palmeiras nativas do brasil
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Estudo da Natureza
Guia de Campo Palmeiras
Materia base para a especialidade
Instrutor: Edson Luiz
Palmeira é o nome comum para os membros da família Arecaceae, anteriormente conhecida como Palmae ou
Palmaceae, a única família botânica da ordem Arecales. Pertencem a esta família plantas muito conhecidas,
como o coqueiro e a tamareira, abrangendo cerca de 205 gêneros e 2.500 espécies. Se distribuem pelo mundo
todo, mas estão centralizadas nas regiões tropicais e subtropicais.
As palmeiras são plantas perenes, arborescentes, tipicamente com um caule cilíndrico não ramificado do tipo
estipe, atingindo grandes alturas, mas por vezes se apresentando como acaule (caule subterrâneo).
Não são consideradas árvores porque todas as árvores possuem o crescimento do diâmetro do seu caule para a
formação do tronco, que produz a madeira, e tal não acontece com as palmeiras.
Classificação:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
As palmeiras apresentam desenvolvimento perfeitamente individualizados, caracterizado quanto a forma e aspec- to. Como inúmeras plantas possuem raízes, tronco, folhas e produzem flores, frutos e sementes.
Tronco ou caule - os caules com troncos das palmeiras tem o nome especial de estípe ou estipíte podem ser chamados didática e popularmente de caules, são alongados cilíndricos ou colunares, geralmente sem ramificações e sustentam no ápice um tufo de folhas. O tronco das palmeiras é duro não possui casca no sentido que comumente se compreende como tal nas arvores. A medula central é esponjosa e cercada por um anel protetor, forte de fibras que formam numerosos feixes verticais de tecido condutos xilemas e floemas. Sendo, porem, destituído do tecido cambial, uma vez formado não haverá aumento de diâmetro; a região principal de crescimento esta situada no ápice do tronco onde localiza-se a gema terminal com o seu tecido meristematico. Pôr ela o tronco alonga e dilata-se na base das folhas mediante deposição de novas células de dentro para fora. Pôr essa razão muitas palmeiras alcançam o máximo de diâmetro do tronco quando são ainda jovens. As palmeias podem Ter um único tronco simples, solitário ou vários múl- tiplos, formando touceira. O tronco poderá ser subterrâneo, tornando-as aparentemente acules. A maioria das espécies possui tronco simples.
Raízes - São cilíndricas distribuídas subterraneamente, do tipo de cabeleira no qual não se distingue uma raiz principal, sendo todas semelhantes. Outras raízes podem aparecer no caule acima do solo, principalmen- te quando nativas em matas úmidas. São raízes aéreas que podem ou não atingir o solo e complementar a função do sistema radicular.
Folhas - As palmeiras apresentam uma grande diversidade de folhas quanto ao tamanho, forma e divisão em diversas espécies são muito grandes e constituem as maiores do reino vegetal. São formadas essencial- mente por um eixo no qual são distinguidas três partes ou regiões: bainha, pecíolo e lamina. As folhas velhas morrem e são substituídas por outras novas, uma de cada vez. Em algumas palmeiras as folhas mortas persistem por longo tempo revestindo e escondendo o tronco, em outras as folhas caem deixando uma marca estreita semelhante a um anel, mostrando o lugar onde estavam fixadas
Inflorescência - As inflorescencias juntamente com as flores constituem a parte reprodutiva das palmeiras. São formadas por um conjunto de flores localizadas numa estrutura ramificada ou não. Provem de gemas exclusivamente florais que formam-se respectivamente da base das folhas e na maioria das palmeiras são laterais e axilares. São formadas por três elementos: braquias, raque e espigas florais.
Frutas - Os frutos das palmeiras são muito variáveis, no tipo , cor, tamanho e forma a ponte de alguns serem dificilmente associados as palmaceas. Comumente são chamados cocos e devido
ao tamanho menor, coquinhos. As plantas que os produzem são chamadas popularmente de coqueiros, os frutos típicos são formados por três camadas mais ou menos definidos: a externa ou casca é esocarpo, liso espinhecente ou escamoso, a do meio é o mesocarpo de natureza fibrosa suculenta ou fibrosa seca, a interna que protege a semente é o endocarpo fino,
membranoso, celulósico espesso ou muito duro, de textura classificada como petria ou óssea. São tidos como do tipo drupa, isto é, de consistência carnosa ou não e com uma única se-
mente envolvida por endocarpo. Os frutos maduros tem grande variação de colorido não raro passam por diversas tonalidades durante o amadurecimento. No geral, são de forma glo-
bosa, ovalada, cônica ou alongada; o tamanho é variável, desde cerca de um grão de arroz ou uma ervilha ate excepcionalmente grande com peso de 20kg.
Sementes - A cavidade dos frutos das palmeiras é preenchida geralmente por uma única semente, du-ra e
densa. A forma é variada arredondada, ovalada e cônica, as vezes alongada. Consiste principalmente em endosperma ou albumem duro, que é uma massa de tecido nu-
tritivo no qual esta embutido o embraio pequeno e mole.
Paisagismo - As palmeiras são de grande utilidade na criação de ambientes de aspecto tropical. Há intei-ra liberdade na composição com espécies para áreas extremas, tirando proveito do contras-
te de fatores ornamentais que cada uma possui com extensa gradação na altura e porte, troncos colunares lisos e tron
cos bojudos, revestidos de fibra ou pelos remanescentes das fo-lhas já caídas, folhas em leque, planas,
armadas, pinadas, crespas, arqueadas ou rijas com inúmeros tons de verde, cinza-azulado ou amarelo-alaranjado.
