Greenstone Belt Rio Itapicuru

– BA

Seqüência

Metavulcano

Sedimentar

Produção 1987-1995-

50.000 onças de ouro

Revista Minérios

Agosto 2008

CARAIBAS Camacari – BA

Seqüência

Vulcano

Sedimentar

Produção 2,82t em

2007

Revista Minérios

Agosto 2008

ÁREA

MINERALIZADA

LOCALIZAÇÃO

GEOGRÁFICA/GEOLÓGICA

FEIÇÕES

GEOLÓGICAS

DADOS

ECONÔMICOS

REFERÊNCIA

BIBLIOGRÁFICA

Page 33: P19 RT28 Perfil Do Ouro

33

SÃO VICENTE São Vicente – MT Residual

Supergênica

Produção:1,4t de Au

em 2008 Reserva:

14,8Mt a 0,8g/t

Sumário Mineral

DNPM,2008

ERNESTO/ PAU

A PIQUE Vila Bela

Zona de

Cisalhamento

Produção:1,4t de Au

em 2008 Reserva:

14,8Mt a 0,8g/t

Sumário Mineral

DNPM,2008

SOSSEGO Carajás – PA

Seqüência

Vulcano

Sedimentar

Zona de

Cisalhamento

Produção: 2,83t de Au

(2007)

Sumário Mineral

DNPM,2008

PALITO Província Aurífera do Tapajós Granitos

Proterozóicos

Reserva:27t de Au

Produção: 100Kg de

ouro/mês

Revista Minérios

Agosto 2008

TABIPORÃ Leste do Paraná

Hidrotermalismo

em Granitos

Proterozóicos

Produção0,53t de

Au(2007)

Revista Minérios

Agosto 2008

Fonte: Revista Minérios (2008),

Page 34: P19 RT28 Perfil Do Ouro

34

12. PRODUÇÃO DE OURO NO BRASIL

12.1. Minas

O Brasil, embora se caracterize como um produtor mundial de ouro reconhecido, possui cerca

de 15 minas em atividade com produção superior a 100 kg/ano, sendo que duas delas – Morro do Ouro

(Rio Paracatu Mineração) e Cuiabá (Anglogold Ashanti), atingirão em 2009, individualmente, uma

produção superior a 10 toneladas/ano. Além dessa mina, pode-se destacar as minas, Fazenda Brasileiro -

BA , Serra Grande – GO Jacobina – BA, Chapada – GO e São Francisco – MT todas com produção

superior a 3 toneladas/ano, conforme tabelas a seguir(Tabela 15).

Os sistemas de lavra utilizados na extração de minérios de ouro são a céu aberto ou subterrâneos,

a depender das características de cada depósito. A extração do minério pelo sistema de lavra a céu aberto

como na mina Morro do Ouro – MG, normalmente é feita por bancadas, sendo realizada através da

abertura de uma cava, em que são estabelecidos diversos níveis (bancos) com alturas variáveis de acordo

com as condições geomecânicas da rocha, com a escala de produção da mina e com a capacidade

operacional dos equipamentos. Na lavra subterrânea, dentre os diversos métodos conhecidos, os mais

comuns, no Brasil, são abatimentos por subnível, realce aberto corte e aterro.

O beneficiamento do minério de ouro é realizado, normalmente, nas proximidades das próprias

minas, buscando-se assim evitar despesas desnecessárias com transportes de material estéril. O

tratamento do minério de ouro tem como objetivo a concentração do metal a partir da recuperação de suas

partículas dispersas na massa do minério.

As operações de concentração dependem dos tipos do minério e da ganga. Em termos gerais,

após a moagem do minério, que possibilita a liberação da partícula do mineral útil, os processos mais

usuais podem ocorrer por separação gravítica, a qual pode ser realizada através de mesas vibratórias,

jigues e hidrociclones; por flotação, que toma por base o princípio da afinidade iônica, em que se busca a

formação de bolhas que adsorvem as partículas minerais de interesse, no caso do ouro, deprimindo-se os

minerais de ganga; e ainda a concentração por processos com ataques químicos hidrometalúrgicos, sendo

o ouro dissolvido por uma solução à base de cianeto de sódio, e posteriormente recuperados de várias

formas: adsorvido em carvão ativado em polpa (CIP), em coluna (CIC) ou adsorvido na própria lixívia

(CIL), sendo a dessorção realizada por cianeto de sódio, para posterior recuperação através de eletrólise ,

um método ainda muito utilizado, além de outros de menor importância, é o que promove a recuperação

do ouro através de soluções cianetadas por precipitação com zinco, em que o zinco, por ser mais

eletronegativo do que o ouro, realiza uma troca iônica na solução, formando um precipitado com uma

composição variável entre 20 a 50% de ouro. Esses processos, a depender de cada caso, podem ser

combinados em etapas seqüenciais (gravíticos + hidrometalurgia ou flotação + hidrometalurgia, por

exemplo), proporcionando uma recuperação variável de 75% a 98%.

A água é usada principalmente nos processos hidrogravimétricos , flotação e lixiviação em pilha

e na molhagem de estradas e minérios na fases britagem e na moagem.