Existem palmeiras que crescem em um único estipe (o corpo da palmeira) e existem palmeiras que crescem em vários p
erfilhos (como se fossem vários ramos, estipes da palmeira). Exemplos: Pupunha: Vários perfilhos Juçara: Um estipe solitário Se você cortar a coroa de uma palmeira como a Juçara, a Palmeira Real, por exemplo, vai arrancar a gema apical e ela
vai morrer. Se você cortar a coroa de um ramo de uma palmeira de uma Pupunha ou Açaí, apenas o perfilho do
qual você retirou a gema apical morre. Depende da gravidade do dano. se não for muito grande a planta se recupera, até com auxílio humano. Mas se o dano for muito grande ela morre.
PALMEIRAS NATIVAS DO BRASIL
AÇAÍ (Euterpe oleracea) INDAIÁ (Attalea dubia)
BABAÇU (Orbignya speciosa) JATAÍ (Butia purpurascens)
BACURI (Attalea phalerata) JERIVÁ (Syagrus romanzoffiana)
BREJAÚVA (Astrocaryum aculeatissimum) MACAÚBA (Acrocomia aculeata)
BURITI (Mauritia flexuosa) PALMITO JUÇARA (Euterpe edulis)
BUTIÁ (Butia eriospatha) PIAÇAVA (Leopoldinia piassaba)
CARNAÚBA (Copernicia prunifera) PIAÇAVA DA BAHIA (Attalea funifera)
COQUEIRO (Cocos nucifera) PUPUNHA (Bactris gasipaes)
GUARIROBA (Syagrus oleracea) TUCUMÃ (Astrocaryum vulgare)
AÇAÍ (Euterpe oleracea)
Ocorrência : da região amazônica até a Bahia
Outros nomes - palmito-açaí, açaizeiro, palmiteiro, piná, uaçaí,
açaí-do-pará, juçara
Características: altura de 20 a 25 m , tronco múltiplo
(entouceirada), ligeiramente curvo, de 15 a 25 cm de diâmetro.
A touceira chega a ter até 25 plantas. Folhas grandes, finamente
recortadas em tiras, de coloração verde-escura, em número de 10
a 12 contemporâneas, de 2 m de comprimento. Flores pequenas,
agrupadas em grandes cachos pendentes, de coloração
amarelada. Cacho em número de 3 a 8 por planta, de coloração
violáceo, quase negra quando maduro. A fruta é pequena,
arredondada e muito roxa, quase preta, lembrando uma
jaboticaba pequena. Tem uma caroço proporcionalmente grande
e pouca polpa.
Habitat: locais úmidos da floresta pluvial
Propagação: sementes ou pela retirada de brotos da base
Utilidade: a madeira é utilizada apenas localmente para
construções rústicas, caibros, barrotes, ripas, etc. Os frutos são
muito apreciados pelas populações amazônicas para o fabrico de
"vinho de açaí" que é um complemente básico na alimentação
das classes populares. A cabeça ou "palmito" é também muito
apreciado, porém utilizado principalmente pela indústria de
conservas. Os frutos são também avidamente consumidos por
várias espécies de pássaros. É palmeira altamente ornamental, e
muito utilizada em paisagismo na região norte do país. As folhas
são usadas para cobertura de casas. As fibras das folhas para
tecer chapéus, esteiras e ''rasas'', cestas utilizadas como medida-
padrão no transporte e comércio da fruta.Os cachos secos são
aproveitados como vassouras. Os frutos novos são utilizados no
combate aos distúrbios intestinais; as raízes, empregadas como
vermífugos; o palmito, em forma de pasta, atua como anti-
hemorrágico, quando aplicado após extrações dentárias.
Florescimento: setembro a janeiro
Frutificação: julho a dezembro
BABAÇU (Orbignya speciosa)
Ocorrência : região amazônica, Maranhão, Piauí, Tocantins,
Bahia e Mato Grosso
Outros nomes : baguaçui, uauaçu, aguaçu, bauaçu, coco de
macaco, coco de palmeira, coco naiá, coco pindoba, guaguaço
Características: espécie elegante que pode atingir até 20 m de
altura. Estipe característico por apresentar restos das folhas
velhas que já caíram em seu ápice, com 30 a 40 cm de
diâmetro. Folhas em número de 15 a 20 contemporâneas, com
até 8 m de comprimento, arqueadas, mantendo-se em posição
retilínea, pouco voltando-se em direção ao solo. Orientando-se
para o alto, o babaçu tem o céu como sentido, o que lhe dá
uma aparência bastante altiva. Flores creme-amareladas,
aglomeradas em longos cachos. Cada palmeira pode apresentar
até 6 cachos, sustentados por pedúnculo de 70 a 90 cm de
comprimento, surgindo de janeiro a abril. Frutos ovais
alongados, de coloração castanha em cachos pêndulos. A
polpa é farinácea e oleosa, envolvendo de 3 a 4 sementes
oleaginosas. Um Kg de frutos contém 10 unidades.
Habitat :floresta pluvial
Propagação: plantio direto dos frutos (côco-semente)
Utilidade: é uma das mais importantes representantes das
palmeiras brasileiras. O principal produto extraído do babaçu,
e que possui valor mercantil e industrial, são as amêndoas
contidas em seus frutos. As amêndoas - de 3 a 5 em cada fruto
- são extraídas manualmente em um sistema caseiro tradicional
e de subsistência. É praticamente o único sustento de grande
parte da população interiorana sem terras das regiões onde
ocorre o babaçu: apenas no Estado do Maranhão a extração de
sua amêndoa envolve o trabalho de mais de 300 mil familias.
Em especial, mulheres acompanhadas de suas crianças: as
"quebradeiras", como são chamadas. Não obstante, as
inúmeras tentativas de se inventar e implementar a utilização
de máquinas para a realização da tarefa, a quebra do fruto tem
sido feita, desde sempre, da mesma e laboriosa maneira.
Sendo a casca do
fruto do babaçu de excepcional dureza, o procedimento tradicional utilizado é o seguinte: sobre o fio de um
machado preso pelas pernas da "quebradeira", fica equilibrado o coco do babaçu. Depois de ser batido, com
muita força e por inúmeras vezes, com um pedaço de pau, finalmente, o coco parte-se ao meio, deixando aparecer
suas preciosas amêndoas. O babaçu concentra altos teores de matérias graxas, ou seja, gorduras de aplicação
alimentícia ou industrial. Assim, o principal destinatário das amêndoas do babaçu são as indústrias locais de
esmagamento, produtoras de óleo cru. Constituindo cerca de 65% do peso da amêndoa, esse óleo é subproduto
para a fabricação de sabão, glicerina e óleo comestível, mais tarde transformado em margarina, e de uma torta
utilizada na produção de ração animal e de óleo comestível. Suas folhas servem de matéria-prima para a
fabricação de diversos utilitários como cestos de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas,
janelas, portas, armadilhas, gaiolas, etc. e como matéria-prima fundamental na armação e cobertura de casas e
abrigos. Durante a seca, essas mesmas folhas servem de alimento para a criação. O estipe do babaçu, quando
apodrecido, serve de adubo. Se em boas condições, é usado em marcenaria rústica. Das palmeiras jovens, quando
derrubadas, extrai-se o palmito e coleta-se uma seiva que, fermentada, produz um vinho bastante apreciado
regionalmente. As amêndoas verdes - recém-extraídas, raladas e espremidas com um pouco de água em um pano
fino fornecem um leite de propriedades nutritivas semelhantes às do leite humano, segundo pesquisas do Instituto
de Recursos Naturais do Maranhão. Esse leite é muito usado na culinária local como tempero para carnes de caça
e peixes, substituindo o leite de coco-da-bahia, e como mistura para empapar o cuscuz de milho, de arroz e de
farinha de mandioca ou, até mesmo, bebido ao natural, substituindo o leite de vaca. A casca do coco,
devidamente preparada, fornece um eficiente carvão, fonte exclusiva de combustível em várias regiões do
nordeste do Brasil. A população, que sabe aproveitar das riquezas que possui, realiza freqüentemente o processo
de produção do carvão de babaçu durante a noite: queimada lentamente em caieiras cobertas por folhas e terra, a
casca do babaçu produz uma vasta fumaça aproveitada como repelente de insetos. Outros produtos de aplicação
industrial podem ser derivados da casca do coco do babaçu, tais como etanol, metanol, coque, carvão reativado,
gases combustíveis, ácido acético e alcatrão.
Florescimento: janeiro a abril
Frutificação - agosto a janeiro
BACURI (Attalea phalerata)
Ocorrência: Acre, Rondônia, sul do Pará, Goiás, Minas
Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo
Outros nomes: acuri, ganguri, guacuri, coqueiro acuri,
auacuri, cabeçudo
Características: espécie com 3 a 7 m de altura, com estipe
mantendo na parte superior os remanescentes dos pecíolos
foliares, simples, curto, com 30 a 40 cm de diâmetro. Folhas
pinatífidas, pouco curvas, de 2 a 3 m de comprimento. Inicia
o florescimento e frutificação quando ainda desprovida de
caule visível, deixando os cachos de frutos encostarem no
chão.
Habitat: floresta latifoliada semidecídua
Propagação:plantio direto dos frutos (côco-semente)
Utilidade: a madeira é empregada localmente apenas para
construções rurais. O palmito é comestível. Dos frutos extrai-
se uma fécula alimentar. Também são comestíveis in natura,
tanto a polpa como as amêndoas. A palmeira é muito
ornamental podendo ser empregada em paisagismo.
Florescimento: janeiro a maio
Frutificação: outubro a dezembro
BREJAÚVA (Astrocaryum aculeatissimum)
Ocorrência: do sul da Bahia a Santa Catarina
Outros nomes: ariri, ariri açu, coco airi, brejaúba, iri, tucum
verdadeiro
Características: possui vários estipes agregados ou raramente
solitários, com 4 a 8 m de altura e 12 a 15 cm de diâmetro,
densamente revestidos de longos acúleos, fortes e pretos, com 6 a
8 cm de comprimento. Tais espinhos produzem um bonito desenho
e conferem à brejaúva um aspecto ao mesmo tempo ornamental e
agressivo. Coroa foliar com 10 a 20 folhas que medem de 2 a 3 m
de comprimento, com folíolos são lanceolados, pinas regularmente
distribuídas e inseridas no mesmo plano, com uma coloração
verde-escura na face superior e verde-clara na face inferior. A
bainha é fibrosa e aculeada. É uma planta monóica, com
inflorescência interfoliar, pêndula, de 50 cm de comprimento e
flores amarelo-creme, protegida por uma espata coriácea revestida
de espinhos. Os frutos chegam até a 6 cm de comprimento por 3,5
cm de diâmetro, são ovóides, cobertos por uma pilosidade
acastanhada e apresentam uma saliência apical bem definida,
abrigando sementes de coloração vermelha.