O produto final decorrente desses processos de concentração é fundido em cadinhos, obtendo-se

uma massa bruta de ouro impuro conhecida por bullion, o qual tem associado alguma escória. O bullion é

definido como uma liga ou agregado produzido nas fundições das minerações.

12.2. Garimpos

A produção do ouro por processos rudimentares que representou cerca de 80% da produção

brasileira de ouro no período anterior a 1988 corresponde, atualmente, a não mais do que 20%. Sua

atividade se concentra, em grande parte, na Amazônia(Tabela 18). O processo de extração do ouro é

completamente assistemático e varia de acordo com o tipo de depósito: se depósito primário oxidado; se

placeres jovens; ou placeres antigos. O desmonte é feito de forma rudimentar, com ferramentas manuais;

de forma semimecanizada, utilizando-se ferramentas manuais pneumáticas de pequeno porte; ou ainda,

quando se trata de placeres jovens, nos leitos ou nas margens dos rios, ocorre de forma hidráulica. O

desmonte hidráulico é realizado com dragas e balsas por sucção (chupadeiras).

Page 35: P19 RT28 Perfil Do Ouro

35

Tabela 16 – Produção de Ouro das Minas /Empresa(2007)

-EMPRESA MINA

PRODUÇÃO (t de ouro/ano) PRODUTO

Grande >

10t Média(Entre 1 e 10t)

KINROSS

MINA MORRO DO

OURO 5,40 Bullion de Ouro

ANGLOGOLD ASHANTI KINROSS SERRA GRANDE 9,05 Bullion de Ouro

ANGLOGOLD ASHANTI CUIABÁ 9,05 Ouro Acido Sulfúrico e Prata

ANGLOGOLD ASHANTI CORREGO DO SÍTIO 0,81 Ouro Refinado

SÃO BENTO MINERAÇÃO SÃO BENTO 0,20 Bullion de Ouro

JAGUAR MINING TURMALINA 1,52 Bullion de Ouro

JAGUAR MINING ZONA A 1,04 Bullion de Ouro

YAMANA GOLD CHAPADA 6,80 Concentrado de Cobre e Ouro

YAMANA GOLD JACOBINA 1,64 Ouro Fundido 96% de Ouro

YAMANA GOLD

FAZENDA

BRASILEIRO 1,30 Bullion com 90% de Au

YAMANA GOLD C1 1,32 Bullion de Ouro

YAMANA GOLD SÃO FRANCISCO 2,40 Bullion de Ouro

MINERAÇÃO SERTÃO FAINA Bullion de Ouro

VALE SA SOSSEGO 2,83 Concentrado de Cobre e Ouro

SERABI MINERAÇÃO PALITO Bullion de Ouro

MINERAÇÃO TABIPORA TABIPORÃ Bullion de Ouro

MINERAÇÃO PEDRA BRANCA

DO AMAPARI

PEDRA BRANCA DO

AMAPARI 1,60 Bullion de Ouro

Page 36: P19 RT28 Perfil Do Ouro

36

Tabela 17 – Produção de Ouro das Minas / Região(2007)

REGIÃO/MINA

PRODUÇÃO (t de

Au/ano) PRODUTO

REGIÃO MINA Grande > 10t

Media(Entre 1 e

10t) Pequena < 1t

MINA MORRO DO OURO 5,40t Bullion de Ouro

CUIABÁ 9,05 Ouro Ácido Sulfúrico e Prata

TURMALINA 1,52 Bullion de Ouro

LESTE ZONA A 1,04 Bullion de Ouro

CÓRREGO DO SÍTIO 0,81 0,81 Ouro refinado

SÃO BENTO 0,20 0,17 Bullion de Ouro

SERRA GRANDE 5,70 Bullion de Ouro

CENTRO-

OESTE CHAPADA 6,80 Concentrado de Cobre e Ouro

FAÍNA 0,17 Bullion de Ouro

SÃO FRANCISCO 2,40 Bullion de Ouro

JACOBINA 1,64

NORDESTE FAZENDA BRASILEIRO 2,70

C1 1,32

SOSSEGO 2,83

NORTE PALITO 0,60

PEDRA BRANCA DO

AMAPARI 1,60

SUL TAPIBORA 0,53

Page 37: P19 RT28 Perfil Do Ouro

37

Tabela 18 – Tipos de Lavra e Beneficiamento Usados na Produção de ouro das Minas do Brasil

MINA LAVRA BENEFICIAMENTO

MINA MORRO DO

OURO Céu AbertoBancadas britagem / moagem / flotação / CIP

CUIABÁ Subterrânea britagem / moagem / gravimetria / flotação e CIP

TURMALINA Subterrânea Subníveis abertos britagem / moagem / gravimetria CIP

ZONA A Céu AbertoBancadas britagem / peneiramento / lixiviação em pilha / adsorção

CÓRREGO DO

SÍTIO (1) Céu AbertoBancadas britagem / lixiviação / adsorção

SÃO BENTO (2) Subterrânea Bilixiviação

SERRA

GRANDE(Mina

Nova e Mina III) Subterrânea Britagem / moagem / gravimetria / lixiviação em tanques