Habitat: Mata Atlântica exceto em áreas de manguezais
Propagação: sementes ou divisão das touceiras
Utilidade: As fibras das folhas são usadas na produção de vassouras e chapéus, e o estipe, muito duro, em ripas e
bengalas. O endosperma líquido do fruto jovem tem propriedades medicinais, sendo usado como laxativo e
contra a icterícia, e, no fruto maduro, o endosperma carnoso é indicado como vermífugo. Os frutos da brejaúva
consistem em cocos pequenos que, quando consumidos ao natural, funcionam como uma espécie de brinquedo de
comer, uma gostosa e nutritiva distração. Além disso, ficaram famosas as brincadeiras inventadas com piões de
corda produzidos artesanalmente com o coco-brejaúva, o que faz dessa palmeira uma produtora natural de
passatempos. A madeira é muito dura e resistente podendo ser utilizada na produção de pequenos objetos de
marcenaria fina.
Florescimento: dezembro a fevereiro
Frutificação: julho a dezembro
Ameaças: destruição do habitat
BURITI (Mauritia flexuosa)
Ocorrência: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins
até São Paulo e Mato Grosso do Sul
Outros nomes: coqueiro buriti, miriti, boriti, moriti, muriti,
caradá guaçu carandaí guaçu, palmeira dos brejos, buritizeiro
Características: espécie de porte elegante com estipe ereto,
solitário, de até 35 m de altura, com 30 a 50 cm de diâmetro.
Folhas grandes, dispostas em leque, em número de 20 a 30, com
3 a 5 m de comprimento por 2 a 3 m de largura. Flores em longos
cachos de até 3 m de comprimento, de coloração amarelada.
Fruto elipsóide-oblongo ou, ocasionalmente, globoso-oblongo,
castanho-avermelhado, de superfície revestida por escamas
córneas brilhantes, com 3,7 a 5,3 cm de comprimento e 3 a 5,2
cm de diâmetro. Polpa marcadamente amarela. Semente oval dura
e amêndoa comestível.
Habitat: solos alagados, igapós, beira de rios e igarapés e
veredas dos cerrados, onde formam grandes concentrações.
Propagação: sementes
Utilidade: da polpa prepara-se doces, raspas de buriti, paçoca. A
polpa também pode ser congelada e conservada por mais de ano,
sendo utilizada praticamente da mesma forma que a polpa fresca.
Com ela produzem-se, hoje em dia, diferentes tipos de sorvetes,
cremes, geléias, licores e vitaminas de sabores exóticos e alta
concentração de vitamina C, invenções e descobertas modernas.
Da polpa também se extrai um óleo de cor vermelho-sangüínea
utilizado contra queimaduras, de efeito aliviador e cicatrizante.
Esse mesmo óleo é comestível, apresentando altos teores de
vitamina A. Também comestível e, dizem, saboroso, é o palmito
extraído do broto terminal da planta. Com as folhas crescidas - ou
"palhas", como diz o homem regional -, com suas fibras e com
seus brotos, pode-se fazer de tudo: a caroça de vedar chuva, o
tapiti de espremer massa de mandioca, o paneiro de empaiolar
farinha, uma gradação de balaios, esteiras, mantas, redes de
dormir, cordas, abanos e chiconãs de carregar galinha. O estipe
fornece, por incisão, um líquido adocicado e agradável com o
qual se mata a sede. Fermentado, esse mesmo líquido se
transforma em uma bebida conhecida por "vinho de buriti". A
farinha de buriti, produzida a partir da parte interna do estipe da
palmeira. O fruto é muito apreciado pela fauna integrando a dieta
de mamíferos como a cutia, a capivara e a anta, e de aves como
a arara. Da madeira produz-se tradicionais caixinhas de delicada marcenaria que embalam os tradicionais doces
vendidos nas feiras regionais. Moderadamente pesada e dura, também é empregada em construções rurais e
ranchos rústicos. O tronco rachado ao meio é muito utilizado na construção de calhas para bicas d'água. A
palmeira pode ser utilizada em paisagismo.
Florescimento: dezembro a abril
Frutificação: dezembro a julho
BUTIÁ (Butia eriospatha)
Ocorrência: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
Outros nomes: butiá da serra, butiazeiro, butiá veludo, butiá branco,
butiá azedo, macumá
Características: espécie de tronco simples, ereto, baixo, com altura
de 4 a 6 m , 20 a 50 cm de diâmetro, revestido por pedaços velhos das
folhas na região abaixo da coroa de folhas, o que o torna bonito e
diferente. Possui uma espata revestida por uma lanugem bem felpuda
de cor castanha. Folhas pinadas com 50 a 55 pares, distribuídas
regularmente e inseridas em um só plano ao longo da raque, grandes,
podendo chegar a 2 m de comprimento, com pequenos espinhos na
base e de coloração azul-esverdeada. Planta monóica com
inflorescência interfoliar, amarela que pode chegar a 1 m de
comprimento densamente ramificada com até 150 ramos surgindo
entre as folhas. Frutos, pequenos, globosos, suculentos, adocicados,
sem fibras, de 1,8 a 2 cm de diâmetro, com epicarpo amarelado
quando maduros.