SERRA GRANDE

(Open Pit) Céu Aberto britagem / moagem / gravimetria

PACIENCIA Subterrânea britagem / moagem / gravimetria / CIP

ANDORINHAS Subterrânea / Céu Aberto britagem / moagem / gravimetria / CIP

CHAPADA Céu Aberto britagem / moagem / espessador / filtragem

FAÍNA (2) Céu Aberto britagem / moagem / gravimetria / CIP

JACOBINA

Céu Aberto/Bancadas /

Subterrânea britagem / moagem / hidrociconagem / gravimetria / lixiviação

FAZENDA

BRASILEIRO Subterrânea britagem / moagem / CIP

SANTA LUZ (1) Subterrânea britagem / moagem / CIP

CARAIBA (1) Céu Aberto Subterrânea britagem / moagem / espessador / filtragem

SÃO FRANCISCO Céu Aberto em Bancadas Britagem, moagem, gravimetria lixiviação

SÃO VICENTE Céu Aberto britagem / moagem / gravimetria e CIP

SOSSEGO /

SEQUEIRINHO Céu Aberto britagem / moagem / espessador / filtragem

Page 38: P19 RT28 Perfil Do Ouro

38

PALITO (2)

Céu Aberto Subterrânea

(subníveis) britagem / moagem / lixiviação

TABIPORÃ Céu Aberti britagem / moagem / gravimetria

PEDRA BRANCA

DO AMAPARI (2) Céu Aberto Subterrânea britagem / moagem / gravimetria

1- A serem abertas

2- Paralisadas

Tabela 19 – Áreas de Garimpagem, Produção, População Garimpeira Ativa e Métodos de Extração e Beneficiamento.

ÁREAS DE

GARIMPAGEM PRODUÇÃO DE AU(KG) GARIMPEIROS EXTRAÇÃO BENEFICIAMENTO

2005 2006 2007 2007

TAPAJÓS 2480 1631 1653 35.000 DH,ES,DR MO,GR,AM

SUL DO PARÁ 1172 772 818 15.500 DH,ES,DR MO,GR,AM

NORTE DE MATO

GROSSO 1609 902 872 12.000

DH,ES,DR MO,GR,AM

AMAPÁ 1421 720 815 5.000 DH,ES,DR MO,GR,AM

RONDONIA 1328 650 605 3.000 DR MO,GR,AM

RORAIMA 80 56 53 1.500 DH,ES MO,GR,AM

GURUPI 35 30 28 1.200 DH,ES MO,GR,AM

AMAZONAS 237 187 168 1.000 DH,ES MO,GR,AM

GOIÁS 32 45 22 1.000 DH,ES MO,GR,AM

MINAS GERAIS 58 42 36 1.000 DH,ES MO,GR,AM

OUTRAS 120 140 100 800 DH,ES,DR MO,GR,AM

TOTAL 8572 5175 5170 77.000 Fontes: Sindicato Nacional dos Garimpeiros / Cooperativas de Garimpeiros

- Desmonte Hidráulico – DH

Extração - Escavação (Trator, Picaretas) – ES

- Dragagem – DR

Beneficiamento - Moagem - MO

- Hidrogravimetria – GR

- Amalgamação – AM

Page 39: P19 RT28 Perfil Do Ouro

39

A concentração de ouro nos garimpos pode ser realizada por bateias, mas, nos grandes garimpos,

é realizada utilizando-se um sluice rudimentar, conhecido por “cobra fumando”, no qual o material é

processado após ser desmontado. Nesses equipamentos, o metal é retido em estrias ou em tapetes, sendo

que em muitos desses é utilizado mercúrio para amalgamar o ouro, permitindo, assim, a recuperação das

partículas finas. A recuperação do ouro, nessas condições, é obtida por separação mecânica, não sendo

eliminados aqueles elementos associados à estrutura do ouro, o que representa uma séria limitação para a

atividade.

As maiores restrições à atividade garimpeira estão relacionadas exatamente aos impactos

ambientais dela decorrentes (poluição por mercúrio, aumento da turbidez dos rios, assoreamento etc.),

além dos aspectos legais impostos pela legislação mineral específica (Lei 7.805/89), quanto à proibição

do garimpo como atividade individual, só admitindo-se a atividade por cooperativa, embora a legislação

não venha sendo cumprida a risca, especificamente em áreas de grande concentração de garimpeiros.

12.3. Métodos de produção adotados na industrialização

Os processos utilizados no refino do bullion são, basicamente, três: o pirometalúrgico, o químico

e o eletrolítico. A escolha do processo é determinada pela natureza e qualidade do bullion a refinar. O

processo eletrolítico é, de fato, o mais usado, a exemplo do que ocorre na Casa da Moeda do Brasil e na

maioria das mineradoras.

O refino pirometalúrgico consiste em borbulhar gás cloro através da massa fundida de ouro

impuro, convertendo as impurezas metálicas (cobre, ferro, chumbo e zinco) em seus respectivos cloretos.