Habitat: mata de araucária e campos sulinos
Propagação:sementes
Utilidade: f rutos naturalmente comestíveis, possuindo um sabor
azedinho e doce, e sua polpa é usada na produção de licor e vinho. Os
frutos são muito apreciados pela fauna. Da semente extrai-se óleo
usado como azeite comestível. Seu caule tem boa durabilidade,
podendo ser utilizado em construções. Das folhas retiram-se as fibras
usadas no artesanato para a fabricação de chapéus, cestos, cordas e
enchimentos de colchões e estofados. Palmeira com grande potencial
paisagístico.
Florescimento: setembro a janeiro
Frutificação:janeiro a março
CARNAÚBA (Copernicia prunifera)
Ocorrência: Nordeste
Outros nomes: carnaíba, carnaíva, carnaúva, carnandaúba,
carnaubeira
Características: estipe reto e cilíndrico, atingindo de 10 a 15 m de
altura, com 15 a 25 cm de diâmetro, formando saliências espiraladas
em sua superfície, decorrentes dos restos das folhas que caíram.
Folhas em forma de leque, de segmentos rígidos, divididos até a
metade da lâmina, sustentadas por pecíolo espinhoso, com até 1 m
de comprimento. Flores amarelas em cachos pendentes que surgem
de julho a outubro. Cacho de 3 a 4 m de comprimento, com centenas
de frutos ovóides a globosos, brilhantes, esverdeados quando jovens
e roxos quando maduros, com cerca de 3 cm de comprimento. Um
kg de frutos contém cerca de 91 unidades.
Habitat: vales dos rios e terrenos salinizados e mal drenados
Propagação: sementes
Utilidade: os frutos da carnaúba, inteiros, são basicamente
aproveitados pelos animais de criação. Da polpa, extrai-se uma
espécie de farinha e um leite que, à semelhança do leite extraído do
babaçu, pode substituir o leite do coco-da-bula. A amêndoa da
carnaúba, quando torrada e moída, costuma até mesmo ser
aproveitada localmente em substituição ao pó de café. O lenho da
carnaúba é resistente, podendo ser usado no fabrico de moirões, na
construção de edificações rústicas e como lenha pesada. Inteiro, o
estipe da carnaúba costuma ser usado como poste. Fragmentado ou
serrado, fornece ótimos caibros, barrotes ou ripas, podendo também
ser aplicado na marcenaria de artefatos torneados, tais como
bengalas e objetos de uso doméstico. No Nordeste brasileiro,
habitações inteiras são construídas com materiais retirados da
carnaúba. Também com suas folhas fazem-se telhados e coberturas
de casas e abrigos. Com suas fibras confeccionam-se cordas, sacos,
esteiras, chapéus, balaios, cestos, redes e mantas. Das folhas da
carnaúba obtém-se uma cera de grande importância industrial. As
folhas da palmeira carnaúba são revestidas externamente por uma
cobertura cerífera. A cera, principal produto obtido da carnaúba, é,
ainda hoje e na maioria dos carnaubais, extraída por processos
manuais bastante rudimentares. É vendida para as indústrias e usinas
como matéria- prima para a fabricação de uma variedade infinita de
produtos: graxas para sapatos, lubrificantes, velas, vernizes, ácidos,
sabonetes, fósforos, isolantes térmicos, matrizes de discos, lâmpadas
incandescentes, papel carbono, batom, etc. O Piaui é o principal
fornecedor, seguido pelo Ceará e pelo Rio Grande do Norte. Os
maiores e mais densos carnaubais do pais encontram-se nessa região
que, ano após ano, é sempre a mais atingida pelas secas no Brasil.
Florescimento: julho a outubro
Frutificação - novembro a março
COQUEIRO (Cocos nucifera)
Ocorrência: do Pará a São Paulo
Outros nomes: coco, coco da bahia, coqueiro da bahia, coqueiro da
praia, coco da índia
Características:espécie com estipe solitário de até 30 m de altura,
curvado ou ereto, com 20 a 30 cm de diâmetro. Folhas de até 3 m de
comprimento, pêndulas, largas, com folíolos de coloração verde-
amarelada, rígidas, em número de 20 a 25 contemporâneas. Espécie
monóica, com flores numerosas brancas, pequenas, reunidas em cacho
de até 1 m de comprimento. Fruto grande, fibroso, de forma ovóide,
quase globoso, de coloração esverdeada a amarela, de casca lisa, com
cerca de 25 cm de comprimento e 15 em de diâmetro, que demora a
amadurecer, quando então torna-se castanho. Polpa abundante de até 2
cm de espessura. Cavidade central contendo a conhecida "água-de-
coco". Cada fruto pesa em média 1,2 Kg .
Habitat: faixa litorânea
Propagação: plantio do fruto seco (coco-semente)
Utilidade: é a palmeira de maior importância econômica em todo o
mundo. A polpa é usada como alimento e matéria-prima para
numerosos produtos. As fibras do mesocarpo são usadas na indústria
têxtil para fabricação de cordas, capachos, esteiras, estofados, etc. Do
endosperma líquido, imaturo, se retira a água de coco. A espécie é
amplamente usada em paisagismo e cultivada na fruticultura.