A cloretação é utilizada em refino de bullions com teor de Au acima de 70%, em que a prata é a principal

impureza, produzindo um metal com pureza igual ou superior a 99,9%. O processo consta de fusão do

ouro com adição de fundentes, injeção controlada de gás cloro, remoção de impurezas sob forma de

cloretos e verificação do final do refino.

O processo de refino eletrolítico visa a eletrolisar uma solução de ácido tetracloro áurico

(HAuCl4), usando como cátodos lâminas de ouro puro (99,99%) ou de titânio. Os ânodos são obtidos por

fusão e vazamento adequados do ouro impuro a refinar. O ouro dissolvido no processo anódico deve

depositar-se no cátodo em pureza não inferior a 99,95%. A lama anódica resultante do refino é constituída

por cloreto de prata, ouro desproporcionado e, em menor escala, por ósmio, irídio e ródio, se estiverem

presentes no ouro impuro.

O refino químico envolve dois processos básicos: água régia e enquartação. O processo de água

régia caracteriza-se pela utilização deste reagente na dissolução do ouro, para posteriormente precipitá-lo

seletivamente. No processo de enquartação, o ouro puro é fundido com cobre metálico, de forma a se

obter uma liga de baixo teor em ouro. Essa liga é submetida a ataque químico com ácido nítrico a quente,

restando, como fase sólida, apenas o ouro, que no decorrer do processo não muda de estado físico.

O processo de reprodução de um objeto a base de ouro ocorre pressionando-se o metal derretido

para dentro de um molde. As jóias podem ser reproduzidas rapidamente, de maneira prática e exata, por

qualquer dos vários métodos de fundição (as fundições centrífugas ou a vácuo são as mais comuns). A

fundição teve grande influência e mudou o estilo e a manufatura de jóias: uma jóia de ouro que exige

considerável custo de mão-de-obra para ser fabricada artesanalmente pode ser fundida por custo muito

menor.

12.4. Sub-produtos e co-produtos

O ouro também pode ser produzido como sub-produto em processos de refinos de concentrados

de metais, como ocorre na Caraíba Metais S.A. (Camaçari – Bahia), em unidade de refino eletrolítico de

concentrado de cobre. A Mina de Alto Horizonte em Goiás e os depósitos cupro-auríferos de Carajás,

Page 40: P19 RT28 Perfil Do Ouro

40

Mina Sossego, são importantes na produção de ouro como subproduto .Por isto, são usados no processo

de estimativa de produção.

12.5. Produção secundária

A produção secundária de ouro no mundo resulta da reciclagem de materiais imprestáveis no

estado em que se encontram, materiais obsoletos ou fora de uso e em escórias provenientes de diversos

processos de fabricação. Jóias com “design” ultrapassado são refeitas.

Estima-se que, historicamente, a produção secundária de ouro no Brasil correspondeu de 5% a

20% do valor total em cada exercício do período de 1988 a 2008 (ver Tabela 1 – Evolução da Produção

Brasileira de Ouro). A imprevisibilidade do comportamento futuro dos fatores que influenciam a

reciclagem do ouro no mercado interno impede que se faça uma projeção consistente dessa componente

da produção interna. Mantidos os níveis atuais, poderia se afirmar que a produção secundária de ouro

tenderia a se manter no patamar de 10 toneladas/ano no ano de 2030 (cenário conservador).

13. CENÁRIO INTERNACIONAL

13.1. Produção Mundial de Ouro (t)

A produção de ouro no mundo vem decrescendo. Em 2001 a produção foi de 2.584 toneladas de

ouro e em 2007 2.444 toneladas. A África do Sul foi a principal responsável por este declínio, pois em

1970 produzia 995 toneladas de ouro. Canadá e Estados Unidos também apresentaram quedas na

produção neste Período.

A China com inexpressiva produção de ouro na década de setenta a noventa, vem ampliando sua

produção e atingiu 276 toneladas em 2007. Sua produção aurífera realiza-se através de 1300 minas,

porém possui baixas reservas e requerem investimentos em pesquisa para não diminuir sua produção. Em

países com grandes dimensões geográficas como China, Estados Unidos, Austrália e Brasil a tendência é

ampliar a produção de ouro (Tabela 17). Em 2007 as cinco maiores empresas produtoras de ouro no

Page 41: P19 RT28 Perfil Do Ouro

41

mundo foram a Barrick com 250,6t, Anglogold com 170,4, Newmont 165,6t além da GoldFields e Gold

Corp responsáveis por 31,5% da produção mundial de ouro.

13.2. Reservas Mundiais de Ouro(t)

As reservas de ouro da África do Sul correspondem a 40% do total mundial. As reservas

brasileiras de ouro representam 1,9% do total mundial e vem crescendo ano a ano.

Tabela 21 - Reservas Mundiais de Ouro (t)

PAISES/ANO 2006 2007

AFRICA DO SUL 36.000 36.000

AUSTRALIA 6.000 6.000

PERU 4.100 4.100

CHINA 4.100 4.100

ESTADOS UNIDOS 3.700 3.700

CANADA 3.500 3.500

RUSSIA 3.500 3.500

INDONESIA 2.800 2.800

BRASIL 1.720 1.950

OUTROS PAISES 24.580 24.350

TOTAL 90.000 90.000 Fonte: DNPM – Sumário Mineral,2008.

13.3. Preço do Ouro

A evolução do preço do ouro nos mercados nacionais e internacionais a partir da década de 70 a

comparou medidas tomadas pelos Estados Unidos em 1971, quando suspendeu a conversibilidade

dólar/euro , o que causou alta considerável no preço do metal. O preço do ouro varia principalmente de

acordo com a situação econômica dos países e em situações de crises. Crises como a do petróleo na

década de oitenta elevou o preço do ouro a mais de US$ 700/oz em 1980. Nas décadas de 80 e 90, apos

uma queda no nível dos preços, observou-se oscilação dos preços anuais médio entre 400 e 300 US$/oz.

A partir de 2001 verifica-se crescimento continuado no preço atingindo a média anual de US$ 972/oz em

2009. O preço internacional do ouro atingiu patamares mais altos no final de 2009, com tendência de alta,

conforme mostra o gráfico abaixo.

Page 42: P19 RT28 Perfil Do Ouro

42

Nos últimos anos, a tendência é de alta nos preços causado pelo aumento da compra de ouro em

barras pelos países emergentes (Índia, Turquia, China e Brasil) e países ricos principalmente a

comunidade européia. Deve-se ressaltar que o consumo para a produção de jóias diminuiu nos últimos

anos, porem em volume que não comprometeu o preço do ouro .

13.4. Oferta de Ouro

Segundo o World Gold Coruncil, a oferta mundial de ouro em 2007 foi de 3.469t e a procura foi

de 3.547t de ouro com giro anual da ordem de U$ 79,2 bilhões. Uma parte da demanda mundial é

atendida com a venda de ouro reciclado. A joalheira consome 68,2% da oferta global (2419t), seguido

pelo investimento financeiro (656,6t) e o uso industrial, odontológico (461,1t). Os países emergentes

como China, Índia, Rússia e Turquia aumentaram o consumo de ouro, principalmente com a industria de

jóias. A Índia e a China demandaram 615,4 e 322,2t de ouro; o oriente médio aumentou o consumo em

30%. Nos Estados Unidos, com o início da recessão e a crise do subprime, observou-se redução no

consumo de ouro.

No Brasil, a cadeia produtiva de jóias, odontológica e eletrônica demandou 25t de ouro em 2007,

segundo a Gold Survey 2007/2008. A indústria de folheados de ouro, segundo o IBGM produziu 3t de

ouro. A cadeia produtiva de jóias movimentou em 2006 U$ 2,6 bilhões através de 2.170 industrias e

16.000 empresas de vanejo.

Em 2007 as importações brasileiras de ouro foram de U$ 810 mil. As transações comerciais

neste ano registrou um saldo positivo de U$ 794,8 milhões. Em 2006 o saldo positivo foi de U$ 662,7

milhões e em 2005, U$ 459,2 milhões.

As exportações brasileiras de ouro em 2007 atingiram U$ 795,7 milhões equivalentes a 36t. Os

semi manifaturados representam 99,4%. O destino das exportações foram os Estados Unidos(93,0%) e o

Reino Unido (6,0%). As exportações de jóias atingiram em 2007, U$ 1,333 bilhão; em 2006 foi de U$

1,162 bilhão. O saldo comercial da cadeia produtiva de jóias atingiu em 2007, U$ 901 milhões; em 2006

foi de U$ 836 milhões.

Page 43: P19 RT28 Perfil Do Ouro

43

14. PROJEÇÕES ATÉ 2030

14.1. Projeções para a Produção das Minas

Cenário Conservador: produção estimada pela série histórica 1978 – 2009 (32 anos) segundo a

tendência linear Yi = 1529,2534882 . Xi(Ano) – 3020633,286.

Cenário Central: definiu-se crescimento geométrico para atingir a meta de 100 toneladas em 2030.

Cenário Otimista: definiu-se crescimento geométrico para atingir a meta de 120 toneladas em 2030.

Tabela 22 - Projeções de Produção – Minas (Kg)

Ano Conservador Central Otimista

2010 53,166 56,260 58,715

2011 54,695 57,901 60,852

2012 56,225 59,591 63,066

2013 57,754 61,330 65,361

2014 59,283 63,119 67,739

2015 60,812 64,961 70,204

2016 62,342 66,856 72,758

2017 63,871 68,807 75,405

2018 65,400 70,814 78,149

2019 66,929 72,880 80,993

2020 68,459 75,007 83,940

2021 69,988 77,195 86,994

2022 71,517 79,447 90,159

2023 73,047 81,765 93,440

2024 74,576 84,151 96,840

2025 76,105 86,606 100,363

2026 77,634 89,133 104,015

2027 79,164 91,734 107,800

2028 80,693 94,410 111,722

2029 82,222 97,165 115,787

2030 83,751 100,000 120,000

Page 44: P19 RT28 Perfil Do Ouro

44

14.2. Projeções para a Produção de Garimpos

Cenário Único: a partir de uma produção de 5.000 toneladas em 2010 e crescimento geométrico

para atingir a meta de 10.000 toneladas em 2030.