Florescimento: janeiro a abril
Frutificação: julho a fevereiro
GUARIROBA (Syagrus oleracea)
Ocorrência: nordeste e sudeste até o Paraná
Outros nomes:gueroba, gueiroba, palmito amargoso, catolé, coco
babão, paty amargoso, coco amargoso, coco guariroba, gariroba, coco
catolé
Características: espécie com estipe simples, ereto, acinzentado,
podendo atingir até 20 m de altura e 20 a 30 cm de diâmetro. Copa
crispada e deflexa. Folhas grandes em número de 15 a 20, de até 3 m de
comprimento, dispostas em espiral e levemente arqueadas. Folíolos em
número de 100 a 150, em grupos de 2 a 5, dispostos em diferentes
planos. Espécie monóica. Flores surgem em cachos. Frutos elipsóides,
lisos, com 4 a 5 cm de comprimento, mesocarpo espesso, carnoso,
adocicado e fibroso, verde-amarelados, com uma amêndoa branca,
oleaginosa e comestível.
Habitat: floresta semidecídua em altitudes entre 400 e 1.200 m, tanto
na caatinga como no cerrado.
Propagação:sementes
Utilidade: seus coquinhos, quando amadurecem e caem, são
importante complemento na alimentação do gado. Deles, também, a
população nativa retira as amêndoas, aproveitadas na produção de
doces caseiros. Além disso, dessa amêndoa, que contém mais de 60%
de matérias graxas, extrai-se um abundante e excelente óleo comestível
e de notada utilidade na indústria de sabões. Porém, entre todos os
produtos extraídos da guariroba, destaca-se o seu palmito ou broto
terminal. Considerado por muitos como verdura de sabor amargo - o
que de fato é quando comparado aos palmitos doces das espécies da
Mata Atlântica -, o palmito da guariroba é uma iguaria de largo
aproveitamento culinário. Especialmente em algumas regiões de Minas
Gerais e de Goiás. A madeira é empregada para estacas, moirões, ripas
e calhas d'água. As folhas são usadas para confecção de vassouras.
Palmeira ornamental e indicada para regeneração de áreas degradadas.
Florescimento:setembro a maio
Frutificação - outubro a fevereiro
Ameaças - nos últimos 30 anos, com a transformação das matas em
terras para cultivo e pastagens, essas palmeiras foram se tornando mais
escassas, mesmo com a fiscalização do IBAMA (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que proíbe a
extração do palmito nativo.
INDAIÁ (Attalea dubia)
Ocorrência: do espírito Santo à Santa Catarina
Outros nomes: coqueiro indaiá, palmeira indaiá, indaiá guaçu,
palmito de chão, inaiá, naiá, camarinha, anajá, indaiá
açu
Características: espécie com altura de 10 a 20 m , tronco
simples com 20 a 35 cm de diâmetro. Folhas com pinas
irregularmente arranjadas e inseridas em diferentes planos ao
longo da raque, em número de 20 a 30 contemporâneas, de 2 a 3
m de comprimento. Cacho com 1 a 1,5 m de comprimento.
Frutos com 1 a 2 sementes, oblongos, medindo de 6 a 6,5 cm de
comprimento por 3 cm de diâmetro.
Habitat - floresta pluvial da encosta atlântica
Propagação: coco-semente ou a semente despolpada
Utilidade: a madeira é empregada localmente para construções
rústicas. As folhas são empregadas para cobertura de pequenas
construções rurais. Os f rutos e amêndoas comestíveis e
consumidos por várias espécies de animais. Palmeira bastante
ornamental e indicada para regeneração de áreas degradadas.
Florescimento: agosto a dezembro
Frutificação - junho a novembro
JATAÍ (Butia purpurascens)
Ocorrência: endêmica do estado de Goiás
Outros nomes - palmeira jataí, butiá
Características: espécie com tronco simples, com até 4 m de
altura e 18 cm de diâmetro, revestido por remanescentes dos
pecíolos de folhas já caídas.. Folhas fortemente arqueadas, com as
margens dos pecíolos densamente fibrosas na base e diminuindo
em direção à lâmina foliar. Raque sem dentes ou espinhos. Pinas
com número variável, de 52 a 58 de cada lado, uniformemente
espaçadas. Frutos ovóides, de 2 a 3 cm de comprimento, de cor
amarelada ou arroxeada, com polpa suculenta e aromática.
Habitat - cerrado
Propagação: sementes
Utilidade: palmeira indicada para paisagismo. Fruto muito
apreciado pela fauna silvestre, animais domésticos e pelo homem.
Frutificação: outubro a dezembro
Ameaças: ameaçada de extinção
JERIVÁ (Syagrus romanzoffiana)
Ocorrência: sul da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul
Outros nomes - gerivá, coqueiro jerivá, jeribá, coqueiro, coco de
catarro, coco catarro, coco babão, baba de boi, coco de cachorro,
cheribão, coco de Santa Catarina, coqueiro de juvena, pindó, imburí de
cachorro, patí
Características: espécie com 7 a 15 m de altura, estipe liso, anelado,
com 30 a 50 cm de diâmetro. Folhas pinadas, em número de 8 a 15,
arqueadas, pinas dispostas em diferentes planos sobre a raque,
pendentes, com 2 a 3 m de comprimento. Planta monóica.