14.3. Projeções para a Produção Reciclagem (Secundário).

Admitindo-se uma produção inicial de 6.000 toneladas em 2010 (tendência da série histórica

1978 – 2009) foi projetado a reciclagem com crescimento geométrico em três Cenários para atingir a

produção em 2030 de, respectivamente, 10.000 toneladas, 15.000 toneladas e 20.000toneladas.

Page 45: P19 RT28 Perfil Do Ouro

45

14.4. Projeções para a Produção – Total

Tabela 23 - Projeções de Produção – Total

Ano Conservador Central Otimista

2010 64,166 67,260 69,715

2011 66,027 69,359 72,400

2012 67,898 71,525 75,193

2013 69,780 73,761 78,096

2014 71,672 76,069 81,116

2015 73,576 78,451 84,257

2016 75,491 80,910 87,524

2017 77,418 83,448 90,923

2018 79,358 86,068 94,458

2019 81,310 88,772 98,137

2020 83,276 91,565 101,965

2021 85,255 94,447 105,948

2022 87,248 97,423 110,094

2023 89,255 100,496 114,408

2024 91,277 103,668 118,899

2025 93,315 106,944 123,574

2026 95,369 110,327 128,440

2027 97,438 113,820 133,507

2028 99,525 117,427 138,784

2029 101,629 121,153 144,278

2030 103,751 125,000 150,000

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15. CONCLUSÕES

Alguns fatores econômicos e sociais importantes ocorridos na última década levaram às

seguintes conclusões:

- A África do Sul apesar de ter as maiores reservas de ouro, teve uma vertiginosa queda na produção de

ouro.

- A China aumentou sua produção através de 1.300 pequenas “minas” tornando-se a maior produtora de

ouro do mundo em 2007, através de ampla ocupação de mão-de-obra.

- Após um período de estagnação e declínio nos anos 90 os preços tem aumentado na década atual. Nos

últimos três anos o preço aumentou em razão do aumento de consumo de jóias nos países emergentes e

ricos.

- Países como Canadá e Austrália devem aumentar seus investimentos em pesquisa principalmente

através de companhias juniores.

- O Brasil deve receber investimentos de capital estrangeiro, através de empresas de médio a grande porte

em pesquisa e produção de ouro, devido potencial geoeconômico, estabilidade política e crescimento

econômico.

16. RECOMENDAÇÕES

Para o aumento dos investimentos em pesquisa e produção de ouro no Brasil recomenda-se:

- Agilizar os processos de obtenção dos títulos minerários por parte do DNPM e licenças ambientais por

parte de Órgãos Ambientais a níveis nacional, estadual e municipal. Recomenda-se a criação de uma

Câmara de Mineração/Meio Ambiente para analisar os projetos apresentados.

- Criar incentivos técnicos e financeiros principalmente no sentido de orientar os pequenos e médios

produtores de ouro (garimpeiros e pequenas empresas) nos processos produtivos e de preservação

ambiental.

- Fomentar a pesquisa de produção de ouro através de financiamentos das médias empresas.

- O Ministério de Minas e Energia, através do CETEM, deve desenvolver e contratar projetos de

beneficiamento de minérios de ouro para aplicação em pequenos e médios empreendimentos.

- Criar mecanismos para incentivo aos investimentos de capital estrangeiro na mineração de ouro no

Brasil.

- Desenvolver programas através do Serviço Geológico do Brasil – CPRM para prospecção de ouro; dar

continuidade ao Programa Nacional de Prospecção de Ouro – PNPO desenvolvido pela CPRM (1991-

2001).

- Liberar a Reserva Nacional do Cobre no norte dos Estados do Pará e Amapá para conceder Alvarás de

Pesquisa, Concessão de Lavra e Permissão de Lavra Garimpeira.

- Licitar as áreas da CPRM relativas a Prospectos de Ouro.

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47

17. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CETEM – Centro de Tecnologia Mineral, 2009. Ferramenta de pesquisa e banco de dados Mineral Data,

do Ministério de Ciência e Tecnologia.

CPRM- 2000- Programa Nacional de Prospecção de Ouro

CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, 2009. Site institucional. DNPM - Balanço

Mineral Brasileiro – Ano 2001.

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, 2000. Tributação da Mineração no Brasil.

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, 2006. Anuário Mineral Brasileiro

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, 2007. Informações preliminares fornecido

diretamente pelo DNPM.

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, 2008. Informações preliminares do

Anuário Mineral Brasileiro 2008. Fornecido diretamente pelo DNPM.

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, 2009. Sumário Mineral 2008.

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, 2009. Economia Mineral - Produção e

Comercialização: Goiás - 6º Distrito.

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, 2009. Informe Mineral, 2º Semestre de 2008.

Diretoria de Desenvolvimento e Economia Mineral, Ministério de Minas e Energia.

DNPM, 2009. Pesquisa de Processos no Módulo Administrativos.

DNPM - Sumário Mineral – Anos 2000- 2008

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2009. Site institucional.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2006. Censo Agropecuário 2006.

Industrial Minerals, 2009.

MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2009. Estatísticas de Comércio

Exterior – DEPLA, SECEX – Secretaria de Comércio Exterior.

MME – Ministério de Minas e Energia, 2009. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação

Mineral (SGM). Prévia da Indústria Mineral 2009/2008.

MME – Ministério de Minas e Energia, 2009. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação

Mineral (SGM). Prévia da Indústria Mineral 2008.

MME – Ministério de Minas e Energia, 2008. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação

Mineral (SGM). Prévia da Indústria Mineral 2007.

MME – Ministério de Minas e Energia, 2007. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação

Mineral (SGM). Prévia da Indústria Mineral 2006.

MME – Ministério de Minas e Energia, 2008. Anuário Estatístico do Setor de Transformação de Não-

Metálicos - 2007.

MME – Ministério de Minas e Energia, 2007. Anuário Estatístico do Setor de Transformação de Não-

Metálicos - 2006.

Neves, C. A. R., da Silva, L. R., 2007. Universo da Mineração Brasileira. Diretoria de Desenvolvimento e

Economia Mineral, Ministério de Minas e Energia.

PORMIN – Portal de Apoio ao Pequeno Produtor Mineral, 2009. Site institucional.

Portal Certificados.com, 2009. Guia de consulta.

Revista Minérios: Anos 2000-2009 – Exemplares Mensais

Revista Brasil Mineral – Ano 2009 – Exemplares Mensais

Sánchez, L. E., 2008. Mineração e Meio Ambiente, Parte II, Capítulo 6, in Tendências Tecnológicas

Brasil 2015. Eds. F. R. C. Fernandes, G. M. M. Matos, Z. C. Castilhos, A. B. Luz.

USGS - U.S. Geological Survey, 2008. Lime statistics, Historical statistics for mineral and material

commodities in the U.S., U.S. Geological Survey Data Series 140.

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48

18. ANEXO

Arcabouço Legal

Constituição Federal

O PORMIN destaca, de modo sintético, os seguintes aspectos da legislação referente à mineração

no Brasil, listando trechos relevantes referentes à mineração na Constituição Federal do Brasil, de 1988,

que podem ser encontrados no site do DNPM

(http://www.dnpm.gov.br/conteudo.asp?IDSecao=67&IDPagina=84&IDLegislacao=380 ):

Art. 20 - São bens da União:

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; Art. 21 - Compete à União:

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia e cartografia de âmbito nacional;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma

associativa.

Art. 22 - Compete privativamente à União legislar sobre:

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais.

Art. 23 - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos

hídricos e minerais em seus territórios.

Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,

proteção do meio ambiente e controle da poluição.

Art. 26 - Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na

forma da lei, as decorrentes de obras da União;

Art. 48 - Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta

para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,

especialmente sobre:

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União.

Art. 49 - É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e

lavra de riquezas minerais.

Art. 91 - O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos

relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como

membros natos:

Art. 153 - Compete à União instituir impostos sobre:

Art. 155 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

Art. 170. (*) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem

por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes

princípios:

Art. 171. Revogado pelo artigo 3º da Emenda Constitucional Nº 6, de 15 de agosto de 1995, DOU de 16

de agosto de 1995.

Art. 174 - Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da

lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e

indicativo para o setor privado.

Art. 176 - As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica

constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à

União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

Art. 177 - Constituem monopólio da União:

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Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Art. 231- São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes línguas crenças e tradições, e os

direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las,

proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

Código de Mineração do Brasil

O PORMIN também descreve sucintamente os sete primeiros capítulos do Código de Mineração do

Brasil (Decreto-Lei No 227, de 27/02/1967), cujos artigos podem ser encontrados na integra no site do

DNPM (http://www.dnpm-pe.gov.br/Legisla/cm_00.php). Alguns dos principais trechos descritos são:

Capítulo I - trata das disposições preliminares, abordando como obrigações da União, administrar

os recursos minerais, a industrialização e comercialização dos produtos minerais. Fala sobre os regimes

de aproveitamento das substâncias minerais, e regula os direitos sobre massa individualizada, seja mineral

ou fóssil, o seu regime de aproveitamento e a fiscalização do Governo Federal da pesquisa, lavra, etc.

Classifica uma mina em dois tipos: mina manifestada e mina concedida. Restringe o aproveitamento das

jazidas, com a autorização de pesquisa do DNPM e concessão de lavra outorgada pelo Ministro de Estado

de Minas e Energia.

Art. 11 - Serão respeitados na aplicação dos regimes de Autorização, Licenciamento e Concessão:

b) o direito à participação do proprietário do solo nos resultados da lavra.