Inflorescências interfoliares em cacho de até 1,5 m de comprimento,
bráctea peduncular lenhosa, profundamente frisada na parte externa de
coloração creme. Frutos globosos ou ovóides, amarelos ou alaranjados,
com 2 a 3 cm de comprimento, mesocarpo fibro-carnoso e adocicado.
Habitat: quase todas as formações florestais
Propagação: coco-semente
Utilidade: o s frutos proporcionam alimento farto para muitos pássaros,
principalmente para os psitacídeos. De igual modo os frutos são
comestíveis para o homem. As flores são muito visitadas por abelhas. As
folhas têm 16% de proteína bruta, em algumas regiões constituem um
ótimo alimento para cavalos, tendo sido outrora utilizada para cavalos de
corrida, devido ao seu alto valor energético. Indicada para recomposição
vegetal e paisagismo.
Florescimento: setembro a março
Frutificação: fevereiro a agosto
MACAÚBA (Acrocomia aculeata)
Ocorrência: do Pará a São Paulo
Outros nomes - mucajá, mocujá, mocajá, macaíba, macaiúva,
bacaiúva, bocaiúva, umbocaiúva, imbocaiá, macaúva, coco de
catarro, bacaiuveira, coco de espinho, coco baboso, macacaúba,
macajuba, macaibeira, mucaiá, mucajuba
Características: espécie com até 15 m de altura, com estipe
ereto, simples, com 20 a 30 cm de diâmetro, recoberto pelos
restos das folhas velhas apresentando muitos espinhos escuros
em sua superfície. Folhas em número de 20 a 30
contemporâneas, espinhentas, de 4 a 5 m de comprimento, de
coloração verde-escuro. Espécie monóica. Flores agrupadas em
cachos de até 80 em de comprimento, pequenas, amareladas.
Fruto globoso, liso, de coloração marrom-amarelada quando
maduro. Polpa amarelada com uma amêndoa oleaginosa.
Habitat: floresta latifoliada semidecúdua
Propagação: sementes
Utilidade: seu estipe é empregado em construções rústicas e as
folhas, além de forrageiras, fornecem fibras têxteis para
confecção de redes e linhas de pescar. O fruto com polpa
consumida ao natural. A semente fornece óleo comestível de boa
qualidade. Devido ao seu valor ornamental, pode ser empregada
no paisagismo em geral. È ornamental podendo ser empregada
em paisagismo.
Florescimento: outubro a janeiro
Frutificação: setembro a janeiro
PALMITO JUÇARA (Euterpe edulis)
Ocorrência: da Bahia ao Rio Grande do Sul
Outros nomes: jiçara, juçara, palmito doce, içara, ripeira,
ensarova, palmiteiro, ripa, palmiteiro, inçara, iiçara, palmito
branco, palmito vermelho, açaí do sul
Características: espécie com estipe simples, reto, com 10 a 20
m de altura e 10 a 20 cm de diâmetro. Folhas de 1 a 1,5 m de
comprimento, em número de 20 contemporâneas, pinadas, com
bainhas de coloração acastanhada e folíolos longos, estreitos e
geralmente pendentes, com a base das folhas formando o
palmito. Esta palmeira monóica possui uma inflorescência
infrafoliar muito ramificada, de 60 cm de comprimento, e
espata acanoada que se desprende da planta com a
inflorescência ainda jovem. Depois de maduros, os frutos
esféricos são de coloração preta. Raízes bem visíveis na base do
tronco. Sua dispersão natural é feita por vários mamíferos
(morcegos, porcos-do-mato, serelepes) e aves (sabiás, jacus,
tucanos, macucos, jacutingas).
Habitat: locais úmidos e sombreados da Mata Atlântica exceto
em áreas de manguezais
Propagação: sementes
Utilidade: o estipe pode ser usado em construções rústicas e
suas fibras na fabricação de vassouras. As folhas podem servir
de alimentação para o gado e coberturas. O principal produto é
o palmito, alimento requintado, saboroso e valioso, preparado
em conserva e consumido no mercado interno e externo. A
palmeira é esbelta com ótimo potencial para paisagismo. Seus
frutos são muito apreciados pela fauna silvestres.
Florescimento: setembro a dezembro
Frutificação: abril a agosto
Cuidados - para que não haja nenhum prejuízo à regeneração
natural dessa espécie, deve ser mantido, no mínimo, 1
palmiteiro, em fase de frutificação, a cada 200 m 2 de mata.
Ameaças: extração indiscriminada e destruição do habitat
apesar da proteção da legislação ambiental. A extração do
palmito, que resulta na morte da planta, é feita, na maioria das
vezes, de maneira predatória, eliminando-se inclusive plantas
muito jovens.
PIAÇAVA (Leopoldinia piassaba)
Ocorrência: Amazonas e Roraima
Outros nomes - piaçaba
Características: espécie com estipe simples, com 4 a 5 m de
altura e 20 a 50 cm de diâmetro, coroado por cerca de 14 a 16
folhas regularmente pinadas com 4 a 5 m de comprimento, As
folhas emitem, a partir das bainhas persistentes no caule, muitas
fibras de coloração marron, com mais de 1 m de comprimento,
envolvendo a parte superior. Pinas lineares em número de 60,
regularmente dispostas, formando um único plano, as do meio
com 70 a 80 cm de comprimento. Inflorescência interfoliar muito
ramificada. Frutos irregularmente globosos, achatados, com 3 a
3,5 cm de diâmetro, de coloração castanho-purpurácea quando
maturos.