Art. 13 - As pessoas naturais ou jurídicas que exerçam atividades de pesquisa, lavra, beneficiamento,

distribuição, consumo ou industrialização de reservas minerais, são obrigadas a facilitar aos agentes do

Departamento Nacional de Produção Mineral a inspeção de instalações, equipamentos e trabalhos, bem

como a fornecer-lhes informações sobre:

I - volume da produção e características qualitativas dos produtos;

II - condições técnicas e econômicas da execução dos serviços ou da exploração das atividades

mencionadas no "caput" deste artigo;

III - mercados e preços de venda;

IV - quantidade e condições técnicas e econômicas do consumo de produtos minerais.

Capítulo II - define pesquisa mineral, as condições exigidas para a obtenção de autorização de pesquisa e

para a retificação de alvará de pesquisa. Estabelece as obrigações do titular de autorização de pesquisa.

Capítulo III – define Lavra e Lavra ambiciosa, estabelece as condições para sua outorga, e informa sobre

a Imissão de Posse, estabelece as obrigações do titular da concessão de Lavra, define Grupamento

Mineiro (Art. 53).

Capítulo IV - refere-se às Servidões.

Capítulo V - refere-se às Sanções e as Nulidades.

Capítulo VI - refere-se ao fechamento de certas áreas de Garimpagem, Faiscação e Cata por proposta do

Diretor-Geral do DNPM.

Capítulo VII - apresenta as Disposições Finais.

Art. 84 - A jazida é bem imóvel, distinto do solo onde se encontra, não abrangendo a propriedade deste o

minério ou a substância mineral útil que a constitui.

Art. 87 - Não se impedirá por ação judicial de quem quer que seja o prosseguimento da pesquisa ou lavra.

Art. 88 - Ficam sujeitas à fiscalização direta do DNPM, todas as atividades concernentes à mineração, ao

comércio e à industrialização de matérias-primas minerais, nos limites estabelecidos em Lei.

Decretos-Lei

O PORMIN lista alguns dos decretos-lei em vigor, relevantes às atividades de mineração no Brasil.

Dois, de maior abrangência, são:

Decreto-Lei Nº 2435, de 19/05/1988 - dispõe sobre a dispensa de controles prévios na exportação.

Decreto-Lei Nº 227, de 27/02/1967 - Código de Mineração.

Decretos Executivos

O PORMIN lista alguns dos decretos em vigor, relevantes às atividades de mineração no Brasil.

Alguns, de maior abrangência, são:

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Decreto de 17/09/2004 - cria Grupo Operacional para coibir a exploração mineral em terras indígenas, e

dá outras providências.

Decreto Nº 3866, de 16/07/2001 - regulamenta o inciso II-A do § 2º do art. 2º da

Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, e a Lei nº 9.993, de 24 de julho 2000, no que destina recursos da

compensação financeira pela exploração de recursos minerais para o setor de ciência e tecnologia.

Decreto Nº 3358, de 02/02/2000 - regulamenta o disposto na Lei nº 9.827, de 27 de agosto de 1999, que

Regulamenta o disposto na Lei nº 9.827, de 27 de agosto de 1999, que "acrescenta parágrafo único ao art.

2º do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, com a redação dada pela Lei nº 9.314, de 14 de

novembro de 1996", dispondo sobre a extração de substâncias minerais de empregoimediato na

construção civil.

Decreto Nº 1, de 11/01/1991 - regulamenta o pagamento da compensação financeira instituída pela Lei nº

7.990, de 28 de dezembro de 1989, e dá outras providências.

Decreto Nº 98812, de 09/01/1990 - regulamenta a Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989, e dá outras

providências.

Decreto Nº 97632, de 10/04/1989 - dispõe sobre a regulamentação do artigo 2°, inciso VIII, da Lei n°

6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá outras providências (áreas degradadas).

Decreto Nº 95002, de 05/10/1987 - modifica dispositivos do Regulamento do Código de Mineração,

aprovado pelo Decreto n° 62.934, de 2 de julho de 1968.

Decreto Nº 88814, de 04/10/1983 - altera Dispositivos do Regulamento do Código de Mineração,

aprovado pelo Decreto nº 62.934, de 02 de julho de 1968.

Decreto Nº 69885, de 31/12/1971 - dispõe sobre a incorporação dos direitos de lavra ao Ativo das

empresas de mineração e dá outras providências.

Decreto Nº 66404, de 01/04/1970 - acrescenta item ao artigo 49 do Regulamento do Código de

Mineração.

Decreto Nº 62934, de 02/04/1968 - aprova o Regulamento do Código de Mineração.

Portarias Inúmeras portarias são divulgadas cada ano, nos três níveis de governo, e podem melhor ser

acompanhadas e acessadas através do site do DNPM

(http://www.dnpm.gov.br/conteudo.asp?IDSecao=67) ou dos diversos órgãos do governo.

Decreto Nº 62934, de 02/04/1968 - aprova o Regulamento do Código de Mineração.

Portarias Inúmeras portarias são divulgadas cada ano, nos três níveis de governo, e podem melhor ser

acompanhadas e acessadas através do site do DNPM

(http://www.dnpm.gov.br/conteudo.asp?IDSecao=67) ou dos diversos órgãos do governo