Habitat: igapós e igarapés de águas negras de solos arenosos
Propagação: sementes
Utilidade: as fibras das bainhas que se encontram envoltas no
tronco são empregadas na fabricação de vassouras, escovas e
cordas. O valor de mercado de produtos artesanais feitos com a
piaçava tende a aumentar. Dos frutos se prepara uma bebida
chamada xiqui-xiqui. Indicada para paisagismo.
PIAÇAVA DA BAHIA (Attalea funifera)
Ocorrência: Alagoas, Bahia e Sergipe
Outros nomes: piassava, piassaveira, piassaba da bahia
Características: espécie com até 15 m de altura. Folhas com
longos pecíolos, eretas e ligeiramente dobradas na parte apical,
dando à copa forma afunilada. Suas fibras são impermeáveis,
conservam a elasticidade quando umedecidas e são longas,
alcançando 3,5 metros de comprimento por 1,1 milímetro de
espessura. Apresenta polinização principalmente por insetos.
Dispersão natural de sementes por cutias .
Habitat: floresta costeira e restinga
Propagação: sementes
Utilidade: o produto principal é a fibra ou simplesmente
piassaba, usada para a fabricação de vassouras e cobertura de
casas. Outros produtos das fibras são: cordas para amarrar navios,
cordões, cestos, alçapões de pesca, balaios, invólucros para
garrafões, moringas etc., funcionando também como excelente
isolante térmico. As folhas são usadas para fazer chapéus de palha
e bolsas, e a borra, além da serventia citada acima, pode atingir
valor comercial maior que o da própria fibra, dependendo da
época e da região. A amêndoa é oleosa e comestível, é
aproveitada pela população costeira da Bahia como alimento
(canjica, por exemplo), também presta-se à produção de óleo,
embora seu rendimento seja menor que o de outros produtos de
origem vegetal. No entanto, pode ser uma excelente opção como
carvão vegetal. O bagaço (o que sobra do beneficiamento) é
destinado à indústria de papelão, e da casca do coco faz-se
"farinha de satim", utilizada no preparo de cuscuz e mingaus.
Tem grande potencial ornamental. A Bahia responde por cerca de
90% da produção nacional de fibra.
PUPUNHA (Bactris gasipaes)
Ocorrência: região amazônica
Outros nomes:pupunheira, pirajá pupunha, pupunha marajá
Características: espécie monóica com troncos múltiplos
(touceira) com 10 a 20 m de altura, de 15 a 25 cm de diâmetro,
cilíndricos, divididos por anéis com espinhos (os entrenós) e
anéis sem espinhos (os nós), que são cicatrizes deixadas pela
queda das folhas. Os espinhos, geralmente largos, pretos e
fortes. Há grande variação quanto à presença de espinhos,
existindo plantas completamente desprovidas dos mesmos.
Folhas pinadas, em número de 20 a 30 contemporâneas, de 3 a 4
m de comprimento e de coloração verde-clara, os folíolos
apresentam o terço final pendente, podendo ou não apresentar
espinhos menores, em ambos os lados. A inflorescência é
infrafoliar, com cerca de 50 cm de comprimento, podendo ter
espata espinhosa ou não, e flores de coloração creme. Frutos
ovóides, amarelo-avermelhados, nutritivos e muito procurados
por várias espécies de animais.
Habitat: mata de terra firme
Propagação: sementes
Utilidade: palmeira elegante de grande valor paisagístico, tem
sido muito cultivada para extração de palmito. Seu estipe pode
ser empregado na confecção de bengalas e os frutos são usados
na fabricação de farinhas ou consumidos após o cozimento.
Florescimento: agosto a dezembro
Frutificação - dezembro a julho
TUCUMÃ (Astrocaryum vulgare)
Ocorrência: Pará, Piauí, Ceará, Mato Grosso, Goiás,
Maranhão e Tocantins
Outros nomes: tucumã do pará, tucum bravo, tucum piutanga
Características:palmeira dom tronco múltiplo em número de 4
a 6, raramente, simples, chegando a 10 m de altura e 10 a 20
cm de diâmetro, cobertos por espinhos pretos com cerca de 20
cm de comprimento. Folhas eretas com folíolos agrupadas
irregularmente formando vários planos. Cacho não pendente,
com cerca de 1560 sementes de cor laranja-amarelada quando
maduros.
Habitat: floresta de terra firme e invasora de pastagens e áreas
degradadas
Propagação: sementes
Utilidade: a madeira é empregada localmente para construções
rurais. Os frutos são comestíveis e muito ricos em vitamina A.
O palmito é comestível. As folhas são usadas na confecção de
cordas e redes. A amêndoa fornece óleo branco comestível e
desse óleo se obtém sabão, cosméticos e medicamentos. Os
frutos são muito apreciados pela fauna.
Florescimento: agosto a novembro
Frutificação: novembro a maio
Fontes bibliográficas:
Cultura das palmaceas apostila retirada do site ehow
Palmeiras nativas do Brasil www.vivaterra.com.br
Imagens retiradas da internet